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ARRECADAÇÃO MUNICIPAL: o

papel das carreiras de fiscalização

VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO


Auditor de Controle Externo TCE-ES
1) O QUE É CARGO PÚBLICO?

“Cargos são as mais simples e indivisíveis unidades de


competência a serem expressadas por um agente, previstas
em número certo, com denominação própria, retribuídas por
pessoas jurídicas de Direito Pública e criadas por lei, salvo
quando concernentes aos serviços auxiliares do Legislativo,
caso em que se criam por resolução, da Câmara ou do
Senado, conforme se trate de serviços de uma ou de outras
destas Casas”.

Celso Antônio Bandeira de Mello

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 Lei 8112/1990. Estatuto do servidor público federal

Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e


responsabilidades previstas na estrutura organizacional que
devem ser cometidas a um servidor.

Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os


brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e
vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em
caráter efetivo ou em comissão.

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 Cargo público demanda:
• Aprovação por meio de lei (ou resolução no Legislativo).
• Denominação própria.
• Atribuições e Responsabilidades.
• Número certo.
• Carga horária.
• Remuneração.
• Provimento efetivo ou comissão.

TAIS REQUISITOS AFASTAM A LEGITIMIDADE DA


CRIAÇÃO DE CARGOS POR TABELA.
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1.1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
 Art. 37, caput da Constituição da República.
“Submissão do Estado à Lei. Administração pública só pode
ser exercida na conformidade da Lei. Todos os seus agentes,
desde o Presidente da República até o mais modesto dos
servidores deve ser cumpridor das normas gerais aprovadas
pelo Legislativo.
Celso Antônio Bandeira de Mello
 Diferente do art. 5, II da Constituição da República.
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei”
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 EFEITOS DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
a) Só pode executar aquilo que a Lei estritamente autoriza;
b) Só pode executar as atribuições que a Lei criadora do cargo
estabelece;
• Assim, além de uma exigência para criação do próprio
cargo, a definição das atribuições na Lei resguarda o
servidor quanto a extensão da sua responsabilidade.
• Da mesma forma, as atribuições dão legitimidade aos atos
administrativos praticados pelo servidor público no exercício
das suas funções, sob pena de invalidade, conforme teoria
do ato administrativo.

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 TEORIA DO ATO ADMINISTRATIVO:
 ATO ADMINISTRATIVO: FORMA PERANTE A QUAL A
ADMINISTRAÇÃO EXPRIME A SUA VONTADE.
• Elementos essenciais do ato administrativo são aqueles
sem os quais o ato administrativo não existe.

COMPETÊNCIA FINALIDADE FORMA

MOTIVO OBJETO

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 COMPETÊNCIA:
É o poder atribuído ao agente mediante lei, para prática do ato,
ou seja é o responsável por praticar o ato.

OBS: uma vez que o agente não tenha competência para


prática do ato, por exemplo, auto de infração, este é nulo, por
falta da competência e legitimidade, ou seja, um nada jurídico.

Se o agente está na administração pública ocupando cargo de


pedreiro, não pode lavrar um auto de infração referente a
débitos tributários, ante a falta de legitimidade e competência.
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 ACÓRDÃO TC 849/2017
No caso em tela, inclusive, embora não se possa afirmar com
veemência que o exercício do cargo comissionado criado
esteja em desacordo com o que estabelece a Constituição no
que se refere à designação de funções de chefia, direção e
assessoramento, entendo que do ponto de vista jurídico-
interpretativo a redação do dispositivo legal, ora analisado, o
torna materialmente inconstitucional, em razão de sua
vagueza e de sua inexatidão em relação à especificação
das atribuições inerentes ao ocupante do cargo de
Procurador Adjunto. (Acórdão TC 849/2017. Relator:
Conselheiro Sergio Borges. Tribunal Pleno. Processo:
7254/2015).
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 DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO
Lei 8112/1990
Art. 116. São deveres do servidor:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
manifestamente ilegais;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de
poder.
OUTROS: JOÃO NEIVA (Lei 3036/2018 – art. 191, VII).
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OBS: Um ordem para exercer atribuições distintas do seu
cargo não seria manifestamente ilegal?
[...] ATO PRATICADO POR DELEGADO DE POLÍCIA. ESCOLTA
HOSPITALAR DE PRESOS. ATRIBUIÇÃO PRÓPRIA DOS AGENTES
PENITENCIÁRIOS. DETERMINAÇÃO DE DESEMPENHO POR
AGENTES DE POLÍCIA. DESVIO DE FUNÇÃO. ORDEM
MANIFESTAMENTE ILEGAL. EXTRAPOLAÇÃO DO PODER
REGULAMENTAR. [...]
2. É ilegal o ato administrativo que estende aos Agentes de Polícia a
responsabilidade, ainda que momentânea, de escolta de presos,
atribuição própria dos Agentes Penitenciários (Policiais de Custódia), por
caracterizar nítido desvio de função. (TJDF 071226137201780700018 DF
0712261-37.2017.8.07.0018, Relator: JOSAPHA FRANCISCO DOS
SANTOS, Data do Julgamento: 19/09/2018, Publicado no PJe em
01/10/2018).
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 LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE – LEI 13869/2019

Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação,


inclusive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso
amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

SERÁ QUE NÃO SE ENQUADRARIA A ATUAÇÃO SEM


ATRIBUIÇÃO LEGAL, EM CLARO DESVIO DE FUNÇÃO,
NUMA AÇÃO DE FISCALIZAÇÃO?

 Cada vez mais importante seguir as atribuições do cargo.

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 PROVIMENTO - Art. 37 CF.
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração;
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento; VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
 Cargos de Fiscalização só podem ser ocupadas por
servidores efetivos, porque o Poder de Polícia é indelegável.
 Excepcionalmente se observa processo seletivo para alguns
cargos de fiscalização, o que, aparentemente não condiz
com o comando constitucional.
 Quem exerce cargo em comissão não pode atuar como
fiscal, deve exercer as atividades do cargo comissionado,
referente a chefia, direção ou assessoramento.
 Cargo comissionado com atribuições distintas as de chefia,
direção ou assessoramento é inconstitucional.
 Fiscal efetivo com função gratificada pode continuar
fiscalizando.
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QUEM SÃO OS AGENTES DE
FISCALIZAÇÃO DA
ADMINISTRAÇÃO
MUNICIPAL?

