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QUESTÕES PASSÍVEIS

DE RECURSO

REVALIDA
INEP 2022.2
INTRODUÇÃO
No dia de 7 de agosto de 2022, aconteceu a prova
REVALIDA INEP 2022.2.
Sabemos que um processo seletivo tão importante
pode levantar dúvidas no pós-prova, especialmente
no que diz respeito às respostas do gabarito.

Pensando nisso, a Medcel criou este material


para te apoiar.

Aqui apresentamos as questões de múltipla escolha


que são passíveis de recurso, acompanhadas de
comentários exclusivos elaborados pelo nosso incrível
time de especialistas.

Aproveite este material que foi feito da maneira


mais didática possível para garantir que você
não tenha nenhuma dúvida!

Vamos lá?
Questões Passiveis de Recurso
REVALIDA INEP 2022.2

21 Cirurgia
Um paciente de 55 anos de idade foi atendido no
ambulatório de clínica médica de um hospital de
média complexidade, com queixa de epigastralgia em
queimação, aliviada pela ingestão de alguns
alimentos, além de plenitude pós-prandial e certo
grau de disfagia. O paciente faz uso de inibidor de
bomba de prótons há 4 semanas, sem relatar
melhora. No exame físico, não foram observadas
alterações dignas de nota. Diante do quadro, foi
solicitada investigação por endoscopia digestiva alta,
que revelou a presença de pangastrite enantematosa
leve a moderada, sem úlceras.
Diante da suspeita de gastrite crônica associada ao
Helicobacter pylori, qual é o melhor método para
confirmar o nexo causal com a bactéria naquele
momento?

a. Teste da urease em amostras de biópsia gástrica


b. Exame respiratório com solução de ureia marcada
com C13.
c. Pesquisa direta de antígeno do Helicobacter pylori
por meio de ELISA.
d. Análise histopatológica de fragmento de biópsia
gástrica corado pela hematoxilina-eosina.
Questões Passiveis de Recurso
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21 Cirurgia
Comentário:
Essa questão está mal formulada. Ela pergunta qual o
“melhor exame naquele momento”, mas não fica
claro se o momento é durante uma consulta, quando
seria melhor solicitar um teste respiratório, ou se o
momento é durante a endoscopia, quando seria um
teste endoscópico, como o teste da urease e o
anatomopatológicos que podem inclusive serem
usados em conjunto.

Referência Bibliográfica:
Vargas et al. Para Res Med J. 2019;3(2):e09.
DOI: 10.4322/prmj.2019.009
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31 Clínica Médica
Paciente de 54 anos, sexo feminino, foi internada para
investigação diagnóstica, por apresentar quadro de
mal-estar e alucinações. Durante a internação,
apresentou quadro de tontura e lipotimia. A paciente
é hipertensa e faz uso de losartana 50 mg, duas vezes
ao dia, nimodipino 30 mg, 3 vezes ao dia, devido à
isquemia cerebral, e propatilnitrato 10 mg, 3 vezes ao
dia, devido a angina estável. As anotações de
enfermagem mostram que a paciente apresenta
vários episódios de hipotensão ao longo do dia.
Que medidas deverão ser tomadas para a prevenção
da queda?

a. ajustar medicamentos, para evitar hipotensão


b. realizar contenção química e física, pois a paciente
é jovem
c. solicitar a presença de um acompanhante para
minimizar o risco de acidentes
d. substituir os medicamentos de uso contínuo e
administrar contenção química
Questões Passiveis de Recurso
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31 Clínica Médica
Comentário:
A questão apresenta um quadro de polifarmácia e
hipotensão e, possivelmente, um quadro associado de
delirium, visto que apresenta alucinações. A questão
pergunta qual medida deve ser tomada para
prevenção de queda. Embora a primeira linha de
tratamento seja a remoção da causa base, com o
ajuste dos fármacos hipotensores, a presença de
familiares também é uma medida não farmacológica
eficaz para a prevenção de delirium, podendo
diminuir sua incidência em até 40%. Segundo Cordioli
et al., “Abordagens não farmacológicas são também
tratamento de primeira linha e incluem presença de
familiares no quarto, referências para orientação
temporal, como deixar janelas abertas durante o dia e
reduzir estímulos luminosos e sonoros à noite,
manutenção de um ambiente tranquilo, normalização
do sono, estímulo à mobilização, uso de óculos de
grau e aparelhos auditivos, nutrição e hidratação
adequadas e manejo da dor.”
Portanto, a presença de familiares é importante para
o manejo do delirium também é, consequentemente,
do risco de quedas.

