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MEDICINA PREVENTIVA

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MEDICINA PREVENTIVA Estratégia MED | Memorex do Estratégia MED 2

MEDICINA PREVENTIVA
Fala, Estrategista! Beleza? motivou muito foram as notas que eu alcançava nos simulados,
Eu sou o Bruno, médico formado pela UFMT de Cuiabá e elas disparavam conforme eu ia estudando. Essa, com certeza, foi
Residente de Pediatria na USP de São Paulo. Neste espaço, vou a fase mais massa: em 2 ou 3 meses, saí de 60% de acertos para
contar um pouco sobre como foi minha preparação para as provas quase 80%, apenas porque sabia bem GO, Ped e Preventiva.
de Residência e dar umas dicas para você que está nessa luta! Nesse momento, eu estava na metade do meu quinto
Sei bem como é cansativo e estressante este momento de ano de faculdade e foi aí que conheci o Estratégia MED! Até
preparação para as provas. A gente fica pilhado, inseguro e, muitas então, eu tinha estudado apenas com materiais preparatórios que
vezes, com a impressão de que não estamos saindo do lugar. No meus amigos me emprestavam (eu era do time dos pés-rapados,
entanto, eu posso afirmar que o esforço bem direcionado sempre que não tinham condições de pagar um curso preparatório). No

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traz bons resultados! Portanto, apesar de o caminho ser árduo, começo de 2021, o EMED estava sendo lançado, com simulados
não desanime e bora pra cima – a recompensa virá! em que você poderia conquistar bolsas de estudo. Fiquei meio

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Comecei a ficar ligado nas provas quando eu estava no 8º desconfiado, afinal essa oportunidade estava caindo do céu, mas
semestre do curso de Medicina. Tive um professor de Obstetrícia resolvi fazer uma dessas primeiras provas com direito a bolsa e
que era conhecido por seu temido hábito de reprovar alunos imagine... consegui o singelo desconto de... 100% no curso. É
aplicando uma prova “casca grossa”. Na base do medo, estudei claro que havia um receio por ser uma empresa nova nessa área
muito para essa prova, aí eu percebi que havia visto, praticamente, de concursos de medicina, mas como dizem que “de graça até
todo o conteúdo de Obstetrícia que é cobrado nos concursos injeção na testa” eu resolvi tentar. E, imediatamente, meu caso
de Residência Médica! Pensei na trabalheira que seria estudar com o EMED tornou-se de amor à primeira vista! As aulas são
tudo de novo quando fosse me preparar para os exames, então muito completas e trazem um raciocínio bem construído, sempre
achei que seria mais prudente estruturar uma revisão periódica direcionado para as questões das provas de todas as instituições.
da matéria ao invés de começar “do zero” quando chegasse essa Além disso, adorei a proximidade com os professores, sem contar
fase. a maravilha que é o banco de questões! Desde aí até o final da
Assim, de vez em quando, e de forma despretensiosa, eu minha preparação, passei boas horas na plataforma do EMED. E,
fazia umas questões de Obstetrícia, só para manter o assunto na claro, virei fanboy da marca e passei a divulgar o Estratégia Med
cabeça. Achei isso bem legal, pois, nas rodas de conversa entre para todos os meus amigos! Rs
os alunos, sempre pingava uma dúvida ou outra sobre o tema e Certo, mas, depois de conhecer bem a forma como GO,
eu sabia responder, mesmo quando estava em outros estágios! Ped e Prev são cobrados nas provas de Residência, a gente chega
Peguei gosto por essa estratégia e já emendei os estudos de em Clínica Médica e Cirúrgica, aí... bate aquele desânimo, a
Ginecologia, Medicina Preventiva e Pediatria. Uma coisa que me sensação é de que não tem como estudar tudo. De fato, você

Estratégia MED

@estrategiamed @estrategiamed

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não vai conseguir estudar tudo! Mas não fique frustrado com isso, Uma coisa que sempre falo para meus amigos que estão se

porque não há necessidade nenhuma de ver os detalhes de cada preparando para as provas: eu não passei noites sem dormir para estudar,

um dos temas. Percebi que cada uma das bancas examinadoras não deixei de fazer minhas atividades físicas, nem de me alimentar

tem seus temas preferidos dentro dessas duas grandes áreas, direito e muito menos de jogar meu videogame que tanto gosto. Não

assim sendo, fiz um estudo bastante direcionado apenas para o estou falando que foi fácil, mas acredito que o segredo para uma boa

que seria cobrado nas provas das instituições do meu interesse. preparação é manter a cabeça saudável! Garanto que seu estudo vai

Assim, no começo do meu 6º ano, eu já tinha estudado “tudo” render muito mais, pois, dessa forma, a capacidade de concentração

o que era mais relevante para mim. Já estava acertando entre 80 e 85% e retenção na memória fica bem melhor do que quando estamos no

nos simulados. Daí, foi só manter os temas revisados e treinar com “modo zumbi”.

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questões que os bons resultados vieram de forma bem natural e, de Se você está no quinto ano, comece a se preparar agora para

verdade, eu não esperava menos do que a minha aprovação! Fui para distribuir melhor sua carga de estudos ao longo desses dois anos. Se

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as provas com a mente leve, como se fosse fazer mais um simulado na está no sexto, faça um estudo bem direcionado para a banca que você

íntegra...só mais uma prova entre as inúmeras que eu já havia feito ao quer. E se você já se formou, trabalhe a menor quantidade de horas

longo dos dois últimos anos. Não deu outra: conquistei o 1º lugar na possível na semana para conseguir manter uma boa qualidade de vida e

Unicamp, no ENARE, no IAMSPE e no SUS-SP (com direito a ter obtido a ter bastante tempo livre para estudar.

maior nota do país na prova teórica) e, ainda, o 3º lugar na USP-SP (com Como eu disse, o esforço bem direcionado sempre traz bons

o maior número de acertos na prova teórica). Deu bom e, adivinhem, resultados!

para completar, surgiu essa grande oportunidade de entrar para o time Sinta-se à vontade para falar comigo pelas redes sociais.

do EMED! Bora pra cima, Coruja!

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SUMÁRIO

1.0 MEDICINA PREVENTIVA 6


1 .1 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 1: INDICADORES DE MORBIDADE 6

1 .2 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 2: INDICADORES DE MORTALIDADE 9

1 .3 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 3: INDICADORES DEMOGRÁFICOS E TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICO-

EPIDEMIOLÓGICA 13

1 .4 PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 14

1 .6 PROCESSOS EPIDÊMICOS E EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS 16

1 .7 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS 17

1.7.1 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB) 19

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1 .8 MARCOS LEGAIS DO SUS E FINANCIAMENTO DO SUS 20

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1.8.1 SOBRE A LEI Nº 8.080/1990 20

1.8.2 SOBRE A LEI Nº 8.142/1990 22

1.8.3 SAÚDE COMPLEMENTAR E SUPLEMENTAR 26

1 .9 PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO SUS 27

1 .1 0 HISTÓRIA DO SUS 29

1 .1 1 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 30

1 .1 2 MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (MFC) 32

1.12.1 FERRAMENTAS PARA ABORDAR O CONTEXTO SOCIAL DO PACIENTE 33

1.12.2 PROTOCOLO SPIKES 35

1 .1 3 ÉTICA MÉDICA 36

1 .1 4 PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA E MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO 37

1.14.1 DESENVOLVIMENTO DE VACINAS E MEDICAMENTOS 40

1.14.2 TABELA DE CONTINGÊNCIA E ANÁLISE DOS DADOS DE UM ESTUDO 41

1.14.3 RISCO ATRIBUÍVEL 41

1.14.4 REDUÇÃO ABSOLUTA DO RISCO E REDUÇÃO RELATIVA DO RISCO 42

1.14.5 NÚMERO NECESSÁRIO PARA TRATAR (NNT) 44


1.14.6 RAZÃO DE PREVALÊNCIAS 45

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1.14.7 ODDS RATIO 46

1 .1 5 TESTES DIAGNÓSTICOS 48

1.15.1 RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA 52

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MED

CAPÍTULO

1.0 MEDICINA PREVENTIVA


A Medicina Preventiva é uma grande área, que tem a melhor Então, não fique frustrado caso os temas não soem
relação de Esforço X Retorno. Os temas são restritos e costumam interessantes para você. Garanto que valerá a pena quando estiver
se repetir bastante nas provas! O problema é que acaba sendo no seu tão sonhado programa de Residência Médica!
desinteressante para boa parte dos alunos. Muito mais do que decorar esses conceitos todos, recomendo
Eu mesmo tive essa sensação enquanto estudava, de que fortemente que você os compreenda. Isso porque as provas mais
deveria estar estudando “medicina” ao invés de medidas de concorridas já passaram da fase de cobrar conceitos de forma
associação. Mas, depois que comecei minha Residência , percebi direta! Bancas como a USP-SP, USP-RP, Unicamp e Unifesp gostam
que os conceitos abordados por essa área são essenciais para que de colocá-los em situações práticas.
o médico consiga analisar criticamente os estudos, fluxogramas e Teremos, aqui, apenas um guia rápido para você consultar
suas próprias condutas. É a base da famosa “Medicina Baseada em fórmulas e conceitos, mas não deixe de estudar esses temas a
Evidências”. fundo com nossas aulas do Extensivo, beleza?

