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Sumário
Abuso de autoridade ......................................................................................................................................... 3
Aspectos gerais .............................................................................................................................................. 3
O que foi que a lei 13.869/19 alterou?...................................................................................................... 3
Aspectos introdutórios .................................................................................................................................. 3
Sujeitos do crime e características gerais...................................................................................................... 4
Bem jurídico tutelado .................................................................................................................................... 5
Sujeito passivo ............................................................................................................................................... 5
Elemento subjetivo ........................................................................................................................................ 6
Ação penal para os crimes de abuso de autoridade ..................................................................................... 6
Resumão .................................................................................................................................................... 7
Efeitos da condenação no crime de abuso de autoridade ............................................................................ 7
Efeitos não automáticos ............................................................................................................................ 7
Penas restritivas de direitos ...................................................................................................................... 8
Resumão .................................................................................................................................................... 8
Sanções administrativas e civis ..................................................................................................................... 8
Resumão .................................................................................................................................................... 8
Procedimento da lei de abuso de autoridade ............................................................................................... 9
Crimes ............................................................................................................................................................ 9
Crimes em espécie .................................................................................................................................... 9
Pontos primordiais .............................................................................................................................. 19
Questões .......................................................................................................................................................... 20
Bateria extra de questões................................................................................................................................ 29

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LEIS ESPECIAIS
ABUSO DE AUTORIDADE
Fruto de recente inovação legislativa, é a famosa lei do abuso de autoridade.
Revogou a lei 4.898/65

ASPECTOS GERAIS
FINALIDADE
Surgiu com o intuito de modernizar a prevenção e repressão aos comportamentos
abusivos praticados por agentes públicos no desempenho de suas funções.
ORGANIZAÇÃO DA LEI (13.869/2019)
➢ 8 capítulos
Gerais = Artigos 1/8 + 39
➢ Aspectos
Especiais = Artigos 9/38

➢ Disposições finais Artigos 40 a 45

O QUE FOI QUE A LEI 13.869/19 ALTEROU?

Prisão temporária

Interceptação telefônica
Alterações Legislativas
ECA

Estatuto da OAB

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos
por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções
ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido
atribuído.

§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de


autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a
terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e


provas não configura abuso de autoridade.

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SUJEITOS DO CRIME E CARACTERÍSTICAS GERAIS
Sujeito do crime é a pessoa que vai lá e faz a burrada ação.
Crime próprio

➢ Tem que ser agente público


- E quem é agente público?
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer
agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas
não se limitando a:
I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles
equiparadas;
II - membros do Poder Legislativo;
III - membros do Poder Executivo;
IV - membros do Poder Judiciário;
V - membros do Ministério Público;
VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.

Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei,


todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput
deste artigo.

O texto de lei nunca se fez tão essencial como agora, memorize os tópicos acima.

Fique muito atento ao rol acima mencionado, pois de forma direta e objetiva ele nos diz
quem pode cometer os crimes da nova lei de abuso de autoridade.
Tendo em vista o estudo do texto legal, faz-se necessário a implementação da doutrina em
nosso estudo, então leia o trecho logo abaixo. Ele vai externar o pensamento de Renne Souza.

“As férias ou licenças não desligam os vínculos jurídicos entre o agente público
e o Estado, razão pela qual, desde que a autoridade se valha do cargo e cometa
algum abuso, pode incorrer na Lei dos Crimes de Abuso de Autoridade. De outro lado,
caso a conduta seja praticada com total desvinculação ao cargo, em ato ligado
essencialmente à vida privada do agente, não há que se falar em abuso de
autoridade.

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” Inclusive, nesta mesma seara, o entendimento que prevalece é que o servidor
aposentado não pratica abuso de autoridade, em razão de já ter desvinculado das
funções até então atribuídas.

Em arremate, relativamente aos sujeitos da infração, hodiernamente


considera-se que o advogado, durante suas ocupações habituais e rotineiras, não
pode praticar crime de abuso de autoridade (exceto se atuando nos interesses da
Administração), eis que, conforme julgamento da ADI n. 3.026/DF, o STF entendeu
que a OAB possui natureza jurídica de entidade “sui generis”/ímpar, prestando um
serviço público independente, sem enquadramento nas categorias existentes em
nosso ordenamento jurídico, e sem qualquer vinculação à Administração Direta ou
Indireta.

➢ Os crimes serão classificados como abuso de autoridade se forem:


1. No exercício da função pública
2. A pretexto de exercê-la
E o particular? Ele responde?

➢ Regra: NÃO

➢ Exceção: Salvo, se for cometido em concurso de pessoas e que o particular saiba da


condição de agente público do cara que está ajudando a cometer o crime de abuso
de autoridade.

Situação hipotética: Um cidadão descobriu que foi agraciado com o desgosto


da traição por sua companheira, inconformado o boi, cidadão quer tirar satisfação
com aquele que lhe deu essa pesada sina.
Mas pra isso, ele chama seu amigo que é policial militar na região e JUNTOS
eles acordam em fazer uma “revista” de forma nada profissional nesse cara na hora
que ele está saindo do trabalho e cometer o crime de abuso de autoridade.

Percebeu que juntou as duas necessidades da exceção acima citada?


- nos vemos no próximo caso hipotético que jamais aconteceu no Brasil.

BEM JURÍDICO TUTELADO


Primeiro vamos definir o que significa bem jurídico tutelado não é?
Trata-se daquilo que a lei visa proteger.

➢ E quais são esses bens?


1. Regular o funcionamento da administração pública em seus respectivos
aspectos

2. Garantir os direitos fundamentais da pessoa


SUJEITO PASSIVO
Se o ativo é aquele que faz (não leve pro lado da sacanagem), mas se lhe ajudar a fixar o
conteúdo pode levar.

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Sujeito passivo é aquele que sofre a ação (igual no exemplo que eu disse
pra você não pensar acima)
Mas agora já era, aprendeu.

1. Estado

2. Pessoa física ou jurídica que sejam vítimas do abuso de autoridade


ELEMENTO SUBJETIVO
Aqui tá o pulo do gato nas questões, para o crime de abuso de autoridade ser cometido, é
necessário que ele preencha alguns requisitos tais como:
DOLO + FINALIDADE ESPECÍFICA
Finalidade específica de que?
- Prejudicar outrem
- Beneficiar a si ou a 3º
- Mero capricho ou satisfação pessoal (famoso FDP)

Falei em abuso de autoridade culposo? É porque ele não existe.

A banca vai vir com uma situação hipotética (geralmente envolvendo um PRF
ou policial antigão preguiçoso que é lento na hora de fazer os procedimentos e isso
causa um prejuízo para a vítima, então a banca vai e diz que vai ser crime de abuso
de autoridade culposo dada a lerdeza do policial.
A questão vai estar o que? Errada.

