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Universidade São Judas Tadeu

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde


Curso de Psicologia

Adrian Camargo Ferderle


Cleber Oliveira Soares
Edvaldo Batista das Chagas
Vanessa Paixão da Silva

A influência das redes sociais na autoestima de adolescentes: uma revisão integrativa

São Paulo
2023
Universidade São Judas Tadeu
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Psicologia

Adrian Camargo Ferderle


Cleber Oliveira Soares
Edvaldo Batista das Chagas
Vanessa Paixão da Silva

A influência das redes sociais na autoestima de adolescentes: uma revisão integrativa

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no


formato de artigo ao curso de Psicologia da
Universidade São Judas Tadeu como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de psicólogo.
Área de concentração: Núcleo de Psicodinâmica
Orientadora: Prof. Dra. Fabiana Coelho
Fernandes

São Paulo
2023
Resumo

A autoestima é uma característica fundamental na construção do indivíduo, sendo organizada

por diversos fatores e um deles a percepção sobre si no meio em que as pessoas vivem. Este

trabalho aborda como as redes sociais influenciam neste processo. Com os anos, o uso desta

plataforma tem aumentado por parte dos adolescentes que cada vez mais a utilizam de

maneira desenfreada, e o propósito desta pesquisa é entender como o uso das redes sociais

pode afetar neste a autoestima. Este trabalho, de cunho qualitativo, foi desenvolvido por meio

de uma revisão bibliográfica integrativa e os resultados mostram que quanto mais os jovens

ficam expostos às redes sociais, gerando maior a comparação com pessoas que vivem outra

realidade, assim podendo gerar um efeito negativo sobre a autoavaliação, podendo afetar

diretamente na autoestima, gerando até mesmo níveis mais altos de ansiedade. De uma forma

geral podemos concluir que o uso da rede social deve ser utilizado de forma moderada. Uma

forma de diminuir estes efeitos negativos vem de um trabalho no autoconhecimento e uma

percepção de que ela não representa totalmente a realidade e dessa forma os adolescentes

possam ter um desenvolvimento da sua autoestima sem estes efeitos negativos.

Palavras chave: adolescência, autoimagem, saúde mental, rede social.


Abstract

Self-esteem is a fundamental characteristic in the construction of an individual, being

shaped by various factors, one of them being the perception of oneself in the environment

people live in. This work addresses how social networks influence this process. Over the

years, the use of this platform has increased among teenagers, who increasingly use it

excessively, and the purpose of this research is to understand how the use of social networks

can affect self-esteem. This qualitative study was conducted through an integrative literature

review, and the results show that the more young people are exposed to social networks,

leading to greater comparison with people living in a different reality, it can have a negative

effect on self-evaluation, directly affecting self-esteem and even leading to higher levels of

anxiety. In general, we can conclude that the use of social media should be moderate. One

way to reduce these negative effects is through self-awareness and the realization that social

media does not fully represent reality, allowing teenagers to develop their self-esteem without

these negative effects.

Keywords: Adolescence, Self-image, Social Network, Mental health.


1. Introdução

Para Melvin e Wolkmar (1993) ‘‘o ciclo da vida humana é composto por quatro fases:

infância, adolescência, idade adulta e velhice. O termo adolescência vem do latim

“adolescere”, que significa crescer, referindo-se, portanto, ao processo de crescimento do

indivíduo’’(p.12).

“A adolescência é o período de transição entre a infância e a

idade adulta e caracteriza-se pelos impulsos do

desenvolvimento físico, mental, emocional, sexual e social,

assim como o alcance das metas relacionadas às expectativas

culturais da sociedade em que vivem. A adolescência inicia-se

com as mudanças físicas da puberdade e termina com o

indivíduo consolidando seu crescimento e personalidade,

conquistando gradativamente a independência financeira e

integrando-se ao grupo social” (Papalia & Feldman, 2013, p.

381).

No Brasil, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), art. 02, a

faixa etária que compreende a adolescência está entre os 12 e 18 anos. Os direitos dos jovens

estão previstos no Estatuto da Juventude e de acordo com o art. 01, considera-se jovem a

pessoa de 15 a 29 anos, e adolescente a pessoa de 15 a 18 anos.

A adolescência inicia-se com uma transição no desenvolvimento entre a infância e a

vida adulta, que acarreta grandes mudanças físicas, cognitivas e psicossociais. Começando

com a puberdade, este é o processo pelo qual um indivíduo atinge a maturidade sexual e a

capacidade de se reproduzir. A puberdade refere-se a um fenômeno fisiológico, incluindo

mudanças físicas e hormonais, enquanto a adolescência refere-se ao componente psicossocial

do mesmo processo.
Uma mudança física importante é o início da puberdade, o

processo que leva à maturidade sexual, ou fertilidade – a

capacidade de reproduzir. Tradicionalmente, acreditava-se que

a adolescência e a puberdade começassem ao mesmo tempo,

em torno dos 13 anos de idade, mas, como discutiremos, os

médicos em algumas sociedades modernas vêm agora

alterações puberais bem antes da idade de 10 anos (Papalia &

Feldman, 2013, p. 381).

