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Índice

1.0.Introdução

O presente trabalho de pesquisa referente a cadeira de Psicologia de Aprendizagem, tem como


tema Teoria de Aprendizagem Gestaltista e de Campo. A teoria gestaltista ou simplesmente
Gestalt preocupa-se com a percepção das formas e formatos a partir de uma visão global e
defende a ideia de que o indivíduo aprende a partir do todo e não das partes. A teoria gestaltista,
vê a aprendizagem como a relação entre o todo e uma parte, onde o todo tem papel fundamental
na compreensão do objecto percebido. A teoria Gestaltista surgiu no século XX, criado pelos
seguintes psicólogos, Max Wertheimer (1880-1943) considerado o pai deste movimento,
Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1940).

Os gestaltistas se basearam na teoria do isomorfismo, que pregava uma unidade no universo, na


qual a parte está sempre relacionada ao todo. Os gestaltistas diziam que, quando vemos uma parte
de um objecto, ocorre uma tendência de completarmos, ou seja, ocorre a restauração do equilíbrio
da forma, para, assim, entendermos o que estamos percebendo. Por outro lado também temos a
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teoria de campos, Kurt Lewin parte teoria da Gestalt para construir um conhecimento novo e
genuíno, Lewin denomina de campo cognitivo a forma como o indivíduo percebe o ambiente em
que se situa. E o espaço de vida é a percepção e experiencia do mundo, em conjunto com os
objectivos e as barreiras a esses mesmos objectivos. O espaço de vida seria a Pessoa e o seu
Ambiente. O comportamento é determinado por esse espaço.

1.1.Objectivos

1.1.1.Objectivo geral
 Conhecer a teoria de aprendizagem gestaltista e de campo.

1.1.2.Objectivos específicos
 Identificar os princípios da teoria gestaltista;
 Distinguir o objecto de estudo da teoria gestaltista e de campo;
 Explicar a ideia da teoria gestaltista e de campo.

2.0.Teoria de Aprendizagem Gestaltista


A Psicologia da Gestalt originou-se na Alemanha, entre 1910 e 1912. A tradução da palavra
alemã “Gestalt” é complexa e os termos, em português, que mais se aproximam de sua tradução
seriam “forma”, “configuração”.  Os três pesquisadores que marcaram essa corrente teórica
foram Marx Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler. Esses pesquisadores embasaram-se
nos estudos psicofísicos – os quais relacionaram a forma e sua percepção. Seus experimentos
iniciaram-se com relação à percepção e sensação do movimento. Visavam entender os processos
psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico percebido pelo sujeito possui
uma forma diferente da que corresponde à realidade.
O fundador da Psicologia da Gestalt, Wertheimer, tomou por objeto a análise e compreensão do
movimento aparente. Realizou experiências com dois pontos de luz, acendendo e apagando as
duas luzes no escuro, em diferentes intervalos de tempo entre o acender de uma lâmpada e o
apagar de outra e também em diferentes velocidades nesse intervalo. O pesquisador chegou à
conclusão de que o movimento percebido nas luzes se dava na mente do sujeito, através da ilusão
de ótica.
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Kurt Koffka, psicólogo alemão, foi responsável por difundir a Psicologia da Gestalt nos Estados
Unidos através de palestras que dava nas Universidades. Nesta época, a Psicologia americana
centrava-se no Positivismo, e assim sendo, a Gestalt sofreu duras críticas. Köhler foi também um
outro pesquisador da Psicologia da Gestalt e desenvolveu pesquisas com macacos na época da
Primeira Grande Guerra. Este pesquisador visava conhecer a capacidade mental dos macacos. Em
1935, tornou-se o presidente da APA (Associação Psicológica Americana).
A teoria da Gestalt tem como ponto inicial e principal objeto a percepção. De acordo com os
gestaltistas, o processo da percepção encontra-se entre os estímulos fornecidos pelo meio e a
resposta do indivíduo. Destarte, o que é percebido pelo indivíduo e como é percebido são
importantes elementos para que se possa compreender o comportamento humano. Assim como
para o Behaviorismo, a Gestalt entende a Psicologia como uma ciência que estuda o
comportamento, todavia, com suas diferenças teóricas – os behavioristas estudavam o
comportamento pela relação estímulo-resposta e desconsideravam os conteúdos conscientes
devido à impossibilidade de controla-los de modo científico. De acordo com os gestaltistas, o
comportamento deveria ser observado em seus aspectos mais globais e deveria haver a
consideração das condições que alteram a percepção do estímulo. Como justificativa a essa
teoria, embasavam-se na teoria do isomorfismo – esta pressupunha uma ideia de unidade no
universo e pressupunha que a parte sempre se relacionava ao todo. Quando se vê somente a parte
de um determinado objeto, por exemplo, há a tendência da restauração do equilíbrio da forma e
isso garante que se entenda o objeto que se está percebendo. “Esse fenômeno da percepção é
norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma
figura (objeto)” (TEIXEIRA, 2007, p.60). (Http://www.psicologiamsn.com/2013/03/a-
psicologia-da-gestalt.html).
A teoria da gestal
A sua teoria, inicialmente na área da psicologia, se estendeu à física e à filosofia. Passou-se então
a estudar as formas psicológicas, formas fisiológicas e formas filosóficas. As formas psicológicas
são colocadas pelos gestaltistas de maneira bem materialista, não existe uma alma ou um espírito,
tudo é material. Em relação às formas fisiológicas, que dizem respeito ao organismo vivo,
funcionariam do “todo para o uno”, sendo, por exemplo, “as células dependentes dos organismos,
mas não o inverso, pois estes teriam a capacidade de se adaptar”. E a última, que trata do mundo
físico, tende a buscar uma boa forma, mais simétrica e homogênea, para um equilíbrio total.
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Esta teoria da Gestalt triunfou sobre as outras graças ao empenho de Wertheimer, Köhler e
Koffka. A partir de seus estudos surgiram as Leis da Gestalt. Para eles, em qualquer tipo de
manifestação visual, os fatores de equilíbrio, clareza e harmonia visual se tornam indispensáveis

