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São Paulo
2023
Universidade São Judas Tadeu
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Curso de Psicologia
São Paulo
2023
Resumo
por diversos fatores e um deles a percepção sobre si no meio em que as pessoas vivem. Este
trabalho aborda como as redes sociais influenciam neste processo. Com os anos, o uso desta
plataforma tem aumentado por parte dos adolescentes que cada vez mais a utilizam de
maneira desenfreada, e o propósito desta pesquisa é entender como o uso das redes sociais
pode afetar neste a autoestima. Este trabalho, de cunho qualitativo, foi desenvolvido por meio
de uma revisão bibliográfica integrativa e os resultados mostram que quanto mais os jovens
ficam expostos às redes sociais, gerando maior a comparação com pessoas que vivem outra
realidade, assim podendo gerar um efeito negativo sobre a autoavaliação, podendo afetar
diretamente na autoestima, gerando até mesmo níveis mais altos de ansiedade. De uma forma
geral podemos concluir que o uso da rede social deve ser utilizado de forma moderada. Uma
percepção de que ela não representa totalmente a realidade e dessa forma os adolescentes
shaped by various factors, one of them being the perception of oneself in the environment
people live in. This work addresses how social networks influence this process. Over the
years, the use of this platform has increased among teenagers, who increasingly use it
excessively, and the purpose of this research is to understand how the use of social networks
can affect self-esteem. This qualitative study was conducted through an integrative literature
review, and the results show that the more young people are exposed to social networks,
leading to greater comparison with people living in a different reality, it can have a negative
effect on self-evaluation, directly affecting self-esteem and even leading to higher levels of
anxiety. In general, we can conclude that the use of social media should be moderate. One
way to reduce these negative effects is through self-awareness and the realization that social
media does not fully represent reality, allowing teenagers to develop their self-esteem without
Para Melvin e Wolkmar (1993) ‘‘o ciclo da vida humana é composto por quatro fases:
indivíduo’’(p.12).
381).
faixa etária que compreende a adolescência está entre os 12 e 18 anos. Os direitos dos jovens
estão previstos no Estatuto da Juventude e de acordo com o art. 01, considera-se jovem a
vida adulta, que acarreta grandes mudanças físicas, cognitivas e psicossociais. Começando
com a puberdade, este é o processo pelo qual um indivíduo atinge a maturidade sexual e a
do mesmo processo.
Uma mudança física importante é o início da puberdade, o
grupos étnicos e sociais da população, inclusive de acordo com o estado nutricional e fatores
adolescentes e para os meninos ocorre a primeira ejaculação esses e eventos são marcos para
o início da puberdade.
No decorrer do século XX, a adolescência passou a ocupar um lugar cada vez mais
mais tarde, os jovens adultos deixam a casa dos pais. Assim, consolidou-se o conceito de
adolescência e iniciou-se o conflito geracional que marcou todo o período emancipatório dos
liberdade para aproveitar a vida. ‘‘A concepção da adolescência, como hoje entendemos,
para o início da fase adulta também está mais tardio. (Papalia &
22), narram que a rebeldia dos adolescentes já era considerada “Quatrocentos anos antes de
das mudanças corporais e mudanças psicológicas e sim pela renúncias da condição de criança
e controle da própria vida faz com que haja julgamentos das atitudes e da imagem.
É importante ressaltar esses contextos ao tratar especificamente da adolescência, não
desenvolvimento cognitivo, emocional, sexual e social. Ser adolescente nesse mundo atual e
em constante evolução faz com que a cronologia desse processo seja diversa e instável para
No século XX, os objetivos para o início da fase se dava ao ter uma formação
adequada e um bom emprego com estabilidade, no entanto a mudança cultural faz com que
além desses requisitos, trabalhar ainda não significa previsão de futuro e a formação já não é
constante de estar preparado para o futuro. (Castel, 2009; Sennett, 1998, 2006; Touraine,
2006).
família, conferindo ao sujeito independência e lugar social próprios (Calligaris, 2000; OIT,
2009).
