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1. Conceito
(AULA 01) – Prof. Ricardo Beckman Cruz
1.1 Sujeito: Ativo X Passivo (dupla subjetividade passiva)

Complementação do tema

DOUTRINA

Quem pode ser considerado SUJEITO ATIVO nova lei de abuso de autoridade?

Resposta: É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público,


Servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território,
Compreendendo, mas não se limitando a (rol exemplificativo):

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Art. 2°
I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II – Membros do Poder Legislativo;
III – Membros do Poder Executivo;
IV - Membros do Poder Judiciário;
V – Membros do Ministério Publico;
VI – Membros dos Tribunais ou conselhos de contas.

ATENÇÃO!
Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo
(Parágrafo único do art. 2°)

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Quem pode ser considerado SUJEITO PASSIVO na Nova Lei de Abuso de
Autoridade?
Resposta: A pessoa física ou jurídica diretamente atingida ou prejudicada pela
conduta abusiva e o Estado (Poder Público).

O que se entende por “DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA”?


Resposta: A doutrina destaca que os crimes de abuso de autoridade previstos na
Lei n° 13.869/2019 são delitos de “dupla subjetividade passiva”.

Por quê?
Resposta: São condutas que atingem dois sujeitos passivos.

Quais seriam os DUPLOS sujeitos passivos?


Resposta: O sujeito passivo principal ou imediato é a pessoa física ou jurídica
diretamente atingida ou prejudicada pela conduta abusiva.

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O sujeito passivo secundário ou mediato é o Estado (Poder Público) que tem a sua
imagem, credibilidade e até patrimônio ofendidos quando um agente seu pratica
ato abusivo.

Vejamos o Quadro Esquemático:


SUJEITOS
ATIVO PASSIVO
Qualquer agente público, seja servidor Principal ou Imediato: Pessoa Física ou
público ou não, da administração direta, Jurídica diretamente atingida ou
indireta ou fundacional, de qualquer dos prejudicada pela conduta abusiva.
Poderes da União, dos Estados, do Secundário ou mediato: O Estado (Poder
Distrito Federal, dos Municípios e de Público) que tem a sua imagem,
Território. credibilidade e até patrimônio ofendidos
quando um agente seu pratica ato
abusivo.

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TEMA POTENCIAL
Os crimes previstos na Lei n° 13.869/2019 são próprios, ou seja, só podem ser
praticados por “agentes públicos”, nos termos do art. 2°.

Nota-se a ausência de previsão do “particular” como autor do crime de abuso de


autoridade, na medida em que não possui atribuições públicas.

Em que pese o particular não constar na relação do art. 2° da Nova Lei de Abuso de
Autoridade, pode praticar o crime de abuso de autoridade quando atua em conjunto
com um agente público e, excepcionalmente, ainda que atue sozinho.

VAI CAIR NA PROVA


Embora sejam crimes próprios, os delitos previstos na Lei n° 13.869/2019 admitem a
coautoria e a participação. Isso porque a qualidade de “agente público”, por ser
elementar do tipo, comunica-se aos demais agentes, nos termos do art. 30 do Código
Penal, desde que eles tenham conhecimento dessa condição pessoal do autor.

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TOME NOTA
Para você que não conhece o “tome nota”, aqui são expostas as redações legais
debatidas anteriormente.

Art. 2° É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público,


servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados do Distrito federal, dos Municipios e de Território,
compreendendo, mas não se limitando a:
I – Servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II – Membros do Poder Legislativo;
III – Membros do Poder Executivo;
IV – Membros do Poder Judiciário;
V – Membros do Ministério Público;
VI – Membros dos tribunais ou conselhos de contas.

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Parágrafo Único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vinculo, mandato,
carco, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

VAMOS PRATICAR
1. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) A Lei n°
13.869/2019 não definem sem seu rol a possibilidade da prática do crime de
abuso de autoridade por parte de um Defensor público. Neste sentido, a doutrina
considera que o art. 2° da referida Lei é numerus clausus (lista fechada)
Certo ou Errado?
2. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Os crimes de
abuso de autoridade previstos na Lei n° 13.869/2019 são delitos de dupla
subjetividade passiva. Neste sentido, o sujeito passivo principal ou imediato é o
Estado e o sujeito passivo secundário ou mediato é a pessoa física ou jurídica.
Certo ou errado?

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GABARITOS COMENTADOS
1. COMENTÁRIO: A pegadinha está na afirmação que a Nova Lei de Abuso de
Autoridade tem seu rol de “agente ativo” fechado (números clausus), haja vista que
o próprio legislador entendeu de forma diversa. Vejamos a parte final do artigo 2°
desta Lei: “É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público,
servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território,
compreendendo, mas não se limitando a”: (...).

Pois bem, isso quer dizer que a lista é aberta, que além dos: I- servidores públicos e
militares ou pessoas a eles equiparadas; II – Membros do Poder Legislativo; III –
Membros do Poder Executivo; IV – Membros do Poder Judiciário; V – Membros do
Ministério Público; VI – Membros dos tribunais ou conselhos de contas; outros
agentes públicos podem figurar como sujeito ativo no crime de abuso de autoridade.
O item está errado.

