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JULGADO 01:
Tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada. Art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006. Crime não equiparado a hediondo. Entendimento recente do
Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 118.533-MS. Revisão do tema
analisado pela Terceira Seção sob o rito dos recursos repetitivos. Pet 11.796-DF,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em
23/11/2016, DJe 29/11/2016.
3ª Seção – O tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei n.
11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo e, por conseguinte, deve ser
cancelado o Enunciado 512 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça. Apesar de
inexistir efeito vinculante ao julgamento do STF (Pleno) do HC 118.533/MS, em que se
afastou o caráter hediondo do tráfico privilegiado, em atenção à harmonia e segurança
jurídica o STJ entendeu pertinente REVER entendimento consolidado por esta
Terceira Seção no julgamento do Recurso Especial Representativo da
Controvérsia n. 1.329.088/RS. Assim, também prevalece agora no STJ (rompendo
com a Súmula 512 – revogada) que apenas as modalidades de tráfico de entorpecentes
definidas no art. 33, caput e § 1°, da Lei n. 11.343/2006 seriam equiparadas aos crimes
hediondos, enquanto referido delito na modalidade privilegiada apresentaria “contornos
mais benignos, menos gravosos, notadamente porque são relevados o envolvimento
ocasional do agente com o delito, a não reincidência, a ausência de maus antecedentes e
a inexistência de vínculo com organização criminosa”. Ademais, o próprio artigo 44 da
Lei de Drogas, ao estabelecer que os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a
37 da Lei “são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos”, conferiu ao
tráfico privilegiado (art. 33, § 4º) tratamento especial ao que o legislador atribuiu
ao caput e ao § 1º do artigo 33, a reforçar a tese de que não se trata de delito hediondo.
JULGADO 02:
6ª Turma – Na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não
estar previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime
de corrupção de menores, porém, se a conduta estiver tipificada em um desses artigos
(33 a 37), não será possível a condenação por aquele delito, mas apenas a
majoração da sua pena com base no art. 40, VI, da Lei n. 11.343/2006. Para
configuração do crime previsto no art. 244-B do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), basta a participação de menor de 18 anos no cometimento do delito, pois, de
acordo com a jurisprudência do STJ, o crime é formal e, por isso, independe da prova da
efetiva corrupção do menor (Súmula 500/STJ), pouco interessando se o menor já havia
sido corrompido, já que para o STJ é irrelevante a prova da efetiva corrupção do menor
para que o acusado seja condenado pelo crime do ECA. A dúvida que se põe é quando
haverá o crime de corrupção de menores, se haverá concurso ou se haverá a incidência
da causa de aumento do artigo 40, VI da LD. Para o STJ, devemos nos nortear pela
especialidade. Se estivermos diante de concurso de agentes com menor de dezoito anos
para a prática dos crimes dos artigos 33 a 37, afigura-se juridicamente correta a
imputação do delito em questão, com a causa de aumento do art. 40, VI. Para os
demais casos, aplica-se o art. 244-B, do Estatuto da Criança e do Adolescente,
conforme entendimento doutrinário.
JULGADO 03:
JULGADO 04:
JULGADO 05:
Causa de diminuição de pena. Art. 33, § 4º, da Lei 11.343/06. Dedicação à atividade
criminosa. Utilização de inquéritos e/ou ações penais. Possibilidade. EREsp
1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, por maioria, julgado em 14/12/2016, DJe
1/2/2017.
3ª Seção: É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para
formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a
afastar o benefício legal previsto no artigo 33, § 4º, da Lei 11.343/06. Encerrando a
divergência até então existente entre a 5ª e 6ª Turmas pela possibilidade de utilização de
IP e ações penais pendentes para afastar a causa de diminuição de pena do parágrafo 4º
do artigo 33 da Lei de Drogas, a Seção optou pela posição da 5ª Turma, no sentido de
admitir a utilização. De acordo com o dispositivo, para haver o benefício é necessário o
preenchimento cumulado dos requisitos da i) primariedade; ii) bons antecedentes; iii)
não se dedicar às atividades criminosas; iv) não integrar organização criminosa.
Prevaleceu que tal situação não se confunde com aquela versada na Súmula 444 do
STJ, pois aqui não se trataria de avaliação de inquéritos ou ações penais para agravar a
situação do réu condenado por tráfico de drogas, mas como forma de afastar um
benefício legal, desde que existentes elementos concretos para concluir que ele se
dedique a atividades criminosas, sendo inquestionável que em determinadas situações, a
existência de investigações e/ou ações penais em andamento possam ser elementos
aptos para formação da convicção do magistrado. CUIDADO: Restou claro que não
se pode tornar uma REGRA que a existência de IP ou ação criminal pendente
obste o benefício em qualquer situação; não foi isso que foi deliberado pela
Seção.Apenas se autorizou a avaliação deles para apreciar se se dedica ou não a
atividades criminosas, de modo a permitir a avaliação pelo magistrado em cada caso
concreto.
JULGADO 06:
JULGADO 07:
6ª Turma – Configura o delito de extorsão (art. 158 do CP) a conduta de agente que
submete vítima à grave ameaça espiritual que se revelou idônea a atemorizá-la e
compeli-la a realizar o pagamento de vantagem econômica indevida (grave ameaça
espiritual). A acusada, de uma situação inicial, em que foi voluntariamente provocada a
realizar atendimento sobrenatural para fins de cura, interpelou a vítima em diversas
oportunidades e a convenceu, mediante ardil, a desembolsar vultosas quantias para
realizar outros rituais, não solicitados. Fez a vítima acreditar que estava acometida de
mal causado por entidades sobrenaturais e que seria imprescindível sua intervenção,
solicitando, para tanto, vultosas quantias. Para a vítima e boa parte do povo brasileiro,
existe a crença na existência de força ou forças sobrenaturais, manifestada em doutrinas
e rituais próprios, não havendo falar que são fantasiosas e que nenhuma força possuem
para constranger o homem médio. Os meios empregados foram idôneos, tanto que
ensejaram a intimidação da vítima, a consumação e o exaurimento da extorsão.
JULGADO 08:
JULGADO 09:
JULGADO 10: