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493 PARANÁ
VOTO
ão
ressalto, desde logo, que a presente impetração tem por objetivo a
declaração de nulidade dos atos processuais praticados na Ação Penal n.
5046512-94.2016.4.04.7000/PR, que tramitou perante a 13ª Vara Federal da
aç
Subseção Judiciária de Curitiba/PR, em razão da alegada suspeição do
magistrado que prestou a jurisdição nos referidos autos.
Conforme sumariado no relatório, os fatos indicativos da ausência
de parcialidade da autoridade judiciária se consubstanciariam (i) no
or
deferimento da condução coercitiva do paciente e de familiares seus,
ocorrida em 4.3.2016, sem que tenha havido prévia intimação para oitiva
pela autoridade policial; (ii) na autorização para a interceptação de
ab
ão
HABEAS CORPUS. RECURSO INTERPOSTO CONTRA V.
ACÓRDÃO QUE NÃO CONHECEU DO WRIT IMPETRADO.
ALEGAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA E SUSPEIÇÃO DO JUÍZO
PRIMEVO. INCOMPETÊNCIA NÃO VISLUMBRADA DE
aç
PLANO. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA.
IMPOSSIBILIDADE. SUSPEIÇÃO. QUESTÃO JÁ ANALISADA
PELA CORTE DE ORIGEM EM INCIDENTE PRÓPRIO. FATOS
NOVOS. AUSÊNCIA DE ALTERAÇÃO DO QUADRO FÁTICO
or
ANTERIOR. RECURSO NÃO PROVIDO.
I - Faz-se excepcional a arguição de incompetência em
sede de habeas corpus, devendo ser manifesta a ilegalidade e
ab
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HC 164493 / PR
ão
OBJETO. ALEGAÇÃO DE SUSPEIÇÃO E INCOMPETÊNCIA
DO MAGISTRADO. VIA INADEQUADA. REITERAÇÃO DE
PEDIDOS JÁ ANALISADOS EM FEITOS ANTERIORES. NÃO
CONHECIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. PREJUDICADO.
aç
1. Diante do falecimento de uma das pacientes, resta
prejudicada a impetração quanto a ela, por superveniente perda
de objeto.
2. Admite-se o manejo de habeas corpus para discutir a
or
competência do juízo somente quando houver flagrante
ilegalidade, mas desde que, para tanto, não seja necessária
ampla incursão no conjunto probatório até então produzido,
ab
julgado prejudicado”.
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HC 164493 / PR
ão
circunscrevem no almejar da demonstração de suspeição do magistrado a
qual se reporta a própria impetração.
Ultrapassado esse primeiro horizonte na análise da impetração,
recobro os fundamentos declinados tanto pelo Tribunal Regional Federal
aç
da 4ª Região como pelo Superior Tribunal de Justiça para não conhecer da
pretensão formulada pela defesa técnica do paciente na via do habeas
corpus, porque “[O]s argumentos acerca da suposta ausência de imparcialidade
or
do magistrado já foram examinados em três exceções de suspeição anteriormente
opostas, não sendo cabida a reabertura da matéria já decidida com base na mera
indicação de ‘fatos novos’” (Doc. 21).
ab
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HC 164493 / PR
ão
denominada de 'Operação Lava-Jato', bem como a manifestação
da opinião pública, favoráveis ou contrárias, para as quais o
magistrado não tenha contribuído, ou, ainda, a indicação do
nome do excepto em pesquisas eleitorais para as quais não
aç
tenha anuído, não acarretam a quebra da imparcialidade do
magistrado.
4. Eventuais manifestações do magistrado em textos
or
jurídicos ou palestras de natureza acadêmica, informativa ou
cerimonial a respeito de crimes de corrupção, não conduz à sua
suspeição para julgar os processos relacionados à 'Operação
Lava-Jato'.
ab
5
HC 164493 / PR
ão
Regional, os quais, na ocasião, reconheceu como inaptos a indicarem a
suspeição do magistrado excepto:
aç
“a) que o julgador seria suspeito, pois teria ordenado
buscas e apreensões, condução coercitiva e interceptação
telefônica ilegais, demonstrando parcialidade;
or
b) que o julgador seria suspeito, pois teria levantado
ilegalmente o sigilo sobre diálogos interceptados
telefonicamente;
ab
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HC 164493 / PR
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elencados como indicativos da suspeição ora alegada, foi exercida em
estrita observância à garantia constitucional ao devido processo legal,
pois impulsionada pela via escorreita, a saber, a exceção de suspeição,
prevista no art. 95, I, do Código de Processo Penal.
aç
Ao lado disso, os respectivos provimentos jurisdicionais foram
objeto de impugnação por intermédio dos recursos cabíveis no
ordenamento jurídico pátrio, quais sejam, os recursos especial e
or
extraordinário, bem como dos subsequentes agravos visando a reforma
das decisões de inadmissibilidade, esgotando-se, assim, todas as
instâncias ordinárias e revisionais da estrutura do Poder Judiciário
ab
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HC 164493 / PR
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existente, seria indireta à Constituição Federal. 2. Conforme a
Súmula 279/STF, é inviável, em recurso extraordinário, o
reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. 3.
