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CAMPUS ALPHAVILLE

A psicologia da Gestalt

Nome e RA
Alberto Pires G089413
Ivone Brisola Bassani G000000
Wendy Vitoria G000000
Maina G000000
Aline Slva G000000
Rawrys Willamis G000000

CAMPUS ALPHAVILLE
2022
Curso de Psicologia - 2º Semestre

A psicologia da Gestalt
Professora Rebeca

CAMPUS ALPHAVILLE
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 4
A revolta da Gestalt 4
As influências anteriores sobre a psicologia da Gestalt 5
As mudanças do Zeitgeist na física 6
O fenômeno phi: um desafio a psicologia Wundtiana 6
A natureza da revolta da Gestalt 7
Os princípios da Gestalt sobre a organização perceptual 8
A expansão da psicologia da Gestalt 10
A batalha contra o behaviorismo 10
A psicologia da Gestalt na Alemanha nazista 11
As críticas à psicologia da Gestalt 11
As contribuições da psicologia da Gestalt 12
Conclusão 12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13
INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é abordar a parte histórica e as influências filosóficas que


deram origem à escola de pensamento da Gestalt, bem como o contexto histórico
que ajudou a disseminá-la não só na Alemanha mas, também nos Estados Unidos.
Não nos aprofundaremos nos seus conceitos, uma vez que este não é o objetivo
citado. Porém serão apresentados os principais filósofos e cientistas que
influenciaram diretamente este movimento,bem como as suas teorias e a Zeitgeist
que predominava na época.
Abordaremos a sua luta na Alemanha contra os ensinamentos de Wundt e Titchener
sobre o elementarismo, escola de pensamento que predominava na época. E como
este mesmo fator se tornou um problema nos Estados Unidos. E uma vez nos
Estados Unidos,como foi o relacionamento tempestuoso do movimento da Gestalt
com o behaviorismo.
E suas contribuições na psicologia moderna.

A revolta da Gestalt

A psicologia neste período da história evoluiu a partir das ideias iniciais de Wundt e
o desenvolvimento dessas noções por Titchener, chegando à escola de pensamento
funcionalista, bem como suas áreas de aplicação. Nesta mesma época, em
oposição a esta psicologia dominante, nos Estados Unidos o movimento do
Behaviorismo de Watson e Skinner ganhava cada vez mais popularidade.Já na
Alemanha esta revolta era encabeçada pela Gestalt.
Nesta revolta contra a psicologia wundtiana, a Gestalt focava seu ataque no
princípio elementar desta abordagem.Para nos situar,os elementos sensoriais
formavam a base da psicologia de Wundt.E sobre isso o fundador da Gestalt
Wolfgang Kohler declarou: “Ficamos chocados com a tese de que todo fato
psicológico constitui-se de átomos inertes não relacionados e que as associações
consistem, praticamente, nos únicos fatores que combinam esses átomos,
introduzindo, assim , a ação. (Kohler,1959,p 728).
Para termos uma visão mais clara deste protesto, retornemos ao ano de 1912. O
Behaviorismo iniciava o seu ataque a Wundt e Titchener e também o funcionalismo.
A psicanálise já completava sua primeira década e os estudos com animais de
Pavlov e Thorndike eram amplamente aceitas pela comunidade científica.Mesmo o
behaviorismos e a gestalt terem surgido na mesma época e se oporem a psicologia
de Wundt, ambas foram movimentos independentes e logo se mostram tanto
diferentes como contrárias uma à outra.
Os psicólogos da Gestalt admitiam o valor da consciência, enquanto os
behavioristas se recusaram a reconhecê-la como parte da psicologia científica.
Usando uma pequena analogia podemos entender como os psicólogos da Gestalt
compreendiam a abordagem de Wundt.Eles a viam como uma construção de uma
casa, em que os elementos (os tijolos) seriam unidos pela argamassa mediante o
processo de associação.Mas ao olharmos pela janela vemos efetivamente as
arvores e o ceu, e nao os elementos sensoriais, como brilho e suas tonalidades que
se conectam para formar a nossa percepção de arvores e de ceu.
Argumentavam que quando combinados os elementos poderiam formar um novo
padrão.A ideia e o que o todo e diferentes da somas de suas partes.Uma forma de
vermos isso de uma maneira mais objetiva e pensarmos em um acorde musical em
que suas notas só tem sentido quando são tocadas juntas e que a tocar as mesmas
notas em outro campo harmônico temos um outro.