➢ Depois me diz se não caiu assim...

AÇÃO PENAL PARA OS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE


Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública
incondicionada.

Só nesse trecho já temos dezenas de questões

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for


intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos
os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso
e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação
como parte principal.

§2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis)


meses, contado da data em que se esgotar o prazo para
oferecimento da denúncia.

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RESUMÃO
• - Todos os crimes são de ação penal pública incondicionada

• - A ação penal privada subsidiária da pública pode ocorrer, se a ação penal pública
não for intentada no prazo legal pelo MP. (cujo prazo é 5 dias se o réu estiver
preso e 15 dias se ele estiver solto)

• - Prazo 6 meses a contar do esgotamento (Para entrar com a A.P.P)


EFEITOS DA CONDENAÇÃO NO CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE
Art. 4º São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime,
devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos por ele sofridos;

II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função


pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;

III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.

Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são
condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são
automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.

Vamos para os esquemas de fixação.

EFEITOS DA CONDENAÇÃO
1. Obrigação de indenizar (Requerimento do ofendido)
2. Fixação valor mínimo para reparação do dano
EFEITOS NÃO AUTOMÁTICOS
➢ Inabilitação para exercício de:
- Cargo
- Mandato
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Pelo prazo de 1 a 5 anos

➢ Perda de:
- Cargo
- Mandato
- Função pública

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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de
liberdade previstas nesta Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo
prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das
vantagens;
III - (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas
autônoma ou cumulativamente.
RESUMÃO
➢ Prestação de serviços à:
- Comunidades
- Entidades públicas

➢ Suspensão do exercício de
- Cargo
- Mandato
- Função
Pelo prazo de 1 a 6 MESES + Perda de vencimentos e vantagens

SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E CIVIS


Estamos diante dos artigos 6º ao 8º.
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa
cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que
descreverem falta funcional serão informadas à autoridade
competente com vistas à apuração.
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes
da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a
autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo
criminal.
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no
administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido
o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
RESUMÃO
➢ Princípio da independência das instâncias (Via de regra)

Administrativa

Independência Penal Tríplice responsabilidade

Civil

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➢ Exceções
1. Juízo criminal decidiu sobre a inexistência ou autoria do fato
- (Não será questionado no âmbito civil ou administrativo)

2. Sentença reconheceu excludentes de ilicitude


- (Faz coisa julgada nos âmbitos administrativo e civil).
Então fica ligado no âmbito penal, pois ele que é a fonte de questões.

PROCEDIMENTO DA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE


Antes de começarmos nos crimes (artigo 9º) Permita-me apresentá-lo as opções de
procedimentos disponíveis na presente lei
(sentiu a formalidade da escrita? Me senti o machado de Assis agora)

➢ Detenção
- 6 meses a 2 anos = Lei 9.099/95 (Procedimento sumaríssimo)

➢ Detenção (de novo)


- 1 ano a 4 anos = de acordo com o CPP

CRIMES
➢ Elemento subjetivo = Dolo + Finalidade específica

➢ Conduta = ou vai ser por ação (Regra) ou por uma omissão (Deixar de fazer)
Sempre lembrando da finalidade específica.

➢ Objeto material = Vítimas do abuso (PF ou PJ)


Agora sim vamos começar o estudo dos crimes, se eu não falar de algum crime,
é porque ele foi vetado. aqui você vai ter que se apegar a muito texto de lei e fé.
Principalmente esse último item.

você ao ver a quantidade de crimes dessa lei

CRIMES EM ESPÉCIE
ARTIGO 9º
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta
desconformidade com as hipóteses legais:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária


que, dentro de prazo razoável, deixar de:
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de
conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;

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III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando
manifestamente cabível.

RESUMÃO
➢ Sujeito ativo = Autoridade judiciária/Delegado de polícia.

➢ Condutas
1) Caput (Comissivo = fazer)
2) Parágrafo único (Omissivo = adivinha só...)

➢ Caput = Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade


com as hipóteses legais

➢ Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de


prazo razoável (48h) deixar de
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal (Quem relaxa prisão
ilegal é juiz e não policial penal)

II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de


conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando


manifestamente cabível.
ARTIGO 10º
Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado
manifestamente descabida ou sem prévia intimação de
comparecimento ao juízo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
➢ Sujeito ativo = Quem tiver essa atribuição
(Pode ser Juiz, , Ministério público, Delegado, CPI)

ARTIGO 12º
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante
à autoridade judiciária no prazo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:


I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão
temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;

II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa


e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;

III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro)


horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da
prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;

IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão


temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de
internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de

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executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
legal

Alguns crimes vamos tratar na marcação direta do texto de lei, esse é um deles.

ARTIGO 13 º
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave
ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade
pública;
II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não
autorizado em lei;
III - (VETADO).
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:
(Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo
da pena cominada à violência.

https://www.youtube.com/watch?v=9lEgzeBqH08 exemplo clássico.

Tome cuidado com esse artigo 13º, pois a banca vai querer misturar com a lei de tortura
(9.455/97)
TEXTO DE LEI (9.455/97)
“Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima
ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com


emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a


medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio
da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida
legal.”

A diferença está na intensidade, a tortura é mais intensa. Mas a analise da


questão deve ser criteriosa para que você não perca por bobeira.

ARTIGO 15 º
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em
razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar
segredo ou resguardar sigilo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).

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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o
interrogatório: (Promulgação partes vetadas)
I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou
defensor público, sem a presença de seu patrono.

ARTIGO 18º
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período
de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele,
devidamente assistido, consentir em prestar declarações:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa

ARTIGO 19º
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito
de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação da
legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente


do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências
tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a
prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.
ARTIGO 20º
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do
preso com seu advogado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu


solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente
com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de
audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se
durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de
audiência realizada por videoconferência.

ARTIGO 21º
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou
espaço de confinamento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma


cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em
ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Beleza, sexos diferentes e idades em suas respectivas celas. Mas e se eu


prender alguém que faça parte do grupo LGBT? (tem outras denominações mas vamos nos
ater a mais conhecida)
A resposta é muito simples...seguiremos a lei e ela diz o seguinte.

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"Art. 1º - Estabelecer os parâmetros de acolhimento de LGBT em
privação de liberdade no Brasil.
Parágrafo único - Para efeitos desta Resolução, entende-se por
LGBT a população composta por lésbicas, gays, bissexuais,
travestis e transexuais, considerando-se:

CATEGORIA DEFINIÇÃO
Lésbicas Mulheres que se relacionam afetiva e sexualmente com outras mulheres.
Gays Homens que se relacionam afetiva e sexualmente com outros homens.
Bissexuais Pessoas que se relacionam afetiva e sexualmente com indivíduos de ambos os sexos.
Pessoas que são fisiologicamente do sexo masculino, mas que socialmente se apresentam no
Travestis gênero feminino.
Transexuais Pessoas que possuem identidade de gênero psicologicamente diferente de seu sexo biológico.