Precussores da gestalt

Considera-se que o precursor da Gestalt seria Von Endenfels, filósofo vienense, no fim do século
XIX. Mas a Gestalt teve seu início efetivo por volta de 1910, na Universidade de Frankurt. E
quem mais contribuiu para a sua fundamentação foram Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e
Kurt Koffka. O estudo gestaltista sobre o fenômeno da percepção vem se opor aos
associacionistas (escola de psicologia predominante no século XIX), no que diz respeito à relação
sujeito/objeto. Para os associacionistas há uma intervenção do pensamento na percepção do
sujeito em relação ao objeto e que uma determinada sensação em relação a um objeto seria
corrigida pelo cérebro de acordo coma experiência do sujeito. “O dado sensorial seria menos real
que a percepção e interpretado de acordo com a experiência”. Para os gestaltistas tudo acontece
de uma só vez e não de acordo com a experiência, mas de acordo com o que é dado em cada nova
situação. Nossa percepção varia conforme o contexto em que o objeto está inserido, “nossa
sensação é global e muda conforme nos é apresentado o evento/forma.
(http://aescoladagestalt.blogspot.com/2006/11/psicologia-da-forma-psicologia-da.html).

Segundo (Bock, 2002 apud Sousa, 2009: 44), Gestalt é um termo alemão que possui uma
tradução difícil. Dentro da língua portuguesa, o termo que mais se aproxima é forma,
configuração ou organização, mas, enquanto teoria, ela é conhecida como Psicologia da Gestalt,
por não ter uma tradução que compreenda seu sentido.

Os gestaltistas defendem a ideia de que o indivíduo aprende a partir do todo, por isso,
preocupam-se com a percepção das formas e formatos a partir de uma visão global (Braço, 2013).
A teoria gestaltista, vê a aprendizagem como a relação entre o todo e uma parte, onde o todo tem
papel fundamental na compreensão do objecto percebido. A teoria gestaltista valoriza a
percepção do ser humano, ou seja, “o que o indivíduo percebe e como percebe são dados
importantes para a compreensão do comportamento humano”.

Este movimento formal, conhecido como psicologia da Gestalt, foi criada pelos psicólogos
alemães Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-
1940), nos princípios do século XX (Bock, 2002). Baseados nos estudos psicofísicos que
relacionaram a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente
psicológica. Eles iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Os gestaltistas
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estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de


óptica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele
tem na realidade.