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2) CARREIRAS DE FISCALIZAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA
CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com
observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
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Principais características do Poder de Polícia.
a) é inerente à administração pública e se reparte entre todos os níveis
de governo (União, Estados e Municípios). Trata-se de uma
atividade discricionária reconhecida ao governo, uma prerrogativa
do direito público, não podendo ser substabelecida, ou seja, o poder
de polícia é sempre exercido pela administração pública e jamais
delegada a terceiros.
b) tem por fundamento o interesse público e deve ser estabelecido
sempre com essa finalidade. Em termos tributários, a lei enumera
os objetivos de interesse público: segurança, higiene, ordem,
costumes, disciplina da produção e do mercado, exercício de
atividades dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, tranquilidade pública, respeito à propriedade e respeito aos
direitos individuais ou coletivos. VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
c) manifesta-se quando o Poder Público age limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, mediante o regulamento da prática de
ato ou abstenção de fato. Como somente por lei é que se pode impor
limitações a direitos, fácil concluir de que o poder de polícia tem de ser
constituído através de lei formal. Todo poder de polícia tem por
requisito a autorização legal, podendo, então, manifestar-se por meio
de atos regulamentadores da lei (decreto, regulamento etc.),
submetendo os indivíduos às respectivas normas.

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No dizer de Celso Antônio Bandeira de Mello:
"Através da Constituição e das leis os cidadãos recebem uma série de
direitos. Cumpre, todavia, que o seu exercício seja compatível com
o bem-estar social. Em suma, é necessário que o uso da
liberdade e da propriedade esteja entrosado com a utilidade coletiva,
de tal modo que não implique uma barreira capaz de obstar à
realização dos objetivos públicos".
 Administração Pública:
a) Estabelece regras e vedações;
b) Visa compatibilizar normas e o interesse do bem estar social.
c) Utiliza poder para avaliar a compatibilização do interesse público
com o privado. VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
 ONDE ESTÁ A COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO?
• Constituição Federal
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

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 QUAL O PODER DE POLÍCIA EXERCÍDO?
I – planejar o uso e a ocupação do solo;
II – estabelecer normas de construção, de loteamento, de arruamento
e de zoneamento urbano;
III – regular o funcionamento de estabelecimentos comerciais,
obedecendo às limitações urbanísticas convenientes à ordenação do
seu território;
IV – regular a utilização dos logradouros públicos;
V – regular o trânsito, o transporte público, determinando, inclusive, os
itinerários e pontos de estacionamento e de paradas dos transportes
coletivos;
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VI – disciplinar os serviços de carga e descarga de mercadorias e
controlar a capacidade de peso dos veículos que circulam na área
pública municipal;
VII – sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais;
VIII – regular o depósito de lixo domiciliar e industrial, fixando normas
de coleta e transporte, inclusive dos resíduos nocivos à saúde;
IX – ordenar as atividades urbanas, fixando condições e horários de
funcionamento;
X – regular os serviços funerários e de cemitérios;
XI – regular os meios de proteção e de defesa da saúde pública;
XII – regular o uso de propagandas, cartazes e anúncios;
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XIII – regular o comércio e depósito de animais, inclusive a circulação
destes nas vias públicas;
XIV – regular os serviços de mercados públicos, feiras e abatedouros;
XV – controlar o uso e o comércio de produtos comestíveis e de
higiene;
XVI – regular o uso e o comércio de produtos perigosos ou nocivos à
saúde;
XVII – regular a proteção do meio ambiente e o controle da poluição
em geral;
XVIII – regular a proteção das florestas e a conservação da natureza;
XIX – regular a proteção das praias, rios e lagos;
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2.1) CARREIRAS ESPECÍFICAS DE FISCALIZAÇÃO DO
PODER DE POLÍCIA
 Controlam a autoridade do Poder Público em confronto com
a liberdade individual;
 O exercício pleno de direitos pelo cidadão em face da
incumbência da administração condicionar o exercício dos
direitos relacionados ao bem-estar coletivo.
 As atribuições das carreiras de fiscalização de polícia
exigem atuação para resguardar os interesses individuais
em face dos interesse da Administração Pública.

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 Na visão de Roberto Tauil, existem as seguintes frentes de
fiscalização de poder de polícia nos municípios:
I – Fiscalização Sanitária;
II – Fiscalização de Meio Ambiente;
III – Fiscalização de Obras de Construção Civil e outras;
IV – Fiscalização de Posturas Municipais.
OBS: HÁ QUEM SUSTENTE QUE A FISCALIZAÇÃO DE
TRÂNSITO TAMBÉM FAZ PARTE.
VAMOS TRABALHAR ESSAS 4 ATVIDADES
CONSIDERANDO O EXERCICÍO DE FORMA AUTÔNOMA.
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 Fiscalização Sanitária – Atribuições do cargo de Fiscal
I - inspeção e fiscalização sanitária;
II - lavratura de auto de infração sanitária;
III - instauração de processo administrativo sanitário;
IV - interdição cautelar de estabelecimento;
V - interdição e apreensão cautelar de produtos;
VI - fazer cumprir as penalidades aplicadas pelas autoridades
sanitárias competentes nos processos administrativos
sanitários; e
VII - outras atividades estabelecidas para esse fim.
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 Fiscalização Ambiental – Atribuições do cargo de Fiscal

I - Exercer a fiscalização específica nos termos da legislação


ambiental municipal e demais legislação ambiental pertinente;

II - Fornecer informações e emitir pareceres técnicos


pertinentes aos processos de licenciamento;
III - promover a fiscalização das atividades licenciadas ou em
processo de licenciamento e desenvolver tarefas de controle e
de monitoramento ambiental;
IV - promover a apuração de denúncias e exercer a
fiscalização sistemática do meio ambiente no município;
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V - trazer ao conhecimento do ente ou órgão responsável
qualquer agressão ao meio ambiente, independentemente de
denúncia;
VI - emitir laudos de vistoria, autos de constatação, notificação,
embargos, ordens de suspensão de atividades, autos de
infração e multas, em cumprimento da legislação ambiental
municipal e demais legislação pertinente;
VII - promover a apreensão de equipamentos, materiais e
produtos extraídos, produzidos, transportados, armazenados,
instalados ou comercializados em desacordo com a legislação
ambiental;

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VIII - executar perícias dentro de suas atribuições profissionais,
realizar inspeções conjuntas com equipes técnicas de outras
instituições ligadas a preservação e uso sustentável dos
recursos naturais;
IX - exercer o poder de polícia ambiental e em especial aplicar
as sanções administrativas previstas na legislação ambiental
municipal

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 Fiscalização OBRAS – Atribuições do cargo de Fiscal
I - Fiscalizar as obras públicas e particulares, concluídas
ou em andamento, abrangendo também demolições,
terraplenagens, parcelamento do solo, a colocação de
tapumes, andaimes, telas, plataformas de proteção e as
condições de segurança das edificações;
II - Fiscalizar o cumprimento do Código de Obras e
Edificações, do Plano Diretor Participativo e da Lei Municipal
de Parcelamento do Solo;
III - Emitir notificações, lavrar autos de infração e expedir
multas aos infratores da legislação urbanística municipal;
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IV - Reprimir o exercício de atividades desenvolvidas em desacordo
com as normas estabelecidas na legislação urbanística municipal,
as edificações clandestinas, a formação de favelas e os
agrupamentos semelhantes que venham a ocorrer no âmbito do
Município;
V - Realizar vistoria para a expedição de “Habite-se” das edificações
novas ou reformadas;
VI - Definir a numeração das edificações, a pedido do interessado;
VII - Elaborar relatório de fiscalização, bem como autos de infração;
VIII - Orientar as pessoas e os profissionais quanto ao cumprimento
da legislação;

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 Fiscalização POSTURAS – Atribuições do cargo de
Fiscal
I – Autorização e funcionamento de estabelecimentos
comerciais, industriais etc.;
II – Regular o uso e a manutenção dos logradouros públicos;
III – Autorizar e fiscalizar propagandas, placas e anúncios nas
áreas públicas e frontais aos imóveis;
IV – Controle dos mercados públicos, feiras e abatedouros;
V – Autorização e funcionamento de eventos, shows, parques
de diversões, circos etc.
VI – Fiscalizar o cumprimento do Código de Posturas.
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 OBSERVA-SE QUE:
• Nenhum fiscal de poder de polícia tem atribuição para lançar
ou cobrar tributo;
• Prestam serviço de poder de polícia, o que constitui fato
gerador de possíveis taxas, dependendo da legislação;
• Os fiscais de poder de polícia praticam, portanto, o fato
gerador e não praticam o lançamento dos tributos.
• As carreiras de fiscalização de poder de polícia podem ser
aglomeradas ou especializadas:
A) Fiscal sanitário e do meio ambiente;
B) Fiscal de Obras e Posturas.
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 Principais distorções que normalmente ocorrem,
conforme Roberto Tauil, são:
I – Fiscais de poder de polícia fiscalizando tributos
(principalmente as taxas);
II – Fiscais de poder de polícia reprimindo vendedores
ambulantes não autorizados;
III – Fiscais de poder de polícia interditando estabelecimentos
por fato da pagamento de tributos;
IV – Fiscais de poder de polícia reprimindo arruaças,
vandalismos, invasões e ocupações indevidas de prédios
públicos e privados.
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 Outras observações conforme Roberto Tauil:
I - A repressão aos ambulantes não cadastrados e ao
transporte não permitido, o ordenamento de passeatas,
desfiles e shows nas áreas públicas são atividades pertinentes
a guarda municipal (em proteção ao patrimônio público) e aos
policiais militares.
II - O controle de trânsito nas vias públicas é de competência
da Guarda Municipal, ou da Polícia Militar, e não de agentes
fiscais de posturas.

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III - Lançar e cobrar tributos são competências das autoridades
fazendárias. A fiscalização e cobrança de tributos competem
aos Agentes Fiscais Fazendários ou Tributários, inclusive as
taxas.
IV) Alvará de Funcionamento não é taxa; é uma licença a ser
concedida pelo órgão responsável de poder de polícia. O
Alvará, portanto, não é de alçada fazendária, mas as taxas
decorrentes do poder de polícia, estas sim, devem ser
lançadas, cobradas e fiscalizadas pelos Fiscais de Tributos.
OBS: o que define as atribuições e as responsabilidades
dos fiscais de poder de polícia e aquilo que será executado
no exercício do cargo é a lei que cria este.
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3) CARREIRA DE FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA
Art. 37. Constituição da República
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição,
precedência sobre os demais setores administrativos, na
forma da lei;
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
realização de suas atividades e atuarão de forma integrada,
inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações
fiscais, na forma da lei ou convênio.
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“SERVIDORES DE CARREIRA ESPECÍFICA”
• Servidores efetivos, vedado o exercício terceirizado,
comissionado ou mesmo de carreiras diversas.
• Existência de carreira específica com normatização
prevendo as atribuições desses servidores.
• Atribuições exclusivamente tributárias, não devendo
confundir-se com fiscalização de posturas, ambiental,
urbanismo, obras, etc.

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 RESOLUÇÃO ATRICON nº 6/2016 Aprova as Diretrizes de
Controle Externo Atricon 3210/2016, relacionadas à temática
“Receita e renúncia de receita”

16.11 Se a Administração Tributária, atividade essencial ao


funcionamento do Estado, é exercida por servidores de carreira
específica, tem recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atua de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais com
outros entes, na forma da lei ou convênio (inc. XXII, art. 37,
CF);

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Resolução TCE-RS 987/13: a define como a atividade de
caráter permanente, organizados em carreira específica, com
atuação exclusiva nas competências da Administração
Tributária:
a) administrar, planejar, normatizar, executar e controlar as
atividades de fiscalização tributária visando a efetiva
arrecadação e a justiça tributária;
b) decidir nos procedimentos que criem, modifiquem,
suspendam, extingam ou excluam créditos tributários, tais
como pedidos de cancelamento, reconhecimento de
imunidade, não-incidência ou isenção, ou, ainda, pedidos de
moratória e de parcelamento de créditos tributários;
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c) acompanhar a formulação da política econômico-tributária
e opinar conclusivamente sobre benefícios tributários ou
benefícios financeiros e creditícios que envolvam
compensações ou outro tipo de contrapartida tributária;
d) consolidar e divulgar a legislação tributária;
e) acompanhar e controlar as transferências
intergovernamentais no âmbito de sua competência.

QUE CARREIRA ESPECÍFICA É ESSA QUE FALA NA


CONSTITUIÇÃO?

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 CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES – CBO
Fiscal de Tributos Municipal
Descrição Sumária:
Fiscalizam o cumprimento da legislação tributária; constituem o
crédito tributário mediante lançamento; controlam a
arrecadação e promovem a cobrança de tributos, aplicando
penalidades; analisam e tomam decisões sobre processos
administrativo-fiscais; controlam a circulação de bens,
mercadorias e serviços; atendem e orientam contribuintes e,
ainda, planejam, coordenam e dirigem órgãos da administração
tributária.

