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Atividade sobre a aula de fitoquímica: mencionar relações ou possíveis

relações do seu projeto de pesquisa com a química de produtos naturais.

O presente projeto de pesquisa do mestrado trata da co-encapsulação de


ácido 5-aminossalicílico e probióticos em micropartículas cólon-específicas de
amido retrogradado/pectina e otimizadas com nanofibras de celulose, para o
tratamento de colite ulcerativa. Nesse contexto, o amido retrogradado, a pectina
e nanofibras de celulose podem ser classificados como produtos oriundos de
fontes naturais.

O amido retrogradado é um amido, um polissacarídeo encontrado em


diversas fontes naturais de alimentos, é obtido através de processos de
gelatinização, que por aquecimento com excesso de água, leva ao
intumescimento, seguido de rompimento da estrutura granular. A retrogradação,
recristalização lenta das frações do amido, seguido do processo de resfriamento,
leva à estruturação de uma rede tridimensional mais empacotada. Essa
reorganização ocorre por graças à formação de ligações de hidrogênio e forças
de van der Waals com formação de uma estrutura metaestável de menor energia
livre.

O AR, que é um amido reestruturado (ou amido tipo III), é resistente à


degradação no estômago e intestino delgado e, atingindo o cólon, é fermentado
pelas bactérias colônicas benéficas em ácidos graxos de cadeias curtas. Essa
propriedade é importante para a estruturação de sistemas de liberação colônica,
em razão da maior estabilidade térmica e baixa solubilidade em água desse
insumo farmacêutico inerte.

A pectina é um heteropolissacarídeo encontrado principalmente em


plantas. O processo de retrogradação embora reduza a solubilidade do amido
em água, envolve a associação do amido com pectina (P) como ativador da
retrogradação. Em meio ácido a pectina apresenta-se na forma de agregados
macromoleculares, não degradáveis pelas enzimas da porção superior do TGI,
mas sim pela microbiota da região colônica. A desvantagem desse insumo
farmacêutico inerte é que devido a sua alta hidrofilia, promove a liberação
prematura dos fármacos veiculados. Com relação à pectina, uma possível
estratégia de melhoria deve ser considerada. Nesse caso, é interessante
verificar o processo de retrogradação empregando pectinas de alto grau de
metoxilação (menor solubilidade em água), o que poderia favorecer a liberação
do fármaco no local desejado.
A celulose é outro polissacarídeo usado no projeto. A otimização das
propriedades do filme AR/P pela associação com nanofibras de celulose (NFC)
constitui uma estratégia tecnológica promissora, desde que os feixes de
nanofibrilas longas e flexíveis (20-50m x 100m) dispersos aleatoriamente no
filme apresentam domínios cristalinos e amorfos, que permitem alto grau de
interação NFC-polímeros, podendo aumentar consideravelmente as
propriedades mecânicas e a barreira contra a liberação do fármaco. Assim, com
pequenas proporções de NFC no filme polimérico é possível modular a
velocidade de liberação do fármaco no local de ação.

Aluno: Sílvio André Lopes.

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