Gestalt resultou de uma pesquisa feita em 1910 por Max Wertheimer, considerado o pai da
Gestalt, quando durante as férias, viajava num comboio, e teve a ideia de fazer uma experiência
sobre a visão do movimento quando nenhum movimento real tinha ocorrido. Abandonando
prontamente seus alunos de férias, ele desceu do comboio em Frankfurt, comprou um
estroboscópio (Dispositivo que utiliza recurso de luz estroboscópica para controle de velocidade)
de brinquedos verificou a ideia que lhe ocorrera, de modo preliminar, num quarto de hotel. O
problema de pesquisa de Wertheimer, em que Koffka e Kohler serviram de sujeitos, envolvia a
percepção do movimento aparente, isto é a percepção do movimento quando nenhum movimento
físico real tinha acontecido.

Os gestaltistas argumentam que o comportamento é o objecto da psicologia e que se deve


considerar as condições que alteram a percepção do estímulo. Eles se basearam na teoria do
isomorfismo, que pregava uma unidade no universo, na qual a parte está sempre relacionada ao
todo. Os gestaltistas diziam que, quando vemos uma parte de um objecto, ocorre uma tendência
de completarmos, ou seja, ocorre a restauração do equilíbrio da forma, para, assim, entendermos
o que estamos percebendo.

Os gestaltistas alegam que “um determinado objecto é apreendido através da sua visão geral e
não pela análise detalhada de cada aspecto particular (Mwamwenda, 2004:195 apud Braço
2013:35). Os teóricos da Gestalt primam por aprendizagem cognitiva, mas eles apresentam uma
visão que os faz serem tratado de forma separada.

A Gestalt encontra nesses fenómenos da percepção as condições para a compreensão do


comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo irá desencadear
nosso comportamento. Muitas vezes, os nossos comportamentos guardam relação estreita com os
estímulos físicos, e outras, eles são completamente diferentes do esperado porque "entendemos"
o ambiente de uma maneira diferente da sua realidade.

Não apenas teoria psicológica da Gestalt, mas teoria gestaltista ampla sobre o Universo
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É verdade que os germes da teoria explícita de Köhler já se encontravam nas idéias iniciais de
Wertheimer. Köhler trabalhou de 1915 a 1917 no livro "Gestalten físicas em repouso e em estado
estacionário". Mandou-o para a Alemanha com a recomendação que fosse publicado, isto em
1917. Sabia que a maneira de tratar de assuntos físicos e matemáticos poderia ser considerada
muito elementar. Afinal, apesar de ter seguido muitas matérias de física, era apenas um
psicólogo. Recebeu inúmeras críticas, mas a opinião favorável de Albert Einstein permitiu que
fosse editado sob a forma que tinha sido apresentado (Ash, 1995.)

No livro Köhler diferencia entre e-somas, formado pela soma genuína dos elementos, e sistemas
físicos, nos quais não há partes do sistema que mudem sem alterar o sistema como um todo. Um
exemplo de sistema fisico seria o condutor elétrico isolado. A carga elétrica no condutor não
depende em nada de pequenas cargas elétricas de trechos desse mesmo condutor. Pode-se falar
em física apenas na eletricidade do condutor, não nas suas subdivisões. O condutor só pode ser
visto como um sistema físico.

Um sistema físico pode mostrar-se (1) em repouso, (2) num processo estacionário no qual há uma
mudança constante mas cujo resultado é continuar com as propriedades em repouso, (3) num
processo quase-estacionário no qual a mudança gradativa no tempo é tão lenta que o resultado
será quase idêntico ao processo estacionário, (4) num processo estacionário periódico no qual há
uma repetição contínua tal que o novo resultado mantenha as mesmas propriedades de repouso e,
finalmente, (5) num processo dinâmico resultando numa mudança.

Köhler acha que as distribuições físicas estacionárias apresentam a mesma tendência que
Wertheimer denominou de lei da pregnância. Por exemplo, ao se soprar com um canudo para
constituir uma bolha de sabão, essa bolha, ao se libertar, apresentará uma forma esférica, aquela
que tem menor superfície para um máximo de volume (Köhler, 1920/1938a.)

Percebe-se como no espaço de poucos anos a teoria psicológica da Gestalt vai se transformando
numa teoria ampla do Universo. A física também pode ser gestáltica; mas seria elementarista
enquanto lida com e-somas. Seria isto que Köhler pensava?

"Pode-se ignorar, como assunto de determinação específica, se houve interacção entre um


processo e seu ambiente, além do tamanho de sua área. O primeiro passo em qualquer
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experimento físico é determinar se houve esse fato. A hipótese da interacção universal atrai


consigo uma visão da natureza completamente errônea. Não se pode aceitá-la. Por conseqüência,
deve-se supor elementos independentes.