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2. COMENTÁRIO: A pegadinha está na troca da conceituação entre Sujeito Imediato e
Mediato. Vejamos: O sujeito passivo principal ou imediato é a pessoa física ou jurídica
diretamente atingida ou prejudicada pela conduta abusiva. Enquanto o sujeito
passivo secundário ou mediato é o Estado que tem a sua imagem, credibilidade e até
patrimônio ofendidos quando um agente seu pratica ato abusivo.
O item está errado

1.1.1. Elemento Subjetivo Especial


COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA
DOUTRINA
O que seria “elemento subjetivo especial” na Nova Lei de Abuso de Autoridade?
Resposta: Inicialmente, destaca-se que NÃO há delito culposo de abuso de
autoridade, porquanto TODOS os delitos previstos na Lei n° 13.869/2019 são dolosos.
Ademais, exige-se para sua ocorrência o elemento subjetivo especial, ou seja,
especial fim de agir, “antigo dolo específico”.

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É o que está preceituado no § 1° do art. 1° da Lei: “As condutas descritas nesta lei
constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a
finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro,
ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal”.

Vejamos o Quadro Esquemático:


ELEMENTOS SUBJETIVO ESPECIAL DOS CRIMES DE ABUSO DE AUTORIDADE
O Agente só comete crime de abuso de autoridade se:
Ao praticar a conduta tinha a finalidade Tiver praticando a conduta por mero
específica de: capricho ou satisfação pessoal.
1) Prejudicar alguém
ou
2) Beneficiar a si mesmo ou a terceiro

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CUIDADO!
A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não
configura abuso de autoridade (§ 2° do art. 1°). Tais situações são consideradas causa
de exclusão da tipicidade.

TOME NOTA
Art. 1° Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente
público, servidor ou não, que fique, no exercício de suas funções ou a pretexto de
exercê-las , abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.
§ 1° As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando
praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou
beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação
pessoal.

§ 2° A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não


configura abuso de autoridade.

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VAMOS PRATICAR
3. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) As condutas
descritas na nova Lei de abuso de autoridade só podem ser praticadas dolosamente.
Neste caso, a divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas
não configura abuso de autoridade por haver a exclusão da tipicidade.

Certo ou errado

GABARITO COMENTADO
3. COMENTÁRIO: Pois bem, questão tranquila e muito importante para provas
futuras. Fique atento com as regras expostas em epígrafe, com certeza as bancas irão
cobrar muitas questões sobre este tema.

O item está certo.

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1.2. Ação Penal: Pública X Privada subsidiária da pública

COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA
DOUTRINA
Qual é a ação penal dos crimes previstos na nova Lei de Abuso de Autoridade?
Resposta: A Lei prevê expressamente que os crimes nela previstos são de ação penal
pública INCONDICIONADA.

Ainda, estabelece a Lei que será admitida a ação privada (no prazo de seis meses,
contado da data sem que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia) se a
ação penal pública não for intentada no prazo legal (Ação penal privada subsidiária da
pública), cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos
de prova, interpor recurso e, no caso de negligência do querelante, retomar a ação
como parte principal.

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Vejamos as espécies de Ações Penais e suas definições no Quadro:
AÇÃO PENAL PÚBLICA
Incondicionada Condicionada à Condicionada à requisição
representação da vítima do Ministro da Justiça
É a mais comum, aplica-se Depende de representação do Atende razões de ordem
quando o texto legal não ofendido para instauração do política e dependem de
específica que é cabível outro inquérito ou oferecimento da ordem ministerial.
tipo de ação. denúncia.
Não cabe à vitma perdoar o O ofendido ou seu Nos crimes contra a honra,
acusado. representante legal devem praticados contra o Presidente
exercer o direito de ação até 6 da República e delitos
meses após o conhecimento praticados por estrangeiros
da autoria. contra brasileiros fora do
Brasil.
É indisponível, o MP não pode Após o oferecimento da A requisição pode ser feita a
desistir da ação, pode apenas denúncia, a ação passa a qualquer tempo, até que seja
pedir absolvição ou oferecer titularidade para o MP e o extinta a punibilidade do
acordo ou transação penal. ofendido não decide mais agente infrator.
sobre os rumos do processo.

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AÇÃO PENAL PRIVADA
Exclusiva Personalíssima Subsidiária da Pública
Pode ser promovida pelo Pode ser promovida Quando o MP perde o
ofendido ou por seus apenas pelo ofendido prazo de 05 ou 15 dias
representantes legais para oferecer denúncia, o
ofendido passa a ter esse
direito, concomitante ao
MP pelo prazo de 06
meses.

O Ministério Público tem um prazo previsto na lei para o ajuizamento da ação penal
pública. Se o membro do Parquet não oferecer a denúncia neste prazo, o
ordenamento jurídico permite que o ofendido (a vítma) tome a providência que o MP
deveria ter feito e ofereça a ação penal em nome próprio. Neste caso, o ofendido
apresenta uma queixa-crime substitutiva (supletiva) da denúncia.

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O prazo para o oferecimento da denúncia está previsto no art. 46 do CPP: Estando o
réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público
receber os autos do inquérito policial. Se o réu estiver solto ou afiançado, o prazo é
de 15 dias.

