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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
PROJETO DE PESQUISA
FORTALEZA - CE
2021
1. INTRODUÇÃO
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Dessa maneira, o modo de funcionamento comportamental do indivíduo pode ficar
comprometido e levá-lo a permanecer em estado ansioso por mais tempo que o desejado.
Isso tudo concorre para que ocorra sofrimento pessoal, angústia, paralisia diante de situações
cotidianas ou fugas crônicas em situações de exposição (TELES, 2018, p. 17).
De outro lado, segundo artigo publicado em periódico da Associação Brasileira do
Sono, a Revista do Sono, na insônia, por exemplo, há uma ativação excessiva do sistema
nervoso e o medo e ansiedade podem agravar esse quadro, sendo o sono facilmente afetado
por fatores emocionais (FONTAINHA, 2020). Ainda, segundo a mesma revista
(FONTAINHA, 2020, p.7), “dormir pouco, privando-se de sono, produz efeitos nocivos à
saúde mental, alterando funções psíquicas, como o pensamento, a aprendizagem, a memória
e a tomada de decisões”.
Uma vez que a maioria das pesquisas realizadas no Brasil acerca dos temas,
entretanto, focam na primeira variável (ansiedade) ou na segunda (qualidade do sono), sem
comparar os dados levantados, e sem confirmar o quanto as duas variáveis estão interligadas,
levantamos a hipótese de que poderá haver uma correlação entre ansiedade e qualidade do
sono.
A partir disso, e visando o entendimento desses fatores no contexto BANI,
elaboramos o presente projeto de pesquisa, para entendermos, primeiramente, se houve
aumento de ansiedade (no período pandêmico de Covid-19) e como está a qualidade do sono
dos universitários, buscando verificar, dessa forma, uma possível correlação de resultados
que indiquem uma piora na qualidade de sono dos estudantes, e o aumento da ansiedade.
Visto que nesse novo mundo BANI, ante a existência de uma possível correlação entres as
duas variáveis, a futura pesquisa possibilitaria, como retorno à sociedade, a criação de novas
formas de enfrentamento e manejo de situações relacionadas a essa possível correlação,
visando proporcionar uma melhoria na saúde mental dos estudantes universitários.
Nesse mesmo sentido ressaltamos ainda que, ao direcionarmos esta pesquisa científica
para os estudantes universitários, acabamos relacionando diretamente os possíveis resultados,
com o próprio processo de aprendizado na universidade. Porquanto, a qualidade de sono e a
ansiedade são fatores determinantes nos diversos processos que estão ligados à vida
acadêmica. Assim, obter dados relacionados a esses dois fatores é mais do que apenas coletar
informações, é conhecer e se aprofundar mais nas questões patológicas que a pandemia de
COVID-19 pôde trazer à tona, principalmente no que concerne aos estudantes universitários.
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Existem diversos benefícios que esta pesquisa científica pode levar a diferentes
comunidades. Para a comunidade científica, os dados obtidos poderão servir para serem
utilizados em correlação com diversos outros estudos, principalmente no que se trata de
patologias que surgiram diante da pandemia de COVID-19. As universidades podem se
utilizar dos dados levantados como base para outros estudos que levem em conta a qualidade
de desempenho e de vida dos seus estudantes. Nós, pesquisadores, ao realizarmos um estudo
sobre ansiedade e qualidade do sono em universitários, estamos, ao mesmo tempo, nos
descobrindo e nos colocando ao lado das descobertas que foram feitas durante o processo.
Os universitários encontram-se mais propensos a situações que afetam a qualidade do
sono e causam ansiedade, portanto, é uma população que merece atenção quanto às queixas
de sono para que haja uma possibilidade de prevenção e diagnóstico precoce de distúrbios
psicológicos (COELHO et al., 2010). A pauta sobre a qualidade do sono de universitários está
sendo bastante difundida nos últimos anos. O autor Richards (2015), traz diversas soluções
para o público que convive diariamente com esse problema. O escritor debate durante toda a
sua obra opções de como estabelecer padrões de sono saudáveis, o que é bom fazer ou não
antes de dormir e como alguns fatores o prejudicam, por exemplo, a ansiedade. De acordo
com Richards (2015), grande parte da população não possui sono de qualidade e em tempo
suficiente, em decorrência de transtornos, como a ansiedade.