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 Fiscal de Tributos Municipal – atividades:
A) Fiscalizar o cumprimento da legislação tributária;
B) Constituir o crédito tributário;
C) Controlar a arrecadação de tributos
D) Efetuar o controle de bens, mercadorias e serviços;
E) Analisar processos administrativos fiscais;
F) Organizar o sistema de informações cadastrais;
G) Realizar diligências;
H) Atender o contribuinte;
I) Demonstrar competências pessoais.
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 Fiscal de Tributos Municipal – atividades ISS:
 Propor atualização da Legislação Municipal com base na LC
116/2003, LC 123/2006, Decreto Lei 406/1964, CTN.
 Atribuições da Fiscalização:
a) Enquadramento por tipo de ISS de novos contribuintes ou
alterações cadastrais;
b) Análise e crítica dos relatórios de lançamento por tipo de
ISS (autônomos, sociedades, empresas);
c) Análise dos relatórios de retenção de ISS na fonte.
d) Atendimento aos contribuintes: liberação de documentos
fiscais, cálculo de imposto, solução de questões;
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e) Atender contadores de prestadores de serviço;
f) Análise, autorização de concessão de parcelamento de
débitos fiscais;
g) Procedimentos de fiscalização externa;
h) Procedimentos de diligência interna;
i) Procedimentos Fiscais Administrativos.
 Orientar a gestão quanto as diretrizes;
 Atuar no fomento a propagação e uniformização do
conhecimento no município.
 Favorecer tecnicamente a homologação do imposto.
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 Orientar as diretrizes do planejamento da fiscalização;
 Propor estratégias para especializar a fiscalização, a fim de
tornar mais eficiente a apuração dos fatos geradores.
• Divisão por atividades;
• Divisão por bairros;
• Outras formas de especialização.
 Análise de projetos de Lei propostos ou em tramitação sob
ponto de vista técnico.
 Manifestar-se sobre possíveis atos de improbidade
administrativa dos gestores, assim como analisar aspectos
sobre a renúncia de receitas.
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 O papel do Fiscal de Tributos no ITBI:
Atuando no cálculo do valor, quando o mesmo não é lançado
automaticamente, despachando processos e dando pareceres
sobre questões correlatas. O ITBI é um imposto de variações
de procedimentos, necessitando de um Fiscal treinado para
conduzi-lo. São normais os casos de separações conjugais, o
cálculo do chamado imposto de reposição, imunidades, cisões
e incorporações de empresas, e tantos outros casos que
necessitam a atuação de um Fiscal devidamente preparado
para resolvê-los.

Roberto Tauil

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REPRESENTAÇÃO – FUNÇÃO DE AVALIADOR DE IMÓVEIS
PARA CÁLCULO DO ITBI – ATIVIDADE TÍPICA DE
FISCALIZAÇÃO – EXCLUSIVA DE SERVIDOR PÚBLICO
EFETIVO DA CARREIRA DE FISCAL DE TRIBUTOS –
ILEGALIDADE DE OUTORGA COMO FUNÇÃO DE
CONFIANÇA – INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI
MUNICIPAL – DETERMINAÇÃO DE ANULAÇÃO DOS ATOS
DE DESIGNAÇÃO – MODULAÇÃO DOS EFEITOS – FORMAR
PREJULGADO – PROCCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO –
DETERMINAÇÃO – PRAZO: 180 DIAS. ACÓRDÃO 394-2018
Plenário TCE - ES

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 O papel do Fiscal de Tributos na Quota Parte do ICMS:
Compete a esse Fiscal a classificação das pessoas
jurídicas inscritas no cadastro de atividades econômicas,
devendo, por esse motivo, trabalhar localizado bem
próximo do setor de Cadastro. Essa classificação é de
primordial importância, não devendo, portanto, ser atribuída
aos funcionários administrativos do cadastro, cuja
responsabilidade de função não alcança esse grau de
conhecimento. Uma falha de classificação pode excluir do
relatório de prestadores de serviço uma empresa de forte
potencial em ISS.

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Ou uma indústria ser classificada em “outras atividades”, não
sendo incluída no relatório do IPM. A codificação tanto
serve para cobrança da Taxa de Licença de
Funcionamento, quando existe, mas também nas análises
gerenciais para fins de ISS, ou de IPM.
Durante o período das entregas das Declarações o
serviço realmente cresce, havendo a necessidade de criar
um grupo de Fiscais Tributários encarregados de verificar os
documentos perante as empresas contribuintes do ICMS.
Realizado o serviço, dissolve-se o grupo, mas o Fiscal
encarregado permanece em função na referida área.
Roberto Tauil
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 O papel do Fiscal de Tributos nas Taxas:
O trabalho do Fiscal compreende a auditagem a posteriori do
fato ocorrido, chegando às suas mãos relatórios minuciosos da
arrecadação de cada taxa, pelos quais o Fiscal analisará o
cumprimento da legislação tributária, incluindo base de cálculo
e valor pago. Neste mister, relatórios de segurança e de
cruzamento de informações devem ser elaborados, oferecendo
ao Fiscal condição de apurar a correção da receita efetuada,
ou se está ocorrendo falhas de arrecadação.

Roberto Tauil

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 O papel do Fiscal de Tributos no IPTU:
Um Fiscal Tributário só deve se ocupar de cálculos tributários.
Da mesma forma, deveria se ocupar de fiscalizar tributos
gerados por obras. As atribuições do Fiscal Tributário no
IPTU são internas sem necessidades de atuações de campo.
Ele deve estar assessorado por um grupo de funcionários
de atendimento e pessoal encarregado do cadastro
imobiliário. O uso de aplicativos informatizados é
imprescindível, com sistemas de segurança bem elaborados.
Dependendo do tamanho do município, o Fiscal Tributário de
IPTU deve subordinar-se diretamente ao Secretário, ou ao
Subsecretário da área.
Roberto Tauil
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 Vamos destrinchar as atuações da Fiscalização nas
Obras e sobre Imóveis:
• Questões técnicas sobre construção não cabe ao Fiscal
Tributário. Mas sim o Fiscal de Obras.
• O Fiscal de Obras não deve se preocupar com os tributos
gerador pela obra, mas sim o Fiscal Tributário.
• O Fiscal de Obras analisa a planta de construção,
constata se há irregularidades, ou não, vistoria o local,
faz medições e lança no processo informações sobre as
tipicidades da construção. Essas informações são
transferidas ao Cadastro Imobiliário e através delas é
calculado o valor venal do imóvel e, consequentemente, o
valor do IPTU.
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• A atuação do Fiscal de Obras gera taxas, que devem ser
verificadas e calculadas pelo Fiscal Tributário, assim como
identificar se há incidência de ISS na obra.
• Quando há divergência quanto as características do imóvel
para aferir o valor venal, não é o Fiscal Tributário que faz
diligências no imóvel para tirar eventuais dúvidas, mas sim o
Fiscal de Obras.

