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Guilherme Avelino Marini – RA 2359

Simony Lanci Soares – RA 2629

COMO SE DÁ O PROCESSO DE SELF NA GESTALT-TERAPIA

Artigo apresentado ao curso de graduação


em Psicologia da Faculdade Católica
Paulista, como requisito parcial para a
obtenção de Título de Bacharel em
Psicologia.

Orientador(a): Prof(a). Me. Bárbara Cristina Rodrigues Fonseca

Marília

2023

Introdução
O artigo “Como se dá o processo de Self na Gestalt-terapia” apresenta a contextualização do
conceito de “Self” para a Gestalt-terapia, ampliando o conhecimento acerca da construção e
do funcionamento deste processo, demonstrando como ele é contínuo e ininterrupto. O artigo
propõe a elucidação do conceito de self para a Gestalt-Terapia e seu processo de
funcionamento. Buscamos contextualizar o leitor a partir da fenomenologia passando pela
base teórica inicial da Gestalt assim como a influência dos conceitos fenomenológicos para os
princípios da Gestalt-terapia sobre o processo denominado como “Self”, enriquecendo o
conhecimento acerca da importância do autoconhecimento para o fortalecimento do auto-
suporte. Por meio deste estudo é possível investigar como se dá o processo de
autoconhecimento e como este conceito impacta positivamente a saúde mental do indivíduo a
partir do selfssuport. De modo mais amplo vem possibilitar a compreensão da sequência
ininterrupta de formação e destruição de Gestalten a partir das fases de contato.

Ao nos aprofundarmos por meio das releituras bibliográficas veremos se o self é a principal e
única base, para a formação da personalidade do indivíduo,da visão da Gestalt-Terapia.Como
uma das bases teóricas utilizamos, o livro que é tido como marco inicial da Gestalt-Terapia,
“Gestalt Therapy” (1951, Fritz Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline) ser muito conhecido
no exterior do Brasil, a abordagem e seus conceitos ainda são poucos explorados no Brasil. O
livro traz os primeiros conceitos e teorias a cerca da abordagem gestalt e a partir disso, torna-
se imprescindível a elaboração de novos materiais que abordam concepções e
contextualizações dos conceitos apresentados dentro dos estudos de Gestalt-Terapia, levando
em consideração estudos brasileiros e estrangeiros, de forma a enriquecer o tema e elucidar
aspectos pertinentes à abordagem, como o Self.
Uma das principais contribuições do processo de selfie na Gestalt terapia é o foco no aqui e
agora. Essa abordagem enfatiza a importância de estar plenamente presente no momento
presente, de vivenciar e explorar as experiências e emoções em tempo real. Isso permite uma
maior identificação em uma compreensão mais profunda de si mesmo. O processo de selfie na
Gestalt - Terapia encoraja o indivíduo a assumir a responsabilidade por suas ações e escolhas,
promovendo um senso de empoderamento e autonomia. Em suma, o tema abordado é muito
importante pois amplia o conhecimento acerca do processo de funcionamento do self do
indivíduo, enfatizando o autoconhecimento como a pedra angular do self-suporte, aqui
entendido como o objetivo da Gestalt-Terapia.
A metodologia utilizada compreende a análise de publicações, incluindo obras de autores da
Gestalt-terapia e também de filosofia, através de uma revisão bibliográfica. A revisão
abrangeu a leitura de clássicos da literatura em Gestalt e também suas principais bases
filosóficas. Para a composição do presente trabalho também foram utilizados artigos e
revistas eletrônicas.