Essa situação promove, por um lado, uma situação de sofrimento e angústia pela falta
de referências, mas, por outro lado, propicia um espaço maior de abertura e criação, em
o processo é, em si, mais importante do que a escolha, porque, nele, reside a possibilidade de
apropriação e construção de algo próprio. Lacan (1998) fragmenta essa experiência mais
significativa em três tempos: o instante de ver, o tempo para compreender e o momento de
concluir. O primeiro e o terceiro são tempos mais instantâneos (daí advêm as palavras
construção.
identitário pela falta de reconhecimento do outro significativo. Além disso, a ação sobre o
mundo por meio da estratégia impulsiva de tentativa e erro redunda em falta de limites. Ao
mesmo tempo, uma parte dos adolescentes vive uma falta de limites, com o declínio da
autoridade parental e dos interditos próprios desta e dos representantes paternos, e uma
cobrança para seguirem as normas sociais, por exemplo, ter sucesso profissional; ou os
jovens são super cuidados e, ao mesmo tempo, deixados à deriva, em uma economia dos
Para Calligaris (2000), nos contextos atuais, haveria duas qualidades importantes
postas ao adolescente pelo mundo adulto: ser desejável e ser invejável. Um adolescente deve
enfrentar dois pontos centrais na sua vivência atual: o sucesso nas relações amorosas e
ocorrem transformações corporais e uma nova relação com o mundo, a partir deste ponto o
sujeito começa a ter autonomia sobre suas próprias escolhas, sendo livres para se definir no
Quando o adolescente se inclui no mundo com este corpo já maduro, a imagem que
tem do seu corpo mudou também sua identidade, e precisa então adquirir uma ideologia que
lhe permita sua adoração ao mundo e/ou sua acho sobre ele para mudá-lo (Aberastury &
Knobel, 1981).
que o indivíduo se vê sobre o mundo, com isso a maneira em que nós enxergamos faz toda
diferença na forma como conduzimos as nossas vidas, muito se fala sobre autoestima apenas
das características física, porém este conceito é um pouco mais complexo, apesar dela
problemas são mais graves atualmente, pois vivemos num mundo no qual a tensão e a
ansiedade criadas pelo acúmulo dos meios de destruição representam uma ameaça
permanente e sabemos que a estabilidade é o clima necessário para que o ser humano se
como as informações são transmitidas até nos modos de relações intersubjetivas (Pereira &
Tokuda, 2017).
Cercados pelas redes sociais, grupos sociais cada vez mais seletivos e padrões
“diferença” em relação ao mundo dos outros, dos “iguais”, aqueles cuja imagem parece
coincidir com o que se esperaria encontrar, idealizando alguma espécie de ideal suposto da
Entre as redes sociais que as pessoas têm utilizado por mais tempo está o Instagram.
Lançado em 2010 por Kevin Systrom e Mike Krieger, este é um aplicativo que possibilita aos
de conteúdo da plataforma com outras redes sociais como Twitter, Facebook e Tumblr
O Instagram é uma das redes sociais que mais cresce atualmente, chegando a atingir
um marco de um bilhão de usuários ativos e pelo menos 500 milhões de acessos diários. Tal
aprimoramento, tendo cada vez mais se concentrado no apelo visual e apostado em novos
Para o adolescente o Instagram é um lugar onde ele pode apresentar-se por meio de
busca um referencial para seu cotidiano recebendo influências de pessoas que compartilham
postagens, com enfoque de curtidas e aceitação dos usuários da plataforma, possuem uma
necessidade de interação nas redes sociais, porém as interações por meios de fotos, vídeos e
conteúdos tem aceitação ou rejeição dos grupos que se comunicam causando a mesma
afeição ou desprezo.
2. Objetivos
Este trabalho se constitui como uma pesquisa qualitativa realizada por meio de
pesquisa.
Para a realização deste estudo foi definido o seguinte problema de pesquisa: de que
artigos nas bases de dados foram utilizadas as seguintes palavras-chave: adolescência, saúde
mental, autoimagem, redes sociais. A busca foi realizada nas bases de dados Biblioteca
Virtual em Saúde (BVS - Brasil), Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia Brasil (BVS-Psi)
revistas científicas brasileiras nos últimos 5 anos e que tenham relação com a pergunta desta
bibliográfica integrativa.
5. Resultados
4 2022 Mídias sociais: a influência das redes sociais Analisar a Emily Rosa de
na percepção da autoimagem de adolescentes influência Souza
do sexo feminino. das redes Joseana
sociais na Moreira Assis
percepção da Ribeiro
autoimagem
de
adolescentes
do sexo
feminino.
