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ATOS ADMINISTRATIVOS

FATO/ATO?

• todo e qualquer acontecimento, seja ele decorrente de condutas humanas


ou uma simples sucessão de eventos alheios à atuação de pessoas,
é conceituado como fato(ACONTECIMENTO).ex: morte.
• os atos(VONTADE HUMANA) jurídicos - decorrentes da vontade humana
para a produção de efeitos - podem ser lícitos, se praticados em
conformidade com os padrões legais estipulados, ou ilícitos, caso tenham
sido conduzido fora dos limites da lei.
ATOS ADMINISTRATIVOS

• DECLARAÇÃO DE VONTADE DO ESTADO(aspecto sujetivo) OU DE QUEM


LHE FAÇA ÀS VEZES, INFERIOR À LEI, E NO INTUITO DE CUMPRI-LÁ, REGIDO
PELO DIREITO PÚBLICO(aspecto formal), SUBORDINADO AO PODER
JUDICIÁRIO, COM INTUITO DE ATENDER INTERESSE COLETIVO (aspecto
objetivo). 
• INFERIOR À LEI E NO INTUITO DE CUMPRI-LÁ - ex: demissão de servidor
que cometeu infração administrativa, nos termos da Lei 8.112/90.
• PERGUNTA: Todo e qualquer ato praticado pela Administração é
considerado ATO ADMINISTRATIVO?
• ATOS DA ADMINISTRAÇÃO: GÊNERO - TODOS OS ATOS PRATICADOS
PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
• ATOS ADMINISTRATIVOS: ESPÉCIE - REGIDO PELO DIREITO PÚBLICO E
TENDO COMO FINALIDADE O INTERRESSE COLETIVO.
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
• Nem todos os atos praticados pela Administração serão considerados atos
administrativos.
•  Ex1: atos de governos ou políticos como a anistia presidencial, o veto de
lei ou a declaração de guerra.
• Ex2: Os atos privados - são os atos da Administração Pública regidos pelo
direito privado, ou seja, atos nos quais a administração pública atua sem
prerrogativas, em igualdade de condições com o particular. Podem ser
postos, a título de exemplo, a exploração de atividade econômica por
empresas públicas e sociedades de economia mista, os atos de doação
sem encargos legais, entre outros.
• Os atos materiais -  não manifestam a vontade do Estado.
São atos de mera execução de atividade. Por exemplo, o ato
que determina a demolição de um prédio é ato
administrativo, mas a demolição em si é mero ato material,
fato administrativo, podendo, inclusive, ser executado por
qualquer particular contratado pelo poder público.
ATO ADMINISTRATIVO

• os atos administrativos são atos jurídicos, antes de tudo, ou seja, são


decorrência da manifestação de vontade humana, que repercute na esfera
jurídica dos cidadãos, não se podendo confundir com fatos da natureza ou
demais acontecimentos alheios à atuação de pessoas. A qualificação como
ato administrativo decorre do fato de que sua repercussão jurídica produz
efeitos a uma determinada sociedade, exigindo, dessa forma, a regulação
pelo direito público.
QUEM PODE PRATICAR UM ATO ADM.?

