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Sumário

Introdução......................................................................................................................1
1. Crescimento Psicológico...........................................................................................1
2. Psicologia da Gestalt.................................................................................................2
3. Existencialismo e Fenomenologia.............................................................................3
4. O Organismo como um Todo....................................................................................5
5. Ênfase no Aqui e Agora............................................................................................6
6. A preponderância do Como sobre o Porquê............................................................6
7. Conscientização........................................................................................................7
8. Dinâmica Patológica..................................................................................................9
8.1. Introjeção..........................................................................................................10
8.2. Projeção............................................................................................................10
8.3. Confluência.......................................................................................................10
8.4. Retroflexão.......................................................................................................11
9. Alguns conceitos na visão de Perls........................................................................11
9.1. Corpo................................................................................................................11
9.2. Relacionamento Social.....................................................................................11
9.3. Vontade.............................................................................................................12
9.4. Emoções...........................................................................................................12
9.5. Intelecto............................................................................................................12
9.6. Self....................................................................................................................13
9.7. Terapeuta.........................................................................................................13
Bibliografia...................................................................................................................14
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TEORIA DA GESTALT

INTRODUÇÃO

A teoria da Gestalt desenvolveu-se como protesto contra a análise atomística


vigente no final do século XIX. A análise atomística tentava compreender a
experiência da pessoa de forma que os elementos dessa experiência eram
reduzidos aos seus componentes mais simples, sendo que cada componente era
analisado separadamente dos outros e, a experiência total era entendida como uma
soma destes componentes.

A chamada Gestalt-terapia surge no início da década de 50, a partir das


reflexões de Friederich Perls, um psicanalista nascido em Berlim em 1893, que
emigrou durante a década de 40 para a África do Sul e posteriormente para os
Estados Unidos da América, onde juntamente com um grupo de intelectuais norte-
americanos desenvolveu esta nova abordagem.

1. CRESCIMENTO PSICOLÓGICO

Perls definia a saúde e a maturidade psicológicas como sendo a capacidade de


emergir do apoio e da regulação ambientais para um auto-apoio e uma auto-
regulação. O processo terapêutico representa um esforço na direção desta
emergência. O elemento crucial no auto-apoio e na auto-regulação é o equilíbrio.
Uma das proposições básicas da teoria da Gestalt é que todo organismo possui a
capacidade de realizar um equilíbrio ótimo consigo e com seu meio. As condições
para realizar este equilíbrio envolvem uma conscientização desobstruída da
hierarquia de necessidades, que descrevemos anteriormente.

Uma apreciação plena desta hierarquia de necessidades só pode ser realizada


através da conscientização que envolve todo organismo, uma vez que necessidades
são experienciadas por cada parte do organismo e sua hierarquia é estabelecida por
meio de sua coordenação.

Perls considera o ritmo de contato/fuga com o meio ambiente como


componente principal do equilíbrio do organismo. A imaturidade e a neurose
implicam uma percepção imprópria do que constitui este ritmo ou uma incapacidade
de regular seu equilíbrio.

Indivíduos auto-apoiados e auto-regulados se caracterizam pelo livre fluir e


pelo delineamento claro da formação figura-fundo (definição de sentido) nas
expressões de suas necessidades de contato e retraimento. Tais indivíduos
reconhecem sua própria capacidade de escolher os meios de satisfazer
necessidades à medida que estas emergem. Têm consciência das fronteiras entre e
eles mesmos e os outros e estão particularmente conscientes da distinção entre
suas fantasias sobre os outros (ou o ambiente) e o que experienciam através do
contato direto.
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2. PSICOLOGIA DA GESTALT

Embora não haja equivalente preciso em português para a palavra alemã


gestalt, o sentido mais geral que se pode dar ao termo seria uma espécie de
disposição ou configuração de uma organização específica das partes que
constituiria um todo particular. O princípio mais importante da abordagem gestáltica
é a afirmação de que a análise das partes nunca pode proporcionar uma
compreensão do todo, uma vez que o todo será definido pelas interações e
interdependências das partes. As partes de uma gestalt não mantêm sua identidade
quando estão separadas de sua função e lugar no todo. Assim sendo, a teoria da
Gestalt foi inicialmente formulada no final do século XIX na Alemanha e Áustria.

Em 1912, Max Wertheimer publicou um trabalho considerado o fundamento da


escola gestáltica, onde descrevia um experimento executado por Wertheimer e seus
colegas, planejado para explorar certos aspectos da percepção do movimento.
Numa sala escura, eles faziam reluzir em rápida sucessão dois pontos de luz
próximos um do outro, variando os intervalos de tempo entre os clarões.
Descobriram que quando o intervalo entre os clarões era menor que 3/100 de
segundo, eles pareciam simultâneos. Quando o intervalo era de 6/100 de segundo, o
observador dizia ver o clarão mover-se do primeiro ponto ao segundo. Quando o
intervalo era de 20/100 de segundo ou mais, os pontos de luz foram observados
como o eram de fato, ou seja, dois clarões de luz separados.

