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ISSN on-line: 2527-1288 Doi: 10.17058/psiunisc.v1i1.

9557
Recebido em: 07/05/2017 Revisões Requeridas em: 29/06/2017 Aceito em: 19/07/2017

________________________________________________________Autor para contato: lazarocsn@live.com

Reflexões acerca da formação em Gestalt-terapia no Brasil1

Reflexiones acerca de la formación en Gestalt-terapia en Brasil

Reflections about Gestalt Therapy training in Brazil

Lázaro Castro Silva Nascimento


Universidade de Brasília – Distrito Federal – Brasil

Jorge Ponciano Ribeiro


Universidade de Brasília – Distrito Federal – Brasil

_________________________________________________________________________________

RESUMO

O primeiro instituto de Gestalt-terapia foi fundado em 1952 nos Estados Unidos. Com o passar dos anos,
a Gestalt-terapia se difundiu em diversos países no mundo incluindo o Brasil. A sua larga difusão trouxe
também formas variadas para a formação de Gestalt-terapeutas. Este trabalho é uma revisão narrativa de
literatura acerca das formações em Gestalt-terapia. Buscamos compreender esta diversidade na literatura
gestalt-terapêutica especificamente no solo brasileiro. Inicialmente a Gestalt-terapia ganhou bastante
visibilidade nos EUA a partir dos workshops ofertados por Fritz Perls. Contudo, sua consistência teórica
e sua difusão sistemática foram realizadas a partir da criação de institutos e de associações. Concluímos
que a formação em Gestalt-terapia no Brasil parece acontecer por, pelo menos, duas vias: 1) cursos
livres/especializações; 2) a partir de estudo e supervisão clínica com Gestalt-terapeuta mais experiente;
Contudo, é comum encontrar “Gestalt-terapeutas autointituladas/os” que tiveram contato com a Gestalt-
terapia apenas em cursos de graduação.

Palavras-chave: Formação de gestalt-terapeutas. Gestalt-terapia. Literatura gestáltica.

RESUMEN

El primer instituto de la terapia Gestalt fue fundado en 1952 en los Estados Unidos. Con los años, la
terapia Gestalt se ha extendido en varios países del mundo, incluyendo Brasil. Su amplia difusión
también trajo varias formas para la formación de terapeutas de la Gestalt. Este trabajo es una revisión

1
Trabalho construído a partir da pesquisa de doutorado do primeiro autor com orientação do segundo autor. Os
dados aqui apresentados compõem parcialmente a pesquisa ainda em andamento (PPG-PsiCC/UnB, 2015-2019).

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narrativa de la literatura acerca de la formación en la terapia Gestalt. Buscamos entender esta en suelo
brasileño. Inicialmente la terapia Gestalt ganó mucha visibilidad en los EE.UU. con los talleres ofrecidos
por Fritz Perls. Sin embargo, su consistencia teórica y difusión sistemática se hicieron desde con la
creación de institutos y asociaciones. Resulta que la formación en Terapia Gestalt en Brasil parece
suceder por lo menos de dos maneras: 1) cursos / especialización; 2) a partir del estudio y de supervisión
clínica con alguna/o experimentada/o terapeuta Gestalt; Sin embargo, es muy común encontrar "Gestalt-
terapeutas autointituladas/os" que tuvieron contacto con la Terapia Gestalt sólo en cursos de graduación.

Palabras clave: Formación de gestalt-terapeutas. Gestalt-terapia. Literatura gestáltica.

ABSTRACT

The first institute of Gestalt therapy was founded in 1952 in the United States. Over the years, Gestalt
therapy was spread in various countries in the world including Brazil. This wide diffusion also brought
various forms for the training of Gestalt therapists. This research is a narrative review of the literature
about Gestalt therapy training. We aim to understand this diversity in specifically on Brazilian soil.
Initially Gestalt therapy gained much visibility in the US with workshops offered by Fritz Perls.
However, its theoretical consistency and systematic dissemination were achieved with the creation of
institutes and associations. Conclusion shows that Gestalt therapy in Brazil seems to happen for at least
two ways: 1) Courses/specializations; 2) Taking classes and clinical supervision with an experienced
Gestalt therapist; 3) contact with Gestalt therapy in undergraduate courses. However, it’s common to
find “self-nominated Gestalt therapists" who have had contact with Gestalt therapy only in
undergraduate courses.

