O documento discute diversos tipos de interações medicamentosas, incluindo entre fármacos, fármacos e alimentos, e como fatores como idade e condições médicas podem afetar a absorção e efeito dos medicamentos. É destacado que as interações podem aumentar ou diminuir os efeitos dos fármacos e potencialmente causar efeitos adversos. Exemplos específicos de interações importantes incluem entre antimicrobianos e anticoncepcionais, e entre a tetraciclina e o cálcio ou le
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Resumo Sobre a Aula de Interações Medicamentosas - Sílvio André Lopes
O documento discute diversos tipos de interações medicamentosas, incluindo entre fármacos, fármacos e alimentos, e como fatores como idade e condições médicas podem afetar a absorção e efeito dos medicamentos. É destacado que as interações podem aumentar ou diminuir os efeitos dos fármacos e potencialmente causar efeitos adversos. Exemplos específicos de interações importantes incluem entre antimicrobianos e anticoncepcionais, e entre a tetraciclina e o cálcio ou le
O documento discute diversos tipos de interações medicamentosas, incluindo entre fármacos, fármacos e alimentos, e como fatores como idade e condições médicas podem afetar a absorção e efeito dos medicamentos. É destacado que as interações podem aumentar ou diminuir os efeitos dos fármacos e potencialmente causar efeitos adversos. Exemplos específicos de interações importantes incluem entre antimicrobianos e anticoncepcionais, e entre a tetraciclina e o cálcio ou le
Resumo sobre a aula de interações medicamentosas – Profª Chung
Quando existe a presença de mais de um fármaco, a interação entre eles
pode originar o que se conhece como interação medicamentosa. Se a presença de um segundo fármaco altera, de alguma maneira, a natureza, a magnitude ou a duração do efeito do primeiro fármaco, ocorre a interação farmacológica entre eles. Essas interações podem ser terapêuticas ou adversas (um fármaco pode comprometer a ação do outro ou podem atuar em conjunto, seja para um mesmo efeito específico ou não), de modo que podem ser planejadas para acontecer ou ocorrer de maneiras não intencionais. Essas interações podem surgir diante de diversos fatores. Erros presentes na dose administrada, na taxa de infusão de um determinado medicamento, na via de administração, no nome de um medicamento prescrito e/ou administrado, competição entre dois fármacos por um mesmo sítio de ação, casos de alergia a medicações, administração de doses superiores às prescritas, erros no monitoramento ou conferência do medicamento administrado, assim como erros na posologia, indicação e contraindicações, podem ocasionar o aparecimento de diferentes interações entre os fármacos. As interações medicamentosas podem afetar diretamente a concentração plasmáticas dos fármacos no organismo. A interação entre duas substâncias pode fazer com que um dos fármacos tenha um efeito menor do que o desejado, ou seja, um fármaco altera a capacidade de absorção do outro fármaco, fazendo com que apresente uma menor concentração no plasma, e dependendo da janela terapêutica, isso pode causar ineficácia terapêutica do fármaco afetado. Além disso, a presença de um fármaco, dependendo do tipo de interação pode alterar a velocidade de absorção e efeito do segundo fármaco, comprometendo o tratamento do paciente. Também existem casos de um fármaco induzir o aumento das concentrações plasmáticas do outro e, dependendo da janela terapêutica, esse quadro pode permitir o aparecimento de eventos adversos ou até toxicidade. Não apenas um segundo fármaco, mas também alimentos podem provocar efeitos semelhantes se associados ao primeiro fármaco. Locatelli, em 2007, observou um alto índice de potenciais interações medicamentosas em idosos hospitalizados no Hospital Israelita Albert Einstein. Esse índice pode variar na faixa de 6% para pacientes ambulatoriais e até 53% para pacientes institucionalizados. O estudo revela uma média de 4 interações medicamentosas por pacientes, em que 36% por aumento de riscos de sangramento e 18% por hipoglicemia ou hiperglicemia. Diante do exposto, o fármaco pode interagir com outro medicamento, com alimentos, suplementos e com as condições médicas. Os possíveis efeitos decorrentes dessas interações são reduções ou aumentos na ação do fármaco ou causar efeitos adversos. Nesse sentido, diante de uma provável existência de uma interação medicamentosa, pacientes idosos, crianças, pacientes com insuficiência renal e/ou hepática, pacientes que fazem uso de vários medicamentos simultaneamente e pacientes que apresenta, múltiplas doenças podem ter a saúde e qualidade de vida comprometidos. Dependendo do tipo de fármaco empregado na terapêutica, como por exemplo a digoxina, a varfarina e a teofilina, por apresentarem baixo índice terapêutico, necessitam de um monitoramento constante, principalmente