Ação privada subsidiária é instrumento para suprir eventual inércia do MP, não para
se contrapor à providência adotada pelo órgão ministerial.

Ao final do prazo legal previsto no art. 46 do CPP, o membro do Ministério Público


tem basicamente, quatro possibilidades:
1) Oferecer denúncia;
2) Requisitar a realização de novas diligências;
3) Pedir o arquivamento;
4) Requerer a declinação de competência.

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Para que o ofendido possa ajuizar a ação privada subsidiária, é necessário que o
membro do MP fique completamente inerte no prazo legal do art. 46 do CPP, ou seja
que não adote nenhuma dessas quatro providências.

Assim, se o Promotor de Justiça/Procurador da República pedir o arquivamento do


inquérito policial, o ofendido, mesmo que discorde disso, não poderá ajuizar a ação
privada subsidiária considerando que não houve inércia do MP.

Se o ofendido oferecer ação privada subsidiária neste caso, o juiz deverá rejeitar a
queixa substitutiva por ilegitimidade de parte.

Resumindo, a ação privada subsidiária só pode ser ajuizada em caso de inércia do MP,
não servindo como instrumento para que o ofendido discorde da providência tomada
pelo Parquet.

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LEGITIMIDADE
A legitimidade para a ação privada subsidiária é do ofendido (vítma) ou de seu
representante legal (art. 31 do CPP).

Prazo para oferecimento da ação privada subsidiária


Segundo o § 2° do art. 3° da nova Lei de abuso de autoridade, o ofendido tem o prazo
de 6 meses para oferecer a queixa substitutiva:
Importante esclarecer que se trata de um prazo decadencial impróprio considerando
quem mesmo após ele se esgotar, o Ministério Público pode ajuizar a denúncia ou
tomar outras providências. O simples decurso do prazo de 6 meses não gera a
extinção da punibilidade.
A única consequência que acarreta é o fato de o ofendido não poder mais ajuizar a
ação privada subsidiária não influenciando nos poderes do MP.

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TOME NOTA
Art. 3° Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

§ 1° Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar ação
como parte principal.

§ 2° A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da


data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

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VAMOS PRATICAR
4. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.

Os crimes preceituados na nova Lei de abuso de autoridade são de ação penal pública
incondicionada e será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada
no prazo legal
Certo ou errado

GABARITO COMENTADO
4. COMETÁRIO: De acordo com o art. 3° da Lei 13.869/2019: Art. 3° Os crimes
previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. § 1° Será admitida ação
privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir
em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e,
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a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal.
O item está certo.

1.2.1. Efeitos da condenação


COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA
DOUTRINA
Quais são os efeitos da condenação na nova Lei de Abuso de Autoridade?
Resposta: A Lei 13.869/2019 estabelece como efeitos da condenação os seguintes:
1) Tornar certa a Obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz,
a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
2) A inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período
de 1 (um) a 5 (cinco) anos;

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a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal.
O item está certo.

1.2.1. Efeitos da condenação


COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA
DOUTRINA
Quais são os efeitos da condenação na nova Lei de Abuso de Autoridade?
Resposta: A Lei 13.869/2019 estabelece como efeitos da condenação os seguintes:
1) Tornar certa a Obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz,
a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
2) A inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período
de 1 (um) a 5 (cinco) anos para três.

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3) A perda de cargo, do mandato ou da função pública (é condicionada à ocorrência
de reincidência em crime de abuso de autoridade e não é automática, devendo ser
declarada motivadamente na sentença).

VAI CAIR NA PROVA!


Os efeitos previstos nos itens (2) e (3) em epigrafe são condicionados à ocorrência de
REINCIDÊNCIA em crime de abuso de autoridade e NÃO será automática a perda do
cargo, devendo ser declarada motivadamente na sentença.

FIQUE LIGADO!
Esse será um dos pontos mais cobrados nas provas de concurso.

Vejamos os efeitos da condenação do crime de abuso de autoridade e tortura, posto


que os examinadores das bancas misturam os efeitos para induzir o candidato ao
erro na hora da prova.

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EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Nova Lei de Abuso de Autoridade Lei dos crimes de Tortura
Tornar certa a obrigação de indenizar o
dano causado pelo crime, devendo o juiz,
a requerimento do ofendido, fixar na
sentença o valor mínimo para reparação
dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos por ele
sofridos;
A inabilitação para o exercício de cargo, A condenação acarretará a perda do
mandato ou função pública, pelo período cargo, função ou emprego público e a
de 1 (um) a 5 (cinco) anos; interdição para seu exercício pelo dobro
do prazo da pena aplicada.
A perda do cargo, do mandato ou da A perda do cargo se dá automaticamente
função pública NÃO será automática , consoante entendimento firme da
devendo ser declarada motivadamente jurisprudência.
na sentença

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JURISPRUDÊNCIA
Ao analisar a controvérsia, o Min. Relator Nefi Cordeiro (STJ), observou que, de
acordo com a jurisprudência desta Corte, a perda do cargo decorrente dos efeitos do
art. 92 do CP não constitui efeito automático da condenação, salvo a hipótese de
crime de tortura, de modo que necessita de fundamentação específica na sentença
condenatória, consoante parágrafo único do citado dispositivo legal (recurso especial
(STJ – Resp n° 1.737.795-GO)/2018).