Reforçando...eu sei que tem diversas outras denominações e todas devem ser
respeitadas, mas estamos seguindo o critério atendido na lei.

Art. 2º - A pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade


tem o direito de ser chamada pelo seu nome social, de acordo com o
seu gênero. Parágrafo único - O registro de admissão no
estabelecimento prisional deverá conter o nome social da pessoa
presa.
Art. 3º - Às travestis e aos gays privados de liberdade em unidades
prisionais masculinas, considerando a sua segurança e especial
vulnerabilidade, deverão ser oferecidos espaços de vivência
específicos.
§ 1º - Os espaços para essa população não devem se destinar à
aplicação de medida disciplinar ou de qualquer método coercitivo. §
2º - A transferência da pessoa presa para o espaço de vivência
específico ficará condicionada à sua expressa manifestação de
vontade.
Art. 4º - As pessoas transexuais masculinas e femininas devem ser
encaminhadas para as unidades prisionais femininas. Parágrafo
único - Às mulheres transexuais deverá ser garantido tratamento
isonômico ao das demais mulheres em privação de liberdade.
Art. 5º - À pessoa travesti ou transexual em privação de liberdade
serão facultados o uso de roupas femininas ou masculinas, conforme
o gênero, e a manutenção de cabelos compridos, se o tiver,
garantindo seus caracteres secundários de acordo com sua
identidade de gênero."

Então fique bem atento pois se numa situação prática/questão estivermos


diante da prisão de travesti, deverá ser respeitada a identidade social (nome
social, de acordo com a gênero) e ser recolhida em cela feminina.

ARTIGO 22º
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à
revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências,
ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo,
quem:
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a
franquearlhe o acesso a imóvel ou suas dependências;
II - (VETADO);
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h
(vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).

§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou


quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do
ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.

ARTIGO 23º
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de
investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta


com o intuito de:
I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso
praticado no curso de diligência;
II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações
incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do
processo.

Aqui, nós temos uma modalidade especial por assim dizer da fraude processual.
Onde o sujeito ativo vai inovar a cena do crime para se safar, incriminar outro,
atenuar a situação...e assim vai.

ARTIGO 24º
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário
ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir
para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim
de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.

Somente existirá a infração se o agente já sabia que o agente estava morto.


Como o cara vai provar isso? Não sabemos, mas seguimos a letra de lei.

ARTIGO 25º
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em


desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de
sua ilicitude.
ARTIGO 26º

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Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento
investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
funcional ou de infração administrativa:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância


ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.

ARTIGO 28º
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a
prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida
privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa

A intenção aqui é ter acesso ao conteúdo que realmente interesse à persecução


penal.
Se no meio da interceptação, o investigado solta palavras que possam
incentivar o decoro popular (como uma traição, condutas escandalosas) isso não
deve ser divulgado.

ARTIGO 29º
Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,
policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de
investigado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (VETADO).

ARTIGO 30º
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou
administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

ARTIGO 31º
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-
a em prejuízo do investigado ou fiscalizado:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo


para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma
imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
fiscalizado.
ARTIGO 32º
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos
autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao
inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a
obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a

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diligências em curso, ou que indiquem a realização de diligências
futuras, cujo sigilo seja imprescindível:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

ARTIGO 33º
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o
dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou


função pública ou invoca a condição de agente público para se eximir
de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio indevido.
ARTIGO 36º
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos
financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor
estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a
demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de
corrigi-la:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
ARTIGO 37º
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
ARTIGO 38º
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de
comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
concluídas as apurações e formalizada a acusação: (Promulgação
partes vetadas)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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RESUMO QUE AJUDA A MATAR MUITAS QUESTÕES SOBRE O TEMA DA
NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE

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• Dolo específico de prejudicar outrem, beneficiar a si mesmo ou a terceiros, mero
capricho ou satisfação pessoal.
• Abrange todos os servidores públicos no seu sentido amplo.
• Ação penal pública incondicionada.
• É admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for intentada no
prazo legal. o prazo para intenta-la será de 6 meses a partir da data em que se
esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
EFEITOS DA CONDENAÇÃO

• Tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado, devendo o juiz, a


requerimento do ofendido, fixar o valor mínimo a ser indenizado.
Inabilitação para o exercício do cargo, emprego ou função pelo prazo de 1 a 5
anos (efeito condicionado à reincidência especifica, não sendo automático e declarado
motivadamente na sentença)

Perda do cargo, emprego ou função pública. (efeito condicionado à reincidência


especifica, não sendo automático e declarado motivadamente na sentença)

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

• Prestação de serviços à comunidade e entidades públicas


• Suspensão da função pública pelo período de 1 a 6 meses com perda dos
vencimentos e vantagens
Dica do concurseiro
As penas restritivas de direito poderão ser aplicadas conjunta ou isoladamente entre
si

SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

• As sanções de natureza penal, civil e administrativa serão independentes entre si.


• As notícias de crimes que descrevem falta funcional serão informadas à
autoridade competente para apuração
• A existência da autoria do fato não será questionada quando decidida em juízo
criminal.
• Faz coisa julgada no âmbito civil e administrativo disciplinar, a sentença penal
que reconhecer ter sido o ato praticado sob algumas das excludentes de ilicitude
CRIMES E PENAS

• Não há pena de reclusão nos crimes de abuso de autoridade


QUANTUM DAS PENAS
• Detenção de 1 a 4 anos além da pena de multa
• Detenção de 6 meses a 2 anos além da pena de multa
OBS: PODEM SER APLICADAS PENAS CORRESPONDENTES À VIOLÊNCIA

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PONTOS PRIMORDIAIS

1. Súmula 172 STJ- Compete a justiça COMUM processar e julgar militar por crime de
abuso de autoridade, ainda que praticado em Serviço.
2. Crimes de abuso de autoridade são de ação pública incondicionada
3. Horário forense - 8h às 18h.
4. Horário que configura abuso de autoridade 21h às 05h.
5. Não há crime culposo na lei de abuso de autoridade
6. funcionário público exonerado ou aposentado não pode cometer abuso de autoridade.(
caso esteja sozinho) olhe o tópico 15.
7. Cabe suspensão condicional do processo para todos os crimes previstos na lei de abuso
de autoridade
8. Todos os crimes são Detenção + multa.
9. Não há reclusão.
10. Tutela mais de um bem jurídico (Pluriofensivo).
11. Não existe regime fechado.
12. Todas as penas são de detenção de 1 a 4 anos ou detenção de 6 meses a 2 anos .
13. Não admite modalidade TENTADA.
14. para ser abuso de autoridade tem que ser MPB:

- MERO CAPRICHO/ SATISFAÇÃO PESSOAL

- PREJUDICAR OUTREM.