se administrados em pacientes comprometidos ou hospitalizados, evitando que essas interações possam agravar o estado de saúde dos pacientes internados. Em estudos de desenvolvimento de novos medicamentos, esse cuidado deve ser redobrado. Pode ocorrer interações entre o fármaco e o próprio excipiente, ou veículo, no interior da matriz farmacêutica a ser desenvolvida. Esse fato deve ser estudado e analisado com cuidado, de modo que não comprometa o produto finalizado. Além de interações fármaco-fármaco, podem ocorrer interações do fármaco com doenças; alimentos; poluentes; produtos naturais; nutrientes e drogas de abuso. Também podem ocorrer interações físico-químicas como entre o fármaco e excipiente ou veículo, no próprio medicamento. Além disso, podem ocorrer interações do fármaco com o organismo, as chamadas interações farmacocinéticas, como por exemplo maior ou menor ligação do fármaco com proteínas plasmáticas, interferindo diretamente na distribuição do fármaco ao longo do corpo. Além desses, podem ocorrer interações farmacodinâmicas, ou seja, o fármaco pode ter maiores ou menores dificuldades de interagir com receptores do alvo terapêutico e isso está diretamente associado a magnitude ou duração do efeito do fármaco no organismo. Como já foi dito, a fisiologia do organismo também pode influir nessas interações. As propriedades fisiológicas ao longo do trato gastrointestinal podem alterar, como por exemplo mudanças nos valores de pH e no tempo de permanência de substâncias nos órgãos como estômago, duodeno, jejuno, íleo e cólon. A idade também pode promover alterações da fisiologia do trato gastrointestinal, assim como doenças crônicas, inflamações locais, remoções cirúrgicas e doenças que comprometem o sistema imunológico. Todos esses fatores, associados aos alimentos ou não, podem interferir no tempo e teor de absorção de fármacos, visto que o trato gastrointestinal também é responsável por grande parte da absorção de fármacos. Por exemplo, o etanol, contido em bebidas, aumenta a absorção de fármacos de classe I e II. Os fármacos de classe I apresentam alta solubilidade e permeabilidade, enquanto os de classe II apresentam alta permeabilidade e baixa solubilidade. Dependendo do tipo de fármaco que for associado ao etanol, a absorção pode aumentar e ter uma concentração plasmática até duas vezes superior do que o desejado, como por exemplo o diazepam, um benzodiazepínico, podendo provocar efeitos de sedação no paciente. Em relação aos alimentos e o trato gastrointestinal, os lipídeos retardam o esvaziamento gástrico e a absorção em torno de 2h. No entanto, podem aumentar a absorção de fármacos lipossolúveis. Em relação às proteínas, elas aumentam o fluxo sanguíneo gástrico, aumentando a absorção local. Geralmente, quanto maior a concentração de proteínas plasmáticas no sangue, menor a disponibilidade de fármaco livre em circulação devido a ligação deste às aquelas. No que tange à glicose, ela pode aumentar a absorção de fármacos que fazem uso do transporte através de membranas biológicas. A glicose também pode agravar quadros de desidratação. Já em relação às bebidas quentes e antiácidos, eles podem destruir o revestimento da forma farmacêutica, se o fármaco apresentar tal camada protetora, expondo o fármaco ao pH gástrico. Dessa forma, pode destruir a camada de proteção gástrica potencializando os efeitos farmacológicos que causam ulceração gástrica. Existem substâncias que alteram a sensibilidade gustativa, podendo alterar a disgeusia, que é a alteração do paladar; e a hipogeusia, que é a redução da percepção ao paladar. Algumas substâncias que causam alterações na sensibilidade ao paladar, com redução (cocaína e griseofulvina); induzindo um paladar estranho e desagradável, como o lítio; induzindo ao amargo reduzido (lidocaína) e ao salgado reduzido (insulina) e ao doce reduzida, como em casos de anfetaminas. Existe um caso de interação bastante importante na prática e evidente na literatura que é a interação entre antimicrobianos e anticoncepcionais. Além disso, a tetraciclina, que é um antimicrobiano, na presença do cálcio, forma um complexo insolúvel ao ser humano, de modo que não exerce sua função antibiótica no organismo, sendo um importante caso de interação entre fármaco e alimento, no caso o leite. Além disso, esse antibiótico também pode apresentar esse comportamento na presença de antiácidos, visto que estes apresentam metais em sua composição. Nesse contexto, deve-se atentar para a administração desse antibiótico em crianças em formação, devido ao fato dos ossos estarem em crescimento, de modo que a tetraciclina pode se associar ao cálcio do osso e formar uma mancha escura, visualizada principalmente nos dentes. Outra interação importante de se destacar é a interação entre fármacos anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e o alimento leite.