De acordo com Lourenço (2010), é importante observar que o início, a duração e a

progressão do desenvolvimento puberal variam amplamente, entre os sexos e entre diferentes

grupos étnicos e sociais da população, inclusive de acordo com o estado nutricional e fatores

familiares, ambientais e sociais. A menarca é a primeira menstruação das meninas

adolescentes e para os meninos ocorre a primeira ejaculação esses e eventos são marcos para

o início da puberdade.

No decorrer do século XX, a adolescência passou a ocupar um lugar cada vez mais

importante no imaginário social, com a extensão do tempo educacional e a implementação de

um sistema educacional fragmentado, aumentando a dependência dos jovens de seus pais

com diferentes áreas do conhecimento, o tempo entre a puberdade e o casamento aumenta e

mais tarde, os jovens adultos deixam a casa dos pais. Assim, consolidou-se o conceito de

adolescência e iniciou-se o conflito geracional que marcou todo o período emancipatório dos

anos sessenta. Mas, ironicamente, a sociedade idealizou a adolescência como um período de

liberdade para aproveitar a vida. ‘‘A concepção da adolescência, como hoje entendemos,

parece estar relacionada à democratização da educação e ao surgimento de leis

trabalhistas.’’(Coutinho & Gageiro, 2009, p. 12)


A adolescência é uma construção da sociedade pois esse

conceito não existia nas sociedades pré-industriais; a

adolescência só era considerada quando era visualmente

percebida pelas mudanças do corpo ou quando iniciavam

atividades laborais.Somente no século XX que a adolescência

foi definida como uma fase da vida separado no mundo

ocidental. Hoje, a adolescência tornou-se um fenômeno global

mesmo com formas e culturas diferentes. Na maior parte do

mundo , a idade adulta está demorando mais para ser iniciada e

menos definida do que costumava ser . A adolescência começa

mais cedo do que antes e o profissionalismo mais tarde, pois os

jovens estão estudando mais e o casamento que era um marco

para o início da fase adulta também está mais tardio. (Papalia &

Eldman, 2013, p. 387),

A adolescência também é conhecida como a fase da “rebeldia” do ser humano, pela

forma diferente de seu comportamento, vestimentas e dialetos. Cloutier e Drapeau (2012, p.

22), narram que a rebeldia dos adolescentes já era considerada “Quatrocentos anos antes de

Jesus Cristo, Sócrates (470,399 a.C)".

Aberastury e Knobel, (1989): Enfatizam a “rebeldia” não somente pelo enfrentamento

das mudanças corporais e mudanças psicológicas e sim pela renúncias da condição de criança

e ser tratado como criança pelos pais e sociedade, a mudança de identidade e a

incompreensão da mudança de comportamento, assim como a necessidade de independência

e controle da própria vida faz com que haja julgamentos das atitudes e da imagem.
É importante ressaltar esses contextos ao tratar especificamente da adolescência, não

como um momento de "crise" ou apenas de "transição", mas como um período de intenso

desenvolvimento cognitivo, emocional, sexual e social. Ser adolescente nesse mundo atual e

em constante evolução faz com que a cronologia desse processo seja diversa e instável para

analisar o comportamento conceitual. (Birman, 2006; Lehman et al., 2006).

No século XX, os objetivos para o início da fase se dava ao ter uma formação

adequada e um bom emprego com estabilidade, no entanto a mudança cultural faz com que

além desses requisitos, trabalhar ainda não significa previsão de futuro e a formação já não é

mais suficiente. Mudança de emprego constante, mudança de profissão e a insegurança

constante de estar preparado para o futuro. (Castel, 2009; Sennett, 1998, 2006; Touraine,

2006).

O reconhecimento de si como adulto, por exemplo, se dava a partir da conquista de

realizações e posições sociais cronologicamente determinadas, ou seja, a passagem da

adolescência para a vida adulta acontecia, progressivamente, pela finalização da formação

educacional e profissional, pela obtenção de um emprego e pela constituição da própria

família, conferindo ao sujeito independência e lugar social próprios (Calligaris, 2000; OIT,

2009).

Essa situação promove, por um lado, uma situação de sofrimento e angústia pela falta

de referências, mas, por outro lado, propicia um espaço maior de abertura e criação, em

termos psicossociais, principalmente para os adolescentes (subjetivos, identitários e sociais).

Isso tudo é muito distinto da tradicional reprodução de modelos adultos, configurada

basicamente ao longo do século XX (Giddens, 2002; Ribeiro, 2014; Silva, 2005).

Dessa maneira, propicia-se ao jovem uma experiência significativa e própria, em que

o processo é, em si, mais importante do que a escolha, porque, nele, reside a possibilidade de

apropriação e construção de algo próprio. Lacan (1998) fragmenta essa experiência mais
significativa em três tempos: o instante de ver, o tempo para compreender e o momento de

concluir. O primeiro e o terceiro são tempos mais instantâneos (daí advêm as palavras

“instante” e “momento”), que duram tanto quanto um relance perceptivo. Já o tempo de

compreender seria aquele em que realmente precisa-se de tempo, de processo, de duração, de

construção.