Referência Bibliográfica:
Cordioli et al. Psicofarmacos: abordagem rápida. 5ª ed. Artmed
2015
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44 G.O.
Uma mulher de 49 anos procurou uma unidade
básica de saúde, com queixa de “caroço na mama
esquerda” e saída de secreção esverdeada
bilateralmente. No exame, notou-se um nódulo
medindo 1,5cm, indolor, na mama esquerda. As
mamas não apresentavam alterações cutâneas ou
adenopatia axilar. A paciente foi submetida a cirurgia
com ressecção do tumor, cujo laudo histopatológico
indicou carcinoma intraductal infiltrante, com 2
linfonodos sentinelas acometidos e receptores
hormonais (progesterona e estrogênio) positivos.
Assinale a opção que corresponde ao fator que
demonstra o pior prognóstico para o quadro dessa
paciente.

a. Tipo histológico do tumor.


b. Tamanho do tumor primário.
c. Receptores hormonais positivos.
d. Linfonodos sentinelas comprometidos.
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44 G.O.
Comentário:
A questão descreve uma paciente com diagnóstico de
neoplasia maligna da mama. De acordo com o
enunciado, a paciente apresentou um "carcinoma
intraductal infiltrante". A nomenclatura carcinoma
intraductal remete ao carcinoma ductal in situ que
corresponde ao tipo histológico que não tem
infiltração do estroma, ou seja, está restrito ao epitélio
ductal. De acordo com a bibliografia Frasson et al. –
Doenças da mama 3ª. edição. Ateneu, 2022 na página
239, lê-se: "O carcinoma ductal in situ (CDIS) faz parte
do grupo das lesões precursoras do câncer de mama
e se caracteriza por proliferação de células
neoplásicas dentro dos ductos mamários, sem ruptura
da membrana basal."
Já o carcinoma infiltrante é o tipo histológico que
invade o estroma, portanto, já não é mais restrito ao
epitélio. Portanto, o tipo histológico "carcinoma
intraductal infiltrante" não existe em nenhuma
classificação histopatológica. Solicito anulação da
questão por informar um diagnóstico feito na
paciente que é inexistente na literatura médica.

Referência Bibliográfica:
Frasson et al. – Doenças da mama 3ª. edição. Ateneu, 2022 –
página 239
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48 Pediatria
Lactente do sexo masculino, de 1 ano, foi levado à
unidade básica de saúde pela mãe, para consulta de
puericultura, sem queixas atuais. Nesse tipo de
acompanhamento, é primordial a orientação para
prevenção de acidentes, evitando-se, assim, agravos
externos que coloquem em risco a saúde infantil.
As orientações devem incluir os acidentes
predominantes nessa faixa etária, que acontecem por