Roberto Tauil

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CONSEGUE VISLUMBRAR AS
DIFERENÇAS MAIS CLARAS
ENTRE O FISCAL DE PODER
DE POLÍCIA E O FISCAL
TRIBUTÁRIO?
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 Percebe-se que o Fiscal de Poder de Polícia participa
ativamente do fato gerador. É a sua prestação de serviço
que caracteriza necessariamente a obrigação de pagar o
tributo.
 O fiscal tributário quase sempre atua após a ocorrência do
fato gerador. Ele não faz parte da relação jurídica tributária
de constituição do crédito e se preocupa tão somente em
verificar a regularidade dos lançamentos, os respectivos
cálculos, se os valores cobrados são corretos.
 Fiscal Tributário e Fiscal de Poder de Polícia tem atribuições
completamente distintas e não podem ser condensadas no
mesmo cargo, sob pena de descaracterizar a carreira
específica. VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
 Forma de Ingresso do Fiscal Tributário:
• Acórdão TC 1027/2016 – SOMENTE POR CONCURSO
PÚBLICO
Há situações que não é possível, de maneira nenhuma, a
contratação temporária, como é o caso das carreiras de
estado. Essas carreiras ainda não foram definidas
expressamente pelo ordenamento jurídico, mas são aquelas
em que o servidor público atua tomando decisões,
interpretando a lei, aplicando sanções. É o caso, por exemplo,
dos auditores fiscais, dos guardas de trânsito etc.
(Processo: 7254/2008 Data da
sessão: 26/10/2016 Relator: Domingos Augusto Taufner).
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• Processo TC 5922/2015
Decisão 4013/2015
Conceder medida cautelar para determinar a suspensão do
Processo Seletivo Simplificado 004/2015 em relação ao cargo
de Agente Fiscal de Rendas, na fase em que se encontrar, e,
caso já concluído o procedimento, que a autoridade
responsável promova a imediata suspensão dos efeitos das
nomeações eventualmente realizadas, sob pena de aplicação
de multa pecuniária ao responsável, por descumprimento, nos
termos do artigo 135, inciso IV, da Lei Complementar nº
621/2012.

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Formação em nível superior. Conforme Roberto Tauil:
“A exigência de nível superior é perfeitamente normal no
concurso público para provimento no cargo de auditor fiscal,
sem, no entanto, aplicar restrições a determinadas carreiras,
pois o objetivo é o grau de conhecimento e não a sua
especialização. Tanto faz que o concursado possua formação
em ciências exatas, ciências sociais ou humanas, ou até
mesmo em ciências da saúde. No exercício do cargo de
Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, por exemplo,
temos servidores de diversos níveis educacionais, como
Administradores, Contadores, Bacharéis em Direito,
Engenheiros, Dentistas, Economistas, Médicos, Analistas em
Computação etc”.
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Formação em nível superior:
Receita Federal – qualquer nível superior;
Receita Estadual – qualquer área superior;

OBS: Tanto a União, quanto o Estado do Espírito Santo não


especificam formação, bastando ser curso de nível superior.
Entretanto, nada impede que a lei instituidora do cargo escolha
alguma formação específica para fins de ingresso na
administração municipal.

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2.
1.

E NAQUELES MUNICÍPIOS ONDE JÁ EXISTA UMA


CARREIRA ESPECÍFICA DE NÍVEL MÉDIO?
“A reestruturação convergente de carreiras análogas não
contraria o art. 37, inc. II, da Constituição da República. Logo, a
Lei Complementar potiguar n. 372/2008, ao manter exatamente
a mesma estrutura de cargos e atribuições, é constitucional.
A norma questionada autoriza a possibilidade de serem
equiparadas as remunerações dos servidores auxiliares
técnicos e assistentes em administração judiciária, aprovados
em concurso público para o qual se exigiu diploma de nível
médio, ao sistema remuneratório dos servidores aprovados em
concurso para cargo de nível superior” (ADI 4303 – STF).
VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
2.
1.

 Quando não houver alteração das atribuições e da


nomenclatura do cargo, mas tão somente sua
reestruturação com alteração quanto a exigência de
formação, não ocorrerá provimento derivado do cargo.
Portanto, a prática é constitucional. Assim, quando as
atribuições coincidem não há, na verdade, que se falar
em provimento derivado.
 No caso os cargos de Auxiliar Técnico e Assistente
Administrativo Judiciário, outrora com exigência de nível
médio, passou a exigir mediante lei, nível superior sem
qualquer alteração nas atribuições, mas tão somente no
padrão de vencimento.
VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
2.
1.

 Roberto Tauil debate a questão da criação e adequação


dos cargos de Fiscalização Tributária:
A) Criação de novo cargo, com novas atribuições, e
manutenção do anterior sem alterações.
Neste caso, se o novo cargo estabelece novas atribuições aos
seus servidores, dá a entender que o Município passa a
ter dois cargos de carreira independentes. O anterior provido
com seus servidores e o novo a ser ocupado mediante
concurso público.

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2.
1.

B) Criação de novo cargo, com novas atribuições, e extinção


do anterior.
Neste caso, o procedimento é idêntico ao item A. Em
vista da extinção do cargo anterior, os seus servidores lá
permanecerão até o tempo de seus afastamentos naturais.

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2.
1.

C) Criação de novo cargo, com as mesmas atribuições do


anterior, e manutenção deste.
Neste caso, se o novo cargo estabelece as mesmas
funções que eram exercidas (e perfeitamente identificadas na
lei) pelo cargo anterior, entendo que os servidores ocupantes
do cargo anterior têm pleno direito de equiparação salarial
com os servidores do novo cargo, sendo, porém, vedada a
ascensão ao novo. Permanecem atuando na antiga
classificação, mas com todos os direitos de vencimentos,
inclusive produtividade, se houver, idênticos ao novo cargo.

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2.
1.

D) Criação de novo cargo, com as mesmas atribuições do


anterior, e extinção deste.
Neste caso, entendo que o procedimento é idêntico ao
item C. Em vista da extinção do cargo anterior, os seus
servidores lá permanecerão até o tempo de seus afastamentos
naturais.

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 Remuneração:
• A teoria da priorização de recursos pressupõe uma
remuneração compatível com a importância do cargo, dada
a especialização e relevância, visando:
Continuidade do serviço público;
Usufruto dos investimentos realizados em face dos
servidores efetivos.