A juventude hoje é um bem a ser mantido e cultuado e, portanto, a ser prolongado,

com o auxílio das conquistas da medicina, que aumentaram significativamente o tempo e a

qualidade de vida. Segundo Birman (2006, p. 25), ‘‘A temporalidade da juventude

modificou-se de forma significativa, gerando um alongamento da adolescência, por seu início

antecipado e sua finalização estendida e indefinida’’.

No jovem, a falta de parâmetros claros gera a busca mais individualizada da

construção identitária e do lugar no mundo, marcando uma dificuldade de fortalecimento

identitário pela falta de reconhecimento do outro significativo. Além disso, a ação sobre o

mundo por meio da estratégia impulsiva de tentativa e erro redunda em falta de limites. Ao

mesmo tempo, uma parte dos adolescentes vive uma falta de limites, com o declínio da

autoridade parental e dos interditos próprios desta e dos representantes paternos, e uma

cobrança para seguirem as normas sociais, por exemplo, ter sucesso profissional; ou os

jovens são super cuidados e, ao mesmo tempo, deixados à deriva, em uma economia dos

cuidados igualmente ambígua, segundo Birman (2006).

Para Calligaris (2000), nos contextos atuais, haveria duas qualidades importantes

postas ao adolescente pelo mundo adulto: ser desejável e ser invejável. Um adolescente deve

enfrentar dois pontos centrais na sua vivência atual: o sucesso nas relações amorosas e

sexuais e a conquista do poder, o que o levaria às crises contemporâneas, intensificadas pela

enorme exposição a que estão submetidos nas redes sociais virtuais.


Caracterizada pela transição da infância para a adolescência é o período em que

ocorrem transformações corporais e uma nova relação com o mundo, a partir deste ponto o

sujeito começa a ter autonomia sobre suas próprias escolhas, sendo livres para se definir no

meio em que vivem.

Quando o adolescente se inclui no mundo com este corpo já maduro, a imagem que

tem do seu corpo mudou também sua identidade, e precisa então adquirir uma ideologia que

lhe permita sua adoração ao mundo e/ou sua acho sobre ele para mudá-lo (Aberastury &

Knobel, 1981).

A partir disto se dá a construção da autoestima, que nada mais é do que a forma em

que o indivíduo se vê sobre o mundo, com isso a maneira em que nós enxergamos faz toda

diferença na forma como conduzimos as nossas vidas, muito se fala sobre autoestima apenas

das características física, porém este conceito é um pouco mais complexo, apesar dela

também fazer parte, outras características como as emoções, pensamentos e comportamentos

também fazem parte deste processo para construção da autoestima.

Um dos problemas centrais do adolecente é a busca de sua identidade. Todos estes

problemas são mais graves atualmente, pois vivemos num mundo no qual a tensão e a

ansiedade criadas pelo acúmulo dos meios de destruição representam uma ameaça

permanente e sabemos que a estabilidade é o clima necessário para que o ser humano se

desenvolva normalmente (Aberastury & Knobel 1981).

Para Aberastury e Knobel (1981, p.208) “o desenvolvimento da identidade na

adolescência também é importante porque as decisões tomadas neste período condicionam o

futuro de forma determinante, senão irreversível”.

Os sites de redes sociais de internet começaram a surgir no final da década de 1990,

modificando a maneira como as relações interpessoais se constituem a partir da expansão

deste meio de comunicação (Rosa; Santo, 2013 apud Rosa, 2015).


A internet, assim como o avanço da tecnologia em geral, trouxe para a

contemporaneidade grandes modificações no modo de vida da sociedade, desde a maneira

como as informações são transmitidas até nos modos de relações intersubjetivas (Pereira &

Tokuda, 2017).

Cercados pelas redes sociais, grupos sociais cada vez mais seletivos e padrões

estereotipados, a identificação com o Outro tornou-se um objetivo laborioso a ser alcançado e

conquistado pelos adolescentes ocidentais, pois o indivíduo vivencia uma sensação de

“diferença” em relação ao mundo dos outros, dos “iguais”, aqueles cuja imagem parece

coincidir com o que se esperaria encontrar, idealizando alguma espécie de ideal suposto da

forma do corpo e do Eu (Greco, 2011).

Entre as redes sociais que as pessoas têm utilizado por mais tempo está o Instagram.

Lançado em 2010 por Kevin Systrom e Mike Krieger, este é um aplicativo que possibilita aos

seus usuários a postagem e compartilhamento de fotos e vídeos, além do compartilhamento

de conteúdo da plataforma com outras redes sociais como Twitter, Facebook e Tumblr

(Rennó & Salles, 2020).

O Instagram é uma das redes sociais que mais cresce atualmente, chegando a atingir

um marco de um bilhão de usuários ativos e pelo menos 500 milhões de acessos diários. Tal

crescimento deve-se tanto às funcionalidades clássicas do aplicativo, quanto a seu

aprimoramento, tendo cada vez mais se concentrado no apelo visual e apostado em novos

recursos como stories e o IGTV (Belanche et Al., 2020).