a. atropelamento e queimadura solar


b. queda do carrinho e atropelamento
c. asfixias, quedas e aspiração de corpo estranho
d. aspirações e queimadura por água de banheira
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48 Pediatria
Comentário:
Nos cadernos de atenção básica do Ministério da Saúde,
está descrito que em todas as consultas pediátricas
deve-se orientar quanto à prevenção de acidentes
conforme a faixa etária, segundo o item: “Cuidando da
segurança da criança: prevenindo acidentes e violência” da
Caderneta de Saúde da Criança.
Na caderneta, está descrito que a prevenção de acidentes
deve ser orientada por faixas etárias, sempre mantendo as
orientações da fase anterior. De 0 a 6 meses, devem ser
em relação a sufocação, quedas, intoxicações,
queimaduras, afogamentos e acidentes de transporte. De 6
meses a 2 anos, faixa etária da criança em questão, as
orientações devem ser as mesmas da faixa seguinte
acrescidas de quedas e ferimento, envenenamento e
queimaduras.
Dados da organização criança segura mostram que entre
2013 e 2019 as internações na faixa etária de 1 a 4 anos por
acidente foram em torno de 80.000 por queda, 40.000 por
queimadura, 15.000 por acidentes de trânsito, 8.000 por
intoxicação, 1.800 por sufocação e 700 por afogamento.
Logo, nessa faixa etária os principais acidentes em relação
a morbidade são quedas, queimaduras, trânsito, sufocação
e afogamento nessa ordem. Dentre as alternativas, não há
nenhuma que esteja totalmente correta. Dentre as
queimaduras, são consideradas nos dados de acidentes as
queimaduras por fogo, elétricas, químicas e por líquidos
quentes. Queimadura solar não se encaixa. Os
atropelamentos entram nos dados de acidentes de
trânsito, e especificamente começam a ser importantes a
partir dos 2 anos de idade. As quedas em geral são muito
significativas e podem ser de qualquer lugar, inclusive do
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48 Pediatria
carrinho. As queimaduras podem ser por líquidos quentes,
inclusive água da banheira conforme orientado na
caderneta da criança, no entanto seria mais frequente na
faixa etária de 0 a 6 meses. As aspirações por corpo
estranho são englobadas na sufocação e representam um
percentual significativo de acidentes. Agora ao avaliar a
alternativa C, o examinador cita asfixia. A asfixia é o
impedimento da chegada de oxigênio aos alvéolos
pulmonares ou a não ocorrência de troca gasosa. Dentre
as ocorrências nas crianças, as principais causas são
afogamento, enforcamento, ingestão de líquido
efervescente ou cáustico, envenenamento, intoxicação,
paralisia de musculatura respiratória por doenças
neuromusculares degenerativas, broncoaspiração de
vômito ou corpo estranho, falta de oxigênio em ambiente
sem ventilação e esmagamento de tórax. A asfixia é ,
portanto, consequência de um acidente como a sufocação,
e não um acidente em si. O gabarito que mais se
aproxima do correto é o C, mas a letra D também não está
incorreto e daria para entrar com recurso.

Referência Bibliográfica:
Cadernos de atenção básica do Ministério da Saúde
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49 Saúde Coletiva
Mulher de 35 anos fez contato com seu ginecologista
habitual, via aplicativo de mensagens, solicitando
orientações sobre como usar a “pílula do dia
seguinte”. Ela referiu estar em outro estado, sem
condições de realizar uma consulta médica, e relatou
ter tido um coito desprotegido havia 10 horas.
Considerando-se o Código de Ética Médica brasileiro,
qual deverá ser a conduta mais apropriada do
ginecologista nessa situação?

a. Ele deverá orientar a paciente e prescrever o


medicamento indicado, considerando a urgência e
a impossibilidade comprovada de realizar a
consulta
b. ele não deverá orientar nem prescrever qualquer
medicamento para essa paciente sem examiná-la
pessoalmente
c. ele poderá orientar a paciente via aplicativo de
mensagens, ainda que não possa prescrever o
medicamento indicado sem examiná-la pessoalmente
d. ele só poderá orientar a paciente mediante uma
teleconsulta, ainda que não possa prescrever o
medicamento indicado sem examiná-la pessoalmente
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49 Saúde Coletiva
Comentário:
A questão solicita que se indique a conduta mais
adequada considerando o código de ética médica
(CEM) no caso descrito. Segundo o código de ética
médica, é vedado ao médico (Art. 37) “prescrever
tratamento e outros procedimentos sem exame
direto do paciente, salvo em casos de urgência ou
emergência e impossibilidade comprovada de realizá-
lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente depois
de cessado o impedimento, assim como consultar,
diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de
comunicação de massa. § 1º O atendimento médico a
distância, nos moldes da telemedicina ou de outro
método, dar-se-á sob regulamentação do Conselho
Federal de Medicina.”
Considerando especificamente o código de ética
médica, não há definição clara quanto ao uso de
aplicativos, visto não configurar ambiente de
teleconsulta que considere todas as regulamentações
específicas. Sendo assim, considerando o CEM, a
melhor conduta está indicada na alternativa C.
Por outro lado, ao se considerar o parecer 14/2017 do
CFM, o qual indica que “a troca de informações entre
pacientes e médicos, quando se tratar de pessoas já
recebendo assistência, é permitida para elucidar
dúvidas, tratar de aspectos evolutivos e passar
orientações ou intervenções de caráter emergencial.
Se relevante, deve orientar o paciente a comparecer
ao consultório e registrar em prontuário ou ficha
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49 Saúde Coletiva
clínica, no primeiro momento em que o médico tiver
acesso ao mesmo”, a alternativa A também poderia
ser considerada correta.
Desta feita, ao se avaliar a possibilidade de mais de
uma resposta e que a mais compatível apenas com o
CEM (conforme solicitação de enunciado) é diferente
do gabarito oficial, a questão deve ser anulada.

