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Art. 37, § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos,
a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Primeiramente, é preciso ter cuidado para não chamar os atos de improbidade adminis-
trativa da forma que a imprensa os chama: “crimes de improbidade”. Nesse sentido, é preciso
ter cuidado quando a CF/1988 dispõe “sem prejuízo da ação penal cabível”, pois a improbi-
dade é um ilícito de natureza civil, logo, ninguém pode ser preso por improbidade.
Vale lembrar que vigora no direito brasileiro o que se conhece como tríplice responsa-
bilidade. Ou seja, além de existir a possibilidade de responder pelo ato de improbidade, as
pessoas também podem ser processadas e condenadas criminalmente, pois um ato de cor-
rupção, além de improbidade, também pode ser considerado um crime de corrupção.
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Tanto a ação civil de improbidade quanto a ação penal por eventual crime serão de res-
ponsabilidade do Ministério Público. Contudo, são ações separadas.
A improbidade administrativa, portanto, tem natureza de ilícito civil, com caráter de
repressão pessoal e repercussão patrimonial, político e administrativa. Por conta disso, exi-
ge-se a abertura de uma ação judicial de natureza civil.
Cabe destacar que é possível que as decisões tomadas em uma esfera de responsabi-
lidade repercutam para as outras. Assim, uma decisão no âmbito criminal pode ter impactos
no âmbito cível, por exemplo.
Ou seja, por um único ato, uma pessoa pode ser responsabilizada nas esferas civil, admi-
nistrativa e penal, pois o Brasil adota a chamada tríplice responsabilidade. Todavia, cada uma
dessas responsabilidades é apurada em um processo próprio.
Independência de instâncias: “Independentemente (...) das sanções penais comuns
e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica... (art. 12)”.
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Hoje, não se fala mais em ação civil pública de improbidade, mas apenas em ação de
improbidade.
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Art. 12. (...) está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato.
Ou seja, a Lei de Improbidade dispõe expressamente que não é necessário aplicar todas
as sanções, mas a CF/1988 versa em sentido contrário, pois o termo “importarão” não dá
margem para interpretações.
Com isso, nem todas as espécies de improbidade sofrerão as penalidades de “suspen-
são dos direitos políticos” e de “perda da função pública”. Um exemplo é a modalidade de
violação de princípios, que não conta com essas penalidades.
Dessa forma, existe margem para interpretação de que há um desrespeito ao princípio
ao comando constitucional. Contudo, não existe esse desrespeito por conta do princípio da
individualização das penas.
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Assim, a novidade não é somente o fato de poder aplicar as penas isolada ou cumulativa-
mente, pois há casos em que a penalidade não é nem prevista na legislação para a espécie
de violação de princípios.
Por fim, quando o legislador constitucional traz: “na forma e gradação previstas em lei”,
está se referindo à Lei n. 8.429/1992, também chamada de Lei Geral de Improbidade.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2020/MPE-CE/TÉCNICO MINISTERIAL) Considerando as disposições da Lei
n. 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), julgue o item a seguir.
Lealdade à instituição é um valor que a Lei de Improbidade Administrativa busca
resguardar.
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COMENTÁRIO
Item correto, pois a lealdade é sim resguardada no âmbito da Lei de Improbidade Administrativa.
COMENTÁRIO
a. Há situações em que o agente não pode revelar informações sigilosas e isso não confi-
gura improbidade.
b. A improbidade é sim é uma especial ou qualificada forma de imoralidade.
c. Na realidade, essa improbidade administrativa gera a aplicação de sanções pesadas por
parte do poder público.
d. A responsabilidade objetiva significa que não é necessário analisar dolo ou culpa. Hoje,
apesar de não se fazer necessária a análise de culpa, ainda é preciso analisar o dolo nos
casos que envolvem improbidade administrativa (responsabilidade subjetiva do agente).
e. Na realidade, a improbidade administrativa tem por base questões objetivas e não ques-
tões pessoais dos envolvidos.
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COMENTÁRIO
Item errado, pois o desrespeito ao princípio da moralidade pode configurar ato de improbi-
dade administrativa em alguns casos.
GABARITO
1. C
2. b
3. E
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Vandre Borges de Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES
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