De forma resumida, o Instagram tem como diretriz geral “ser

um lugar autêntico e seguro para inspiração e expressão”. Ele

permite que um indivíduo de 13 anos ou mais se torne um

usuário a partir da criação de um perfil, público ou privado, que


será associado a uma rede de pessoas. Essa rede é composta

pelos seguidores, pessoas que acompanham o conteúdo postado

pelo usuário, e pelos perfis que estão sendo seguidos pelo

indivíduo em questão (Almeida, 2022, p.38)

Para o adolescente o Instagram é um lugar onde ele pode apresentar-se por meio de

fotos, vídeos e compartilhamentos, demonstrando seus interesses e afinidades, além de

conseguirem fazer parte de um grupo ou movimento social. Nesse contexto o adolescente

busca um referencial para seu cotidiano recebendo influências de pessoas que compartilham

dos mesmos assuntos.

Segundo Almeida (2022), o adolescente demonstra grande preocupação com suas

postagens, com enfoque de curtidas e aceitação dos usuários da plataforma, possuem uma

necessidade de interação nas redes sociais, porém as interações por meios de fotos, vídeos e

conteúdos tem aceitação ou rejeição dos grupos que se comunicam causando a mesma

afeição ou desprezo.

2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Demonstrar a relação do uso das redes sociais na construção da autoestima do

adolescente e os possíveis impactos relacionados neste processo.

2.2 Objetivos Específicos

● Discutir os impactos das redes sociais na autoestima do adolescente;

● Identificar as consequências do impacto causado pelo uso das redes sociais na

autoestima e autoimagem do adolescente.


4. Método

Este trabalho se constitui como uma pesquisa qualitativa realizada por meio de

revisão bibliográfica integrativa. Essa abordagem agrupa, analisa e resume os resultados de

pesquisas sobre um determinado tema, delimitando critérios bem definidos para o

levantamento de dados, interpretação e apresentação dos resultados, desde o início da

pesquisa.

Para a realização deste estudo foi definido o seguinte problema de pesquisa: de que

modo o uso das redes sociais influenciam na autoimagem de adolescentes?

No intuito de tentar responder ao problema de pesquisa, para a busca inicial dos

artigos nas bases de dados foram utilizadas as seguintes palavras-chave: adolescência, saúde

mental, autoimagem, redes sociais. A busca foi realizada nas bases de dados Biblioteca

Virtual em Saúde (BVS - Brasil), Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia Brasil (BVS-Psi)

Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em

Ciências da Saúde (LILACS), Google Scholar (Google Acadêmico) e os Periódicos

Eletrônicos em Psicologia (PePSIC).

Como critérios de inclusão destacam-se: artigos científicos publicados na íntegra,

somente com a população de adolescentes, escritos em português do Brasil, publicados em

revistas científicas brasileiras nos últimos 5 anos e que tenham relação com a pergunta desta

pesquisa e as palavras-chaves mencionadas. Como critérios de exclusão destacam-se: outros

formatos de trabalhos acadêmicos (trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses e

apresentações em congressos), artigos publicados em outros idiomas, em período anterior a

2019 e em revistas científicas de outros países.

Para tanto, foram realizadas buscas em indexadores de periódicos científicos como a

Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia Brasil (BVS-Psi), Scielo, Periódicos Eletrônicos em

Psicologia (Pepsic), Google Acadêmico e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS).


Considerando os artigos publicados nos últimos 5 anos (2019 a 2023):

● BVS-Psi - 0 artigos encontrados

● Scielo - 0 artigos encontrados

● Pepsic - 0 artigos encontrados

● Google Acadêmico - 1720 artigos encontrados

● BVS - 3 artigos encontrados (em inglês)

As palavras-chave foram colocadas entre aspas no campo de busca dos indicadores

supracitados. No total foram encontrados 1723 artigos: 1720 no Google Acadêmico e 3 na

Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Quando aplicado o critério relacionado ao tempo de

publicação, o Google Acadêmico encontrou 993 trabalhos.

Considerando esses 993 trabalhos encontrados, foram aplicados os demais critérios de

inclusão e exclusão e 9 artigos foram selecionados para compor a presente revisão

bibliográfica integrativa.

Os resultados foram organizados em uma tabela e para a discussão foi utilizado o

método de Análise de Conteúdo, proposto por Bardin (1977).

5. Resultados

Quadro 1 - Levantamento Bibliográfico

Estu Ano Título Objetivo Autor (es/as)


do

1 2022 Impacto das redes sociais sobre a insatisfação Mulheres Camila


corporal em meninas adolescentes no ensino com baixa Clozato Lara
médio. autoestima e Evelyn Mairy
percepções Francatto
deturpadas Alexandre da
da própria Silva Avíncola
imagem.
2 2019 O uso excessivo da internet por jovens e seus Descrever os Benvinda
danos biopsicossociais:revisão da literatura. possíveis Pereira de
danos Barros
biopsicossoci Lais Carolina
ais em dos Santos
jovens, Gerico
ocasionados Matheus
pela Gomes Torres
dependência Maria
da internet. Perpétua da
Silva
Mariana
Gomes
magalhães
Denise Dias
Almeida.

