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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DO

JURI DA COMARCA DE ___

JOSÉ ALVES, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade


n. ____, inscrito no CPF/MF sob o n. ____, residente e domiciliado no endereço, na comarca de
____, por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer o

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

com fulcro no artigo 310, I do CPP e 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:

I. DOS FATOS

José Alves, no dia 10 de março de 2015, após ingerir um litro de vinho na sede de sua
fazenda, o acusado pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia
sua propriedade rural.
Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, o acusado
foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo
foragido do presídio da localidade.
Abordado pelos policiais, o acusado saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor
de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste
de alcoolemia em aparelho de ar alveolar.
Realizado o teste, foi constatado que o acusado tinha concentração de álcool de um
miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à
Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime
previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em
Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
O réu permaneceu encarcerado por vários dias na Delegacia, sem o direito de ver a
família e sem a comunicação do fato ao juízo competente, muito menos à Defensoria Pública.

II. DO DIREITO

Segundo o princípio da não autoincriminação compulsória, previsto no art. 5º, inciso


LXIII, da Constituição Federal de /88. Ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. O ato
policial de compelir o requerente a realizar o teste de alcoolemia viola esse princípio.
Houve também a violação do art. 5º, LXII, da Constituição Federal/88 e os termos do
art. 306, caput, do Código de Processo Penal. Que diz, ‘’A autoridade policial não comunicou
imediatamente a prisão do requerente ao juízo competente e nem a sua família’’.

Além do que, o delegado não encaminhou os autos à Defensoria Pública, violando o art.
306, § 1º, do Código de Processo Penal, que exige o encaminhamento dos autos em até 24 horas
após a realização da prisão, caso o autuado não informe o nome de seu advogado.

Negar ao preso comunicação com seu defensor, além de violar preceitos constitucionais,
viola também aquilo previsto no art. 8, 2, ‘d’, do Decreto 678/92, que garante o direito do indivíduo
de comunicar-se livremente com seu defensor.

III. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer seja deferido este pedido de relaxamento da prisão em


flagrante, tendo em vista que a prisão é ilegal por violar normas constitucionais e
infraconstitucionais, para que se expeça o respectivo alvará de soltura em favor do requerente, como
medida de justiça.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local, Data.
Nome do advogado
OAB/__ n° ___.

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