Agravo regimental desprovido” (ARE 1.100.658 AgR, Rel.: Min.
aç
EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em 23.3.2018).
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HC 164493 / PR
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“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE
SUSTENTAÇÃO ORAL EM AGRAVO REGIMENTAL.
VEDAÇÃO. ART. 131, § 2º, DO RISTF. IMPEDIMENTO DE
aç
MAGISTRADO. MATÉRIA QUE PRESSUPÕE EXAME
APROFUNDADO DE ELEMENTOS FÁTICOS. AUSÊNCIA DE
DECISÃO DEFINITIVA DO STJ SOBRE O TEMA. SUPRESSÃO
DE INSTÂNCIA. (...) 2. A decisão do Superior Tribunal de
or
Justiça está de acordo com a jurisprudência desta Corte, fixada
no sentido de que, rejeitada a exceção de suspeição pela
instância ordinária, não é possível apontar qualquer ilegalidade
ab
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HC 164493 / PR
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Supremo Tribunal Federal no sentido de que o habeas corpus
não constitui a via idônea para essa discussão. Precedentes. 2. A
via própria é a exceção de suspeição, na qual se admite a
produção de provas, inclusive testemunhal (art. 98, CPP). Trata-
aç
se, portanto, de um incidente de ampla cognição probatória. 3.
Na espécie, o recorrente opôs exceção de suspeição do
magistrado de primeiro grau, que não a reconheceu, vindo o
or
Tribunal Regional Federal da 4ª Região a rejeitá-la. 4. A alegada
quebra do dever de imparcialidade, por razões não declaradas
pelo magistrado e supostamente diversas das subjacentes à real
motivação de suas decisões, é deveras controvertida, uma vez
ab
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HC 164493 / PR
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concluiu pela inexistência de elementos aptos a comprovar a
alegada imparcialidade do magistrado e que o afastamento
dessa conclusão encontra óbice na Súmula 7 do STJ, ante a
impossibilidade de reexame de fatos e provas em recurso
aç
especial. 2. Arguida a suspeição na via processual específica,
tendo sido rejeitada pela instância ordinária, mediante exame
suficiente da decisão supostamente ensejadora da quebra de
or
dever de parcialidade do magistrado, não é possível apontar
qualquer constrangimento ilegal sanável na via do habeas
corpus. É que a ação constitucional não se revela adequada para
investigar as questões fáticas suscitadas a respeito de eventual
ab
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HC 164493 / PR
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condução coercitiva do paciente; (ii) a quebra do seu sigilo telefônico e de
seus advogados; (iii) a divulgação dos áudios interceptados; (iv) o teor
das informações prestadas pelo magistrado ao Supremo Tribunal Federal
em reclamação; (v) o conteúdo da defesa preliminar apresentada pelo
aç
magistrado em queixa-crime contra si aforada pelo paciente; (vi) os
fundamentos declinados por ocasião do recebimento da denúncia na
Ação Penal n. 5046512-94.2016.4.04.7000; (vii) a postura do magistrado em
or
determinados momentos das audiências de instrução da referida ação
penal; (viii) as obras literárias lançadas tendo como tema a “Operação
Lava Jato” e os vínculos estabelecidos entre o magistrado e os respectivos
ab
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HC 164493 / PR
ão
do magistrado excepto, em violação ao procedimento previsto no art. 100
do Código de Processo Penal, tampouco do Tribunal Regional Federal da
4ª Região, a configurar a supressão de 3 (três) graus de jurisdição.
Acerca da inviabilidade do conhecimento de habeas corpus
aç
formulados nos moldes da presente impetração, confira-se a consolidada
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:
or
“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL.
ALEGAÇÕES DE INÉPCIA DA DENÚNCIA E SUSPEIÇÃO
DO MAGISTRADO DE PRIMEIRO GRAU. MATÉRIA NÃO
SUBMETDAS AO TRIBUNAL A QUO. HABEAS CORPUS
ab
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HC 164493 / PR
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julgado em 25.9.2007).
aç
instância. 4. Tema que será debatido durante a instrução
processual. 5. Paciente foragido. 6. Agravo regimental a que se
nega provimento” (HC 158.267 AgR, Rel.: Min. GILMAR
or
MENDES, Segunda Turma, julgado em 17.8.2018).
