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CRISTIANO OLIVEIRA

JOÃO VICTOR
LUANA MARQUES
MARCUS VINÍCIUS
MÔNICA MARTINS

O TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO: CONHECENDO A SUA


ORIGEM E SEU DESENVOLVIMENTO.

Trabalho em formato de Artigo Acadêmico para fins


de aprovação na disciplina SDE 0148: Produção Avançada
de Trabalho Acadêmico II.

Oditon Azevedo da Silva Junior


Professor da disciplina

Macaé
2020
1

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

Cristiano Oliveira1
João Victor2
Luana Marques3
Marcus Vinicius4
Mônica Martins5

RESUMO

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático é um transtorno que acomete uma porcentagem de


pessoas que vivenciaram ou presenciaram eventos estressores tal como catástrofes naturais,
acidentes, assaltos, diversos tipos de violências urbanas, violência sexual, onde houve ameaça
real de morte ou um grande susto e pavor. Tais eventos mexem com todo o corpo humano, tanto
no que refere à parte fisiológica, como a alteração da produção de hormônios e
neurotransmissores, quanto a parte psicológica podendo afetar a cognição tal como a memória.
Diante deste quadro, o conhecimento deste trauma, sua origem, seu quadro sintomático e a
prevalência é de suma importância para o diagnóstico correto que é um grande desafio, pois
envolve a exposição da vítima que pode se negar a relatar o que realmente possa ter ocorrido
por trazer um possível e grande constrangimento.

Palavras-chave: Transtorno de Estresse Pós-traumático. Cognição. Diagnóstico. Violência.

Data de Submissão: 17/06/2020.

Data de Aprovação: 01/07/2020.

1
Graduando em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: coliveirarj@gmail.com
2
Graduando em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: joaaovsoares@hotmail.com
3
Graduanda em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: luanamarquesj@gmail.com
4
Graduando em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: maros.xavier.17@gmail.com
5
Graduanda em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: animancamix@hotmail.com.br
2

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo o desenvolvimento teórico conceitual sobre o


Transtorno de Estresse Pós-Traumático, também conhecido como TEPT. Como ele se
desenvolve no ambiente de trabalho, no âmbito familiar, no trânsito ou nas cidades diante de
um evento estressor? Como se desenvolve as respostas fisiológicas, psicológicas, emocionais,
hormonais e os comportamentos por quem sofre desse transtorno e quais os sintomas que são
gerados nas pessoas que são expostas a um evento traumático?
Os eventos traumáticos podem ter naturezas diversas, seja as catástrofes naturais, as
violências urbanas, dentre as quais a violência familiar (física, psicológica, sexual ou
negligência e suas diferentes expressões), os assaltos, as ameaças de morte, dentre outras. Uma
vez expostos a estes eventos, como o TEPT desencadeia os sintomas característicos deste
trauma, tal como o medo, desespero, horror, etc.? Estes eventos e seus sintomas geram impactos
na sociedade tal como no ambiente de trabalho, pois é neste lugar onde a maioria das pessoas
passam a maior parte do tempo e até mais do que com as suas respectivas famílias e são nestes
lugares onde, primeiramente, são afetados em virtude da ausência ocasionada em virtude destes
eventos.
Para o desenvolvimento deste artigo foi utilizada a metodologia qualitativa básica,
explicativa onde foi desenvolvido uma pesquisa para elucidar o TEPT e suas consequências. A
forma de pesquisa foi bibliográfica onde foram consultados artigos científicos do tema que foi
tratado, através da internet com acesso aos sites de artigos científicos, como o periódico
CAPES, o site The Scientific Electronic Library Online (Biblioteca Eletrônica Científica
Online, tradução nossa) e o portal de Periódicos Eletrônicos de Psicologia.
O Transtorno de estresse pós-traumático é desenvolvido através de uma resposta
psicológica e neurobiológica e com alterações cognitivas do corpo humano, quando exposto a
um ou mais eventos traumáticos, seja pessoalmente ou como testemunha a eventos traumáticos
com um familiar ou amigo próximo. Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais V (2014) conhecido como DSM-V, a característica essencial do TEPT é
o desenvolvimento de sintomas característicos após a exposição (critério A) de um ou mais
eventos traumáticos. A pessoa revive o evento traumático (critério B), tem comportamentos de
evitação de estímulos associados ao trauma (critério C), passa a ter as crenças negativas a
respeito de si, dos outros e do mundo desenvolvendo estados emocionais negativos (critério D),
tendo seu comportamento alterado (critério E) por mais de um mês (critério F). É importante
notar que os sintomas do TEPT não ocorre em virtude de substâncias tal como álcool,
medicamentos, drogas... (critério H).
Conforme Blanco e Canto-de-Souza (2018), no modelo cognitivo-comportamental, o
desenvolvimento do TEPT ocorre por meio do condicionamento clássico Pavloviano através de
pareamentos de estímulos neutros e condicionados, no qual o trauma é considerado o estímulo
incondicionado (EI) capaz de evocar respostas incondicionadas (RI) de medo. Estímulos
neutros (EN) presentes na situação, como, por exemplo, estímulos contextuais, tornam-se
capazes de eliciar respostas de ansiedade, passando então a serem denominados estímulos
condicionados(EC) capazes de evocar respostas condicionadas de ansiedade (RC). Já a
manutenção do transtorno se dá pelo condicionamento operante de Skinner, visto que a
ansiedade intensa faz com que ocorra a evitação de situações que lembrem o trauma (EC), o
que geraria um alívio momentâneo. Assim, a evitação dos ECs passa a ser reforçada
negativamente, impedindo a extinção da associação entre o EI e EC, que normalmente ocorreria
quando o EC é apresentado sem o EI. Além disso inúmeros estímulos presentes na situação
podem adquirir a capacidade de evocar respostas de ansiedade por meio de processos de
generalização e condicionamentos de ordem superior.
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1. O TEPT E O SEU DESENVOLVIMENTO NO DECORRER DA HISTÓRIA

