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META 1

PREMONIÇÃO - 2º FASE

DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL DO MARANHÃO 2018


AVALIAÇÃO DAS RESPOSTAS
– 1ª RODADA

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Lucas, em questões discursivas, o desenvolvimento da argumentação é mais importante


do que a resposta em si. Vamos aprender com as análises das questões propostas três
técnicas que farão que suas respostas sejam supervalorizadas pelo examinador.

A primeira técnica é a que eu chamo de ABORDAGEM DAS TRÊS MULHERES. Todas as


vezes que for responder provas discursivas, pense, portanto, em TRÊS MULHERES: A
LEI, A DOUTRINA E A JURISPRUDÊNCIA. Nem sempre será possível usar todas em
suas respostas, mas tenha em mente que temas jurídicos demandam a análise legal,
doutrinária e jurisprudencial do assunto questionado.

A segunda técnica consiste em usar elementos das perguntas como forma de resposta.

A terceira técnica é a do esgotamento do assunto. Não deixe de observar as exigências


contidas no enunciado, inclusive as implícitas, ao desenvolver a sua resposta.

Ainda, não deixe de se posicionar firmemente e logo no início da resposta. Se te


perguntarem: “Coca-Cola é preta ou azul escura?”, responda de pronto: “Preta”, mesmo
que não tenha certeza. Deixe o posicionamento bem claro logo de início, fundamentando
depois com as 3 mulheres.

As notas serão atribuídas ao final da análise de cada resposta, considerando-se o


desenvolvimento do tema em conformidade com as exigências explícitas e implícitas no
enunciado.

CONSIDERE PARA CADA QUESTÃO DISCURSIVA O VALOR TOTAL DE 5,0 PONTOS

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QUESTÃO 1- DIREITO PROCESSUAL PENAL

A partir do estudo intitulado Prisão provisória e Lei de Drogas – um estudo sobre os


flagrantes de tráfico de drogas na cidade de São Paulo, realizado pelo Núcleo de Estudos
da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e pelo juiz da Vara de Execução
Penal de Manaus, Luís Carlos Valois, em sua tese de doutorado na mesma instituição,
verificou-se que 74% dos autos de prisão em flagrante por tráfico de drogas têm apenas
um tipo de testemunha: os policiais que participaram da operação. Por outro lado, verifica-
se que em situações como a atividade policial, em que o agente é submetido a eventos
sucessivos que podem acarretar a perda de memória específica sobre o fato apurado na
ação penal. Fonte: Revista Consultar Jurídico. 17 de fevereiro de 2017. Disponível em
<http://www.conjur.com.br/2017-fev-17/74-prisoes-trafico-apenas-policiais-testemunhas>.

Considerando estas informações e, a respeito da prova exclusivamente testemunhal


no Processo Penal e da produção antecipada de provas (...)

PADRÃO DE RESPOSTA:

Os requisitos para deferimento da produção antecipada de provas estão previstos


no art. 366 do Código de Processo Penal, com a redação da Lei 9.271/96, sendo eles:
as provas devem ser imprescindíveis e consideradas urgentes, sendo o cabível
quando o acusado, citado por edital, não comparecer e nem constituir advogado
(Valor: 1,5)

Em recente decisão, o STJ entendeu ser justificável, com arrimo no artigo 366 do
CPP, a antecipação quando as testemunhas são policiais, considerando-se que
estes são submetidos a eventos sucessivos que podem acarretar a perda de
memória específica sobre o fato apurado (Valor: 1,5).
A Súmula 455 do STJ determina que as decisões que antecipam as provas devem
ser fundamentadas, tornando insuficiente a fundamentação pautada,
exclusivamente, no decurso de tempo. Porém, este entendimento vem sendo

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relativizado pelo próprio STJ, no caso em que as únicas testemunhas são policias
(Valor: 1,0). Por sua vez, a 2ª turma do STF, no informativo 851, entendeu ser a
antecipação de provas medida necessária, podendo ser deferida com fundamento
exclusivo no decurso de tempo, se urgentes (Valor: 1,0).

ANÁLISE DA SUA RESPOSTA:

Indique os requisitos para a produção antecipada de provas no Processo Penal,


apontando dispositivo legal correspondente. (Valor: 1,5).