1.1 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 1: INDICADORES DE MORBIDADE

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Estrategista, dê uma olhada nos seguintes conceitos! Adianto e, se necessário, assinale a “menos pior”.

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que muitos examinadores fazem confusão com eles (confundindo, De toda forma, é importante que você aprenda o que é certo!
por exemplo, taxa com razão), então é importante que você analise Especialmente sobre os coeficientes, que são capazes de aferir
criticamente cada uma das alternativas das questões sobre o tema RISCO (informação cobrada com frequência nas provas, beleza?).

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MED

Medida
Descrição Exemplo Afere risco?
relativa

Conceito geral: medidas relativas em que o


numerador está contido no denominador. Nem Depende do tipo de proporção, se é Depende do tipo de
todas aferem risco epidemiológico, apenas as simples ou se é coeficiente. proporção.
proporções do tipo coeficiente.

Proporções simples: identificam quem tem


e quem não tem determinado status (quem Mortalidade proporcional e todos
tem uma determinada doença ou agravo, por os tipos de prevalência (pontual,
Não.
Proporção exemplo), mas não avaliam mudanças de status prevalência de período e prevalência
simples (de saudável para doente ou de doente para de vida toda).
saudável, por exemplo).

Proporções do tipo coeficiente: são proporções Coeficiente de incidência ou


especiais, que têm a capacidade de indicar uma incidência acumulada, coeficiente
mudança de status ao longo do tempo, ou seja, de mortalidade geral, coeficiente de
Sim.

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os indivíduos começam com um status no início mortalidade específica, letalidade,
do período de observação e parte deles termina mortalidade infantil, mortalidade

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com outro status ao final desse período. perinatal.

medidas relativas em que o numerador não está Razão de sexos, razão de mortalidade
Razão Não.
contido no denominador. materna.

Conceito geral: medida relativa que informa


como o numerador varia em função do Depende se é uma taxa absoluta ou
----
denominador, sendo que o denominador tem a relativa, acompanhe a seguir.
variável tempo.

Não temos representantes em


epidemiologia, mas a velocidade
Taxa absoluta: quando o denominador contém de um carro, que indica quantos
Não.
Taxa apenas a variável tempo. quilômetros foram percorridos
na unidade do tempo, é um bom
exemplo.

Taxa relativa: quando o denominador contém


uma segunda variável além do tempo (pessoa-
Densidade de incidência, densidade
tempo). Dessa forma, informam a velocidade Não.
de letalidade.
de aparecimento de um evento em saúde na
unidade do tempo.

A seguir, temos as fórmulas para cálculo dos diversos tipos de coeficientes. Como comentei anteriormente, recomendo que você se
apegue nos porquês, e não simplesmente na fórmula decorada.

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Quando estiver com a sensação de que estão faltando informações no enunciado para o cálculo da prevalência ou incidência, lembre-
se da fórmula a seguir, que é baseada em tempo de duração da doença:

Prevalência (P) = Incidência (I) x Tempo de duração da doença (D).


P=IxD

Existem muitas questões bem elaboradas que trazem contextos clínicos, sociais ou de estudos epidemiológicos, para as quais devemos
ter em mente as seguintes características que diferenciam a incidência da prevalência.
Mantenha os conceitos a seguir sempre revisados, hein?

Incidência Prevalência

Doenças agudas ou de curta duração.


Doenças crônicas ou de longa duração.
Acompanhamento de processos epidêmicos.

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Estudos com delineamento longitudinal do tipo prospectivo
Estudos de delineamento transversal.
(coortes, ensaios clínicos e ensaios de campo).

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Investigações etiológicas, exceto em coortes de sobreviventes Planejamento de ações e administração de serviços de saúde
(nesse caso, preferir a prevalência). (dimensionamento de recursos).

1 .2 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 2: INDICADORES DE MORTALIDADE

Estrategista, este é um tema muito frequente nas provas. forma de pegadinhas, em que o examinador mistura os significados
Recomendo fortemente que você fique atento à diferença entre desses indicadores!
mortalidade geral, proporcional e específica! Além de esses Enfatizo que os coeficientes de mortalidade dão ideia de
conceitos serem cobrados de forma direta, às vezes, aparecem na risco.

Indicador Risco aferido

Mortalidade geral Risco geral de morte na população, independentemente de idade, gênero ou causa.

Letalidade Risco de óbito pela doença na população doente.

Risco de morte pela doença na população em risco de adoecimento (ou seja,


Mortalidade específica por uma população que ainda está saudável). Considera a incidência e a letalidade em uma
causa medida só, já que avalia o risco de adoecer por uma determinada causa e, uma vez
adoecendo, morrer por aquela causa.
Tabela 1 – Riscos de óbito segundo os indicadores de mortalidade e letalidade.

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MED

Coeficiente geral de mortalidade (CGM) = Número total de óbitos da localidade x 1.000


População residente da localidade

Observações: 1. Considerar o mesmo espaço geográfico e o mesmo período de observação para o numerador e o denominador; 2. Considerar a população que existia na metade do período. Por
exemplo, para o ano de 2020, considerar a população em 01/07/2020.

Coeficiente de mortalidade específica = Número de óbitos com uma determinada característica x 100.000
População que apresenta aquela característica

Mortalidade proporcional = Número de óbitos com uma determinada característica x100


Óbitos totais

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Coeficiente de letalidade (ou fatalidade) = Número de óbitos causados pela doença x 100
Número total de casos confirmados da doença

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Observação: considerar sempre o mesmo espaço geográfico e o mesmo período de observação para o numerador e o
denominador.

Assim como existe uma correlação entre prevalência, incidência e duração da doença, temos uma correlação entre incidência, letalidade
e mortalidade específica. É bom ter a fórmula a seguir na manga:

Letalidade de uma doença = Mortalidade específica pela doença


Incidência da doença
ou
L = M/I

Agora, vou pedir para você ter atenção redobrada, Aqui vale a pena decorar, beleza? Mais do que isso, na verdade:
Estrategista! Mortalidade materna e infantil é o tipo de tema que é necessário conhecer quais fatores influenciam cada um desses
certamente estará presente na sua prova. indicadores. Isso é cobrado com frequência em questões mais
A maioria das questões sobre o tema exige que você conceituais.
conheça os numeradores e denominadores desses indicadores.

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MED

Razão de Mortalidade Materna (RMM) = Número de óbitos maternos x 100.000


Número de nascidos vivos

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CMI = Número de óbitos em menores de 1 ano de idade x 1.000
Número de nascidos vivos

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Observação: considerar sempre o mesmo espaço geográfico e o mesmo período de observação para o numerador e o denominador.

Figura 21 – Períodos do primeiro ano de vida de uma criança. O primeiro ano pode ser subdividido em dois períodos principais: o período neonatal, que vai desde o
nascimento até o 27° dia completo de vida e o período pós-neonatal, que inicia no 28° e vai até o 364° dia completo de vida. Por sua vez, o período neonatal pode ser
subdividido em mais dois componentes: o período neonatal precoce (0 a 6 dias completos de vida) e o neonatal tardio.

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A seguir, temos um coeficiente peculiar: o de mortalidade perinatal. Lembre-se de que incluímos os natimortos no numerador e no
denominador! Algumas questões conceituais tentam confundir os candidatos, falando que apenas nascidos vivos são incluídos no cálculo
desse coeficiente.

Coeficiente de mortalidade perinatal= (Óbitos fetais a partir da 22ª semana + Óbitos infantis até 7 dias) x 1.000
Número total de nascimentos*

*Número total de nascimentos = número de óbitos fetais a partir da 22ª semana + nascidos vivos.

Por fim, temos alguns indicadores de mortalidade para uma avaliação positiva de desenvolvimento humano, acaba
proporcional que são bem interessantes! O Indicador de Swaroop- sendo “mais interessante” que a maior parte das mortes ocorra em
Uemura avalia, proporcionalmente, quantos óbitos ocorreram em pessoas mais velhas! Quando mais de 75% das mortes ocorrem em
pessoas mais velhas em uma população. > 50 anos, temos um bom indicador de desenvolvimento da região.
Considerando que a morte faz parte da vida e é inevitável,

Indicador de Swaroop-Uemura = Número de óbitos ≥ 50 anos x 100

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Número total de óbitos

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ISU baixo (<75%) ISU elevado (≥75%)
Nível de desenvolvimento da região médio ou baixo elevado
Coeficiente de mortalidade infantil médio a elevado baixo
Componente predominante pós-neonatal neonatal
desnutrição proteico-calórica, infecções Fatores biológicos (principalmente
Principais causas de óbitos infantis
pulmonares (como pneumonia) e diarreia anomalias genéticas)

Depois de calcular o índice, podemos classificar a região população é utilizar as curvas de Nelson de Moraes. O raciocínio é
em grupos. Aqui, quanto maior o número do grupo, pior é o o mesmo: mortalidade concentrada em população mais velha fala
desenvolvimento da região! a favor de um bom nível de saúde de uma região.
• Grupo 1: > 75% das mortes ocorrem em > 50 anos. ! Atenção: quanto maior o número do tipo da curva, melhor
• Grupo 2: entre 50% e 74%. é o desenvolvimento da região! Note que é o contrário do que
• Grupo 3: entre 25% e 49%.
vimos no Indicador de Swaroop-Uemura, em que grupos de número
• Grupo 4: < 25%.
maior indicam um pior desenvolvimento.
Outra forma de avaliar a mortalidade proporcional de uma

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Tipo de curva Formato Nível de saúde


Curva tipo 1 N invertido Muito baixo
Curva tipo 2 J invertido Baixo
Curva tipo 3 V ou U Regular
Curva tipo 4 J Elevado
Tabela 10 – Padrões de níveis de saúde identificados por Nelson de Moraes.