 2.1.Percepção

Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das


pessoas são baseadas na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este
motivo, a percepção do mundo é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objecto
ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria.

A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais


dessa teoria. Os experimentos com a percepção levaram os teóricos
da Gestalt ao questionamento de um princípio implícito na teoria
behaviorista - que há relação de causa e efeito entre o estímulo e a
resposta - porque, para os gestaltistas, entre o estímulo que o meio
fornece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de
percepção (Bock, 2002:61).

Os experimentos realizados com a percepção, fizeram com que eles questionassem a teoria
behaviorista. Lembrar que os behavioristas se preocuparam em estudar o comportamento baseado
na relação estímulo e resposta. Os gestaltistas acreditavam que havia relação de causa e efeito
entre o estímulo e a resposta, pois, para eles, entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do
indivíduo, existe o que eles chamam de processo de percepção.

2.2.Teoria do isomorfismo

A teoria gestaltista estabeleceu que percebemos (Homens) totalidades organizadas em vez de


feixes de sensações. Significa que estes psicólogos defendem a percepção da soma dos elementos
e não os seus elementos de forma particular. Assim, os gestaltistas se voltaram para o problema
dos mecanismos cerebrais envolvidos nessa percepção, concebendo o córtex cerebral como um
sistema dinâmico em que os elementos activos num dado momento interagem. Em sua pesquisa
do movimento aparente, Wertheimer sugeria que a actividade cerebral é um processo total
configurativo. Como os movimentos aparentes e reais são vivenciados de modo idêntico, os
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processos corticais para os dois têm de ser semelhantes. Os psicólogos da Gestalt comparam a
percepção a um mapa, que é idêntico (iso) em forma (mórfico) aquilo que representa, embora não
seja uma cópia literal do território. O mapa, no entanto, serve de guia confiável para o mundo real
percebido.

2.3.Princípio de aprendizagem Gestalt

Mwamwenda, (2004) apud Braço (2013) apresenta os seguintes princípios da aprendizagem


Gestalt:

1. Princípio da proximidade: partes que estão próximas no tempo e no espaço tende a ser
percebidos em conjunto, ou seja, elementos próximos tendem a se agruparem,
constituindo uma unidade. Na figura abaixo, nota-se 4 grupos de círculos e não 16
círculos.

2. Princípio da semelhança: partes semelhantes são vistas em conjunto com que a formar
um grupo, ou seja, o princípio de semelhança dita que objectos similares se agruparão
entre si. Na figura abaixo, a maioria das pessoas vê colunas de quadrados e colunas de
círculos.

3. Princípio do fechamento: as pessoas tem a tendência perceptiva para completar figura


incompleta, ou seja, ocorre uma tendência de completar os elementos faltantes da figura
para garantir sua compreensão.
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Princípio da continuidade: este princípio dita que pontos que estão conectados por uma linha
recta ou curva, são vistos de uma maneira a seguirem um caminho mais suave. Em vez de ver
linhas e ângulos separados,
linhas são vistas como uma só.

4.
4 Princípio da pregnância: é chamado também de princípio da simplicidade ou
equilíbrio. Ele dita que objectos em um ambiente são vistos da forma mais simples
possíveis. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada. Na figura abaixo,
vemos vários círculos em vez de uma forma complexa:

5 Princípio da unificação: no princípio da unificação, mesmo uma imagem abstracta


pode ser entendida pela mente humana pois preenchemos os espaços vazios
instintivamente. Na figura abaixo, no logo do Johnnie Walker ou da WWF notamos
um homem caminhando e um urso panda.

A essa tendência de agrupar


ou completar os elementos, os gestaltistas chamam de força do campo psicológico. Esse campo
psicológico, é entendido como um campo de força que nos leva a procurar a boa forma, ou seja,
buscar a melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas ou muito claras
(Sousa, 2009).
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2.4.Objecto da Gestalt

Os gestaltistas conceberam o seu objecto de estudo como sendo a experiência subjectiva humana
global, com ênfase na percepção, no pensamento e na resolução de problemas. Significa que a
psicologia gestaltista, preocupa-se não só com todo campo visual, nem mesmo com todo campo
sensorial, ele pode abranger a aprendizagem, o pensamento, as emoções e o comportamento.
Resumindo, a psicologia gestaltista tem como objecto de estudo a percepção visual.