A descoberta crucial do experimento refere-se à percepção de movimento


quando os clarões estavam separados por aproximadamente 6/100 de segundo. O
movimento aparente não era função dos estímulos isoladamente, mas dependia das
características relacionadas à organização neural e perceptiva do campo.

Os resultados deste experimento levaram a algumas reformulações


fundamentais no estudo da percepção e, durante as décadas de vinte, trinta e
quarenta do nosso século, a teoria da Gestalt foi aplicada ao estudo da
aprendizagem, resolução de problemas, motivação, psicologia social e, até certo
ponto, à teoria da personalidade.

A escola gestáltica causou enorme impacto em todo o campo da Psicologia. Na


metade do século XX, a abordagem desta escola tinha-se tornado tão intrínseca à
corrente central da Psicologia que a noção de um movimento gestáltico por si
próprio e emancipado deixou de existir. Uma contribuição importante dos adeptos da
Gestalt refere-se à exploração da maneira como as partes constituem e estão
relacionadas com um todo.

Além disso, a teoria da Gestalt ofereceu algumas sugestões a respeito dos


modos pelos quais os organismos se adaptam para alcançar sua organização e
equilíbrio ótimos. Um aspecto desta adaptação envolve a forma pela qual um
organismo torna suas percepções significativas, a maneira pela qual distingue figura
do fundo. A escola gestáltica estendeu o fenômeno figura-fundo para descrever a
maneira pela qual um organismo seleciona o que é ou não é de seu interesse num
dado momento.
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Para um homem sedento, um copo de água colocado entre seus pratos


favoritos emerge como figura principal contra o fundo menos importante constituído
pela comida. A percepção adapta-se à necessidade, capacitando-nos a satisfazer
nossas necessidades. Uma vez satisfeita a sede do exemplo, sua percepção da
pessoa sobre o que é figura e o que é fundo provavelmente se modificará, de acordo
com as mudanças nos interesses e necessidades dominantes.

Embora, por volta de 1940 a teoria da Gestalt já tivesse sido aplicada em


muitas áreas da Psicologia, foi em grande parte ignorada no exame da dinâmica da
estrutura da personalidade e do crescimento pessoal. Além do mais, ainda não havia
nenhuma formulação de princípios da Gestalt específicos para psicoterapia. Assim,
a partir desse ponto podemos começar a ver o papel de Fritz Perls, responsável pela
ampliação da teoria da Gestalt na psicoterapia e de uma teoria de mudança
psicológica.

A abordagem gestáltica inspirou-se em formulações da Psicologia e da


Filosofia, adotando alguns referenciais, tais como, a percepção gestáltica de que "o
todo é diferente da soma das partes". A percepção gestáltica propõe que todo
fenômeno psíquico seja visto como um todo, em suas relações e dinamismos.

Por essa razão a Gestalt não considera o comportamento da pessoa


isoladamente. Ela procura explorar a situação em que se deu, sua importância e
significado naquele momento e situação. Considera o homem como um ser em
relação, seu organismo é um sistema em equilíbrio, ou em constante busca de
equilíbrio e auto-regulação em sua relação com o meio. O terapeuta gestáltico é
especialmente atento à forma como se expressa o cliente, não só em termos de
verbalização, mas também em termos de linguagem gestual, corporal. motora. Perls
mostra que a agressividade também desempenha um papel construtivo na maneira
como a pessoa se relaciona com o mundo e consigo mesma.

3. EXISTENCIALISMO E FENOMENOLOGIA

Perls descreveu a Gestalt-terapia como uma terapia existencial, baseada na


filosofia existencial e utilizando-se de princípios considerados existencialistas e
fenomenológicos. Embora a Gestalt-terapia não se tenha desenvolvido diretamente
a partir de antecedentes fenomenológicos e existenciais particulares, vários
aspectos do trabalho de Perls equiparam-se àqueles desenvolvidos em muitas
escolas do existencialismo e fenomenologia. A influência destas escolas foi difusa,
porém substancial.

Em geral, Perls contestava de forma ferrenha a idéia de que se poderia


abranger o estudo do ser humano através de uma abordagem científico-natural-
mecanicista inteiramente racional, como recomendava o positivismo. A partir disso,
Perls associou-se à maioria dos existencialistas, insistindo que o mundo vivencial de
um indivíduo só pode ser compreendido por meio da descrição direta que o próprio
indivíduo faz de sua situação única.
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Do mesmo modo, Perls sustentou que o encontro do terapeuta com um


paciente, constitui um encontro existencial entre duas pessoas e não uma variante
do clássico relacionamento médico-paciente. O primeiro livro publicado por
Friederich Perls, antes mesmo do nascimento da Gestalt-Terapia, foi "The Ego,
Hunger and Aggression"(1942), onde expressa de forma condensada sua crítica à
teoria de Freud.
A idéia de que mente e corpo constituem dois aspectos diferentes da existência
diferentes e completamente separados, era uma noção que Perls, assim como os
existencialistas, achavam intolerável. De acordo com suas objeções, assim como
não poderia haver cisão entre mente e corpo, abandonou também a idéia da cisão
entre sujeito e objeto e, mesmo, a da cisão entre organismo e meio.

Ao invés de considerar que cada ser humano encontra um mundo que ele
experiência como sendo completamente separado de si mesmo, Perls acreditava
que as pessoas criam e constituem seus próprios mundos. Dessa forma o mundo
existe para um dado indivíduo como sua própria descoberta do mundo.

O conceito de intencionalidade é básico, tanto para o existencialismo e


fenomenologia quanto para o trabalho de Perls. A mente ou consciência é entendida
como intenção e não pode ser compreendida à parte do que é pensado ou
pretendido. Os sentidos dos atos psíquicos ou intenções devem ser alcançados em
seus próprios termos, fenomenologicamente, e em termos de sua própria intenção
particular. Assim, a crítica existencialista da noção freudiana de instintos é a mesma
de Perls, e a libido constitui um ato psíquico, nem mais básico nem mais universal
que qualquer outro. Todo ato psíquico é intenção, e toda intenção deve ser
compreendida em seus próprios termos, e não em termos de um ato psíquico mais
básico.
Entre o pensamento existencialista, dois temas são da maior importância; a
experiência do nada e a preocupação com a morte e o medo. Ao examinar a visão
que Perls tem da neurose, veremos que esses mesmos temas também constituem
elementos importantes em sua teoria sobre o funcionamento psicológico.

O método fenomenológico de compreender através da descrição é básico no


pensamento de Perls. Todas as ações implicam escolha, todos os critérios, de
escolha são eles próprios selecionados e explanações causais não são suficientes
para justificar as escolhas ou ações de alguém. Além disso, a confiança
fenomenológica na intuição para o conhecimento das essências assemelha-se à
confiança de Perls naquilo que ele chama de inteligência ou sabedoria natural do
organismo.

Finalmente, o próprio modo de Perls propor sua abordagem inclui, como


qualquer descrição fenomenológica, as características fenomenológicas e
existenciais descritas acima. Seus livros não são argumentações descrevendo um
ponto de vista particular, uma vez que, na estrutura fenomenológica, a
argumentação perde o sentido a não ser que o leitor, fora do contexto de sua própria
experiência, decida aceitar as premissas de Perls desde o início. O estilo de Perls é
imaginativo e pessoal, e sua tentativa é existencial no sentido em que propõe uma
teoria do desenvolvimento psicológico que é inseparável do envolvimento de Perls
com seu próprio desenvolvimento.
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4. O ORGANISMO COMO UM TODO

Um conceito fundamental subjacente ao trabalho de Perls tem sua formulação


explícita, como vimos, a partir do trabalho dos psicólogos da Gestalt. Na teoria de
Perls, a noção de organismo como um todo é central, tanto em relação ao
funcionamento orgânico quanto à participação do organismo em seu meio para criar
um campo único de atividades.

No contexto do funcionamento intra-orgânico, Perls insistia em que os seres


humanos são organismos unificados e em que não há nenhuma diferença entre o
tipo de atividade física e mental. Perls definia atividade mental como atividade da
pessoa toda que se desenvolve num nível mais baixo de energia que a atividade
física.

Esta concepção dos níveis de atividades do comportamento humano levou


Perls a sugerir que qualquer aspecto do comportamento de um indivíduo pode ser
considerado como uma manifestação do todo, do ser total da pessoa. Assim sendo,
na terapia, o que o paciente faz ou como ele se movimenta, fala e assim por diante,
fornece tanta informação a seu respeito quanto o que ele pensa ou diz.

Além do holismo ao nível orgânico, Perls acentuou a importância do fato de


considerar o indivíduo como parte perene de um campo mais amplo, o qual inclui o
organismo e seu meio. Assim como Perls protestava contra a noção de divisão
corpo-mente, protestava também contra a divisão interno-externo. Ele considerava
que a questão das pessoas serem dirigidas por forças internas ou externas não tinha
nenhum sentido em si, uma vez que os efeitos causais de um são inseparáveis dos
efeitos causais do outro.

Há, no entanto, um limite de contato entre o indivíduo e seu meio e é esse


limite que define a relação entre eles. Num indivíduo saudável este limite é fluido,
sempre permitindo contato e depois afastamento do meio. Contatar constitui a
formação de uma gestalt e afastar-se representa seu fechamento. Num indivíduo
neurótico as funções de contato e afastamento estão perturbadas, e ele se encontra
frente a um aglomerado de gestalten que estão de alguma forma inacabadas ou
nem plenamente formadas nem plenamente fechadas.