• o ato administrativo deve ser emanado por um agente público , ou seja,


por alguém que esteja investido de munus público, podendo atuar em
nome da Administração.
• Munus Públicos - obrigação imposta por lei, em atendimento ao poder
público, que beneficia a coletividade (supremacia do interesse público) e
não pode ser recusado, exceto nos casos previstos em lei. Por exemplo:
dever de votar, depor como testemunha, atuar como mesário eleitoral,
serviço militar, entre outros.
• Ato administrativo é todo ato praticado pela Administração
Pública ou por quem lhe faça as vezes, no exercicío da
função administrativa (estando excluídos deste conceito os
atos políticos), sob o regime de Direito Público, ou seja,
gozando o ato de todas as prerrogativas estatais. diferente
do que ocorre com os atos privados da Administração e, por
fim, manifestando vontade do poder Público em casos
concretos ou de forma geral, não se confundindo com meros
atos de execução de atividade.
VINCULAÇÃO X
DISCRICIONARIEDADE
• A ATIVIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É POR ESSÊNCIA
LIMITADA - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ADM.
• CONTUDO, ORA A LIMITAÇÃO SERÁ MAIOR, ORA MENOR.
• LIMITAÇÃO MAIOR: ATO VINCULADO
• LIMITAÇÃO MENOR: ATO DISCRICIONÁRIO
(OPORTUNIDADE/CONVENIÊNCIA)
Atos vinculados e Atos discricionários
• ATOS VINCULADOS - a atuação administrativa está adstrita aos ditames
previstos na legislação, de forma objetiva (ÚNICO COMPORTAMENTO
PREVISTO NA LEI). Neste caso, a norma legal estabelece todos os
elementos do ato administrativo, sem deixar qualquer margem de opção
acerca da melhor atuação para o agente do Estado. (COMPETÊNCIA,
FORMA, FINALIDADE, OBJETO, MOTIVO)
• preenchidos os requisitos objetivamente definidos no texto legal,o ato
administrativo deve ser praticado pelo poder público, não havendo
qualquer possibilidade e emissão de juízo de valor por parte da
autoridade estatal.
• EX: Concessão de autorização para dirigir (CNH).
• ATO DISCRICIONÁRIO - hipóteses em que o comando normativo confere uma
possibilidade de escolha ao administrador público. 
• MÉRITO ADMINISTRATIVO: OPORTUNIDADE X CONVENIÊNCIA (dentro dos limites
postos em lei, na busca pelo interesse público).
• CASO CUMPRA OS REQUISITOS O PARTICULAR NÃO TERÁ O DIREITO, MAS SIM
MERA EXPECTATIVA DE DIREITO.
• Dentro dos limites da lei, o administrador deve eleger entre algumas condutas a
que melhor se adéque ao caso concreto. Desde que restrito aos limites estipulados
legalmente, a atuação será lícita. Desse modo, o administrador deverá buscar a
solução mais oportuna e conveniente ao interesse público. Resta claro, portanto,
que a discricionariedade não se confunde com arbitrariedade, somente sendo
exercida dentro dos limites definidos pela legislação aplicável.
• A DISCRICIONARIEDADE PODERÁ OCORRER DE 03 FORMAS:
• A) A LEI PODE DAR OPÇÕES:
• EX: EX: ALIENAÇÃO DE BENS PÚBLICOS - CONCORRÊNCIA/LEILÃO.
• B)A LEI TRAZ PALAVRAS VAGAS OU IMPRECISAS. EX: COMPORTAMENTO INDECOROSO.
• EX2:Administração tem a atribuição de fechar espetáculos pornográficos, em defesa
da moralidade pública. Diante do dispositivo legal, surge a dúvida de qual o alcance da
expressão pornografia na norma geral. Nesses casos, por se tratar de um conceito
indeterminado, a conceituação deste termo é feita com base no juízo de conveniência
e oportunidade do agente público que deve, em cada caso concreto, analisar a
incidência ou não da normal legal.