- BENEFICIAR A SI MESMO OU A TERCEIRO.

15. Particular pratica abuso de autoridade se agir em concurso com autoridade pública.
16. todos os crimes são próprios ou seja exigem qualidade especial do sujeito ativo.
17. Cabe ação privada Subsidiária da publica. Será exercido no prazo de 6 meses contado
da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. 5 dias preso / 15
dias solto.
18. Policial que comete abuso de autoridade responde na justiça comum.
19. a divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas NÃO configura
abuso de autoridade.

19
leve a reviver situação
QUESTÕES estigmatizante.
d) obrigar o preso a passar pelo
ABUSO DE AUTORIDADE - LEI Nº procedimento de reconhecimento
13.869/2019 pessoal.
1. (PC-RR) e) requisitar instauração de
Nos termos da Lei nº 13.869/2019, investigação preliminar sumária,
configura crime de abuso de autoridade ainda que justificada, de infração
a) deixar de entregar ao preso, penal em desfavor de alguém,
imediatamente, a nota de culpa, quando não houver indício da
assinada pela autoridade, com o prática de crime, de ilícito funcional
motivo da prisão e os nomes do ou de infração administrativa.
condutor e das testemunhas. 3. (POLITEC-RO)
b) prosseguir com o interrogatório de Constitui crime de abuso de autoridade
pessoa que tenha optado por ser cometido por agente público
assistida por advogado, sem a a) decretar, de forma descabida, a
presença de seu patrono. condução coercitiva de testemunha.
c) submeter a pessoa, presa em b) constranger a prestar depoimento
flagrante, a interrogatório policial, pessoa que, em razão de função,
durante o período de repouso ministério, ofício ou profissão, deva
noturno. guardar segredo.
d) impedir a entrevista pessoal e c) retardar o envio de pleito de preso à
reservada do preso com seu autoridade judiciária competente.
advogado, ainda que de modo d) deixar de comunicar ao juiz, sem
justificado. justificativa, prisão em flagrante.
e) adentrar, mediante consentimento e) impedir a entrevista pessoal e
do ocupante, imóvel alheio ou suas reservada do preso com seu
dependências, ou nele permanecer advogado.
nas mesmas condições, sem
4. (PC-MT)
determinação judicial. Em consonância com a legislação penal
2. (PC-ES) vigente, a autoridade responsável pela
Configura crime de abuso de autoridade custódia, que prolongar a execução de
prisão temporária, deixando, sem
a) submeter o preso a interrogatório motivo justo e excepcionalíssimo, de
durante o repouso noturno, mesmo promover a soltura do preso quando
que ele tenha sido capturado em esgotado o prazo judicial ou legal,
flagrante delito. incorre em crime
b) invadir clandestinamente imóvel a) contra a incolumidade pública.
alheio, sem determinação judicial, b) contra a administração pública.
ainda que fundados indícios c) contra a fé pública.
indiquem a necessidade do ingresso d) contra a honra.
em razão de situação de flagrante e) de abuso de autoridade.
delito.
5. (PM-MT)
c) submeter a vítima de infração penal De acordo com a Lei nº 13.869/2019, que
a procedimento desnecessário que a dispõe sobre os crimes de abuso de

20
autoridade, haverá crime quando o pelo período de 2 (dois) a 8 (oito)
agente policial anos.
a) cumprir mandado de busca e e) O sujeito ativo do crime de abuso de
apreensão domiciliar depois das 5 h autoridade poderá ser condenado à
(cinco horas) e antes das 21 h (vinte pena restritiva de direitos cumulada
e uma horas). com a privativa de liberdade.
b) ingressar, à revelia da vontade do 7. (PM-MT)
ocupante, em imóvel alheio ou suas Tendo em vista as disposições gerais da
dependências. Lei nº 13.869/2019, que define os crimes
c) permanecer em imóvel alheio ou de abuso de autoridade,
suas dependências, sem é INCORRETO afirmar:
determinação judicial, para prestar a) Constitui crime de abuso de
socorro. autoridade a conduta praticada pelo
d) ingressar em imóvel alheio ou suas agente público com a finalidade
dependências, quando houver específica de beneficiar a si mesmo
fundados indícios de situação de ou a terceiro.
flagrante delito. b) O agente público, servidor ou não,
e) adentrar imóvel alheio ou suas que, no exercício de suas funções ou
dependências, quando houver a pretexto de exercê-las, abuse do
fundados indícios da necessidade do poder que lhe tenha sido atribuído,
ingresso em razão de desastre. comete crime de abuso de
autoridade.
6. (PM-MT)
Segundo os dispositivos da Lei nº c) Constitui crime de abuso de
13.869/2019, que define os crimes de autoridade a conduta praticada pelo
abuso de autoridade, acerca dos efeitos agente público com a finalidade
da condenação e das penas restritivas de específica de prejudicar outrem.
direitos, assinale a afirmativa correta. d) A divergência na interpretação de lei
a) As penas restritivas de direitos ou na avaliação de fatos e provas
podem ser aplicadas autônoma ou pode configurar abuso de
cumulativamente. autoridade.
b) Deve o Juiz, a requerimento do e) Constitui crime de abuso de
ofendido, fixar na sentença o valor autoridade a conduta praticada pelo
máximo para reparação dos danos agente público por mero capricho ou
causados pelo crime, considerando o satisfação pessoal.
caráter punitivo da obrigação de
8. (POLICIAL PENAL – AC)
indenizar. Conforme a Lei nº 13.869/2019, que
c) A perda do cargo, do mandato ou da dispõe sobre os crimes de abuso de
função pública decorre autoridade, assinale a alternativa
automaticamente da condenação por CORRETA
crime de abuso de autoridade. É considerado crime de abuso de
d) Em caso de reincidência em crime de autoridade:
abuso de autoridade, é prevista pena
de inabilitação para o exercício de a) submeter o preso a interrogatório
cargo, mandato ou função pública, policial durante o período de
repouso diurno. (Art. 18)

21
b) deixar justificadamente de um a seis meses, com a perda dos
comunicar prisão em flagrante à vencimentos e das vantagens.
autoridade judiciária no prazo legal.
(Art. 12) 10. (PC-SP)
c) constranger o preso ou o detento, Hércules, delegado de polícia, efetuou
mediante violência, grave ameaça ou uma prisão em flagrante delito, mas
redução de sua capacidade de deixou de comunicar ao juiz competente,
resistência, a submeter-se a situação de imediato, a prisão da pessoa, mesmo
vexatória ou a constrangimento não estando obrigado a fazê-lo. Segundo as
leis brasileiras, essa omissão de
autorizado em lei. (Art. 13)
Hércules constitui crime de
d) decretar medida de privação da
liberdade em conformidade com as a) omissão delituosa.
hipóteses legais. (Art. 9º) b) tortura
e) manter presos do mesmo sexo na c) omissão de socorro.
mesma cela ou espaço de d) abuso de autoridade.
confinamento. (Art. 21) e) usurpação de poder