EXISTE UMA MÉDIA OU UM PADRÃO MÍNIMO SALÁRIAL?


• Proposta: Remuneração com produtividade – município com
pouca disponibilidade para remuneração atrativa.
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PRODUTIVIDADE POR PONTOS – proposta Tauil
Art. 2º - O Adicional de produtividade para fins de pagamento, fica fixado,
mensalmente, em até 1000 (um mil) pontos.
Art. 3º - O Adicional de Produtividade terá seu valor apurado mediante a
computação dos pontos atribuídos às tarefas e atividades constante do
anexo I, II, III e IV desta lei e será assim calculado:
I - até 200 (duzentos) pontos - 0,10 (dez centésimos) do valor atual da
Unidade Fiscal do Município, por ponto;
II - de 201 (duzentos e um) a 400 (quatrocentos) pontos - 0,12 (doze
centésimos) do valor atual da Unidade Fiscal do Município, por ponto;
III - de 401 (quatrocentos e um) a 600 (seiscentos) pontos - 0,14
(quatorze centésimos) do valor atual da Unidade Fiscal do Município, por
ponto;
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IV - de 601 (seiscentos e um) a 800 (quatrocentos) pontos - 0,14
(quatorze centésimos) do valor atual da Unidade Fiscal do Município, por
ponto; e
V - de 801 (oitocentos e um) a 1000 (mil) pontos - 0,18 (dezoito
centésimos) do valor atual da Unidade Fiscal do Município, por ponto.
Parágrafo Único - O Fiscais de Tributos terão os valores
decorrentes da aplicação da tabela mencionada neste artigo,
acrescido de 10% (dez por cento) no mês em que se verificar
arrecadação tributária própria, equivalente a 310.000 Unidades
Fiscais do Município e 20% (vinte por cento) quando a
arrecadação atingir a 410.000 Unidades Fiscais do Município,
não cumulativos, a ser pago no mês subseqüente ao da
apuração.
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- ANEXO I - NATUREZA DO SERVIÇO
1 Diligências Pontuação
1.1 Quando se exaure em si mesma, conduzindo ou não a um
serviço de levantamento fiscal 10.00
1.2 Ordem de fiscalização não cumprida, por embaraço à
fiscalização, com diligência 10.00
1.3 Ordem de fiscalização cumprida com Termo de Conclusão
10.00
1.4 Ordem de fiscalização com embaraço devidamente
notificada à chefia da fiscalização, por endereço 10.00
1.5 Diligência devidamente notificada à chefia da fiscalização
na pesquisa de fraudes, por endereço 10.00.
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2 - Levantamento Fiscal Pontuação
2.1 Fiscalização cumprida, por contribuinte (homologação)
2.1.1 Por fração proporcional até 11 meses ( pontuação
referente ao mês analisado) 04.20
2.1.2 Um 01 completo 50.00
2.1.3 Até 02 anos completos 55.00
2.1.4 Até 03 anos completos 60.00
2.1.5 Até 04 anos completos 65.00
2.1.6 Acima de 04 anos completos 70.00
2.1.7 Em apuração de fraude, acréscimo fixo 10.00
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Nota: Os pontos compreendidos nos itens acima não são cumulativos
2.2 Apuração, proposição e/ou lavratura de Auto de Infração
2.2.1 De obrigação principal
2.2.1.1 ISSQN próprio por mês 10.00
2.2.1.2 ISSQN fonte, por mês e por profissionais 10.00
2.2.1.3 Taxas de poder de polícia, por exercício 05.00
2.2.1.4 IPTU próprio, por exercício 05.00
2.2.1.5 ITBI por transmissão com base no valor venal cadastrado 05.00
2.2.1.6 ITBI por transmissão, com base no valor venal determinado por
métodos de engenharia de avaliação 10.00
2.2.2 De obrigação acessória
2.2.2.1 Por auto lavrado 05.00
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3 Da documentação fiscal e do processo Pontuação
3.1 Verificação em livros fiscais instituídos pela municipalidade 05.00
3.2 Verificação em livros contábeis em geral 05.00
3.3 Verificação em documentos auxiliares no levantamento fiscal, na falta dos
livros acima e/ou das notas fiscais, por exercício 05.00
3.4 Inscrição “ex-officio”, por declaração 20.00
3.5 Baixa ou cancelamento “ex-officio”, por declaração 05.00
3.6 Informação em proposta fundamentada em consultas, ou requerimentos,
de qualquer natureza (exceto defesa de Auto de
Infração), por protocolado 10.00
3.7 Manifestação em defesa de Auto de Infração, por protocolado 20.00
3.8 Laudo e parecer fundamentado em consultas e requerimento, por
protocolado, ou processo judicial 25.00 VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
4 Da fiscalização especial Pontuação
4.1 Externa
4.1.1 Fiscalização especial, com dedicação exclusiva, por determinação das
chefias ou do diretor do departamento, por dia (jornada
integral) 50.00
4.1.2 Fiscalizações noturnas, em feriados ou finais de semana (exceto
shows), quando a natureza da atividade exigir e com a devida
convocação pela chefia ou pelo diretor do departamento, por diligência 75.00
4.1.3 Fiscalização sob regime especial, com dedicação de tempo integral, em
prejuízo das demais fiscalizações, previamente
autorizada pela chefia da fiscalização (não cumulativa ao item 2 deste
anexo), por dia (jornada integral) 50.00

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4.1.4 Fiscalização de shows e outros eventos realizados no período noturno,
feriados ou finais de semana
4.1.4.1 Serviço concluído com apuração da receita SEM contagem dos
ingressos, por show e por Fiscal na ação 75.00
4.1.4.2 Serviço concluído com apuração da receita COM contagem dos
ingressos, por show e por Fiscal na ação 100.00
4.1.5 Fiscalização concluída de prestador de serviços não inscrito
4.1.5.1 Por fração proporcional, até 11 meses 70.00
4.1.5.2 Até 01 ano completo 80.00
4.1.5.3 Até 02 anos completos 85.00
4.1.5.4 Até 03 anos completos 90.00
4.1.5.5 Até 04 anos completos 95.00
4.1.5.6 Com mais de 04 anos completos 100.00
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4.2 Interna
4.2.1 Plantão fiscal - em cumprimento da escala normal ou por convocação
de chefias, por dia (jornada integral) 50.00
4.2.2 Convocação pelas chefias ou pelo diretor do departamento, para
serviços especiais internos de qualquer natureza, dedicação
exclusiva, por dia (jornada integral) 50.00
4.2.3 Atuação como monitor em programas de treinamento com dedicação
exclusiva, por dia (jornada integral) 50.00
4.2.4 Participação em cursos de treinamento ou aperfeiçoamento de pessoal,
em dedicação exclusiva, por dia (jornada integral) 50.00

