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GABARITO GERAL PRIMEIRA AVALIAÇÃO

PROCESSO DE CONHECIMENTO
QUESTÕES ANTERIORMENTE UTILIZADAS EM AVALIAÇÕES
PROFESSORA ÁGATHA SANTANA

OBS: Como responder às questões de modo correto:

Primeiramente, atente aos comentários indicados pela questão (e não pela


professora), e verifique se a pergunta é fechada (apenas com uma resposta
possível) ou se é aberta (a qual se tem mais de um resultado, dependendo do
desdobramento do caso concreto, cujos resultados devem ser discutidos na
resposta. Em geral esse tipo de pergunta possui como resposta inicial “depende”).

 Primeiro identifique a pergunta, exatamente o que ela requer. Depois vá ao


contexto identificar a resposta requerida.

 Se a questão for “...nessa ocasião, o parecer do advogado encontra-se


correto ou incorreto...” Nesse caso, jamais comece a questão com “sim/não”.
Não é o que o comando requer. Além disso, não faça uma sequência de
frases soltas, pois na ocasião perde-se completamente o nexo. Exemplo:
“sim. art. xxx.”

Não se esqueça que a resposta deve ter um começo, um meio e um fim: Uma
introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, sendo vedadas abreviações,
meras indicações de artigos (“vide artigo x...”), e uma redação inteligível. Quem
está avaliando sabe a resposta, mas deve verificar se você também sabe, motivo
pelo qual não há de se questionar “ah, mas estava subentendido” ...

Não há também de se sustentar “mas falei com outras palavras tudo isso”. Cada
parte da resposta é importante para a obtenção da pontuação. Apresenta-se aqui
uma grade onde deve ser respondida com toda uma riqueza de detalhes que a
pergunta exige, não obstante a professora tenha aproveitado todo o conteúdo
apresentado pelos alunos em suas respostas.

 Cuidado com coesão e coerência. A questão deve passar um bom


entendimento e clareza na redação acerca do que se deseja escrever

No curso de Direito não se pode ficar com preguiça de escrever!

Por vezes, uma questão “grande” possui uma resposta simples e fechada,
enquanto uma questão “pequena” requer uma resposta aberta e mais longa.
Cuidado!

Lembrem-se de que elaborar os comentários indicando como não se deve proceder


e como se deve responder corretamente, conforme foi realizado abaixo constitui um
enorme trabalho que foi dedicado de coração para vocês.

1 Ana ajuizou ação de danos morais e materiais contra o Poder Público Municipal em face
da perda total de seu carro por ocasião de uma cratera no asfalto, a qual tenha
ocasionado grave acidente. Ocorre que, ao verificar na exordial que o acidente havia
ocorrido em janeiro de 2011, o magistrado liminarmente aplicou a prescrição do objeto da
ação. Em relação a tal questão, responda de forma justificada e fundamentadamente qual
a natureza jurídica da decisão prolatada pelo magistrado. (2,0)

Comentário: Pergunta direta e fechada, com uma única resposta possível a ser indicada
e fundamentada.
Resposta: A natureza jurídica da decisão de improcedência liminar é de sentença de
mérito, definitiva, a qual extingue a relação jurídica processual com resolução do
mérito, uma vez que o magistrado não soluciona questão processual, mas sim uma
questão de rejeição liminar do pedido do autor, autorizada pelo artigo 332 do Código de
Processo Civil, impossibilitando que o autor possa reajuizar a ação, somente recorrer
dessa decisão, ocasião em que o réu será citado para responder eventual recurso e tentar
manter a decisão, que é a melhor possível para si, dado se tratar de uma decisão de total
improcedência.