De acordo com os eventos estressores ocorridos no decorrer da história, não levando em


consideração a origem do evento, foi somente a partir de 1850, com o desenvolvimento das
inovações da tecnologia nos meios de transportes, é que se formularam ideias sobre os traumas
sofridos pelas pessoas que foram vítimas de acidentes, uma vez que com o aumento da
população e o desenvolvimento nos meios de transportes ferroviários e com sua popularização
e crescimento, mais e mais pessoas aderiram a este tipo de locomoção e, através desta
popularização e a procura crescente de viagens, aumentou-se também os acidentes causados
por fatores diversos atingindo em cheio quem dependia deste meio de transporte, não somente
causando mortes ou danos físicos, mas principalmente danos que aparentemente não são
visíveis e que ficaram estruturados durante muito tempo na mente das pessoas, afetando a
maneira de viver de cada um e influenciando as atitudes em meio a situações que possam
lembrar de alguma forma o trauma sofrido.
Várias interpretações para a etiologia dos fenômenos apresentados nas vítimas de
acidentes ferroviários foram propostas, dentre as quais, de forma orgânica e funcional.
Posteriormente, em virtude da guerra, onde grande quantidade de casos ocorreram, as teorias
foram refinadas e desenvolvidas, inclusive com a proposição de intervenções terapêuticas.
Apesar de ser evidente a associação entre as causas e efeitos mediante a um evento
estressor, apresentando um conjunto de características, foi somente na década de 1980 que os
profissionais de saúde mental reconheceram o TEPT como um construto psicológico válido,
bem como uma condição passível de diagnóstico e tratamento.
Segundo Cunha e Borges, 2013, o primeiro a usar o termo “neurose traumática” foi
Hermann Oppenheim, um neurologista alemão que defendeu que a lesão funcional era o
principal desencadeador da síndrome em questão e em seguida, Pierre Janet viria a dizer que a
vivência de um trauma tende a ser dissociada psicologicamente. Isto significa que a pessoa, por
não conseguir lidar conscientemente com ele, dissocia-o da consciência. No entanto, em alguns
momentos da vida, as lembranças traumáticas podem reaparecer, seja na consciência, seja no
corpo por meio de paralisias, conversões, entre outras, as quais podemos chamar de
psicossomáticas, ou seja, patologias que aparecem no corpo humano que tem sua origem, não
na fisiologia do corpo, mas na parte psicológica do corpo.
Ainda conforme Cunha e Borges, 2013, Freud também desenvolveu os conceitos de
neurose, neurose traumática e neurose de guerra. A neurose é definida com base em um
acontecimento impactante, externo à pessoa, com perigo iminente de morte, em que a noção de
acidentalidade e de singularidade são imprescindíveis para compreensão do conceito. Já na
visão da abordagem cognitiva para o TEPT, proposta por Ehlers e Clark (2000), tem recebido
um crescente apoio.
O TEPT pode se desenvolver também quando tem relação com situações de Guerras,
atentados, violências, onde o impacto emocional é vivido de forma muito intensa deixando
marcas traumáticas no indivíduo. Como exemplos, podemos trazer “A Guerra civil Americana,
A Primeira Guerra Mundial, A Segunda Guerra Mundial, A Guerra do Vietnã e os atentados de
11 de Setembro de 2001”. Esses eventos trouxeram grandes prejuízos emocionais para as
pessoas que vivenciaram o evento.

2. O QUE É O TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

O TEPT, é um transtorno que, conforme o DSM-V (2014), p. 266, está enquadrado na


seção II dentro dos Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores que incluem transtornos
nos quais a exposição a um evento traumático ou estressante está ligada explicitamente como
um critério diagnóstico. Além do TEPT, se enquadram neste tópico o Transtorno de Apego
4

Reativo, Transtorno de interação Social Desinibida, Transtorno de Estresse Agudo, e os


Transtornos de Adaptação.
Na classificação do DSM–V (2014), há alguns critérios de diagnósticos que estão dentro
do TEPT e estão listados a seguir. O critério A se refere a exposição que a pessoa tem a um
evento traumático, a um episódio concreto ou ameaça de morte, uma lesão grave ou violência
sexual vivenciado diretamente pelo indivíduo ou que tenha testemunhado pessoalmente o
evento traumático ocorrido com outras pessoas, sabendo que este evento ocorreu com um
familiar ou um amigo próximo. Nos casos de episódio concreto ou ameaça de morte envolvendo
um familiar ou um amigo, é preciso que este evento tenha sido de forma violenta ou acidental.
Além de vivenciar ou testemunhar um evento traumático, a exposição de forma repetida ou
extrema a detalhes aversivos de um evento traumático (p. ex., socorristas que recolhem restos
de corpos humanos; policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil), também
geram o TEPT, se excluindo deste último a exposição por meio de mídia eletrônica, televisão,
filmes ou fotografias, a menos que esta exposição esteja relacionada ao trabalho.
O critério B se refere a sintomas intrusivos associados ao evento traumático começando
após este evento ocorrer. Tais sintomas se referem a lembranças intrusivas de forma
angustiante, recorrente e involuntária. As pessoas que sofrem de TEPT, tem sonhos
angustiantes recorrentes e o seu conteúdo ou sentimentos estão relacionados ao evento
traumático e com reações dissociativas, tal como os flashbacks, na qual a pessoa sente ou age
como se o evento estivesse acontecendo novamente podendo até ter a perda completa da
percepção do ambiente ao redor. Diante deste transtorno, pode ocorrer um sofrimento
psicológico intenso ou prolongado com reações fisiológicas intensas diante da exposição a
sinais internos ou externos que simbolizem ou se assemelhem a algum aspecto do evento
traumático.
É importante ressaltar que diante das lembranças, as crianças acima de 6 anos podem
ter brincadeiras repetitivas na qual o tema ou aspectos do evento traumático são expressos. Já
diante de sonhos angustiantes, estas crianças podem ter pesadelos sem que haja um conteúdo
identificável. Nos Flashbacks, as reencenações específica do trauma podem aparecer em forma
de brincadeiras.
Nas ocorrências deste trauma em crianças abaixo de 6 anos, será tratado mais adiante.
No critério do C ocorre o comportamento de evitação de estímulos associados ao evento
traumático de forma a evitar recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes ou evitar
lembranças de pessoas, lugares, conversas, atividades, objetos, situações que despertem
recordações, pensamentos ou sentimentos angustiantes que se refere ou está associado ao
evento traumático.
O critério D ocorre amnésia de algum aspecto do evento traumático e as crenças e
expectativas são negativas, persistentes e exageradas, a respeito de si mesmo, dos outros e do
mundo (p. ex., “Sou mau”, “Não se deve confiar em ninguém”, “O mundo é perigoso”, “Todo
o meu sistema nervoso está arruinado para sempre”). Começa a culpar a si mesmo e os outros
apresentado um estado emocional negativo e persistente de medo, pavor, raiva, culpa ou
vergonha, perdendo o interesse ou participação em atividades significativas, apresentando
também sentimentos de distanciamento e alienação em relação aos outros e perdendo a
capacidade de apresentar emoções positivas, tal como sentimentos de felicidade, satisfação ou
amor.
O critério E apresenta alterações marcantes na excitação e na reatividade associadas ao
evento traumático começando após o evento, ou no caso de sintomas já presentes, apresentando
piora. A pessoa com TEPT apresenta comportamento irritadiço apresentando surtos de raiva
com pouca ou nenhuma provocação e geralmente expressos sob a forma de agressão verbal ou
física em relação a pessoas e objetos. Apresenta também comportamento imprudente ou
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autodestrutivo, hiper vigilância, resposta de sobressalto exagerada, problemas de concentração,


