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Artigo de Reflexão
Saúde mental infantojuvenil e desafios do campo:
reflexões a partir do percurso histórico1
Bruna Lidia Tañoa, Thelma Simões Matsukuraa,b
a
Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar,
São Carlos, SP, Brasil.
b
Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos – UFSCar,
São Carlos, SP, Brasil.
Resumo: Por meio de uma revisão de obras e estudos de referência sobre o tema, este texto reflexivo tem como
objetivo discutir o campo da saúde mental infantojuvenil no Brasil, abarcando seu processo de constituição até o
momento atual. Para tanto enfoca o desenvolvimento inicial do campo fundado a princípio na psiquiatria infantil;
apresenta considerações a respeito da relevância do movimento da Reforma Psiquiátrica e delineia as atuais
políticas de saúde mental para esse grupo. Busca problematizar os modos com que atualmente tem sido realizada
a atenção em saúde mental para crianças e adolescentes que se encontram em experiência de sofrimento psíquico,
principalmente para aqueles que se encontram em situação de maior gravidade. Sugere-se que as políticas e ações
de cuidado a serem estabelecidas possam sanar uma dívida histórica no que tange à resposta e ao cuidado das
questões de maior complexidade colocadas pelas situações de sofrimento que impedem o exercício da autonomia
para essas crianças e adolescentes.
Palavras-chave: Saúde Mental, Políticas Públicas, Criança, Adolescente.
Child and adolescent mental health and field challenges: reflections from the
historical path
Abstract: By means of a review of reference works and studies on the theme, this reflective text aims to discuss
the field of Child and Adolescent Mental Health in Brazil, covering its constitution process until the present time.
To this end, it focuses on the initial development of the field, originally established in Child Psychiatry, presents
considerations regarding the relevance of the Psychiatric Reform, and outlines the current mental health policies for
this specific group. It aims to raise questions on the ways in which mental health care has been currently performed
for children and adolescents who find themselves in psychic suffering, especially for those who are in more serious
situations. It is suggested that policies and actions of caring to be established may remedy a historical debt on the
response and care of more complex issues raised by situations of suffering that prevent the exercise of autonomy
for children and adolescents.
Keywords: Mental Health, Public Policies, Children, Adolescent.
Autor para correspondência: Bruna Lidia Taño, Programa de Pós-Graduação em Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos,
Rodovia Washington Luis, Km 235, Monjolinho, CEP 13565-905, São Carlos, SP, Brasil, e-mail: bruna.tano@yahoo.com.br
Recebido em Out. 12, 2013; 1ª Revisão em Jun. 24, 2014; 2ª Revisão em Fev. 9, 2015; Aceito em Mar. 11, 2015.
440 Saúde mental infantojuvenil e desafios do campo: reflexões a partir do percurso histórico
então novas alternativas para o cuidado em saúde contextos da vida social como educação, trabalho e
mental começaram a ser formuladas. Tal conjuntura lazer. Ressalta-se a relevância dos pontos da Atenção
possibilitou que as transformações na assistência Básica, como principais responsáveis pela condução
à saúde mental tivessem importante repercussão da gestão do cuidado das pessoas que se encontram
nas formulações políticas da época e que fossem em determinado território (BRASIL, 2011).
asseguradas tanto na promulgação da Constituição Embora a Reforma Psiquiátrica Brasileira tenha
de 1988 como também na criação do Sistema Único trazido importantes considerações e transformações ao
de Saúde (SUS), no mesmo ano. As prerrogativas modelo de atenção vigente, foi com mais lentidão que
colocadas pelo movimento da Reabilitação Psicossocial as políticas de saúde mental infantojuvenil se fizeram
inspiraram parte das políticas de saúde mental presentes, pois, mesmo que realizando importantes
nacionais, culminando com a implantação da Lei críticas aos modelos anteriores, as ações concretas
n. 10.216 de 2001 (BRASIL, 2001), referência se mantinham em certo descompasso. Apesar das
normativa ainda na atualidade, que estabeleceu a relevantes transformações no campo da legislação
gradativa diminuição das internações em hospitais a essas populações ocorridas na década de 1990,
psiquiátricos destinadas apenas para situações de entre elas o Estatuto da Criança e do Adolescente,
excepcionalidade, e propôs a criação de serviços percebe-se que estes novos modos propostos para o
territoriais de base comunitária para a atenção às encontro com estes indivíduos, enquanto sujeitos de
pessoas em intenso sofrimento psíquico, os Centros direito e assegurados para o pleno acesso em relação
de Atenção Psicossocial – CAPS (AMARANTE, as suas demandas essenciais como saúde, educação,
2007; BRASIL, 2004; MÂNGIA; NICÁCIO, lazer, moradia, convivência familiar, encontraram
2001; PITTA, 2001). dificuldades de execução em iniciativas concretas
Especificamente para as crianças e adolescentes para esta população (COUTO, 2001).