• C) A LEI É OMISSA.
CONTROLE JUDICIAL DO ATO
DISCRICIONÁRIO
• Por fim, cumpre observar que o controle exercido pelo Poder Judiciário
sobre atos administrativos se limita à análise de legalidade, ou seja, no
exercício da função jurisdicional, o órgão controlador deve somente
verificar se o ato respectivo foi praticado em conformidade com a lei
(CONTROLE DE LEGALIDADE)
• Com efeito, dispõe o art. 5°, XXXV, da Carta Magna, ao tratar do princípio
da inafastabilidade de jurisdição, que, ao Poder Judiciário, não pode ser
subtraída a análise de qualquer lesão ou ameaça de lesão a direito e, por
isso, ainda que o ato administrativo seja discricionário, ele fica sujeito a
controle jurisdicional no que diz respeito à sua adequação com a lei,
nunca na análise meritória (CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE).
• o juiz pode controlar os limites do mérito administrativo, uma vez que são
impostos pela lei. Por exemplo, quando se trata de conceitos jurídicos vagos,
há uma zona de incerteza na qual administrador decide dentro do interesse
público, mas se o agente extrapola esta margem de escolha, está exacerbando
o poder discricionário conferido pela lei, dando azo à anulação deste ato.
• Ressalte-se, também, que os princípios da razoabilidade e proporcionalidade
surgem como instrumento de controle, evitando excesso de poder e
condutas desarrazoadas pelo administrador. Logo, se, a pretexto de
interpretar a lei, o agente pratica ato desproporcional, compete ao judiciário,
se provocado, anular esta atuação, haja vista o entendimento de que a norma
desproporcional é ilegal e, portanto, sujeita a controle.
JURISPRUDÊNCIA
• STF – O PODER JURIDICIÁRIO NÃO REALIZA CONTROLE DE
CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DE BANCAS EXAMINADORAS DE
CONCURSOS (ANÁLISE DE MÉRITO), APENAS PODERÁ
VERIFICAR SE A MATÉRIA COBRADA NA PROVA TEM
PREVISÃO NO EDITAL.
• EX: CANDIDATO X RECEBEU PONTUAÇÃO 0,5 EM
DETERMINADA QUESTÃO DISCURSIVA.
JURISPRUDÊNCIA
• STJ – ERRO NA REDAÇÃO DE UMA QUESTÃO DISCURSIVA QUE TORNE
INSUPERÁVEL O VÍCIO É ASPECTO DE LEGALIDADE.
ATRIBUTOS DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS
PITAE
A) PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGITIMIDADE
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE: PRESUME-SE QUE O ATO FOI
PRATICADO EM CONFORMIDADE COM A LEI.
PRESUNÇÃO DE VERACIDADE: PRESUME-SE QUE OS FATOS QUE
ENSEJARAM A PRATICA DO ATO SEJAM VERDADEIROS.
* PRESUNÇÃO RELATIVA (IURES TANTUM) - ADMITE-SE PROVA EM
CONTRÁRIO.
• B) IMPERATIVIDADE: O ATO OCORRE INDEPENDENTE DA
CONCORDÂNCIA DO PARTICULAR.
• EX: VIGILÂNCIA SANITÁRIA, FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA.
• EXCEÇÃO: ATOS NEGOCIAIS, EM QUE SE NECESSITA DA
CONCORDÂNCIA DO PARTICULAR (SERÁ O PARTICULAR QUEM
DEVERÁ REQUERER). EX: AUTORIZAÇÃO DE USO DE ESPAÇO PÚBLICO,
LICENÇA CNH.
C) TIPICIDADE: ATO PREVISTO EM LEI.
D) AUTOEXECUTORIEDADE: MEIOS DIRETOS DE COERÇÃO, INDEPENDE
DO PODER JUDICIÁRIO.
BUSCA "SALVAGUARDAR COM RAPIDEZ E EFICÁCIA O INTERESSE
PÚBLICO" - O JUDICIÁRIO É CONHECIDO PELA MOROSIDADE.
EX: DEMOLIÇÃO DE PRÉDIO QUE AMEAÇA CAIR.
02 CIRCUNSTÂNCIAS: PREVISÃO EM LEI E URGÊNCIA.
ALGUNS ATOS NÃO SÃO DOTADOS DE AUTOEXECUTORIEDADE:
APLICAÇÃO DE MULTAS (COBRANÇA VIA EXECUÇÃO FISCAL).
• E) EXIGIBILIDADE: MEIO INDIRETO DE COERÇÃO.
• EX: EMPREGO DE  MEDIDAS QUE "INCENTIVEM" O
CUMPRIMENTO DAS LEIS DE TRÂNSITO - MULTA.
05 ELEMENTOS DO ATO
ADMINISTRATIVO
1 - COMPETÊNCIA