perturbação do sono como iniciar, manter ou ter o sono agitado.
O critério F diz que os critérios B, C, D e E tem duração maior que um mês causando
perturbação e ocasionando o sofrimento clínico significativo com prejuízo social, profissional
(critério G) ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. O critério H menciona que a
perturbação não se deve a efeitos fisiológicos relativo a substâncias, seja álcool ou algum
medicamento ou outra condição médica.
Há ainda os casos de sintomas dissociativos que não estão atribuídos aos efeitos
fisiológicos de uma substância ou alguma outra condição médica. A despersonalização se
define como a sensação da pessoa se sentir separado ou como se fosse um observador externo
dos processos mentais ou do corpo. É como se a pessoa se sentisse em um sonho, uma sensação
de irrealidade de si ou do corpo como se estivesse em câmera lenta. A desrealização são
experiências persistentes e recorrentes de irrealidade do ambiente ao redor, é como se o mundo
fosse irreal, onírico, distante ou distorcido.
O TEPT também pode ocorrer com expressão tardia, ou seja, se todos os critérios
diagnósticos não forem atendidos até pelo menos seis meses depois do evento.
Conforme observamos, os critérios que definem os sintomas do TEPT, conforme o
DSM-V (2014), ocorre em crianças acima de 6 anos e pessoas adultas. Mas o que se pode
observar nas crianças com menos de 6 anos, ou o que tem de diferente em relação aos sintomas?
Dentro do critério A, observa-se que a criança abaixo de 6 anos pode testemunhar
pessoalmente o evento ocorrido necessariamente com o pai, a mãe ou o cuidador. Este
testemunho não inclui eventos vistos em mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias e sim
de forma presencial. Neste critério, em comparação aos adultos, se exclui as exposições de
forma repetida ou extrema a detalhes aversivos de um evento traumático.
No critério B, no que concerne às lembranças do evento traumático, elas são espontâneas
e intrusivas e podem não parecer necessariamente angustiantes e são expressas como
reencenação em brincadeiras. Em relação aos sonhos angustiantes recorrentes nos quais o
conteúdo e/ou a emoção do sonho estão relacionados ao evento traumático, pode não ser
possível determinar que o conteúdo assustador esteja relacionado ao evento traumático.
A diferença no critério C para crianças com menos de 6 anos, se apresenta na evitação
de atividades, lugares, lembranças físicas, pessoas, conversas ou situações interpessoais que
despertem recordações do evento traumático excluindo a evitação de recordações, pensamentos
ou sentimento angustiantes associados ao evento traumático que estão presentes em pessoas
adultas e crianças com mais de 6 anos.
Estão presentes dentro das alterações negativas em cognições, uma frequência
substancialmente maior de estados emocionais negativos (p. ex., medo, culpa, tristeza,
vergonha, confusão). O Interesse e a participação em atividades significativas são bastante
diminuídos, incluindo redução do brincar. O comportamento social é retraído e há uma redução
persistente na expressão de emoções positivas.
O critério D para crianças com menos de 6 anos se assemelha com o critério E para os
adultos com a diferença de que no item 1 ocorre acesso de raiva extremo, não estando presente
o comportamento imprudente ou auto destrutivo presente em crianças acima de 6 anos, jovens
e adultos.
De forma sucinta, e diante destes argumentos, observa-se que o TEPT é um transtorno
que ocorre após um mês, ou quatro semanas, de um trauma ocorrido com a pessoa onde ela foi
vítima ou foi testemunha de um fato ocorrido com um amigo próximo ou familiar.
Necessariamente, este evento houve ameaça de morte, seja de ordem natural, acidental ou
provocada. Este evento, diante do perigo, causou um grande susto, pavor, ocasionando um
grande medo, desencadeando no corpo humano alterações na produção de neurotransmissores
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e hormônios, fazendo com que a essa pessoa revivencie este estado todas as vezes que estiver
presente em situações semelhantes ao trauma ocorrido.

3. TEPT: NEUROBIOLOGIA E AS FUNÇÕES COGNITIVAS

O corpo humano apresenta diversas reações diante de quaisquer eventos nos quais o
indivíduo possa passar. Quando se fala em corpo humano, entende-se que, conforme o tema do
artigo proposto, se refere ao corpo fisiológico, onde se fala das reações dos neurotransmissores,
hormônios e suas ações na fisiologia e o seu equilíbrio, que se chama homeostase, e o corpo
psicológico, onde se fala sobre as emoções, reações que ficam armazenadas na memória e
conforme o dia a dia, é resgatado da memória um conjunto de reações que se apresentam quando
confrontado com situações que possam lembrar tais eventos.
Diante da exposição a um evento de tamanha magnitude, o corpo humano tem uma
resposta biológica a estes eventos estressores que envolve ativação do sistema endócrino e
imunológico, bem como de circuitos neurais específicos (KRISTENSEN; PARENTE;
KASZNIAK, 2003).
Além da resposta biológica que o corpo humano tem diante de um evento estressor, há
também uma resposta psicológica que se adapta com o mesmo , podendo desencadear uma
depressão e a outras psicopatologias.
De acordo com os eventos estressores ocorridos no decorrer da história, não levando em
consideração a origem do evento, foi somente a partir de 1850, com o desenvolvimento das
inovações da tecnologia nos meios de transporte, é que se formularam ideias sobre os traumas
sofridos pelas pessoas que foram vítimas de acidentes uma vez que com o aumento da
população e o desenvolvimento nos meios de transportes ferroviários e com sua popularização
e crescimento, mais e mais pessoas aderiram a este tipo de locomoção e, através desta
popularização e a procura crescente de viagens, aumentou-se também os acidentes causados
por fatores diversos atingindo em cheio quem dependia deste meio de transporte, não somente
causando mortes ou danos físicos, mas principalmente danos que aparentemente não são
visíveis e que ficam estruturados durante muito tempo na mente das pessoas, afetando a maneira
de viver de cada um e influenciando as atitudes em meio a situações que possam lembrar de
alguma forma o trauma sofrido.
Várias interpretações para a etiologia dos fenômenos apresentados nas vítimas de
acidentes ferroviários foram propostas, dentre as quais, de forma orgânica e funcional.
Posteriormente, em virtude da guerra, onde grande quantidade de casos ocorreram, as teorias
foram refinadas e desenvolvidas, inclusive com a proposição de intervenções terapêuticas.
Apesar de ser evidente a associação entre as causas e efeitos mediante a um evento estressor,
apresentando um conjunto de características, foi somente na década de 1980 que os
profissionais de saúde mental reconheceram o TEPT como um construto psicológico válido,
bem como uma condição passível de diagnóstico e tratamento. Dentre os 60% a 90% da
população que são expostos a um evento estressor traumático durante a vida, é estimado que
somente 8% a 9% deste total que irão desenvolver o Estresse Pós-Traumático e mesmo
possuindo esta porcentagem, aparentemente baixa, o TEPT tem sido considerado o quarto
transtorno mental mais comum, resultando diretamente em consequências sociais e econômicas
significativas, uma vez que quem sofre deste transtorno, tem suas atividades do dia a dia
modificadas diante do comportamento de evitação a possíveis episódios que possam fazer
revivenciar a experiência traumática. Diante de prejuízos cognitivos apresentados no TEPT,
tem sido sugerido a avaliação neuropsicológica para que possa contribuir a elucidar a extensão
destes prejuízos.
Foi durante a década de 1930 que houve uma contribuição fundamental na investigação
dos efeitos neurológicos no corpo humano quando exposto a evento estressores onde foi
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detectada a natureza paradoxal da resposta do corpo. Os sistemas corporais de proteção do