Perls sugeriu que as pistas para este ritmo de contato e afastamento são
ditadas por uma hierarquia de necessidades. As necessidades dominantes emergem
como ou figura contra o fundo da personalidade total. A ação efetiva é dirigida para a
satisfação de uma necessidade dominante. Os neuróticos são freqüentemente
incapazes de perceber quais de suas necessidades são dominantes ou de definir
sua relação com o meio, de forma a satisfazer tais necessidades. Assim, a neurose
acarreta alterações nos processos funcionais de contato e afastamento, e acabam
causando uma distorção na existência do indivíduo enquanto organismo unificado.
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5. ÊNFASE NO AQUI E AGORA

A visão holística levou Perls a dar ênfase particular à importância da auto-


percepção presente e imediata que um indivíduo tem de seu meio. Os neuróticos
são incapazes de viver no presente, pois carregam cronicamente consigo situações
inacabadas (gestalten incompletas) do passado. Sua atenção é, pelo menos em
parte, absorvida por essas situações e eles não têm nem consciência nem energia
para lidar plenamente com o presente.

Visto que a natureza destrutiva destas situações inacabadas aparece no


presente, os indivíduos neuróticos sentem-se incapazes de viver com sucesso.
Assim, a Gestalt-terapia não investiga o passado com a finalidade de procurar
traumas ou situações inacabadas, mas convida o paciente simplesmente a se
concentrar para tornar-se consciente de sua experiência presente, pressupondo que
os fragmentos de situações inacabadas e problemas não resolvidos do passado
emergirão inevitavelmente como parte desta experiência presente. À medida que
estas situações inacabadas aparecem, pede-se ao paciente que as represente e
experimente de novo, a fim de completá-las e assimilá-las no presente.

Perls definiu ansiedade como a lacuna, a "tensão entre o agora e o depois". A


inabilidade das pessoas para tolerar essa tensão, sugeria Perls, leva-as a preencher
a lacuna com planejamentos, ensaios e tentativas de tornar o futuro seguro. Isto não
apenas desvia a energia e a atenção do presente, criando assim situações
inacabadas perpetuamente, mas também impede o tipo de abertura para o futuro,
decorrente do crescimento e da espontaneidade.

Além da natureza estritamente terapêutica deste enfoque ligado à


conscientização do presente, uma tendência subjacente ao trabalho de Perls é a
apologia de viver com a atenção voltada para o presente, ao invés do passado ou
futuro, como algo bom que leva ao crescimento psicológico. Aqui vemos mais uma
vez como o trabalho psicológico de Perls está fortemente baseado num contexto
filosófico, num tipo de weltanschauung que pressupõe que a experiência presente
de uma pessoa, num dado momento, é a única experiência presente possível e que
a condição para se sentir satisfeito e realizado a cada momento da vida é a simples
aceitação sincera desta experiência presente.

6. A PREPONDERÂNCIA DO COMO SOBRE O PORQUÊ

Uma conseqüência natural da orientação fenomenológica de Perls e de sua


abordagem holística é a ênfase na importância da compreensão da experiência de
uma maneira descritiva e não causal. Estrutura e função são idênticas e se um
indivíduo compreende como faz alguma coisa, esta pessoa está na posição de
compreender a ação em si. Segundo Perls, o determinante causal, ou seja, o porquê
da ação, é irrelevante para qualquer compreensão plena da mesma.

Perls considera que toda ação tem causas múltiplas, assim como toda causa
tem causas múltiplas, e as explicações de tais causas nos distanciam mais e mais
da compreensão do ato em si.
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Além disso, uma vez que todo elemento da existência de alguém só pode ser
compreendido como parte de uma das várias gestalten, não há qualquer
possibilidade deste elemento ser compreendido como sendo "causado"
separadamente de toda a matriz de causas da qual participa. Uma relação causal
não pode existir entre elementos que formam um todo; todo elemento causa e é
causado por outros. Assim, na prática da Gestalt-terapia, a ênfase está em ampliar
constantemente a consciência da maneira como a pessoa se comporta, e não em
esforçar-se para analisar a razão pela qual a pessoa se comporta de tal forma.

7. CONSCIENTIZAÇÃO

Os três principais conceitos da abordagem de Perls examinados até agora, o


organismo como um todo, a ênfase no aqui e agora, e a preponderância do Como
sobre o Porquê, constituem os fundamentos para entender a conscientização, o
ponto central de sua abordagem terapêutica. O processo de crescimento, nos
termos de Perls, é um processo de expansão das áreas de autoconsciência e o fator
mais importante que inibe o crescimento psicológico é a fuga da conscientização.

Perls acreditava plenamente no que ele chamava de sabedoria do organismo.


Considerava o indivíduo maduro e saudável um indivíduo auto-apoiado e auto-
regulado. Via o cultivo da autoconscientização como sendo dirigido para o
reconhecimento da natureza auto-reguladora do organismo humano. Segundo a
teoria da Gestalt, Perls sugeriu que o princípio da hierarquia e necessidades está
sempre operando na pessoa. Em outras palavras, a necessidade mais urgente, a
situação inacabada mais importante, sempre emerge se a pessoa estiver
simplesmente consciente da experiência de si mesma a todo momento.

