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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ‘’...

’’ª VARA
CRIMINAL DA COMARCA DE ‘’...’’ DO ESTADO DE ‘’...’’
URGENTE/RÉU PRESO
Processo nº: ‘’...’’
Autor: Ministério Pú blico do Estado de ‘’...’’
Denunciado: ‘’...’’(Nome do Cliente)
NOME DO CLIENTE, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, através
de seu procurador que a esta subscreve, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos
termos dos artigos 57, caput, da Lei 11.343/06 c/c 403, § 3º do Có digo de Processo Penal,
tempestivamente, no quinquídio legal, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE
MEMORIAIS, pelas razõ es de fato e de Direito a seguir apontadas;
SÍNTESE DOS FATOS
Obs:Aqui, deve-se expor de forma clara e objetiva todos os pontos importantes do processo
(dia dos fatos, manifestações e decisões, etc).
Exemplo:
Narram os autos que na data de ‘’...’’, policiais militares receberam a denú ncia de que o
‘’...’’(Nome do Cliente) estaria deslocando do bairro ‘’...’’ no intuito de realizar uma entrega
de entorpecentes.
A guarniçã o foi no encalço do denunciado que segundo os policiais, tentou evadir, mas
conseguiram abordá -lo na Rua. ‘’...’’, do Bairro ‘’...’’.
Receberam ainda, a informaçã o de que na tentativa de fuga o denunciado havia dispensado
algo, mas nada foi encontrado.
Vale destacar que, na abordagem pessoal nada de ilícito foi encontrado.
Deslocaram-se entã o para a residência do denunciado, e lá foi encontrada uma porçã o de
maconha em seu quarto.
Foi entã o o denunciado preso em flagrante sob a acusaçã o de estar praticando traficâ ncia
de substâ ncia conhecida como maconha, o que na verdade nã o merece prosperar.
A Denú ncia foi recebida na data de ‘’...’’ em fls. ‘’...’’.
O denunciado apresentou resposta escrita em fls. ‘’...’’.
Na Audiência de Instruçã o e Julgamento foram ouvidas 4 testemunhas e ao final, o
interrogató rio do denunciado em fls. ‘’...’’.
O Ministério Pú blico em suas Alegaçõ es Finais de fls. ‘’...’’ pede a condenaçã o do
denunciado, sob o argumento de que existem provas suficientes para condená -lo pelo
delito de trá fico de drogas, previsto no artigo 33 da lei 11.343/06.
Autos à defesa, para apresentaçã o de Alegaçõ es Finais.
Em síntese, sã o os fatos.
DO MÉRITO
Obs: Nesse momento, deve-se argumentar e expor teses e provas que demonstrem a existência
do seu direito e consequentemente, sirvam de amparo para a concessão dos pedidos. Acho
sempre interessante ressaltar os efeitos negativos gerados pela pena, a real necessidade de
submeter a pessoa ao cárcere, as condições dos presídios, etc. Portanto, expor tudo o que for
favorável e capaz de influenciar no convencimento do julgador.
Exemplo:
Inicialmente, cumpre ressaltar que o denunciado é primá rio, possui residência fixa e
trabalho lícito, conforme documentos acostado aos autos.
Cumpre esclarecer ainda, que o denunciado nã o exerce comércio ilícito de entorpecentes
conforme afirmado na denú ncia. A irrisó ria quantidade de drogas encontrada, seria para o
consumo pessoal, haja vista que se trata de usuá rio de drogas.
Verifica-se que nos autos nã o há nenhuma prova capaz de incriminar o denunciado de
forma concreta e inequívoca ao delito em que é acusado, pelo contrá rio, existem apenas
presunçõ es de que a droga encontrada seria para a comercializaçã o.
Como sabemos, no processo penal vigora o princípio segundo o qual a prova, para alicerçar
um decreto condenató rio, deve ser indiscutível e cristalina.
Portanto, se o conjunto probató rio nã o permitir precisar essa conclusã o em decorrência da
dú vida, cumpre ao magistrado optar pela absolviçã o com base no princípio do in dúbio pro
réu.
Importante destacar também, que segundo os relatos obtidos nesse procedimento, seja
pelas testemunhas ou interrogató rio do denunciado, nã o há qualquer elemento que
evidencie a prá tica do comércio de drogas, maiormente quando nã o houvera flagrante de
venda, detençã o de usuá rios, apreensã o de objetos destinados à preparaçã o, embalagem e
pesagem da droga.