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1.3 MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA 3: INDICADORES DEMOGRÁFICOS E TRANSIÇÃO DE-
MOGRÁFICO-EPIDEMIOLÓGICA

Estrategista, essas medidas aparecem com menos frequência A Unifesp costuma trazer questões pontuais exigindo esses
nas provas de Residência. conhecimentos. Vale a pena dar uma olhada com carinho nas
No entanto, é importante que você conheça as fórmulas para seguintes fórmulas:
não ser pego de surpresa! Apesar de infrequentes, elas costumam Na taxa de fecundidade geral (TFG), dividimos o número de
ser cobradas de forma bem direta, no mais clássico estilo “sabe ou nascidos vivos em um determinado período pelo número total de
não sabe”. mulheres em período reprodutivo na localidade.

TFG = Número de nascidos vivos em uma determinada localidade em um intervalo de tempo x 1.000
População de mulheres em idade fértil naquela localidade no mesmo intervalo de tempo

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Proporção de idosos = Número de indivíduos ≥ 60 anos x 100


População total*

*Como estamos diante de um indicador que usa a idade, excluímos os indivíduos com idade ignorada.

Índice de envelhecimento = Número de indivíduos ≥ 60 anos x 100


Número de indivíduos < 15 anos

Razão de dependência = Indivíduos entre 0 e 14 anos (ou < 15 anos) + Indivíduos ≥ 60 anos x 100
Indivíduos entre 15 e 59 anos
ou
Razão de dependência = População economicamente inativa x 100
População economicamente ativa

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1 .4 PROCESSO SAÚDE-DOENÇA

Estrategista, estamos diante de um tema muito querido para práticas: indicação de alguma prevenção, críticas em relação a um
as provas de Residência. E é interessante como os examinadores rastreamento, implantação de algum tratamento ou rastreamento
fazem questões bem legais sobre este tema! na população etc.
Isso porque dificilmente temos questões conceituais diretas Mas, para ter um raciocínio bem elaborado nessas questões,
sobre esse tema. A maioria das questões exige que o candidato tenha sempre os seguintes conceitos frescos na sua memória, ok?
conheça os conceitos a ponto de conseguir aplicá-los em situações

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! PARA FACILITAR: Correlacione os níveis de prevenção com os períodos da história natural da doença.
• Prevenção primordial ou primária: atua no período de pré-patogênese.
• Prevenção secundária: atua no período de patogênese precoce, quando ainda não temos uma doença discernível ou sintomas.
• Prevenção terciária: atua no horizonte clínico sintomático.

IATROGENIA SOBREDIAGNÓSTICO

• Ocorre devido a uma intervenção médica • Diagnostica-se um agravo que não geraria sintomas ou
que resulta em algum dano à saúde do provocaria a morte do paciente. O sobrediagnóstico transforma
indivíduo. uma pessoa em paciente sem necessidade, conduzindo esse
Ex.: a colonoscopia pode resultar em uma indivíduo a tratamentos que não geram qualquer benefício. Ex.:
perfuração intestinal. na mamografia, é detectada uma lesão na mama, mas que não
evoluiria para nenhum quadro clínico ou risco de morte.

SOBRERRASTREAMENTO SOBRETRATAMENTO

• Procede-se o rastreio desnecessário de uma condição clínica em • Refere-se a duas situações: (1) tratar agravos
um indivíduo ou grupo de indivíduos que não atendem aos que não evoluiriam para algum estado de
critérios de rastreamento. Ex.: médico decide rastrear câncer de adoecimento significativo ou (2) optar por
mama em jovens de 20 anos através da ultrassonografia, mas não tratamento mais prolongado ou complexo do
há evidência científica para o rastreamento nessa idade, nem com que o necessário. Ex.: tratar lesões mal

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esse exame. Nesse caso, corre-se o risco de detectar alterações definidas na mamografia que não evoluiriam
que não gerariam qualquer transtorno à saúde das pacientes, o para um câncer de mama ou prorrogar uma
que poderia conduzir a planos terapêuticos desnecessários. radioterapia em paciente que já não necessita.

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MEDICALIZAÇÃO

• Quando situações normais da existência humana passam a ser objeto de abordagem médica desnecessária. Ex.: usar
antidepressivos para auxiliar uma pessoa a lidar com o luto. Sabemos que a perda de um parente naturalmente leva a
SAUDÁVEL
um estado de tristeza. As palavras supermedicalização ou hipermedicalização também DOENTE
já foram encontradas em
questões.

O modelo de Determinantes Sociais de Saúde proposto por Dahlgren e Whitehead é queridinho de algumas bancas específicas, como
a UNICAMP. Tenha atenção a quais determinantes conseguimos mudar e a quais são “imutáveis”, beleza?

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Para finalizar, temos as três dimensões de vulnerabilidade. É um tema que vem sendo cobrado nos últimos anos. Recomendo que você
os conheça, pois as questões sobre o assunto são bem diretas!

DIMENSÃO DIMENSÃO DIMENSÃO


INDIVIDUAL SOCIAL PROGRAMÁTICA

Grau e qualidade da informação O acesso aos meios de Avaliação e monitoramento dos


que as pessoas dispõem sobre comunicação, a disponibilidade programas, do compromisso
os problemas de saúde, sua de recursos, poder participar das instituições, dos recursos e
elaboração e aplicação prática, de decisões políticas e em da gerência nos diferentes
ou seja, o que a pessoa instituições. níveis de atenção.
(individualmente) pensa, faz e
quer, que a expõe a um agravo
à saúde.

Valores; crenças; atitudes; Acesso à saúde, cultural, lazer, Acesso aos serviços; qualidade
situação física, psicológica e educação, mídia; participação dos serviços; governabilidade;
emocional; conhecimentos; política; cidadania; emprego; preparo técnico dos

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comportamentos; relações relações de gênero, de profissionais; atividades
familiares, afetivas, sexuais, de raça/etnia, entre gerações; etc. intersetoriais; organização do
amizade; etc setor de saúde; recursos

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humanos e materiais para as
políticas; etc.

1 .6 PROCESSOS EPIDÊMICOS E EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS INFECCIOSAS

Estamos diante de um tema que ganhou notoriedade nos epidemia e pandemia.


últimos anos. • Etapas para a construção de um diagrama de controle.
As formas como os examinadores abordam esse tema são • Abordagem de fatores que interferem no controle de
uma epidemia.
bem variadas:
• Questões conceituais diretas para diferenciar endemia, O gráfico a seguir sintetiza bem os pontos-chave do tema:

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Além disso, neste tema, temos as características do agente etiológico.

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! PARA FACILITAR: A letalidade sempre vai ser menor que a virulência, que, por sua vez, sempre será menor do que a patogenicidade.
Note que são grupos que estão bem correlacionados.

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Patogenicidade = número de casos que desenvolvem a doença x 100
número total de infectados

Virulência = número de casos graves e fatais x 100


número de casos confirmados da doença

Letalidade = número de casos fatais ou óbitos da doença x 100


número de casos confirmados da doença

1.7 PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS

Sei que é esse tema que vem a sua mente quando você pensa vai sendo desenvolvido. A dica que eu posso dar é optar pelo que
em “estudar preventiva”! De fato, ele sempre aparece nas provas. for mais direto!
Além disso, Estrategista, este tema tem muitas questões Como assim? Comece lendo o que a questão está pedindo
capciosas, baseadas em uma minuciosa interpretação de texto. de fato e depois leia as alternativas. Depois, vá para o enunciado e
Conforme você for treinando, naturalmente um "jogo de cintura" não fique “viajando” muito. Se acontecer de você ficar justificando

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sua resposta com muitos “e se…”, a chance de errar é grande! Não Para isso, é importante conhecer os detalhes de cada um
fique “fosforilando” muito, apenas marque o que soar mais direto. desses conceitos. Como este é um material voltado para consultas
Hoje em dia, nas provas mais concorridas, não temos rápidas, trarei apenas alguns macetes para facilitar a memorização.
questões que abordam definições literais dos conceitos a seguir. ! PARA FACILITAR: Os princípios são os que começam com
A tendência dos examinadores é apresentar um cenário prático e VOGAIS. Sempre leia e releia se o examinador está perguntando
exigir do candidato a “visualização” dos princípios e das diretrizes sobre uma diretriz ou um princípio na questão, ok? Confundir o
nesse cenário. Então, leia o enunciado já tentando identificar qual é candidato com esses conceitos é uma pegadinha das antigas, mas
o princípio ou a diretriz mais correlacionado com o contexto. que ainda funciona.

PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS

UNIVERSALIDADE

EQUIDADE INTEGRALIDADE

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PARTICIPAÇÃO REGIONALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
POPULAR HIERARQUIZAÇÃO E COMANDO ÚNICO

PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


Princípios e Diretrizes
Apesar de os princípios e as diretrizes
do SUS serem amplamente conhecidos pelos Implícitos (art. 196 e 198) Explícitos (art. 198)
profissionais de saúde, nem todos aparecem
Universalidade Participação da
de forma explícita na Constituição Federal
Comunidade
de 1988.
Os que estão explícitos encontram-se Igualdade Atendimento Integral
no artigo 198 e são os seguintes: (Integralidade)

Regionalização
Descentralização
Hierarquização
Memorize: CID

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MED

LEI Nº 8.080/1990 - PRINCÍPIOS (art. 7º)

PESSOAS INFORMAÇÃO RESOLVER, INTEGRAR,


(Têm autonomia e acesso, participam, CONJUGAR E ORGANIZAR (RICO)
são iguais e recebem atendimento integral.)
Direito à informação
Preservar autonomia Capacidade de resolução
Universalidade de pessoas Divulgação de em todos os níveis
informações
Participação da
Igualdade
Comunidade Epidemiologia para Conjugar recursos
estabelecer prioridades financeiros, tecnológicos,
Integralidade materiais e humanos das 3
esferas
ESFERAS DO GOVERNO
Integração de saúde, meio
VIOLÊNCIA CONTRA ambiente e saneamento
Descentralização com
MULHER direção única em cada esfera
básico

Atendimento para mulheres e Organizar serviços (evitar


duplicidade de meios
vítimas de violência doméstica Ênfase para Regionalização e para fins idênticos)
os municípios Hierarquização
em geral

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1.7.1 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB)

Tivemos PNAB em 2006, 2010, e a mais recente é com o Ministério da Educação, as mudanças curriculares
de 2017. Saliento que essa Política traz a Atenção Básica nos cursos de saúde, destinar recursos financeiros.
(AB) como sinônimo de atenção primária em saúde. • Estados: divulgar periodicamente os relatórios de
indicadores da AB, prestar apoio institucional aos
A PNAB também define o que é Atenção Básica: conjunto de
municípios, fortalecer ESF como estratégia prioritária
ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem
para organização da AB.
promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento,
• Municípios: organizar/implementar os serviços de
reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em AB e o fluxo de pessoas, alimentar os sistemas de
saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado informação, garantir o cumprimento da carga horária
e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dos profissionais da APS.
dirigida à população em território definido, sobre o qual as equipes • Comuns a todos: contribuir para o financiamento
assumem responsabilidade sanitária. tripartite da AB, seguir os princípios doutrinários do
SUS, garantir provimento e estratégia de fixação para
Como a regionalização e a hierarquização são uma diretriz da
profissionais da AB.
PNAB, cada ente federativo tem suas principais responsabilidades.
De uma forma geral: ! PARA FACILITAR: Cada ente federativo pode ter seu papel na
PNAB definido por um “verbo-chave”. São os que estão sublinhados
• União: definir e rever as diretrizes da PNAB, articular, no texto acima.

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POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA

PRINCÍPIOS DIRETRIZES

• Regionalização e • Territorialização • População


• Universalidade
Hierarquização Adscrita
• Equidade
• Cuidado centrado • Resolutividade • Longitudinalidade
• Integralidade na pessoa do cuidado
• Coordenação do • Ordenação da • Participação da
cuidado rede comunidade

1 .8 MARCOS LEGAIS DO SUS E FINANCIAMENTO DO SUS


Estrategista, neste tópico, vamos focar a abordagem no funcionamento do SUS.
Sugiro que você tenha bastante atenção sobre quais são as atribuições de cada ente federativo na Saúde. Algumas palavras-chaves

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são recorrentes, como “coordenação”, “execução”, “supervisão”, “implementação” etc. Saber assimilar esses termos com seu respectivo
responsável vai ajudá-lo a não ter aquela dúvida entre duas alternativas!

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1.8.1 SOBRE A LEI Nº 8.080/1990
Os quadros a seguir, basicamente, detalham as competências de cada esfera do governo e como isso tudo é organizado. O raciocínio é
basicamente o mesmo que discutimos na PNAB:
• Município: executa.
• Estado: complementa e apoia o município.
• União: direciona.

Compete à Compete à Compete à


direção federal direção estadual direção municipal
• definir e coordenar os sistemas; • realizar ações em caráter • administrar, gerir e executar os
• definir critérios, parâmetros e complementar/suplementar à serviços públicos de saúde;
União e aos municípios;
métodos; • formar consórcios
• participar da formulação da intermunicipais;
• formular políticas, diretrizes e
normas; política, do controle e da • colaborar na fiscalização;
avaliação de ações junto à União
• implementar políticas; e aos municípios; • articular ações com sua direção
estadual;
• controlar e fiscalizar a execução • planejar e coordenar a rede no
de recursos federais; âmbito estadual; • celebrar contratos e convênios
com prestadores de serviços
• dar suporte às demais esferas; • gerir serviços de alta
privados;
• executar vigilância sanitária de complexidade de referência
estadual e regional; • fiscalizar os procedimentos dos
portos, aeroportos e fronteiras.
serviços privados;
• apoiar técnica e financeiramente
os municípios; • realizar outras atividades no
âmbito municipal.
• realizar outras atividades no
âmbito da unidade federada.

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A Norma Operacional Básica nº 01, de 1993, mais conhecida como NOB 93, foi a primeira a esclarecer o
gerenciamento do processo de descentralização nas três esferas do governo, por meio da CIT, das CIB e dos
Conselhos Municipais, entre outros temas. As normas operacionais básicas (NOB) e as normas operacionais da
assistência à saúde (NOAS) serão mais aprofundadas no livro “Processo de descentralização e regionalização do
SUS”.
E o que seriam esses conselhos nacionais citados no esquema anterior? Vamos colocá-los em outro esquema
para facilitar sua comparação.

Conselho Nacional de Conselho Nacional de Secretarias Conselhos de Secretarias


Secretários de Saúde (CONASS) Municipais de Saúde (CONASEMS) Municipais de Saúde (COSEMS)

Reúne os gestores das... Secretarias Estaduais de Saúde Secretarias Municipais de Saúde Secretarias Municipais de Saúde

representando os
gestores estaduais de saúde gestores municipais de saúde gestores municipais de saúde
interesses políticos em nível nacional. em nível nacional. em nível estadual.
comuns dos...

t.me/medicinalivre2
saúde e declarados de utilidade saúde e declarados de utilidade
para tratar de matérias saúde, desde que vinculados

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pública e de relevante função pública e de relevante função
referentes à... social. social.
institucionalmente ao Conasems.

Comissão Intergestores Comissão Intergestores Comissão Intergestores


Tripartite (CIT) Bipartite (CIB) Regional (CIR)

Âmbito federal Âmbito estadual Âmbito regional


Possui representantes do: Envolve representantes indicados Está vinculada à SES para efeitos
pelo Conselho de Secretários administrativos e operacionais,
• Ministério da Saúde;
Municipais de Saúde (Cosems), da: devendo observar as diretrizes
• Conselho Nacional de da CIB.
• Secretaria Estadual de Saúde
Secretários de Saúde
(SES);
(Conass);
• e Secretarias Municipais de
• e Conselho Nacional de
Saúde.
Secretarias Municipais de
Saúde (Conasems).

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Comissões Representações Colegiado


Gestor
Intergestores de gestores participativo

NACIONAL Ministério da Saúde Tripartite dos estados: Conass Conselho Nacional

ESTADUAL Secretarias Estaduais Bipartite dos municípios: Conasems Conselho Estadual


(nível estadual)

dos municípios: Cosems


MUNICIPAL Secretarias Municipais Regional Conselho Municipal
(nível municipal)

1.8.2 SOBRE A LEI Nº 8.142/1990


Sempre que pensar na Lei nº 8.142/1990, dois tópicos centrais devem aparecer na sua memória: participação popular no SUS e
financiamento do SUS.

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Sobre a participação popular no SUS, as questões costumam ser bem fáceis, então não durma no ponto para não as perder, beleza?
Muita atenção nas pegadinhas que tentam confundir Conselho e Conferência de Saúde.

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CONSELHO DE SAÚDE CONFERÊNCIA DE SAÚDE

• O Plenário do Conselho de Saúde, que se reunirá, • Reunir-se-á a cada quatro anos, sendo
no mínimo, a cada mês e extraordinariamente convocada pelo Poder Executivo ou,
quando necessário, terá como base seu extraordinariamente, por esta ou pelo
REUNIÃO Regimento Interno. Conselho de Saúde.
• A pauta e o material de apoio às reuniões * DICA: Memorize que a CONFErência tem a
devem ser encaminhados aos conselheiros mesma periodicidade da Copa do Mundo ou
com antecedência mínima de 10 (dez) dias. da antiga Copa das CONFEderações!

Atua na formulação de estratégias e no controle


Avaliar a situação de saúde e propor as
OBJETIVO/ da execução da política de saúde na instância
diretrizes para a formulação da política de
FUNÇÃO correspondente, inclusive nos aspectos econômicos
saúde nos níveis correspondentes.
e financeiros.

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Permanente e deliberativo Consultivo
Suas decisões serão homologadas pelo chefe do Fóruns de discussão/debate e sugestões

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CARÁTER
poder legalmente constituído em cada esfera do
governo.

Nível federal Nível federal


Conselho Nacional de Saúde (CNS) Conferência Nacional de Saúde

NÍVEL DE Nível estadual Nível estadual


ATUAÇÃO Conselho Estadual de Saúde Conferência Estadual de Saúde

Nível municipal Nível municipal


Conselho Municipal de Saúde Conferência Municipal de Saúde

NORMAS As conferências de saúde e os conselhos de saúde terão sua organização e normas de funcionamento
DEFINIDAS definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.