9. (PC-PA)
Referente à Lei de Abuso de Autoridade
(Lei nº 13.869/2019), assinale a
alternativa INCORRETA. 11. (PC-PB)
a) A divergência na interpretação de lei Considerando que um cidadão, vítima de
prisão abusiva, tenha apresentado sua
ou na avaliação de fatos e provas não
representação, na Corregedoria da
configura abuso de autoridade. Polícia Civil, contra o delegado que a
b) Os crimes previstos nessa Lei são de realizou, assinale a opção correta quanto
ação penal pública incondicionada. ao direito de representação e ao
c) São possíveis efeitos da condenação, processo de responsabilidade
dentre outros, a inabilitação para o administrativa, civil e penal no caso de
exercício de cargo, mandato ou crime de abuso de autoridade.
função pública, pelo período de um a a) Eventual falha na representação
oito anos. obsta a instauração da ação penal.
d) A perda do cargo, do mandato ou da b) A ação penal é pública
função pública, como efeito da incondicionada.
condenação, está condicionada à c) A representação é condição de
ocorrência de reincidência em crime procedibilidade para a ação penal.
de abuso de autoridade e não é d) A referida representação deveria ter
automática, devendo ser declarada sido necessariamente dirigida ao
motivadamente na sentença. Ministério Público (MP).
e) Entre as possíveis penas restritivas e) Se a representação apresentar
de direitos substitutivas das qualquer falha, a autoridade que a
privativas de liberdade, está a recebeu não poderá providenciar,
suspensão do exercício do cargo, da por outros meios, a apuração do fato.
função ou do mandato, pelo prazo de

22
12. (PC-MS) c) V, F, V, V e F.
Diante do que dispõe a Lei nº d) V, F, F, F e V.
13.869/2019, julgue as afirmações e) F, F, V, V e V.
abaixo, indicando F, para a que for falsa,
e V, para a verdadeira. 13. (PC-MS)
Sobre a Lei n o 13.869/19 (Abuso de
( ) As condutas descritas na Lei nº autoridade), analise as proposições a
13.869/2019 constituem crime de seguir.
abuso de autoridade apenas nas
hipóteses em que o agente as pratica I - Reputa-se agente público somente
por mero capricho ou satisfação aquele que exerce de forma
pessoal. permanente, ainda que por eleição,
nomeação, designação, contratação
( ) Configura crime a conduta do ou qualquer outra forma de
agente público que, por mero investidura ou vínculo, mandato,
capricho ou satisfação pessoal, inovar cargo, emprego ou função em órgão
artificiosamente, no curso de ou entidade abrangidos pela lei
diligência, de investigação ou de 13.869/19.
processo, o estado de lugar, de coisa II - As responsabilidades civil e
ou de pessoa, com o fim de eximir-se administrativa são independentes da
de responsabilidade ou de criminal, não se podendo mais
responsabilizar criminalmente questionar sobre a existência ou a
alguém ou agravar-lhe a autoria do fato quando essas
responsabilidade. questões tenham sido decididas no
juízo criminal.
( ) Comete crime o agente público III - Segundo a Lei 13.869/19, é
que, por satisfação pessoal, mantém considerada crime a conduta de
presos de ambos os sexos na mesma prestar informação falsa sobre
cela ou espaço de confinamento. procedimento judicial, policial, fiscal
ou administrativo, com o fim de
( ) Incorre na prática de crime o prejudicar interesse de investigado.
agente público que, com a finalidade IV - Nos termos do art. 8º da Lei
específica de beneficiar a terceiro, 13.869/19, as penas restritivas de
constrange, sob violência ou grave direitos substitutivas das privativas
ameaça, funcionário ou empregado de liberdade podem ser aplicadas
de instituição hospitalar pública ou apenas de forma autônoma a outras
privada a admitir para tratamento penas previstas no mesmo diploma
pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, legal.
com o fim de alterar local ou
momento de crime, prejudicando sua Assinale a alternativa correta.
apuração. a) Apenas II e IV, estão corretas
b) Apenas I e II, estão corretas.
( ) É sujeito ativo do crime de abuso
de autoridade qualquer agente c) Apenas II e III, estão corretas.
público, mas desde que seja servidor. d) Apenas III e IV, estão corretas.
e) Apenas IV e I, estão corretas.
A sequência correta de
preenchimento dos parênteses, de
cima para baixo, é: 14. De acordo com a Lei n°
13.869/2019, que dispõe sobre os
a) F, V, F, V e F.
crimes de abuso de autoridade,
b) F, V, V, V e F.

23
a) admite-se a modalidade culposa do crime de abuso de autoridade,
delito, no caso de demora demasiada devendo ser declarada,
no exame de processo, em prejuízo motivadamente na sentença,
de réu preso. a) a inabilitação para o exercício de
b) agentes honoríficos não podem ser cargo, mandato ou função pública,
sujeitos ativos dos crimes previstos pelo período de 1 (um) a 5 (cinco)
na lei. anos.
c) a pena de perda do cargo, do b) a prestação de serviços à
mandato ou da função pública comunidade ou a entidades públicas,
somente é aplicável em caso de pelo período de 12 (doze) a 36
reincidência em crime de abuso de (trinta e seis) meses.
autoridade. c) a suspensão do exercício do cargo, da
d) caso haja aplicação concomitante de função ou do mandato, pelo prazo de
pena de suspensão do exercício do 1 (um) a 4 (quatro) anos, com a
cargo público na esfera penal e na perda dos vencimentos e das
esfera administrativa, prevalecerá a vantagens.
pena de maior extensão. d) a perda do cargo, do mandato ou da
e) as únicas situações de influência da função pública, desde que precedido
decisão criminal na esfera civil e de processo administrativo
administrativa dizem respeito às disciplinar conduzido pela
questões relativas à existência ou à controladoria-geral do ente público a
autoria do fato delituoso, quando que pertencer o agente público.
decididas no juízo criminal. e) a obrigação de indenizar o dano
causado pelo crime, devendo o juiz
15. Tibério, servidor público, sofreu
condenação por reincidência no fixar na sentença o valor mínimo de
crime de abuso de autoridade em vinte salários mínimos para
maio de 2022, ficando inabilitado reparação dos danos causados pela
para o exercício de cargo público infração, independentemente dos
pelo tempo máximo previsto em prejuízos sofridos pelo ofendido.
lei, conforme declarado em
sentença. De acordo com a
legislação aplicável, Tibério 17. Em relação à Lei de Abuso de
sofrerá o impedimento até o ano Autoridade (Lei no 13.869/2019),
de: considere o tipo penal de seu art.
a) 2024. 28 – “Divulgar gravação ou trecho
b) 2026. de gravação sem relação com a
prova que se pretenda produzir,
c) 2027.
expondo a intimidade ou a vida
d) 2030.
privada ou ferindo a honra ou a
e) 2032. imagem do investigado ou
16. Consoante dispõe a Lei nº acusado” –, e assinale a alternativa
13.869/2019, que trata dos crimes correta.
de abuso de autoridade, é efeito a) Quando a divulgação da gravação
não automático da condenação em ocorre por imprudência ou
relação aos crimes previstos na negligência do agente em sua
citada lei, condicionado à
ocorrência de reincidência em