3 2021 Adolescentes na era digital: impactos na Identificar os Synara


saúde mental. impactos da Sepúlveda
exposição na Sales
internet e Talita Mendes
mídias da Costa
sociais na Maria Julia
saúde Pegoraro Gai
mental.

4 2022 Mídias sociais: a influência das redes sociais Analisar a Emily Rosa de
na percepção da autoimagem de adolescentes influência Souza
do sexo feminino. das redes Joseana
sociais na Moreira Assis
percepção da Ribeiro
autoimagem
de
adolescentes
do sexo
feminino.

5 2022 Insatisfação corporal: um estudo entre Trata-se de Pedro


adolescentes brasileiros um estudo Henrique
transversal Ribeiro
realizado Richard
com Alecsander
adolescentes Reichert
de 12 a 18 Willian
anos, por Echeverria
meio de Rodrigo da
pesquisa Silva
online, em Isabel
que a Pecoraro
insatisfação Melão
com a Lidiane dos
imagem Santos Souza
corporal foi Gabriella Di
avaliada por Girolamo
meio da Martins
escala de Denise De
silhuetas. Micheli

6 2022 Imagem corporal feminina na adolescência: a Verificar a Telma Sara


influência da mídia influência da Queiroz
mídia na Matos
construção Maíla Costa
da imagem de Oliveira
corporal das
adolescentes
e também
identificar os
impactos que
possivelment
e estão
relacionados
a esse
processo.

7 2022 Redes sociais e impactos na subjetividade do Compreende Júlia


adolescente na Pandemia. r e discutir as Fernandes
consequência Afonso
s do uso Cerantola
intensivo das Geraldo A.
redes sociais Fiamenghi-Jr
e de que
maneira
reverberam
na
subjetividade
do
adolescente.

8 2022 A relação público/privada na juventude As relações Rodrigo


mediada pelas plataformas de redes sociais entre o Otávio dos
digitais. público e o Santos
privado na
vida juvenil
mediada por
plataformas
de redes
sociais
digitais

9 2020 Redes sociais, suas implicações sobre a Discutir Amanda


imagem corporal de estudantes adolescentes possíveis Alberto de
e o contexto da epidemia do coronavírus influências Brito
(COVID - 19). das redes Tayná Brum
sociais sobre Thimóteo
a percepção Fábio Brum
da
autoimagem
corporal de
jovens
escolares no
contexto do
COVID-19.

6. Discussão

O processo de organização das informações e compreensão dos resultados

encontrados através dos artigos revisados e analisados, foram realizados por meio da

metodologia de análise de conteúdo orientada por Bardin (1977).

A referida autora menciona que, a partir de uma análise com resultados significativos

e verídicos, é possível propor interferências e interpretações de acordo com o propósito dos

objetivos previstos ou que sejam de novas descobertas.

Considerando a análise de conteúdo, a organização da dos conteúdos que serão

analisados deverá ocorrer em três etapas: pré análise, exploração do material, tratamento de

resultados (interferência e interpretação).

6.1 O impacto das redes sociais na saúde mental dos adolescentes

A expansão do uso da tecnologia tem interferido nos diversos aspectos da vida

cotidiana das pessoas, em especial, os adolescentes. Mesmo com os benefícios dos avanços
tecnológicos, o uso por parte dessa faixa etária sem a supervisão adequada e uso excessivo

pode gerar diversos riscos e significativas alterações na saúde mental. (Sales et al.,2021)

Segundo Shah et al. (2019), à medida que a tecnologia se torna uma parte maior das

atividades diárias dos adolescentes, as vantagens e desvantagens das mídias digitais sobre o

desenvolvimento psicossocial do adolescente são motivos de preocupação.

As mídias digitais são ferramentas importantes e de longo alcance e os adolescentes

as usam para desenvolverem suas identidades e receberem feedback de colegas. Essas

plataformas podem influenciar na autoestima do adolescente, na imagem e aceitação do

próprio corpo. Muitas adolescentes são pressionadas pela sociedade a se adequarem a

determinados padrões de beleza e recorrem com mais frequência a softwares de edição de

imagens, o que pode aumentar a prática de cyberbullying e transtornos relacionados à

imagem corporal (Kelleghan, et al., 2020; Shah et al., 2019).

Como aspectos positivos desse avanço da disseminação de tecnologia, os adolescentes

relatam que a comunicação virtual possibilitou o uso de novas linguagens, o que pode

favorecer a liberdade de expressão e o espaço virtual configurou-se como um laboratório

social para a vida real, de modo que o acesso à internet pode auxiliar na superação das

dificuldades sociais, conflitos emocionais e timidez (Comitê Gestor da Internet no Brasil,

2016).

As redes sociais, portanto, tornam-se um terreno fértil para o adolescente,

configurando-se como um espaço de reconhecimento dos pares, propiciando através de um

simples toque, inúmeras imagens às quais ele possa se identificar. Sendo assim, a dicotomia

de comportamentos, pensamentos e a insegurança do adolescente, facilitam que as redes

sociais sejam utilizadas como uma abertura ao novo, à fantasia, onde não há limites para ser o

que quiser, levando-o a um ‘império de sensações’ (Gomes; Caniato, 2016).