6. Discussão
encontrados através dos artigos revisados e analisados, foram realizados por meio da
A referida autora menciona que, a partir de uma análise com resultados significativos
analisados deverá ocorrer em três etapas: pré análise, exploração do material, tratamento de
cotidiana das pessoas, em especial, os adolescentes. Mesmo com os benefícios dos avanços
tecnológicos, o uso por parte dessa faixa etária sem a supervisão adequada e uso excessivo
pode gerar diversos riscos e significativas alterações na saúde mental. (Sales et al.,2021)
Segundo Shah et al. (2019), à medida que a tecnologia se torna uma parte maior das
atividades diárias dos adolescentes, as vantagens e desvantagens das mídias digitais sobre o
relatam que a comunicação virtual possibilitou o uso de novas linguagens, o que pode
social para a vida real, de modo que o acesso à internet pode auxiliar na superação das
2016).
simples toque, inúmeras imagens às quais ele possa se identificar. Sendo assim, a dicotomia
sociais sejam utilizadas como uma abertura ao novo, à fantasia, onde não há limites para ser o
saúde mental juvenil, uma vez que aparentemente eles estão mais ansiosos e mais depressivos
que as gerações passadas, e isso desde a proliferação dos smartphones e das plataformas de
As redes sociais são o conjunto das relações que um indivíduo faz com outros
indivíduos e estes com o primeiro, normalmente mediadas por uma estrutura relativamente
flexível. ‘‘E é na dinâmica dos sujeitos que a rede social efetivamente se constrói é com base
nos indivíduos que a rede vai ser maior ou menor, mais abrangente ou mais exclusiva’’
(Santos, 2022, p. 52), por exemplo. Podemos então dizer que as redes sociais são moldadas
pelos seus participantes, ao mesmo tempo que molda aqueles que dela participam, em um
como uma das maneiras de distração, bem como para manter os jovens e suas famílias
Para a geração Z, na maior parte das vezes, a vida on-line é mais importante que a
vida real ou, no mínimo, tão importante quanto. A fronteira entre o que é virtual e o que é real
está a cada dia que passa mais borrada, mais difusa. Tirar um smartphone de um adolescente
é como alijá-lo de pelo menos metade da sua vida e, na maior parte das vezes,de mais do que
isso. É tirar sua identidade,sua forma de se relacionar, seu contato com o mundo. Para o
adolescente do século XXI, a maior parte de suas relações públicas e privadas é mediada por
uma caixa brilhante com aproximadamente seis polegadas, que carrega consigo as redes e os
De acordo com Felt & Robb (2016), os comportamentos típicos dos adolescentes,
desafios virtuais, selfies em locais extremos ou sexting, um termo que se relaciona à própria
conflito familiar, declínio no desempenho escolar, que são fatores que incidem diretamente na
conteúdos delicados, como suicídio, anorexia, drogas ou violência (UNICEF, 2020). Dessa
forma, a tecnologia e as plataformas da internet não devem ser brinquedos oferecidos como
inadequado das redes sociais, jogos, pornografias apontam sintomas idênticos às outras
jogo foi incluído no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) como
uma nova condição que busca compreender e auxiliar por meio de pesquisas clínicas e
uso persistente apesar dos danos com consequências negativas (Griffiths et al., 2016) bem
como as tentativas frustradas de controlar o acesso aos jogos, a perda de interesse em antigos
sido associada como fatores de risco para o abuso das mídias na adolescência (Ko et al.,
pessoas na "vida real" (Odgers et al., 2020). Portanto, é necessário observar sinais de uso
problemático da mídia digital e buscar tratamento precoce quando necessário (Pluhar et al.,
2019).
A comunicação mediada pelas redes parece ser obrigatória. Haja vista que a
em grupos afins, é difícil evitar o uso das plataformas de redes sociais digitais.Em entrevistas,
adolescentes dizem ser impossível sair das redes, pois é por lá que todos os seus amigos
socialização é feita por meio de aplicativos e aparatos digitais. Até mesmo na escola não é
raro encontrar alunos que se relacionam mais com seu smartphone do que com os colegas
(Desmurget, 2021).
Atingir a felicidade plena e perene parece ser um dos objetivos mais propagados pela
atual indústria das plataformas de redes sociais digitais. O problema é que tal utopia não
existe, e o que se tem, no entanto, são jovens cada vez mais deprimidos, uma vez que estão
distantes de tais objetivos e não possuem a capacidade de crítica de avaliação (Santos, 2022).