Fazendo um apanhado na literatura, Clark e Beck (2014), citam que a ansiedade é
definida como sendo um estado emocional complexo prolongado, que o indivíduo é afetado
de maneira física, emocional, comportamental e cognitiva. Na principal obra, os autores
trazem exemplos de casos estudados, sendo alguns deles relacionando que a pessoa sentindo
ansiedade não tem uma boa noite de sono, como no seguinte trecho: “todos os dias ele
acordava ansioso, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer, e também exausto, pois a
ansiedade perturbava seu sono”.
Araújo et al. (2013), em suas pesquisas, trazem dados e informações no que concerne
ao sono. A população de estudo foi formada por 701 universitários e cerca de metade deles
(54%) consideraram a qualidade do seu sono no último mês ruim. No panorama geral, os
estudantes universitários entrevistados levam em média 19,7 minutos para iniciar seu sono
após se deitar. No que se refere às horas de sono, apenas 18,6% conseguiram alcançar um
valor superior a sete horas no último mês, enquanto 62,7% localizou-se um pouco abaixo
desse valor, no intervalo compreendido entre seis e sete horas.
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2. PERGUNTA DE PARTIDA
Existe relação entre ansiedade e qualidade do sono em estudantes universitários na
pandemia de COVID-19?
3. HIPÓTESE
A hipótese é de que há uma moderada correlação negativa entre ansiedade e
qualidade do sono, e que essas variáveis afetaram a vivência de estudantes universitários
durante a pandemia de COVID-19, pois a estrutura Bani, ou seja, a do mundo pandêmico
em que estamos inseridos e que passou de apenas complexo para completamente caótico,
acrescido de dados da OMS (2019), que apontam o Brasil como o país mais ansioso do
mundo, nos leva a crer que a população de universitários, que se encontra mais propensa a
situações que afetam a qualidade do sono e causam ansiedade, conforme artigo de Araújo
et al. (2013), nos mostre a possível correlação entre essas duas variáveis.
4. OBJETIVOS
5. MATERIAIS E MÉTODOS
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Este é um estudo quantitativo, descritivo, de prevalência correlacional, transversal,
telematizada e de levantamento de dados.
Para avaliação do nível de ansiedade foi utilizada a escala HADS (Hospital Anxiety
and Depression Scale). A escala, ao todo, possui 14 itens, divididos em duas subescalas:
HADS-Ansiedade (HADS-A), com sete questões para o diagnóstico do Transtorno de
Ansiedade Leve (TAL) (itens ímpares), e HADS-Depressão (HADS-D), com outras sete para
o Transtorno Depressivo Leve (TDL), itens pares (FARO, 2015, p. 350). Neste trabalho
utilizaremos apenas a subescala de ansiedade (HADS-A). As questões só podem ser
respondidas com a escolha de apenas um dos itens para cada pergunta do questionário
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HADS-A e a pontuação referente a cada item respondido varia entre zero e três pontos (de
ausente ou raramente, até muito frequente ou demais) com escore máximo (pontuação global)
de 21 pontos por subescala. Faro (2015, p. 350) propõe em seu artigo a nota de corte em ≥ 7
para a subescala HADS-A, contudo, apesar de considerar os achados válidos, o número de
falsos positivos cresce de maneira considerável, o que poderia prejudicar a pesquisa que se
pretende realizar. Assim, permaneceremos com os pontos de corte obtidos na literatura, os
quais foram de ≥ 9 pontos para cada transtorno (FARO, 2015). A escala foi desenvolvida por
Zigmond e Snaith (1983), traduzida e validada por Botega et al. (1995), estando os escores
para ansiedade divididos em: 0 a 7 pontos, improvável; 8 a 11 pontos, possível (questionável
ou duvidosa); 12 a 21 pontos: provável (BOTEGA, 1995; ZIGMOND, 1983). O cálculo se
dará a partir das respostas extraídas dos itens do questionário HADS-A.