As influências anteriores sobre a psicologia da Gestalt

O movimento Gestalt teve como fonte de inspiração filosófica os estudos do alemão


Immanuel Kant (1724-1804).Este alegava que a percepção é formada pela mente
que a organiza e cria uma experiência completa, um conceito bem diferente do que
foi aceito na época. Os empiristas e associacionistas viam a percepção como um
processo passivo e somativo dos elementos sensoriais.
Na universidade de Viena, Franz Brentano não concordava com os conceitos da
psicologia Wundtiana e defendia que o foco deveria ser o estudo do ato da
experiência. Ele achava a introspecção wundtiana artificial e que o método de
observação deveria ser mais simples e focado na forma como ela acontece.
Ernst Mach que lecionava física em uma universidade em Praga influenciou mais
diretamente os fundamentos da Gestalt em seu livro Análise das Sensações
(1885).Nesta obra ele considerava como sensações as formas geométricas, noções
de tempo, como o compasso de uma melodia. De uma forma mais simplista,ele
argumentava que um círculo não deixa de ser percebido como tal, independente de
sua cor ou tamanho.Uma mesa não deixa de ser uma mesa independente do ângulo
em que a olhamos, como uma melodia não perde a sua identidade por mais que seu
tempo de execução seja alterado, mesmo tocada rápida ou mais lenta a nossa
percepção sobre ela continua nos sendo familiar.
A abordagem de March ganhou mais força através da teoria de “Qualidade de forma
"(Gestalt Qualitäten), de Cristian von Ehrenfels (1859 - 1932).Ela demonstrava
através de exemplos práticos de percepções que a somatória de elementos não
poderiam explicar estes fenômenos. Novamente citando a melodia, ele argumenta
que mesmo alterando o tom da escalas a música permaneceria a mesma. De forma
prática e como se escutarmos a música “Ne me quitte pas” na voz do seu célebre
autor Jacques Brel e onde a rítmica e tom possuem características bem diferentes
da interpretação de Edith Piaf.Mas a experiência da forma nos diz que embora
possuam elementos diferentes, a música permanece a mesma. Sendo direto, a base
dessa teoria é que a mente constrói a forma em operação dos elementos
sensoriais.Entre os seus alunos encontramos um dos três fundadores do movimento
da Gestalt, Max Wertheimer que obviamente foi impactado pelos estudos da
qualidade da forma de Ehrenfels.
William James também influenciou o movimento da gestalt ao discordar do
elementarismo na psicologia. Acreditava que vemos os objetos como unidades e
não como um aglutinado de sensações.Kurt Koffka e Wolfgang Kohler, fundadores
do movimento da Gestalt, tiveram contato com o trabalho de William James quando
estudaram em Stumpf.
A fenomenologia exerceu grande influência tanto na filosofia como na psicologia
alemã. Esta doutrina pregava, que a experiência deve ser descrita de uma forma
simples e direta, assim como ela ocorreu. Não por um observador treinado, com
tendências sistemáticas,que torna a narrativa artificial.
O livro "História da psicologia moderna”(p 290) descreve a fenomenologia como:
Abordagem do conhecimento com base em uma descrição imparcial da experiência
imediata conforme ela ocorre, e não analisada ou reduzida a elementos.

