O documento é um pedido de habeas corpus impetrado por um advogado em favor de seu cliente, Jorge Luis de Souza de Andrade. Segundo o relato, o cliente foi preso após supostamente causar um acidente de trânsito que resultou em morte, porém laudos apontam que ele não estava embriagado como alegado. A defesa pede a concessão de liminar para restabelecer o direito de dirigir do paciente e que ele aguarde o julgamento do processo em liberdade.
O documento é um pedido de habeas corpus impetrado por um advogado em favor de seu cliente, Jorge Luis de Souza de Andrade. Segundo o relato, o cliente foi preso após supostamente causar um acidente de trânsito que resultou em morte, porém laudos apontam que ele não estava embriagado como alegado. A defesa pede a concessão de liminar para restabelecer o direito de dirigir do paciente e que ele aguarde o julgamento do processo em liberdade.
O documento é um pedido de habeas corpus impetrado por um advogado em favor de seu cliente, Jorge Luis de Souza de Andrade. Segundo o relato, o cliente foi preso após supostamente causar um acidente de trânsito que resultou em morte, porém laudos apontam que ele não estava embriagado como alegado. A defesa pede a concessão de liminar para restabelecer o direito de dirigir do paciente e que ele aguarde o julgamento do processo em liberdade.
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Desembargador(a) Presidente do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de GOIÁS.
GILBERTO BOHRZ, brasileiro, advogado inscrito junto a OAB-RS Nº
44806, vem respeitosamente à presença de V.Exª, com lastro no art. 5º, inciso LXVIII da Constituição Republicana e artigo 647 e seguintes do Código de Processo Penal, impetrar a presente ordem de
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR,
em favor de JORGE LUIS DE SOUZA DE ANDRADE, contra coação
ilegal perpetrada pelo M.M Juízo de Direito da 3ª Vara Criminal da cidade de Águas Lindas de Goiás, processo nº 5189189-47.2023.8.09.0011, aduzindo os seguintes fatos e fundamentos
FATO DELITUOSO
No dia 24 de março de 2023, por volta das 23h14min, no SETOR
COIMBRA, QUADRA Q, CHÁCARA 10, o paciente JORGE LUIS DE SOUZA DE ANDRADE, conduzindo um caminhão, de placas IUR-3529, teria supostamente envolvido em um acidente de trânsito, tendo como vítima Denilson Arnaud Sampaio Pedroso da Silva, que transitava com uma motocicleta no acostamento da via.
Na ocasião, segundo inquérito nº 237/2023, o paciente, conduzia o veículo
com velocidade incompatível com o local (acima da velocidade máxima permitida), vindo a atropelar a vítima, segundo depoimento da brigada militar, por outro lado, junto ao laudo pericial, a vítima não usava capacete e que trafegava com uma motocicleta no acostamento da via, causando-lhe a morte no próprio local do acidente. De acordo com o entendimento do delegado, o paciente foi preso em flagrante por dirigir veículo embriagado. Negou- se a fazer o teste do etilômetro, sendo que no laudo hospitalar, relatório médico, NEGATIVO PARA EMBRIAGUEZ, consoante laudo em anexo, não existe prova concreta da culpabilidade do paciente.
Neste sentido, paciente foi preso em flagrante na data do fato (25
de março de 2023) e solto pela Nobre Magistrada, mas sob diversas condições, consoante despacho em anexo.
Na decisão que homologou o fragrante, a magistrada
determinou a SUSPENSAO DA CNH DO PACIENTE SEM QUALQUER JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL, POR OUTRO LADO o paciente necessita da CNH PARA TRABALHAR E SUSTENTAR A FAMÍLIA, VISTO SER MOTORISTA DE CAMINHÃO PROFISSIONAL, vejamos os fatos reais:
Em consulta à certidão de antecedentes atualizada, verifico que o réu é
absolutamente primário, sendo o crime pelo qual responde um fato isolado na sua vida.
Ademais, registro que os elementos informativos constantes nos autos
amparam duas versões igualmente factíveis. Por um lado, há o relato dos brigadianos, declararam que o recorrente trafegava em alta velocidade possuía sinais visíveis de embriaguez.
