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DIREITO ADMINISTRATIVO

Poder De Polícia II
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PODER DE POLÍCIA II

CARACTERÍSTICA AUTOEXECUTÓRIA DO PODER DE POLÍCIA

Tal característica existe porque cabe ao estado a execução direta dos atos, sem neces-
sidade de ordem ou autorização prévias do Poder Judiciário.
Como o ato administrativo decorre do poder de polícia, ele nasce com a presunção de
que é legítimo; como ocorre com todo ato administrativo, o próprio Estado irá executá-lo dire-
tamente, sem necessidade de uma autorização judicial prévia.

ATENÇÃO
Há exceções à regra, a saber:
• A cobrança de multas só pode ser realizada pela via judicial.
• O STJ entende que para demolição de casa habitada é necessário ordem judicial.

CARACTERÍSTICA COERCITIVA DO PODER DE POLÍCIA

Coercitividade é termo sinônimo de interatividade do ato, que significa imposição ao par-


ticular, inclusive, conforme o caso, pelo uso da força pública.
5m

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/CEBRASPE/PC–SE/2018)
Acerca do poder de polícia, poder conferido à administração pública para impor limites
ao exercício de direitos e de atividades individuais em função do interesse público, jul-
gue o próximo item.
São características do poder de polícia a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a
coercibilidade.

2. (CESPE/CEBRASPE/MPC–PA/2019)
Acerca do poder de polícia, assinale a opção correta considerando o entendimento dos
tribunais superiores e a doutrina.
Demolição de casa habitada, determinada por força de ato de polícia administrativa,
independe de prévia autorização judicial.
ANOTAÇÕES

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DELEGAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA A PARTICULARES

Não é possível delegar o poder de polícia do Estado a particulares, pois tal poder depende
de uma relação de supremacia. Para que o Estado exerça o poder de polícia, é necessário
que ele exerça supremacia frente ao particular. Posto que entre particulares não há suprema-
cia, não se pode delegar a eles poder de polícia, pois que tal paridade seria violada.
Fundamentações legais:
A Lei das Parcerias Público-Privadas, n. 11.079/2005, estabelece, no parágrafo 4º, que
não pode ser objeto de uma PPP a delegação de poder de policia para particulares.
10m
A Lei das Organizações da Sociedade Civil, n. 13.019/2014, que estabelece como devem
ser realizadas parcerias entre Estado e particulares, estabelece, expressamente, a impossi-
bilidade da delegação a entes de direito privado do poder de polícia, mesmo mediante termo
de cooperação, termo de fomento ou acordo de cooperação.
Na ADI n. 1.717, o STF define que não se pode confiar poder de polícia a particulares.
É sabido que os Conselhos Profissionais, por possuírem natureza de autarquias – entida-
des de pessoa pública criadas pelo Estado –, expressam descentralizadamente o poder de
polícia. Tal se verifica, por parte desses Conselhos, quando estes, por exemplo, fiscalizam
as profissões, punem com advertências e multas os profissionais que apresentam conduta
indevida ou concedem licenças para o exercício das profissões.
O contexto da definição que consta na referida ADI deu-se quando um determinado Con-
selho Profissional, que não queria assumir certas responsabilidades perante o Estado, quis
autonomear-se como pessoa de direito privado. O STF, então, vedou essa possibilidade.
Houve o receio, por parte da Suprema Corte, de que, aprovando-se a intenção daquele
Conselho, se pudesse estar franqueando a possibilidade a toda pessoa de direito privado
exercer poder de polícia.
15m

DIRETO DO CONCURSO
3. (CESPE/CEBRASPE/PC-SE/2018)
Acerca do poder de polícia – poder conferido à administração pública para impor limites
ao exercício de direitos e de atividades individuais, em função do interesse público –
julgue o próximo item.
O poder de polícia é indelegável.
ANOTAÇÕES

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COMENTÁRIO
Não é possível delegar poder de polícia para particulares, mas e possível fazê-lo para au-
tarquias, ou ainda, em determinados casos, para pessoa de direito privado que integre a
administração indireta, conforme a seguinte resolução do STF:
RE 633782 – É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas
jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social
majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria
do Estado e em regime não concorrencial.
20m
A concretude de tal resolução deu-se relativamente ao exercício da empresa BHTRANS,
de Belo Horizonte, MG, empresa esta de capital misto que age na fiscalização de trânsito,
especificamente no tocante à legalidade ou não dos atos punitivos por ela realizados.

4. (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE PINDORAMA-SP/2020)


Considerando as características do poder de polícia, é correto afirmar que os atos de
polícia administrativa:
a. podem ser delegados aos particulares, desde que não haja risco ao equilíbrio social.
b. submetem se ao controle quanto à legalidade, mas não ao controle quanto ao mérito,
razão pela qual não podem ser revogados.
c. são atos administrativos e, como tal, submetem-se ao controle no âmbito administra-
tivo, mas não no âmbito judicial.
d. têm como objetivo impedir ou paralisar atividades antissociais, incidindo sobre bens,
direitos ou atividades dos particulares.
e. podem ter natureza fiscalizadora, preventiva ou repressiva, podendo ensejar a aplica-
ção de penalidade pelo Poder Judiciário.
25m

COMENTÁRIO
a. Não podem ser delegados atos executórios de poder de polícia a particulares, embora
os atos preparatórios do mesmo poder possam ser a eles atribuídos.
ANOTAÇÕES

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GABARITO
1. C
2. E
3. E
4. d.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino da Silva.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

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