As mudanças do Zeitgeist na física


O zeitgeist - conjunto do clima intelectual e cultural de uma época no mundo -
também exerceu sua influência na psicologia da Gestalt.Nesta época as noções da
física se tornava menos atomicista e as teorias a respeitos dos campos de força
granjearam cada vez mais reconhecimento e aceitação. Os campos e entidades
orgânicas eram descritos pelos físicos da época como completos, a perspectiva
elementalista e atomicista pedia força na ciência. E no esforço de seguir as ciências
naturais, a psicologia da gestalt adotava este recente conceito.
Kohler, um dos fundadores da Gestalt, foi aluno de Max Planck, um dos criadores da
física moderna. Durante as suas aulas ele afirmou que havia conexão entre os
conceitos ensinado por Planck e a unidade da Gestalt.Ele percebia nas aulas a
relutância em lidar com os átomos e a tendência em enxergar pelo prisma do
conceito dos campos. Chegou mesmo a afirmar isso em uma de suas obras ao
dizer: “A partir de então, a psicologia da Gestalt transformou-se em uma espécie de
aplicação da física de campo nas áreas essenciais da psicologia”(1969,p.77).

O fenômeno phi: um desafio a psicologia Wundtiana


Durante uma viagem de trem pela Alemanha em 1910 Max Wertheimer, teve a ideia
de conduzir um experimento em que para visualizar um movimento que de fato não
estava ocorrendo.Comprou um estroboscópio de brinquedo e passou a investigar as
suas sensações a ver as imagens que passavam rapidamente, dando a impressão
de movimento (o estroboscópio foi um precursor da câmera filmadora e este
instrumento passa rapidamente as imagens, dando aos olhos a sensação de
movimento).Conduziu um programa mais amplo na universidade de Frankfurt, com
dois colegas psicólogos, Koffka e Kohler.
Este programa estudava a percepção aparente, ou seja, a sensação de movimento
quando na realidade não há movimento físico. Wertheimer mencionou esta
percepção como "impressão” do movimento.O fenômeno phi, consistia em duas
luzes colocadas em paralelo e piscando alternadamente em frações de segundos
que dava a impressão de que a luz se deslocava de um lado para o outro, mas na
realidade este movimento não ocorria.Este experimento se mostrou um desafio a
psicologia de Wundt, que não conseguia explicar o conceito de movimento aparente
através da soma de elementos sensoriais, segundo Wundt toda experiência
consciente poderia ser explicada pela divisão dos elementos sensoriais.
Wertheimer explica este fenômeno de forma muito simples, que este movimento
existe como é percebido e não há como reduzi-lo a elementos individuais.O próprio
Wundt, não conseguiu sustentar seus argumentos a respeito do “movimento
aparente”.
Assim em 1912, foi lançado o artigo “Estudos experimentais de percepção do
movimento” por Wertheimer, que é considerado o início da escola de pensamento da
psicologia da Gestalt.

Imagem 1 - Fenômeno Phi

Fonte: Google imagens, 2022.

A natureza da revolta da Gestalt


Os ideais da Gestalt discordavam em grande parte com os conceitos da academia
de psicologia alemã.Diferente do behaviorismo de Watson e Skinner, que não sofreu
grandes obstáculos para ser aceito,uma vez que o funcionalismo provocará grandes
mudanças na psicologia norte americana. As afirmações da Gestalt soavam a
tradicional academia alemã como heresias.
E por sua vez, os líderes do movimento da Gestalt inflamados pelas suas
convicções, exigiam uma revisão completa da escola de psicologia. O que contribui
para um ambiente hostil para a sua revolução.
Kohler em uma de suas obras declarou:
“Estamos entusiasmados com o que descobrimos, e ainda mais com a perspectiva
de constatar mais fatos reveladores.A inspiração não veio apenas da novidade do
nosso trabalho. Ocorreu também uma grande onda de alívio, como se estivéssemos
fugindo de uma prisão.A prisão era a psicologia tal como era ensinada nas
universidades , quando ainda éramos estudantes. (Kohler, 1959,p. 728)”