Segundo Fidalgo (2018), as redes sociais podem ter um aspecto muito negativo na

saúde mental juvenil, uma vez que aparentemente eles estão mais ansiosos e mais depressivos

que as gerações passadas, e isso desde a proliferação dos smartphones e das plataformas de

redes sociais digitais.

As redes sociais são o conjunto das relações que um indivíduo faz com outros

indivíduos e estes com o primeiro, normalmente mediadas por uma estrutura relativamente

flexível. ‘‘E é na dinâmica dos sujeitos que a rede social efetivamente se constrói é com base

nos indivíduos que a rede vai ser maior ou menor, mais abrangente ou mais exclusiva’’

(Santos, 2022, p. 52), por exemplo. Podemos então dizer que as redes sociais são moldadas

pelos seus participantes, ao mesmo tempo que molda aqueles que dela participam, em um

processo de reflexão e refração já estudado pela semiótica (Bakhtin,2006).

Com o contexto da pandemia de COVID-19, as interações nos espaços digitais

tiveram aumento na frequência e intensidade. As mídias sociais e jogos se configuraram

como uma das maneiras de distração, bem como para manter os jovens e suas famílias

seguras, em isolamento social, facilitando a comunicação (Granic et al., 2020)

Para a geração Z, na maior parte das vezes, a vida on-line é mais importante que a

vida real ou, no mínimo, tão importante quanto. A fronteira entre o que é virtual e o que é real

está a cada dia que passa mais borrada, mais difusa. Tirar um smartphone de um adolescente

é como alijá-lo de pelo menos metade da sua vida e, na maior parte das vezes,de mais do que

isso. É tirar sua identidade,sua forma de se relacionar, seu contato com o mundo. Para o

adolescente do século XXI, a maior parte de suas relações públicas e privadas é mediada por

uma caixa brilhante com aproximadamente seis polegadas, que carrega consigo as redes e os

algoritmos necessários à sua sobrevivência social (Santos, 2022).


6.2 Autoestima do adolescente nas redes sociais

De acordo com Felt & Robb (2016), os comportamentos típicos dos adolescentes,

como curiosidade e impulsividade, permitem que ultrapassem alguns limites como os

desafios virtuais, selfies em locais extremos ou sexting, um termo que se relaciona à própria

exposição, abalando a autoimagem e autoestima.

Em um mundo altamente digitalizado em que muitos jovens aprendem a socializar

usando a internet, é de extrema importância identificar e compreender as implicações do uso

desses dispositivos, pois o uso inadequado pode resultar em impacto psicológico e

comportamental, podendo resultar em perda de controle quanto ao uso da internet, sentimento

de culpa, isolamento, sintomas de ansiedade, isolamento, depressão, baixa autoestima,

conflito familiar, declínio no desempenho escolar, que são fatores que incidem diretamente na

saúde biopsicossocial dos adolescentes, o que enfatiza a necessidade de prevenção (Favotto et

al., 2019; Whiteman, 2014).

Entre 10% e 40% de crianças e adolescentes acessaram ou foram expostos a

conteúdos delicados, como suicídio, anorexia, drogas ou violência (UNICEF, 2020). Dessa

forma, a tecnologia e as plataformas da internet não devem ser brinquedos oferecidos como

forma de distração e entretenimento (Abreu, 2019), especialmente em função de que o uso

inadequado das redes sociais, jogos, pornografias apontam sintomas idênticos às outras

dependências como fissura, tolerância e abstinência. A dependência da internet pode resultar

em transtornos de humor, transtorno de personalidade antissocial e transtornos alimentares

(Picon et al., 2015).

Diante do aumento do envolvimento dos adolescentes com internet, o transtorno do

jogo foi incluído no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) como

uma nova condição que busca compreender e auxiliar por meio de pesquisas clínicas e

experiências relacionadas à tecnologia, mais especificamente aos jogos virtuais, incluindo


preocupação, tolerância, abstinência (disforia, ansiedade, irritabilidade), perda de controle,

uso persistente apesar dos danos com consequências negativas (Griffiths et al., 2016) bem

como as tentativas frustradas de controlar o acesso aos jogos, a perda de interesse em antigos

passatempos e entretenimentos (American Psychiatric Association, 2013).

A vivência de conflitos familiares/violência e outros eventos estressantes da vida tem

sido associada como fatores de risco para o abuso das mídias na adolescência (Ko et al.,

2008). O aumento do tempo destinado ao consumo digital está causando alterações no

desenvolvimento de atividade física e comprometendo a capacidade de interagir com outras

pessoas na "vida real" (Odgers et al., 2020). Portanto, é necessário observar sinais de uso

problemático da mídia digital e buscar tratamento precoce quando necessário (Pluhar et al.,

2019).

A comunicação mediada pelas redes parece ser obrigatória. Haja vista que a

adolescência é o momento da vida no qual os indivíduos definem sua identidade e se juntam

em grupos afins, é difícil evitar o uso das plataformas de redes sociais digitais.Em entrevistas,

adolescentes dizem ser impossível sair das redes, pois é por lá que todos os seus amigos

interagem (Twenge & Campbell, 2009).