organismo, quanto ativados permanecem durante algum tempo, porém retorna da forma anterior
para manter a homeostase do organismo, porém esta ativação, que é realizada para preparar o
organismo para uma resposta, é o mesmo que pode causar prejuízos se não retornar ao estágio
anterior, antes da ativação.
Segundo Kristensen, Parente e Kaszniak, 2003, a resposta biológica a eventos
estressores depende da ativação do complexo locus-ceruleus-noradrenalina-sistema nervoso
simpático e do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) em especial do hipotálamo. O evento
estressor é qualquer estímulo ou evento capaz de provocar estresse. Porém, as regiões que as
células do núcleo paraventricular promovem a síntese e secreção do hormônio de liberação da
corticotrofina (CRH) e neuro peptídeos como a vasopressina. Esses peptídeos passam do
hipotálamo à hipófise anterior, onde o CRH estimula a síntese e a liberação do hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH) na circulação sistêmica. Por sua vez, o ACTH circulante estimula
a liberação de glicocorticoides pela suprarrenal. Esses hormônios esteroides adrenais, dentre os
quais destaca-se no ser humano o cortisol, desempenham um papel central na resposta a eventos
estressores, produzindo lipólise, glicogenólise e o catabolismo de proteínas, mantendo altas as
concentrações de substratos energéticos no sangue, além de suprir a resposta imunológica do
organismo. Em uma situação normal do dia a dia, ao cessar a exposição a um evento estressor,
o eixo HHA promove uma autolimitação do sistema, porém, em pessoas que desenvolvem o
TEPT, evidencia-se um aumento na sensibilidade do eixo HHA, resultando na diminuição do
cortisol plasmático e urinário. Desta forma, na neurobiologia do TEPT se caracteriza pela
diminuição dos níveis basais de cortisol, resultante do aumento na inibição por retroalimentação
(feedback) negativa, secundário ao aumento no número e sensibilidade dos receptores
glicocorticoides. No processo de retroalimentação, estão envolvidas neste processo, as
estruturas encefálicas como o hipocampo, o hipotálamo, a amigdala e o córtex pré-frontal e tem
sido identificadas em estudos clínicos em indivíduos com TEPT. Assim alterações no eixo HHA
e no complexo locus-ceruleus- noradrenalina-sistema nervoso simpático tem sido associadas a
prejuízos em diversos sistemas funcionais nos indivíduos com TEPT.

4. O DIAGNÓSTICO DO TEPT E SUAS DIFICULDADES

O sintoma de reexperimentar este evento faz com que o indivíduo já antecipe o


sofrimento por medo de viver essa experiência traumática novamente, evitando tudo que possa
linkar com o trauma ocorrido, desenvolvendo sintomas de hiper estimulação autonômica.
A oficialização do diagnóstico do TEPT no DSM-III vem sofrendo mudanças, pois
estudos mostram que nem todos que passam por algum trauma estressor desenvolvem essa
síndrome.
Segundo Figueira e Mendlowicz, 2003, para o DSM-III, 1987, os eventos catastróficos
incluíam violência doméstica, violência civil, violência de guerra, acidente de carro, desastres
naturais, aprisionamento em campo de extermínio, combate militar, agressão física, estupro e
tortura e no DSM-V, 2014, o TEPT, passou a figurar na categoria de traumas e transtornos
relacionados ao estresse, embora mantenha relação com os transtornos de ansiedade como era
no DSM-IV, 1994.
Pesquisas mostraram que muitas pessoas expostas a eventos traumáticos catastróficos
não desenvolvem o TEPT, o que depende muito do indivíduo no contexto geral, biopsicossocial,
e que podem passar pelo mesmo trauma e não apresentar o mesmo diagnóstico. Com as
pesquisas, fica evidente que não depende só do evento externo e sim, também os fatores
internos, subjetivos das pessoas, onde cada um vive esse momento com sentimentos e emoções
diferentes.
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A grande dificuldade está relacionada à barreira na comunicação, cabendo ao clínico


