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JOÃO VICTOR
LUANA MARQUES
MARCUS VINÍCIUS
MÔNICA MARTINS
Macaé
2020
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Cristiano Oliveira1
João Victor2
Luana Marques3
Marcus Vinicius4
Mônica Martins5
RESUMO
1
Graduando em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: coliveirarj@gmail.com
2
Graduando em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: joaaovsoares@hotmail.com
3
Graduanda em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: luanamarquesj@gmail.com
4
Graduando em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: maros.xavier.17@gmail.com
5
Graduanda em Psicologia pela Universidade Estácio de Sá, Unidade Macaé. e-mail: animancamix@hotmail.com.br
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INTRODUÇÃO
observar nas crianças com menos de 6 anos, ou o que tem de diferente em relação aos
sintomas?
Dentro do critério A, observa-se que a criança abaixo de 6 anos pode testemunhar
pessoalmente o evento ocorrido necessariamente com o pai, a mãe ou o cuidador. Este
testemunho não inclui eventos vistos em mídia eletrônica, televisão, filmes ou fotografias e
sim de forma presencial. Neste critério, em comparação aos adultos, se exclui as exposições
de forma repetida ou extrema a detalhes aversivos de um evento traumático.
No critério B, no que concerne às lembranças do evento traumático, elas são
espontâneas e intrusivas e podem não parecer necessariamente angustiantes e são expressas
como reencenação em brincadeiras. Em relação aos sonhos angustiantes recorrentes nos quais
o conteúdo e/ou a emoção do sonho estão relacionados ao evento traumático, pode não ser
possível determinar que o conteúdo assustador esteja relacionado ao evento traumático.
A diferença no critério C para crianças com menos de 6 anos, se apresenta na evitação
de atividades, lugares, lembranças físicas, pessoas, conversas ou situações interpessoais que
despertem recordações do evento traumático excluindo a evitação de recordações,
pensamentos ou sentimento angustiantes associados ao evento traumático que estão presentes
em pessoas adultas e crianças com mais de 6 anos.
Estão presentes dentro das alterações negativas em cognições, uma frequência
substancialmente maior de estados emocionais negativos (p. ex., medo, culpa, tristeza,
vergonha, confusão). O Interesse e a participação em atividades significativas são bastante
diminuídos, incluindo redução do brincar. O comportamento social é retraído e há uma
redução persistente na expressão de emoções positivas.
O critério D para crianças com menos de 6 anos se assemelha com o critério E para os
adultos com a diferença de que no item 1 ocorre acesso de raiva extremo, não estando
presente o comportamento imprudente ou auto destrutivo presente em crianças acima de 6
anos, jovens e adultos.
De forma sucinta, e diante destes argumentos, observa-se que o TEPT é um transtorno
que ocorre após um mês, ou quatro semanas, de um trauma ocorrido com a pessoa onde ela
foi vítima ou foi testemunha de um fato ocorrido com um amigo próximo ou familiar.
Necessariamente, este evento houve ameaça de morte, seja de ordem natural, acidental ou
provocada. Este evento, diante do perigo, causou um grande susto, pavor, ocasionando um
grande medo, desencadeando no corpo humano alterações na produção de neurotransmissores
e hormônios, fazendo com que a essa pessoa revivencie este estado todas as vezes que estiver
presente em situações semelhantes ao trauma ocorrido.
O corpo humano apresenta diversas reações diante de quaisquer eventos nos quais o
indivíduo possa passar. Quando se fala em corpo humano, entende-se que, conforme o tema
do artigo proposto, se refere ao corpo fisiológico, onde se fala das reações dos
neurotransmissores, hormônios e suas ações na fisiologia e o seu equilíbrio, que se chama
homeostase, e o corpo psicológico, onde se fala sobre as emoções, reações que ficam
armazenadas na memória e conforme o dia a dia, é resgatado da memória um conjunto de
reações que se apresentam quando confrontado com situações que possam lembrar tais
eventos.
Diante da exposição a um evento de tamanha magnitude, o corpo humano tem uma
resposta biológica a estes eventos estressores que envolve ativação do sistema endócrino e
imunológico, bem como de circuitos neurais específicos (KRISTENSEN; PARENTE;
KASZNIAK, 2003).