Há uma dificuldade enorme em socializar pessoalmente. A maior parte da

socialização é feita por meio de aplicativos e aparatos digitais. Até mesmo na escola não é

raro encontrar alunos que se relacionam mais com seu smartphone do que com os colegas

(Desmurget, 2021).

Atingir a felicidade plena e perene parece ser um dos objetivos mais propagados pela

atual indústria das plataformas de redes sociais digitais. O problema é que tal utopia não

existe, e o que se tem, no entanto, são jovens cada vez mais deprimidos, uma vez que estão

distantes de tais objetivos e não possuem a capacidade de crítica de avaliação (Santos, 2022).
Essa fragilidade nos laços sociais pode ter outra consequência, que é a insegurança e a

baixa autoestima generalizada da geração i. Os laços mais frágeis somam-se à fantasia

alimentada diuturnamente pelas plataformas sociais, uma fantasia de sucesso propagada pelas

postagens no Facebook e pelas fotografias no Instagram (Araújo et al., 2020). Padrões de

beleza e de ganhos financeiros são lidos, vistos e ouvidos por jovens que ainda não

conseguem ter um discernimento muito efetivo entre aquilo que é realidade e aquilo que é um

exagero promovido pela necessidade de ostentação típica da época em que vivemos, na qual

público e privado se confundem, como veremos.

Segundo Calligaris (2000), no período da adolescência vivencia-se uma ambiguidade

de sentimentos, como tristeza, raiva, desprezo e rebeldia. O autor ainda afirma que o

adolescente, de modo geral, é o sujeito que foi treinado e instruído por diferentes caminhos

conforme os princípios da comunidade, tendo como principais influenciadores para esses

processo a escola, os pais e a mídia.

Além disso, o autor em tela salienta que a adolescência é marcada pela perda da

segurança do amor, de modo que a insegurança se faz presente durante esse período, o que

permite caracterizá-la como um traço do período do adolescer: o que vemos no espelho não é

bem nossa imagem. É uma imagem que sempre deve muito ao olhar dos outros, ou seja, me

vejo bonito ou desejável se tenho razões para acreditar que os outros gostam de mim ou me

desejam, por isso o espelho é ao mesmo tempo tão tentador e tão perigoso para o adolescente:

porque gostaria muito de descobrir o que os outros veem nele, Entre a criança que se foi e o

adulto que ainda não chega, o espelho do adolescente é frequentemente vazio. Podemos

entender então como essa época da vida possa ser campeã em fragilidade de autoestima,

depressão e tentativas de suicídio. (Calligaris, 2000).

6.3 Autoimagem dos adolescentes nas redes sociais


A autoimagem, muito relacionada à relação público/privada, também parece ser um

problema aos jovens da terceira década do século XXI. Adolescentes historicamente têm

problemas de aceitação com o próprio corpo, e isto é um processo quase que natural nessa

fase da vida. Entretanto, um aplicativo como o Instagram, por exemplo, reforça um padrão de

corpo inacessível para a maior parte das pessoas, o que acaba conferindo mais um grau no

sentimento de inadequação e baixa autoestima no jovem (Santos, 2022).

A população adolescente recebe grande influência da mídia. Sendo que além desta,

fatores psicológicos, biológicos, familiares, insatisfação corporal e desejo por um corpo

perfeito,influenciam os adolescentes, que passam a não se alimentar de forma adequada,

muitas vezes seguindo dietas inapropriadas em busca do corpo considerado ideal (Monteiro,

Novaes, Fernandes, 2014).

A imagem corporal pode ser definida como uma experiência humana sobre o corpo,

ou uma imagem mental que os indivíduos possuem a respeito de seu corpo e das partes que o

compõem, além de sentimentos relacionados a ele. A insatisfação corporal pode ser

compreendida como uma avaliação subjetiva negativa da imagem corporal, sendo avaliada

pela diferença entre a imagem corporal real e a idealizada (Carvalho, Thurm, 2020).

Os principais motivos que influenciam a imagem corporal dos adolescentes são a

estética, a autoestima e a saúde (Petroski et al., 2012).

Neste ponto, é necessário fazer uma distinção entre rede social e plataforma de rede

social digital. Isso porque todo agrupamento recorrente de seres humanos pode ser chamado

de rede social. Uma rede social é um emaranhado de conexões que liga múltiplos indivíduos

que possuem alguma forma de vínculo social. As redes sociais possuem múltiplas dimensões,

tais como tamanho, densidade, integração dos contatos, dispersão geográfica, enraizamento

social, simetria e homogeneidade entre os membros (Martino, 2016).


O uso excessivo da internet, a depender do conteúdo consumido, pode impactar de

diversas formas os adolescentes. O impacto deve ser olhado com cuidado especial ao

considerarmos seu uso em uma sociedade com marcada estrutura patriarcal, que impõe papéis

de gênero e diversas frentes de opressão para meninas e mulheres, tais como a pressão dos

padrões de beleza que associam seu valor à sua aparência e ao seu corpo (Carreteiro, 2005;

Lira et al., 2017).