2 Um determinado oficial de justiça saiu do Tribunal para cumprir dez mandados de


citação. Dentre os dez citandos, havia um em estado de doença grave, outro recém
casado de véspera, outro o qual a esposa do tio havia falecido no mesmo dia, outro em
que a tia avó havia morrido há quatro dias e outro estava assistindo um culto religioso
que duraria até as 21:00 horas. Quantos mandados foram cumpridos no dia?
Fundamente sua resposta. (2,0)

Comentário: Pergunta fechada, devendo ser fundamentado caso a caso porque o oficial
deve dispensar, ao menos em um primeiro momento, a citação, e porque as demais não
configuram hipótese de exclusão da realização da citação. Essa é a maneira correta de
responder à questão.
Resposta: Em um primeiro momento, o oficial de justiça deverá ter cumprido ao menos
SETE mandados de citação. Nas hipóteses do artigo 244 do Código de Processo Civil,
não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito, de acordo com seu inciso
I, quem estiver praticando ato ou culto religioso. Destaca-se que o ato terminaria após as
20:00 hrs, devendo-se lembrar que os atos processuais somente poderão ser realizados
até este horário, às 21:00 hrs. Também se aplicou o inciso III, uma vez que, por três dias
após o casamento, não se poderá realizar a citação; e, por fim, pelo inciso IV, não se
poderá realizar a citação de doente em estado grave. Em relação à parentes, não se pode
aplicar o inciso II, que proíbe a citação quando de sete dias da morte de cônjuge,
companheiro, ascendente, descendente e irmão do citando, sendo que, em nenhuma das
hipóteses, por maior afinidade e sentimento que o réu tivesse com o falecido, não se
poderia deixar de citá-lo.

3 Após autuada a petição inicial em sede de ação de cobrança de mútuo feneratício /


empréstimo bancário, ficarão os autos conclusos ao magistrado. Uma vez conclusos os
autos, ao chegar nas mãos do magistrado, o mesmo de imediato, proferirá o chamado
“despacho liminar”. Indique as quatro possibilidades do magistrado ao receber a
petição inicial, indicando a natureza jurídica de cada atitude do mesmo. (3,0)

Comentário: Pergunta aberta, abrindo-se a necessidade de apresentar as possibilidades


em cada caso requerido, bem como a discussão sobre as naturezas jurídicas discutidas.
Evitar formar “esquemas” como se fosse uma apostila ou aula. O enquadramento da
redação depende do aluno no que tange à sua resposta. Não se esqueça que essa
questão vale mais pontos, exigindo um maior esmero por parte do aluno em sua resposta.
A matéria objeto dessa questão é discutida desde Teoria Geral do Processo, e
encontrava-se no caderno. Não se esqueça de que a prova de primeira avaliação contava
com consulta ampla de material para a resposta.
Resposta: A primeira resposta do magistrado quando do recebimento da petição inicial
chama-se “despacho liminar” ou “despacho inicial”, que constitui quatro possibilidades de
atitudes do juiz que necessariamente não vão coincidir com um despacho.
Desta forma, quatro são as possibilidades do magistrado decidir sobre a petição inicial,
sendo elas: Despacho liminar positivo, despacho liminar negativo, despacho intermediário
ou de emenda e a improcedência liminar do pedido.
A primeira delas é o despacho liminar positivo ou simplesmente despacho positivo. Nessa
ocasião, o magistrado verifica que a petição inicial está em ordem e manda citar o réu. Há
controvérsia se, nessa ocasião, esse ato do magistrado constitui despacho de mero
expediente, como se posiciona a maioria da doutrina e jurisprudência, ou se constitui
decisão interlocutória do magistrado.
A segunda é o despacho liminar negativo, presente no artigo 330 do Código de Processo
Civil, onde o magistrado, sempre respeitando o contraditório do autor, deverá indeferir a
petição inicial eivada de vício insanável ou a qual, podendo ser saneada em despacho
intermediário, não foi demonstrado interesse em ser solucionado o problema de origem
processual. Trata-se de uma sentença de extinção da relação processual sem resolução
do mérito.
A terceira possibilidade é o despacho intermediário ou despacho de emenda, em que o
magistrado, verificando ser o vício processual da petição inicial sanável, ordenará que o
advogado da parte seja intimado para emenda-la no prazo de 15 dias (e não 10 como
alguns colocaram), sob pena de indeferimento da petição inicial, na conformidade do
previsto no artigo 321 do Código de Processo Civil. Mais uma vez a natureza jurídica
dessa decisão acaba sendo discutida na doutrina e na jurisprudência se a mesma se trata
de uma decisão interlocutória ou de um despacho de mero expediente.
Por último, a quarta e derradeira possibilidade de atitude do magistrado é a de o juiz
verificar o caso de aplicação de uma das hipóteses do artigo 332 do Código de Processo
Civil e prolatar sentença de mérito de total improcedência. Trata-se da chamada
“Improcedência Liminar” do Pedido.