Os princípios da Gestalt sobre a organização perceptual


Em 1923, Wertheimer publicou um artigo em que apresentou os princípios de
organização perceptual conforme a escola de psicologia da Gestalt.Afirmou que
percebemos os objetos da mesma forma que observamos o movimento
aparente,como algo único e simples, não como conjuntos de sensações
individuais.De acordo com a Gestalt, este conceito seria o padrão pelo qual
organizamos o nosso universo perceptual.
Ao identificarmos um objeto, o processo de organização perceptual que ocorre é de
natureza espontânea e imediata, sem a necessidade de aprendizado prévio para
organizá-lo.Temos a tendência de enxergarmos o objeto como uma unidade e
criamos padrões, para assim estruturamos o nosso universo perceptual.So temos a
necessidade de aprendizado quando estamos falando das percepções de nível
superior como, por exemplo nomear objetos.
A teoria Gestalt afirmar que o cérebro e um sistema dinâmico em que os elementos
em determinado momento trabalham juntos para criar essas percepções.Diferente
do que é ensinado nas teorias de Wundt, em que a área visual por exemplo, reage
separadamente aos estímulos visuais, conectando-se algum processo mecânico de
associação.
Os exercícios que se seguem têm por finalidade mostrar de forma prática alguns dos
princípios da organização perceptual.
1. Proximidade. Unidades próximas umas das outras no mesmo espaço e tempo
tendem a ser percebidas juntas. Na Figura 1.(a) notamos três agrupamentos
compostos por círculos, em vez de um grande conjunto.
2.Continuidade. A nossa percepção nos guia a enxergar sempre em uma direção
específica para conectarmos os elementos vistos, nos dando a impressão de um
fluxo ou continuidade .A figura 1.(a) temos a tendência de lê-la de cima para baixo.
3.Semelhança. Ao vermos partes similares tendemos a vê-la juntas, como se
pertencesse ao mesmo grupo.Na figura 1.(b) os círculos e pontos parecem fazer
parte do mesmo agrupamento, mas o que percebemos são fileiras de pontos e
círculos em vez de colunas.
4.Preenchimento.A nossa percepção tem a tendência de preencher figuras
incompletas.A figura 1.(C) vemos três quadrados, mesmo que estes estejam
incompletos.
5.Simplicidade. Tendemos a ver a figura dotada de boa qualidade sob as condições
de estímulos; a Gestalt identifica essa característica como pragnanz (boa
forma).Para que uma figura seja considerada uma boa Gestalt ela tem de ser
simétrica,simples e estável.Como exemplo prático temos os quadrados na figura 1.
(c) que claramente os percebemos como elementos organizados e completos,
preenchendo assim os requisitos para serem considerados uma boa Gestalt.
6.Figura/fundo.A propensão de organizar as percepções do objetos que está sendo
observado e do fundo sobre o qual ele é exposto.A figura tende a ser mais
substancial e a saltar do fundo. Na figura 1.(d), fundo e figura são reversíveis;
dependendo de como organizamos a nossa percepção é possível vermos um vaso
ou dois rostos.
Imagens 2 - Exercícios de Gestalt

Fonte:História da psicologia moderna 11º edição (p. 299)