Keywords: Gestalt therapy training. Gestalt therapy. Gestaltic literature.

Introdução Como uma das diversas epistemologias


que orientam a prática clínica – seja da
A Gestalt-terapia é uma das muitas Psicologia, da Psiquiatria, da Musicoterapia, da
teorias que compõem o grupo que se Pedagogia (Gestaltpedagogia) entre outras áreas
compreende como Psicologia Humanista. – a Gestalt-terapia traz em seu escopo teórico-
Retomando os escritos seminais do que viria a filosófico menções à Psicologia da Gestalt, à
ser futuramente intitulado “Psicologia Teoria de Campo, à Fenomenologia, à Teoria
Humanista” nos anos 1960, chamada Organísmica, ao Teatro de Max Reinhardt, à
comumente de “terceira força da Psicologia”, Eurritmia, à Música, às Artes, à Filosofia
Maslow (1962, p.10) afirmam que se tratava de Oriental entre outros. Inseridos nesta última,
uma “alternativa viável da psicologia objetivista mais especificamente, o Zen-budismo e o
e behaviorista (mecanomórfica) e do Taoísmo. Além de uma orientação tanto pautada
freudianismo ortodoxo”. Isto significava um no Holismo, com o pensamento de Jan Smuts,
modelo teórico-prático que avançasse na quanto no existencialismo - a exemplo disso as
compreensão da relação terapêutica estabelecida aproximações às ideias de Kierkegaard, Martin
entre paciente/cliente-terapeuta, que
considerasse fortemente suas subjetividades e
entendesse o ser humano como potente para a
autorrealização, movimento que seria
fundamental para sua saúde.

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Buber entre outros filósofos. Além do busca “descrever e discutir o desenvolvimento
Humanismo mencionado anteriormente2. ou o “estado da arte” de um determinado
assunto, sob o ponto de vista teórico ou
Desde o seu surgimento oficial em 1951 contextual (...)” incluindo além do levantamento
com a publicação do livro “Gestalt Therapy: de materiais, uma “análise crítica do autor”. Esta
Excitement and Growth in the Human modalidade de revisão de literatura, portanto, é
Personality” com coautoria explícita de Fritz não-sistemática, estando as fontes consultadas e
Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline, e utilizadas na construção teórica do trabalho
implícita de pessoas como sua esposa Laura disponíveis ao longo do texto.
Perls entre outros pensadores conhecidos como
“o grupo dos sete” (Frazão, 2013), a Gestalt- Na busca por mais literatura
terapia se desenvolveu e cresceu em diversos bibliográfica específica utilizamos tanto
contextos. Entre estes contextos, as terras materiais já conhecidos por nós quanto a busca
brasileiras. em bases de dados consagradas na pesquisa
acadêmica brasileira: banco de dissertações e
No contexto brasileiro, é comum que a teses e periódicos CAPES. Utilizamos os
formação se dê pelo menos de duas maneiras: a buscadores nos títulos: “formação de gestalt-
partir de supervisão com referencial gestalt- terapeutas” [0 resultados], “formação”
terapêutico, oferecida geralmente por algum(a) conjugado com o termo “gestalt” [0 resultados],
gestalt-terapeuta mais experiente; e/ou com a “gestalt therapy training” [um resultado apenas,
participação de discentes em cursos de Kelly & Howie (2011)], “gestalt-terapeuta” [0
formação/aprimoramento/especialização em resultados]. Confirmando a escassez de
Gestalt-terapia. A maioria dos cursos oferecidos materiais na especificidade desta pesquisa: a
parece apresentar formação voltada para a formação de Gestalt-terapeutas.
clínica, mesmo que seja reconhecido o
referencial gestalt-terapêutico em outras áreas O presente artigo, então, está estruturado
de atuação da Psicologia como organizações da seguinte maneira: um tópico sobre a Gestalt-
(Alvim, 2000), hospitais (Freitas, Stroiek & terapia e a sua (des)institucionalização no qual
Botin, 2010), varas de justiça (Pereira, 2013), na damos o fundo e o contorno para a discussão
educação (Burow & Scherpp, 1985; Lilienthal, central deste artigo acercada formação de
1997) entre outros. Gestalt-terapeutas; reflexões acerca da formação
fora do Brasil e em terras brasileiras; e, por fim,
É comum ouvir em círculos gestalt- algumas considerações acerca da temática geral.
terapêuticos que Gestalt-terapia é um jeito de
ser, uma arte, ou mesmo uma filosofia de vida. Gestalt-terapia e (des)institucionalização
Assim, é possível questionar: Como ocorre a
formação de Gestalt-terapeutas? Essa foi uma É comum que citemos o surgimento da
das perguntas disparadoras para o início deste Gestalt-terapia basicamente atrelado a: 1) a
trabalho que aqui expomos. Como primeiros imagem/figura de Frederick/Fritz Perls; e 2)
passos na direção de responder a este como uma abordagem psicoterapêutica. O que
questionamento, propusemo-nos a realizar uma não é dito quando a apresentamos desta forma é
revisão narrativa da literatura. De acordo com que a Gestalt-terapia surgiu pelas mãos e ideais
Rother (2007), esta metodologia de trabalho de muitas outras pessoas, direta e indiretamente,
entre eles Laura Perls e Paul Goodman, bem
2
Uma discussão mais aprofundada sobre a como o grupo dos sete já mencionados. Isto
integração dessas diversas teorias, bem como possui uma implicação direta no objeto que
seus principais expoentes, pode ser encontrada
em Holanda (2005) e Ribeiro (2011).