• O ato DEVE ser praticado por um agente público 


definido em lei ou atos administrativos gerais, bem
como, em algumas situações, decorre de previsão na
Constituição Federal e não pode ser alterado por
vontade das partes ou do administrador público.
• Agente público em sentido amplo: todos os que atuam
em nome do Estado. Ex: particulares em colaboração
com o poder público, como os jurados e mesários. 
• OBS: não basta ostentar a qualidade de agente público,
devendo ter capacidade para tanto.
• deve-se verificar se este agente possui competência para a
prática do ato administrativo especificado.
VÍCIOS DE COMPETÊNCIA
• 1) EXCESSO DE PODER: O AGENTE VAI ALÉM DA SUA
COMPETÊNCIA. ( EM REGRA É VÍCIO SANÁVEL, EXCETO
QUANTO SE TRATAR DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA).
• 2) FUNÇÃO DE FATO: O AGENTE É COMPETENTE PARA O ATO
QUE PRATICOU, CONTUDO, SUA INVESTIDURA ESTÁ
IRREGULAR.
• EX: SERVIDOR ESTÁ DE FÉRIAS N PAPEL E TRABALHANDO.
• EX2: SERVIDOR COM MAIS DE 75 ANOS
(APOSENTADORIA COMPULSÓRIA) E AINDA
ESTÁ TRABALHANDO.
• 3) USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA: QUEM PRATICA O ATO NÃO É
AGENTE PÚBLICO.
• CRIME- ART. 328, CP 
• O ATO SERÁ INEXISTENTE.
2 - FINALIDADE

