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DIREITO AMBIENTAL

Fichamento sobre o caso:

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS CASO


DO POVO INDÍGENA XUCURU E SEUS MEMBROS VS.
BRASIL

O caso se trata de uma violação do direito à propriedade coletiva e a


integridade pessoal do Povo Indígena Xucuru, do qual vem se arrastando para
ser resolvido desde 1989, em 2016 a Comissão Interamericana dos Direitos
Humanos submeteu o caso à Corte.

Um grande marco no nosso país, pois foi a primeira vez em que o Brasil foi
condenado por uma Corte Internacional por violar direitos dos povos indígenas,
além de concluir que o Brasil não atuou com prazo razoável, muito menos
esgotou todas os seus recursos internos para a solução do caso. O
entendimento da Corte é que as terras não se concentram em uma só pessoa,
e que as terras são de propriedade coletiva da comunidade, e foi estabelecido
que o Povos Xucuru merecem igual proteção do artigo 21 da Convenção
Americana:

“Artigo 21 - Direito à propriedade privada

1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A


lei pode subordinar esse uso e gozo ao interesse social.

2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo


mediante o pagamento de indenização justa, por motivo de
utilidade pública ou de interesse social e nos casos e na
forma estabelecidos pela lei.

3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de exploração


do homem pelo homem, devem ser reprimidas pela lei.”
Uma das questões tratadas foi o despeito em relação a demora no processo
para demarcação de terras, já que sem elas, a comunidade estava sofrendo
com invasões e problemas com garimpeiros, um grande ponto a ser observado
foi que não tinha a necessidade de isso ir parar na Corte, o problema poderia
muito bem ter sido resolvido internamente, mas o sistema (Estado criou
diversos mecanismos para atrasar a demarcação das terras.

Por fim, a Corte determinou que o Brasil garanta o direito de propriedade do


povo Xucuru, conclua a retirada de indivíduos não indígenas das terras
mediante o pagamento de indenizações pendentes, e pague indenizações por
danos causados pela demora em demarcar terras. Apesar da condenação, a
CIDH considerou que não há argumentos para que o país modifique sua
legislação interna no que diz respeito às questões indígenas.

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