Lucas, acertadamente, você apontou o art. 366 do CPP como meio de justificar seus
argumentos, contextualizando os termos da resposta com o disposto no artigo
destacado.
Assim, informou o cabimento para a produção antecipada de provas: ausência do réu,
mesmo devidamente citado.
(Valor atribuído: 1,5)

É justificável a antecipação de colheita de prova testemunhal, com arrimo art. 366 do


Código de Processo Penal, nas hipóteses em que as testemunhas são policiais?
Argumente apontando o posicionamento atual dos Tribunais Superiores (Valor: 1,5).

Resposta correta.
Como mencionado, em conformidade com o art. 366 do CPP, os Tribunais vêm
entendendo pela possibilidade de antecipar a colheita de prova testemunhal quando se
trata de policiais, uma vez que estes são submetidos a eventos sucessivos que podem
acarretar a perda de memória específica sobre o fato apurado.
Há de se ressaltar que não existem mais divergências entre os Tribunais Superiores
acerca do tema. (Valor atribuído: 1,5)

O tema foi tratado no informativo 595 do STJ. No julgamento do RHC 64.086/DF, o STJ
considerou que o fato de as testemunhas serem policiais militares justifica a
antecipação da prova testemunhal porque, dada a natureza da atividade

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desempenhada por esses agentes públicos, que lidam diariamente com os mais
diversos tipos de crimes, nas circunstâncias mais inusitadas, é possível – e comum –
que o decurso do tempo provoque confusão, fazendo com que essas testemunhas
confundam fatos e agentes criminosos. Por isso, ouvi-las antecipadamente não
contraria o princípio da ampla defesa e colabora para a busca da verdade real.

A produção antecipada de provas pode ser justificada unicamente no decurso de


tempo? Justifique. (Valor: 2,0).

A sua resposta está correta. (Valor atribuído: 2,0).


Corretamente, você afirmou que o decurso do tempo não pode ser fundamento
exclusivo para a produção antecipada de provas, sobretudo porque a medida deve ser
devidamente fundamentada. Sobre o tema, citou a Súmula 455 do STJ, a qual dispõe
que: “A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366
do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero
decurso do tempo”.
Por oportuno, mencione-se que o enunciado vem sendo relativizado pela
Jurisprudência.
Apenas como complemento, veja:
O disposto na súmula foi relativizado no julgamento do STJ-RHC 64.086/DF, como já
mencionado no tópico anterior, no qual o próprio STJ considerou que o fato de as
testemunhas serem policiais militares justifica a antecipação da prova testemunhal.
Por sua vez, a 2ª Turma do STF indeferiu ordem em HC no qual se alegava ter havido
cerceamento de defesa em virtude de ter sido determinada a produção antecipada de
prova tendo como único fundamento o decurso do tempo. A Turma entendeu que a
antecipação da prova testemunhal configurava, neste caso específico, medida
necessária, pela gravidade do crime praticado e possibilidade concreta de perecimento,
haja vista que as testemunhas poderiam se esquecer de detalhes importantes dos fatos
em decorrência do decurso do tempo. (Vide informativo 844 e STF. 2ª Turma. HC
135386/DF).

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✓ Boa linguagem;
✓ Abordagem Clara;
✓ Respeitou o margeamento;
✓ Sem correção gramatical.
Pontuação Total: 5,0 de 5,0.

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QUESTÃO 2 – DIREITO PENAL

A Justiça condenou a empregada doméstica Angélica Aparecida Souza, 19 anos, a quatro


anos de prisão em regime semi-aberto por ter tentado roubar um pote de manteiga no dia
16 de novembro de 2005, no Jardim Maia, São Paulo. Considerando a notícia acima,
responda de forma fundamentada. Aplica-se o princípio da insignificância ao crime de
roubo?

PADRÃO DE RESPOSTA:

A jurisprudência, majoritariamente, assinala para a impossibilidade da aplicação de


determinado princípio no crime de roubo, independentemente da valoração da lesão ou da
grave ameaça. A fundamentação utilizada na maioria dos julgados reside no fato de ser o
delito de roubo - art. 157 do CP - um crime complexo, uma vez que unifica duas condutas
típicas previstas como crime em um só tipo penal, e, principalmente, pela indisponibilidade
dos bens jurídicos tutelados por este delito, quais sejam, integridade física e a liberdade do
indivíduo.