24
atuação funcional, a infração penal o juiz, a requerimento do ofendido,
pode ser punida a título de culpa. fixar na sentença o valor mínimo
b) Em razão do bem jurídico protegido para reparação dos danos causados
(intimidade e honra da pessoa), a pela infração, considerando os
ação penal para esse delito é pública prejuízos por ele sofridos;
condicionada à representação do e) reparar os danos materiais e morais
ofendido. eventualmente sofridos pela vítima,
c) Somente membros do Poder que terá legitimidade concorrente
Judiciário, do Ministério Público e da com o Ministério Público para
Polícia podem ser sujeitos ativos promover a ação penal e a correlata
desse crime. ação civil indenizatória.
d) A reincidência em crime de abuso de 19. (POLÍCIA PENAL – PA)
autoridade é condição para a perda Determinado agente público deixou,
do cargo ao réu condenado por essa injustificadamente e por mero capricho,
infração penal. de comunicar prisão em flagrante à
e) Para a configuração dolosa desse autoridade judiciária no prazo legal.
tipo penal, não se exige especial Neste caso, é correto afirmar, à luz da Lei
n.º 13.869, de 5 de setembro de 2019, e
finalidade de agir.
suas alterações:
a) O fato é atípico.
18. Antônio, servidor público federal, b) Há na lei previsão expressa de
no exercício da função e de forma redução da pena pela metade caso o
livre e consciente, constrangeu a crime tenha sido praticado na
depor, sob ameaça de prisão,
modalidade culposa.
pessoa que, em razão de profissão,
devia guardar segredo e c) A pena é de detenção, de 6 (seis)
resguardar sigilo. Com base na Lei meses a 2 (dois) anos, e multa.
de Abuso de Autoridade, Antônio d) Embora o fato seja típico, não pode
respondeu à ação penal na ser considerado crime de abuso de
qualidade de réu primário e foi autoridade.
condenado à pena privativa de
liberdade e multa. 20. (POLÍCIA PENAL – PA)
Elano, servidor público, praticou, no
No caso em tela, de acordo com a exercício de suas funções, conduta que se
Lei nº 13.869/2019, é efeito da enquadra em um dos crimes tipificados
condenação: na Lei n.º 13.869, de 5 de setembro de
2019, e suas alterações. Essa mesma
a) a inabilitação para o exercício de
conduta também é considerada violação
cargo, mandato ou função pública, a dever funcional, passível de sanção na
pelo período de oito anos; esfera administrativa, além de ter
b) a suspensão dos direitos políticos, causado danos indenizáveis a terceiro.
pelo período de oito anos; Nesse caso, é correto “afirmar, conforme
c) a perda do cargo público e a a Lei n.º 13.869, de 5 de setembro de
2019:
inabilitação para o exercício de
cargo, mandato ou função pública, de a) A ação penal somente pode ser
forma perpétua; intentada se forem também
d) tornar certa a obrigação de indenizar adotadas as medidas judiciais para
o dano causado pelo crime, devendo apuração da responsabilidade

25
administrativa e da conduta descrita na lei penal
responsabilidade civil. incriminadora. Pode ser sujeito ativo no
b) Em razão da independência entre as crime de abuso de autoridade:
esferas criminal, administrativa e a) Quem exerce cargo, emprego ou
civil, a notícia do crime que também função pública, de natureza civil, ou
descreve falta funcional não poderá militar, apenas permanentemente.
ser informada à autoridade b) Quem exerce cargo, emprego ou
competente com vistas à apuração. função pública, de natureza civil, ou
c) Se ficar decidido no juízo criminal militar, ainda que transitoriamente e
que Elano não praticou o ato, isso sem remuneração.
não poderá ser mais questionado no c) Quem exerce cargo, emprego ou
âmbito civil. função pública, de natureza civil, ou
d) Além de independentes, as esferas militar, ainda que transitoriamente,
criminal, administrativa e civil são porém apenas se mediante
incomunicáveis, pelo que caso fique remuneração.
constatado que Elano praticou o ato d) Quem exerce cargo, emprego ou
em legítima defesa, a sentença penal função pública, ou privada de
não fará coisa julgada em âmbito natureza civil, ou militar, ainda que
cível e no administrativo- transitoriamente, porém apenas se
disciplinar. mediante remuneração.
21. (GUARDA MUNICIPAL -PR) 23. (AGENTE DE TRÂNSITO – SP)
Considerando-se a Lei nº 13.869/2019, A Lei de Abuso de Autoridade diz que a
sobre os crimes e as penas de abuso de conduta consistente em “submeter
autoridade, assinalar a alternativa que pessoa sob sua guarda ou custódia a
preenche a lacuna abaixo vexame ou a constrangimento não
CORRETAMENTE: autorizado em lei” é crime de abuso de
Decretar a condução coercitiva de autoridade. Quanto ao crime de abuso de
testemunha ou investigado, autoridade, assinale a alternativa
manifestamente descabida ou sem prévia correta:
intimação de comparecimento ao juízo, a) O funcionário público exonerado ou
terá pena de _________________.
aposentado não pode cometer o
a) detenção, de um a quatro anos, e crime de abuso de autoridade.
multa b) O funcionário público exonerado ou
b) multa, apenas aposentado pode cometer o crime de
c) detenção, de quatro a oito anos, abuso de autoridade em qualquer
apenas hipótese.
d) detenção, de um a quatro anos, c) O funcionário público exonerado ou
apenas aposentado só pode cometer o crime
e) detenção, de quatro a sete anos, e de abuso de autoridade se invocar
multa seu antigo cargo praticá-lo.
d) O funcionário público exonerado ou
aposentado não pode cometer o
22. (AGENTE DE TRÂNSITO - SP) crime de abuso de autoridade apenas
O sujeito ativo de uma infração penal é se a vítima não souber da situação de
aquele que comete o crime, praticando a aposentadoria.