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sobre sonolência encontradas na Epworth Sleepiness Scale foram transcritas para a plataforma
digital Google Forms, gerando o link de acesso ao questionário que será usado, link:
https://forms.gle/iDhtpPWZP2rddpKN9, o qual será encaminhado aos grupos de WhatsApp
das turmas nas quais nós, pesquisadores, fazemos parte, e para outros grupos de diversas
universidades locais e do Brasil, constando o convite para a participação na pesquisa, o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e os critérios de inclusão/exclusão logo na
página inicial, em local de fácil constatação, antes do início do questionário em si. Também
serão utilizadas as redes sociais, por meio do instagram, com o link de acesso na biografia de
cada componente da equipe do estudo. Desse modo, os universitários terão acesso com
facilidade ao questionário e poderão repassá-los a seus grupos de estudo.
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anonimato e de risco mínimo no caso de participação ou não no estudo. Este procedimento
foi elaborado para satisfazer as exigências da Resolução nº 466/12 e 510/16 do Conselho
Nacional de Saúde - Ministério da Saúde e do Código de Ética da Associação Médica
Mundial (Declaração de Helsinque). Esse tipo de procedimento apresenta riscos mínimos
que serão reduzidos mediante a garantia de manter o sigilo e a privacidade dos
participantes durante a pesquisa, afirmando que os dados individuais de cada participante
não foram publicados, sendo manipulados exclusivamente pelos pesquisadores.
6. CRONOGRAMA (2 meses)
7. ORÇAMENTO
A referida pesquisa está orçada em torno de R$ 17.596,00, conforme a planilha
abaixo:
Material Permanente
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Computador com os programas 2 unidades Valor unitário: R$ 5.099,00
necessários para a pesquisa Valor total: R$ 10.198
8. REFERÊNCIAS
ALEGRE, Laura. Brasil é o país mais ansioso do mundo: Cenário brasileiro pode ser um dos
fatores que fazem com que o País seja o mais ansioso do mundo. Jornal da USP, São Paulo,
29/07/2019. Atualidades. Disponível em: <https://jornal.usp.br/?p=254592>. Acesso em: 18
out. 2021.
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depressão na pandemia: incertezas, medos e inseguranças são fatores associados ao
aumento de queixas de insônia, ansiedade e depressão durante a pandemia. in Sono: Uma
publicação da Associação Brasileira do Sono, São Paulo, v. 22, p. 5-8, 2020. Trimestral.
Abril, Maio e Junho de 2020. Disponível em:
https://absono.com.br/wp-content/uploads/2021/04/revista_sono_ABS_edicao_22_2020.pdf.
Acesso em: 18 out. 2021.
JAMAIS, C. Facing the age of caos. Abril 29, 2020. Disponível em:
https://medium.com/@cascio/facing-the-age-of-chaos-b00687b1f51d Acesso em: 02 de set.
de 2021.
JOHNS, M. W. A new method for measuring daytime sleepiness: the Epworth sleepiness
scale. Sleep. 1991;14:540-5. PubMed ID: 1798888. Disponível em <
https://www.jornaldepneumologia.com.br/details/636/pt-BR > Acesso em: 18 out. 2021.
RICHARDS, K. O sono: bom demais para perder. Editora Babelcube Inc., 2015.
SINDJUSTIÇA. Brasil tem maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo, diz OMS.
2020. Disponível em:
https://sindjustica.com/2020/05/27/brasil-tem-maior-taxa-de-transtorno-de-ansiedade-do-mun
do-diz-oms/ Acesso em: 02 de set. de 2021.
ZIGMOND, A. S. & SNAITH R. P. The hospital anxiety and depression scale. Acta
Psychiat. Scand., 67: 361-70, 1983. Disponível em:
<https://www.fmb.unesp.br/Home/ensino/Departamentos/Neurologia,PsicologiaePsiquiatria/
ViverBem/had_com_escore.pdf>. Acesso em: 18 out. 2021.
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ANEXOS
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