ANÁLISE DA SUA RESPOSTA:


Lucas, sua resposta está correta.
Você respondeu, de forma objetiva, que não se aplicará o princípio da
insignificância, em razão da indisponibilidade dos bens jurídicos.
Sobre o tema, fez bem ao mencionar os requisitos de aplicação:
1. Mínima ofensividade da conduta;
2. Ausência de periculosidade social;
3. Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;
4. Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
✓ Boa linguagem;
✓ Abordagem Clara;
✓ Respeitou o margeamento;
✓ Sem correção gramatical.
Pontuação Total: 5,0 de 5,0.

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QUESTÃO 03 – DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Para os cultores do Direito clássico, a validade de uma lei (e sua consequente


eficácia) depende do exame de sua compatibilidade exclusivamente com a
Constituição do Estado. Hodiernamente, verificar a adequação das leis com a
Constituição (controle de constitucionalidade) é apenas o primeiro passo a fim de se
garantir validade à produção do Direito doméstico. Além de compatíveis com a
Constituição, as normas internas devem estar em conformidade com os tratados
internacionais ratificados pelo governo e em vigor no país, condição a que se dá o
nome de controle de convencionalidade1.
2. O crime de desacato não mais subsiste em nosso ordenamento jurídico por ser
incompatível com o artigo 13 do Pacto de San José da Costa Rica. Página 7 de 12 A
criminalização do desacato está na contramão do humanismo, porque ressalta a
preponderância do Estado - personificado em seus agentes - sobre o indivíduo. A
existência deste crime em nosso ordenamento jurídico é anacrônica, pois traduz
desigualdade entre funcionários e particulares, o que é inaceitável no Estado
Democrático de Direito preconizado pela CF/88 e pela Convenção Americana de
Direitos Humanos (STJ. 5ª Turma. REsp 1640084/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 15/12/2016).

QUESTÃO: No que se refere ao tema Controle de Constitucionalidade, na vertente


apresentada acima (Controle de Convencionalidade), pode-se afirmar que existe
diferença entre a análise da compatibilidade de normas com tratados internacionais
de direitos humanos e tratados que não sejam desse tipo? Qual seria essa
diferença? Poderia o controle de convencionalidade afastar uma norma compatível
com o texto constitucional? (Valor: 5,0)

1 BIANCHINI, Alice. MAZZUOLI, Valério. Controle de convencionalidade da Lei Maria da Penha.


Disponível no Blog do LFG.

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PADRÃO DE RESPOSTA:

Inicialmente, é importante que o aluno destaque que há diferença


entre a análise de compatibilidade de normas com tratados internacionais de direitos
humanos e com os comuns.
Sobre o tema, cabe rememorar o seguinte:

• Controle de constitucionalidade é a análise de compatibilidade entre uma


norma infraconstitucional e a Constituição, tendo esta como parâmetro,
de modo que se mantenha a harmonia e unidade de todo o sistema
jurídico, consagrando-se o princípio da supremacia da Constituição.
• No controle de convencionalidade, por sua vez, altera-se a norma
parâmetro, pois o exame é realizado com base em tratado ou convenção
internacional de direitos humanos, possuindo, assim, status de norma
supralegal.
• Por sua vez, no controle de legalidade não há norma parâmetro, já que
não há hierarquia entre as normas conflitantes. Dessa forma, o conflito é
solucionado de acordo com os critérios de antinomia das normas. Aqui,
são incluídos os tratados e convenções internacionais comuns, isto é,
aqueles que não tenham como objeto os direitos humanos, internalizados
na ordem jurídica com status infraconstitucional/legal.