26
24. (GUARDA MUNICIPAL – PB) é chamado a depor pela autoridade
Está preconizado no art. 2º da Lei nº policial. Ao comparecer, opta por ser
13.869/19, “é sujeito ativo do crime de assistido por seu advogado. Todavia,
abuso de autoridade qualquer agente enquanto aguarda a chegada do patrono,
público, servidor ou não, da é constrangido pela autoridade policial,
administração direta, indireta ou que passa a fazer insinuações no sentido
fundacional de qualquer dos Poderes da de que, se Marcelo não colaborasse, não
União, dos Estados, do Distrito Federal, desse seu depoimento logo, poderia sair
dos Municípios e de Território, dali preso. Nessa hipótese, assinale a
compreendendo, mas não se limitando alternativa correta.
a”: a) Embora não tenha agido
I. Servidores públicos e militares ou pessoas corretamente, a autoridade policial
a eles equiparadas. não praticou crime algum, pois, na
II. Membros do Poder Legislativo. fase pré-processual, é possível
III. Membros do Poder Executivo. inquirir pessoas sem a presença de
IV. Membros do Poder Judiciário. advogado.
V. Membros do Ministério Público. b) Não houve prática de delito no caso
VI. Membros dos tribunais ou conselhos de
em tela, pois, na fase pré-processual,
contas.
não há previsão de contraditório
Estão CORRETAS: nem ampla defesa.
c) Agiu corretamente a autoridade
a) III, IV, V e VI.
policial, pois a falta de cooperação do
b) I, II, V e VI.
indiciado traduz comportamento
c) I, II, III, IV e V.
que deve ser reprimido.
d) I, II, III, IV, V e VI.
d) Na hipótese, somente ocorreria
e) II, III, IV, V e VI.
delito previsto na lei de abuso de
25. (GUARDA MUNICIPAL – CE) autoridade se o delegado realizasse o
Com base em lei de abuso de autoridade, constrangimento mediante violência
é sujeito ativo do crime de abuso de
ou grave ameaça.
autoridade qualquer agente público,
servidor ou não, da administração e) A autoridade policial praticou delito
direta, indireta ou fundacional de previsto na lei de abuso de
qualquer dos Poderes da União, dos autoridade. Embora seja possível
Estados, do Distrito Federal, dos inquirir pessoas sem a presença de
Municípios e de Território, advogado na fase pré-processual,
compreendendo, mas não se limitando a: sua presença se impõe quando
a) Servidores públicos e militares ou investigado fizer essa opção.
pessoas a eles equiparadas
27. (PEFOCE)
b) Membros do Poder Legislativo Ivo foi preso em flagrante pela prática de
c) Membros do Poder Executivo delito de roubo com emprego de arma de
d) As alternativas "a", "b"e "c" estão fogo. Mesmo após 24 horas do flagrante,
erradas e sem qualquer justificativa, a
e) As alternativas "a", "b"e "c" estão autoridade policial ainda não havia feito
corretas a necessária comunicação da prisão em
flagrante à autoridade judiciária. Nessa
26. (PEFOCE) hipótese, é correto afirmar que
Marcelo, indiciado em inquérito policial
que apura prática de delito de extorsão,

27
a) a atitude da autoridade policial GABARITO
configura crime previsto na lei de
1–B
abuso de autoridade; crime omissivo
2–C
próprio que inadmite tentativa, 3–D
consumando-se com a mera 4–E
omissão. 5–B
b) a atitude da autoridade policial 6–A
configura crime previsto na lei de 7–D
abuso de autoridade, mas na 8–C
9–C
modalidade tentada, pois o prazo
10 – D
para a comunicação da prisão ainda 11 – B
não expirou com as 24 horas. 12 – B
c) a autoridade policial não praticou 13 – C
crime algum, mas a prisão em 14 – C
flagrante será considerada ilegal e, 15 – C
16 – A
portanto, deverá ser imediatamente
17 – D
relaxada. 18 – D
d) a autoridade policial não praticou 19 – C
crime algum, mas será possível ao 20 – C
defensor de Ivo entrar com pedido 21 – A
de habeas corpus em virtude da 22 – B
ilegalidade da prisão. 23 – A
24 – D
e) a autoridade policial praticou crime
25 – E
de constrangimento ilegal e cárcere 26 – E
privado; além disso, a prisão será 27 – A
considerada ilegal e poderá anular
todo o processo.

28
4) SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: O diretor de
BATERIA EXTRA DE um estabelecimento prisional federal
ordenou aos agentes penitenciários que
QUESTÕES proibissem o banho de sol e o
recebimento de visitas nos horários
regulamentares para constranger os
ABUSO DE AUTORIDADE presos e manter a disciplina.
As questões abaixo são ASSERTIVA: Nessa situação, se
para você julgar como certa ou cumprirem a ordem dada, os agentes
errada.
penitenciários deverão responder por
crime de abuso de autoridade, mesma
Julgue o item que se segue, relativos acusação que se deverá estender ao
a execução penal, desarmamento, diretor.
abuso de autoridade e evasão de
dívidas. 5) SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Em seu local de
trabalho, um servidor público federal,
1) Eventual ato de delegado da PF de agente de segurança, se desentendeu
impedir advogado de assistir seu cliente com um cidadão e desferiu um soco na
em interrogatório configuraria crime de direção do rosto deste, mas, por
abuso de autoridade. circunstâncias alheias à sua vontade, foi
bloqueado por outro colega de trabalho
2) Cada item a seguir apresenta uma que segurou-lhe o braço.
situação hipotética seguida de uma ASSERTIVA: Nessa situação, o agente de
assertiva a ser julgada de acordo com o segurança deverá responder pelo delito
Código Penal, com a legislação penal de tentativa de abuso de autoridade.
extravagante e com a jurisprudência do
STJ. 6) Com base na Lei Antitortura e na Lei
Durante fiscalização em sociedade de contra Abuso de Autoridade, julgue os
economia mista, policiais federais que itens subsequentes.
acompanhavam a operação perceberam que O particular que atuar em coautoria ou
um dos empregados daquela sociedade participação com uma autoridade
portava ilegalmente arma de fogo de uso pública no cometimento de crime de
permitido. Na delegacia de polícia, embora abuso de autoridade não responderá por
tenha verificado que se tratava de hipótese esse crime porque não é agente público.
de arbitramento de fiança e que o flagrado
se dispunha a recolhê-la, a autoridade 7) Nos crimes de abuso de autoridade, a
policial preferiu não arbitrar a fiança, e ação é pública condicionada à
remeteu o auto de prisão em flagrante delito representação da vítima, pois a falta
para o juiz de direito competente. Nessa dessa representação impede a iniciativa
situação, a autoridade policial cometeu do Ministério Público.
abuso de autoridade.
8) A Lei que prevê os crimes de abuso de
3) No que se refere a crime de abuso de autoridade, é aplicável inclusive aos que
autoridade e ao seu processamento, exercem cargo, emprego ou função
julgue o próximo item. pública de natureza civil, ainda que
Constitui abuso de autoridade impedir transitoriamente e sem remuneração.
que o advogado tenha acesso a processo
administrativo ao qual a lei garanta 9) O agente que retardar ou deixar de
publicidade. praticar, indevidamente, ato de ofício
para satisfazer a interesse ou

