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PSICOLOGIA

DAS
EMERGÊNCIAS
E DESASTRES
Prof. Psicólogo Bruno Aragão
Conteúdo Programático
Histórico da Psicologia em Emergências e Desastres à Psicologia da Gestão Integral
de Riscos e Desastres.
Conceitos e tipos de Crise, urgência e risco. Crises acidentais, desenvolvimentais,
mistas e as urgências psiquiátricas;
Conceitos de emergência e desastre. Fases do Desastre. Diferentes tipos de desastres
e tragédia.
Políticas públicas e a atuação do psicólogo;
Diretrizes de cuidados às Urgências e Emergências na Rede de Atenção Psicossocial
(RAPS) e Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE);
Estratégias de enfrentamento e coping;
Atendimento psicológico em situações de crise e urgência: avaliação e acolhimento
de crises em saúde mental;
Primeiros socorros psicológicos e debriefing psicológico em situação de desastre e
estresse agudo, psicoterapia breve e intervenção em rede
Trabalhando em situações de crise: limites e perfil do profissional.
Voluntariado. Logística humanitária.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:

Correlacionar Psicologia em Emergências e Desastres com a Psicologia


da Gestão Integral de Riscos e Desastres;
Caracterizar crise, risco e os níveis de intervenção em urgência no
campo da saúde mental;
Analisar origem e desenvolvimento do trauma e suas diversas
possibilidades de intervenção frente à crise;
Planejar estratégias de enfrentamento, individual ou em grupo, junto
a pessoas em situação de crise;
Realizar o manejo clínico das urgências de acordo com o paradigma da
atenção psicossocial
VAMOS LÁ !
Desastres Ambientais ... ser humano desastrado...

Eu me preocupo com todos esses frequentes desastres ambientais,


da mesma forma que me atemorizo com toda a banalização
com que o ser humano reage diante de tais desastres,
como se fossem considerados fenômenos corriqueiros.
Vivemos uma era de graves e irremediáveis tragédias ecológicas
onde somos uma sociedade que com profundo desinteresse
superficialmente se interessa do clamor da notícia e nada mais.
Miriam Da Costa
O envolvimento da Psicologia nesta área ocorreu de forma gradual. Os
primeiros registros referentes à Psicologia das Emergências e dos
Desastres estão relacionados com as guerras mundiais, principalmente ao
fenômeno do estresse pós-traumático também conhecido como fadiga de
batalha, neurose de guerra ou flashbacks. O primeiro estudo mais
sistematizado relacionado à área de intervenção pós-desastre foi realizado
em 1944, por Lindermann e constituiu-se na avaliação das respostas
psicológicas ocorridas em um incêndio em uma boate, em Boston (EUA) no
qual morreram mais de 400 pessoas. Na ocasião foi realizado um
levantamento das reações psicológicas dos sobreviventes, sendo este o
marco teórico de um começo de organização da pesquisa e intervenção do
campo.
De 1900 ao ano de 1950 foram realizados pesquisas e trabalhos
esporádicos totalmente influenciados pela psiquiatria e com uma
visão da época da Segunda Guerra Mundial.

A perspectiva da análise psicológica da década de 1960 e 1970 se voltou para reações


individuais, contemplando-se reações extremas e com discussões acerca do estresse
pós-traumático, categoria que foi incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais DSM IV, em 1994, apesar de já existir na literatura desde a
Primeira Guerra Mundial. Nesta época era dada pouca ênfase na comunidade como um
todo, ou seja, como estrutura de proteção para os sobreviventes e de significação para
os atingidos.
No Brasil
1º Registro de estudo, pesquisa e intervenção nas emergências e
nos desastres é datado de 1987 com o acidente do césio-137, em
Goiânia (o maior acidente radioativo já ocorrido no país.)

2006, I Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e dos


Desastres, fruto da parceria entre a Secretaria Nacional de Defesa
Civil e do Conselho Federal de Psicologia.
ATUALMENTE...
o campo da Psicologia das Emergências e dos Desastres estuda o comportamento
humano dentro de contextos como catástrofes, desastres ou situações-limite vividas
no cotidiano urbano.

Apresenta um foco que engloba, desde a ação


preventiva até o pós-trauma, subsidiando
intervenções de compreensão, apoio e superação do
trauma aos atingidos e profissionais envolvidos,
somado a perspectiva da construção de comunidades
mais seguras
NA PRÁTICA
Isso se dá por meio de trabalhos comunitários relacionados à percepção de risco,
orientação quanto à absorção passiva de impactos ambientais adversos,
desenvolvimento de solidariedade comunitária em meio a desastres, capacitação
comunitária na estimativa de custos de proteção e alteração de comportamentos de
risco a nível individual e social.

Cabe ressaltar que, a atuação do psicólogo será sempre em equipe


multidisciplinar e, na maioria das vezes, no próprio cenário da
emergência ou desastre. Isso inclui o relacionamento direto com todo
tipo de profissionais, tais como técnicos, médicos, trabalhadores sociais,
sociólogos, engenheiros, entidades de resgate e de ajuda como a Cruz
Vermelha, polícia, exército, defesa civil, entre outros
Demais ramos da psicologia

São importantes conhecimentos relacionados à


Psicologia clínica, Psicologia educacional, Psicologia
da Saúde, Psicofisiologia, Psicologia organizacional
e Psicologia social e comunitária.
De forma direta...
o trabalho do psicólogo pode se caracterizar pelo atendimento às vítimas no momento
seguinte ao desastre, por meio do primeiro auxilio psicológico. Com abordagem focal
(Trata-se de uma abordagem com vistas a promover uma ventilação emocional e
consequentemente minimizar o potencial traumático causado pelo evento. Tal
abordagem tem por objetivo a redução de sintomas e do adoecimento psicológico
futuro.)

OBS: a atuação clínica mediante detecção e intervenção em sintomas e psicopatologias


não é a única opção. A intervenção também pode ocorrer de modo indireto, mediante
prestação de serviços voltados a preparação ou formação dos agentes que atuam
nessas ocorrências, incluindo voluntariados e profissionais de outras áreas.
É necessário que o psicólogo que pretende atuar, ou atua, nesta área faça formação
específica e possua competências relacionadas a aptidões sociais, técnicas de
comunicação, conhecimentos sobre comportamentos coletivos e conhecimentos
técnicos de intervenção em emergências. Essas atribuições devem ser somadas ao
acompanhamento psicoterápico, em função das especificidades que esse contexto
impõe, sendo que tal necessidade se estende aos demais profissionais que atuam
nessa área.
Diante do constante aumento de eventos de desastres e
emergências ao redor do mundo e da impossibilidade de
controle e intervenção de um fenômeno sem conhecê-lo,
evidencia-se a necessidade de uma maior amplitude de
profissionais nesta modalidade de atuação assim como
maiores investimentos e esforços na formação profissional
e capacitação para lidar com as questões requeridas pelo
contexto.
Refêrencias:
Franco, M. H. P. (2005). Atendimento psicológico para emergências em aviação: a
teoria revista na prática. Estudos de Psicologia (Natal), 10(2), 177-180.

Franco, M. H.P. (2015). A intervenção psicológica em emergências: fundamentos para


a prática. São Paulo: Summus.

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