em situação de sofrimento psíquico intenso, foram
criados os CAPS infantojuvenis como recursos 4 Atenção à saúde mental
prioritários para o atendimento destas situações,
mais claramente especificados pelo Ato Portaria n. infantojuvenil atual: a luta pela
185 de julho de 2003 (BRASIL, 2003). ampliação do cuidado
Ainda que o movimento da Reforma Psiquiátrica,
conjuntamente com outros marcos importantes No atual panorama, as políticas de saúde e as
para a defesa dos direitos de crianças e adolescentes, ações de assistência social têm visado diminuir
entre esses a promulgação do Estatuto da Criança os processos de institucionalização das crianças e
e do Adolescente em 1990 (BRASIL, 1995), tenha adolescentes, principalmente por meio do direito
assinalado a importância do cuidado com estes sujeitos, à convivência em família e na comunidade. Estas
observa-se que as ações destinadas a estes grupos ações têm o sentido de produzir efeitos contrários ao
estiveram em segundo plano, quando comparado que se vinha estabelecendo historicamente. Trata-se,
ao que se discutiu e propôs como estratégias de sobretudo, em restituir, também para este grupo,
cuidado para os adultos em condições semelhantes a capacidade contratual que lhes é a expressão da
de sofrimento psíquico (TAÑO, 2014). cidadania.
A partir de 2011, por meio do Decreto/Portaria n. Em levantamento bibliográfico realizado por Cunha
3.088 (BRASIL, 2011), a atenção em saúde mental e Boarini (2011), a partir da análise de publicações
no Sistema Único de Saúde (SUS) ganha importantes científicas e digitalizadas com o tema principal
reforços para sua ampliação e consolidação no âmbito CAPSi, os resultados apontaram que ainda persiste
territorial. A se somarem aos CAPS, outros pontos um descompasso entre o que preconiza a política
de atenção ganham relevância, para a constituição de pública e o que é realizado nos serviços no que tange
uma rede efetiva de cuidados. Esta rede de cuidados à população atendida. As produções encontradas
se se compõe de diferentes pontos de atenção desde relatam experiências clínicas e comunitárias que se
a Atenção Básica a Estratégias de Geração de Renda, dão com crianças e adolescentes que aparentemente
Desinstitucionalização e Acolhimento Residencial. não circulam entre as chaves diagnósticas tidas como
Fica determinado que, ainda que os CAPS se gravemente comprometidas – autismos e psicoses
constituam como serviços especializados e destinados têm causado importante desamparo à população em
aos sujeitos em maior intensidade de sofrimento e franco sofrimento e com poucas outras possibilidades
oferececendo suporte técnico para outros serviços, de inserção em espaços comuns. Já Bueno (2013), ao
os outros componentes devem produzir o cuidado caracterizar o trabalho dos terapeutas ocupacionais
preconizando a participação dos sujeitos nos diferentes que atuam nos Centros de Atenção Psicossocial
a construção do cuidado neste campo, referem-se sido efetivadas as transformações que constam nos
substancialmente a situações historicamente presentes, documentos e nas práticas. Deste modo, considerar
embora trajando novas roupagens: a psiquiatrização crianças e adolescentes não apenas como parte de
da demanda escolar, a patologização dos casos então projetos político-ideológicos a serem colocados
considerados desvios de conduta; a ausência de em marcha no território, mas sim que possam ser
planos mais elaborados para os casos mais graves; reconhecidas e encontrar espaços de cuidado e de
bem como as atuais políticas e programas para o atenção que promovam a saúde, a autonomia e o
enfrentamento do uso de drogas (AMSTALDEN; aumento da participação social, deve ser a ação
HOFFMANN; MONTEIRO, 2010; BRASIL, principal a ser empreendida por profissionais, gestores
2005, 2013). e sociedade. Fazer, portanto, aproximar as políticas
à vida comunitária e aos serviços que, localizados
nos territórios, têm a responsabilidade concreta
5 Da política ao possível: pela transformação das relações entre os processos
considerações finais de saúde e doença de crianças e adolescentes, e suas
possibilidades de exercício de ampliação de vida e
O que se evidencia, a partir do exposto, é que de condições de construções de experiências mais
as práticas realizadas no campo da saúde mental coletivas e emancipatórias.
infantojuvenil para aqueles que se encontram em
situação de intenso sofrimento parecem ainda Referências
bastante prejudicadas. Embora os CAPSi figurem
como ponto de atenção prioritário para estes sujeitos, AMARANTE, P. Saúde mental e atenção psicossocial.
Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.
permanecem fragilidades na garantia do cuidado
que repercutem imediatamente na impossibilidade AMSTALDEN, A. L. F.; HOFFMANN, M. C. C.
L.; MONTEIRO, T. P. M. A política de saúde mental
de uma atenção mais aproximada e efetiva.
infanto-juvenil: seus percursos e desafios In: LAURIDSEN-
A discussão sobre o acesso de crianças e adolescentes RIBEIRO, E. P. P.; TANAKA, O. Y. (Org.). Atenção
no cotidiano dos serviços e, mais do que isso, o em saúde mental para crianças e adolescentes no SUS. São
fortalecimento de sua possibilidade de continuidade Paulo: HUCITEC, 2010. p. 33-45.
no acompanhamento são questões prioritárias BALLARIN, M. L. G. S.; CARVALHO, F. B. Considerações
que necessitam estar presentes na realidade dos acerca da Reabilitação Psicossocial: aspectos históricos,
equipamentos, como também descritas na produção perspectivas e experiências. In: CAVALCANTI, A.;
de conhecimento na área. GALVÃO, C. Terapia Ocupacional: fundamentação e
prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. p.
O enfoque histórico nos processos de constituição 162-170.
e de afirmação de uma rede de cuidados para crianças
BLIKSTEIN, F. Destino de crianças: estudo sobre
e adolescentes em sofrimento psíquico permitiu que internações de crianças e adolescentes em Hospital
se evidenciassem as características e influências dos Público Psiquiátrico. 2012. 91 f. Dissertação (Mestrado
movimentos de cuidado realizados na atualidade. em Psicologia Social)-Pontifícia Universidade Católica
Neste caminho, indicar o passado das ações para de São Paulo, São Paulo, 2012.
este grupo revelou que os impasses atuais são BOARINI, M. L.; YAMAMOTO, O. H. Higienismo
também manifestações de problemas e processos e Eugenia: discursos que não envelhecem. Psicologia
para os quais historicamente foram dedicadas ações em Revista, Belo Horizonte, v. 13, n. 1, p. 59-72, 2004.
punitivas, restritivas e nada resolutivas. Ainda que Disponível em: <http://www.cocsite.coc.fiocruz.br/psi/
o movimento atual esteja afinado ao direito das pdf/higienismo_eugenia.pdf>. Acesso em: 30 jul. 2012.
crianças e adolescentes, evidenciou-se por meio dos BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. 5. ed. São
estudos apresentados que desafios contemporâneos Paulo: Saraiva, 1995.
como o cuidado nas situações de uso de substâncias BRASIL. Lei nº 10.216 de 6 de abril de 2001. Dispõe
psicoativas, o manejo e a inclusão das pessoas com sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em
transtornos do espectro do autismo, e os números
saúde mental. Diário Oficial da União, Poder Executivo,
ainda alarmantes de internações psiquiátricas, Brasília, DF, 9 abr. 2001.
parecem resultado do que se construiu como prática
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência
de assistência durante décadas.
à Saúde. Portaria SAS nº 185 de 10 de julho de 2003.
Assim, depreende-se que dentre os processos de Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,
transformação da lógica da atenção em saúde mental 11 jul. 2003.
para a infância e adolescência, se faz importante o BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
esforço em conhecer, avaliar e descrever como têm Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.
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23 de dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção FERNANDES, A. D. S. A. Cotidiano de adolescentes
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serviços públicos de saúde nos cuidados voltados à saúde de São Carlos, São Carlos, 2014.
Notas
1
Texto integrante da Dissertação de Mestrado de Bruna Lídia Taño “Os Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis
(CAPSi) e as práticas de cuidado para as populações em sofrimento psíquico intenso”, defendida no Programa de
Pós-Graduação em Terapia Ocupacional da Universidade Federal de São Carlos em fevereiro de 2014, de autoria da
primeira autora e orientação da segunda autora.
2
É importante frisar que não se trata de diminuir o sofrimento advindo das situações retratadas acima, mas sim considerar
que a proposta inicial dos CAPSi consiste no atendimento preferencial e substancial às crianças e adolescentes gravemente
comprometidos em decorrência de sofrimento psíquico intenso, principalmente aqueles posteriormente diagnosticados
com autismo, psicoses e esquizofrenia.