TOME NOTA
Art. 4° São efeitos da condenação;
I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz,
a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;
II – a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo
período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;

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III – a perda do cargo, do mandato ou da função pública.
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são
condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não
são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença.

VAMOS PRATICAR
5. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.
A condenação por crime de abuso de autoridade acarreta automaticamente a perda
do cargo, do mandato ou da função pública, além disso, será necessário a reincidência
no referido delito.

Certo ou Errado

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GABARITO COMENTADO
5. COMENTÁRIO: A casca de banana está na PRIMEIRA PARTE em afirmar que a
perda do cargo, mandado ou função pública é automática, quando, na verdade, a
nova Lei de Abuso de Autoridade estabelece que este efeito da condenação NÃO é
automático e DEVE SER declarado motivadamente na sentença.
A segunda parte da questão está correta: Art.4°, parágrafo único. Os efeitos previstos
nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de
reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser
declarados motivadamente na sentença.
O item está errado.

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1.2.2. Penas restritivas de direitos
COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA
DOUTRINA
Quais são as penas restritivas de direitos prevista na Lei 13.869/2019?
Resposta: São duas, que podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente:

1) Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;


2) Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um)
a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens.

TOME NOTA
Art. 5° As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade
previstas nesta Lei são :

I – prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

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II – Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um)
a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;

III – (VETADO).
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou
cumulativamente.

VAMOS PRATICAR
6. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.

A nova Lei de Abuso de Autoridade estabelece que poderá ser aplicada pena restritiva
de direitos consistente na suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, sem a perda dos vencimentos e das vantagens.
Certo ou errado
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GABARITO COMENTADO
6. COMENTÁRIO: A pegadinha da questão está em afirmar que não haverá a perda
dos vencimentos e das vantagens durante a suspensão do exercício do cargo, da
função ou do mandato. De acordo com o Art. 5°: As penas restritivas de direitos
substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são: II – suspensão do
exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses,
com a perda dos vencimentos e das vantagens.
O item está errado.

1.2.3. Sanções de Natureza civil e administrativa


COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA
DOUTRINA
Além das penas previstas na nova Lei de Abuso de Autoridade, podem ser aplicadas
também sanções de natureza civil ou administrativa?
Resposta: Em regra, as penas (sanções criminais) previstas na Lei n° 13.869/2019
devem aplicadas independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa
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Cabíveis (princípio da independência de instâncias).
Assim, em regra, as responsabilidades civil e administrativa são independentes da
criminal.

VAI DESPENCAR NA PROVA!


Quais seriam as Exceções?
Resposta:
1) Se o juízo criminal decidir sobre a existência ou a autoria do fato, essas questões
NÃO poderão mais ser questionadas nas esferas civil e administrativa.
2) Faz a coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a
sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no
exercício regular de direito.
Em caso de falta funcional, o órgão da corregedoria deverá ser informado.
As noticias de crimes previstos na Lei n° 13.869/2019 que descreverem falta funcional
deverão ser informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
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TOME NOTA
Art. 6° As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções
de natureza civil ou administrativa cabíveis.

Parágrafo Único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descrevem falta
funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
Art. 7° As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não
se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas
questões tenham sido decididas no juízo criminal.
Art. 8° Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar a
sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade,
em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.

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VAMOS PRATICAR
7. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.

Em regra, as responsabilidade s civil e administrativa são independentes da criminal,


contudo, não se poderá mais questionar sobre a existência ou autoria do fato quando
essas questões tiverem sido decididas no juízo criminal.

Certo ou errado

GABARITO COMENTADO
7. COMENTÁRIO: A lei 13.869/2019 prevê em seu art.7°: As responsabilidades civil e
administrativa independentes da criminal, NÃO se podendo mais questionar sobre a
existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo
criminal. O ITEM ESTÁ CERTO
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1.2.4. Competência: Justiça Federal X Estadual X Militar
COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA

DOUTRINA
De quem será a competência para julgar os crims da nova Lei de Abuso de
Autoridade?
Resposta: O primeiro passo para se definir a competência no caso de crimes da Lei de
Abuso de Autoridade é verificar se a Constituição Federal prevê foro por prerrogativa
de função para o agente publico que praticou o delito.
Se a autoridade que praticou o delito no exercício das suas funções goza de foro por
prerrogativa de função, deverá ser julgada pelo respectivo Tribunal.
Sendo a competência do juízo de 1ª instância, será necessário analisar se a
competência é da Justiça Estadual ou Federal.
A competência para julgar o delito será, em regra, determinada pela esfera ao qual
estiver vinculado o agente público que praticou o crime.

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Assim, em regra:
Se o delito foi praticado por autoridade (agente público) federal no exercício dessa
função:
O crime será de competência da Justiça Federal, considerando que, neste caso, o
delito terá sido praticado em detrimento de um serviço público federal. Obviamente,
para a competência ser da Justiça Federal, o crime deve estar relacionado com as
funções federais exercidas pelo agente público.

Se o delito foi praticado por autoridade (agente público) estadual ou municpal no


exercício dessa função: o crime será, em regra, de competência da Justiça Estadual,
que é residual.

Justiça militar pode julgar crime de abuso de autoridade?


