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Manual de Entrevista para Avaliação Psicológica

(Resumo – Psicodiagnóstico R- Jurema Alcides Cunha)


A avaliação psicológica é:
- confidencial;
- nela vamos apresentar honorários (quando na clínica própria do psicólogo é ele quem diz o
valor, mas, quando for na clínica de outro dono, quem fala é a secretária ou recepcionista)
- é feita através de solicitação de um psiquiatra, neurologista (grifo meu – ou justiça ou até
mesmo o próprio cliente que deseja se autoconhecer).
ENTREVISTAS DIAGNÓSTICAS
- são 3 tipos:
1 Inicial: quando o paciente fala dos seus problemas, ele escolhe por qual começar e
fala o que deseja. O entrevistador explica o sigilo – se houver espaço dado pelo
cliente/paciente durante suas falas – e a importância da confiança genuína para as
informações. Nessa hora vamos perguntando o que ele acredita que é uma psicoterapia, o que
é diagnóstico e o que ele espera dali. Explicar que na medicina é estudado através do corpo e
fala do paciente os sintomas e qual doença pode estar ali. Na Psicologia será analisado
comportamento, a fala que trará entendimento para a cura da alma, e melhora de
comportamento para bem-estar. Através da fala e comportamento é que será feito diagnóstico
e plano de tratamento.
A confiança do paciente/cliente começa não só pelo primeiro contato físico ali na sala
de atendimento, mas antes disso como na ligação telefônica ou troca de mensagens.
O contato por telefone possibilitará ao paciente criar expectativas, e dali ele já vai
avaliar o psicólogo se será um bom investimento para ele. É nessas horas que precisamos falar
as explicações dizendo apenas duas opções de horário e dia mesmo estando com a agenda
toda livre, (demonstrando escassez para o paciente), falar de quanto tempo demora a sessão,
falar que estará buscando métodos e técnicas dentro da profissão de Psicologia para ajudar a
solucionar os conflitos e dificuldades que o paciente se apresenta. Tudo isso em áudio com
voz acolhedora, sem medo, tranquila, sem demorar muito também, mas tudo pontual, de
forma clara. Deve ser ensaiado umas 30 vezes para se ouvir e saber qual tonalidade de voz
utilizar nesses áudios explicativos e atrativos.
Os pontos a serem avaliados inicialmente são: as falas no telefone (tanto da parte do
paciente quanto da parte do terapeuta), o comportamento na sala de espera, a aparência,
comportamento durante a espera, os acompanhantes, cumprimentos iniciais, como se desloca
para a sala de atendimento e como ali se apresenta.
Nosso papel de terapeuta/entrevistador é clarear nossas metas, discutir expectativas,
obter informações sobre o entrevistado e seus problemas.
- só é possível um bom rapport com o paciente quando ou se o áudio por telefone for
acolhedor, alegre e explicativo. (citação minha Inez)
A relação precisa ser positiva sem tensão, com sentimento de confiança, respeito, segurança
psicológica. Tudo isso ajudará o entrevistado a revelar seus pensamentos e sentimentos sem
defesas ou distorções.
- se nessa entrevista inicial o entrevistado já chegar falando, não devemos interrompê-lo
deixando nossas falas de condições de trabalho para o final. Acolhimento é essencial sempre.
Na faculdade tivemos esclarecimento de que é importante assinar contratos no início devido
abrirmos um buraco na qual há pacientes que ficam incapazes de assinar, saem tremendo sem
assinar nada. Não é bom correr esse risco. No caso busque alguma forma de organizar essas
assinaturas para ambos (terapeuta-cliente) estarem em harmonia.
Wiens (1983) aponta 5 tarefas para entrevista inicial:
a) Observar os sinais não verbais (comportamento);
b) Estabelecer o contato interpessoal;
c) Integrar a informação obtida;
d) Estabelecer uma hipótese diagnóstica; e
e) Estabelecer um plano de tratamento.
Eu dei o problema dando diagnóstico e logo já dou a solução no final.
No final da entrevista explicar: horários, dias das sessões, duração de cada sessão, formas de
pagamento, condições para administração de testagem e para condução de entrevistas com
terceiros (mãe, pai, parente responsável).
2 entrevistas subsequentes: as outra entrevistas subsequentes tem o objetivo de
conhecer a história do entrevistado em maiores detalhes, seu desenvolvimento, escolaridade,
relações familiares, profissionais, sociais, etc.
Quando houver necessidade de entrevistar um familiar, há 3 normas de procedimento:
a) Ver o paciente primeiro;
b) Obter permissão dele para chamar outro parente. Quando o paciente estiver confuso
grave ou comatoso.
c) Não violar o sigilo do paciente; só perguntar informações sobre o que esse paciente
trouxe para outro familiar se com permissão dele. EXCETO em caso de risco de vida.
3 entrevistas de devolução: os critérios são:
a) O entrevistador vai comunicar ao entrevistado oralmente o entendimento que resultou
o psicodiagnóstico e também vai propor indicações terapêuticas;
b) Como o processo de avaliação foi conduzido;
c) A devolução inicia nos aspectos menos comprometidos do paciente.
d) Dever ser evitado o uso de jargão técnico e iniciar por sintomas ligados diretamente à
queixa principal.
e) Deve se encerrar com indicações terapêuticas.
- As entrevistas em adultos a devolução final será para ele diretamente.
- para crianças, a devolução será primeiro para os pais, e nos momentos finais informamos
para elas.
- para adolescentes, a devolução será feita para tanto eles quanto para os pais ao mesmo
tempo.
A união dos pais junto com os filhos tem a função de levar a terapia para fora da sessão.

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