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Além da resposta biológica que o corpo humano tem diante de um evento estressor, há
também uma resposta psicológica que se adapta com o mesmo , podendo desencadear uma
depressão e a outras psicopatologias.
De acordo com os eventos estressores ocorridos no decorrer da história, não levando
em consideração a origem do evento, foi somente a partir de 1850, com o desenvolvimento
das inovações da tecnologia nos meios de transporte, é que se formularam ideias sobre os
traumas sofridos pelas pessoas que foram vítimas de acidentes uma vez que com o aumento
da população e o desenvolvimento nos meios de transportes ferroviários e com sua
popularização e crescimento, mais e mais pessoas aderiram a este tipo de locomoção e,
através desta popularização e a procura crescente de viagens, aumentou-se também os
acidentes causados por fatores diversos atingindo em cheio quem dependia deste meio de
transporte, não somente causando mortes ou danos físicos, mas principalmente danos que
aparentemente não são visíveis e que ficam estruturados durante muito tempo na mente das
pessoas, afetando a maneira de viver de cada um e influenciando as atitudes em meio a
situações que possam lembrar de alguma forma o trauma sofrido.
Várias interpretações para a etiologia dos fenômenos apresentados nas vítimas de
acidentes ferroviários foram propostas, dentre as quais, de forma orgânica e funcional.
Posteriormente, em virtude da guerra, onde grande quantidade de casos ocorreram, as teorias
foram refinadas e desenvolvidas, inclusive com a proposição de intervenções terapêuticas.
Apesar de ser evidente a associação entre as causas e efeitos mediante a um evento estressor,
apresentando um conjunto de características, foi somente na década de 1980 que os
profissionais de saúde mental reconheceram o TEPT como um construto psicológico válido,
bem como uma condição passível de diagnóstico e tratamento. Dentre os 60% a 90% da
população que são expostos a um evento estressor traumático durante a vida, é estimado que
somente 8% a 9% deste total que irão desenvolver o Estresse Pós-Traumático e mesmo
possuindo esta porcentagem, aparentemente baixa, o TEPT tem sido considerado o quarto
transtorno mental mais comum, resultando diretamente em consequências sociais e
econômicas significativas, uma vez que quem sofre deste transtorno, tem suas atividades do
dia a dia modificadas diante do comportamento de evitação a possíveis episódios que possam
fazer revivenciar a experiência traumática. Diante de prejuízos cognitivos apresentados no
TEPT, tem sido sugerido a avaliação neuropsicológica para que possa contribuir a elucidar a
extensão destes prejuízos.
Foi durante a década de 1930 que houve uma contribuição fundamental na
investigação dos efeitos neurológicos no corpo humano quando exposto a evento estressores
onde foi detectada a natureza paradoxal da resposta do corpo. Os sistemas corporais de
proteção do organismo, quanto ativados permanecem durante algum tempo, porém retorna da
forma anterior para manter a homeostase do organismo, porém esta ativação, que é realizada
para preparar o organismo para uma resposta, é o mesmo que pode causar prejuízos se não
retornar ao estágio anterior, antes da ativação.
Segundo Kristensen, Parente e Kaszniak, 2003, a resposta biológica a eventos
estressores depende da ativação do complexo locus-ceruleus-noradrenalina-sistema nervoso
simpático e do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) em especial do hipotálamo. O evento
estressor é qualquer estímulo ou evento capaz de provocar estresse. Porém, as regiões que as
células do núcleo paraventricular promovem a síntese e secreção do hormônio de liberação da
corticotrofina (CRH) e neuro peptídeos como a vasopressina. Esses peptídeos passam do
hipotálamo à hipófise anterior, onde o CRH estimula a síntese e a liberação do hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH) na circulação sistêmica. Por sua vez, o ACTH circulante
estimula a liberação de glicocorticoides pela suprarrenal. Esses hormônios esteroides
adrenais, dentre os quais destaca-se no ser humano o cortisol, desempenham um papel central
na resposta a eventos estressores, produzindo lipólise, glicogenólise e o catabolismo de
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Uma outra característica do TEPT é que ela pode ser diagnosticada em pacientes que
apresentam neoplasia, que é uma multiplicação anormal de células de um tecido, podendo
ocasionar consequências graves ao organismo e ela pode ser definida como um tumor que
surge devido ao aumento anormal do número de células. Pacientes com neoplasia podem
desenvolver o TEPT, ou doenças coronarianas que podem desencadear em eventos
traumáticos.