4 João ajuizou ação de danos morais e materiais em face ao seu condomínio, que
extraviou encomenda sua realizada pelo mercado livre. De fato, de acordo com os
correios, a encomenda constava nos registros como devidamente entregue, não obstante
o mesmo não tenha recebido, por conta dos porteiros alegarem sumariamente o
desaparecimento do pacote. Nesse contexto, o magistrado deu pelo despacho positivo,
sendo o condomínio réu devidamente citado. No curso da ação, o magistrado entendeu
imediatamente por aplicar precedente relacionado aos danos morais, prosseguindo em
relação ao conhecimento dos danos materiais.
Em relação a tal questão, responda de forma justificada e fundamentadamente qual a
natureza jurídica da decisão relacionada aos danos morais. (2,0)

Comentário: Trata-se de pergunta fechada, com única resposta, a qual deve ser assim
justificada.
Resposta: Trata-se de decisão interlocutória de mérito (totalmente diferente da simples
decisão interlocutória, não se tratando somente de uma palavra a mais), espécie de
decisão híbrida entre a decisão interlocutória (decisão no curso do processo que o juiz
não soluciona o mérito) e a sentença (decisão que encerra a fase de cognição do
magistrado em relação ao mérito ou lide processual que lhe foi trazido no processo), em
que o magistrado, quando da cumulação de dois ou mais pedidos em um mesmo
processo, tem autorização legal para julgar apenas um deles se já estiver em condições
de julgamento, continuando o conhecimento em relação ao outro.

5 Em uma ação de reintegração de posse ajuizada no local onde se encontra o bem


imóvel, o juiz competente entendeu que há de ser ouvida determinada testemunha que
mora em outra comarca diversa de onde tramita o processo. Nessa situação, qual a
providência a ser tomada pelo magistrado, uma vez que não poderá se deslocar até a
comarca onde se encontra a testemunha? Fundamente sua resposta. (2,0)

Comentário: Trata-se de resposta fechada, direta, com uma única resposta. Atente-se
que no caso não se trata de ordem de um Tribunal para um juiz hierarquicamente a ele
subordinado, ou um pedido para ser cumprido em outro país.
Resposta: Nesse caso, o magistrado deverá ordenar a expedição de carta precatória, na
conformidade do artigo 237, III do Código de Processo Civil, uma vez que, embora sejam
juízes de mesma hierarquia, possuem competências territoriais diversas, atuando assim
como um longa manus e concretizando o princípio processual da cooperação processual.
Desta forma, o magistrado, cuja competência territorial é estabelecida na base de uma
determinada comarca, não poderá emitir ordens em outra comarca, cuja competência
territorial é concedida à outro ou outros magistrados. Dessa forma, deve-se requerer
cooperação processual para a realização de ordens como oitiva de testemunha, penhora
de objetos, etc. A carta precatória deverá conter os requisitos do artigo 260 do Codex
processualista brasileiro, não devendo, salvo justificadamente, ser recusada pelo juízo
deprecado, que deverá cumprir a carta exatamente em seus parâmetros, sem emitir juízo
de valor.