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Dessa próxima tabela, recomendo fortemente que você memorize os itens que cada ente federativo deve ter para receber os recursos
financeiros para saúde. É “decoreba”, mas pode lhe garantir um pontinho ou outro!

Lei no 8.080/1990 (art. 35) Lei no 8.142/1990 (art. 4º)

Define os critérios que podem alterar o valor dos recursos Define o que é preciso obrigatoriamente para
financeiros recebidos receber os recursos financeiros.

Será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo Municípios, estados e Distrito Federal devem
análise técnica de programas e projetos: contar com:
• Perfil demográfico da região; • Fundo de Saúde;
• Perfil epidemiológico da população a ser coberta; • Conselho de Saúde;
• Características quantitativas e qualitativas da rede de • Plano de Saúde;
saúde na área;* • Relatório de Gestão;
• Desempenho técnico, econômico e financeiro no período • Contrapartida de recursos para a saúde no
anterior; respectivo orçamento;
• Níveis de participação do setor saúde nos orçamentos • Comissão de elaboração do Plano de

t.me/medicinalivre2
estaduais e municipais; Carreira, Cargos e Salários (PCCS).
• Previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;

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• Ressarcimento do atendimento a serviços prestados para
outras esferas de governo.

A seguir, temos a polêmica Emenda Constitucional 95, que foi responsável por reajustar o valor que a União destina para a Saúde de
acordo com a inflação — o tal do “congelamento dos gastos”.
Essa emenda é bastante criticada por algumas bancas com posicionamento político mais assíduo, como é o caso da UNICAMP. Caso
queira prestar prova lá, dê uma olhada mais aprofundada no tema.

União:
Atual (EC 95): valor do ano anterior +
correção do IPCA
Municípios: mínimo Estados: mínimo Anteriores:
de 15% de 12% EC 86/2015: aumento gradual até
alcançar 15% da receita
LC 141 e EC 29: valor do ano anterior
+ variação do PIB

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Capitação
ponderada

Pagamento Ações
por Previne estratégicas
desempenho Brasil

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Agora, tema quente: os três componentes que definem quanto cada município e estado receberá pelo programa “Previne Brasil”!
Para definir o desempenho de um município, devemos levar em conta os seguintes parâmetros. Vale a pena dar uma olhadinha na
revisão final para a sua prova, beleza?

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Os três conceitos a seguir também costumam aparecer com frequência nas provas de Medicina Preventiva, especialmente no IAMSPE.
Na maioria das vezes, a questão narra o caso de uma intervenção feita em algum município, apresenta algum dado e questiona qual dos três
conceitos a seguir foi avaliado.
Conceitos específicos, mas que podem aparecer na sua prova.

Eficácia • condições ideais, resultados "de pesquisa"

Efetividade • condições reais, vida prática

Eficiência • alcançar os resultados com menor custo

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1.8.3 SAÚDE COMPLEMENTAR E SUPLEMENTAR

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Este tópico não é queridinho de nenhuma banca específica, repente, garantir um pontinho extra. Na maioria das vezes, as
mas, “vira e mexe”, pinga em algumas provas disputadas. Apareceu questões trazem alternativas que fazem afirmações sobre saúde
recentemente na UNESP e USP-SP. complementar ou suplementar, e cabe ao candidato marcar a
No geral, são questões mais difíceis, com uma taxa de verdadeira — as definições e características estarão trocadas entre
acerto mais baixa. Mas vale a pena dar aquela revisada para, de as alternativas.

Saúde complementar Saúde suplementar

Participa de forma complementar ao SUS (mediante


Não participa do SUS.
contrato de direito público ou convênio).

Segue os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de


Segue os princípios e as diretrizes do SUS. direção do SUS quanto às condições para seu funcionamento.
Segue as diretrizes da ANS.

Preferencialmente sem fins lucrativos e entidades


filantrópicas, mas podem participar as entidades com Predominantemente as entidades possuem fins lucrativos.
fins lucrativos.

Atua na esfera pública e privada. Atua na esfera privada.

Ex.: hospital privado que também atende pelo SUS. Ex.: hospital privado que atende plano de saúde ou particular.

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PRINCIPAIS MODALIDADES DAS OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE

Sociedades sem fins lucrativos, coordenadas pelos próprios profissionais. Representam


Cooperativas
o modelo dominante no Brasil, alcançando cerca de 55% dos beneficiários da saúde
(médica ou odontológica)
suplementar. Ex: Unimed.

Oferecem plano a um grupo fechado de pessoas, geralmente vinculado a uma classe


Autogestão
profissional ou a uma determinada empresa que mantém o plano. Ex: GEAP, Cassi.

Empresas que operam seguros e realizam reembolso de despesas médico-hospitalares ou


Seguradoras
odontológicas.

Administradora de Empresas que “fazem uma ponte”, isso é, intermediam um plano de saúde entre a
benefícios operadora e as pessoas jurídicas que contratam planos coletivos.

Aquele plano de saúde que não se enquadra em nenhuma das outras características
Medicina de grupo
descritas.

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1 .9 PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO SUS

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Além das Leis nº 8.080/90 e nº 8.142/90, temos o Decreto nº 7.508/2011. Ele aborda diretrizes sobre como a regionalização e a
descentralização do SUS ocorrerão na prática:

Decreto 7.508/2011: principais aspectos

Define os serviços mínimos a serem oferecidos por uma Região de Saúde

Define as portas de entrada em uma Rede de Atenção à Saúde

Traz o conceito de Comissão Intergestores Regional (CIR)

Cria a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) e a Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde
(RENASES)

Redes específicas de atenção à saúde

re as Regiões de Saúde, tenha em mente quais são os serviços mínimos que devem ser oferecidos. Lembrando que municípios de
estados diferentes podem integrar uma mesma Região de Saúde, desde que haja contiguidade no território.

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Ah, e também temos que saber quais desses serviços o paciente pode utilizar como porta de entrada preferencial para o Sistema de
Saúde!

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Destacamos o conceito de “serviços especiais de acesso aberto”, os quais são conceituados pelo decreto como
“serviços de saúde específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, necessita
de atendimento especial”.
Podemos citar, como exemplos, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e os Centros de
Testagem e Aconselhamento (CTA).

Por fim, temos alguns tipos diferentes de


território. Esses conceitos estão sendo cobrados com
uma frequência progressivamente maior nas provas.
No geral, são questões que contam um caso clínico e
perguntam qual território está mais relacionado com
o contexto apresentado. Dá pra garantir esse acerto,
né?

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1 .1 0 HISTÓRIA DO SUS

Estrategista, esse tema aborda todo o processo de formação Dessa forma, os IAPs foram fundidos no Instituto
do SUS. Note que, conforme o tempo foi passando, a tendência foi Nacional de Previdência Social (INPS → agora
sempre sendo de universalização do acesso à saúde. Dê uma olhada TODOS os trabalhadores tinham o benefício, e não
só categorias específicas). Dentro desse instituto, foi
nos modelos de previdência social que já foram realidade por aqui:
criado o Instituto Nacional de Assistência Médica da
• Caixa de Aposentadoria e Pensão (CAP): contribuição
Previdência Social (INAMPS) → setor específico para
entre funcionário e empresa, sem participação do
assistência à saúde no INPS.
governo.
• Em 1986, após uma grave crise de saúde no Brasil,
• Instituto de Aposentadoria e Pensão (IAP): aqui o
temos o ápice da REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA, na
governo já se meteu na história, em um processo
8ª Conferência de Saúde. Foi a primeira a contar com
conhecido como estatização da Previdência Social. No
participação popular. Culminou na criação do Sistema
entanto, ainda é um benefício exclusivo de algumas
Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), o alicerce
categorias profissionais com carteira de trabalho
para o SUS.
assinada.
• Durante o regime militar, houve preocupação pela Também é importante conhecer os diferentes modelos de
garantia de previdência para todos os trabalhadores saúde adotados pelos países mundo afora. Lembre-se de que o
e dependentes (visando diminuir a impopularidade). SUS é beveridgeano.

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CAP (1923-1933) IAP (1933-1966) INPS (1966-1977)
• Por categorias • Trabalhadores formais
• Por empresa
profissionais e dependentes

SUS (1988 - atual) SUDS (criado INAMPS (1977-1993)


• Concretização da em 1987) • Trabalhadores formais
universalidade • Todas as pessoas e dependentes

Bismarck (ou sistemas de Adam Smith (ou sistemas


Beveridge (ou sistemas de
saúde bismarckianos) de saúde smithianos ou
saúde beveridgeanos)
"Princípio do mérito" baseados no mercado)

• Cobertura universal; • Seguros sociais obrigatórios; • Serviços de saúde


• Financiado por empregados predominantemente
• Financiado pela privados;
e empregadores;
sociedade através
de impostos; • Foi o modelo das Caixas de • Financiado por contribuições
Aposentadorias e Pensões. voluntárias de indivíduos e
• É o modelo do SUS. empregadores;
• Modelo da iniciativa privada
(planos e seguros de saúde).