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discutimos neste artigo: a formação de Gestalt- pragmática; 3) Gestalt-fenomenológica; e 4)
terapeutas. Gestalt-existencial. Apesar da sua tentativa de
compreensão destes submodelos, o autor afirma
Nos Estados Unidos, houve uma cisão que “qualquer expressão que procure resumir a
entre os grupos dos ditos “caras pálidas” e diversidade gestáltica será, invariavelmente, um
“peles vermelhas”. De um lado, Fritz Perls com reducionismo, e caminhará na direção contrária
uma Gestalt-terapia da experiência, da de inúmeras das propostas da mesma
monodramatização, dos workshops curtos e com abordagem” (p.37). Ao propor isso, o autor não
foco na sua aplicação em situações curtas. Do busca cindir a Gestalt-terapia, mas refletir sobre
outro lado, Laura Perls com o Instituto de sua heterogeneidade e sua complexidade.
Gestalt-terapia de Nova Iorque (fundado em
1952), com seu doutorado em Psicologia da Estas subcategorizações, apesar de
Gestalt, com maior rigor acadêmico, na tentativa questionáveis, são importantes para afirmamos
de institucionalizar e aprofundar teoricamente a seguramente: sim, existem formas diferentes de
Gestalt-terapia. E, entre ambos, Paul Goodman compreender, vivenciar e praticar o que é
pensando a Gestalt-terapia mais próxima de um chamado genericamente de “Gestalt-terapia”.
movimento político de contestação social com Saltando a partir desta afirmação, é possível
sua ênfase na anarquia e nos movimentos de propor, por conseguinte, que há caminhos
contracultura. A título de informação, no diferentes trilhados também na formação de
prefácio da obra “Gestalt-terapia”, From & Gestalt-terapeutas. E estas formas diversas
Miller (1951/1997) discutem longamente as espalharam-se por diversos lugares outros além
diferenças entre esses modelos surgidos nos dos EUA.
EUA.
No mundo inteiro, por onde a Gestalt-
Um dos impactos disto foi o surgimento terapia foi difundida, surgiram grupos
de múltiplas Gestalt-terapias. Antes de ser um interessados em promover seu avanço teórico-
problema, isto possibilitou que diversos estilos prático e sua difusão. Como exemplo disto é
próprios pudessem ser vividos e expressados no possível citar a criação de diversas associações
fazer psicoterapêutico de orientação gestalt- ao redor do globo: Asociación Colombiana de
terapêutica. Nas belíssimas palavras de Laura Terapia Gestalt (Colômbia) [Fundada em 2007],
Perls (1992): existirão tantas Gestalt-terapias Fédération Internationale dês Organismes de
quanto Gestalt-terapeutas (tradução livre). Formation en Gestalt (França) [Fundada em
1991], European Association of Gestalt Therapy
Juliano (1992), ao falar sobre a (Europa) [Fundada em 1985], Asociación
construção histórica da Gestalt-terapia, discorre Española de Terapia Gestalt (Espanha)
sobre três modelos diferentes. Para ela, haveria [Fundada em 1982], Asociación de psicólogos y
uma “gestalt de cabeça” (grupo de Nova terapeutas gestalt para el desarrollo (Espanha)
Iorque), uma “gestalt visceral” (Fritz Perls e o [Fundada em 2010], Asociación Gestáltica de
trabalho mais experiencial) e uma “gestalt do Buenos Aires (Argentina) [Fundada em 1980],
coração” (Gestalt-terapeutas da primeira Association for the Advancement of Gestalt
geração como o casal Polster e Joseph Zinker). Therapy (Estados Unidos) [Fundada em 1992]
entre outras.
Ainda sobre esta multiplicidade, Holanda
(2005) ao discutir uma Epistemologia da Nessa direção, vale citar também: 1) a
Gestalt-terapia afirma compreender o modelo criação da Universidad Gestalt no México em
gestalt-terapêutico em quatro enfoques 1983, reconhecida por Laura Perls como uma
diferentes: 1) Gestalt-analítica; 2) Gestalt- universidade organizada com princípios da