6 Antonio ajuizou ação de usucapião ordinário face à José. Não obstante, em relação à
fundamentação legal, juiz entendeu que o fundamento cabível seria de usucapião urbana
de caráter constitucional, uma vez que Antonio possui apenas o elemento tempo, mas
não possui o requisito de justo título. Assim, deu pela procedência da ação considerando
os fundamento de fato e o pedido. Em relação ao exposto, responda se o magistrado
agiu de maneira correta ou incorreta, fundamentando e justificando sua resposta
corretamente. (3,0)

Comentário: Trata-se de resposta fechada, porém de argumentação estendida, ou seja, a


fundamentação é mais longa e não depende do Código de Processo Civil e sim da
doutrina, a qual consta tanto dos livros, conforme indicação em sala de aula, como no
caderno, os quais poderiam ser consultados no momento da primeira avaliação, conforme
estabelecido por essa professora.
Resposta: Nessa situação o magistrado agiu corretamente, na conformidade do
ordenamento jurídico brasileiro. Isso porque o Brasil adota a teoria da substanciação,
sendo que, tratando-se a ação de uma relação jurídica substancial, o magistrado está
vinculado ao pedido, que é a decorrência lógica de uma narrativa dos fatos narrados na
exordial. Não vincula o magistrado a fundamentação equivocada, a qual o magistrado, por
conhecer o direito, uma vez que jure novit curiae, poderá corrigi-lo. No caso em comento
(não se pode deixar de comentar sobre a resposta dentro do contexto da questão), o
magistrado verificou o equívoco no fundamento do pedido, não obstante atrelando-se ao
pedido e ao fato que o fundamentou. Assim, julgou o pedido de usucapião com base nos
elementos de fato apresentados, e não nos fundamentos requeridos.

7 Tércio contratou advogado com o objetivo de ajuizar ação de cobrança de aluguéis


cumulada com despejo em face de Mévia, sua locadora. Em relação ao caso
apresentado, há cumulação de ações? Se positiva a resposta, qual a forma ou tipo de
cumulação presente? Justifique. (2,0)

Comentário: Pergunta simples e fechada. Dispensa maiores argumentações, embora


tenha que justificar porque há cumulação de ações e porque é do tipo e subtipo adequado
ao caso.
Resposta: Há a cumulação de ações, uma vez que o autor fez mais de um pedido no
mesmo instrumento processual, os quais ambos são compatíveis e da mesma
competência do magistrado. Essa cumulação é considerada do tipo própria, sendo seu
subtipo da modalidade simples. A cumulação poderá ser considerada como própria uma
vez que o autor apresenta dois ou mais pedidos desejando que todos lhes sejam
atendidos. Trata-se também de uma cumulação simples, uma vez que os pedidos são
totalmente autônomos, sendo que a parte ré poderá pagar, assim como o autor poderá
desistir do despejo, ou a mesma poderá ser despejada independentemente do
pagamento.

8 Jerônimo ajuíza ação de indenização por danos emergentes contra Tereza em virtude
de acidente de carro supostamente por ela ocasionado. Tão logo da citação, Jerônimo
deseja modificar o pedido, incluindo os lucros cessantes envolvidos sobre o caso.
Nesse contexto, responda até quando e em que condições Jerônimo poderá efetuar a
modificação do pedido constante da sua exordial. Fundamente e justifique sua
resposta. (2,0)

Comentário: Trata-se de pergunta aberta, onde, logo após a citação, não está
especificada qual a conduta foi tomada pela parte ré. Não há dados os quais se possa
saber se a mesma é revel ou apresentou contestação. Ademais, não consta de limitação
temporal quando da pergunta “até quando”, podendo-se analisar todo o processo até a
decisão final, sobre a possibilidade de modificação do pedido: Antes e depois do
despacho saneador.
Resposta: Após a citação, a parte ré já estará devidamente integrada ao processo, tendo,
por força do princípio do contraditório, direito de responder e apresentar sua ampla defesa
sobre o que lhe é imputado. Assim, por força do 329 do Código de Processo Civil, em um
primeiro momento, somente poderá Jerônimo modificar o pedido somente com a devida
autorização de Tereza, a qual, uma vez concordado, deverá ter a devolução de seu prazo
para resposta. Não obstante, acaso Tereza for revel no presente caso, Jerônimo poderá
efetuar a modificação do pedido sem a autorização prévia de Tereza, não obstante
devendo promover nova citação, ocasião em que a parte ré terá devolvido seu prazo de
defesa, dessa vez envolvendo todos os pedidos, respeitando-se assim o contraditório.
Assim, após a citação, somente pode-se modificar o pedido nessas condições até o
despacho saneador. Após o despacho saneador, não se poderá modificar o pedido da
petição inicial nem com a anuência do réu, salvo se pela eventualidade da realização de
um acordo.

