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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO AMAPÁ - PMAP

CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO – CFA


CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS - CFS
AL SGT ROSINELSON DE ALMEIDA GEMAQUE

A DISCRICIONARIEDADE NA ATIVIDADE POLICIAL


REFLEXOS E LIMITES COM BASE NA LEI N.º 13.869/2019

MACAPÁ – AP
2022
O Estado pode escolher exercer o poder de polícia e impor sanções, além de
adotar medidas que conduzam ao alcance dos objetivos esperados a proteção do
interesse público. A atuação discricionária quando a Administração diante do caso
concreto, tem a possibilidade de apreciá-lo segundo critérios de oportunidade e
conveniência e escolher uma entre duas ou mais soluções, todas válidas para o
direito.
A discricionariedade da polícia pode ser encontrada na liberdade de uso e
avaliação legal das atividades legais e do nível das sanções contra os infratores. No
entanto, o representante do órgão da Administração Pública não pode ser
reconhecido, esse poder discricionário tem características de poder policial e pode
realizar ações arbitrárias. As limitações do exercício desse poder encontram-se na
própria Constituição Federal. As sanções devem ser consistentes e proporcionais à
violação.
O poder policial é, em princípio, discricionário, mas pode se tornar articulado,
quando as normas jurídicas que o regem determinam a sua forma e o método de sua
realização. Costuma-se dizer que o poder policial é um poder discricionário e envolve
a lei, aquele que regula a liberdade e a propriedade para o bem-estar coletivo, mas
apenas se as ações dos legisladores forem consideradas como tendo esse atributo.
O que a Administração Pública pode tomar é o comportamento, não o poder.
Demonstrar discrição e entrar em contato com as ações administrativas. Em alguns
casos, a lei exige que o Estado tome uma solução, não há escolha para o que foi
estabelecido anteriormente.
Contudo, não devemos confundir a discrição com a arbitragem, porque isso
significa a liberdade de agir dentro do escopo da lei, que é um abuso de poder que
está além da lei e do seu escopo. O comportamento arbitrário que atende aos padrões
legais, é legal e eficaz, enquanto o comportamento arbitrário e ilegal e inválido e,
portanto tonando o ato inválido.
O abuso de poder no que tange a Administração Pública, se manifesta tanto
com o excesso de poder, nos casos em que o agente público atua além de sua esfera
de competência legal, como pode também se manifestar pelo desvio de finalidade,
nos casos em que o agente público atua dentro de sua esfera de competência, porém,
de forma contrária à finalidade implícita ou explícita da lei que determinou o ato.
Assim, desviando-se da finalidade pública da qual ele é designado, ou seja, a
finalidade geral, quanto à finalidade específica do ato. Sendo essas, formas arbitrárias
de agir do agente público no âmbito administrativo, diferente do que é designado por
lei.
No caso do abuso de autoridade, tem-se a tipificação daquelas condutas
abusivas de poder como crimes (Lei 13869/2019), em que é possível dizer que o
abuso de autoridade é o abuso de poder analisado sob as normas penais.
Ainda, o abuso de autoridade abrange o abuso de poder, conforme se pode
vislumbrar pelo disposto no art. 1º e seguintes, da Lei 13869/2019, utilizando os
conceitos administrativos para tipificar condutas contrárias ao direito no âmbito penal
e disciplinar.
Portanto, pode-se dizer que, além do abuso de poder ser infração
administrativa, também é utilizado no âmbito penal para caracterizar algumas
condutas de abuso de autoridade, sendo que, essas são muito mais amplas do que o
simples abuso de poder (excesso ou desvio de poder), eis que abarcam outras
condutas ilegais do agente público, o que nos leva a concluir que o abuso de
autoridade abrange o abuso de poder que, por sua vez, se desdobra em excesso e
desvio de poder ou de finalidade.
O poder administrativo concedido à autoridade pública tem limites certos e
forma legal de utilização. Não é carta branca para arbítrios, violências, perseguições
ou favoritismos governamentais. Qualquer ato de autoridade, para ser irrepreensível,
deve conformar-se com a lei, com a moral da instituição e com o interesse público.
Nesse contexto, a Constituição Federal garante a todos, independentemente
do pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidades e abuso de poder (CF, art. 5º, XXXIV).
Assim, deverá ser outorgado mandado de segurança para resguardar o direito
líquido e certo quando o responsável pela ilegalidade for autoridade pública ou agente
de pessoa jurídica no exercício de atribuição do Poder Público.

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