Uma rede social que merece atenção destacada é o Instagram, usado em larga escala

pelas influenciadoras digitais e pelas adolescentes, que as seguem. O uso dessas mídias

sociais pode influenciar garotas a se espelharem em um padrão de beleza que é, todavia,

ilusório e inalcançável. De fato, não existe uma definição homogênea de beleza, sendo um

conceito móvel e socialmente construído (Fernandes, 2019).

Além disso, é notório nas redes sociais e mídias, tanto em peças publicitárias quanto

nos perfis pessoais de influenciadoras, o uso de dispositivos como o Photoshop® e filtros de

câmera para tirar ou disfarçar imperfeições e moldar corpos e rostos de acordo com um

padrão estético estabelecido. Por trás desse consumo das mídias e seus dispositivos ilusórios,

as meninas adolescentes sofrem com a insatisfação corporal, e correm o risco de desenvolver

depressão e transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e estresse (Fernandes, 2019).

Durante o ano de 2020, as clínicas e diversos espaços de serviços não essenciais

foram fechados como medida de prevenção contra a transmissão do vírus. Porém, logo após a

reabertura das agendas, especialistas relataram uma grande procura por procedimentos

estéticos (Almeida, 2020).

Segundo Oliveira e Hutz (2010) ‘‘A influência das mídias e redes sociais resultam não

só em dietas restritivas ou intervenção estética, como também podem levar ao

desenvolvimento de distúrbios alimentares’’.(p. 576), a partir de considerações sobre os

fatores e dificuldades de diagnóstico descritos no trabalho de Melin e Araújo (2002), definem


transtornos alimentares como: [...] quadros caracterizados por aspectos como medo mórbido

de engordar, preocupação exagerada com o peso e a forma corporal, redução voluntária do

consumo nutricional com progressiva perda de peso, ingestão maciça de alimentos seguida de

vômitos e uso abusivo de laxantes e/ou diuréticos.

Vale ressaltar, que a propagação desses modelos corporais fazem parte de um

conjunto de estratégias para poder influenciar a sociedade, a fim de êxito próprio,

transformando o corpo em objeto, o que gera mais lucros para as mais diversas empresas de

beleza e estética, visto que desde a descoberta do Brasil já se via o corpo sendo sujeito a

objetificação, época de quando escravizaram nossos ancestrais, com diferente propósito de

hoje em dia o corpo se tornou uma mercadoria lucrativa por meio de produtos estéticos,

produtos fitness, dietas emagrecedoras e procedimentos cirúrgicos (Santos & Gonçalves,

2020).

Em suma, a disseminação desses estereótipos de beleza pode levar a um descontrole

físico e emocional que, na sua vertente mais problemática, pode ocasionar transtornos

psicológicos que denotam visões distorcidas de partes ou mesmo de todo o corpo. Essa visão

deturpada muitas vezes viabiliza condutas autodestrutivas e, como resultado, recorrem às

práticas inadequadas para tentar “consertar" ou mudar o que os aflige (Maduro, 2018).

A construção da imagem corporal está relacionada a diferentes fatores e pode sofrer

influências pelo contexto em que se vive, como as relações sociais, os meios de comunicação

e as definições que são veiculadas pelas mídias, como, por exemplo, rádio, televisão e

internet (Frois et al., 2011).


7. Considerações Finais

O presente trabalho buscou o desenvolvimento do tema sobre a influência das redes

sociais na autoestima de adolescentes, com o objetivo de verificar as possíveis consequências

do uso intenso dessas plataformas e entender como pode afetar no processo de construção da

autoestima, o aumento de usuários tem aumentado exponencialmente e inclui principalmente

os adolescentes.

A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica de artigos produzidos no brasil,

neste processo foi identificado uma carência na obtenção de dados, pois existem poucos

artigos sobre este tema.

As redes sociais teve bastante impacto na sociedade por possibilitar a comunicação

entre as pessoas e poder compartilhar imagens, porém pouco se discute sobre as

consequências acerca do uso por adolescentes, por estarem em um momento de construção da

identidade e autoconhecimento se tornam suscetíveis à influência externa, podendo alterar

sua percepção sobre si, de acordo com o referencial teórico a insatisfação da imagem corporal

é uma avaliação negativa, fazendo comparações com outras pessoas podendo desenvolver

uma baixa autoestima.

O uso de ferramentas como filtro para alterar características se tornou comum, sendo

presente nas próprias plataformas, essas alterações da aparência resultam em tentativas de

atender a padrões irreais de beleza, entretanto essas mudanças não podem ser feitas na vida

real, gerando um impacto na auto estima.

Estes resultados reforçam a importância de uma conscientização no uso da redes

sociais e os impactos que causam nos adolescentes, dando ferramentas para que estabelecem

uma relação mais saudável nas redes sociais, entendendo a diferença entre as informações

recebida e a vida real, para que assim não faça uma comparação que o leve a uma insatisfação

corporal levando a baixa autoestima.


8. Referências

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Normas para publicação na revista ‘‘Psicologia Revista’’ da Faculdade de Ciências


Humanas e da Saúde PUC-SP

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