Perls desenvolveu a noção de um continuum de consciência como um meio de


encorajar esta autoconscientização. Manter um continuum de consciência parece
demasiadamente simples, apenas estar consciente do que estamos experienciando
a cada instante. No entanto, a maioria das pessoas interrompe o continuum quase
de imediato, e esta interrupção em geral é causada pela conscientização de algo
desagradável.

Assim, estabelece-se a fuga em relação a pensamentos, expectativas,


recordações e associações de uma experiência à outra. Nenhuma dessas
experiências associadas são de fato experienciadas, elas são tocadas de leve, em
flashes sucessivos, sem que haja assimilação do material. O sujeito deixa a
conscientização desagradável inicial tão fora do contexto quanto o resto do material.
Esta fuga de uma conscientização contínua, esta auto-interrupção, impede o
indivíduo de encarar e trabalhar com a conscientização desagradável. Ele ou ela
permanece empacado numa situação inacabada. Estar consciente é prestar atenção
às figuras perpetuamente emergentes da própria percepção. Evitar a tomada de
consciência é enrijecer o livre fluir natural do delineamento figura e fundo.

Perls sugeria que para cada indivíduo existem três zonas de consciência:
consciência de si mesmo, consciência do mundo e consciência do que está "entre",
um tipo de zona intermediária da fantasia.
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Ele considerava o exame desta última zona (que impede a conscientização das
outras duas) como a grande contribuição de Freud. Sugeriu, contudo, que Freud
concentrou-se tão completamente na compreensão desta zona intermediária que
ignorou a importância de trabalhar para o desenvolvimento da capacidade de
conscientizar-se nas zonas de si mesmo e do mundo. Em contraste, a maior parte
da abordagem de Perls inclui uma tentativa muito deliberada de ampliar a
conscientização e obter contato direto consigo e com o mundo.

Ao acentuar a natureza do auto-apoio e da auto-regulação do bem-estar


psicológico, Perls não quer dizer que o indivíduo pode existir, de algum modo,
separado de seu meio ambiente. Na verdade, o equilíbrio orgânico supõe uma
constante interação com o meio. O ponto crucial para Perls é que podemos escolher
a maneira como nos relacionamos com o meio. Somos auto-apoiados e auto-
regulados quanto ao fato de que reconhecemos nossa própria capacidade de
determinar como nos apoiamos e regulamos dentro de um campo que inclui muito
mais do que nós mesmos.

Perls descreve vários modos pelos quais se realiza o crescimento psicológico.


O primeiro envolve o completar situações ou resolver gestalten inacabadas. Ele
também sugere que a neurose pode ser vagamente considerada como um tipo de
estrutura em cinco camadas, e que o crescimento psicológico (e eventualmente a
libertação da neurose) ocorre na passagem através destas cinco camadas.

Perls denomina a primeira camada de camada dos clichês ou da existência dos


sinais. Ela inclui todos os sinais de contato: "bom dia", "oi", "o tempo está bom, não
é?" A segunda camada é a dos papéis ou jogos. É a camada do "como se" em que
as pessoas fingem que são aquelas que gostariam de ser. Assim, o homem de
negócios sempre competente, a menininha sempre bonitinha, a pessoa muito
importante.

Depois de termos reorganizado essas duas camadas, Perls sugere que


alcançamos a camada do impasse, também denominada camada da anti-existência
ou do evitar fóbico. Aqui experienciamos o vazio, o nada, é o ponto em que,
geralmente, interrompemos nossa tomada de consciência e retrocedemos à camada
dos papéis para evitarmos o nada. Se, no entanto, formos capazes de manter nossa
autoconsciência neste vazio, alcançaremos a morte ou camada implosiva. Esta
camada aparece como morte ou medo da morte, pois consiste numa paralisia de
forças opostas. Experienciando esta camada contraimo-nos e comprimimo-nos, ou
seja, implodimos.
No entanto, se pudermos ficar em contato com esta morte, alcançaremos a última
camada, a camada explosiva. Perls sugere que a tomada de consciência deste nível
constitui a emergência da pessoa autêntica, do verdadeiro self, da pessoa capaz de
experienciar e expressar suas emoções. E Perls adverte:

Agora, não se apavorem com a palavra explosão. A maior parte de vocês sabe
dirigir um carro. Existem milhares de explosões por minuto dentro do cilindro. Isto é
diferente da violenta explosão do catatônico: esta seria como a explosão num
tanque de gasolina. Outra coisa, uma única explosão não quer dizer nada. As assim
chamadas quebras de couraça da teoria reichiana tem tão pouca utilidade quanto o
insight da psicanálise. As coisas ainda precisam ser trabalhadas.
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Existem quatro tipos de explosões que o indivíduo pode experienciar ao


emergir da camada da morte. Existe a explosão em pesar, que envolve o trabalho
com uma perda ou morte que não tinha sido previamente assimilada. Existe a
explosão em orgasmo em pessoas sexualmente bloqueadas. Existe a explosão em
raiva, quando sua expressão foi reprimida e, por fim, existe a explosão de alegria e
riso, alegria de viver.