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HC 164493 / PR
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SUPOSTA OFENSA AO PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO
DA PENA NA OPERAÇÃO DE DOSIMETRIA PENAL –
RECONHECIMENTO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL,
DA EXISTÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL
aç
DESFAVORÁVEL MOTIVADA PELAS CONSEQUÊNCIAS DO
CRIME PRATICADO PELO RECORRENTE – PRETENDIDA
REDUÇÃO DA SANÇÃO PENAL – NECESSÁRIO REEXAME
or
DO CONJUNTO PROBATÓRIO – INVIABILIDADE NA VIA
SUMARÍSSIMA DO ‘HABEAS CORPUS’ – PACIENTE
CONDENADO A PENA RECLUSIVA INFERIOR A 04
(QUATRO) ANOS – ESTIPULAÇÃO DE CUMPRIMENTO DE
ab
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HC 164493 / PR
ão
IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DA DECISÃO AGRAVADA.
DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. AGRAVO AO QUAL SE
NEGA PROVIMENTO. 1. Inexistindo anteriores manifestações
das instâncias precedentes sobre a matéria de fundo da
aç
impetração, a apreciação dos pedidos da defesa implica dupla
supressão de instância, o que não é admitido conforme a
jurisprudência do Supremo Tribunal. Precedentes. 2. Sob pena
or
de supressão de instância, não se admite a impetração de
habeas corpus neste Supremo Tribunal contra decisão
monocrática de Ministro de Tribunal Superior. Precedentes. 3. O
Agravante tem o dever de impugnar, de forma específica, todos
ab
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HC 164493 / PR
ão
substituto.
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará
autuar em apartado a petição, dará sua resposta dentro em três
dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida,
aç
determinará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em 24
vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o
julgamento.
or
§ 1º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da
arguição, o juiz ou tribunal, com citação das partes, marcará dia
e hora para a inquirição das testemunhas, seguindo-se o
julgamento, independentemente de mais alegações.
ab
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ão
Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 301).
aç
atribuída ao magistrado em tela na presente ocasião, se ocorrente, o seria
em flagrante violação ao devido processo legal, que também deve ser
garantido ao excepto, mormente em decorrência da responsabilidade
pessoal advinda de eventual juízo de procedência da arguição de
or
suspeição, conforme disciplina o art. 101 do Código de Processo Penal.
Nada obstante o não conhecimento da impetração que se impõe,
cumpre examinar, um a um, os argumentos declinados pela defesa
ab
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HC 164493 / PR
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de interesse. Ou seja, a simples verificação dos pressupostos
necessários à instauração de medidas cautelares não significa
que o julgador seja suspeito ou esteja impedido de continuar na
lide.
aç
(…)
No sistema brasileiro a jurisdição é una, de modo que não
se separada [sic] o juízo que conduz o inquérito ou instrui a
or
causa daquele que a julga.
Tal circunstância, todavia, não lhe retira a imparcialidade.
As medidas cautelares investigatórias são determinadas
com fundamento em um juízo precário, notadamente com base
ab
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ns. 395 e 444, finalizado em 14.6.2018. Ademais, nessa oportunidade o
Tribunal atribuiu à decisão efeitos ex nunc, não atingindo, via de
consequência, os atos pretéritos praticados em desacordo com o novel
entendimento.
aç
Igualmente, a autorização à interceptação telefônica de ramais
vinculados ao paciente, notadamente aos pertencentes a seus advogados
contratados, foi exarada a partir dos indícios produzidos no decorrer de
or
investigação policial que justificaram a necessidade da medida invasiva,
não se verificando teratologia apta a denunciar a parcialidade sugerida
nesta impetração, como bem assentou, mais uma vez, a Corte Regional:
ab
celular.
Ainda. O telefone supostamente pertencente ao escritório
de advocacia Teixeira Martins e Advogados teve autorização de
quebra de sigilo segundo informação prestada pelo MPF de que
o terminal seria titularizado pela empresa LILS Palestras do ex-
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não por escritório de
advocacia. Isso está expresso na decisão de 19/02/2016 (evento
4, processo 5006205-98.2016.4.04.7000), com base em registro do
CNPJ da empresa de consultoria do excipiente.