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 RE 835291 – Relator Ministro Ricardo Lewandowisk
• Discute a produtividade fiscal no Estado de Rondônia para o
cargo de auditor fiscal de tributos estaduais, técnico
tributário e auxiliar de serviços fiscais em efetivo exercício.
• Remuneração seria de 40% do valor correspondente ao
arrecadado ou compensado a título de multa imposta no
auto de infração.
• Sustenta-se a impossibilidade de vinculação da arrecadação
de impostos com base no art. 167 da Constituição.
• Viola os princípios da legalidade e da moralidade porque os
recursos deveriam ser repassados integralmente para o
caixa único do Estado.
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• Fere o princípio da impessoalidade porque os cargos em
questão são os únicos que tem direito a tal gratificação na
administração pública, considerando a mesma como
privilégio, em face dos demais servidores.
• Impessoalidade também objetiva coibir a prática de atos que
visem a atingir fins pessoais, impondo, assim, a observância
das finalidades públicas. Veda portanto, atos e decisões
administrativas motivadas por represálias, favorecimentos,
vínculos de amizade, nepotismo, dentre outro sentimentos
pessoais desvinculados dos fins coletivos.
• Fere a legalidade e a moralidade porque o montante
arrecadado deveria ser revertido integralmente para a conta
única do governo. VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
 Federação Nacional dos Auditores Fiscais, sustenta:
• O auditor não pode inventar infrações fiscais a seu bel
prazer. A atividade obedece a planejamento e regulamentos
específicos e, quando existente o suporte fático, o auditor
tem o dever (não a faculdade) de lavrar auto de infração,
que obedece a uma série de etapas administrativas, antes
de se fixar a multa pela autoridade competente.
• Multa não é tributo, tampouco gera equiparação
remuneratória e não se enquadra como imposto para fins de
vedação da Constituição Federal.

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PRODUTIVIDADE POR METAS – Projeto GIAT, Francisco
Ramos Mangieri – Livro Administração Tributária Municipal
Art. 1º - Fica criada a Gratificação por Incremento da Arrecadação
Tributária – GIAT.
Art. 2º. A gratificação prevista no artigo anterior cumpre o mandamento
inserto no art. 37, XXII, da Constituição Federal de 1988, e tem por meta
incentivar e aprimorar as atividades de lançamento e arrecadação
tributária, inibir a evasão fiscal, reprimir a fraude contra o Fisco e
estimular o crescimento real e sustentável da receita tributária.
§ 1º. A GIAT levará em conta o efetivo incremento da arrecadação
tributária do Município, constituindo vantagem pecuniária aos servidores
lotados na Secretaria de Economia e Finanças do Município de Bauru.
§ 2º. O incremento real da receita tributária municipal será verificado a
partir da comparação da receita acumulada no exercício com o mesmo
período do ano anterior.
VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
Art. 3º. Todos os servidores técnicos lotados na Secretaria de Economia e
Finanças, receberão a gratificação nos termos seguintes:
I - acima 2% (dois por cento) até 4,5% (quatro e meio por cento) de
incremento, a gratificação será o equivalente a 20% (vinte e cinco por
cento) dos proventos integrais de cada servidor, recebidos no mês
anterior;
II - acima de 4,5% (quatro e meio por cento) até 7% (sete por cento) de
incremento, a gratificação será o equivalente a 40% (quarenta por cento)
dos proventos integrais de cada servidor, recebidos no mês anterior;
III - acima de 7% (sete por cento) até 10,5% (dez e meio por cento) de
incremento, a gratificação será o equivalente a 60% (sessenta por cento)
dos proventos integrais de cada servidor, recebidos no mês anterior;
IV - acima de 10,5 % (dez e meio por cento), a gratificação será o
equivalente a 80% (oitenta por cento) dos proventos integrais de cada
servidor, recebidos no mês anterior.
VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
 Autonomia e independência do Fiscal Tributário.
• As atividades de fiscalização devem ser exercidas longe da
influência e interferência política;
• Autonomia, mas responsabilidade, na escolha da
metodologia de trabalho, estabelecendo programas e
escopos de execução de trabalho.
• Postura imparcial, isenta, livre de interferências externas;
• A solicitação de diligências por parte da Administração,
assim como o estabelecimento de diretrizes da gestão, não
comprometem a autonomia e a independência do fiscal.
• Existe subordinação, mas autonomia e independência
técnica. VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
 Pré Julgado 43 TCE-ES:
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
- ASSESSORIA - RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS
1.1 Pela possibilidade jurídica da contratação de assessoria ou
consultoria de empresa privada para prestação de serviços
visando à recuperação de créditos, vez que tais serviços não
se encontram dentro das competências exclusivas da
Administração Pública, cabendo a elaboração de estudos e
pesquisas de maneira prévia à realização da contratação, para
que, com fundamentos em tais elementos, possa ser verificada
a possibilidade de contratação direta por inexigibilidade ou a
necessidade de seguir o regular procedimento licitatório, nos
termos da Lei nº 8.666/93;
VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
1.2 Considerar plenamente possível a contratação pela
Administração Pública com a remuneração paga pelos serviços
efetivamente prestados sobre o êxito alcançado, devendo os
valores serem fixados em percentual proporcional ao esforço e
ao risco suportado pela empresa contratada, respeitando os
princípios da razoabilidade, proporcionalidade e modicidade,
somente sendo possível a realização do pagamento após
comprovada a realização efetiva dos serviços contratados, qual
seja, com o ingresso dos valores nos cofres públicos;

VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo


1.3 Pela aplicabilidade, com eficácia geral, da Orientação
Técnica nº 01/1997, com fundamento no princípio da
segurança jurídica e da confiança legítima, vez que a própria
Corte de Contas emprestou eficácia normativa geral ao
entendimento fixado pela orientação técnica, não sendo lícito
negar eficácia aos seus preceitos, a fim de penalizar os
jurisdicionados que agiram conforme os preceitos fixados por
este instrumento normativo.
PUBLICAÇÃO: ACÓRDÃO TC 1420/2018-PLENÁRIO, DOEL -
TCEES EM 29.10.2018; PREJULGADO nº 43, DOEL - TCEES
02.04.2019

VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo


 Considerações do Inteiro Teor do Pré Julgado 43.
• A competência tributária é política e indelegável (art. 7º,
caput, CTN), não se confundindo com a capacidade
tributária ativa, que é “administrativa e delegável”.
• Vê-se, portanto, que a transferência ou o compartilhamento
das funções de arrecadar e fiscalizar tributos a outra pessoa
jurídica de direito público não constitui delegação da
competência tributária para sua instituição, esta sim
indelegável.

VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo


• Vedada apenas a delegação da competência referente à
constituição do crédito tributário por meio do lançamento,
pois nos termos do artigo 142 do CTN, tal função compete
privativamente (exclusivamente) a autoridade administrativa,
• De outro modo, não há vedação legal para delegação das
demais funções atinentes a capacidade tributária ativa,
sendo plenamente possível que ocorra a sua delegação
mesmo que para as pessoas de direito privado e, ainda, que
eventualmente tenha contato com dados sigilosos,
obviamente está sujeito o contratado à cláusula de
confidencialidade, não podendo sob nenhum aspecto
divulgar tais informações.

VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo


• Note-se que a própria área técnica na definição proposta
quanto aos serviços de revisão das DOT’s, classificou o
serviço como sendo apenas uma “atividade de auxílio aos
Estados”, o que denota não se tratar de serviço típico e
exclusivo da Administração, sendo plenamente passíveis de
serem executados por pessoas privadas, diversamente da
maneira como propôs a área técnica que, apesar de
considerá-lo como atividade de auxílio, afirmou ser de
titularidade exclusiva do Estado.

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ADI 5611/2016
• Ajuizada pela Confederação Brasileira dos Servidores
Públicos em face da Lei Complementar 832/2016 do Estado
do Espírito Santo que tirou a exclusividade dos ocupantes
da carreira de auditor fiscal de ocupar os cargos de chefia
na Secretaria da Fazenda Estadual.
• Debate: Administração Tributária Municipal pode ter servidor
comissionado ou somente função gratificada para servidor
efetivo?

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 Roberto Tauil é contra a cargo comissionado na
fiscalização.
• Cargo comissionado não pode ter atribuição para fiscalizar;
• Assim, caso fosse comissionado, o chefe da fiscalização
teria menos poder que o fiscal propriamente dito, uma vez
que atribuição de chefia não permite a atuação de atos de
fiscalização, mas somente chefia, direção e
assessoramento;
• Interessante seria função de confiança para servidor efetivo
que amplia as atribuições e responsabilidades do cargo
efetivo.
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 Existe algum cargo na ADM TRIBUTÁRIA além dos
Fiscais Tributários e dos possíveis cargos em
comissão?
• É possível e recomendável que se criem cargos de natureza
administrativa para apoio a arrecadação e fiscalização:
gestão e manutenção dos cadastros mobiliário e imobiliário,
parcelamentos, procedimentos administrativos, restituição,
registro no sistema de gerenciamento, cancelamento de
débitos, compensações, coleta e processamento de
informações.
Francisco Ramos Mangieri.

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 Cargos distintos da fiscalização podem constituir
tributos? Realizar lançamentos?
• Segundo Francisco Ramos Mangieri a jurisprudência pátria
ainda não se manifestou sobre o tema. Conquanto, não há
qualquer dispositivo que restrinja o lançamento aos Fiscais
Tributários com exclusividade.
• Assim, é possível nos tributos de ofício que a legislação
municipal delegue a responsabilidade a outro agente público
que não fiscal tributário, nem sempre o lançamento é
materializado por uma auto de infração.
• Assim, seria possível que o chefe do setor responsável pelo
IPTU, taxas e ISS fixo, fizesse a cobrança por sua
responsabilidade desde que a lei estabeleça tal atribuição.
VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
 Assim, apesar de serem carreiras de fiscalização, cada uma
possui uma especificidade.
 A natureza do conteúdo do trabalho é distinta e a exigência
para formação e afinidade também.
 No caso da fiscalização tributária, exigiu-se carreira
específica o que não permite conciliação com outro
seguimento de fiscalização de poder de polícia.
 O desvio de função do fiscal tributário, contraria a
priorização de recursos ao setor que possui precedência
sobre os demais.
 Atuação fora das atribuições legais pode ensejar
responsabilidade por excesso de poder.
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 REFERÊNCIAS
MANGIERI, Francisco Ramos. Administração Tributária
Municipal. Eficiência e Iteligência Fiscal. Livraria do Advogado
Editora: Porto Alegre, 2015.
______. Manual do Fiscal Tributário Municipal. Editora Tributo
Municipal: Bauru-SP, 2019.
TAIUL , Roberto A. A Estrutura da Secretaria Municipal
Fazendário-Financeira. Disponível em:
http://www.consultormunicipal.adv.br/novo/finmun/0039.pdf.
Acesso em 22/04/2017.
______. ATOS ADMINISTRATIVOS FISCAIS MUNICIPAIS.
Disponível em: http://www.consultormunicipal.adv.br//.
VINICIUS BERGAMINI DEL PUPO - Auditor de Controle Externo
______. A CARREIRA DE FISCAL TRIBUTÁRIO MUNICIPAL.
Disponível em: http://www.consultormunicipal.adv.br//.
______. UM MODELO DE LEI DE PRODUTIVIDADE PARA
FISCAIS MUNICIPAIS. Disponível em:
http://www.consultormunicipal.adv.br//.
______. AS DENOMINAÇÕES DOS AGENTES FISCAIS DOS
MUNICÍPIOS. Disponível em:
http://www.consultormunicipal.adv.br//.
______. FISCAL TRIBUTÁRIO E FISCAL DE PODER DE
POLÍCIA. Disponível em:
http://www.consultormunicipal.adv.br//.

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______. FISCALIZAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA. Disponível
em: http://www.consultormunicipal.adv.br//.
______. O Poder de Polícia e a Fiscalização Municipal.
Disponível em: http://www.consultormunicipal.adv.br//.
______. O PROFISSIONALISMO NO SERVIÇO PÚBLICO.
Disponível em: http://www.consultormunicipal.adv.br//.
______. A PROMOÇÃO DO SERVIDOR PÚBLICO
MUNICIPAL. Disponível em:
http://www.consultormunicipal.adv.br//.
______. POSTURAS MUNICIPAIS E PODER DE POLÍCIA.
Disponível em: http://www.consultormunicipal.adv.br//.

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BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito
Administrativo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional,
será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao
qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado
em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis
por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta
e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;

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III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta
e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados,
do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário,
e demais entidades referidas no inciso II;
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V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais
de cujo capital social a União participe, de forma direta ou
indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso
Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
resultados de auditorias e inspeções realizadas;

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VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em
lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou
abusos apurados.

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