9 Julieta ajuizou ação de danos morais em face de Manuel, seu ex namorado, e


Antonieta, sua atual companheira, por danos morais, alegando que os mesmos todos os
dias iam em sua casa perturbando-lhe o sossego com provocações e zombarias, fazendo
com que a vizinhança a ridicularizasse, conforme testemunhas, bem como sua família a
pressionasse por conta do antigo relacionamento que a mesma havia mantido. No pedido,
requereu que ou o casal lhe pagasse dez mil reais à título de indenização ou lhe pagasse
uma quantia de 160 reais ao mês pelo período de 18 meses para pagamento de uma
terapia psicológica. O magistrado acolheu o pedido para condenação ao pagamento da
terapia requerida pela parte autora. Com base na questão, responda qual a espécie de
pedido envolvido, fundamentando sua resposta. (3,0)

Comentário: Resposta simples, com uma única resposta, sem a necessidade de maiores
argumentações. Não obstante, todas as características da espécie de pedido deve ser
trazida à resposta como fundamento.
Resposta: Trata-se de pedido do tipo alternativo, embasado no artigo 325 do Código de
Processo Civil Brasileiro, em que o autor, ora credor, poderá formular mais de uma forma
que o réu, ora devedor, poderá cumprir sua obrigação formada no momento da
condenação. Desta forma, tanto um pedido como o outro apresentado na questão satisfaz
a parte autora, formando coisa julgada, não podendo a mesma, acaso acolhido um dos
seus pedidos, ter interesse em recorrer, uma vez que se distingue do pedido subsidiário,
que traz uma ordem de preferência a ser respeitada pelo magistrado. Assim, tanto a
indenização como o pagamento do tratamento satisfaziam a pretensão da autora, ou um
primeiro pedido ou o segundo, justificando, portanto, porque seria o chamado pedido
alternativo.

10 Fernanda ajuíza ação de regresso em face de sua ex-sócia Luíza, uma vez tendo pago
dívida da mesma a qual fora avalista. Ocorre que, uma vez citada, a parte ré se manteve
revel, ou seja, não tendo apresentado sua contestação cabível. Fernanda então decide
adicionar à ação de regresso, indenização por danos morais decorridos em virtude do
fato. Nesse contexto, há possibilidade de modificação do pedido sem a devida
anuência de Luíza? Explique e fundamente sua resposta. (2,0)

Comentário: Cuidado. Embora pareça com questões anteriores, atente ao elemento


temporal da questão. Aqui há todos os elementos que possam ser analisados, ou seja, há
de se destacar que a questão lhe indica que a parte ré se manteve revel. Nessa situação,
a resposta muda, já que não se há de discutir sobre hipóteses. A resposta é fechada, se
há a possibilidade de se modificar o pedido sem anuência da ré, essa sendo revel,
conforme dado da questão.
Resposta: Sim, há a possibilidade de modificação do pedido sem a devida anuência de
Luíza, uma vez que a mesma se encontra revel. Não obstante, essa modificação fica
condicionada a realização de uma nova citação, devolvendo-se integralmente o prazo de
defesa, por força do princípio do contraditório, ocasião em que Luíza deverá ter mais 15
dias para a apresentação da sua resposta, desta vez de todos os pedidos requeridos por
Fernanda. Após o despacho saneador, nem com anuência da parte ré se poderá
modificar o pedido, o que somente poderá ocorrer por ocasião de acordo entre as partes.