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Gestalt-terapia voltados para a difusão do provisória a fim de regulamentar uma possível
conhecimento, a qual se mantém ativa “Associação Brasileira de Gestalt-terapia e da
oferecendo cursos de graduação e pós- Abordagem Gestáltica”, porém esta ainda carece
graduação com este enfoque até os dias atuais; de um registro formal com estatuto e regimento
2) a possibilidade de receber um higher diploma interno, documentos exigidos para a fundação
especificamente em Gestalt-terapia na de associações no Brasil de acordo com a Lei nº
Universidade da Irlanda (O’Leary, 2013); e 3) o 6.015/73 (artigos 120 e 121).
master in Gestalt therapy na Universidade de La
Trobe (Austrália). Isto mostra um esforço global Em contrapartida, o Brasil possui
na direção não apenas de fomentar as bases institutos de Gestalt-terapia em suas cinco
gestalt-terapêuticas, mas também de regiões, com maior concentração de Institutos
institucionalizá-la e promover seu avanço dentro na região Sudeste nos Estados do Rio de Janeiro
de parâmetros científicos.3 e São Paulo. Fato que historicamente é
justificado pela forma como a Gestalt-terapia
Voltando às associações, destacamos que veio para o Brasil nos anos 1970 (Juliano, 1992;
no Brasil este ainda é um impasse. Houve uma Ribeiro, 2007; Costa, 2008). Além disso, nos
tentativa, no início dos anos 2000, de buscar últimos anos diversos foram os esforços para o
constituir uma “Associação Brasileira de reconhecimento de cursos de Especialização em
Gestalt-terapia” ou “Associação Brasileira da Gestalt-terapia oferecidos nestes institutos e em
Abordagem Gestáltica”, fato que gerou Instituições de Ensino Superior. Além da grande
discussões dentro da comunidade gestáltica produção brasileira de trabalhos de pós-
brasileira. Entre os argumentos favoráveis graduação stricto sensu em nível de mestrado e
figuraram: a possível importância política de doutorado como já relatado por Holanda &
uma institucionalização da Gestalt-terapia, o Karwowski (2004) e Holanda (2009).
cuidado com a formação de profissionais e uma
forma de regulamentar a atuação destes. Entre Para além dessas discussões em pontos
os negativos: o possível enrijecimento de uma favoráveis/desfavoráveis, o fato de haver um
proposta psicoterapêutica/existencial que surgiu questionamento acerca da forma como a
em contexto anárquico e questionador, e o transmissão da Gestalt-terapia se daria/dá abre-
receio de que houvesse uma retirada de nos este campo como uma possibilidade para
autonomia de institutos gestalt-terapêuticos e uma pesquisa que compreenda esta
Gestalt-terapeutas autônomas/os que ofereciam multiplicidade em suas bases: a formação. Mas
formação. o que a literatura gestáltica nos oferece acerca
da formação de Gestalt-terapeutas?
Em 2016 a proposta voltou a ser Apresentaremos isto na seção seguinte.
discutida no XV Encontro Nacional de Gestalt-
terapia e XII Congresso Brasileiro da Reflexões sobre a Formação de Gestalt-
Abordagem Gestáltica havendo uma assembléia terapeutas
geral em que foi constituída uma diretoria
Inicialmente Perls (1942/2002) parecia
3
não estar interessado em criar um modelo
Às leitoras e aos leitores interessadas/os, vale a psicoterapêutico como se compreende hoje. Por
visita às páginas virtuais institucionais destas
universidades. 1) Universiad Gestalt (México) exemplo, a última parte de sua obra inicial, Ego,
http://ugestalt.edu.mx/; 2) Fome e Agressão, foi intitulada “Terapia da
http://www.irishgestaltcentre.com/ma-in-gestalt- Concentração”, na qual sugeria diversos
psychotherapy/ e 3) exercícios a fim de possibilitar a ampliação de
http://www.latrobe.edu.au/handbook//2011/postg consciência de forma autônoma por aqueles que
raduate/health-sciences/coursework/hmgt.htm