O diagnóstico é feito se o sintoma no sujeito perdurar após quatro semanas do trauma
sofrido. O transtorno de estresse pós-traumático está ligado a um evento de natureza extrema,
onde a sintomatologia se desenvolve de forma aguda. Com os sintomas, estão as recorrentes
lembranças do evento tal como a esquiva, o desânimo emocional entre outros. Outro critério
para o diagnóstico é o comprometimento social e ocupacional.
Segundo o DSM-V, (2014), a revivência do Trauma é uma característica observada
somente no TEPT e nenhuma outra patologia apresenta este sintoma. A pessoa é acometida de
pensamentos e recordações do evento, e mesmo querendo se livrar desses pensamentos, eles
permanecem no sujeito conhecidas como recordações intrusivas, trazendo medo, raiva,
impotência, vulnerabilidade, vergonha, tristeza e culpa. Pode aparecer a qualquer momento e
sem aviso prévio. Sobre essas lembranças, alguns autores consideram esse transtorno como
patologia da memória, onde o paciente fica preso a uma memória doente do passado e vivesse
um presente vazio de expectativas.
A esquiva e entorpecimento emocional acontecem quando o sujeito evita o contato
com tudo que possa relembrar o evento, podendo ele, para fugir das lembranças, fazer uso de
drogas para anestesiar o sofrimento que passa pelo seu psiquismo.
Já o entorpecimento psíquico, onde o paciente se anestesia, ele paralisa todas as
funções da sua vida e até as prazerosas. O paciente vegeta em vida com sentimentos à flor da
pele e emoções atropelada se afastando de familiares e amigos e vivendo o presente de forma
tensa e com memórias doentes do passado.
Hiper estimulação autonômica é um tipo de sintoma mais observável, como insônia,
irritabilidade, atenção redobrada, queixas somáticas como fadiga, tonturas, cefaleias,
tremores, entre outros. É de grande importância para a psiquiatria o estudo do TEPT que
ajudou muito aos pacientes que sofrem de traumas à busca por um diagnóstico preciso dentro
do campo da saúde mental.
Conforme Blanco e Canto-de-Souza, 2018, estudos epidemiológicos tem mostrado que
o número de afetados por transtornos mentais aumentam progressivamente e vem variando
atingindo 4,3% da população da China e indo até 26% nos EUA.
O TEPT é um transtorno que anexa os mecanismos de ansiedade e memória e esse
transtorno é considerado mais frequente na população de praticamente todos os países, de
2,4% até 18,2% (DEMYTTENAERE et al... 2004 apud BLANCO; CANTO-DE-SOUZA,
2018).
Um dos sintomas mais comuns dos transtornos é a ansiedade, que pode ser física ou
cognitiva. Subsequentemente com taquicardia, sudorese ou antecipação dos eventos negativos
(BRUNONI, 2008 apud BLANCO; CANTO-DE-SOUZA, 2018).
Embora o temo ansiedade seja pejorativo, no que se relaciona a transtornos, é uma
resposta normal do sujeito ao seu meio, sendo muito mais necessária do que patológica. Ela
alerta sobre possíveis danos físicos, punições, separação e ou ameaças a integridade, fazendo
que o organismo tome medidas cabíveis à situação que se encontra, para reduzir suas
ameaças. Tendo a ansiedade grande valor adaptativo assim como o medo, ela é definida como
um estado de tensão difusa, que pode acompanhar alterações físicas e cognitivas, sendo
ativada em situações de perigo ou ameaça em potencial, existindo o conflito entre a
aproximação e evitação. O medo por si só ocorre em situações de perigo real onde o sujeito
foge, congela ou luta.
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bermuda, chinelo, e aí aparece o desgaste psíquico. Então entra a questão: parar e obedecer as
regras da empresa, ou salvar a sua vida de várias pessoas que ali estão? Esta temática é de
suma importância para a população, mas o que fazer para ajudar esses colaboradores que
estão mais visados e à mercê da criminalidade?