passar a confiança nesta aliança, com tato e respeito quando o TEPT está associado a segredo
e a vergonha. É importante destacar que evitar falar dos assuntos relacionados ao Transtorno
de Estresse Pós-Traumático fazem parte dos sintomas. Geralmente esses constrangimentos
ocorrem com mulheres vítimas de estupros, uma vez que o trauma sexual é a causa mais comum
de TEPT no sexo feminino.
É muito difícil diagnosticar, pois nem todas as pacientes falam de seus traumas sofridos.
O clínico tem que direcionar de forma muito cuidadosa e profissional perguntas feitas dentro
de uma abordagem empática, receptiva e sem pré-julgamentos. Geralmente esses pacientes têm
relações com drogas, sofrem de depressão, se afastam da sociedade, se escondem da família, e
podem apresentar sinais como fraturas ou machucados (por espancamento). Em alguns casos,
é difícil o diagnóstico por conta da falta de confiança do paciente com o clínico, o qual deverá
mudar a forma de abordar o assunto, buscando trazer à tona o desconforto daquele sujeito, com
uma abordagem menos direta.
Uma outra característica do TEPT é que ela pode ser diagnosticada em pacientes que
apresentam neoplasia, que é uma multiplicação anormal de células de um tecido, podendo
ocasionar consequências graves ao organismo e ela pode ser definida como um tumor que surge
devido ao aumento anormal do número de células. Pacientes com neoplasia podem desenvolver
o TEPT, ou doenças coronarianas que podem desencadear em eventos traumáticos.
O diagnóstico é feito se o sintoma no sujeito perdurar após quatro semanas do trauma
sofrido. O transtorno de estresse pós-traumático está ligado a um evento de natureza extrema,
onde a sintomatologia se desenvolve de forma aguda. Com os sintomas, estão as recorrentes
lembranças do evento tal como a esquiva, o desânimo emocional entre outros. Outro critério
para o diagnóstico é o comprometimento social e ocupacional.
Segundo o DSM-V, (2014), a revivência do Trauma é uma característica observada
somente no TEPT e nenhuma outra patologia apresenta este sintoma. A pessoa é acometida de
pensamentos e recordações do evento, e mesmo querendo se livrar desses pensamentos, eles
permanecem no sujeito conhecidas como recordações intrusivas, trazendo medo, raiva,
impotência, vulnerabilidade, vergonha, tristeza e culpa. Pode aparecer a qualquer momento e
sem aviso prévio. Sobre essas lembranças, alguns autores consideram esse transtorno como
patologia da memória, onde o paciente fica preso a uma memória doente do passado e vivesse
um presente vazio de expectativas.
A esquiva e entorpecimento emocional acontecem quando o sujeito evita o contato com
tudo que possa relembrar o evento, podendo ele, para fugir das lembranças, fazer uso de drogas
para anestesiar o sofrimento que passa pelo seu psiquismo.
Já o entorpecimento psíquico, onde o paciente se anestesia, ele paralisa todas as funções
da sua vida e até as prazerosas. O paciente vegeta em vida com sentimentos à flor da pele e
emoções atropelada se afastando de familiares e amigos e vivendo o presente de forma tensa e
com memórias doentes do passado.
Hiper estimulação autonômica é um tipo de sintoma mais observável, como insônia,
irritabilidade, atenção redobrada, queixas somáticas como fadiga, tonturas, cefaleias, tremores,
entre outros. É de grande importância para a psiquiatria o estudo do TEPT que ajudou muito
aos pacientes que sofrem de traumas à busca por um diagnóstico preciso dentro do campo da
saúde mental.
Conforme Blanco e Canto-de-Souza, 2018, estudos epidemiológicos tem mostrado que
o número de afetados por transtornos mentais aumentam progressivamente e vem variando
atingindo 4,3% da população da China e indo até 26% nos EUA.
O TEPT é um transtorno que anexa os mecanismos de ansiedade e memória e esse
transtorno é considerado mais frequente na população de praticamente todos os países, de 2,4%
até 18,2% (DEMYTTENAERE et al... 2004 apud BLANCO; CANTO-DE-SOUZA, 2018).
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Um dos sintomas mais comuns dos transtornos é a ansiedade, que pode ser física ou
cognitiva. Subsequentemente com taquicardia, sudorese ou antecipação dos eventos negativos
(BRUNONI, 2008 apud BLANCO; CANTO-DE-SOUZA, 2018).
Embora o temo ansiedade seja pejorativo, no que se relaciona a transtornos, é uma
resposta normal do sujeito ao seu meio, sendo muito mais necessária do que patológica. Ela
alerta sobre possíveis danos físicos, punições, separação e ou ameaças a integridade, fazendo
que o organismo tome medidas cabíveis à situação que se encontra, para reduzir suas ameaças.
Tendo a ansiedade grande valor adaptativo assim como o medo, ela é definida como um estado
de tensão difusa, que pode acompanhar alterações físicas e cognitivas, sendo ativada em
situações de perigo ou ameaça em potencial, existindo o conflito entre a aproximação e
evitação. O medo por si só ocorre em situações de perigo real onde o sujeito foge, congela ou
luta.
As respostas também podem estar relacionadas a distância física do elemento estressor,
sendo assim, a ansiedade em seu estado normal do organismo, corresponde a fatos citados acima
de perigo iminente ou real além de ameaças em potencial, e em sua patologia existe uma
exacerbação dos sentidos ou ocorrem em situações onde ela não deveria ser apresentada.
Pessoas com TEPT podem apresentar maiores picos de desafetos como insatisfação,
desgosto, medo, crenças negativas, sentimento de culpa, alterações de memória, atenção e
funções executivas. Este transtorno também pode estar associado ao desenvolvimento de
depressão, ansiedade e dificuldades cognitivas.
Estudos apontam que até 90% da população mundial será exposta a situações que
possam potencializar o transtorno, e mesmo que muitos não desenvolvam o TEPT, ele tem sido
considerado de alta prevalência, sendo o 3° transtorno de ansiedade mais frequente atualmente.
Diante do seu diagnóstico, o TEPT apresenta sintomas diversificados e ocorre junto com
outras patologias o que dificulta identificar o trauma e o encaminhamento para uma psicoterapia
de forma específica. Cabe o Psicólogo, no decorrer da psicoterapia, a efetiva investigação, não
somente das queixas apresentadas pelo paciente, mas o que está por trás da queixa. O fato é que
os sintomas são similares com tantas outras patologias e se não houver um comprometimento
por parte do paciente em falar tudo o que ocorreu, sem ressalvas ou vergonhas, fica muito difícil
sua identificação e ação direta na sua origem e se torna um desafio atravessar esta barreira
construída pelo sujeito em virtude da cultura da sociedade que se está inserida.

5. O TEPT E A VIOLÊNCIA FAMILIAR E NO TRÂNSITO

Para caracterizar o TEPT, é imprescindível que os sintomas estejam ocorrendo há mais