Essa fragilidade nos laços sociais pode ter outra consequência, que é a insegurança e a
alimentada diuturnamente pelas plataformas sociais, uma fantasia de sucesso propagada pelas
beleza e de ganhos financeiros são lidos, vistos e ouvidos por jovens que ainda não
conseguem ter um discernimento muito efetivo entre aquilo que é realidade e aquilo que é um
exagero promovido pela necessidade de ostentação típica da época em que vivemos, na qual
de sentimentos, como tristeza, raiva, desprezo e rebeldia. O autor ainda afirma que o
adolescente, de modo geral, é o sujeito que foi treinado e instruído por diferentes caminhos
Além disso, o autor em tela salienta que a adolescência é marcada pela perda da
segurança do amor, de modo que a insegurança se faz presente durante esse período, o que
permite caracterizá-la como um traço do período do adolescer: o que vemos no espelho não é
bem nossa imagem. É uma imagem que sempre deve muito ao olhar dos outros, ou seja, me
vejo bonito ou desejável se tenho razões para acreditar que os outros gostam de mim ou me
desejam, por isso o espelho é ao mesmo tempo tão tentador e tão perigoso para o adolescente:
porque gostaria muito de descobrir o que os outros veem nele, Entre a criança que se foi e o
adulto que ainda não chega, o espelho do adolescente é frequentemente vazio. Podemos
entender então como essa época da vida possa ser campeã em fragilidade de autoestima,
problema aos jovens da terceira década do século XXI. Adolescentes historicamente têm
problemas de aceitação com o próprio corpo, e isto é um processo quase que natural nessa
fase da vida. Entretanto, um aplicativo como o Instagram, por exemplo, reforça um padrão de
corpo inacessível para a maior parte das pessoas, o que acaba conferindo mais um grau no
A população adolescente recebe grande influência da mídia. Sendo que além desta,
muitas vezes seguindo dietas inapropriadas em busca do corpo considerado ideal (Monteiro,
A imagem corporal pode ser definida como uma experiência humana sobre o corpo,
ou uma imagem mental que os indivíduos possuem a respeito de seu corpo e das partes que o
compreendida como uma avaliação subjetiva negativa da imagem corporal, sendo avaliada
pela diferença entre a imagem corporal real e a idealizada (Carvalho, Thurm, 2020).
Neste ponto, é necessário fazer uma distinção entre rede social e plataforma de rede
social digital. Isso porque todo agrupamento recorrente de seres humanos pode ser chamado
de rede social. Uma rede social é um emaranhado de conexões que liga múltiplos indivíduos
que possuem alguma forma de vínculo social. As redes sociais possuem múltiplas dimensões,
tais como tamanho, densidade, integração dos contatos, dispersão geográfica, enraizamento
diversas formas os adolescentes. O impacto deve ser olhado com cuidado especial ao
considerarmos seu uso em uma sociedade com marcada estrutura patriarcal, que impõe papéis
de gênero e diversas frentes de opressão para meninas e mulheres, tais como a pressão dos
padrões de beleza que associam seu valor à sua aparência e ao seu corpo (Carreteiro, 2005;
Uma rede social que merece atenção destacada é o Instagram, usado em larga escala
pelas influenciadoras digitais e pelas adolescentes, que as seguem. O uso dessas mídias
ilusório e inalcançável. De fato, não existe uma definição homogênea de beleza, sendo um
Além disso, é notório nas redes sociais e mídias, tanto em peças publicitárias quanto
câmera para tirar ou disfarçar imperfeições e moldar corpos e rostos de acordo com um
padrão estético estabelecido. Por trás desse consumo das mídias e seus dispositivos ilusórios,
foram fechados como medida de prevenção contra a transmissão do vírus. Porém, logo após a
reabertura das agendas, especialistas relataram uma grande procura por procedimentos
Segundo Oliveira e Hutz (2010) ‘‘A influência das mídias e redes sociais resultam não
consumo nutricional com progressiva perda de peso, ingestão maciça de alimentos seguida de
transformando o corpo em objeto, o que gera mais lucros para as mais diversas empresas de
beleza e estética, visto que desde a descoberta do Brasil já se via o corpo sendo sujeito a
hoje em dia o corpo se tornou uma mercadoria lucrativa por meio de produtos estéticos,
2020).
físico e emocional que, na sua vertente mais problemática, pode ocasionar transtornos
psicológicos que denotam visões distorcidas de partes ou mesmo de todo o corpo. Essa visão
práticas inadequadas para tentar “consertar" ou mudar o que os aflige (Maduro, 2018).
influências pelo contexto em que se vive, como as relações sociais, os meios de comunicação
e as definições que são veiculadas pelas mídias, como, por exemplo, rádio, televisão e
do uso intenso dessas plataformas e entender como pode afetar no processo de construção da
os adolescentes.
neste processo foi identificado uma carência na obtenção de dados, pois existem poucos
sua percepção sobre si, de acordo com o referencial teórico a insatisfação da imagem corporal
é uma avaliação negativa, fazendo comparações com outras pessoas podendo desenvolver
O uso de ferramentas como filtro para alterar características se tornou comum, sendo
atender a padrões irreais de beleza, entretanto essas mudanças não podem ser feitas na vida
sociais e os impactos que causam nos adolescentes, dando ferramentas para que estabelecem
uma relação mais saudável nas redes sociais, entendendo a diferença entre as informações
recebida e a vida real, para que assim não faça uma comparação que o leve a uma insatisfação
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