Mais uma vez cabe registrar que a tese de ilegalidade das
medidas sequer seria digna de ponderação neste momento e
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modificação da decisão por órgão recursal não permite que se
discuta a perda de imparcialidade do julgador que prolatou a
decisão reformada” (Doc. 19).
aç
Em relação ao episódio de divulgação dos áudios captados a partir
das interceptações telefônicas autorizadas pelo aludido Juízo, rememoro
que tal fato, à luz da sua validade e eficácia no plano jurídico, foi objeto
or
de análise deste Supremo Tribunal Federal nos autos da RCL 23.457/PR,
da relatoria do saudoso Ministro Teori Zavascki que, por meio de decisão
monocrática proferida em 22.3.2016, deu parcial provimento ao pleito
ab
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HC 164493 / PR
ão
remediação prevista em lei, tal fato, mesmo visto no contexto dos
anteriores elencados pelos impetrantes, não detém o condão de externar
eventual intenção de atuação parcial, consoante se alega na exordial deste
habeas corpus, não se olvidando que o exercício da judicatura não se faz
aç
sem a imperiosa garantia da independência funcional, elencada como o
primeiro dos Princípios de Bangalore de Conduta Judicial, adotados pela
Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, destacando-se, por
or
oportuno, o seu subprincípio inaugural:
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HC 164493 / PR
independência.
Relativamente à atuação do magistrado no sentido de impedir o
cumprimento da ordem de soltura exarada em favor do paciente por
Desembargador Federal plantonista nos autos do HC 5025614-
40.2018.4.04.0000, cumpre registrar que o fato se encontra sob apuração
da Corregedoria Nacional de Justiça, circunstância que revela a
ão
impropriedade do alargamento do debate na presente via processual
estreita.
Todavia, embora controvertida a competência do magistrado
excepto para a prática do ato ora questionado, é certo que a citada ordem
aç
de soltura do paciente, determinada por Desembargador Federal
plantonista, foi, no mesmo dia em que proferida, revista pelo Relator
prevento para a análise do habeas corpus, cuja decisão, diante da
or
persistência do embate verificado entre os magistrados, ao final restou
confirmada pelo Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região,
quando provocado pelo Ministério Público Federal a dirimir a celeuma.
ab
Federal.
Tal contexto peculiar afasta qualquer nota de parcialidade nos
termos em que arguida nesta impetração, não se constatando, desse
modo, ilegalidade flagrante.
Por fim, na visão dos impetrantes, os atos praticados pelo então Juiz
Federal Sérgio Fernando Moro na Ação Penal n. 5021365-
32.2017.4.04.7000, consubstanciados no adiamento do interrogatório do
paciente para momento posterior às eleições gerais do ano de 2018, bem
como na juntada aos respectivos autos, na semana anterior ao primeiro
turno do pleito, e posterior levantamento do sigilo da colaboração
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autonomia da vontade garantida a qualquer cidadão nos moldes do art.
5º, II, da Constituição Federal, a ele, tão somente, dizem respeito, ressalto
a informação prestada pelo Juízo da 13ª Vara Federal da Subseção
Judiciária de Curitiba/PR nestes autos, no sentido de que tais argumentos
aç
integram as alegações finais ofertadas pela defesa técnica na sobredita
ação penal, o que evidencia que o tema será ali oportunamente tratado
em extensão cognitiva apropriada, circunstância a recomendar a
or
contenção deste Órgão Colegiado sobre o juízo de mérito da arguição.
Nada obstante, trago à colação excerto do respectivo ofício acostado
a estes autos no Documento 43 que, a partir de declarações públicas feitas
ab
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ão
Esse fundamento, embora diga respeito a potenciais efeitos exógenos
do ato postergado na ação penal, alcançou, na relação processual em que
se questiona a parcialidade do magistrado, não só o paciente, mas todos
os demais corréus que figuram na incoativa, circunstância que,
aç
objetivamente, não permite qualquer conclusão no sentido da afirmada
inimizade ou interesse no desfecho do processo aptos a caracterizar a
suspeição reclamada.
or
Também não há como se chegar a conclusão diversa no tocante ao
levantamento do sigilo de acordo de colaboração premiada em momento
próximo ao pleito eleitoral, cujo conteúdo seria antagônico aos interesses
ab
políticos do paciente.
Com efeito, o referido ato foi motivado pela pertinência de alguns
termos de declarações prestadas pelo colaborador Antônio Palocci Filho
com o objeto da Ação Penal n. 5063130-14.2016.4.04.7000/PR, na qual
el
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ão
análise das provas pré-constituídas nestes autos, nos limites impostos
pela via eleita, não permite, de modo algum, a pronta constatação de
qualquer constrangimento ilegal passível de ser remediado mediante
atuação de ofício deste Supremo Tribunal Federal.
aç
Cumpre consignar, derradeiramente, que ninguém está acima da lei,
especialmente da Constituição: nem administradores, nem parlamentares,
nem mesmo juízes. Todos, e de modo especial aqueles a quem o Estado
or
Democrático de Direito e sua Constituição atribuiu o papel aplicá-las, lhes
devem estrita observância, e dar o exemplo de respeito e obediência à
ordem normativa.
ab
É como voto.
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