Referência Bibliográfica:
Código de Ética Médica: Resolução CFM nº 2.217, de 27 de
setembro de 2018 , modificada pelas Resoluções CFM nº
2.222/2018 e 2.226/2019 / Conselho Federal de Medicina – Brasília:
Conselho Federal de Medicina, 2019.
Parecer 14/2017 disponível em https://sistemas.cfm.org.br/normas/
visualizar/pareceres/BR/2017/14 . Acesso em 10 de agosto de 2022
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50 Clínica Médica
Uma mulher previamente hígida, de 72 anos,
compareceu a unidade básica de saúde,
apresentando pressão arterial (PA) de 162 x 90 mmHg,
já confirmada em outras duas medidas. Não
apresentava sintomas nem comorbidades.
A melhor opção terapêutica e a meta de PA para essa
paciente são, respectivamente

a. diurético tiazídico; PA < 150 x 90 mmHg


b. mudança de estilo de vida; PA < 140 x 90 mmHg
c. monitorização ambulatorial da pressão arterial;
PA < 120 x 80 mmHg
d. combinação de bloqueador de canal de cálcio e
bloqueador do sistema renina-angiotensina-
aldosterona; PA < 130 x 80 mmHg
Questões Passiveis de Recurso
REVALIDA INEP 2022.2

50 Clínica Médica
Comentário:
Segundo a Última Diretriz Brasileira de Hipertensão
arterial sistêmica, na hipertensão estágio 2,
é recomendado a prescrição de 2 anti-hipertensivos
(terapia combinada). Dessa forma, a alternativa A
não está correta, pois sugere monoterapia. Em idosos
frágeis ou muito idosos, a monoterapia é uma opção,
mas não é o caso da paciente citada (72 anos
e hígida).

Referência Bibliográfica:
Barroso WKS, Rodrigues CIS, Bortolotto LA, Mota-Gomes MA,
Brandão AA, Feitosa ADM, et al. Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial – 2020. Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):516-658
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60 Saúde Coletiva
Joana, branca, 36 anos, G2P1A0, passou pelo
acolhimento da unidade básica de saúde um dia após
ter descoberto que estava grávida. Logo depois do
acolhimento, o enfermeiro realizou os devidos testes
rápidos para diagnóstico de infecções sexualmente
transmissíveis. Todos tiveram o resultado não
reagente. Apesar disso, Joana possui critérios que
podem indicar o seu encaminhamento para o pré-
natal de alto risco.
Qual das alternativas corresponde a esses critérios?