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o lessem, como uma autoterapia. Além disso, a compreensão das relações entre sujeitos, da
história de vida de Perls mostra permanente o ciência etc.” (p.165). Sendo assim fundamental
seu desinteresse em questões burocráticas e de a discussão acerca de tal práxis.
organização de grupos, mais focado em suas
viagens para difundir a Gestalt-terapia através Quem pode exercer a função de
de seus workshops, como descreve em sua psicoterapeuta no Brasil? Não há uma
autobiografia (Perls, 1969/1979). Isto talvez delimitação clara por parte dos conselhos
justifique o pouco interesse que este autor profissionais. Contudo na Classificação
parece ter dado a uma discussão mais profunda Brasileira de Ocupações (Brasil, 2002), a busca
e estruturada acerca da formação de gestalt- pelo termo “psicoterapeuta” indica dois
terapeutas de uma forma institucionalizada. sinônimos para as categorias: 1) “Médico
Psicoterapeuta” (Código 2251-33), sendo esta
Contudo, ao fazer uma arqueologia de uma subcategoria para a ocupação de
seus estudos, é possível perceber que existem profissionais formados em medicina e 2)
pequenas centelhas desta discussão. Por “Psicoterapeuta” (Código 2515-10), na qual
exemplo, em sua obra póstuma, A Abordagem estão incluídos Psicólogas/os e Psicanalistas. No
Gestáltica e Testemunha Ocular da Terapia, caso de psicólogas/os, estas/es profissionais
Perls (1973/1988) dedica o capítulo “Quem está estão amparados legalmente pela Resolução 010
ouvindo?” para pensar acerca das/dos gestalt- de 20 de dezembro de 2000 do Conselho
terapeutas: que princípios norteiam o seu fazer Federal de Psicologia que discorre sobre a
clínico, qual a importância de sua autenticidade, prática da psicoterapia.
o que clientes/pacientes buscam etc. Apesar
disto, não discute amplamente a formação Ao discorrer sobre a ausência desta
deste/a cuidador(a). regulamentação da formação em psicoterapia,
Conte (2012) afirma que “a diversidade que
Para construir a discussão teórica desta caracteriza a Psicologia e as práticas
sessão, é preciso dar um passo anterior e pensar psicoterápicas deve ser discutida mais além de
a formação da/o psicoterapeuta, não enquadramentos, títulos, listas e
necessariamente restrita a um referencial regulamentações” (p.153), sugerindo a
teórico. No Brasil, por exemplo, a formação importância de mais reflexões nesta direção,
acadêmica em Psicologia descrita nas Diretrizes para além de disputas políticas ou de mercado.
Curriculares Nacionais institui bases
fundamentais para que o acadêmico se torne um Quanto à formação de gestalt-terapeutas,
profissional em Psicologia (Psicóloga/o) ao final Bar-Yoseph et al (2008/2014) indagam:
de sua graduação, não obrigatoriamente um
psicoterapeuta. Assim, a formação como Qual a formação mínima necessária
psicoterapeuta passa a ser realizada, geralmente, para alcançar um nível aceitável de
em espaços fora da universidade. competência como um gestalt-
terapeuta? Como se pode medir isso?
Discorrer acerca da Psicoterapia é Seria a compreensão da teoria, a
importante, mesmo que compreendamos que qualidade da aliança de trabalho na
uma clínica psicológica se faz para além dessa relação dialógica ou os resultados
prática. Pimentel (2012) afirma que “a efetivos para o processo terapêutico?
Psicoterapia é uma das formas que a Psicologia (...) Formação, supervisão e terapia
Clínica viabiliza socialmente os conhecimentos pessoal são os três blocos de
cientificamente elaborados, sobretudo construção na criação de um
concepções de subjetividade, alteridade, mundo,