2.5.Método da Gestalt

Como temos estado a analisar os gestaltistas estudaram o movimento aparente, que é uma das
suas características/objecto desta psicologia. De acordo com (Davidoff, 2001), Para levarem
acabo os seus estudos, faziam os seus sujeitos de pesquisa relatarem o que viam (um tipo de
introspecção informal). Os psicólogos da gestalt acreditavam que os cientistas do comportamento
deviam estudar experiências subjectivas conscientes das pessoas e encorajavam também o uso de
métodos objectivos. Significa que esta teoria defendia como método de pesquisa a introspecção
informal e métodos objectivos.

2.6.Teoria de Campo de Kurt Lewin

Kurt Lewin (1890-1947) trabalhou durante 10 anos com Wertheimer, Koffka, Kõhler na
Universidade de Berlim, e dessa colaboração com os pioneiros da Gestalt nasceu a sua Teoria de
Campo. Entretanto não podemos considerar Lewin como um gestaltista, já que ele acaba
seguindo um outro rumo. Lewin parte da teoria da Gestalt para construir um conhecimento novo
e genuíno. Ele abandona a preocupação psicofisiologia da Gestalt, para buscar na Física as bases
metodológicas de sua psicologia.

Kurt Lewin baseando-se nos princípios da Física aplicada à Psicologia elaborou a teoria de
campo. Na sua analise o campo “é um sistema dinâmico e inter-relacionado, onde qualquer uma
das partes influencia as restantes” (Mwamwenda, 2004:200 apud Braço 2013:36).

O principal conceito de Lewin é o do espaço vital, que ele define


como "a totalidade dos fatos que determinam o comportamento do
indivíduo num certo momento". O que Lewin concebeu como
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campo psicológico foi o espaço de vida considerado


dinamicamente, onde se levam em conta não somente o indivíduo e
o meio, mas também a totalidade dos factos coexistentes e
mutuamente interdependentes (Bock, 2002: 67).

Lewin denomina de campo cognitivo a forma como o indivíduo percebe o ambiente em que se
situa. E o espaço de vida é a percepção e experiencia do mundo, em conjunto com os objectivos e
as barreiras a esses mesmos objectivos. O espaço de vida seria a Pessoa e o seu Ambiente. O
comportamento é determinado por esse espaço.

O campo deve ser representado tal como ele existe para o indivíduo em questão, num
determinado momento, e não como ele é em si. Para a constituição desse campo, as amizades, os
objectivos conscientes e inconscientes, os sonhos e os medos são tão essenciais como qualquer
ambiente físico. A realidade fenoménica em Lewin pode ser compreendida como o meio
comportamental da Gestalt, ou seja, a maneira particular como o indivíduo interpreta uma
determinada situação. Entretanto, para Lewin, esse conceito não está se referindo apenas à
percepção (enquanto fenómeno psicofisiológico), mas também a características de personalidade
do indivíduo, a componentes emocionais ligados ao grupo e à própria situação vivida, assim
como a situações passadas e que estejam ligadas ao acontecimento, na forma em que são
representadas no espaço de vida actual do indivíduo.
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3. Conclusão

Terminado a elaboração do presente trabalho, salientar que, a teoria gestaltista se preocupa com a
percepção e a teoria de campo preocupa-se com o espaço vital, esta teoria de campo faz parte ou
é um ramo da teoria gestaltista. Na teoria gestaltista, o processo de percepção ocorre de acordo
com os seguintes princípios, a princípio da proximidade, princípio da semelhança, princípio do
fechamento, princípio da continuidade, princípio da pregnância e princípio da unificação. Os
gestaltistas diziam que, quando vemos uma parte de um objecto, ocorre uma tendência de
completarmos, ou seja, ocorre a restauração do equilíbrio da forma, para, assim, entendermos o
que estamos percebendo. A Gestalt encontra nesses fenómenos da percepção as condições para a
compreensão do comportamento humano. A maneira como percebemos um determinado estímulo
irá desencadear nosso comportamento.
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4. Bibliografia

 BOCK, A. Maria. A Psicologia e as Psicologias pdf. 13ª ed. reform. e ampl. São Paulo:
Saraiva, 2002. in http://groupsbeta.google.com/group/digitalsourcepdf, acessado aos 3/09/14.
 BRAÇO, A. Domingos. Psicologia de Desenvolvimento. Universidade Católica de
Moçambique, CED, 2013.
 DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. 3 ed. São Paulo, Artmed, 2001.
 SOUZA, Laruse. Psicologia Geral. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD,
2009.
 HTTP://www.psicologiamsn.com/2013/03/a-psicologia-da-gestalt.html

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