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1.1 1 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Este tema está entre os queridinhos dos examinadores da é importante ter em mente quais são os essenciais e quais são os
MedicinaPreventiva.Nãováparaaprovasemconhecê-lobem,beleza? derivados. Isso pode ajudá-lo a eliminar alternativas em questões
A imagem a seguir contempla um tema frequente de pegadinha: mais conceituais, beleza?
os atributos da Atenção Primária da Saúde. É muito fácil confundi- ! PARA FACILITAR: O essencial → Coordenação, Integralidade,
los com os princípios e/ou com as diretrizes do SUS. Além disso, Acesso e Longitudinalidade.

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Regionalização e hierarquização.

Participação da comunidade.
Princípios da atenção básica

População adscrita.
Universalidade
Diretrizes da atenção básica

Territorialização e adstrição.

Integralidade Cuidado centrado na pessoa.

Resolutividade.

Equidade Longitudinalidade.

Coordernar o cuidado.

Ordenar as redes.

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A seguir, temos a composição de uma equipe de Saúde da composição não obrigatória envolve, ainda, cirurgião-
Família (eSF). Enfatizo que é um conceito diferente de uma equipe dentista, técnico em saúde bucal e agente de combate
de atenção primária! A prova do SUS fez uma pegadinha trocando às endemias.
• Equipe de Atenção Primária: no mínimo, médico e
esses conceitos recentemente.
enfermeiro. Deve se transformar em equipe de saúde
• Equipe de Saúde da Família: deve ser a estratégia
da família o quanto antes.
prioritária. A composição mínima é de médico,
enfermeiro, ACS e técnico de enfermagem. A

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Outra coisa que acaba, eventualmente, aparecendo nas provas é a quantidade de pessoas que podem ser atendidas por uma unidade
de AB de acordo com a classificação do IBGE do município. “Decoreba” das bravas, né? Mas fica o quadro para uma eventual consulta rápida:

Quantitativo potencial Quantitativo potencial


Quantitativo potencial de de pessoas cadastradas de pessoas cadastradas
Classificação do município
pessoas cadastradas por por equipe de atenção por equipe de atenção
pelo IBGE
equipe de Saúde da Família primária modalidade I primária modalidade II -
-20 h 30 h

1 – Urbano 4000 pessoas 2000 pessoas 3000 pessoas

2 – Intermediário Adjacente
2750 pessoas 1375 pessoas 2063 pessoas
3 – Rural Adjacente

4 – Intermediário Remoto
2000 pessoas 1000 pessoas 1500 pessoas
5 – Rural Remoto

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Por fim, o fluxograma a seguir resume como é o Processo de Trabalho na AB, desde a implantação de uma unidade até sua manutenção.

Territorialização Acolhimento Trabalho em


equipe multi

Responsabilidade Acesso Resolutividadade


sanitária

UBS como porta Adscrição dos Promover atenção


preferencial usuários integral

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1.1 2 MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (MFC)
Estrategista, estamos diante de um tema que é bem bacana. Esse é muito frequente nas grandes provas: USP-SP, USP-RP,

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A Medicina da Família e Comunidade tem uma série de ferramentas Unifesp, UNICAMP, Unesp, Einstein, PSU-MG, SURCE etc. Estude a
que são bem úteis para a sua prática clínica, independentemente fundo, beleza?
de onde você estiver trabalhando, do nível de atenção e da No geral, as questões são mais práticas! Contam uma longa
especialidade que você escolher. São uma ótima maneira de história clínica de um paciente, e questionam sobre a melhor forma
estreitar sua relação médico-paciente! de abordar a situação, tendo como base o Método Clínico Centrado
Vamos começar com o Método Clínico Centrado na Pessoa. na Pessoa.

Os quatro componentes do Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP)

Componente Característica

Explorando a saúde, a doença e a experiência com a Considerar as dimensões da experiência da doença,


doença utilizando o método SIFE (sentimentos, ideias, funções e
(primeiro) expectativas).

Entendendo a pessoa como um todo Entender a influência de aspectos como ciclo de vida e
(segundo) religião sobre a forma de a pessoa vivenciar a doença.

Elaborando um plano conjunto de manejo


Médico e pessoa envolvidos juntos no plano terapêutico.
(terceiro)

Intensificando a relação entre a pessoa e o médico Necessidade de o médico aproximar-se da realidade da


(quarto) pessoa, criando empatia e vínculo.

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O MCCP pode ser aplicado junto com o SOAP. A galera da USP é bem fã desse tipo de registro. Espere longas histórias na sua prova!

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Método Re-SOAP – Registro de Saúde Orientado por Problemas

Descrição dos problemas como são ditos pela pessoa. Não Ex.: “fraqueza nas pernas”, “dor
S Subjetivo
usar termos técnicos. nos ossos”, “vista cansada”.

Ex.: impressões do médico,


O Objetivo Relaciona-se às observações do profissional. exame físico e sinais vitais,
exames complementares.

Conclusão do médico sobre o que foi ouvido e analisado nas


A Avaliação etapas anteriores (lista de problemas). Evitar diagnósticos Ex.: “disúria”, “dispepsia”.
específicos, a fim de não cometer engano no registro.

Plano de intervenção (diagnóstico, tratamento, educação,


Ex.: “solicitar urocultura”,
P Plano acompanhamento) direcionado a cada condição da qual se
“acompanhamento quinzenal”.
queixou em “S” e avaliada em “A”.

1.12.1 FERRAMENTAS PARA ABORDAR O CONTEXTO SOCIAL DO PACIENTE


Os símbolos a seguir podem ser utilizados para construção interpreta melhor.
tanto de um genograma quanto de um ecomapa. Geralmente, Algumas provas discursivas costumam trazer este tema
as questões deste tema apresentam uma imagem com uma também, no geral, com perguntas mais diretas. Não dá para perder,
das ferramentas, e é perguntado ao candidato qual alternativa a hein?

Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 33


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Símbolos utilizados no ecomapa
---------------------------
Relação incerta
Linha tracejada

____________________
Relação fraca
Linha contínua fina

___________ Relação forte


Linha contínua espessa

Relação conflituosa
Linha irregular

Relação rompida
Linha interrompida

Demanda pouca energia a partir de quem a seta parte


Seta curta

Demanda muita energia a partir de quem a seta parte


Seta longa

Estratégia MED | Medicina Preventiva | Memorex do Estratégia MED 34


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Outras ferramentas de abordagem familiar

PRACTICE APGAR Familiar

A ferramenta APGAR familiar é uma metodologia que utiliza


A ferramenta PRACTICE estuda o funcionamento familiar,
um questionário com cinco perguntas a serem aplicadas a
fornecendo orientações sobre possíveis intervenções que
cada familiar, com questionamentos a respeito da satisfação
possam atuar no problema familiar. A sigla PRACTICE vem das
pessoal com os contextos familiares que aceitam respostas
iniciais em inglês Presenting problem (problema); Roles and
como “raramente” (0 ponto), “às vezes” (1 ponto) ou “sempre”
structure (papéis e estrutura); Affect (afeto); Communication
(2 pontos). A partir da contagem média dos pontos dos
(comunicação); Time of life cycle (tempo); Illness in Family
integrantes do grupo familiar, é possível caracterizar a família
(doenças na família); Coping with stress (lidando com o estresse)
por sua funcionalidade (funcional, moderadamente funcional
e Ecology (ecologia, meio externo que possa apoiar a família).
ou gravemente disfuncional). A sigla APGAR aqui não é a mesma
da pediatria, significando iniciais de termos de língua inglesa:
Adaptation (adaptação); Partnership (participação); Growth
(crescimento); Affection (afeição) e Resolve (resolução).

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1.12.2 PROTOCOLO SPIKES
Importantíssimo para sua prática médica e também para as provas de Residência. As questões sobre o assunto são, no geral, mais
diretas, abordando cada uma das etapas do protocolo.

Protocolo SPIKES: comunicando más notícias

Setting Relaciona-se ao planejamento de Ex.: escolher o melhor local para comunicar, como
S
(planejamento) como será transmitida a notícia. o consultório ou uma área externa.

Relaciona-se à percepção da Ex.: perceber o quanto a pessoa está previamente


Perception
P realidade por quem recebe a ciente da gravidade da situação (“O que a
(percepção)
notícia. senhora pensa da sua doença?”).

Relaciona-se ao convite para Ex.: perguntar “Você gostaria que eu explicasse


I Invitation (convite)
conversar sobre o caso. mais a fundo o seu problema?”.

Relaciona-se a transmitir a
Knowledge Ex.: explicar a situação à pessoa, utilizando-se de
K informação (conhecimento) ao
(conhecimento) modo empático e linguagem clara.
usuário.

Explore emotions Relaciona-se a abordar as Ex.: disponibilizar-se para conversar sobre o


E
(abordar emoções) emoções após a comunicação. assunto quando a pessoa desejar.

Relaciona-se ao encerramento, Ex.: fazer um resumo e certificar-se de que a


S Strategy (estratégia)
em sintetizar o que foi dito. mensagem foi passada com clareza.

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1 .1 3 ÉTICA MÉDICA
Estrategista, proponho uma breve revisão sobre alguns da ética médica não está sendo respeitado.
conceitos-chave dentro da Ética Médica. É um tema frequente tanto Acredito que você conheça bem os princípios a seguir, mas
nas provas objetivas quanto nas discursivas. No geral, apresenta-se não custa nada relembrar:
um caso clínico para o candidato e pergunta-se qual dos princípios

NÃO
AUTONOMIA BENEFICÊNCIA JUSTIÇA
MALEFICÊNCIA

Princípio do primum
Orientar, Engloba a distribuição
non nocere: "acima Profissionais de
garantir a justa (equidade) e

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de tudo, não causar saúde têm a
compreensão e equlibrada dos recursos.
danos". obrigação moral
incentivar a

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de atuar em
participação dos
Profissionais de saúde benefício e
pacientes nas
não devem prejudicar interesse dos Profissional de saúde
decisões.
intencionalmente os pacientes. deve ser imparcial.
pacientes.