Com base nisso, afirma-se que o direito brasileiro passou a admitir,


inclusive jurisprudencialmente, o controle de convencionalidade das leis, que, como
visto, nada mais é do que a análise de norma infraconstitucional em face de tratado
internacional que verse sobre direitos humanos.
Sobre o tema, majoritariamente, adota-se o entendimento do
doutrinador Valério Mozzuoli2, segundo o qual:

“Pode-se também concluir que, doravante, a produção normativa doméstica


conta com um duplo limite vertical material: a Constituição e os tratados de
direitos humanos (1º limite); e, os tratados internacionais comuns (2º limite) em

2http://www.patriciamagno.com.br/wp-content/uploads/2016/03/Controle-de-Convencionalidade.pdf Página 8
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vigor no país. No caso do primeiro limite, no que toca aos tratados de direitos
humanos, estes podem ter sido ou não aprovados com o quórum qualificado
que o art. 5º, § 3º, da Constituição prevê. Caso não tenham sido aprovados
com essa maioria qualificada, seu status será de norma (apenas)
materialmente constitucional, o que lhes garante serem paradigma de controle
somente difuso de convencionalidade; caso tenham sido aprovados (e entrado
em vigor no plano interno, após sua ratificação) pela sistemática do art. 5º, §
3º, tais tratados servirão também de paradigma do controle concentrado (para
além, é claro, do difuso) de convencionalidade. (...) Os tratados de direitos
humanos paradigma do controle concentrado autorizam que os legitimados
para a Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADIn) previstos no art. 103 da
Constituição proponham tal medida no STF como meio de retirar a validade de
norma interna (ainda que compatível com a Constituição).”

Portanto, é possível o controle concentrado de constitucionalidade de


norma em face de tratado que verse sobre direitos humanos, mediante controle de
convencionalidade, mesmo que não haja incompatibilidade direta com a
Constituição da República.

ANÁLISE DA SUA RESPOSTA:

Resposta completa.
Lucas, você trouxe bons argumentos, mas não indicou a fundamentação
constitucional pertinente, qual seja: § 3º do art. 5º da CF, que versa:
“Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.”
Destacou as diferenças entre a análise de tratados internacionais de direitos
humanos e comuns.
Ao final, afirmou, de maneira clara e expressa, que o controle de convencionalidade
PODE afastar uma norma compatível com o texto constitucional.

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✓ Boa linguagem;
✓ Abordagem Clara;
✓ Respeitou o margeamento;
✓ Sem correção gramatical.

Pontuação Total: 4,5 de 5,0.

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QUESTÃO 4 – DIREITO ADMINISTRATIVO

A Teoria da Responsabilidade Estatal enfrentou especial divergência em relação a danos


causados a pessoas e bens submetidos a relações de sujeições especiais, conhecidas
também como relações de custódia. Um exemplo bastante comum dessa situação é a
morte de preso sob custódia estatal. Em relação a esse exemplo, o Supremo Tribunal
Federal no Recurso Extraordinário nº 841.526, em sede de repercussão geral, por
unanimidade, reconheceu que a morte de detento em estabelecimento penitenciário gera a
responsabilidade civil do Estado (...)

PADRÃO DE RESPOSTA:

A morte de um detento por ataque de outro gera responsabilidade civil para o Estado
de natureza objetiva, observando-se o disposto no Art. 5º, Inciso XLIX, da CF/88, que
assegura, aos presos, o respeito à integridade física e moral. A responsabilidade
civil objetiva tem como requisitos para sua configuração a conduta (ação ou
omissão), dano e o nexo de causalidade não sendo exigida, portanto, a
demonstração da culpa do agente (Valor: 1,0). Segundo o STF, no que se refere ao
dever de indenizar, no caso de omissão do Estado 3 , adota-se a teoria do risco
administrativo, previsto no artigo 37 § 6º da CF, a qual comporta excludentes de
responsabilidade do Estado, sendo esta a principal diferença estabelecida com a
teoria do risco integral, a qual não comporta qualquer excludente, sendo esta última
adotada, no Brasil, de forma excepcional. (Valor: 2,0)
Não deverá recair a responsabilidade civil sobre o Estado, caso haja comprovação,
pelo Poder Público, de alguma causa impeditiva da sua atuação protetiva,
demonstrando sua impossibilidade de agir para evitar a morte de detento, eis que
rompido o nexo causal, sendo este o posicionamento do STF (Valor: 2,0).