Por outro, consta nos laudos periciais, que o PACIENTE NÃO
ESTAVA EMBRIGADO, NÃO FOI CONSTATADO EMBRIAGUEZ, VISTO QUE O EXAME FOI LOGO APÓS O SUPOSTO ACIDENTE. Ainda, a perícia também atesta que o veículo dois estaria EM VIA LATERAL, ACOSTAMENTO, SEM CAPACETE DE SEGURANÇA E cruzando a rodovia e ausência de marcas de frenagem do veículo um remetem para a surpresa do evento. Assim, a despeito de haver duas versões nos autos, uma delas sustentando a existência de indícios suficientes de materialidade e autoria, mas não há elementos suficientes a indicar a necessidade da medida cautelar de suspensão do direito de dirigir, TENDO EM VISTA AS DÚVIDAS FÁTICAS ou seja, não há nada indicando que caso permaneça autorizado a conduzir seu veículo automotor, o réu venha a colocar em risco a segurança do trânsito, até porque existem diversos elementos fáticos favoráveis ao paciente.
A suspensão imposta não guarda proporcionalidade com o fato
denunciado, tampouco foi motivada como determina o artigo 294 da Lei 9.053/97. Portanto, a decisão não está devidamente fundamentada, inclusive em conformidade ao art. 93, IX, da Constituição Federal, que constitui direito fundamental.
O artigo 302 do Código de Trânsito Nacional prevê pena de
detenção inferior a 4 anos.
A magistrada impôs a suspensão do direito de dirigir
enquanto tramitar o processo. Logo, é possível que o paciente permaneça cautelarmente sem dirigir por mais tempo do que no caso de uma possível condenação. Dessa forma, entendo impositiva a reforma da decisão a quo, especificamente na parte em que suspende cautelarmente a permissão do réu para dirigir veículo automotor, pois não comprovada a necessidade de acautelamento da segurança do trânsito.
Assim sendo, fazendo a análise dos princípios de
necessidade/adequação/proporcionalidade, em atenção às condições pessoais do indiciado, tem-se as medidas previstas no art. 319 do CPP como suficientes para contenção do acusado.
O artigo 294 da Lei nº 9.503/1997 estabelece em qualquer fase da
investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção.
A medida cautelar de suspensão da habilitação para dirigir veículo
automotor, regulada pelo artigo 294 da Lei 9.503/97, dada sua natureza cautelar, é medida excepcional, que apenas tem lugar quando concretamente demonstrada a necessidade de garantir a ordem pública, compreendida, no caso da Lei 9.503/97, como a segurança do trânsito.
Assim, sua aplicação, em cada caso concreto, depende, além da
observância do disposto no artigo 312 do Código de Processo Penal, da prévia e inequívoca demonstração da necessidade de acautelamento da segurança do trânsito, a indicar, além do fumus comissi delicti, também do periculum libertatis, o que não foi OBEDECIDO AO PRESENTE FEITO. Diante do exposto, DEVE SER CONCEDIDO o pedido de liminar da ordem para que seja restabelecido o direito de dirigir do paciente, bem como para que permaneça em liberdade, tendo em vista que o paciente TEM A PROFISSÃO DE CAMINHONEIRO, NECESSITANDO DA CNH PARA TRABALHAR.
HABEAS CORPUS. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE.
RESTABELECIMENTO DO DIREITO DE DIRIGIR E AGUARDAR O JULGAMENTO DO PROCESSO EM LIBERDADE. Paciente preso em flagrante por dirigir veículo automotor embriagado e solto mediante pagamento de fiança. Decisão que determinou a intimação do paciente para a entrega da Carteira Nacional de Habilitação, sob pena de restabelecimento da prisão não guarda proporcionalidade com o fato denunciado, tampouco foi motivada como determina o artigo 294 da Lei 9.053/97. Houve imposição de suspensão do direito de dirigir enquanto tramitar o processo. Logo, é possível que o paciente permaneça cautelarmente sem dirigir por mais tempo do que no caso de uma possível condenação. ORDEM CONCEDIDA. LIMINAR RATIFICADA.
