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Q uanto aos fundam entos, vale lem brar o já visto na prim eira aula do curso sobre
o que é o direito adm inistrativo. Este nasceu com o advento do estado de direito, no
Adm inistrativo, o im pério da legalidade passou a determ inar que governar/adm inistrar
é nada m ais nada m enos do que aplicar a lei, do que concretizar os com andos legais.
Nas aulas de princípios foi visto que o princípio da legalidade, para o agente
positiva do agente à lei. Isto significa que o agente som ente pode atuar quando a lei
expressam ente autoriza, diferente dos particulares que podem fazer tudo o que a lei
não proíbe.
Gerir a coisa pública é executar a lei. Muitas vezes essa lei é m inuciosa, descreve
exatam ente com o e quando deve atuar a Adm inistração Pública. Q uando a lei
descreve de form a taxativa o que o agente público deve fazer, estam os diante do
ser feita um a aposentadoria com pulsória. Basicam ente diz que se o servidor atingir a
idade de 75 anos, deve ser aposentado com pulsoriam ente. É sim ples, não há nenhum
juízo de valor, nenhum a ponderação. A idade é taxativa e basta ser editado um ato de
aposentadoria com pulsória. O gestor nada pensa, nada avalia, sim plesm ente cum pre o
Muito em bora a lei seja taxativa, em m uitas outras oportunidades essa lei não é
que o gestor ou o agente público avalie e decida atual conform e sua avaliação de
conveniência e oportunidade.
A lei não é capaz da taxar rigidam ente todas as situações que o m undo lhe traz.
Por isso, é natural que existam diversos casos em que a lei é genérica, conferindo um
um a m áquina que cum prirá cegam ente a lei, m as sim um agente inserido em um
adm inistrativo, contudo não especifica o porquê e qual o im óvel deve ser
desapropriado. Nem poderia, afinal existem infinitos casos em que a adm inistração
pode vir a ter interesse em desapropriar. A realidade é m utável, não sendo possível
definir previam ente na lei qual im óvel será desapropriado. A lei sim plesm ente perm ite
esse poder e deixa um espaço de discricionariedade para que o gestor decida qual
Na hora que a adm inistração decide construir o m etrô, por exem plo, a lei não diz
o local e as casas que serão desapropriadas. A lei sim plesm ente dará esse poder para a
Adm inistração, a qual, no caso concreto, analisará e decidirá o m elhor local para esse
adm inistração, conhecido com o poder discricionário. É com base nesse poder que a
form a oposta, o ato vinculado é aquele no qual a adm inistração está adstrita a um a
taxatividade legal e deverá optar pela única solução perm itida pela lei diante de um a
Por últim o, falam os em m érito adm inistrativo justam ente para denom inar este
juízo de conveniência e oportunidade feito pelo agente público ou pelo gestor, quando
Portanto, em resum o:
- Ato vinculado é aquele que tem um a solução única, porque todos os requisitos
para a prática do ato estão taxativam ente previstos em lei. Exem plo acim a da
- Nem sem pre a lei será assim tão incisiva: m uitas vezes deixará um espaço de
optar por um a das m últiplas soluções possíveis diante do caso concreto. Exem plo
O ato vinculado tem todos os cinco elem entos/requisitos do ato expressam ente
definidos na lei. No caso da aposentadoria, por exem plo, não há dúvida que a
form a é escrita. O m otivo, contudo, é um só, um a solução única, ou seja, ter 75 anos. O
finalidade e form a sem pre prevista na lei, é possível que essa m esm a lei não defina o
(prover a área pública para fazer um a necessidade pública) e a form a (escrita, por
m eio de Decreto do Executivo) estão previstas na lei. Entretanto, o m otivo é levem ente
definido na desapropriação, pois pode ser por m otivo de descum prim ento da função
social da propriedade rural, por m otivo de utilidade pública, por m otivo de necessidade
pública ou por interesse social, ou seja, existem vários m otivos previstos na lei para a
prática desse ato. Mais que isso, o objeto é totalm ente indefinido, podendo ser
qualquer bem m óvel ou im óvel necessário à adm inistração. É o gestor quem precisará
desse elem ento indefinido, por m eio do m érito adm inistrativo, isto é, juízo de
Dito isso, fica evidente a m aciça diferença entre um ato vinculado e um ato
enquanto neste existem m últiplas soluções que podem ser alcançadas pelo gestor
público.
