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UNISULMA - UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO

IESMA - INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO SUL DO MARANHÃO

CURSO DE PSICOLOGIA

Acadêmicos
Isadora Rego da Silva
Meirilenes da Silva Feitosa
Ronebes Carneiro dos Santos
Vitória Nunes Costa

Orientadora
Mônica Godinho

ACONSELHAMENTO GESTALTICO

HISTÓRICO

A Gestalt-Terapia surgiu na década de 60, nos Estados Unidos, fundada por


Frederick Salomon Perls, nasceu em Berlim, no dia 8 de julho de 1893, em um gueto
judeu. Teve duas irmãs mais velhas, Else e Grete. Seu pai, Nathan, era comerciante
de vinhos e frequentemente estava ausente de casa. Sua mãe, Amalia, vinha de
uma família da baixa burguesia e influenciou o interesse de Fritz pela arte, que
acompanhou toda sua vida. – Fritz Perls como é mais conhecido. Sua concepção se
deu em torno dos anos 40, na África do Sul, quando Perls, insatisfeito com as
limitações que encontrava com a Psicanálise, escreveu o livro Ego, Fome e
Agressão, lançado em 1942 na África do Sul e em 1947 na Grã-Bretanha. Seu
objetivo inicial era fazer uma revisão da teoria de Freud, na qual discordava em
alguns pontos, o que causou revolta no meio psicanalítico, fazendo com que fosse
desligado. Em sua caminhada, fez terapia com Karen Horney e com Wilhelm Reich,
Este último havia sido discípulo do próprio Freud, mas havia se distanciado de seus
postulados. Boa parte da teoria que depois desenvolveu Perls se inspirou no
enfoque de Reich. com quem começou a olhar para o corpo.
Em 1950, Fritz, junto com sua esposa Laura Perls e outros teóricos - Paul Goodman,
Paul Weisz, Elliot Shapiro, Sylvester Eastman Isadore, Ralph Hefferline e Jim
Simkin, criou o “Grupo dos Sete”. A partir daí, Perls investiu na estruturação de um
novo campo clínico, escolhendo o nome de “Gestalt” e lançando o livro base da
teoria “Gestalt-terapia, em 1951, escrito juntamente com Paul Goodman e Ralph
Hefferline”. Nessa época, seu desenvolvimento ainda era lento, obscuro e limitado.

Apenas em 1968, na Califórnia, a Gestalt-terapia ganhou força, durante o amplo


movimento de contracultura. Surgiu nessa época com o objetivo de ser anti-
intelectualista, anti-positivista, anti-racionalista, anti-mecanicista, anti-explicativa e
anti-determinista, “visando mostrar a importância de se trabalhar holística e
existencialmente com os clientes, atingindo os níveis emocionais e
relacionais” (RODRIGUES, 2000).

O aconselhamento Gestaltico parte de um conceito de visão do ser humano como


uma integração dos aspectos biológicos, psicológicos e social. A palavra Gestalt, do
alemão, significa “todo”, isto é, o organismo funciona como um todo, numa busca
constante do equilíbrio, o qual é ameaçado pelos acontecimentos externos e pelos
conflitos interiores.

Seus pressupostos filosóficos são baseados no Humanismo, na Fenomenologia e no


Existencialismo, a partir dos quais ela constrói sua visão de homem, o que define
sua prática e sua teoria. Também possui influência da Teoria Organísmica, Teoria
de Campo, Psicologia da Gestalt e Holismo.

A psicologia da Gestalt foi um campo estritamente experimental, que se ocupou em


trazer questionamentos que foram contrários à visão mecanicista e atomística, como
citado acima. Mas vale ressaltar que Psicologia da Gestalt e Gestalt-terapia não
significa a mesma coisa: possuem assuntos diferentes, com campos de atuação e
preocupações diferentes. Enquanto a Gestalt-terapia está voltada para o campo
clínico, com teorias e técnicas que visam dar ao homem condições para seu
crescimento, a Psicologia da Gestalt foi um campo de pesquisa, que trouxe uma
série de novas perspectivas para entender a maneira com a qual o homem percebe
o mundo.
A Gestalt-terapia considera o homem em si como um fenômeno, que se revela
lentamente, sendo visto como um ser complexo, que a todo o momento se
reorganiza de acordo com as suas necessidades, não podendo ser então conhecido
completamente, nem com características fixas e imutáveis, e que faz parte de um
contexto, um campo, no tempo e espaço, que o modifica e é modificado por ele a
todo instante.

Trata-se de uma prática psicoterapêutica que se orienta por uma visão integradora
do homem, procurando vê-lo como um todo, não como um “neurótico”, um
“esquizofrênico” ou como um “isso” ou “aquilo”. A patologia é apenas mais uma das
várias partes do todo que aquele indivíduo é, e sua "doença" é encarada como a
maneira mais "saudável" que encontrou para enfrentar situações insuportáveis ou
conscientemente inconciliáveis.