de um mês e causem prejuízo em áreas importantes da vida da pessoa. No critério (b) - sobre a
esquiva - o adulto geralmente tem sonhos aflitivos e episódios de flashbacks com o evento.
Entretanto, a criança ao sonhar, poderá não identificar o conteúdo do mesmo e os flashbacks
são substituídos pela reencenação do evento traumático, por intermédio de brincadeiras com
conteúdo recorrentes. Assim como nos adultos, nem todas as crianças que passaram por algum
evento traumático, necessariamente, desenvolveram o TEPT porque fatores ambientais,
contextuais, bem como a trajetória de vida da criança, contribuem para o não desenvolvimento
do transtorno. Nestes casos, caracterizam-se como crianças resilientes, as quais, embora
estivessem em situação de risco, conseguem enfrentá-lo sem apresentar comprometimento
psicológico (CUNHA; BORGES, 2013).
A respeito da violência física, Waiselfisz (2012 apud CUNHA; BORGES, 2013)
constatou que a violência física é o tipo mais frequente, e atinge crianças e adolescentes entre
01 e dezenove anos. Os principais agressores são os pais, compreendidos pelo pai e/ou padrasto,
mãe e/ou madrasta. Essa mesma vertente e as principais vítimas são as do sexo feminino. Esse
estudo menciona que crianças, entre quatro a seis anos, sofrem muito com a violência física
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paterna e, ao se tornarem adolescentes, o tipo de violência praticada pelo pai tende a mudar.
Uma das explicações dos autores refere-se ao fato de que o adolescente adquire força e
geralmente desenvolve alternativas para se proteger do adulto, o que não é possível quando se
é criança.
Outro tipo de violência observada é a sexual. Esta se caracteriza por todo jogo sexual
ou ato, entre um ou mais adultos, e envolve uma criança ou adolescente e de natureza
heterossexual ou homossexual, com o objetivo de estimular a vítima sexualmente, assim como,
conseguir estímulo para si ou outra pessoa. Destaca-se que uma das formas de violência sexual,
que atinge crianças e adolescentes de maneira impactante para o seu desenvolvimento é o abuso
sexual. O adulto, geralmente estabelece com a criança uma relação de confiança e até mesmo
de força, com intuito de obter gratificação sexual. Geralmente, um ano é o tempo que transcorre
entre o abuso até o relato da criança para alguém de confiança. As meninas, de cinco a dez anos
de idade, são as principais vítimas e geralmente procuram suas mães para pedir ajuda.
Portanto, com base nos conhecimentos elucidados, torna-se fundamental a busca pelos
encaminhamentos necessários às crianças e/ou aos adolescentes vítimas de violência familiar,
objetivando o manejo adequado na tentativa de minimizar os impactos na própria infância ou
adolescência e, por conseguinte, na vida adulta.
Segundo Blanco e Canto-de-Souza (2018), o TEPT apresenta uma taxa de 1% à 14%
na população urbana, alvo do estudo sendo observada entre 40% a 80% das pessoas que passam
por situações estressoras como violência urbana, familiar ou sexual.
Foi feito um levantamento sobre a relação entre a violência no trabalho de motoristas
de transporte coletivo e o TEPT nas grandes metrópoles brasileiras onde é percebido que as
condições de trabalho são menos favoráveis. Os motoristas relataram que o grande fluxo de
carros são uma das problemáticas, pois o barulho e a poluição comprometem o desempenho
profissional. Todas as cidades pertencentes às grandes metrópoles, os dados relevantes sobre as
queixas resultaram em deficiência de fatores internos, que são aqueles que aparecem em forma
de doenças crônicas, a visão e audição comprometidas, fadiga, estresse, os problemas pessoais
e o abuso de álcool por conta disso e os fatores externos, que são assim chamados, pois são as
questões das exigências dos motoristas referente a ausência de condições sanitárias favoráveis.
Estes conjunto de fatores, internos e externos, são determinantes para a violência urbana,
pois não apenas de forma direta como o assalto, mas indiretamente como reclamações de
passageiros, que ficam em cima dos motoristas e cobradores com suas exigências e reclamações
e o próprio trânsito caótico que há nas grandes cidades. Estes fatores também causam acidentes,
lembrando que todas estas questões apontadas anteriormente não ocorrem apenas nas grandes
metrópoles, mas se agrava por serem mais populosas, pois nas pequenas cidades também
ocorrem, mas de uma forma menos aparente.
Conforme é mencionado em Alves e Paula, 2009, no Brasil os estudos apontam que o
impacto da violência urbana nos profissionais rodoviários sobre a saúde mental ainda são
poucos mencionados. Foi feito um estudo por alguns autores, conforme relatam França, Santos
e Rubino (1998 apud ALVES; PAULA, 2009),os dados das pesquisas mostraram que 37,2% se
sentiam mais agitados, estressados e preocupados, e 30,3% se assustavam com certa facilidade
depois de já terem sofrido práticas de assalto no trabalho. A pesquisa realizada em Salvador,
que contou com 130 trabalhadores, mostrou que esses colaboradores sofriam agressões físicas,
ameaças e assaltos a mãos armadas e esses seriam os principais fatores com grande potência da
saúde mental a ser afetada, sendo assim a violência urbana como um evento traumático externo.
Em Belo Horizonte teve um aumento significativo de medo de assaltos e 72,6%
acabaram desenvolvendo distúrbios gastrointestinais e o nível de estresse era tão grande que
causavam sintomas de diarreias, azias e gastrites.
Como viver sempre angustiado e sobre pressão, se questionando se vai sofrer algum
assalto? Na maioria destes, são realizados à mão armada, onde o motorista fica com uma arma
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apontada para sua cabeça, sofrendo ameaças constantes, com um assaltante nervoso e, às vezes,
inexperiente ficando à mercê do que irá acontecer, sem saber se irá viver ou morrer. E vivendo,
como continuar a jornada de trabalho? Os motoristas são obrigados a pararem em todos os
pontos onde tem passageiros dando sinal, mesmo que o passageiro apresente um perfil, que eles
denominaram como possíveis infratores. Tal perfil é do sexo masculino, na idade
aproximadamente 15 a 30 anos , trajando um estilo bem descontraído e à vontade, de bermuda,
chinelo, e aí aparece o desgaste psíquico. Então entra a questão: parar e obedecer as regras da
empresa, ou salvar a sua vida de várias pessoas que ali estão? Esta temática é de suma
importância para a população, mas o que fazer para ajudar esses colaboradores que estão mais
visados e à mercê da criminalidade?
Acredita-se que propor às empresas disponibilizarem profissionais qualificados para
atender e dar esse suporte emocional para os cobradores e motoristas de ônibus, onde poderá
ajudar esse sujeito a lidar com as questões sofridas e como são assimiladas por quem é vítima
deste tipo de violência.

6. O TEPT NA ABORDAGEM COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Na definição central da abordagem cognitiva, o processamento cognitivo do TEPT é


influenciado diante de uma sensação de ameaça atual e real e esta sensação de ameaça é
consequência de interpretações exageradas de forma negativa do trauma e das consequências
que ele gerou. A natureza da memória do evento traumático é caracterizada por uma pobre
elaboração e integração em relação à memória autobiográfica, por uma forte memória
associativa e uma forte pré-ativação perceptual.
Essa sensação de ameaça atual, uma vez ativada, é seguida por sintomas característicos
do TEPT tal como revivência persistente do evento traumático e excitabilidade aumentada,
além de outros estados emocionais.
Para que o Transtorno de Estresse Pós-Traumático possa a vir ocorrer, a se desenvolver,
há necessidade de um grande significado emocional no evento. Entende-se que o estressor pode
ser através de um assalto, sequestro, estupro, ameaça real de morte, acidente de transito,
terrorismo, desastres naturais, dentre outros, e faz com que o indivíduo perca o controle físico
e psicológico da situação experimentando níveis elevados de ansiedade, alterando os padrões
normais da neuroquímica e, por conseguinte, das cognições, dos aspectos e dos
comportamentos.
No cérebro humano, diante de um evento desta magnitude, ocorre uma resposta
adaptativa à nova ordem imposta por estes eventos que desestruturam gerenciadores cognitivos
comportamentais. Estas respostas são dadas de acordo com a interpretação que damos ao evento
levando em consideração o conjunto de crenças, regras, pressupostos que de alguma forma
regem nosso modo de ver e interpretar a nós mesmos e ao o mundo. Conforme Blanco e Canto-
de-Souza (2018), a repercussão é sentida não apenas na estrutura neural, mas também em seus
efeitos funcionais, nas cognições formadas a partir do evento traumático, nas impressões
afetivas, nos comportamentos e nas reações fisiológicas.
Em virtude do evento traumático, o estresse é severo e prolongado e os mecanismos
compensatórios que permitem o corpo restaurar a homeostase podem ter uma resposta mal
adaptativa com um gasto energético elevado formando um novo estado de equilíbrio.
Estas experiencias traumáticas ficam armazenadas nas memórias cognitivas,
emocionais e motoras fazendo com que, através de pareamento e generalização de estímulos, o
cérebro comande vários estímulos fazendo as associações e eliciando respostas, das quais já
estão armazenadas nas memórias mencionadas anteriormente, mesmo que estes estímulos não
representem um real perigo.
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Conforme o modelo cognitivo-comportamental, o desenvolvimento do transtorno