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Dentro da Ética Médica, também temos os conceitos relacionados com o processo de morte. Atenção se você tiver interesse na
UNICAMP, beleza?

Eutanásia Ortotanásia Distanásia

Linha do tempo do
processo de morte

O processo de morte O processo de morte O processo de morte


é alterado - é é natural e ocorre no é alterado - é
antecipado. momento certo. postergado.

Código Penal CFM Resolução Vedado pelo artigo 41 do


Art. 121/122. n° 1.805/2006. CEM.

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1.1 4 PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA E MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO

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Estrategista, estamos diante de um tema muito cobrado nas Não é à toa que este é um tema querido nas bancas mais
provas de Residência. Sei que, para muitos de vocês, pode parecer concorridas, especialmente em lugares onde a produção científica
desinteressante, mas a verdade é que saber interpretar um estudo segue a todo vapor: USP-SP, USP-RP, Unicamp, Unifesp, Unesp, e
epidemiológico e suas medidas de associação é fundamental por aí vai.
para desenvolver o seu senso crítico como médico! Destrinchar Vamos começar relembrando os principais desenhos
a metodologia e os resultados de um estudo permite que você epidemiológicos dos estudos:
formule conclusões mais elaboradas.

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Tipo de
Desenho Posição Estratégia Direção
dado Gatilhos mentais
epidemiológico do pesquisador de observação do estudo
utilizado

O estudo utiliza uma


determinada medida
coletiva (incidência,
Estudo
Agregado Observacional Transversal - prevalência, mortalidade,
ecológico
entre outras) de alguma
localidade (país, município,
estado).

Estudo População avaliada em um


Individual Observacional Transversal -
seccional único momento.

A população é dividida
Estudo de segundo a presença ou
Individual Observacional Longitudinal Retrospectivo
caso-controle ausência do desfecho (casos x
desfechos).

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A população é dividida

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Estudo Prospectivo ou segundo a presença ou
Individual Observacional Longitudinal
de coorte retrospectivo ausência da exposição
(expostos x não expostos).

A intervenção é um fármaco e
Ensaio clínico Individual Experimental Longitudinal Prospectivo
a população é de pacientes.

A intervenção é uma
Ensaio de medida profilática
Individual Experimental Longitudinal Prospectivo
campo (ex.: vacinas) e a
população é saudável.

A intervenção é fornecida de
forma coletiva
(ex.: fluoretação da água de
Ensaio
Agregado Experimental Longitudinal Prospectivo abastecimento) e a população
comunitário
é saudável – o objetivo é
prevenir a incidência da
doença de forma coletiva.

A maioria das questões sobre o tema pede “simplesmente” para o candidato dizer qual é o tipo de estudo apresentado pela questão.
Mas isso pode ser complicado em algumas situações!
! PARA FACILITAR: Fique ligado no fluxograma que a professora Bárbara preparou para guiar o seu raciocínio nessas questões:

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Alguns desses estudos são desenvolvidos com o intuito de definir se alguma medida é eficaz ou não para prevenção. De acordo com o
nível de prevenção, temos diferentes desenhos de estudos:

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Tipo de estudo de intervenção Relação com os níveis de prevenção em saúde

Estudos de intervenção cuja ação é uma medida de prevenção primária (por


Ensaios de campo
exemplo: imunização).

Estudos de intervenção cuja ação é uma medida de prevenção primordial (por


Ensaios comunitários
exemplo: fluoretação da água).

Estudos de intervenção cuja ação é uma medida de prevenção secundária (por


Ensaios clínicos
exemplo: tratamento para alguma doença).

1.14.1 DESENVOLVIMENTO DE VACINAS E MEDICAMENTOS

Estrategista, esse tema ganhou muita notoriedade uma medicação ou vacina.


recentemente e foi alvo de muitas polêmicas. Sabendo disso, ! PARA FACILITAR: Foque a função de cada uma das fases.
os examinadores estão cobrando com bastante frequência dos Lembre-se de que a segurança é a primeira característica a ser

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candidatos conhecimento sobre as fases de desenvolvimento de garantida em uma intervenção.

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Agora, veja que interessante: a segurança e a tolerabilidade do fármaco são avaliadas desde a fase I. A eficácia é avaliada a
partir da fase II.

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1.14.2 TABELA DE CONTINGÊNCIA E ANÁLISE DOS DADOS DE UM ESTUDO


Algumas questões vão além de pedir para o candidato definir Sempre que estiver diante de uma dessas questões, comece
o desenho do estudo e cobram a interpretação dos resultados: risco desenhando a sua tabela de contingência! Mesmo nas questões
relativo, risco atribuível, odds ratio etc. Então vamos relembrar mais simples, crie o hábito de desenhá-la. Garanto que isso vai
como calcular cada um deles a seguir. ajudá-lo nas questões mais capciosas!

É importante que você conheça a ordem da tabela para não cair em pegadinhas da banca, caso ela inverta a ordem das
colunas ou linhas!

Desfecho

Presente Ausente Total

Indivíduos expostos que Indivíduos expostos que


Total de indivíduos
Expostos apresentaram o desfecho não apresentaram o
expostos (a + b)

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(a) desfecho (b)
Exposição

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Indivíduos não expostos Indivíduos não expostos
Total de indivíduos
Não expostos que apresentaram o que não apresentaram o
não expostos (c+ d)
desfecho (c) desfecho (d)

Total de indivíduos com o Total de indivíduos sem População total


Total
desfecho (a + c) o desfecho (b + d) (a + b + c + d)

Beleza, com a sua tabela montada, fica mais fácil de separar as variáveis e calcular as seguintes características:

1.14.3 RISCO ATRIBUÍVEL

Quanto do risco que aumentou pode ser “colocado na conta” prospectivos! Estudos transversais não permitem uma visão a longo
da exposição estudada? O cálculo é simples: fazemos uma diferença prazo para “vermos” os desfechos se instalando — apenas nos dão
entre os riscos absolutos dos não expostos e dos expostos. uma prevalência do desfecho no momento analisado.
! Atenção: note que só podemos calcular o risco em estudos

O risco atribuível (RA) e o risco atribuível proporcional (RAP) são medidas de risco calculadas exclusivamente quando a
exposição aumenta a ocorrência do desfecho, isto é, quando o risco relativo é maior do que 1 (RR > 1).

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Risco atribuível = risco absoluto dos expostos – risco absoluto dos não expostos
Risco atribuível = 0,75 – 0,33 = 0,42.

Observe que, como o risco relativo é superior a 1 (até porque, se não fosse, não estaríamos calculando o risco atribuível), o risco
absoluto dos expostos “vem” primeiro na fórmula.

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1.14.4 REDUÇÃO ABSOLUTA DO RISCO E REDUÇÃO RELATIVA DO RISCO
Ao contrário do risco atribuível, essas medidas são utilizadas para avaliar a eficácia de uma exposição em proteger as pessoas.
A redução absoluta de risco (RAR) é a diferença entre o risco absoluto do exposto e do não exposto (mesma conta feita para o risco
atribuível, mas aqui estamos falando de proteção, e não de fator de risco!).

A redução absoluta do risco (RAR) e a redução relativa do risco (RRR), também conhecida como eficácia, são as medidas de
risco calculadas quando o risco relativo (RR) é inferior a 1.

RAR = risco absoluto dos não expostos – risco absoluto dos expostos.
RAR = (3/5) – (1/5) = 0,6 – 0,2 = 0,4 ou 40%.

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A redução relativa de risco (RRR) é como se fosse “um passo a mais” depois de calcular a RAR. Basicamente, transformamos a RAR e
uma porcentagem. Dê uma olhada:

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Se o risco basal – ou risco dos não expostos – equivalesse a 100%, a quantos por cento equivaleria a RAR? A resposta é a
redução relativa do risco (RRR). O termo “relativa” vem justamente do fato de relativizarmos a medida, pois estamos considerando

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o risco basal 100%.
Em outras palavras, enquanto a RAR informa a redução do risco basal em números absolutos, a RRR informa em porcentagem!

Se 0,6 ------------ 100%, então


0,4 (RAR) equivaleria a x% (RRR)
RRR = 66,6%.

Ou, em vez de regra de 3, podemos usar diretamente a seguinte fórmula:

RRR = redução absoluta do risco (RAR) x 100


risco basal ou risco dos não expostos
RRR = (0,4/0,6) x 100 = 0,666 x 100 = 66,6%.

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1.14.5 NÚMERO NECESSÁRIO PARA TRATAR (NNT)
Sabendo da RAR, podemos calcular o número necessário para tratar (NNT), que é a quantidade de pessoas que precisam receber a

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intervenção para que um desfecho seja evitado!

Quanto menor for o NNT, melhor será o tratamento, pois menos pessoas precisam ser tratadas para que 1 tenha o benefício!