a. cirurgia uterina anterior e IMC de 33 kg/m², além


de sua idade corresponder a um critério de alto risco
b. IMC de 19 kg/m² e não aceitação da gravidez atual,
apesar de sua idade corresponder a um critério de
baixo risco
c. cirurgia uterina anterior e situação conjugal
insegura, além de sua idade corresponder a um
critério de alto risco
d. dependência de drogas lícitas e índice de massa
corporal (IMC) de 33 kg/m², apesar de sua idade
corresponder a um critério de alto risco
Questões Passiveis de Recurso
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60 Saúde Coletiva
Comentário:
Considerando como referência o “Manual de gestação
de alto risco” do Ministério da Saúde do ano de 2022
e os critérios por ele apresentados para a realização
da estratificação, bem como considerando que o
mesmo manual indica que “a estratificação de risco é
absoluta. Isto quer dizer que predomina o critério
relacionado ao maior risco e, uma vez diagnosticada a
gestante como de maior risco para complicações, ela
não volta a ser de risco habitual”, não é possível uma
resposta correta, a se considerar todos os aspectos
apresentados na questão e nas alternativas.
Ao se analisar cada assertiva, temos o seguinte:
a) Cirurgia uterina anterior é um fator de alto risco,
IMC de 33 kg/m² é de risco intermediário, mas ao se
afirmar que a idade corresponde a um critério de alto
risco, incorre-se a uma afirmativa incorreta. Segundo
o manual, a idade entre 35 e 39 anos é considerada
de risco intermediário. Idade abaixo de 15 e acima de
40 é de alto risco. E, por fim, considera-se de risco
habitual entre 16 e 34 anos.
b) IMC de 19 kg/m² não é um critério de alto risco
(e sim um baixo peso no início da gestação – IMC
menor 18,5 Kg/m² ou obesidade com IMC maior que
40 kg/m²). Não aceitação da gravidez atual é de risco
intermediário. Por fim há uma nova falha ao se
afirmar que a idade corresponde a um critério de
baixo risco. A idade entre 35 e 39 anos é considerada
de risco intermediário.
Questões Passiveis de Recurso
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60 Saúde Coletiva
c) Cirurgia uterina anterior fora da gestação é um
fator de alto risco. Situação conjugal insegura é de
risco intermediário. Contudo, novamente há um
equívoco ao se afirmar que a sua idade corresponde a
um critério de alto risco, já que seria de risco
intermediário.
d) Dependência de drogas ilícitas é um fator de alto
risco (assim como dependência ou uso abusivo de
tabaco, álcool e outras drogas). Índice de massa
corporal de 33 kg/m² seria de risco intermediário,
contudo, novamente a afirmativa erra ao afirmar que
a idade é um critério de baixo risco. Assim, ainda que
se considere a “estratificação absoluta”, a justificativa
apresentada nas alternativas está inadequada, já que
em nenhuma se afirmou adequadamente a
classificação atual de risco relacionado à idade da
paciente, de forma que tal questão não possui um
gabarito.

Referência Bibliográfica:
Manual de gestação de alto risco [recurso eletrônico] / Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde.
Departamento de Ações Programáticas. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2022
Questões Passiveis de Recurso
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70 G.O.
Ao orientar uma paciente sobre a importância do
preventivo de câncer de colo de útero, um
profissional de enfermagem enfatizou que, conforme
orientações do Ministério da Saúde, esse exame deve
ser realizado por todas as mulheres com vida sexual
ativa que se encontrem em determinado intervalo de
idade. Essa mesma paciente apresentou seu exame,
cujo resultado acusou infecção pelo HPV ou lesão de
baixo grau.
Considerando o caso, assinale a opção que indica,
respectivamente, o intervalo de idade recomendado
pelo Manual do Ministério da Saúde para coleta do
exame preventivo e a orientação que deve ser dada
para a paciente em questão.

a. 15 a 35 anos; realizar colposcopia


b. 25 a 64 anos; repetir o exame após um ano
c. 25 a 64 anos; repetir o exame após três anos
d. 15 a 35 anos; iniciar o tratamento imediatamente
Questões Passiveis de Recurso
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70 G.O.
Comentário:
Solicitação de anulação.
A questão descreve uma paciente, cujo laudo de
citologia oncótica foi compatível com lesão de baixo
grau. De acordo com a diretriz brasileira oficial
intitulada Diretrizes Brasileiras para o rastreamento
do câncer do Colo do Útero 2ª edição - INCA 2016, na
página 70, lê-se: "Mulheres com diagnóstico
citopatológico de LSIL devem repetir o exame
citopatológico em seis meses na unidade de atenção
básica." Portanto, solicito anulação por ausência de
alternativa que contemple a conduta correta.