Esses princípios de organização perceptual não dependem de processos mentais


superiores como o aprendizado nem de experiências vividas, já que elas habitam
nos próprios estímulos.Wertheimer chamou esse princípios de fatores periféricos,
porém também reconheceu que os fatores centrais influenciam a
percepção.Processos mentais superiores como familiaridade e atitude afetam a
nossa percepção, porém os psicólogos da Gestalt focam a sua atenção nos fatores
periféricos da organização perceptual do que nos efeitos da experiência ou
aprendizado.
A expansão da psicologia da Gestalt
Em 1920, o movimento da Gestalt era uma escola de pensamento coerente,
dominante e influente na Alemanha. Instalado no Psychological Institute da
University de Berlim, atrai estudante de todo o mundo.Possui um dos maiores
laboratórios dedicado a investigar questões psicológicas do ponto de vista da
Gestalt.E a revista Psychological Research era muito respeitada e popularidade.
Mas esse cenário mudou após os nazistas conquistarem o poder na Alemanha, em
1933, suas campanhas repressoras contra judeus e intelectuais forçaram muitos
pesquisadores e até fundadores da psicologia Gestalt,a sair do país.Com esta
perseguição, o nucleo da Gestalt se transferiu para os Estados Unidos, que se
disseminou através de contatos pessoais e pelas publicações dos trabalhos. Mesmo
antes de sua fundação oficial, muitos psicólogos norte-americanos já haviam
estudado com seus futuros líderes, absorvendo os seus conceitos.
Alguns livros de Kohler e de Koffa haviam sido traduzidos para o inglês, e resenhas
foram publicadas nas revistas de psicologia norte-americanas.Até mesmo psicologo
norte-americano Harry Helson escreveu uma série de artigos para o American
Journal of Psychology sobre a teoria da Gestalt, o que ajudou em sua divulgação.
Apesar de vir chamando a atenção nos Estados Unidos, a Gestalt teve uma
aceitação lenta como escola de pensamento.Primeiro,pela grande popularidade do
behaviorismo. Segundo, a barreira linguística, uma vez que os livros tinham que ser
traduzido do alemão para o inglês,isso levava muito tempo e alguns conceitos não
ficavam precisos após a tradução.Terceiro, muitos psicólogos concluíram
equivocadamente que a Gestalt tinham como foco o estudo da percepção.Quarto,
porque os fundadores Wertheimer, Koffka e Kohler se filiaram a faculdades
pequenas nos Estados Unidos, sem programa de pós-graduação o dificultava atrair
novos discípulos para transmitir suas ideias.
Quinto e mais importante, os psicólogos norte-americanos já estavam além dos
conceitos elementaristas de Wundt e Titchener, o alvo da oposição do movimento da
Gestalt.Para os psicólogos norte-americanos, o movimento da Gestalt estava
lutando com um inimigo que já haviam derrotado.Ou seja, o seu protesto ja fazia
sentido naquele território.
E este cenário se mostrou pouco favorável à Gestalt, uma vez que um movimento
revolucionário depende uma oposição para sobreviver, de um inimigo para combater
se deseja divulgar suas ideias com sucesso.

A batalha contra o behaviorismo

Quando perceberam quais eram as tendências na psicologia norte-americana, os


psicólogos da Gestalt, encontram um novo alvo para se opor. Se não havia mais
sentido se opor contra a psicologia wundtiana, podiam então atacar as qualidades
reducionista típicas do behaviorista.Para o psicólogos da Gestalt similarmente a
psicologia de wundt, o behaviorista também se dedicavam a abstrações artificiais.
Não havia diferença se análise era feita na redução objetiva em unidades
condicionadas de estímulo-resposta (behaviorismo) ou na redução introspectiva
elementos mentais (Wundt). O resultado era uma abordagem molecular em vez de
molar.Outro ponto de atrito é que os psicólogos da Gestalt contestavam o fato dos
behavioristas não validarem a introspecção e não reconhecerem a consciência. Para
Koffa era uma insensatez o desenvolvimento de uma psicologia sem o conceito de
consciência.

A psicologia da Gestalt na Alemanha nazista


Embora os fundadores da Gestalt tenham deixa a Alemanha, durante a
guerra,alguns de seus discipulos permaneceram no país durante o periodo
nazista,que cumilnou com a derrota dos alemães pelos aliados, em 1945.Esses
adeptos continuaram as pesquisas focadas nos estudos da visão e da percepção de
profundidade.O instituto de Kohler continuou a funcionar, mas o ambiente não
zelava mais pela liberdade acadêmica nem pela receptividade às pesquisas. O foco
era direcionado ao esforço de guerra, principalmente na avaliação do pessoal
militar.E como resultado se instaurou um clima intelectual de absoluta aridez desse
ex-baluarte da escola de pensamento da Gestalt.