• A finalidade é o escopo do ato (INTERESSE PÚBLICO). É


tudo aquilo que se busca proteger com a prática do ato
administrativo. Por exemplo, na aplicação da penalidade
de demissão a um determinado servidor, a finalidade é
punir o agente pelo cometimento de determinada
infração administrativa, contrária ao interesse público,
ou também a desapropriação de um terreno,
cuja finalidade é construir uma estrada para ligação de
dois municípios vizinhos.
VÍCIO DE FINALIDADE (INSANÁVEL)
• PRATICAR ATO QUE VISE ATENDER AO INTERESSE
PRIVADO/PARTICULAR
• IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS - ART.
11)
• Finalidade Genérica: presente em todos os atos administrativos. A finalidade genérica
é o atendimento ao interesse público. Caso o ato seja praticado com a intenção de
satisfazer interesses individuais ou egoísticos de algum particular, estará eivado de
vício insanável, haja vista o fato de que toda a atuação do ente estatal deve ser
orientada para resguardar os interesses da sociedade em geral.
• Finalidade Especifica: é definida em lei e estabelece qual a finalidade de cada ato
especificamente. Por exemplo, diferentemente do que ocorre com a demissão de um
Servidor, a remoção deste para prestação de serviços em localidade diversa de sua
lotação originária não pode ser feita com a intenção de punir determinado servidor
faltoso. Isso porque o ato de remoção está regulamentado em lei como ato de
deslocamento do agente, com a intenção de reorganizar e redistribuir a prestação do
serviço público, não podendo ser praticado com o interesse de aplicação de
penalidade a este servidor.
• Em resumo, a finalidade genérica do ato é o interesse público. No
entanto, não basta atender à finalidade genérica, uma vez que cada ato
administrativo tem uma finalidade específica para alcançar esse
interesse.
• A atuação estatal desvirtuando a finalidade definida em lei para a
prática de determinado ato configura abuso de poder, da espécie
desvio de poder (ou desvio de finalidade) e enseja a nulidade da
conduta praticada. Isso porque o administrador não se pode se valer da
previsão legal para praticar um determinado ato, visando uma
finalidade diversa daquela imposta pelo texto normativo que embasou
sua conduta.
• em determinadas situações, o ato é praticado no interesse
público(finalidade genérica), mas com desvio da finalidade específica,
como ocorre, por exemplo, quando se exonera um servidor público
com a intenção de puni-lo. Neste caso, mesmo que o servidor tenha
cometido a infração administrativa grave e que a punição seja devida,
o ato foi praticado de forma viciada, uma vez que a exoneração é
forma de perda do cargo sem caráter punitivo, diferentemente da
demissão. Sendo assim, na hipótese de ser violada a finalidade
específica, mesmo que o agente esteja buscando o interesse público,
há o desvio de finalidade.
• Exceção: Tredestinação lícita. No ato de desapropriação, se houver o
desvio da finalidade específica, mantendo-se a finalidade genérica
do ato, qual seja a busca pelo interesse público, não haverá
ilegalidade. Por exemplo, após a efetivação da desapropriação de um
terreno privado, ao invés de construir uma escola, conforme
determinava expressamente o ato, o agente público decide pela
construção de um hospital. Nestes casos, desde que a alteração do
fim originário do ato tenha se dado para satisfação do interesse
público, não há vício no ato de desapropriação.
3 - FORMA

• A forma é a exteriorização do ato, determinada por lei.