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profissional ético, íntegro, criativo e cargo do interessado em Gestalt-terapia
atencioso (p.149) avaliar cuidadosamente a formação
educacional, clínica e o treinamento
Apesar de o foco dos autores citados pessoal das pessoas que se denominam
acima ser mais fortemente aproximado de uma Gestalt-terapeutas (p.26-27).
pesquisa quantitativa, muito presente na cultura
estadunidense da qual fazem parte, estas As perspectivas destes diversos autores
perguntas são importantes para nortear reflexões parecem não se anular, deixando claro o
acerca da formação de gestalt-terapeutas. processo formativo e vivencial inerentes à
prática da Gestalt-terapia. Vale um destaque
Em estudo sobre a formação do também às criticas epistemológicas à
psicoterapeuta na abordagem gestáltica, Abordagem Gestáltica: apesar da concepção
Cardella (2002) cita Frazão (s/d) para elucidar bastante difunda em Gestalt-terapia de que “o
os objetivos neste processo: o desenvolvimento terapeuta é seu próprio instrumento” (Polster &
da autopercepção, o processo contínuo de Polster, 2001/1973, p.35), Loffredo (1992,
autoconhecimento do terapeuta, a habilidade p.152) tece críticas de que esta compreensão em
para compreender sua percepção (do terapeuta) nada difere de outros sistemas teóricos da
e a do cliente, o desenvolvimento de raciocínio Psicologia e da Psicanálise, considerando a
clínico e o contato consigo mesmo (p.105). noção de contratransferência como um ponto
deixado de lado pela Gestalt-terapia, mesmo que
Ribeiro (1994), ao pensar a nesta tenhamos a ênfase nos processos de
especificidade de gestalt-terapeutas, afirma que: consciência e seus desdobramentos.
o terapeuta gestáltico não é diferente Tal aproximação com a Psicanálise
dos terapeutas de outras abordagens, também permanece caso pensemos uma suposta
senão em uma única coisa: não é “estrutura de formação” quando comparada à
possível ser gestalt-terapeuta sem uma Gestalt-terapia. Em seus escritos, Aguiar (2005)
profunda fé na capacidade humana de arrisca uma discussão sobre a formação da/o
autoregular-se, sem uma consciência Gestalt-terapeuta infantil pontuando “a
experienciada de que é sendo pessoa importância da teoria” (p.294) bem como da
que se torna pessoa e que é alargando “psicoterapia pessoal e supervisão” (p.296),
as próprias fronteiras que uma Gestalt porém isto parece se aproximar bastante do já
cada vez mais completa é possível conhecido tripé psicanalítico freudiano que
(p.184). compreende a formação da/o Analista pautada
em: análise pessoal/estudo teórico/supervisão.
Enquanto Bar-Yoseph (2008/2014) e
Cardella (2002) discutem a perspectiva do Apesar de não raro lermos que a Gestalt-
gestalt-terapeuta a partir do tripé formação, terapia também é um sistema anárquico (Perls,
terapia e supervisão, Ribeiro (1994) parece se 1992) ou uma noção de contestação política
aproximar mais à perspectiva de uma vivência (Rocha, 2005), ainda são raros materiais
da Gestalt-terapia como filosofia de vida para bibliográficos que mencionem diretamente a
estes profissionais. Yontef (1998) segue a importância da formação de Gestalt-terapeutas
direção dos primeiros autores citados: incluírem questões relacionadas à discussão de
gênero, raça e questões de classe, também
não há padrões consensuais para o que pilares críticos caso se queira conservar o
seja uma boa Gestalt-terapia ou um caráter revolucionário e questionador da Gestalt-
bom Gestalt-terapeuta. Portanto, está a terapia.