11 A.F.J, menor de idade impúbere, devidamente representado por sua mãe, Ana, ajuíza
ação de investigação de paternidade cumulada com pedido de pagamento de pensão por
alimentos em face de André no juízo competente. Nessa situação, em relação à
cumulação de pedidos, indique qual a espécie de cumulação, fundamentando sua
resposta de forma correta. (2,0)

Comentário: A resposta é direta, simples e fechada, já indicando que há uma cumulação


de pedidos, apenas requerendo a indicação da espécie, bem como a sua justificativa.
Resposta: Trata-se de cumulação própria do tipo sucessiva ou em ordem sucessiva.
Nessa situação, a parte requer mais de um pedido, almejando que todos eles sejam
devidamente acolhidos e procedentes. Não obstante, a parte é ciente de que seu pedido
cumulado é sucessivo, ou seja, possui relação de prejudicialidade com o primeiro pedido.
Ou seja, há uma relação de interdependência na qual somente será analisado o pedido
de alimentos acaso seja procedente o pedido de investigação e constituição de vínculo de
paternidade.

12 Eric ajuíza ação de distrato contratual contra a Construtora Cai não Cai pelo atraso da
entrega de sua unidade, bem como a realização da suposta entrega com o apartamento
com condições inabitáveis. A Construtora ré foi devidamente citada, não obstante não
apresentando sua resposta no prazo legal. Neste caso, qual a providência legal a ser
tomada pelo magistrado, bem como seus efeitos, de acordo com o Código de
Processo Civil? (3,0)

Comentário: Não obstante pareça a resposta fechada e direta, é uma pergunta


complexa, já que a resposta correta se desmembra em duas partes: Responder qual
deverá ser a providencia legal do magistrado, e justificar; bem como apresentar os efeitos
desse ato, ocasião em que se verifica tratar-se, na verdade, de uma pergunta aberta. Isso
porque não necessariamente o magistrado aplicará todos os efeitos, dependendo do
desdobramento da questão. Essa relatividade do que poderá ocorrer deverá estar
constante da resposta, que deverá constar as possibilidades dentro do caso concreto, de
maneira justificada.
Resposta: O magistrado, verificado a ausência de resposta da parte ré, deverá decretar a
revelia e de plano verificar seus efeitos a serem aplicados. Assim, não tendo apresentado
sua resposta no prazo legal, a parte ré encontra sem a apresentação de sua defesa
técnica, ou seja, a contestação. Em um primeiro momento, o efeito material da revelia,
conforme o artigo 344 do Código de Processo Civil, é a presunção de veracidade do que
está previsto na petição inicial apresentada por Eric. Não obstante, por ocasião das
exceções do artigo 345 tal efeito material de presunção não será aplicada. Ainda assim,
há a situação do efeito processual da revelia previsto no artigo 346 do mesmo diploma
legal, sendo que, acaso a construtora não tenha patrono constituído nos autos, não
haverá mais intimação pessoal, passando a parte ré a ser intimada pela mera publicação
nos órgãos oficiais, salvo ocasião de ato personalíssimo designado pelo magistrado.

13 João ajuizou ação de indenização por danos morais e materiais em face de seu
condomínio em face de cobranças indevidas de taxas condominiais. O magistrado, após a
apresentação da defesa do réu, julgou procedente os danos materiais, tendo deixado para
produção de prova posterior, pendente de julgamento, no que se refere aos danos morais.
Dentro desse contexto, responda se tal possibilidade é cabível de acordo com o
Código de Processo Civil vigente no Brasil. Fundamente e justifique sua resposta.
(2,0)

Comentário: A resposta é simples e direta, sem a necessidade de maiores debates.


Resposta: A questão trata da decisão de natureza interlocutória de mérito. Assim, é
admitida no Brasil a decisão que julgue parte do mérito, quando do requerimento de
cumulação de pedidos. Quando a parte autora requerer dois ou mais pedidos em sua
petição inicial, tem o magistrado a autorização legislativa de julgar apenas um deles no
curso da demanda, prosseguindo em relação ao outro, ocasião também prevista no artigo
355 do Código de Processo Civil. A decisão interlocutória de mérito se difere da decisão
interlocutória simples, uma vez que se trata de uma decisão no curso de uma demanda,
com a particularidade de solucionar parte do pedido do autor, deixando para um momento
posterior a outra parte do pedido. Carrega consigo, assim, características de decisão
interlocutória e de sentença, não obstante solucionando parte do pedido, ao menos tempo
em que não finaliza a fase de conhecimento do magistrado.
14 Jerônimo ajuíza ação de indenização por danos emergentes contra Tereza em virtude
de acidente de carro supostamente por ela ocasionado. Tão logo da citação, Jerônimo
deseja modificar o pedido, incluindo os lucros cessantes envolvidos sobre o caso.
Nesse contexto, responda até quando e em que condições Jerônimo poderá efetuar a
modificação do pedido constante da sua exordial. Fundamente e justifique sua
resposta. (2,0)