A estrutura de nossos papéis é coesiva, pois destina-se a absorver e controlar


a energia destas explosões. A concepção errônea básica de que essa energia
precisa ser controlada deriva de nosso medo do vazio e do nada (terceira camada).
Interpretamos a experiência de um vazio como sendo um vazio estéril e não um
vazio fecundo. Perls sugere que as filosofias orientais, a filosofia Zen em particular,
têm muito a nos ensinar a respeito da experiência do nada, positiva e geradora de
vida, e a respeito da importância de permitirmos a experiência do nada sem
interrompê-la.
Em todas suas descrições de como um indivíduo se desenvolve, Perls mantém a
idéia de que a mudança não pode ser forçada e que o crescimento psicológico é um
processo natural e espontâneo.

8. DINÂMICA PATOLÓGICA

Perls considera a fuga da conscientização e a conseqüente rigidez da


percepção e do comportamento como os maiores obstáculos ao crescimento
psicológico. Os neuróticos (aqueles que interrompem seu próprio crescimento) não
podem ver claramente suas necessidades e tampouco podem distinguir de forma
apropriada entre eles e o resto do mundo. Em conseqüência, são incapazes de
encontrar e manter um equilíbrio adequado entre eles próprios e o resto do mundo.
A forma que este desequilíbrio geralmente toma é a pessoa sentir que os limites
sociais e ambientais penetram muito fundo dentro dela mesma; a neurose consiste
em manobras defensivas destinadas ao equilíbrio e proteção contra este mundo
invasor.
Perls sugere que existem quatro mecanismos neuróticos básicos, ou distúrbios de
limites capazes de impedir o crescimento: introjeção, projeção, confluência e
retroflexão. (Na estrutura em cinco camadas da neurose, estes mecanismos de
defesa operam basicamente na segunda e terceira camadas).

Entre as teorias de Freud e de Perls alguns dos correlatos podem ser


facilmente encontrados. Esses pontos de congruência podem ser vistos: na Catexia
de Freud, correspondendo à figura-fundo de Perls; na libido de Freud,
correspondendo à excitação básica de Perls; na associação livre de Freud,
correspondendo ao continuum de consciência de Perls; na consciência de Freud,
conscientização de Perls, no enfoque de Freud na resistência e o enfoque de Perls
na fuga da conscientização; na compulsão à repetição de Freud e as situações
inacabadas de Perls; na regressão de Freud, correspondendo ao retraimento do
meio ambiente de Perls; no terapeuta que permite e encoraja a transferência em
Freud, e no terapeuta que é um "habilidoso frustrador" em Perls; na configuração
neurótica de defesa contra impulsos de Freud, e na formação rígida da gestalten de
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Perls; na projeção transferencial de Freud e na projeção de Perls, e assim por


dìante.
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8.1. Introjeção

Introjeção ou "engolir tudo" é o mecanismo pelo qual os indivíduos incorporam


padrões, atitudes e modos de agir e pensar que não são deles próprios e que não
assimilam ou digerem o suficiente para torná-los seus. Um dos efeitos prejudiciais
da introjeção é que os indivíduos introjetivos acham muito difícil distinguir entre o
que realmente sentem e o que os outros querem que eles sintam, ou simplesmente
o que os outros sentem. A introjeção também pode constituir uma força
desintegradora da personalidade, uma vez que quando os conceitos e as atitudes
engolidos são incompatíveis uns com os outros, os indivíduos introjetivos se
tornarão divididos.

8.2. Projeção

Outro mecanismo neurótico é a projeção que, num certo sentido, é o oposto da


introjeção. A projeção é a tendência de responsabilizar os outros pelo que se origina
no self. Envolve um repúdio de seus próprios impulsos, desejos e comportamentos,
colocando fora o que pertence ao self.

Perls chama a atenção para a distinção entre a projeção como processo


patológico e a suposição baseada na observação, que é normal e saudável. Na
doença a pessoa seria governada pelas projeções, falhando em reconhecê-las como
hipóteses, perdendo os próprios limites e confundindo-se em termos de identidade
pessoal.

O conceito de projeção enquanto uma disfunção de contato do sujeito com o


objeto, tem sido motivo de estudos aprofundados por parte dos teóricos da Gestalt-
terapia, desde que Perls a definiu como sendo uma tendência para se desapropriar
dos próprios impulsos, uma inclinação em negar e não aceitar as partes da nossa
personalidade que consideramos difíceis, ofensivas ou sem atrativos. Com a
Projeção esperamos nos livrar de aspectos intoleráveis do self (de nós mesmos) e
de nossos conflitos íntimos. A pessoa que projeta não pode aceitar seus
sentimentos e ações e por isso os atribui a uma outra pessoa e aí, então, pode
reconhecê-los e até criticá-los. O trabalho do terapeuta é ajudar a pessoa a
recuperar pedaços de sua própria identidade, pedaços estes que se encontram
projetados muito outros.