3 ATENÇÃO: Há divergência do tema perante os doutrinadores, pois os estudiosos, em sua maioria,


entendem que a responsabilidade, no caso de omissão do Estado, é subjetiva. Sendo assim, o examinando
deve ater-se ao enunciado da questão, de modo a certificar se o comando requer a exposição do tema com
base no entendimento jurisprudencial (como no presente caso) ou doutrinário.

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ANÁLISE DA SUA RESPOSTA:

No caso de morte de um interno em estabelecimento prisional por ataque de outro


interno, indique qual a espécie de responsabilidade civil deverá ser atribuída ao
Estado. Conceitue, apontando os requisitos. (Valor: 1,0).

Afirmou que a espécie de responsabilidade civil atribuída ao Estado, nas condições


descritas no enunciado (morte de preso em estabelecimento prisional) é
Responsabilidade Civil Objetiva.
Todavia, não apontou os requisitos: conduta - ação ou omissão - dano e o nexo de
causalidade.
Faltou, ainda, indicar, especificamente, o art. 5º, inciso XLIX da CF, que assegura, aos
presos, o respeito à integridade física e moral.
(Valor atribuído: 0,3).

No caso da morte de um preso por omissão do agente estatal. No que se refere ao


dever de indenizar, indique qual o posicionamento atual dos Tribunais Superiores,
apontando as diferenças entre a Teoria do Risco Integral e a Teoria do Risco
Administrativo (Valor: 2,0).

Teceu considerações sobre a diferença entre a teoria do risco integral e a teoria do risco
administrativo, tratando das hipóteses de excludente de responsabilidade em cada uma
das teorias.
Veja que no caso de omissão do Estado, como já apontado no padrão de resposta, no
que se refere ao dever de indenizar, o STF se posicionou no sentido de que é aplicada a
teoria do risco administrativo (RE nº 841.526).
Omitiu-se quanto à menção ao artigo 37 § 6º da CF.
(Valor atribuído: 1,7).

Caso haja comprovação, pelo Poder Público, de alguma causa impeditiva da sua
atuação protetiva, demonstrando sua impossibilidade de agir para evitar a morte de
detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), mesmo nesse

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caso deverá o incidir a Responsabilidade Civil sobre o Estado? Justifique
(Valor: 2,0).

Respondeu que NÃO deverá incidir a responsabilidade civil do Estado, caso haja
comprovação, pelo Poder Público, de alguma causa impeditiva da sua atuação protetiva,
demonstrando sua impossibilidade de agir para evitar a morte de detento.
Contudo, não mencionou que o afastamento da responsabilidade se deve ao
rompimento do nexo causal, sendo este o posicionamento do STF.
(Valor atribuído: 1,0).

✓ Boa linguagem;
✓ Abordagem Clara;
✓ Respeitou o margeamento;
✓ Sem correção gramatical.
Pontuação Total: 3,0 de 5,0.

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QUESTÃO PONTUAÇÃO OBTIDA

1. DIREITO PROCESSUAL PENAL 5,0

2. DIREITO PENAL 5,0

3. DIREITO CONSTITUCIONAL 4,5

4. DIREITO ADMINISTRATIVO 3,0

PONTUAÇÃO TOTAL OBTIDA: 17,5 DE 20,0

DICAS FINAIS

Em TODAS as suas respostas tente argumentar com dispositivo de lei, entendimento


jurisprudencial e doutrinário. Desta forma você mostrará domínio sobre a questão.

Ainda que você não saiba o número do julgado, informe apenas: “conforme o
entendimento do STF / STJ...” e etc. Ou se não souber qual doutrinador, cite: “conforme
entendimento doutrinário...”

Obviamente que a fonte é de extrema relevância, mas na falta dela, não deixe de
passar ao examinador que você conhece a existência do julgado/doutrina.

Atente-se às questões que estão separadas em quesitos e procure respondê-las


dessa forma, pois, caso contrário, a formulação de resposta única, sem a indicação de qual
quesito está sendo respondido, poderá ser considerada como questão não respondida pelo
examinador/avaliador das provas que estiver concorrendo.

Você já deu o pontapé inicial. Não desanime e não desista. TUDO depende
exclusivamente de você!

Grande abraço,

Equipe VSD.

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