HABEAS CORPUS TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL
Nº 70059848671 (N° CNJ: 0177430- COMARCA DE ALVORADA
41.2014.8.21.7000)
DARCI ANTONIO SARAIVA FLORES IMPETRANTE
JOSE DE SOUSA PACIENTE
JUIZ DE DIREITO DA 2 VARA CRIM E COATOR
INF E JUV DA COM DE ALVORADA RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO. DOLO EVENTUAL. ART. 294, CTB. SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR. A medida cautelar de suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor, regulada pelo artigo 294 da Lei 9.503/97, dada sua natureza cautelar, é medida excepcional, que apenas tem lugar quando concretamente demonstrada a necessidade de ga
rantir a ordem pública, compreendida, no caso da Lei 9.503/97, como a segurança do
trânsito. Assim, sua aplicação, em cada caso concreto, depende, além da observância do disposto no artigo 312 do Código de Processo Penal, da prévia e inequívoca demonstração da necessidade de acautelamento da segurança do trânsito, a indicar, além do fumus comissi delicti, também do periculum libertatis. Não há elementos suficientes a indicar a necessidade da medida cautelar de suspensão do direito de dirigir, ou seja, não há nada indicando que caso permaneça autorizado a conduzir seu veículo automotor, o réu venha a colocar em risco a segurança do trânsito. Dessa forma, entendo impositiva a reforma da decisão a quo, especificamente na parte em que suspende cautelarmente a permissão do réu para dirigir veículo automotor, pois não comprovada a necessidade de acautelamento da segurança do trânsito.RECURSO PROVIDO.
(TJ-RS - RSE: XXXXX RS, Relator: Rinez da Trindade, Data de Julgamento:
21/11/2019, Terceira Câmara Criminal, Data de Publicação: 03/12/2019)
Cabimento
O artigo 5º, LXVII, da Constituição Federal dispõe que:
“conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.”
O artigo 647, do Código de Processo Penal, por sua vez, é claro ao
dizer que:
“Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na
iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.”
E explica o artigo 648 o que seria uma coação ilegal, entre outras hipóteses:
“A coação considerar-se-á ilegal:
I – quando não houver justa causa.” (grifos e destaques nossos)
Assim, Excelências, conforme será demonstrado a seguir, a coação
impetrada ao paciente, não está munida de justa causa, estando justificado, portanto, o cabimento do presente habeas corpus, pois objetivando a cessação da violência ilegal ao direito de ir e vir do ora paciente.
Do Direito – Do Cabimento deste Habeas Corpus
6 = No caso concreto mostra-se viável o manejo do Habeas
Corpus ao invés do Recurso em Sentido Estrito, vez que o paciente, ainda não foi denunciado, não ocorrendo ainda o recebimento da denúncia.
6.1 = Neste caso, resta então como única forma de
proteção do Direito de Ir e Vir do Paciente o manejo do presente Remédio Heróico.
Da ordem liminar- profissão de caminhoneiro
5.1 = O paciente está impedido de exercer seu direito
fundamental de se locomover livremente desde 25 de março de 2023, bem como exercer a sua profissão de caminhoneiro, por um ato arbitrário da autoridade coatora. Portanto, apontada a ofensa à liberdade de locomoção do paciente em razão de coação ilegal em sua liberdade de ir e vir, encontra-se presente, in casu, o fumus boni iuris. 5.2 = No mesmo sentido, verifica-se a ocorrência do periculum in mora, pois, além do fato de que a liberdade de locomoção do paciente, em hipótese alguma poderia ter sido atingida em razão de duas versões dos fatos, HAVENDO DÚVIDA FÁTICAS, por importar em inaceitável e injusta violação ao seu status libertatis, é inegável que tal coação ilegal além de poder causar graves transtornos ao paciente, é também um violento atentado contra a Ordem Jurídica Constitucional Vigente, razão pela qual deve ser cessada com a máxima urgência.
5.3 = Presentes, portanto, os requisitos autorizadores da medida
liminar.
Do Pedido
6. = Ante o exposto, demonstrada a ilegalidade da ordem que
mantém o paciente privado da liberdade de locomoção E DE TRABALHO, TENDO EM VISTA TER A PROFISSÃO DE MOTORISTA DE CAMINHÃO PROFISSIONAL, BEM COMO AS DÚVIDAS DE ORDEM FÁTICA PROCESSUAL, requerem os impetrantes a concessão LIMINAR da ordem, determinando o imediato afastamento da suspensão da carteira de habilitação do paciente, determinando-se dessarte, expedição de ofício à Autoridade Coatora para sejam tomadas as medidas cabíveis e urgentes ao desfazimento do ato por ela praticado.
6.1 = Requerem, outrossim, seja – após a oitiva do Ministério
Público, na qualidade de fiscal da Lei – , o presente pedido de habeas corpus julgado procedente ao final, confirmando-se a decisão liminar.
Nestes termos,
Requer o processamento e deferimento deste Habeas Corpus.