Comentário: Trata-se de pergunta aberta, onde, logo após a citação, não está
especificada qual a conduta foi tomada pela parte ré. Não há dados os quais se possa
saber se a mesma é revel ou apresentou contestação. Ademais, não consta de limitação
temporal quando da pergunta “até quando”, podendo-se analisar todo o processo até a
decisão final, sobre a possibilidade de modificação do pedido: Antes e depois do
despacho saneador.
Resposta: Após a citação, a parte ré já estará devidamente integrada ao processo, tendo,
por força do princípio do contraditório, direito de responder e apresentar sua ampla defesa
sobre o que lhe é imputado. Assim, por força do 329 do Código de Processo Civil, em um
primeiro momento, somente poderá Jerônimo modificar o pedido somente com a devida
autorização de Tereza, a qual, uma vez concordado, deverá ter a devolução de seu prazo
para resposta. Não obstante, acaso Tereza for revel no presente caso, Jerônimo poderá
efetuar a modificação do pedido sem a autorização prévia de Tereza, não obstante
devendo promover nova citação, ocasião em que a parte ré terá devolvido seu prazo de
defesa, dessa vez envolvendo todos os pedidos, respeitando-se assim o contraditório.
Assim, após a citação, somente pode-se modificar o pedido nessas condições até o
despacho saneador. Após o despacho saneador, não se poderá modificar o pedido da
petição inicial nem com a anuência do réu, salvo se pela eventualidade da realização de
um acordo.

15 Eric ajuíza ação de distrato contratual contra a Construtora Cai não Cai pelo atraso da
entrega de sua unidade, bem como a realização da suposta entrega com o apartamento
com condições inabitáveis. A Construtora ré foi devidamente citada, não obstante não
apresentando sua resposta no prazo legal. Neste caso, qual a providência legal a ser
tomada pelo magistrado, bem como seus efeitos, de acordo com o Código de
Processo Civil? (3,0)

Comentário: Não obstante pareça a resposta fechada e direta, é uma pergunta


complexa, já que a resposta correta se desmembra em duas partes: Responder qual
deverá ser a providencia legal do magistrado, e justificar; bem como apresentar os efeitos
desse ato, ocasião em que se verifica tratar-se, na verdade, de uma pergunta aberta. Isso
porque não necessariamente o magistrado aplicará todos os efeitos, dependendo do
desdobramento da questão. Essa relatividade do que poderá ocorrer deverá estar
constante da resposta, que deverá constar as possibilidades dentro do caso concreto, de
maneira justificada.
Resposta: O magistrado, verificado a ausência de resposta da parte ré, deverá decretar a
revelia e de plano verificar seus efeitos a serem aplicados. Assim, não tendo apresentado
sua resposta no prazo legal, a parte ré encontra sem a apresentação de sua defesa
técnica, ou seja, a contestação. Em um primeiro momento, o efeito material da revelia,
conforme o artigo 344 do Código de Processo Civil, é a presunção de veracidade do que
está previsto na petição inicial apresentada por Eric. Não obstante, por ocasião das
exceções do artigo 345 tal efeito material de presunção não será aplicada. Ainda assim,
há a situação do efeito processual da revelia previsto no artigo 346 do mesmo diploma
legal, sendo que, acaso a construtora não tenha patrono constituído nos autos, não
haverá mais intimação pessoal, passando a parte ré a ser intimada pela mera publicação
nos órgãos oficiais, salvo ocasião de ato personalíssimo designado pelo magistrado.

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