As críticas à psicologia da Gestalt

Os críticos da escola de pensamento da Gestalt afirmavam que a organização dos


processos perceptuais,como fenômeno phi, deveria ser tratado como um problema
científico a ser elucidado, mas ao invés disso a comunidade apenas o via como um
fenômeno cuja existência era simplesmente aceito.Era como se os psicólogos da
Gestalt recusassem a enxergar a existência do problema.
Os psicólogos experimentais acusavam de vaga a posição da Gestalt, alegavam que
os conceitos básicos não possuíam evidências suficientes para possuir algum
significado científico.Os psicólogos da Gestalt repeliam essa acusações,
argumentando que , em uma ciência jovem, as tentativas de definição e explicação
podem estar incompletas,mas isso não quer dizer que sejam vagas.
Outros alegavam que os proponentes da Gestalt davam ênfase demais à parte
teórica, o que desperdiçava o tempo que deveria ser dedicado a pesquisas e dados
empíricos.Porém, mesmo que a escola da Gestalt assumisse a orientação teórica,
também deu atenção a experimentação e produziu considerável quantidade de
pesquisa.
Com base nesta visão existe a afirmação de que o trabalho experimental da Gestalt
era inferior ao da psicologia behaviorista, por ter poucos controles adequados e uma
quantidade menor de dados para análise.Porém os psicólogos da Gestalt se
defendiam afirmando que isso era proposital, uma vez que o modelo de suas
pesquisas tinham um caráter exploratório, investigando os problemas psicológicos.

As contribuições da psicologia da Gestalt

O movimento da Gestalt deixou uma marca permanente na psicologia e influenciou


os estudos a respeito da percepção,aprendizagem,pensamento,personalidade,
motivação e psicologia social.No 100º aniversario da publicação do artigo
fundamental de Wertheimer sobre o fenômeno phi, em 2012, a German
Psychological Society organizou uma celebração.Entre os seus palestrantes estava
o seu filho, Michael Wertheimer famoso psicólogo norte-americano, que declarou
que “ a Psicologia da Gestalt, claramente, continua viva e intensa na segunda
década do século XXI “(2014,p.130).
Diferente do seu maior rival - o behaviorismo - a psicologia da Gestalt conseguiu
manter a sua identidade.Seus maiores princípios não foram assimilados pelo
principal pensamento psicológico.Mesmos nos anos que o behaviorismo dominou,
ela continuo a promover o interesse na experiência consciente como um problema
legítimo para a psicologia.
Esse interesse na experiência consciente era diferente da abordagem de Wundt e
Titchener, pois se baseava em uma versão moderna da fenomenologia.Os
seguidores contemporâneos da posição da Gestalt acreditam, realmente, na
ocorrência da experiência consciente, validando ela assim como objeto de estudo
legítimo.Mas reconhecem, que não é possível investigá-la com a mesma precisão e
objetividade do estudo do comportamento manifesto.A abordagem fenomenológica
da psicologia tem maior aceitação pelos psicólogos europeus,mas sua influência
pode ser percebida no movimento humanista norte-americana.Muitos aspectos da
psicologia cognitiva contemporânea também devem a sua origem ao movimento da
Gestalt.

Conclusão

A revolta da Gestalt iniciou-se em oposição às ideias elementarista de Wundt e


Titchener, escola de pensamento que predominava na época, apenas relembrando
que os elementos sensoriais formavam a base dessa psicologia.
Porém vimos como sua base se desenvolveu através de outros grandes nomes
como Immanuel Kant,Franz Brentano, Ernst Mach, Christian von Ehrenfels e William
James.Os fundadores da Gestalt se basearam nos estudos desses homens para
chegar aos princípios de sua abordagem.Também abordamos como a
fenomenologia e Zeitgeist tiveram grande contribuição neste desenvolvimento.
O desafio do fenômeno phi proposto por Wertheimer e sua repercussão no mundo
acadêmico.Os princípios da Gestalt sobre a organização perceptual , também foram
citados neste conteúdo.
E concluímos este trabalho citando tanto as críticas, como as contribuições da
Gestalt a psicologia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livro: História da psicologia moderna - Duane P. Schultz & Sydney Ellen Schultz

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