Referência Bibliográfica:
Diretrizes Brasileiras para o rastreamento do câncer do Colo do
Útero 2ª edição – INCA 2016 – página 70
Questões Passiveis de Recurso
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73 Pediatria
Lactente de 30 dias, portadora de síndrome de Down,
apresenta sucção fraca e dificuldade de ganho de
peso. Ela necessita ser encaminhada para
acompanhamento de equipe multidisciplinar.
Nessa situação, a orientação inicial a ser dada à mãe é

a. oferecer o seio, realizar a ordenha de 3 em 3


horas e iniciar fórmula de partida à noite
b. estimular a região perioral da criança e iniciar
fórmula de partida exclusiva, para evitar
broncoaspiração
c. evitar oferecer o seio, mesmo que a criança
estabeleça coordenação entre sucção, deglutição e
respiração
d. contraindicar amamentação, pois a hipotonia
dificulta o aleitamento materno
Questões Passiveis de Recurso
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73 Pediatria
Comentário:
Os distúrbios neurológicos constituem obstáculos
importantes ao crescimento, à alimentação enteral e,
particularmente, à amamentação. É fundamental
orientar a mãe sobre a importância do LM nessas
situações, recomendando-se ofertá-lo por via oral, de
preferência por sucção direta na mama com
acompanhamento fonoaudiológico, ou ainda
ordenhá-lo e administrá-lo por sonda orogástrica ou
gastrostomia. Como o paciente vem apresentando
dificuldade no ganho de peso, pode-se tentar o leite
materno ordenhado caso a mãe consiga extrair de
maneira adequada antes de iniciar a fórmula de
partida, sem comprometer o aleitamento materno.
A fórmula de partida só deve ser iniciada caso não
seja possível a ordenha.
Portanto, não há resposta correta.
Questões Passiveis de Recurso
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78 G.O.
Recém-nascido de 4 horas de vida foi levado ao
pronto-socorro por equipe do serviço de atendimento
móvel de urgência após parto domiciliar de paciente
sem histórico de realização de pré-natal. Foram
prestados os primeiros atendimentos à mãe e ao
bebê. Teste rápido da mãe para HIV, hepatite B e
hepatite C resultaram negativos, mas, para sífilis, o
resultado foi positivo. Coletado, então, teste não
treponêmico, o VDRL da mãe foi de 1:8, e o da criança
VDRL resultou não reagente. O recém-nascido fez os
exames de hemograma completo, glicemia e
radiografia de ossos longos e liquor, além de exame
físico; todos resultaram normais.
Neste caso, a conduta adequada para a mãe é

a. observação clínica e programação de nova


sorologia em 1 mês
b. penicilina benzatina 50.000 UI/kg, dose única,
intramuscular
c. penicilina cristalina 50.000 UI/kg, intravenosa, de
12/12h, por 10 dias
d. penicilina procaína 50.000 UI/kg, intramuscular,
uma vez ao dia, por 10 dias
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78 G.O.
Comentário:
A questão descreve uma puérpera com sorologia
reagente para sífilis. Não há informação sobre o
tempo de doença no enunciado, portanto, infere-se
que se trata de uma sífilis de duração ignorada. De
acordo com a diretriz brasileira oficial mais recente
denominada PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES
TERAPÊUTICAS PARA ATENÇÃO INTEGRAL ÀS
PESSOAS COM INFECÇÕES SEXUALMENTE
TRANSMISSÍVEIS (IST)– Ministério da Saúde 2022, na
página 57, está disponível um quadro com a
indicação de tratamento da sífilis de duração
ignorada no qual lê-se: "Benzilpenicilina benzatina 2,4
milhões UI, IM, 1x/semana (1,2 milhão UI em cada
glúteo) por 3 semanas. Dose total: 7,2 milhões UI, IM"
Portanto, o tratamento indicado para essa paciente é
7.200.000 unidades internacionais(UI) de penicilina G
benzatina divididas em três aplicações de 2.400.000
UI com intervalo semanal. Solicito anulação por
ausência de alternativa que contemple a conduta
correta.

Referência Bibliográfica:
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral
às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)–
Ministério da Saúde 2022 – página 57
Questões Passiveis de Recurso
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85 Saúde Coletiva
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
vinculada ao Ministério da Saúde, é uma autarquia
que regula, normatiza, controla e fiscaliza os planos
de saúde. Em novembro de 2021, foi aprovada a
Política Nacional de Saúde Suplementar para o
enfrentamento da covid-19 (PNSS-Covid-19).
Uma das diretrizes dessa política é

a. criar um sistema de saúde complementar ao SUS,


tendo como eixo a Atenção Primária à Saúde (APS) da
rede SUS e a integração de bases de dados
relacionadas à Covid-19
b. promover ações que garantam o atendimento à
saúde, visando-se ao melhor desfecho clínico com
custo adequado e cuidado centrado na experiência
do paciente
c. desenvolver mecanismos que posterguem o
cumprimento de contratos e o atendimento à saúde,
a partir dos critérios da ANS, haja vista a
excepcionalidade da pandemia de covid-19
d. empreender ações que visem garantir o
atendimento às necessidades de tratamento dos
pacientes graves, permitindo-se que os casos leves
sejam atendidos pela APS da rede SUS
Questões Passiveis de Recurso
REVALIDA INEP 2022.2