Conforme se observa do exposto, resta comprovada a situaçã o do denunciado como
usuá rio, conduta tipificada no artigo 28 da Lei 11.343/06 e nã o a de traficante, conforme
aduzido na denú ncia.
Nã o há prova nos autos, de acordo com a aná lise dos depoimentos, do local do fato, das
condiçõ es em que se desenvolveu a açã o, das circunstâ ncias sociais e pessoais, bem como a
conduta e os antecedentes do denunciado, cheguem à certeza de que a prá tica do fato era
realmente trá fico de drogas, razã o pela qual, em caso de nã o absolviçã o, mostra-se
necessá ria a desclassificaçã o.
Diante disso, verifica-se que nã o há nos autos qualquer prova que o denunciado tinha a
intençã o de vender a droga apreendida em sua residência. Em seu interrogató rio, o
denunciado é categó rico ao afirmar que é apenas usuá rio habitual e jamais se envolveu na
mercâ ncia de qualquer entorpecente, fato este corroborado pelo depoimento das
testemunhas e demais provas trazidas ao processo.
Portanto Exa., nã o há nos autos prova inquestioná vel quanto a ocorrência do delito em que
está sendo acusado o denunciado. Mostrando-se prudente a absolviçã o do mesmo, e em
ú ltima aná lise, caso nã o entenda dessa forma, a desclassificaçã o do delito para uso de
drogas, para que assim prevaleça a efetiva aplicaçã o do direito e ditames da justiça.
DOS PEDIDOS
Obs: Muito importante essa parte, deve-se analisar as possibilidades e proceder os pedidos
principais e subsidiários, ou seja, requerer absolvição, desclassificação do delito, exclusão de
qualificadoras, acatamento de causas de diminuição, aplicação da pena no mínimo legal,
conversão em restritivas de direitos, possibilidade de suspensão do processo, concessão de
algum benefício, etc.
Exemplo:
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência;
a/ A ABSOLVIÇÃO do denunciado, nos termos do artigo 386, inciso V, VI e VII do Có digo de
Processo Penal, haja vista que nã o há prova concreta e inquestioná vel para sustentar uma
condenaçã o, prevalecendo o princípio do in dúbio pro réu.
b/ Caso nã o seja a absolviçã o o entendimento de V. Exa., pelo princípio da eventualidade,
que seja acolhida a tese de DESCLASSIFICAÇÃO para o delito de Uso de Drogas (artigo 28
da Lei 11.343/06), dando definiçã o diversa do teor da denú ncia, nos termos do artigo 383
do Có digo de Processo Penal, com a consequente remessa dos autos ao Juizado Especial
Criminal, nos termos do § 2º do artigo 383 c/c 394, § 1º, inciso III, do Có digo de Processo
Penal.
c/ Por derradeiro, caso entenda pela condenaçã o do denunciado, o que nã o se espera,
requer a APLICAÇÃO DA PENA NO MÍNIMO LEGAL, com a devida aplicaçã o do § 4º do
artigo 33 da Lei 11.343/06, analisando as circunstâ ncias pessoais favorá veis do
denunciado (artigo 59, inciso IV, do Có digo Penal) e conversã o em penas restritivas de
direitos, de acordo com o artigo 44 do Có digo Penal, posto que o denunciado preenche
todos os requisitos.
d/ Em caso de condenaçã o, a aplicaçã o do art. 59 da Lei 11.343/06 c/c 283 do Có digo de
Processo Penal, somado aos princípios da presunçã o de inocência (art. 5º, inciso LVII da
Constituiçã o Federal), entendimento da prisã o como última ratio, Lei 12.403/11 (medidas
cautelares diversas da prisã o), pelos efeitos negativos do cá rcere, requisitos favorá veis do
denunciado (primá rio, residência fixa, trabalho lícito), para que possa RECORRER EM
LIBERDADE, sendo expedido o devido e competente alvará de soltura em favor do
denunciado, para que possa ser restabelecida imediatamente sua liberdade.
Para a efetivaçã o da justiça, direitos e garantias asseguradas a todos os cidadã os, e por tudo
evidenciado nos autos, revela-se mais adequada, razoá vel e humana, o acatamento dos
argumentos e total procedência dos pedidos formulados pela defesa.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Local ‘’...’’ e data ‘’...’’
Advogado ‘’...’’
OAB ‘’...’’

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