Ela dá ênfase à tomada de consciência da experiência atual, o aqui e agora, e


reabilita a percepção emocional e corporal, pouco valorizadas no mundo ocidental,
que censura a expressão de tristeza, raiva, angústia e até de alegria e amor, por
exemplo.

CHEGADA AO BRASIL

À chegada da Gestalt-terapia ao Brasil costuma ser datada nos anos 1970, o


seu primeiro marco acadêmico e a publicação do artigo “Elementos de psicoterapia
Gestaltico” para, além disso, houve um circunscrita a psicóloga e mais
especificamente a prática psicoterapêutica individual no modelo privado. E está não
é uma novidade para Gestalt-terapia ou mesmo para instituições/centrais
formadores basicamente os 47 institutos possuem o seu foco na formação de
Gestalt-terapeutas para a atuação na prática privada de consultoria para
atendimento individual. Isso é importante para pensar o público alvo a quem estes
cursos são em sua quase totalidade, destinados psicólogos (as) e estudantes de
psicologia.

O estilo brasileiro de contato

Outro ponto a levantar tem a ver com nosso estilo de contato. Os brasileiros
têm um modo muito afetivo, informal, solto e espirituoso de se relacionar com os
outros, em grande parte devido a nossas origens africanas ou portuguesas, pois, ao
contrário de outros países Latinos Americanos, fomos o único país colonizado pelos
portugueses. Portanto, o estilo abrasivo de alguns Gestalt terapeutas nos anos 60 e
70 nunca teve muito sucesso aqui. No Brasil, a preocupação em realmente estar lá
com o outro, praticando inclusão, empatia, dando suporte às pessoas, de um modo
gentil e afetivo, mesmo se provocativo, sempre esteve presente. Nos Estados
Unidos isso é como um estilo que alguns terapeutas tinham e outros não; era uma
questão de estilo, não de qualidade profissional. Um terapeuta famoso podia
envergonhar ou humilhar o paciente e continuar a ser considerado um grande
terapeuta Mas no Brasil isso certamente seria considerado má terapia. E é verdade
que nos Estados Unidos, Europa e no Brasil, o interesse nas compreensões
advindas das Teorias das Relações Objetais e o interesse na terapia Dialógica,
começaram a reparar isso um pouco, chamando atenção para as fragilidades e
necessidades especiais do mundo interno de cada cliente. Mas no Brasil, a
qualidade do contato na relação terapêutica sempre foi algo que ensinamos e
treinamos em nossos cursos de formação em Gestalt terapia – o que, aliás, é o
motivo pelo qual os livros de Hyckner tiveram tanto sucesso no Brasil.

PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS

Humanismo

O Humanismo, que defende a ideia de que o homem é considerado o centro do


mundo e da existência, surgiu como a terceira força da Psicologia, quando já
existiam a Psicanálise e o Behaviorismo, considerada a primeira e a segunda,
respectivamente.

Existencialismo

A Gestalt-terapia tem uma visão de homem baseada no existencialismo, que


valoriza a subjetividade, a singularidade, a responsabilidade e a vivência e tem como
foco principal a existência humana.

Fenomenologia
A atitude terapêutica adotada na Gestalt-terapia é baseada na Fenomenologia,
sendo seu método focado na descrição do fenômeno. Ou seja, os fenômenos da
situação terapêutica são vistos isentos de qualquer a priori e o terapeuta apenas
acompanha o fluxo de consciência do cliente, buscando compreender o que está
sendo revelado, a fim de captar seu sentido para fazer o cliente perceber o que está
sentindo.

Psicologia da Gestalt

Os gestaltistas colocaram-se criticamente frente à doutrina elementarista-


associacionista da época, mostrando que a percepção não é uma composição de
sensações separadas. A percepção mostra um caráter de totalidade, uma forma,
uma Gestalt. Sua frase clássica: "O todo é maior que a soma das partes".

Essa noção de estrutura do todo é central na Gestalt-terapia, onde o objetivo é


o "insight", a clareza estrutural. A ênfase no presente também é outra importante
influência.

Segundo Buber (1939), o viver de uma forma saudável implica na alternância entre a
relação Eu-Tu e Eu-Isso na qual acontece a conexão (Eu-Tu) e a separação (Eu-
Isso), encontrando-nos sempre um busca do ponto de equilíbrio entre nossa
separação e conexão com o outro.

Na psicoterapia, o terapeuta assume a função de organizar o diálogo e de confirmar


a existência do outro, sem ter nenhuma certeza pressuposta, apreendendo-o como
um ser único.

Além disso, a Gestalt-terapia se preocupa mais com a forma e a estrutura do que


com o conteúdo da fala. Este sistema modifica radicalmente o que o terapeuta e o
cliente vão focalizar, tornando possível começar a partir de qualquer ponto, com
qualquer material disponível: um sintoma, um sonho, um suspiro, uma expressão
facial, um modo de se sentar, etc. Ou seja, o trabalho se dá em cima do fenômeno,
do que aparece, do que emerge.