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Cursos de formação em Gestalt-terapia no os novos credenciamentos e recredenciamentos
Brasil e legislação de cursos de especialização em Psicologia (CFP,
2014)”, informando ainda que havia sido
Entre fins dos anos 1990 e parte dos anos constituído um grupo de trabalho para verificar
2000 houve intensa discussão da Psicologia outras possibilidades legais contra a decisão.
brasileira para que fossem delimitadas áreas de
especialidades para a Psicologia. O resultado Alguns institutos buscaram então validar
dessas discussões, em nível nacional e realizada seus cursos a partir de chancelas com diversas
por diversos conselhos regionais, gerou a IES pelo país. Essa prática, apesar de conhecida
Resolução CFP nº 013/2007 que “institui a na área, constitui irregularidade. A legislação do
Consolidação das Resoluções relativas ao Título Ministério da Educação acerca dos cursos de
Profissional de Especialista em Psicologia e pós-graduação institui que:
dispõe sobre normas e procedimentos para seu
registro”. Os cursos de especialização somente
podem ser oferecidos por instituições
Após esse fato, houve um movimento de de ensino superior já credenciadas que
diversos institutos gestalt-terapêuticos para poderão oferecer cursos de
validar seus cursos de Gestalt-terapia como especialização na área em que possui
especializações (pós-graduação lato sensu). Isto competência, experiência e capacidade
trazia credibilidade, além de certificação para instalada. A instituição credenciada
as/os profissionais que realizavam o curso deve ser diretamente responsável pelo
nestas instituições. As exigências da Associação curso (projeto pedagógico, corpo
Brasileira de Ensino da Psicologia - ABEP - e docente, metodologia etc.), não
do Conselho Federal de Psicologia eram podendo se limitar a “chancelar” ou
extensas, porém alguns institutos conseguiram “validar” os certificados emitidos por
atender a elas. A antiga lista de cursos terceiros nem delegar essa atribuição a
credenciados ficava disponível no site do CFP outra entidade (escritórios, cursinhos,
(s/d). organizações diversas). Não existe
possibilidade de “terceirização” da sua
Porém, em 2014 foi protocolada a Ação responsabilidade e competência
Civil Pública nº 5994-36.2013.4.01.3800, em acadêmica. (...) (Brasil, 2007, grifos
trâmite na 20ª Vara Federal da Seção Judiciária nossos)
de Minas Gerais, a partir da qual o Conselho
Federal de Psicologia ficou impossibilitado de Após essa decisão alguns dos institutos e
reconhecer cursos de Institutos Autônomos centros de Gestalt-terapia brasileiros passaram a
(como a maioria dos cursos de Gestalt-terapia ofertar os seus cursos como cursos livres de
no Brasil) como especializações, passando essa Formação em Gestalt-terapia, com o mesmo
função a ser realizada exclusivamente por corpo docente, buscando sustentar a mesma
Instituições de Ensino Superior (universidades e qualidade técnica e praticamente o mesmo
faculdades, sejam IES públicas ou IES contorno curricular, porém sem ao final oferecer
privadas), como é possível verificar no site do um certificado de especialista. Não é objetivo
Conselho Federal de Psicologia (CFP, 2014). deste trabalho avaliar ganhos e perdas nesse
processo, mas pontuamos este fato por
Na nota oficial do Conselho Federal de considerá-lo um tocante no que diz respeito ao
Psicologia é dito que: “Em atendimento à tema da formação brasileira.
decisão judicial, o Conselho Federal de
Psicologia (CFP) informa que estão suspensos