Sem forma não pode haver ato. Logo, a ausência de
forma importa a inexistência do ato administrativo,
isso porque a forma é instrumento de projeção do ato,
fazendo parte do seu próprio ciclo de existência, sendo
elemento constitutivo da atuação.
• os atos administrativos devem ser praticados por escrito, ainda que
não haja determinação legal neste sentido, e, em vernáculo, ou seja,
em língua portuguesa. 
• Exceções estabelecidas por leis específicas que podem
estipular outras forma de práticas das condutas estatais, como é o
caso de um semáforo que se manifesta por meio de sinais, sendo
amplamente divulgado que o acendimento da luz vermelha significa
uma imposição de parar aos condutores de veículos.
• É necessário que a formalização do ato respeite os critérios
previamente definidos em lei, sob pena de irregularidade da conduta.
Portanto, o desrespeito a estas formalidades específicas definidas em
lei não geram a inexistência do ato, mas sim a sua ilegalidade, devendo
ser anulado por desatendidas as regras que compõem sua
apresentação.
• Ex: concessão de uma licença para construir, por exemplo, deve ser
precedida de uma série de atos administrativos, delimitados no
âmbitode um procedimento, no qual serão anexados documentos
como forma de demonstração e justificação da conduta da autoridade
estatal(processo administrativo).
VÍCIO NO ELEMENTO FORMA

• por ser a forma do ato administrativo definida mediante


disposição legal, o desrespeito às formalidades estipuladas
configura ilegalidade passível de anulação da conduta. 
• A declaração da ilegalidade poderá ser feita pela própria
Administração Pública, no exercício da autotutela estatal,
na qual atua, inclusive, sem que haja provocação de
qualquer interessado, ou mediante decisão judicial
devidamente fundamentada.
• Princípio do Formalismo Moderado.
• o vício de forma é sanável quando não gerar prejuízo ao interesse
público nem a terceiros e desde que mantido o interesse público,
face à aplicação do princípio da instrumentalidade das formas.
• Ex: cerceamento do contraditório e da ampla defesa.
4 - MOTIVO

• Os motivos são as razões de fato e de direito que dão


ensejo à prática do ato, ou seja, a situação fática que
precipita a edição do ato administrativo. 
• Razões de Direito: previsão em lei;
• Razões de Fato: fatos que motivaram o ato.
• a lei 8.112/90, por exemplo, define que a demissão decorrerá da
ausência intencional do agente ao serviço público por mais de 30
(trinta) dias consecutivos, apresentando o pressuposto de direito.
• É importante destacar que, em determinadas situações, a lei não
esgota, de forma clara e objetiva, todas as situações que ensejariam a
prática do ato administrativo, dando ao agente público uma margem
de escolha em sua atuação.
• A titulo de exemplo, pode-se citar, mais uma vez, a lei 8.112/90, que, em seu
art. 132, V, define que será punível com demissão, os atos de incontinência
pública e de conduta escandalosa, praticados na repartição. Trata-se de
norma que visa garantir a moralidade administrativa e que deve ser
analisada pelo administrador público em cada caso concreto, de forma que
a mesma situação poderá ser considerada, por uma determinada
autoridade, como punível com demissão e não ensejadora do ato, na visão
de um outro agente estatal. Nestas situações, os parâmetros de atuação
devem ser analisados, pelo agente público competente, em respeito aos
critérios de oportunidade e conveniência, sempre com observância das
normas legais e dos princípios constitucionais da razoabilidade e
proporcionalidade.
MOTIVO X MOTIVAÇÃO

• MOTIVO: elemento do ato adm.


• MOTIVAÇÃO: a exposição dos motivos do ato, ou seja, a
fundamentação do ato administrativo, estabelecendo a
correlação lógica entre a situação descrita em lei e
os fatos efetivamente ocorridos. Representa uma
justificativa à sociedade, estabelecendo a razão de
prática daquela conduta.
EXEMPLO:

• O ato administrativo foi praticado com a devida motivação, no


entanto, os motivos apresentados são falsos ou não encontram
correspondência com a justificativa legal para a prática da
conduta. Nestes casos, pode-se definir que o ato é viciado, por
ilegalidade no elemento motivo.
• O ato é praticado em decorrência de situação fática verdadeira e
revista em lei como ensejadora da conduta estatal, todavia, o
administrador público não realizou a motivação do ato,
apresentado as razões que justificaram sua edição. Trata-se de
ato com vício no elemento forma.
• Ainda cumpre ressaltar que a atuação estatal, que possa ensejar
prejuízos aos particulares e à lisura dos procedimentos
administrativos, não pode ser expedida sem a devida justificativa.
• Em relação aos concursos públicos, a súmula 684 do Supremo
Tribunal Federal dispõe que "É inconstitucional o veto não motivado
à participação de candidato a concurso público".
• em determinados casos, todavia, pode ser dispensada a motivação
pela lei ou por disposição da própria Constituição Federal, como
ocorre na hipótese de exoneração de servidor público comissionado,
designada como exoneração ad nutum. Neste caso, o texto
constitucional dispõe ser livre a prática do ato administrativo, não
dependendo de fundamentação pelo agente público que o pratica.
Isso decorre do fato de que a relação do servidor comissionado é
baseada na confiança pessoal entre autoridades públicas e a perda
deste requisito não depende de justificativa, ensejando uma exceção
ao dever de motivar as condutas estatais.
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES

• OBS: mesmo nas situações em que a motivação não se


faz necessária, por expressa dispensa legal, se o ato for
motivado e o motivo apresentado não for verdadeiro
ou for viciado, o ato será inválido, haja vista o fato de
que o administrador está vinculado aos motivos
postos como fundamento para a prática do ato
administrativo, configurando vício de legalidade a falta
de coerência entre as razões expostas no ato e o
resultado nele contido.
o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou estabelecendo que:

l. A Administração, ao justificar o ato administrativo, fica vinculada às


razões ali expostas, para todos os efeitos jurídicos, de acordo com o
preceituado na teoria dos motivos determinantes. A motivação é
que legitima e confere validade ao ato administrativo discricionário.
Enunciadas pelo agente as causas em que se pautou, mesmo que a lei
não haja imposto tal dever, o ato só será legítimo se elas realmente
tiverem ocorrido.
5 - OBJETO

• O objeto é aquilo que o ato dispõe, é o efeito causado pelo ato


administrativo no mundo jurídico, em virtude de sua prática.
Nesse sentido, pode-se definir o objeto como a disposição da
conduta estatal, ou seja, aquilo que fica decidido pela prática
do ato. Por exemplo, pode-se definir que, na desapropriação, o
objeto é a perda do bem a ser utilizado para fins de utilidade
pública, assim como no ato administrativo de aplicação da
penalidade de multa, o objeto é a efetiva punição imposta ao
particular.
Vício de Objeto – Objeto
impossível/ilícito/indeterminado

• Por se tratar de ato jurídico, para que o ato administrativo seja


válido, o objeto deve ser lícito, ou seja, expedido em
conformidade com a lei; possível, definindo uma situação
viável faticamente e determinado ou determinável. Ademais,
assim como o motivo, o objeto pode possuir feição
discricionária nos atos administrativos discricionários.
• a competência, finalidade e forma são sempre elementos vinculados,
ou seja, a lei os disciplina de forma objetiva, especificando seus
requisitos, sem conceder ao agente público margem de escolha em sua
atuação. 
• Já o motivo e o objeto, em regra, são elementos discricionários do ato
administrativo, sob os quais o administrador público pode atuar de
acordo com um juízo de oportunidade e conveniência. No entanto,
esses dois elementos, quando forem regulamentados de forma objetiva
pela lei, sem deixar margem de escolha ao administrador, serão
vinculados e o ato emanado terá natureza de vinculado.
• OBS: todos os elementos do ato administrativo estão adstritos aos
limites impostos pela lei, mesmo os que são considerados
discricionários. Afinal, lembre-se de que a Administração Pública está
adstrita ao princípio da legalidade, não configurando
a discricionariedade o direito de atuar à margem do texto legal.
• OBS2: Nos elementos motivo e objeto , o Poder Judiciário pode
controlar a legalidade, mas não o mérito dos atos administrativos
discricionários, sob pena de haver violação à separação de poderes
determinada pela Carta Magna.
EXTINÇÃO DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS
• 1) CUMPRIMENTO DOS EFEITOS (EXTINÇÃO NATURAL).
• 2)PERDA DO OBJETO (BEM SOBRE O QUAL O ATO RECAI) OU SUJEITO:
EX: MORTE DE SERVIDOR.
• 3)RENÚNCIA: O DESTINATÁRIO DO ATO ABRE MÃO DE UM ATO
QUE LHE SEJA BENÉFICO.
4)RETIRADA
• A) CASSAÇÃO: retirada do ato em razão do descumprimento dos seus
requisitos. Ex: cassação de CNH.
• B) CADUCIDADE: retirada do ato em razão de nova lei que faça com
que o ato se torne com ela incompatível.
• EX: a lei municipal anterior concedia permissão prevista no alvará aos
bares para música ao vivo. Nova lei proíbe música ao vivo.
• C)CONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA: retirada do ato em razão de um
novo ato de efeitos contrários.
• EX: NOMEAÇÃO E EXONERAÇÃO.
• D) ANULAÇÃO: 
• ATO ILEGAL (VIOLAÇÃO DA LEI OU PRINCÍPIOS)
• EFEITOS EX TUNC (RETROATIVOS)
• EXERCÍCIO DA AUTOTUTELA( PODER/DEVER DA ADM REVER SEUS ATOS) OU
CONTROLE JUDICIAL.