Resposta: Sim. Vejamos a Súmula 172, STJ: Compete à justiça comum processar e
julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.

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Destaca-se que esta súmula está superada pela Lei n° 13.491/2017, que alterou o art.
9°, II, do CPM.

Antes da alteração, se o militar, em serviço, cometesse abuso de autoridade ele seria


julgado pela Justiça Comum porque o Art. 9°, II, do COM afirmava que somente
poderia ser considerado como crime militar as condutas que estivessem tipoficadas
pelo CPM.

Assim, como o abuso de autoridade não está previsto no CPM, mas sim na Lei n°
4.898/65, este delito não podia ser considerado crime militar nem podia ser julgado
pela Justiça Militar.

ATENÇÃO!
Isso mudou com a nova redação dada pela Lei n° 13.491/2017 ao art. 9°, II, do CPM.
Com a mudança, a conduta praticada pelo agente, para ser crime militar com base
no inciso II do art.9°, pode estar prevista no Código Penal Militar ou na legislação
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Penal “comum”. Dessa forma, o abuso de autoridade, mesmo não estando previsto
no CPM pode agora ser considerado crime militar (julgado pela Justiça Militar) com
base no art. 9°, II, do CPM. Logo, a Justiça Militar pode sim julgar crime de abuso de
autoridade.

JURISPRUDÊNCIA
1. O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
Súmula 147, STJ: Compete à justiça federal processar e julgar os crimes praticados
contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função.

VAMOS PRATICAR
8. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) A justiça Militar
não possui competência para julgar crime de abuso de autoridade
Certou ou errado

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GABARITO COMENTADO
8.COMENTÁRIO: Fique atento! O entendimento atual é de que a Justiça Militar pode
sim julgar crime de abuso de autoridade conforme explicado acima.
O item está errado.

2. Dos crimes e das penas


COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA
IMPORTANTE
Prevê o art. 10 da nova Lei de Abuso de Autoridade: “Decretar a condução coercitiva
de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de
comparecimento ao juízo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.”
Em que consistiria a Condução coercitiva
Resposta: A condução coercitiva consiste em capturar a testemunha, o perito,
ofendido, o investigado ou o réu e leva-lo, ainda que contra a sua vontade, à presença
de uma determinada autoridade para que seja ouvido, identificado ou pratique
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Outros atos de interesse da investigação ou da ação penal.
BIZU!
A condução coercitiva, embora não listada no rol das medidas cautelares diversas da
prisão dos arts. 319 e 320 do CPP, também como medida cautelar de coação pessoal.

A condução coercitiva é sempre determinada pelo magistrado?


Resposta: Não. A legislação prevê a possibilidade de que outras autoridades também
determinem a condução coercitiva.

Veja alguns exemplos:


1) Autoridade policial;
2) Membros do Ministério Público;
3) Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI);

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IMPORTANTE!
O STF, recentemente, decidiu que não é válida a condução coercitiva do investigado
ou do réu para interrogatório no âmbito da investigação ou da ação penal.

O CPP, ao tratar sobre a condução coercitiva, prevê o seguinte:


Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que , sem ele, não ossa ser realizado, a
autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.”

O STF declarou que a expressão “para o interrogatório” prevista no art. 260 do CPP
não foi recepcionada pela Constituição Federal.
Assim, caso seja determinada pela condução coercitiva de investigados ou de réus
para interrogatório, tal conduta poderá ensejar:

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1) A responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade
2) A ilicitude das provas obtidas
3) A responsabilidade civil do estado

O delito previsto no art. 10 consistem em:


CONDUÇÃO COERCITIVA E ABUSO DE AUTORIDADE

Decretar condução Testemunha ou De forma manifestamente descabida; ou


coercitiva de... Investigado
Sem que a testemunha ou investigado tenham sido
previamente intimados para comparecerem
espontaneamente o júizo

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TEMA POTENCIAL!
Perceba, portanto, que existem DUAS HIPÓTESES em que haverá abuso de
autoridade na condução coercitiva:
1) quando ela for manifestamente descabida; ou
2) Quando a autoridade judicial não der oportunidade para que a testemunha ou o
investigado compareçam espontaneamente ao juízo.

A primeira hipótese abrange a segunda. Isso por que se a testemunha ou o


investigado não foram previamente intimados para comparecerem
espontaneamente, essa condução coercitiva é abusiva, desproporcional, ou seja, é
manifestamente descabida já que não houve recusa.

BIZU!
Vejamos os pontos relevantes que devem ser cobrados nos próximos concursos:
1) Os crimes serão punidos somente com detenção e multa, ou seja, NÃO há reclusão;

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2) As penas de detenção serão de 6 meses a 2 anos ou 1 ano a 4 anos. Destarte,
variam entre crimes de menor e de médio potencial ofensivo, cabendo em todos os
delitos a suspensão condicional do processo, na forma do artigo 89 da Lei 9.099/95.
3) Não há majorantes;
4) A perda do cargo, agora, somente na reincidência;

VAMOS PRATICAR
09. COMENTÁRIO: Os crimes previstos na nova Lei de Abuso de Autoridade serão
punidos somente com detenção e multa, ou seja, não há reclusão.