8.3. Confluência

O terceiro mecanismo neurótico é a Confluência. Na confluência, os indivíduos


não experienciam nenhum limite entre eles mesmos e o meio ambiente. A
confluência torna impossível um ritmo saudável de contato e de fuga, visto que tanto
o primeiro quanto o segundo pressupõem um outro.

Este mecanismo também impossibilita a tolerância das diferenças entre as


pessoas, uma vez que os indivíduos que experienciam a confluência não podem
aceitar um senso de limites e, portanto, a diferenciação entre si mesmo e as outras
pessoas.
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8.4. Retroflexão

O quarto mecanismo neurótico é a retroflexão, que significa voltar-se de forma


ríspida contra. As pessoa retroflexoras voltam-se contra si mesmas e, ao invés de
dirigir suas energias para mudança e manipulação de seu ambiente, dirigem essas
energias para si próprios. Dividem-se e tornam-se sujeito e objeto de todas suas
ações e passam a ser o alvo de seu comportamento.

Perls diz que todos estes quatro mecanismos raramente agem isolados um do
outro, embora as pessoas tendem a equilibrar suas tendências neuróticas entre
esses mecanismos em variadas proporções. A função crucial desses mecanismos é
preencher a confusão do neurótico na discriminação de limites. Dada esta confusão
de limites, o bem-estar de um indivíduo, ou seja, sua capacidade de ser auto-
apoiado e auto-regulado, estaria seriamente limitado.

A visão de Perls destes quatro mecanismos é básica na maior parte de sua


abordagem psicoterapêutica. Ele considerava a Introjeção como sendo central na
luta entre o dominador e o dominado. O dominador se manifesta por um pacote de
padrões e atitudes introjetados e, segundo Perls, enquanto o dominador (ou o
Superego, de acordo com Freud) permanece introjetado e não assimilado, as
exigências expressas pelo dominador continuarão a ser irracionais e impostas a
partir de fora.

Perls sugeria que a Projeção é crucial na formação e compreensão de sonhos.


Sob seu ponto de vista, todas as partes de um sonho são projetadas, fragmentos
desapropriados de nós mesmos. Todo sonho contém pelo menos uma situação
inacabada que envolve estas partes projetadas. Trabalhar com o sonho é recuperar
tais partes e, portanto, completar a Gestalt inacabada.

9. ALGUNS CONCEITOS NA VISÃO DE PERLS

9.1. Corpo

Perls considera a cisão mente-corpo da maioria das psicologias como arbitrária


e falaciosa. A atividade mental é simplesmente uma atividade que funciona em nível
menos intenso que a atividade física. Assim, nossos corpos são manifestações
diretas de quem somos e pela simples observação de nossos comportamentos
físicos, tipo postura, respiração, movimentos, etc., podemos aprender muito sobre
nós mesmos.

9.2. Relacionamento Social

Perls considera o indivíduo como participante de um campo do qual ele é,


embora diferenciado, também inseparável. As funções de contato e fuga são cruciais
na determinação da existência de um indivíduo e esse aspecto de contato e fuga do
meio ambiente inclui o relacionamento com outras pessoas.
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Na verdade, o sentido de pertencer a um grupo, segundo Perls, é o nosso


principal impulso de sobrevivência psicológica. A neurose resulta da rigidez na
definição do limite de contato em relação às outras pessoas e de uma inabilidade em
encontrar e manter o equilíbrio com eles.

9.3. Vontade

Perls acentua muito a importância da pessoa estar consciente de suas


preferências e ser capaz de agir sobre elas. O conhecimento de suas próprias
preferências leva ao conhecimento de suas necessidades; a emergência da
necessidade dominante é experienciada como preferência pelo que satisfará a
necessidade.

A discussão de Perls sobre preferência está muito próxima do que se chama


de vontade. Ao usar o termo "preferência", Perls está enfatizando a qualidade
natural e organísmica da vontade saudável. O "querer" é simplesmente uma das
várias atividades mentais; acarreta a limitação de consciência a certas áreas
específicas a fim de completar um conjunto de ações dirigidas para a satisfação de
algumas necessidades determinadas.