Acredita-se que propor às empresas disponibilizarem profissionais qualificados para
atender e dar esse suporte emocional para os cobradores e motoristas de ônibus, onde poderá
ajudar esse sujeito a lidar com as questões sofridas e como são assimiladas por quem é vítima
deste tipo de violência.
organismo tem uma resposta que foi aprendida no assalto, a ansiedade, ou seja, a pessoa ficará
ansiosa quando estiver um uma rua escura em virtude do pareamento dos estímulos.
Diante destes estímulos e respostas, que foi aprendida em virtude do trauma sofrido, é
esperado a extinção destas respostas com o passar do tempo, porém entende-se que através do
condicionamento operante de Skinner, a pessoa passa a reforçar esta resposta, não permitindo
que ela se extinga. Quando a pessoa evita sair à rua, pela ansiedade sentida ao estar exposta
novamente à situação originária do trauma, ela está reforçando negativamente o esquema de
esquiva, fazendo com que a resposta de esquiva aumente de frequência. Sair à rua
supostamente permitiria o controle ou a redução da ansiedade, mas essa fuga da exposição
acaba por reforçar seu trauma.
O processamento emocional acontece a partir da rede de informações que a pessoa
possui na memória sobre a situação traumática, sobre respostas comportamentais emitidas
normalmente nestas situações e sobre os significados atribuídos com os comportamentos
emitidos.
Blanco e Canto-de-Souza, (2018) afirmam que as respostas do TEPT também são
compreendidas através da teoria do desamparo aprendido. Através do estímulo aversivo, que
neste caso é o evento estressor, surgem reações de desamparo, que tem como produto final a
dificuldade de aprendizado e a emissão de novos padrões de respostas. Este modelo explicaria
o comportamento depressivo inerente aos pacientes que desenvolvem TEPT, bem como a
perceptível redução do padrão de respostas nos mais diversos níveis de interação como o
ambiente social e afetivo.
Existem algumas etapas que acontecem para que ocorra a formação de respostas
consideradas patológicas. Tais etapas estão mencionadas a seguir:
A “Vulnerabilidade Biológica” indica a predisposição do indivíduo a responder ao
estresse com hiper excitabilidade autonômica. Já a “Exposição Objetiva” requer que ocorra
um evento traumático, real ou presumido, que seja imprevisível e incontrolável. O
acionamento da rede de informações pré-existentes, incluindo percepções subjetivas e
significados atribuídos ao evento ocorrido. A “Hipervigilância” atua no foco seletivo de
atenção às informações ameaçadoras, reais ou presumidas. O “Esquema Condicionado de
Revivência do Trauma” seria uma tentativa de processar e integrar o ocorrido, gerando o
processamento de informação do evento traumático, e tendo como produto a ativação da
emoção. A “Esquiva” surge como tentativa de reduzir a ansiedade provocada pelos sintomas
de revivência e situações condicionadas ao trauma. O sucesso ou fracasso na formação de
TEPT depende da capacidade de ocorrência do processamento da informação, ou seja, se o
processamento foi completado e assimilado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
em questão não é o trauma em si, mas como ele é interpretado pela pessoa, pois cada um tem
uma personalidade diferente, um caráter distinto e todos são criados conforme suas famílias, e
o meio que estão inseridas. Por exemplo, um acidente pode ser encarado como uma sorte
tremenda, quanto um azar tremendo e isso depende de quem o interprete e, apesar de
existirem estudos sobre todos os sintomas que o TEPT possa ocasionar, há uma infinidade de
situações particulares que não estão relacionadas, pois um sintoma pode ser específico para
uma pessoa, não estar enquadrado no DSM-V, porém ser ocasionado pelo trauma.
Conforme o tema proposto, foi elucidado assim, o que é o TEPT, seus sintomas, suas
ações na sociedade, no corpo e na mente e como podemos identificar no dia a dia, pessoas
que, de acordo com os sintomas em comum, sofrem deste trauma e, de certa forma, conseguir
ajudar a lidar com estas questões no dia a dia , de forma que o sofrimento seja minimizado.
REFERÊNCIAS
ALVES, Camila Renata da Silva; PAULA, Patrícia Pinto de. Violência no trabalho: possíveis
relações entre assaltos e TEPT em rodoviários de uma empresa de transporte coletivo. 2009.
Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, vol. 12, n. 1, p. 35-46. Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/cpst/article/view/25773/27506. Acesso em: 25 Mar. 2020.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-711X2013000200008.
Acesso em: 25 Mar. 2020.