85 Saúde Coletiva
Comentário:
Considerando a RESOLUÇÃO – CONSU Nº 1, DE 2 DE
SETEMBRO DE 2021 que dispõe sobre a Política
Nacional de Saúde Suplementar para o
enfrentamento da Covid-19 (PNSSCovid-19) e
considerando que a questão solicita que se aponte
uma Diretriz, não há alternativa correta, devendo,
portanto, ser anulada. Sendo assim, dispomos dos
seguintes argumentos.
As alternativas A, C e D estão claramente incorretas
ao disporem em termos não presentes ou contrários
aos apresentados na política em questão.
A alternativa B figura como a mais correta, contudo,
equivale a um objetivo da política e não a uma
diretriz. Exatamente no texto da política, tem-se como
objetivo “promover o atendimento à saúde
objetivando o melhor desfecho clínico, com custo
adequado e atenção especial à experiência do
paciente”.

Referência Bibliográfica:
RESOLUÇÃO – CONSU Nº 1, DE 2 DE SETEMBRO DE 2021 -
Dispõem sobre a Política Nacional de Saúde Suplementar para o
enfrentamento da Covid-19 (PNSSCovid-19)
Questões Passiveis de Recurso
REVALIDA INEP 2022.2

4 Dissertativa
G.O.
Secundigesta, com parto normal anterior há 2 anos,
sem comorbidades e com 38 semanas de gestação,
encontra-se em trabalho de parto há 5 horas,
conforme registrado no partograma a seguir.
Questões Passiveis de Recurso
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4 Dissertativa
G.O.
Analisando a evolução clínica desse parto, faça o que
se pede nos itens a seguir.

a. Responda qual é o diagnóstico da discinesia


registrada no partograma.
Diagnóstico de parada secundária da dilatação.
Também se aceita a resposta de distocia funcional
ou discinesia uterina.

b. Descreva 4 medidas terapêuticas adequadas, que


podem ser oferecidas à paciente nesse cenário.
Medidas terapêuticas para esse cenário:
deambulação, banho de imersão, analgesia de
parto, amniotomia, infusão de ocitocina sintética.
Não se aceita respostas do tipo: aplicação de
fórcipe ou vácuo-extrator, cesariana, puxos
induzidos, manobra de Kristeller.
Questões Passiveis de Recurso
REVALIDA INEP 2022.2

4 Dissertativa
G.O.
Comentário:
A questão demonstra um partograma com uma
distocia funcional evidenciada por hipoatividade
uterina. De acordo com a bibliografia Fernandes CE,
Silva de Sá MF, eds. Tratado de Obstetrícia
FEBRASGO. 1ªed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2019, na
página 874 lê-se: "Bolas, cavalos de pau, espaldares
de ginástica ou cordas são artifícios usados para
diminuir o desconforto das contrações e facilitar a
descida fetal." Portanto, assim como a deambulação e
o banho de imersão foram citados no gabarito
preliminar, a terapia da bola também pode ser
incluída por fazer parte das medidas não
farmacológicas da terapêutica indicada no cenário
clínico descrito.