9.4. Emoções

Perls considera a emoção como a força que fornece energia a toda ação.
Emoções são a expressão de nossa excitação básica, as vias e modos de expressar
nossas escolhas, assim como de satisfazer nossas necessidades. A emoção se
diferencia de acordo com situações variadas, como por exemplo, pelas glândulas
supra-renais em raiva e medo ou pelas glândulas sexuais em libido. A excitação
emocional mobiliza o sistema muscular. Se a expressão muscular da emoção for
bloqueada, criaremos a ansiedade, que é a contenção da excitação. Uma vez
ansiosos, tentamos dessensibilizar nossos sistemas sensoriais a fim de reduzir a
excitação criada; é nesse ponto que sintomas como frigidez, se desenvolvem. Essa
dessensibilização emocional é a raiz da fuga da conscientização que Perls considera
básica na neurose.

9.5. Intelecto

Perls acreditava que o intelecto foi supervalorizado e superutilizado em nossa


sociedade, em particular nas tentativas de compreender a natureza humana.
Acreditava profundamente no que chamava de sabedoria do organismo, porém via
esta sabedoria como sendo um tipo de intuição baseada mais na emoção que no
intelecto, e mais em sistemas naturais do que em conceituais. Perls freqüentemente
afirmava que o intelecto foi reduzido a um mecanismo de computação usado para
tomar parte numa série de jogos de encaixe. A preocupação em perguntar por que
as coisas acontecem impede as pessoas de experienciarem como elas acontecem,
assim sendo, a consciência emocional genuína é bloqueada em função do
fornecimento de explicações. Explicar, de acordo com Perls, é propriedade do
intelecto e constitui muito menos que compreender.
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Perls ridiculariza expressões do intelecto, como a produção verbal, por


exemplo. Achava esses elementos particularmente supervalorizados em nossa
cultura. Ele sugeria existirem três níveis em tal produção: cocô-de-galinha (bate-
papo social), cocô-de-boi (desculpas ou racionalizações) e cocô-de-elefante
(teorizar, especialmente de modo filosófico e psicológico).

9.6. Self

Perls não tinha nenhum interesse em enaltecer o conceito de self a fim de


incluir qualquer coisa além do cotidiano, manifestações óbvias de quem nós somos.
Somos quem somos. Maturidade e saúde psicológica envolvem o sermos capazes
de proclamar isto, ao invés de sermos tomados pelo sentimento de que somos quem
deveríamos ser ou quem gostaríamos de ser. Nossos limites estão constantemente
mudando na interação com nossos ambientes. Podemos, dado um certo nível de
consciência, confiar em nossa sabedoria organísmica para definir estes limites e
dirigir o ritmo de contato e fuga em relação ao meio ambiente.

A noção de "self'' ou "eu", para Perls, não é estática e objetivável. O "eu" é


simplesmente um símbolo para uma função de identificação. O "eu" identifica-se
com qualquer que seja a experiência emergente da figura em primeiro plano; todos
os aspectos do organismo saudável (sensorial, motor, psicológico e assim por
diante) identificam-se temporariamente com a gestalt emergente, e a experiência do
"eu" é essa totalidade de identificações. Função e estrutura, como já vimos antes,
são idênticas.

9.7. Terapeuta
Perls sugere que o terapeuta é, basicamente, uma tela de projeção na qual o
paciente vê seu próprio potencial ausente; a tarefa da terapia é a recuperação deste
potencial do paciente. 0 terapeuta é sobretudo um habilidoso frustrador. Embora dê
satisfação ao paciente dando-lhe atenção e aceitação, o terapeuta frustra-o
recusando-se a dar-lhe o apoio de que carece.

O terapeuta age como um catalisador que ajuda o paciente a passar pelos


pontos da "fuga" e do impasse; o principal instrumento catalisador do terapeuta
consiste em ajudar o paciente a perceber como ele ou ela constantemente se
interrompe, evita a conscientização, desempenha papéis e assim por diante. (As
projeções que estão envolvidas na relação do paciente com o terapeuta fornecem
um aspecto bastante significativo da fuga daquele, mas, como mencionamos
anteriormente, outros aspectos além dos elementos transferenciais da relação
paciente-terapeuta também são considerados importantes.).

Finalmente, o terapeuta é humano e seu encontro com o paciente envolve o


encontro de dois indivíduos, o que inclui mas também vai além do encontro definido
de papéis terapeuta-paciente.
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Perls acreditava que a terapia individual era obsoleta, tanto ineficiente quanto
via de regra ineficaz. Sugeria que o trabalho em grupos tinha muito mais a oferecer,
quer o trabalho envolva explicitamente o grupo inteiro, quer assuma a forma de uma
interação entre o terapeuta e um indivíduo dentro do grupo. Sugeria que o grupo
pode ser extremamente valioso ao fornecer uma situação de mundo microcósmica
na qual as pessoas podem explorar suas atitudes e comportamentos uns em relação
aos outros. O apoio do grupo na "emergência segura" da situação terapêutica
também pode ser bastante útil ao indivíduo, assim como a identificação com os
conflitos de outros membros e sua resolução dos mesmos.

BIBLIOGRAFIA

J. Fadiman, R. Frager. "Teorias da Personalidade". Harbra - 1980


http://www.psiqweb.med.br/persona/perls.html

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