TEMA POLÊMICO
O art. 22 §1°, inciso III desta nova Lei preceitua que : “cumprir mandado de busca e
apreensão domiciliar após 21h ou antes das 5h”.

Boa parte da doutrina já entendia que a expressão “durante dia” se tratava do


“período compreendido entre as 6 e 18 horas; ou do amanhecer ao pôr do sol”.
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Oportuno destacar que o próprio Código de Processo Penal menciona a busca
durante o dia:
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir
que se realizem à noite, e , antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão o
letrão o mandado do morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida,
abrir a porta.

§ 1° Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o


objeto da diligência.

§2° Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.


Art. 293 Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu tornou se
encontra em alguma casa, o morador será intimado a entrega-lo, à vista da ordem de
prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará a duas
temporadas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso
sendo a noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará
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Oportuno destacar que o próprio Código de Processo Penal menciona a busca
durante o dia:
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir
que se realizem à noite, e , antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão o
letrão o mandado do morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida,
abrir a porta.

§ 1° Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o


objeto da diligência.

§2° Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.


Art. 293 Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu tornou se
encontra em alguma casa, o morador será intimado a entrega-lo, à vista da ordem de
prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará a duas
temporadas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso
sendo a noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará
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Guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e , logo que amanheça
arrombará as portas e efetuará a prisão.”

VAMOS PRATICAR
10. (Simulado – Carreira Profissional – Método Aprovação em Concursos) Com base
no disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir:
Para a nova Lei de abuso de autoridade, incorre em abuso de autoridade aquele que
cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar 18h (dezoito horas) ou antes das
6h (seis horas)

Certo ou errado

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GABARITOS COMENTADOS
10. COMENTÁRIO: A nova Lei de Abuso de Autoridade considera crime: art.22,
invador ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do
ocupante imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesma
condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei (...)
§ 1° Incorre na mesma plena, na forma prevista no caput deste artigo: (...) III –
Cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas)
ou antes das 5h (cinco horas).

O item está errado.

ATENÇÃO !
Algumas bancas têm por hábito expor redações vetadas como vigentes, por isso
chamo atenção para os preceitos que foram vetados para você não confundir na
prova e errar.

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CRIME VETADO JUSTIFICATIVA

Executar prisão ou busca e apreensão sem Um flagrante pode se alongar no tempo,


flagrante ou mandado. dependendo do caso.

Fotografar ou filmar preso sem consentimento Não é possível o controle absoluto da captação
(exceção: produção de provas, documentação de de imagens por parte de particulares ou da
condições carcerárias). imprensa.

Usar algemas sem necessidade (a pena é dobrada Já existe súmula vinculante do STF
se o/a detido o/a for menor ou grávida ou se o regulamentando o tema (Súmula 11)
ato acontecer dentro de unidade prisional).

Executar mandado de busca e apreensão com O planejamento e a logística das operações


mobilização desproporcional de aparato de competem às forças de segurança
segurança.

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Instigar prática de crime para obter um Texto muito subjetivo e interpretativo,
flagrante (exceções: flagrante esperado pode prejudicar a atividade investigativa
ou prorrogado) – a pena é maior se o ato
resulta em captura.
Omtir dados ou informações sobre fato Pode conflitar com a Lei de Acesso à
judicialmente relevante e não sigiloso Informação, permitindo/exigindo a
pertinente a uma investigação, para divulgação de informações que ela
prejudicar o investigado. protege
Deixar de corrigir erro conhecido em Conduta análoga à prevaricação, que é
processo um crime já tipificado.
Proibir ou dificultar a reunião pacífica de Direito já garantido pela Constituição
pessoas para fins legítimos.

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VAMOS PRATICAR
11. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.

Incorrerá em abuso de autoridade aquele que executar mandado de busca e


apreensão com mobilização desproporcional de aparato de segurança.

Certo ou Errado

GABARITOS COMENTADOS
11. COMENTÁRIO: O dispositivo citado na questão foi vetado, tendo em vista que o
planejamento e a logística das operações competem às forças de segurança.

O item está errado.

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TEMA POTENCIAL !
Tenha atenção redobrada com os crimes que tiveram o veto presidencial derrubado
pelo Congresso Nacional e retornaram para a Nova Lei.
Vejamos as condutas:
1) Não se identificar como policial durante um interrogatório
2) Impedir encontro do preso com o seu advogado
3) Impedir que preso/réu/investigado sente-se e consulte seu advogado antes e
durante audiência
4) Negar ao investigado acesso a documentos relativos a etapas vencidas na
investigação
5) Atribuir culpa publicamente antes de formalizar uma acusação
6) Decretar prisão fora das hipóteses legais
7) Não relaxar prisão ilegal
8) Não substituir prisão preventiva por outra medida cautela, quando couber
9) Não conceder liberdade provisória, quando couber
10) Não deferir habeas corpus cabível
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11) Constranger o preso a produzir prova contra si ou contra outros
12) Insistir no interrogatório de quem optou por se manter calado
13) Insistir no interrogatório de quem exigiu a presença de advogado enquanto não
houver advogado presente
14) Iniciar investigação contra pessoa sabidamente inocente

BIZU!
Fique muito atento, por ter sido ponto de conflito há uma tendência que as bancas
cobrem mais essas condutas que voltaram a ser tipificadas na nova Lei de abuso de
autoridade.
Outro detalhe, a maioria dessas condutas estão ligadas aos direitos do preso ou
investigado, não se preocupe em decorar todo o artigo, mas a sua essência e os
pequenos detalhes.