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Os cursos de formação em Gestalt- concentrada nessa área de atuação. Isto elucida
terapia no Brasil costumam ter duração entre um pouco o que seria fundamental em uma
ano (modalidade semanal) e três anos formação em Gestalt-terapia caso consideremos
(modalidade mensal) sendo constituídos, de sua atuação fora do modelo clínico.
forma geral, por aulas teóricas, estágio clínico
supervisionado (supervisão) e a participação de Considerações finais
suas/seus discentes em workshops de imersão
gestáltica (vivências). E possuem como público- Ainda há pouco material bibliográfico
alvo: profissionais e estudantes das áreas de específico acerca da formação de Gestalt-
Psicologia e Psiquiatria. Em alguns casos é terapeutas. Isto parece ocorrer por pelo menos
possível encontrar cursos voltados para a dois motivos: a incipiente pesquisa em Gestalt-
população em geral, porém sem um enfoque terapia no Brasil e ainda necessidade de
clínico psicoterapêutico. refletirmos acerca da nossa formação. Quais
qualidades queremos que Gestalt-terapeutas
Vale um destaque também acerca da brasileiras/os desenvolvam em nossas
pós-graduação stricto sensu: mestrados e formações?
doutorados. No Brasil, não temos nenhum
Programa de Pós-Graduação em Gestalt-terapia Como circunscrever um “currículo
(stricto sensu) como em outros países. Porém, mínimo” para ensinar uma prática que é ao
há docentes vinculadas/os a diversos programas mesmo tempo vivência e teoria? O advento de
que se colocam disponíveis para orientar uma Associação Brasileira de Gestalt-terapia &
Gestalt-terapeutas e pessoas interessadas na da Abordagem Gestáltica nos auxilia nessa
área. A concentração desses programas costuma direção ou nos “enrijece”? Bar-Yoseph,
ser nas áreas da Psicologia e/ou da Educação. Philippson, O’Neil e Brownell (2008/2014) já
afirmaram que: 1) as formações variam de
Ainda quanto a questões de legislação, acordo com os países e culturas nas quais estão
não raro é encontrar Psicólogas/os recém- inseridas (p.134); e 2) a formação de Gestalt-
formadas/os que se autointitulam Gestalt- terapeutas exige uma “pedagogia vivencial”,
terapeutas seja por terem tido contato com a sendo a/o formador(a) um guia nesse processo
Gestalt-terapia em cursos de graduação, por (p.132).
terem participado de um evento acadêmico e
identificar-se com os pressupostos da De certo é possível afirmar que formar
abordagem ou mesmo por ter concluído curso de Gestalt-terapeutas é uma tarefa difícil e
Formação Básica em Gestalt-terapia ou algum complexa por exigir de quaisquer pessoas
curso online. Isto não acontece somente com a envolvidas nesse processo a habilidade de
orientação gestalt-terapêutica, mas também com sintetizar temas complexos entendendo a
outras abordagens psicológicas. De toda forma, multiplicidade das teorias que compõem a
esta é uma questão vindoura para a Associação Gestalt-terapia e considerando-a como
Brasileira de Gestalt-terapia e da Abordagem heterogênea. Colocar tais questões acerca dos
Gestáltica caso tenha como meta pensar a diversos modelos e formas singulares da atuação
Formação de Gestalt-terapeutas no Brasil. gestalt-terapêutica abre a reflexão para
buscarmos o que é comum à abordagem. Seria o
Em sua totalidade, os trabalhos referidos seu suposto caráter fenomenológico? Sua
nesta análise focam-se em questões ligadas à postura existencial? A forma como entrelaça e
clínica privada no modelo tradicional de alinhava suas diversas teorias? Este artigo traz
psicoterapia individual. Isso é um reflexo da questionamentos para que novas reflexões sigam
Gestalt-terapia, parecendo ainda estar nessa direção e fertilizem ainda mais o

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Processos formativos em Gestalt-terapia
(Curitiba/PR).

- Jorge Ponciano Ribeiro é PhD. Gestalt-


terapeuta. Professor Emérito da Universidade de
Brasília. Fundador e presidente do Instituto de
Gestalt-terapia de Brasília (IGTB).

PSI UNISC, Santa Cruz do Sul, Vol. 1, n. 1, jul./dez. 2017, p.<153-153>.

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