ocorre por meio do condicionamento clássico de Pavlov. Tomamos como exemplo, uma assalto
à noite em uma rua escura. O assalto é um estímulo incondicionado (EI), a rua escura é um
estímulo neutro (EN) e a resposta não condicionada a um assalto é a ansiedade (RN). Quando
a pessoa é assaltada (EI), gera uma resposta incondicionada de ansiedade (RI) e quando é
pareado com o estímulo neutro, que neste caso é a rua escura, passa a gerar uma resposta
condicionada. Ou seja, na próxima rua escura, mesmo que não haja assalto algum, o organismo
tem uma resposta que foi aprendida no assalto, a ansiedade, ou seja, a pessoa ficará ansiosa
quando estiver um uma rua escura em virtude do pareamento dos estímulos.
Diante destes estímulos e respostas, que foi aprendida em virtude do trauma sofrido, é
esperado a extinção destas respostas com o passar do tempo, porém entende-se que através do
condicionamento operante de Skinner, a pessoa passa a reforçar esta resposta, não permitindo
que ela se extinga. Quando a pessoa evita sair à rua, pela ansiedade sentida ao estar exposta
novamente à situação originária do trauma, ela está reforçando negativamente o esquema de
esquiva, fazendo com que a resposta de esquiva aumente de frequência. Sair à rua supostamente
permitiria o controle ou a redução da ansiedade, mas essa fuga da exposição acaba por reforçar
seu trauma.
O processamento emocional acontece a partir da rede de informações que a pessoa
possui na memória sobre a situação traumática, sobre respostas comportamentais emitidas
normalmente nestas situações e sobre os significados atribuídos com os comportamentos
emitidos.
Blanco e Canto-de-Souza, (2018) afirmam que as respostas do TEPT também são
compreendidas através da teoria do desamparo aprendido. Através do estímulo aversivo, que
neste caso é o evento estressor, surgem reações de desamparo, que tem como produto final a
dificuldade de aprendizado e a emissão de novos padrões de respostas. Este modelo explicaria
o comportamento depressivo inerente aos pacientes que desenvolvem TEPT, bem como a
perceptível redução do padrão de respostas nos mais diversos níveis de interação como o
ambiente social e afetivo.
Existem algumas etapas que acontecem para que ocorra a formação de respostas
consideradas patológicas. Tais etapas estão mencionadas a seguir:
A “Vulnerabilidade Biológica” indica a predisposição do indivíduo a responder ao
estresse com hiper excitabilidade autonômica. Já a “Exposição Objetiva” requer que ocorra um
evento traumático, real ou presumido, que seja imprevisível e incontrolável. O acionamento da
rede de informações pré-existentes, incluindo percepções subjetivas e significados atribuídos
ao evento ocorrido. A “Hipervigilância” atua no foco seletivo de atenção às informações
ameaçadoras, reais ou presumidas. O “Esquema Condicionado de Revivência do Trauma” seria
uma tentativa de processar e integrar o ocorrido, gerando o processamento de informação do
evento traumático, e tendo como produto a ativação da emoção. A “Esquiva” surge como
tentativa de reduzir a ansiedade provocada pelos sintomas de revivência e situações
condicionadas ao trauma. O sucesso ou fracasso na formação de TEPT depende da capacidade
de ocorrência do processamento da informação, ou seja, se o processamento foi completado e
assimilado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se que o Transtorno de Estresse Pós-Traumático é um tema onde há uma