• E) REVOGAÇÃO: OPORTUNIDADE/CONVENIÊNCIA
•  ATO LEGAL
• EFEITO EX NUNC
• EXERCÍCIO DA AUTOTUTELA APENAS (JUDICIÁRIO NÃO FAZ CONTROLE DE MÉRITO,
APENAS DE LEGALIDADE)
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
• 1)Atos normativos - São atos gerais e abstratos que geram obrigações a uma quantidade
indeterminada de pessoas, dentro dos limites da lei. O ato normativo enseja a produção de
normas gerais, sempre inferiores aos comandos legais, não podendo inovar no ordenamento
jurídico.
• A) Regulamento: executivos(fiel execução da lei) e autonômos (art. 84, VI, CF);
• B) Regimento: configura-se ato normativo para definição de normas internas;
• C)Deliberações: trata-se de ato normativo expedido pelos órgãos colegiados, como
• representação de vontade da maioria dos agentes que o representam.
• D) Resolução: ato normativo dos órgãos colegiados, usados pelos Poderes Legislativo
• e Judiciário, e pelas Agências Reguladoras, para disciplinar matéria de sua competência
• específica.
• 2) Atos ordinatórios: São atos de ordenação e organização interna que decorrem do poder
hierárquico.
• A) Portaria: trata-se de ato administrativo individual que estipula ordens e determinações
internas e estabelece normas que geram direitos ou obrigações internas a indivíduos
específicos.
• B) Memorando: configura-se ato de comunicação interna, ou seja, entre agentes de um
mesmo órgão público, para fins de melhor executar a atividade pública, com a troca
de informações e documentos relevantes e realização de solicitações, desde que feito entre
setores de uma mesma estrutura orgânica.
• C) Ofício: é ato emanado para garantir a comunicação entre autoridades públicas ou entre
estas e particulares, destinados à comunicação externa, também podendo ser utilizado com
a intenção de encaminhar informações ou efetivar solicitações. É possível, por exemplo, que
seja emitido um ofício a um banco, requerendo informações acerca de determinada conta.
3)ATOS NEGOCIAIS
• São aqueles atos por meio dos quais a administração concede direitos
pleiteados por particulares. Trata-se de direito outorgado pelo Estado,
em virtude de requerimento do cidadão regularmente formulado.
• 03 espécies de atos negociais são formalizadas por meio de alvará.
De fato, o alvará é a forma do ato de consentimento, variando de
acordo com o seu conteúdo, podendo ser considerado um alvará de
licença ou um alvará de autorização, ou ainda, de permissão.
• 1)Autorização: É ato discricionário e precário (o ato pode ser desfeito
sem qualquer direito à indenização ao particular beneficiado) por meio
de que a Administração Pública autoriza o uso de bem público por um
particular de forma anormal ou privativa, no interesse eminentemente
do beneficiário e também é ato discricionário e precário através do qual
o Poder Público concede ao particular o exercício de determinadas
atividades materiais que dependem de fiscalização (exercício do poder
de polícia), como por exemplo, a autorização de porte de arma ou para
funcionamento de uma escola privada.
• 2 espécies: autorização de uso de bem público e polícia;
• Autorização de uso de bem público: o emprego anormal ou privado do
bem público como, por exemplo, colocar mesa no passeio público
ou realizar uma festa de casamento na praia, restringindo, dessa forma,
o bem do uso normal pelos outros requer a manifestação do Poder
Público, para que consinta tal restrição. A isso se denomina uso especial
de bem público.
• Autorização de Polícia: A autorização de polícia é o ato necessário para
que o particular possa exercer atividades fiscalizadas pelo Estado, dada
a sua relevância social ou o perigo que pode ensejar à coletividade. Por
exemplo, depende de autorização pública a concessão do porte de
arma, assim como a abertura de escola privada, dentre outros.
• 2)Permissão: Também ostenta a qualidade de ato discricionário e
precário e é veiculada para conceder ao particular o uso de
determinado bem público, de forma anormal ou privativa. Isso porque
a permissão de serviço público tem natureza de contrato
administrativo.
• em determinadas situações, a permissão de uso é concedida por prazo
determinado, situação na qual estará mitigada a precariedade, sendo
impedido o poder público de revogar este ato sem que seja devida
indenização ao particular beneficiado. Com efeito, a definição de prazo
vincula a Administração que não pode contrariar seus próprios atos.
DIFERENÇAS ENTRE AUTORIZAÇÃO E
PERMISSÃO
• A autorização, para a doutrina mais tradicional, é ato adequado para uso de
bem público em situações mais transitórias, como no caso de uma festa
ocasional que requer o fechamento da rua ou até mesmo um luau que será
realizado em uma praia, ao passo em que a permissão tem um caráter mais
permanente ou duradouro que a espécie anteriormente referida, podendo
ser citada como exemplo a situação de uma banca de revistas a ser colocada
em uma determinada calçada, ou uma feira de artesanato a ser realizada
em praça pública.
• Para a doutrina mais moderna, a autorização de uso é concedida, no interesse
do particular, enquanto a permissão é sempre concedida no interesse
público. Saliente-se ainda que a permissão de uso, não obstante tenha
natureza de ato discricionário, deve ser precedida de licitação.
• 3)  Licença: é ato de polícia; aquele por meio de que o Poder Público
permite a realização de determinada atividade sujeita à fiscalização
do Estado. Trata-se de ato vinculado e é concedida desde que
cumpridos os requisitos objetivamente definidos em lei. Com efeito,
por se tratar de ato vinculado, caso o particular preencha os
requisitos legais, adquire o direito subjetivo à concessão da licença.
Podem ser citados como exemplos a licença para construir e
reformar e a licença para o exercício de atividade profissional.
Atos enunciativos
• são os atos administrativos que estabelecem opiniões e conclusões do ente
estatal como, por exemplo, os pareceres, sendo, também, considerados
enunciativos aqueles que verificam e atestam situação de fato ocorrida que
afeta a atuação estatal.
• I-Atestado: quando o Poder Público tem de comprovar, mediante verificação
de determinada situação de fato, para, então, proferir um ato que ateste
aquela ocorrência fática. Com efeito, trata-se de ato que comprova a
existência de uma situação analisada pelo Estado por meio de seus órgãos
competentes, não sendo hipótese previamente documentada dentro da
repartição. Por exemplo, a perícia médica é indispensável para se averiguar a
situação de doença de um servidor e expedir um atestado por junta médica.
• II - Certidão: trata-se de ato, por meio do qual, a Administração Pública certifica um
determinado fato que já se encontra previamente registrado no órgão, ou seja, "atesta" fato
previamente escrito em documento público.
• III- Apostila ou averbação: configura ato administrativo pelo qual o ente estatal acrescenta
informações constantes em um registro público. Com efeito, apostilar é acrescentar algo ao
registro, incluir informações que faltavam e deixava incompleto o registro ou alterá-lo,
se houver descrição que não corresponda à realidade. Quando o particular tem a
necessidade de que conste alguma informação relevante, no registro público, pede a
averbação. Pode-se citar como exemplo a averbação de tempo de serviço, para fins de
aposentadoria, na esfera privada, junto ao órgão público com a posse em cargo público.
• IV- Parecer: ato administrativo por meio do qual se emite opinião de órgão consultivo do
Poder Público, sobre assunto de sua competência, sejam assuntos técnicos ou de
natureza jurídica, concluindo pela atuação de determinada forma pelo órgão consulente.
ATOS PUNITIVOS
• São os atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação de
sanções, em face do cometimento de infrações administrativas pelos
servidores públicos ou por particulares.
• Podem decorrer do Poder Disciplinar, para aquelas sanções aplicadas às
pessoas sujeitas à disciplina da Administração Pública e também pode ser
manifestação do Poder de Polícia repressivo, quando decorrente da
Supremacia Geral.
• Os atos punitivos, por atuarem de forma a restringir a esfera jurídica dos
particulares, devem ser antecedidos de processo administrativo regular,
em que sejam observadas as garantias de contraditório e de ampla
defesa.

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