Desfecho: LAR

Presente Ausente Total

Grupo experimental
1 4 5
(expostos)
Exposição: medicação F
Grupo de controle (não
3 2 5
expostos)

Total 4 6 10

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RAR = risco absoluto dos não expostos – risco absoluto dos expostos.
RAR = (3/5) – (1/5) = 0,6 – 0,2 = 0,4 ou 40%, se multiplicarmos por 100.

NNT = 1 = 1
RAR (risco absoluto dos não expostos) – (risco absoluto dos expostos)

NNT = 1/0,4 = 2,5. Vamos arredondar para NNT = 3.

Logo: aproximadamente a cada 3 indivíduos tratados, 1 apresenta a prevenção do desfecho que, no nosso caso, é a lesão
articular irreversível.
Observação: como é um ensaio clínico, não tem problema substituir “não expostos” e “expostos” por “grupo de controle” e
“grupo experimental”, respectivamente. Algumas bancas, inclusive, farão isso!

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1.14.6 RAZÃO DE PREVALÊNCIAS
Estrategista, agora há pouco, comentei que risco não pode ser calculado em estudos transversais. Nessas situações, podemos apenas
avaliar a prevalência do desfecho no momento em que os dados foram coletados.
Pois bem, agora vamos relembrar como fazemos isso:

A razão de prevalências mede a força da associação entre a exposição e o desfecho em estudos transversais. Em outras palavras,
ela informa se o desfecho é mais (ou menos) prevalente nos indivíduos expostos quando comparados aos não expostos.
É importante frisar que essa medida não informa risco!

Condição clínica: HAS

Presente Ausente Total

Expostos 3 1 4
Exposição:
consumo de vinho
Não expostos 1 3 4

Total 4 4 8

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Para o cálculo da razão de prevalências, basta calcularmos a prevalência do desfecho em cada grupo (expostos e não expostos)
e procedermos com a divisão dessas prevalências (a prevalência dos expostos fica sempre no numerador):

• Prevalência do desfecho entre os expostos = a/(a + b) = ¾ ou 0,75. Multiplicando por 100 = 75%.
• Prevalência do desfecho entre os não expostos = c/(c + d) = ¼ ou 0,25. Multiplicando por 100 = 25%.
• Razão de prevalências = a/(a+b) = ¾ = 3.
c/(c+d) ¼

1.14.7 ODDS RATIO


Agora, falando da medida de associação dos estudos caso-controle, utilizamos a famosa “manha” do peixinho:

É a forma mais rápida e prática de calcular o odds ratio, desde que a tabela de contingência 2 x 2 esteja na ordem correta (isto é, casos e
controles ocupando a 1ª e 2ª colunas, respectivamente, e expostos e não expostos ocupando a 1ª e 2ª linhas, respectivamente). É mais prático
porque você não precisa se preocupar em escolher entre “chance da exposição” ou “chance do desfecho”.

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Figura 77. Cálculo do odds ratio por meio da razão dos produtos cruzados. Essa é a maneira mais prática de calcularmos essa medida. Basta multiplicar o subgrupo a
pelo subgrupo d e dividirmos pelo produto dos subgrupos b e c. No entanto a tabela de contingência 2 x 2 precisa estar em sua posição correta. Fonte: Estratégia MED.

Assim com o risco relativo, o odds ratio é uma medida adimensional, isto é, não tem unidades de medida!

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Então, por fim, vamos fazer um apanhado geral sobre os desenhos epidemiológicos, medidas de frequência e associação dos estudos:

Tipo de estudo epidemiológico Medida de frequência Medida de associação

Razão de prevalências e razão de


Estudo transversal Prevalência e chance.
chances (odds ratio).

Utiliza dados agregados, que, por sua


vez, também são dados secundários
Pode ser qualquer medida de
(isto é, dados obtidos de uma fonte
Estudo ecológico associação: razão de prevalências,
de dados). Portanto pode utilizar
odds ratio ou risco relativo.
prevalência, incidência, mortalidade ou
chance.

Razão de chances (odds ratio). Não


Estudo de caso-controle Chance.
utiliza medida de risco!

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Risco relativo.
• Se RR > 1, calculamos risco

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atribuível e risco atribuível
Risco absoluto (ou incidência) e
Estudo de coorte proporcional.
mortalidade.
• Se RR < 1, redução absoluta do
risco (RAR) e redução relativa do risco
(RRR).

Risco relativo.
• Se RR > 1, risco atribuível e risco
atribuível proporcional.
Risco absoluto (ou incidência) e
Ensaio clínico • Se RR < 1, redução absoluta do
mortalidade.
risco (RAR) e redução relativa do risco
(RRR). Podem calcular também NNT e
NNH.

Utiliza dados secundários (isto é,


Pode ser qualquer medida de
dados obtidos de uma fonte de dados).
Metanálise* associação: razão de prevalências,
Portanto pode utilizar prevalência,
odds ratio ou risco relativo.
incidência, mortalidade ou chance.

Estrategista, independentemente das provas que você for prestar, esse tema deve estar medular, beleza?
Se estiver com dúvidas, veja as aulas do nosso Curso Extensivo e não hesite em mandar suas perguntas para nosso fórum de dúvidas
e de alunos!

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1 .1 5 TESTES DIAGNÓSTICOS

Querido aluno, este tema tem algumas semelhanças com o de estudos epidemiológicos. Para começo de conversa, também temos que
desenhar a nossa tabela de contingência.
A única coisa que devemos ter em mente é que devemos atribuir um significado a mais para cada uma das letrinhas:
• a = ocupa o espaço dos verdadeiro-positivos (VP).
• b = são os falso-positivos (FP).
• c = são falso-negativos (FN).
• d = são verdadeiro-negativos (VN).

Doença ou padrão-ouro

+ - Total

Falso-positivos (FP ou b) Total de indivíduos


Verdadeiro-positivos (VP ou a)
(indivíduos saudáveis, porém com teste
+ (indivíduos doentes e com

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com o teste diagnóstico diagnóstico positivo
o teste diagnóstico positivo)
positivo) (VP + FP) ou (a + b)
Teste

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diagnóstico
Falso-negativos (FN ou c) Total de indivíduos
Verdadeiro-negativos (VN ou d)
(indivíduos doentes, porém com teste
- (indivíduos saudáveis e com
com o teste diagnóstico diagnóstico negativo
o teste diagnóstico negativo)
negativo) (VN + FN) ou (c + d)

População total
Total de indivíduos doentes Total de indivíduos saudáveis
Total (VP + FN + FP + VN)
(VP + FN) ou (a + c) (FP + VN) ou (b + d)
ou (a + b + c + d)

Tabela 4 – Formato da tabela de contingência 2 x 2 utilizada para testes diagnósticos.

A partir dessas variáveis, podemos definir as propriedades intrínsecas do teste diagnóstico: sensibilidade e especificidade.

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! Atenção: a sensibilidade e especificidade são propriedades intrínsecas do teste diagnóstico. Elas não se alteram de acordo com a
prevalência da população onde será aplicado o teste.
Beleza! Além da sensibilidade e da especificidade, com a tabela de contingência, conseguimos calcular o valor preditivo positivo e
negativo de um teste. Essas duas propriedades alteram-se de acordo com a prevalência do problema na população, beleza?

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Para facilitar a memorização de todas essas propriedades, recomendo que você faça correlação entre elas!
Dê uma olhada nos quadrinhos a seguir:

Quanto maior for a sensibilidade de um teste diagnóstico, maior será o número de verdadeiro-positivos e menor será o
número de falso-negativos.

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Quanto maior for a especificidade de um teste diagnóstico, maior será o número de verdadeiro-negativos e menor será o
número de falso-positivos.

Conforme a prevalência da doença aumenta, o valor preditivo positivo (VPP) também aumenta,
enquanto o valor preditivo negativo (VPN) diminui.
Em contrapartida, conforme a prevalência diminui, o valor preditivo positivo (VPP) também
diminui, enquanto o valor preditivo negativo (VPN) aumenta.

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Portanto, a prevalência ou probabilidade pré-teste da doença é diretamente proporcional ao
valor preditivo positivo (VPP), mas inversamente proporcional ao valor preditivo negativo (VPN).

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Agora, falando sobre a acurácia de um teste diagnóstico: basicamente, vamos descobrir o quanto um teste diagnóstico acertou! Ou
seja, consideramos os verdadeiro-positivos e negativos e dividimos pelo número total de testes realizados:

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1.15.1 RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA

Elas não aparecem com tanta frequência nas provas de a doença. Em outras palavras, é a chance de um resultado positivo
Residência, mas é importante ter essa fórmula guardada em algum ser verdadeiramente positivo!
cantinho da sua memória! Pode garantir um acerto ou outro em Por outro lado, a razão de verossimilhança negativa é
bancas que são mais apegadas à estatística, como é o caso da a proporção da probabilidade de obter um resultado negativo
Unifesp. em um teste de diagnóstico em um paciente com a doença em
A razão de verossimilhança positiva é a proporção da comparação com a probabilidade de obter um resultado negativo
probabilidade de obter um resultado positivo em um teste de em um paciente sem a doença. Em outras palavras, é a chance de
diagnóstico em um paciente com a doença em comparação com a um resultado negativo ser verdadeiramente negativo!
probabilidade de obter um resultado positivo em um paciente sem

Razão de verossimilhança positiva = sensibilidade =


(1 – especificidade)

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Razão de verossimilhança negativa = (1- sensibilidade)

proibida venda
especificidade

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