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SUMÁRIO
LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE (LEI 13.869/2019) ........................................................................................... 2
CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................................................................... 2
SUJEITOS DO CRIME .................................................................................................................................. 3
AÇÃO PENAL .............................................................................................................................................. 4
EFEITOS DA CONDENAÇÃO........................................................................................................................ 5
EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 6
GABARITO ...................................................................................................................................................... 7
Ademais, é sabido que o arbítrio estatal deve ser coibido na fonte. O Poder Público deve
funcionar como uma ferramenta de controle social, e não um instrumento de abusos e
desrespeito aos direitos e garantias fundamentais.
Esta Nova Lei, embora promulgada em 2019, começou a produzir efeitos no território
nacional em 03 de janeiro de 2020 e, dentre as características gerais, definições e conceitos,
apresenta um rol de 45 condutas consideradas criminosas.
Naturalmente que o exercício de uma função pública deve ser idealizado pelas premissas
constitucionais, priorizando-se a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
A criação da nova lei tem por intuito conter os excessos e permitir segurança aos
jurisdicionados.
De uma simples leitura, resta evidente que a lei permite que o crime de abuso de
autoridade pode ser praticado por agente público, servidor ou não, que, no exercício das
funções ou a pretexto dela, exceda seu limite de atuação. Além disso, outro ponto importante,
disposto no §1º, diz respeito à finalidade específica do agente em prejudicar alguém ou
beneficiar-se propriamente ou a terceiro ou até mesmo para uma satisfação pessoal.
Acerca da natureza jurídica do instituto, há debates. Uma corrente sugere que se trata de
causa excludente de ilicitude e outra de que se trata de afastamento do dolo.
SUJEITOS DO CRIME
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer
agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta
ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo,
mas não se limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta
Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput
deste artigo.
Este artigo dispõe de maneira cautelosa quem são as pessoas que praticam o abuso de
autoridade, trata-se, pois, de delito próprio, eis que só podem ser praticados por um grupo
determinado de pessoas, que tenham a condição exigida pelo tipo.
Aqui, verifica-se também um excesso de zelo, pois apenas o caput já tem o condão de
demonstrar o âmbito de aplicação da Lei, sendo desnecessária a imposição dos incisos.
Sobre os militares, de se ressaltar que não foram excluídos da prática de crimes, todavia,
deve ser observado de maneira categórica as regras de competência, a fim de se verificar se o
AÇÃO PENAL
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública
incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for
intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a
1
Avaliar as especificidades dos critérios de competências estabelecidos pela Lei 13.491/2017, que alterou o art. 9º do
Código Penal Militar.
2
SOUZA, Renee do Ó. Comentários à Nova Lei de Abuso de Autoridade. 1. Ed. São Paulo: Juspodivm, 2020, p. 40.
Acerca da modalidade da ação penal a ser utilizada para dar início à fase judicial, não
vemos novidades. Isso porque labora com a regra de que as infrações serão judicializadas
através de Ação Penal Pública Incondicionada (independe do preenchimento de condições
autorizadoras) e, no caso de inércia do órgão acusador, dá-se início à persecução penal
através da ação penal substitutiva (ação penal privada subsidiária da pública), ressalvando-se
a contagem do prazo decadencial, que se inicia a partir do decurso do prazo legal do MP.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Art. 4º São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime,
devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o
valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos por ele sofridos;
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput
deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em
crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser
declarados motivadamente na sentença.
Relativamente aos efeitos da condenação, podemos observar o efeito penal, que consiste
no cumprimento da pena prevista, bem como efeitos extrapenais, que atingem a esfera cível e
a administrativa.
Neste exato sentido, o TRF da 4ª Região editou a súmula 131, que menciona: “Para que o
juiz possa fixar o valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, é necessário
que a denúncia contenha pedido expresso nesse sentido ou que a controvérsia desta natureza
tenha sido submetida ao contraditório da instrução criminal”.
O inciso II, que só pode ter sua aplicação destinada aos reincidentes, dispõe que o
magistrado pode proibir o condenado de praticar atos da vida pública, estendendo a
“indisponibilidade”, até mesmo ao exercício de mandato. E o período de duração varia num
intervalo de 1 a 5 anos.
Porém, muita cautela! Os efeitos dos incisos II e III somente poderão atingir o indivíduo
nos casos de reincidência e desde que seja declarado expressa e motivadamente na sentença.
EXERCÍCIOS
1. Pessoa jurídica pode ser sujeito ativo do crime de abuso de autoridade
Certo ( ) Errado ( )
3. Pode haver concurso de pessoas com relação ao particular que atua em coautoria com o
agente público, desde que o particular conheça a condição funcional do agente.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
1. E
2. E
3. C
4. E