certos elem entos, os quais devem ser preenchidos pelo gestor m ediante o m érito do
ato adm inistrativo, noutros term os, o juízo de conveniência e oportunidade em itido por
vinculados ou discricionários do ato. O que foi estuado é o cobrado em 99% das vezes
na prova e é a orientação que deve ser seguida, salvo indagação de form a específica
doutrina m inoritária. Neste caso, pode-se dizer que existe um a doutrina m inoritária que
Segundo essa doutrina m inoritária, é possível que a finalidade tam bém seja
público é um conceito jurídico indeterm inado. Q uem precisará dos lim ites do que é o
interesse público será fatalm ente o gestor, por m eio do m érito do ato adm inistrativo.
finalidade específica, aos olhos da doutrina m inoritária, continua sendo elem ento
Essa doutrina diz ainda que a form a eventualm ente pode ser discricionária,
quando a lei prevê várias opções de form a. Alexandre Aragão, por exem plo, dá o
seguinte exem plo: na hora que a lei de licitação perm ite contrato adm inistrativo verbal
de baixo valor, ela não veda tam bém que esse contrato seja escrito. Logo, nesse caso,
o gestor poderá optar entre duas form as. E se ele pode optar entre duas soluções
Faz sentido o que diz essa doutrina m inoritária, m as tam bém não deixa de ser
um pouco de preciosism o e, m ais do que isso, algo pouco im portante para fins de
concurso. Nos últim os 10 anos, apenas foi encontrada um a questão neste sentido nos
não do adm inistrador preencher o vazio da Lei. Se a lei é taxativa, estam os diante de
um ato vinculado com um a solução única. Entretanto, se lei dá essa m argem para ser
soluções. Por fim , m érito adm inistrativo é esse juízo de conveniência e oportunidade
em itido pelo agente com petente, que preenche os elem entos indefinidos, definindo o
QUEST ÕES
20 14 - T RT 8 ª
Em razão da m aior ou m enor liberdade que tem a Adm inistração Pública para
com portam ento que a lei prescreve à Adm inistração Pública, não cabendo a essa outro
com portam ento que não aquele ditado na lei. Discricionários são os atos
adm inistrativos praticados conform e um dos com portam entos que a lei prescreve,
20 12 - T RT 23
adm inistrativos podem ser classificados entre vinculados e discricionários. O s prim eiros
de form ação do ato adm inistrativo a ser produzido diante de certas condições. O s
últim os, por sua vez, são aqueles em que a legislação deixa certa m argem de
adm inistrativo e, ainda, para optar pelo ato a ser produzido e para m oldá-lo às
20 13 - T RT 15
O ato adm inistrativo vinculado im pede que o adm inistrador público exceda os
parâm etros traçados em lei para sua atividade, diferentem ente do ato discricionário,
que tem com o prem issas a oportunidade, a conveniência, a justiça e a equidade, todas
de livre aferição pelo adm inistrador público, que, todavia, não poderá rever atos
A questão está errada. Atenção na conjunção adversativa. A questão diz que ato
vinculado im pede que o adm inistrador exceda os parâm etros traçados na lei,
diferentem ente do ato discricionário. No m om ento em que diz que o ato adm inistrativo
não pode exceder a lei, m as diz que diferentem ente o ato discricionário pode, tem -se
um a inverdade. A questão diz que o ato discricionário não precisa seguir a lei, que ele
pode exceder o parâm etro da lei. O corre que o ato discricionário, em verdade, tem
m ais m argem para atuação, contudo não significa que o adm inistrador possa praticar o
ato de qualquer jeito, ainda que exceda os lim ites da lei. O ato discricionário ainda
deve observância à legalidade, com o qualquer outro ato adm inistrativo, pois se tem o
im pério da lei. A única diferença é que a lei, por ser genérica, im precisa e oferecer
diversas soluções, ela deixa essa m argem para que o adm inistrador pratique o ato
Na questão tam bém se encontra errada a afirm ação de que o ato discricionário
tem com o base a justiça e equidade. Não tem , é som ente a conveniência e
oportunidade. Além disso, a m encionada livre aferição é questionável, pois ainda assim