Palavras chaves: Ambiente, Auto-conhecimento, Auto-suporte, Fenomenologia,


Gestalt, Self, Contato

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O movimento fenomenológico advindo da filosofia, iniciado por Edmund Husserl, no século


XX, tem como objetivo restaurar a unidade entre sujeito e objeto. Essa fenomenologia é,
sobretudo, um método alternativo aos métodos científicos dominantes, ela nem afirma nem
rejeita a existência de um mundo físico “externo”; simplesmente insiste que a investigação
filosófica comece com o mundo nos únicos termos pelos quais podemos conhecê-lo e entrar
em contato, que é a partir da consciência. (HEFFERLINE; GOODMAN; PERLS, 1998, p.
30). O livro “Gestalt-Terapia” de Fritz Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline apresenta um
entendimento fenomenológico, baseado na experiência observável e imediatamente relatável
de como uma pessoa faz para além de lidar, criar e continuar criando sua própria realidade,
enquanto criadora e participante da sua própria forma de vida. (HEFFERLINE; GOODMAN;
PERLS, 1998, p. 30). Ou seja, para a Gestalt-Terapia, aqui também chamada de GT, “a
perspectiva gestáltica é a abordagem original, não deturpada e natural da vida; isto é, do
pensar, agir e sentir do homem” (HEFFERLINE; GOODMAN; PERLS, 1998, p. 30).

A Gestalt-terapia compreende a existência como um fluxo contínuo de transformação e


crescimento, dado a partir do contato no campo organismo/ambiente (FRAZÃO;
FUKUMITSU, 2014, p. 10). Na luta pela sobrevivência, a necessidade mais importante torna-
se figura e organiza o comportamento do indivíduo até que seja satisfeita, depois do que ela
recua para o fundo e dá lugar à próxima necessidade. Essa relação pode ser entendida como a
relação entre figura e fundo e é um processo de emergência e recuo permanentes e
significativos, e sua relação com o “self” é o tema central do estudo presente. (HEFFERLINE;
GOODMAN; PERLS, 1998, p. 32). É nesse processo fluído de necessidade, reorganização e
re-significados, ou seja, nesse processo de contato, crescimento e maturação que o paciente
experimenta e desenvolve o seu self, a partir da quantidade de consciência que tem a partir de
suas experiências com o ambiente.

O conjunto de recursos e experiências que cada pessoa possui constitui seu autossuporte. O
autossuporte não deve ser encarado como autossuficiência, uma vez que em Gestalt-terapia
pensamos no homem existindo em constante interação com seu meio e, portanto, em
interdependência (FRAZÃO; FUKUMITSU, 2014, p. 9). Nesse sentido, o self não é
considerado uma entidade fixada ou uma estrutura fixa na qual a mudança é impedida de
ocorrer; ao contrário, é compreendido como um processo, um sistema de contatos que integra
funções perceptivo proprioceptivas, motor-musculares e necessidades orgânicas e existirá
onde quer que haja de fato uma interação de fronteira e sempre que ela existir. Dessa maneira,
ele é o próprio funcionamento da fronteira de contato. É o integrador. “É o artista da vida”; é
só um pequeno fator na interação total organismo/ambiente, mas desempenha o fator crucial
de descobrir e realizar os significados por meio dos quais nos desenvolvemos (FRAZÃO;
FUKUMITSU, 2014, p. 23).

RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS

O resultado esperado com a idealização deste projeto é o autoconhecimento sendo


fundamental para a manutenção do autossuporte. Muitas vezes, conceitos importantes
relacionados ao Self são poucos pesquisados e explorados no âmbito acadêmico da Gestalt no
Brasil. Fornecer um entendimento mais completo do Self e do autoconhecimento e sua
influência no processo de autossuporte, pode impactar na qualidade de vida além de promover
mudanças positivas em comportamentos disfuncionais. Em suma, o impacto esperado, condiz
com o enriquecimento do tema, elucidando conceitos e trazendo novas discussões e reflexões
sobre o Self na Gestalt-Terapia.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FRAZÃO, Lilian Meyer; FUKUMITSU, Karina Okajima (Org.). Gestalt-terapia:


conceitos fundamentais [recurso eletrônico]. 1. ed. São Paulo: Summus, 2014. 1
recurso digital (Gestalt terapia: fundamentos e práticas; 2). Formato: ePub.
Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions. Modo de acesso: World Wide Web.
ISBN 978-85-323-0949-5.

HEFFERLINE, Ralph; GOODMAN, Paul; PERLS, Frederick. Gestalt-terapia. 3. ed.


São Paulo: Summus Editorial, 1998.

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