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TOME NOTA
Art. 9° Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade
com as hipóteses legais:

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de


prazo razoável, deixar de:

I – relaxar a prisão manifestamente ilegal;


II – Substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder
liberdade provisória, quando manifestamente cabível;
III – Deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.

Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado


manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:
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Pena - Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 11. (VETADO).


Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade
judiciária no prazo legal:
Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I – Deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou


preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II – deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;
III – Deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e
das testemunhas;

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IV – Prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de
prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo
justo e excepcionalísssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após
recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
legal.

Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou


redução de sua capacidade de resistência, a:
I – Exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;
II – Submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;
III – Produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

Pena – Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos; e multa, sem prejuízo da pena


contaminada à violência.
Art. 14. (VETADO).

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Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo Único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:


I – de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou
II – de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público,
sem presença de seu patrono.

Art. 16. Deixar identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua
captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo Único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório
em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao
preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função.

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Art. 17. (VETADO)
Art. 18 Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso
noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido,
consentir em prestar declarações:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à
autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou
das circunstâncias de sua custódia:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo Único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento


ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo
competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade
judiciária que o seja.

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Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu
advogado:
Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o
investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou
defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e
com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no
caso de audiência realizada por videoconferência.

Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de


confinamento:
Pena – Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo Único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou
adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado,
observado o disposto na Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e
do Adolescente).
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Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade
do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesma
condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§1° Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:
I – coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a
imóvel ou suas dependências;
II – (VETADO);
III – Cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma
horas) ou antes das 5h (cinco horas).

§2° Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver
fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de
flagrante delito ou de desastre.

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Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de
processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de
responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a
responsabilidade:

Pena- detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.


Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:

I – Eximir – se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no


curso de diligência;
II – Omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para
desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo.
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de
instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito
já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua
apuração:
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Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente
à violência.

Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou


fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Pena – Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do
investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.

Art. 26. (VETADO).


Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração
penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática
de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa:
Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindícância ou investigação
preliminar sumária, devidamente justificada.

Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se
pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a
imagem do investigado ou acusado:

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou
administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. (VETADO).

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Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa
causa fundamentada ou contra quem sabe inocente:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do
investigado ou fiscalizado:
Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo Único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou
conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em
prejuízo do investigado ou do fiscalizado.

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos outos de
investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro
procedimento investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como
impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em
curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja
imprescindível.
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Pena – Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou


de não fazer, sem expresso amparo legal:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo Único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública
ou invoca a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para
obter vantagem ou privilégio indevido.
Art. 34. (VETADO)
Art. 35. (VETADO)
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em
quantia que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida
da parte e, ante a demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de
corrigi-la:
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Pena – Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 37. Demorar demasiada e justificadamente no exame de processo de que tenha
requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou
retardar o julgamento:
Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

VAMOS PRATICAR
12. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.

Uma das situações que se configuram como abuso de autoridade é decretar a


condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou
sem prévia intimação de comparecimento ao juízo

Certo ou errado
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13. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.
Constitui abuso de autoridade constranger o preso ou o detento, mediante violência,
grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a produzir prova contra si
mesmo ou contra terceiro.
Certo ou errado.

14. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no


disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.
Não pratica o crime de abuso de autoridade aquele que procede à obtenção de
prova, em procedimento de investigação, ainda que por meio manifestamente ilícito,
mas o pratica aquele que faz uso desta prova, em desfavor do investigado,
conhecendo a sua ilicitude.
Certo ou errado
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15. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.
Constitui abuso de autoridade divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação
com prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida provada ou
ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado
Certo ou errado

16. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no


disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.
Não pratica crime de abuso de autoridade o responsável pela investigação que
antecipa, por meio de comunicação, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação.

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GABARITOS COMENTADOS
12. COMENTÁRIO: Consoante art. 10: Decretar a condução coercitiva de testemunha
ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de
comparecimento ao juízo: Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

O item está certo.

13. COMENTÁRIO: Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,


grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: III – produzir prova
contra si mesmo ou contra terceiro.
O item está certo.

14. COMENTÁRIO: Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de


investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito: Pena – Detenção, de 1
(um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do
investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.
O item está errado.

15. COMENTÁRIO: Nos termos do art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação
sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida
provada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado.
O item está certo.

16. COMENTÁRIO: Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de
comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as
apurações e formalizada a acusação.
O item está errado.

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3. Alterações de legislação penal especial
COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA
Prisão Temporária – Lei 7.960/89
O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão
temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso
deverá ser libertado.

Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela


custódia deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr
imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da
prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva.

Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de


prisão temporária.

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Interceptação das comunicações telefônicas – Lei 9.296/96
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de
informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça,
sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei:
Pena- Reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo Único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a


execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em
lei.

Estatuto da Criança e do Adolescente – 8.069/90


Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do
Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes
previstos nesta Lei, praticados por servidores públicos com abuso de autoridade, são
condicionados à ocorrência de reincidência.