sintomatologia em comum para pessoas que foram vítimas de violências com ameaça de morte
ou presenciaram tal fato com pessoas amigas ou com familiares próximos. Apesar da clareza
destes sintomas, listados do DSM-V (2014), com tantos outros artigos científicos e livros sobre
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o tema nos dias atuais, a popularização do tema na sociedade, o estudo do TEPT é ainda
relativamente recente.
No decorrer da história da Humanidade foi presenciado diversas catástrofes, sendo elas,
os terremotos, maremotos, tsunami, grandes chuvas causadoras de enchentes, avalanches,
deslizamentos, erupções de vulcões, mas foi somente com o desenvolvimento da tecnologia nos
meios de transportes, onde começaram os estudos referente ao tema proposto. Mas o que tem a
ver o desenvolvimento da tecnologia com o TEPT? Percebe-se que com o desenvolvimento dos
meios de transportes, ocorreram aumento da demanda de pessoas em busca do meio de
locomoção entre o local onde se mora e o local onde se trabalha. Com o crescente aumento da
população, vieram também os problemas de infraestrutura e consequentemente o aumento da
criminalidade.
Em virtude deste aumento de demanda pelos meios de transporte, aumentou também os
acidentes ferroviários que fizeram muitas vítimas. Foi neste momento, nesta ocasião onde
começaram os estudos sobre os efeitos sintomáticos destes eventos, onde ocorreram grandes
estresses, sobre o funcionamento do corpo humano, seja na área fisiológica, seja na área
psicológica, seja na área social.
Percebe-se que diante dos temas explanados neste artigo, o TEPT é um transtorno
relacionado a trauma e a estressores e que seus sintomas são gerados diante da exposição de
uma pessoa a um evento traumático. Após o acontecimento do evento estressor, a pessoa que
sofreu o trauma, pode ser levada a ter lembranças e revivências, através de sensações, podendo
parecer para ela, de uma forma real, que o evento está acontecendo novamente, e diante destas
sensações, a pessoa deixa de sair para evitar certos lugares.
Observa-se que a pessoa que sofre deste trauma, carrega em sua vida uma série de danos
oriundo do evento sofrido. Tais danos são os fisiológicos, pois ocorreram mudanças no
funcionamento do corpo, na produção de neurotransmissores, de hormônios, trazendo um
desequilíbrio para o corpo. Já o dano psicológico é notado, pois fica registrada na memória um
conjunto de sintomas oriundo do trauma sofrida. O dano social ocorre em virtude da evitação,
pois a pessoa se ausenta da sociedade para evitar a revivência do trauma. Há também o
financeiro, pois a evitação faz com que ela deixe de ir ao trabalho, e as empresas que visam a
produção e lucro, muitas vezes não tem a política de lidar com estas questões e acham melhor
demitir o funcionário do que ter um problema na empresa que afete a produção e a geração de
lucro.
Como explanado nesse artigo, existem inúmeras variantes de violência urbana, que
afetam diferentes grupos da sociedade. Levando em consideração a questão da segurança
pública, aliada a outras questões sociais, existe uma dificuldade em manter-se “saudável” ao
meio que as pessoas estão inseridas, tendo em vista que as forças de segurança públicas
claramente não dão conta de patrulhar todo o território que é necessário para se antever a
criminalidade e outros.
Falando ainda dá violência urbana, como exemplificado pelos trabalhadores da rede de
transportes, existe uma carência que está além da segurança, há uma defasagem de condições
de trabalho. Tanto o motorista quanto o cobrador não tem controle do fluxo do seu posto de
trabalho, menos ainda sabem quem adentra na sua condução. Criando por si só uma rotina de
viagens, em transportes públicos, às vezes lotados, às vezes vazios, lidando com o trânsito e
com valores em espécie e sendo responsabilizados por essas quantias, no caso do cobrador, pois
qualquer falta de dinheiro, ele paga do próprio bolso.
No caso do motorista que trabalha com a função dupla, absorvendo a do cobrador, a
atenção necessita ser redobrada para exercer todos os papéis exigidos.
Após já ter vivido uma experiência traumática no posto de trabalho, é notável os níveis
estressores subirem, pois não há como não reviver a situação traumática quando se passa o seu
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tempo de serviço onde ela aconteceu e ainda, como já citado, as situações são reforçadas e
potencializadas frequentemente.
Já na violência familiar, principalmente nas meninas de 5 a 10 anos, como citado no
artigo, revive-se o trauma diariamente pelo contato com o agressor, causando assim uma
desconfiança generalizada e dificuldade de se relacionar com os demais.
Como expor essa violência não é tarefa fácil, fica-se refém dentro da própria casa. O
lugar que seria para acolhimento torna-se potencializador do TEPT.
Da mesma forma, pode-se enquadrar as mulheres que sofreram de violência pelos
maridos e outros, passando por atos verbais, físicos e psicológicos. Muitas das vezes, tem medo
de denunciar e as agressões se multiplicam com ameaças de morte, ou por não quererem ver
seus cônjuges respondendo processos judiciais e também levados pela polícia ou outras
autoridades de segurança. Em muitos bairros carentes, não possuem centros de acolhimentos à
famílias de baixa renda e situações de rua e os que possuem, são sucateados pela falta de
investimento do estado.
É dever dos profissionais de saúde o acolhimento desse grupo incentivando eventos que
tragam informações que possam ajudar as vítimas de violências saberem a quem recorrer, pois
mulheres e crianças são alguns dos mais inseridos nessa temática de violência, que envolve os
grandes centros. Zelar pelo bem estar e tratar dos transtornos, fazendo acompanhamentos
periódicos, visitas, contatos por telefone a fim de apaziguar e tratar do estado de saúde dos seus
pacientes, para que os mesmos se sintam cada vez menos os efeitos causados pelos eventos que
desencadearam o TEPT, é função dos profissionais que estão no ramo da saúde pública.
O enfrentamento do problema também é necessário por parte de quem o sofre a violência
e se torna uma das maiores barreiras para se caminhar rumo a sanar tais situações. Muitas das
empresas, como as de transporte público, carecem de profissionais da área da saúde, que
acompanhem seus funcionários no seu dia-a-dia, aliviando sua carga e tensão e com a política
de sempre e falta de recursos, não se pensa muito no bem-estar da força de trabalho, além de
dar uma remuneração aquém do que se espera, fazem jornadas longas de serviço, expondo seus
funcionários a uma rotina maçante e muito estressante. Há as exceções, onde as companhias
que enxergam que o bem estar do trabalhador é um dos pilares para o mesmo produzir um
serviço de qualidade e eficiente.
A problemática elucidada nessa discussão, aponta a crescente na questão da população
afetada pelo transtorno, seja na rua, ou dentro de casa, onde há pouca ação e principalmente
informação dos órgãos públicos competentes, para sanar tais desvios que afetam a saúde da
população, ficando por conta de cada indivíduo procurar se orientar para ter o tratamento
adequado criando assim um efeito bumerangue, onde sempre a violência será trazida à tona,
seja de forma física ou mental, com os danos à saúde.
Observa-se que o TEPT, conforme a abordagem da Teoria Cognitivo comportamental,
sob à luz do condicionamento clássico, desenvolvido por Pavlov e com o condicionamento
Operante, desenvolvido por Skinner, afeta a cognição de forma que o trauma fica registrado na
mente e quando a pessoa que sofreu tal violência se defronta com circunstâncias que a lembre
do trauma, a revivência é evidente.
Diante desta questão, a abordagem da TCC é a que melhor se apresenta para minimizar
a sintomatologia presente, uma vez que, age na consequência causada pelo trauma, porém pode
ser insuficiente se o trauma se assemelhar, por generalização, a algo que possa ter acontecido a
anos, sem que a pessoa tenha a lembrança viva na mente. A TCC tem como objeto tratar as
pessoas com foco na sintomatologia, com técnicas para que a pessoa possa aprender a lidar com
suas questões, porém ao se pensar na origem do trauma, uma vez que pode não haver
lembranças diretas pela vítima, poderia se tornar um círculo vicioso ao tratar somente no
presente, minimizando os sintomas, mas que estes podem voltar à tona, porque há questões que
ficam gravadas no inconsciente que, aparentemente possa não haver lembranças, mas que uma
15

investigação mais minuciosa pode-se identificar a origem inicial dos sintomas, tendo a
possibilidade assim de cura do TEPT.
Este artigo se deteve em uma investigação do TETP de forma conceitual e o seu
desdobramento sintomatológico no corpo humano. Percebe-se, de acordo com os artigos
relacionados, que o tema tem uma diversidade muito ampla na sua aplicação, pois o mesmo
tipo de estressor, pode ser encarado diferentemente por cada tipo de pessoa, pois o que está em
questão não é o trauma em si, mas como ele é interpretado pela pessoa, pois cada um tem uma
personalidade diferente, um caráter distinto e todos são criados conforme suas famílias, e o
meio que estão inseridas. Por exemplo, um acidente pode ser encarado como uma sorte
tremenda, quanto um azar tremendo e isso depende de quem o interprete e, apesar de existirem
estudos sobre todos os sintomas que o TEPT possa ocasionar, há uma infinidade de situações
particulares que não estão relacionadas, pois um sintoma pode ser específico para uma pessoa,
não estar enquadrado no DSM-V, porém ser ocasionado pelo trauma.
Conforme o tema proposto, foi elucidado assim, o que é o TEPT, seus sintomas, suas
ações na sociedade, no corpo e na mente e como podemos identificar no dia a dia, pessoas que,
de acordo com os sintomas em comum, sofrem deste trauma e, de certa forma, conseguir ajudar
a lidar com estas questões no dia a dia , de forma que o sofrimento seja minimizado.
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