QUAL É O OBJETIVO DA GESTALT TERAPIA?


O objetivo da Gestalt-terapia é auxiliar o cliente no desenvolvimento do seu potencial
para viver uma vida plena. Focando no aqui e no agora, busca-se melhorar a relação
do cliente consigo mesmo e com o ambiente ao seu redor, auxiliando-o a
compreender e lidar com suas próprias emoções e solucionar seus problemas.

Por meio da Gestalt-terapia, promove-se uma tomada de consciência global do(a)


cliente em relação a si mesmo(a) e ao mundo em que vive. Dessa forma, a pessoa
adquire, efetivamente, responsabilidade por si e favorece o seu próprio
desenvolvimento.

Alguns conceitos importantes trabalhados na Gestalt-terapia são:

Aqui e agora;

Consciência (awareness);

Responsabilidade.

Exercícios Gestalt

1. Palavras e Linguagem

A atenção à linguagem e tom é importante na terapia Gestalt. À medida que os


clientes aprendem a aceitar a responsabilidade, eles aprendem a usar uma
linguagem que reflete um senso de propriedade pessoal em vez de se concentrar
nos outros. Por exemplo, em vez de dizer: “Se ele não fizesse isso, eu não ficaria
tão bravo!” um cliente pode ser encorajado a dizer: “Eu me sinto louco quando ele
faz isso porque me faz sentir insignificante e eu não gosto disso”. O uso de
afirmações “eu” é importante na terapia gestáltica.

2. Poltrona vazia

Este é um exercício de role-playing (termo inglês que refere-se a um teatrinho). Ele


permite ao cliente imaginar e participar de uma conversa com outra pessoa ou outra
parte de si. Sentado em frente à cadeira vazia, o indivíduo entra em diálogo como se
estivesse falando com a outra pessoa ou com a outra parte de si mesmo.
A cadeira vazia pode ser muito útil para extrair percepções importantes, significados
e outras informações que podem ajudar os clientes a se tornarem mais conscientes
de sua experiência emocional e de como iniciar a cura.

3. Encenação

Outro exemplo de dramatização pode ser o que é referido como “cão superior e
azarão”. Neste, reconhece-se que um cliente tem diferentes partes do eu.
Semelhante à cadeira vazia, o cliente fala tanto como o cão superior, que é o lado
mais exigente de sua personalidade, quanto com o oprimido, que é o lado mais
submisso e obediente de sua personalidade.

A chave é tornar-se consciente dos conflitos internos para que a pessoa possa
aprender melhor como integrar essas partes do eu em um todo mais completo.

4. Linguagem corporal

Durante uma sessão, pode ser notado por um terapeuta da Gestalt que o cliente
está batendo o pé, torcendo as mãos ou fazendo uma certa expressão facial. É
provável que o terapeuta mencione sua observação e pergunte o que está
acontecendo para a pessoa naquele momento. Incorporando a linguagem, o
profissional pode até pedir ao cliente que dê uma voz a seus pés, mãos ou
expressão facial e fale daquele lugar.

5. Exagero

Além de dar voz à linguagem corporal, um Gestalt terapeuta pode indagar sobre a
linguagem corporal do cliente. Se é difícil para a pessoa encontrar palavras para
explicar o que está acontecendo, pode ser solicitado que ela exagere essa moção
ou a repita várias vezes seguidas por um período de tempo durante a sessão, para
extrair parte de sua experiência no processo no consultório.

O cliente e o terapeuta têm a chance de processar emoções e como a pessoa pode


ter aprendido a desconectar suas experiências emocionais com suas experiências
físicas.
6. Localização da Emoção

Durante uma sessão, é comum as pessoas falarem sobre emoção. Falar de uma
emoção é diferente de experimentar uma emoção, que é o que o terapeuta da
Gestalt está querendo que o cliente faça durante as sessões. Quando um cliente fala
sobre uma emoção, o psicólogo pode perguntar a eles onde eles sentem essa
emoção em seu corpo.

Um exemplo disso pode ser “um buraco no meu estômago” ou “meu peito está
apertado”. Ser capaz de levar a experiência emocional à consciência no corpo ajuda
o cliente a permanecer presente e processar suas emoções de forma mais eficaz

7. Artes criativas

Atividades adicionais, como pintura, escultura e desenho, também podem ser


usadas para ajudar as pessoas a se tornarem conscientes, permanecerem
presentes e aprenderem como processar no momento.

É geralmente notado neste estilo que qualquer técnica que possa ser oferecida ao
cliente, além de sentar e conversar tradicionalmente, pode ser bastante útil para
permitir que eles se tornem mais conscientes de si mesmos, de suas experiências e
de seu processo de cura.

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