29
sentimento pessoal cometerá o crime de 16) A punição à prática do crime de
abuso de autoridade. abuso de autoridade condiciona-se à
10) No que se refere ao crime de abuso presença do elemento subjetivo do
de autoridade, admitem-se as injusto, consistente na vontade
modalidades dolosa e culposa. consciente do agente de praticar as
condutas mediante o exercício
11) No que se refere ao abuso de exorbitante do seu poder na defesa
autoridade e aos juizados especiais social.
cíveis e criminais, julgue os itens
subsequentes. 17) Pratica o crime de abuso de
autoridade o agente que, mesmo não
O ato lesivo ao patrimônio de pessoa tendo a intenção ou o ânimo específico
jurídica, quando praticado com abuso ou de exorbitar do poder que lhe for
desvio de poder ou sem competência conferido legalmente, excede-se nas
legal, constitui abuso de autoridade. medidas para cumpri-lo, com o objetivo
de proteger o interesse público.
12) Se, por ter cerceado ilegalmente a
liberdade de locomoção de um cidadão, 18) Nos termos da lei que incrimina o
um policial civil estiver respondendo abuso de autoridade, o sujeito ativo do
por abuso de autoridade nas esferas crime é aquele que exerce cargo,
administrativa, civil e penal, o processo emprego ou função pública, de natureza
administrativo deverá ser suspenso pelo civil ou militar, ainda que
prazo máximo de um ano, para que se transitoriamente e sem remuneração. À
aguarde a decisão penal sobre o caso. vista disso, afasta-se a possibilidade de
concurso de pessoas em tais delitos,
13) Considere que um PRF aborde o quando o co-autor ou partícipe for um
condutor de um veículo por este trafegar particular.
acima da velocidade permitida em
rodovia federal. Nessa situação, se 19) A ação penal por crime de abuso de
demorar em autuar o condutor, o autoridade é pública condicionada à
policial poderá responder por abuso de representação do cidadão, titular do
autoridade, ainda que culposamente. direito fundamental lesado.

14) Um agente penitenciário federal, no 20) À luz da jurisprudência e doutrina


presídio em que trabalha, determinou dominantes, julgue o item quanto aos
que César, preso sob sua custódia, traje crimes de abuso de autoridade.
roupa íntima feminina e “desfile” no
pátio durante o horário de visitas. Nessa Se um delegado de polícia, mediante
situação, o agente não praticou crime de fundadas suspeitas de que um motorista
abuso de autoridade, visto que não se esteja transportando em seu caminhão
trata o agente de autoridade. certa quantidade de substância
entorpecente para fins de
15) Marcelo, agente penitenciário comercialização, determinar a execução
federal, não ordenou o relaxamento da de busca no veículo, sem autorização
prisão de Bernardo, o qual se encontra judicial, resultando infrutíferas as
preso sob sua custódia. Bernardo foi diligências, uma vez que nada tenha sido
preso ilegalmente, fato esse que é de encontrado, essa conduta da autoridade
conhecimento de Marcelo. Nessa policial caracterizará o crime de abuso
situação, é correto afirmar que Marcelo de autoridade, pois, conforme
cometeu crime de abuso de autoridade. entendimento doutrinário dominante, o
veículo automotor onde se exerce

30
profissão ou atividade lícita é independentemente da condição de
considerado domicílio. particular do coautor.

21) As chamadas prisões para 27) O crime de tortura praticado, em


averiguações realizadas por policiais qualquer de suas modalidades, por
caracterizam o crime de abuso de agente público no exercício de suas
autoridade, quando não for caso de funções absorve, necessariamente, o
prisão em flagrante delito ou por ordem delito de abuso de autoridade.
escrita e fundamentada da autoridade
judiciária. 28) Hélio, maior e capaz, solicitou a seu
amigo Fernando, policial militar, que
22) Por depender da oitiva de abordasse seus dois desafetos, Beto e
testemunhas para a sua comprovação Flávio, para constrangê-los. O referido
material, o ato de submeter alguém sob policial encontrou os desafetos de Hélio
sua guarda ou custódia a vexame ou a na praça principal da pequena cidade em
constrangimento ilegal não pode ser que moravam e, identificando-se como
enquadrado como abuso de autoridade, policial militar, embora não vestisse, na
sujeitando-se o autor apenas às sanções ocasião, farda da corporação, abordou-
civil e penal. os, determinando que se encostassem na
parede com as mãos para o alto e, com o
23) Submeter pessoa sob sua guarda ou auxílio de Hélio, algemou-os enquanto
custódia a vexame ou a constrangimento procedia à busca pessoal. Nada tendo
não autorizado em lei não constitui sido encontrado em poder de Beto e
abuso de autoridade, mas sujeita o Flávio, ambos foram liberados. Nessa
infrator ao pagamento de indenização situação, Hélio praticou, em concurso de
civil por danos à moral da vítima. agente, com o policial militar Fernando,
crime de abuso de autoridade,
24) O processo administrativo para caracterizado por execução de medida
apurar a prática de ato de abuso de privativa de liberdade individual.
autoridade deverá ser sobrestado para o
fim de aguardar a decisão da ação penal 29) A conduta do agente público que
ou civil, interposta concomitantemente conduz preso algemado, justificando o
àquele, a fim de evitar decisões uso da algema pela existência de perigo
contraditórias. à sua própria integridade física, não
caracteriza abuso de autoridade, uma
25) Com relação à legislação especial, vez que está executando medida
julgue o item a seguir. privativa de liberdade em estrita
Em caso de atitude suspeita, deixa o observância das formalidades legais e
policial civil de praticar o crime de abuso jurisprudenciais.
de autoridade ao invadir domicílio na
busca do estado de flagrância de crime 30) O delegado de polícia que efetua a
permanente. prisão de determinado cidadão e não a
comunica ao juiz competente comete o
26) Considere que um agente policial, delito de abuso de autoridade. No
acompanhado de um amigo estranho entanto, a autoridade judicial que não
aos quadros da administração pública, ordena o relaxamento de prisão ou
mas com pleno conhecimento da detenção ilegal que lhe tenha sido
condição funcional do primeiro, efetuem comunicada pratica apenas infração
a prisão ilegal de um cidadão. Nesse administrativa.
caso, ambos responderão pelo crime de
abuso de autoridade,

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GABARITO
1-C
2-C
3-C
4-C
5-E
6-E
7-E
8-C
9-E
10-E
11-C
12-E
13-E
14-E
15-E
16-C
17-E
18-E
19-E
20-E
21-C
22-E
23-E
24-E
25-E
26-C
27-E
28-C
29-C
30-E

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