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Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso,
independerá da pena aplicada na reincidência.

TEMA POLÊMICO
No dia 24 de setembro de 2019 o Congresso Nacional derrubou o veto ao artigo 43
da Nova Lei de Abuso de Autoridade que altera a Lei n° 8.906/94 – Estatuto da
Advocacia e da OAB – para passar a prever o crime de violação à prerrogativa de
advogado, nos seguintes termos:

Art. 7° - B. Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos


incisos II a V do Caput do art. 7°: Pena – Detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e
multa. “
Ocorre que tal conduta (Violar prerrogativas de advogados) já é crime e não passou a
ser crime com a Nova Lei de Abuso de Autoridade, razão pela qual a Nova Lei de
Abuso de Autoridade não criminaliza a violação às prerrogativas do advogado, pois
já é criminalizado.
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Não há um crime novo, mas mera continuidade normativo – típica. Isto é, revoga-se
um artigo de lei ou uma lei, mas mantém a conduta prevista na norma revogada
como crime em outro artigo de lei ou lei.

Na verdade o que houve foi uma restrição às condutas consideradas criminosas


quando se trata de violação às prerrogativas dos advogados, pois o art. 3°, “j”, da Lei
n° 4.898/65 (atual Lei de Abuso de Autoridade até a entrada em vigor da Nova Lei, o
que ocorrerá em 03 de janeiro de 2020) considera criminosa qualquer violação aos
direitos e garantias legais assegurados no exercício profissional, o que abrange a
violação a qualquer direito dos advogados previstos no art. 7° do Estatuto da
Advocacia e da OAB, que supera vinte.

Com o advento da Nova Lei de Abuso de Autoridade somente a violação aos direitos
dos advogados previstos nos incisos II, III, IV e V do art. 7° da Lei n° 8.906/94 é
considerada crime.

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“Art. 7° São direitos do advogado:
II – A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus
instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e
telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei n°
11.767, de 2008)

III – Comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem


procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em
estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;

IV – Ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, pro motivo


ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de
nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB;

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V – Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala
de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela
OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)”.

Basta analisar todos os direitos e prerrogativas dos advogados dos advogados para
concluir que houve na verdade abolitio criminis, pois antes qualquer violação a
direitos dos advogados no exercício da profissão poderia ser considerada crime,
desde que presente, por óbvio, o elemento subjetivo do tipo (dolo específico). Agora,
somente as condutas previstas na Nova Lei de Abuso de Autoridade são
consideradas criminosas – e não mais qualquer violação aos direitos dos advogados
no exercício da função.

Para a ANTIGA Lei de Abuso de Autoridade (Lei 4.898/65) é suficiente que haja
qualquer atentado aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
profissional para que o crime fosse consumado (crime de atentado), enquanto para a
Nova Lei de Abuso de Autoridade é necessário que a conduta reúna todos os
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Elementos do tipo penal para que haja a consumação. Ou seja, antes havia um rigor
maior, pois o crime de abuso de autoridade sempre seria consumado e para a nova lei
o crime pode ser tentado ou consumado e no crime tentado a pena pode ser reduzida
de um a dois terços.

De qualquer forma, as penas da Nova Lei de Abuso de Autoridade são mais


rigorosas, pois o crime de violação às prerrogativas dos advogados prevê como pena
de detenção de 03 (três) meses a 01 (um) ano, enquanto que a atual Lei de Abuso de
Autoridade prevê pena de detenção de 10 (dez) duas a 06 (seis) meses. Toda via, para
ambos os casos é possível a concessão dos benefícios da Lei N°. 9.099/95, razão pela
qual, na prática, os efeitos poderão ser os mesmos.

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VAMOS PRATICAR
17. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no
disposto na Lei n° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, que realizou
alterações na Lei. 7.960/1989 julgue o item a seguir.
Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela
custódia deverá, apenas se houver nova ordem da autoridade judicial neste sentido,
pôr imediatamente o preso em liberdade.
Certo ou errado

18. (Simulado – Carreira Policial – Método Aprovação em Concursos) Com base no


disposto na Lei N° 13.869/2019, que trata do abuso de autoridade, julgue o item a
seguir.
Diante da Nova Lei de Abuso de Autoridade, o fato de o juiz deixar de receber
advogados não poderá mais ser considerado crime de abuso de autoridade.
Certo ou errado

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GABARITOS COMENTADOS
17. COMENTÁRIO: O art. 40 da Nova Lei de Abuso de Autoridade prevê a seguinte
alteração na Lei 7.960/1989: “Art. 2°, § 7° Decorrido o prazo contido no mandado de
prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, independentemente de nova
ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já
tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da
prisão preventiva”.
O item está errado.

18. COMENTÁRIO: Diante da Nova Lei de Abuso de Autoridade, o fato do juiz deixar
de receber advogados não poderá mais ser considerado crime de abuso de
autoridade, pois essa prerrogativa o advogado está assegurada no inciso VIII do art. 7°
de Lei n° 8.906/94 e a Nova Lei de Abuso de Autoridade prevê como crime violar os
direitos previstos nos incisos II, III, IV e V do art. 7° da Lei n° 8.906/94.
O item está certo.

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