Referência Bibliográfica:
Fernandes CE, Silva de Sá MF, eds. Tratado de Obstetrícia
FEBRASGO. 1ªed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2019 – página 874
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Saúde Coletiva
Mulher de 45 anos, negra, do lar, casada, procurou
atendimento na unidade básica de saúde explicando
que há muito tempo não faz um check-up e gostaria
de saber se está tudo bem. No momento está
assintomática e nega patologias, cirurgias e
internações pregressas. Tem histórico de dois partos
vaginais sem complicações. Desconhece a história
familiar, pois é adotada. Nega tabagismo e etilismo.
Realiza caminhada diária de 30 minutos. Refere boas
relações familiares e comunitárias. O exame físico
evidenciou bom estado geral, índice de massa
corporal de 21 kg/m², pressão arterial de 125 x x85
mmHg e frequência cardíaca de 64 batimentos por
minuto.
Em relação à situação clínica apresentada, responda
os questionamentos a seguir.
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Saúde Coletiva
a. Quais exames de rastreamento baseados em
evidência científica devem ser solicitados à paciente?
Glicose em jejum ou hemoglobina glicada,
Colesterol total, HDL e LDL e coleta do exame
preventivo do colo do útero.

b. Caso a paciente solicite algum exame adicional


ao(s) indicado(s) na resposta ao item anterior, como o
médico deverá orientá-la quanto à indicação ou
contraindicação desse(s) exame(s)?
De acordo com os princípios científicos atuais, em
sua faixa etária e dentro da história clínica e do
exame físico que foi realizado, não existe
evidencias que outros exames possam trazer
benefícios.

c. Em qual tipo de prevenção de saúde está baseada


a orientação médica abordada na resposta ao item
anterior?
Prevenção quaternária.
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Saúde Coletiva
Comentário:
A questão discursiva de número 5 parte do caso de
uma mulher de 45 anos, com vida sexual ativa,
assintomática, sem risco conhecido para doenças
oncológicas e solicita, no questionamento “A” a
indicação dos exames de rastreamento baseados em
evidência científica. Considerando as bases confiáveis
em rastreamentos e baseadas em evidência,
considerando que a alternativa não indica a limitação
a um único referencial, é necessário que se
considerem outros exames, como referência do US
Preventive Services Task Force. Ao se considerar tal
referência, devem também ser ponderados os
rastreamentos para infecções sexualmente
transmissíveis (HIV para todos, Hepatite C, Sífilis e
Hepatite B conforme risco). Além disso, considerando
como nível de evidência B adequado para
rastreamento, é possível indicar o início do
rastreamento de câncer colorretal para essa paciente,
em especial pelo desconhecimento do histórico
familiar.
Caso se considere no questionamento “A” apenas o
padrão de respostas publicado pela banca,
imediatamente se faz também inadequado o gabarito
do questionamento “B”, haja vista, conforme
explicitado acima, que há sim outros exames
disponíveis e indicados para esta paciente
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Saúde Coletiva
considerando os princípios científicos atuais, uma vez
que outro órgão reconhecido por seu primor em
medicina baseada em evidências apresenta
recomendações a mais do que aquelas sinalizadas
como gabarito oficial.
Sendo assim, diante de tais posicionamentos quanto
a indicação de rastreamentos reconhecidos na
comunidade científica e baseados em evidência,
solicito considerar a anulação da questão em suas
duas primeiras solicitações (letras A e B). .

Referência Bibliográfica:
U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF) [Internet].
Disponível em: https://www.uspreventiveservicestaskforce.org/
uspstf/topic_search_results?topic_status=P. Acessp em 10 de
agosto de 2022
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Gabarito Preliminar INEP


Questão Questão Questão Questão Questão

1 C 21 A 41 B 61 C 81 B
2 A 22 D 42 C 62 B 82 D
3 B 23 C 43 C 63 A 83 B
4 D 24 A 44 D 64 B 84 C
5 D 25 D 45 B 65 C 85 B
6 A 26 C 46 C 66 C 86 C
7 B 27 C 47 C 67 C 87 A
8 B 28 B 48 C 68 A 88 D
9 D 29 A 49 A 69 D 89 A
10 C 30 C 50 A 70 B 90 D
11 D 31 A 51 B 71 D 91 B
12 D 32 A 52 B 72 C 92 A
13 C 33 B 53 D 73 A 93 C
14 C 34 C 54 B 74 D 94 C
15 D 35 D 55 D 75 A 95 A
16 B 36 C 56 A 76 D 96 B
17 B 37 C 57 D 77 C 97 B
18 D 38 A 58 B 78 B 98 B
19 A 39 D 59 D 79 A 99 A
20 B 40 A 60 D 80 A 100 A
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