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CURSO DE DIREITO
Direito Eleitoral
AUTARQUIAS LOCAIS
Luanda, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO TOCOISTA
CURSO DE DIREITO
Direito Eleitoral
INTEGRANTES
Turmaː A
Turnoː Tarde
Sala ː 27
1. Francisca Francisco
2. Jesus Lourenço Neto
3. Marcia Curimenha Pinto
4. Mbundu Sebastião Ndongala
5. Simão Cristina Rogério
6. Werner da Glória Gaspar
Luanda, 2023
DEDICATÓRIA
III
AGRADECIMENTOS
Agradecemos, em primeiro lugar, a Deus pelo dom de vida que nos concedeu ao
longo da feitura do presente trabalho.
IV
RESUMO
O presente trabalho aborda sobre a temática das autarquias locais. O objectivo
geral foi sobre a dinâmica da consagração deste instituto no ordenamento jurídico
angolano. A metodologia de pesquisa é qualitativa, descritivo, com um tipo de estudo
bibliográfico. A Constituição da República de Angola faz referência no seu artigo 213.º
que a organização democrática do Estado, ao nível local estrutura-se com base no
princípio da descentralização político-administrativa, que compreende a existência de
formas organizativas do poder local, dentre elas as Autarquias locais. Tendo em conta
que as autarquias locais encontram-se previstos e consagrados na Constituição da
República de Angola, mas até o presente momento a iniciativa legislativa é bastante
fraca no que diz respeito à sua concretização. A CRA de 2010, prevê que a
implementação das autarquias locais passa pelo principio do gradualismo. As autarquias
locais são um corolário do princípio da descentralização administrativa e política. Sua
relevância se estabelece no facto de que, através das autarquias locais, as necessidades
locais das populações são atendidas.
V
ABSTRACT
The present work deals with the theme of local authorities. The aim
was about the dynamics of consecration of this institute in the legal system
angolan. The research methodology is qualitative, descriptive, with a type of study
bibliographic. The Constitution of the Republic of Angola makes reference in its article 213.º
that the democratic organization of the State, at the local level, is structured on the basis of
principle of political-administrative decentralization, which includes the existence of
organizational forms of local power, including local authorities. Taking into account
that local authorities are envisaged and enshrined in the Constitution of
Republic of Angola, but so far the legislative initiative is quite weak
with regard to its implementation. The 2010 CRA provides that the implementation of
local authorities goes through the principle of gradualism. Local authorities are a
corollary of the principle of administrative and political decentralization. Its relevance if
lays down in the fact that, through local authorities, the local needs of
populations are served.
VI
ÍNDICE
DEDICATÓRIA..............................................................................................................III
AGRADECIMENTOS....................................................................................................IV
EPÍGRAFE.......................................................................Erro! Indicador não definido.
INTRODUÇÃO.................................................................................................................1
JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO..............................................2
CAPÍTULO 1 – Fundamentação Teórica..........................................................................3
1. Definição de termos e conceitos...........................................................................3
2. Centralização e Descentralização........................................................................4
3. Evolução Da Administração Colonial Em Angola do século XV até 1975...............7
4. A desconcentração Administrativa na Constituição da República de Angola.
9
4.1. O problema do gradualismo..........................................................................10
5. Tutela Admministrativa.....................................................................................14
CONCLUSÃO.................................................................................................................18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................19
VI
I
INTRODUÇÃO
Identificação do Problema
Tendo em conta que as autarquias locais encontram-se previstos e consagrados
na Constituição da República de Angola, mas até o presente momento a iniciativa
legislativa é bastante fraca no que diz respeito à sua concretização. A CRA de 2010,
prevê que a implementação das autarquias locais passa pelo principio do gradualismo.
Logo foi no âmbito desta questão que constatamos a existência de um problema. Por
via de razões politicas, judiciais e materiais, foi definido que o surgimento das
autarquias locais não deveria ocorrer simultaneamente em todo território nacional,
admitindo-se mesmo certo grau de experimentação no faseamento desta nova forma de
autoadministração
Neste caso, vamos elaboramos a seguinte pergunta de partida:
Qual é o modelo da consagração das autarquias locais no ordenamento
jurídico angolano?
Objectivos de Estudo
Objectivo Geral
Compreender a dinâmica da consagração das autarquias locais no
ordenamento jurídico angolan
1
Objectivos Especifícos
2
Analisar os conceitos de decentralização administrativa;
Conceituar as autarquias locais;
Identificar os mecanismos de tutelas nas autarquias locais.
3
CAPÍTULO 1 – Fundamentação Teórica
O termo Autarquia significa ”Poder Próprio” e foi usado pela primeira vez por
Santi Romano em 1897, na identificação da situação de entes territoriais e institucionais
do Estado Unitário Italianos. O autor admitia que autarquia fosse à administração
indireta do Estado exercida por pessoa jurídica, defendendo os próprios interesses e
também os do Estado.
Autarquias são entes administrativos autónomos, criados por lei, com
personalidade jurídica de direito publico interno, património próprio e atribuições
estatais especificam. São entes autónomos, mas não são autonomias. “Inconfundível é
autonomia com autarquias: aquela legisla para si; esta administra a si própria, segundo
as leis editadas pela entidade que a criou”. Segundo (Odete 1999; pp: 77-78 apud
Silvestre, 2015), as autarquias caracterizam-se por possuírem personalidade jurídica
própria, sendo assim, sujeitos de direitos e encargos, por si próprias.
5
Constituição e da lei, podem ser fiscalizadas, controladas, tuteladas e subsidiadas
pelo Estado (Cistac e Chiziane, 2008: 26 apud Manzanje, 2014).
2. Centralização e Descentralização
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não decorre da União nem a ela se subordina, mas encontra seu fundamento na própria
Constituição Federal. As atividades jurídicas que exercem não constituem delegação ou
concessão do governo central, pois delas são titulares de maneira originária. Neste
sentido, descentralização difere-se da anteriormente esplanada.
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Para Gournay, citado por Fernandes (2005 apud Esteves, 2009) na
descentralização as decisões são confiadas a agentes que não dependem do governo mas
de órgãos colegiais que representam uma parte da população. De referir que têm sido
apontadas várias modalidades de descentralização que assentam em critérios políticos,
administrativos e científico-pedagógicos, assim, podemos falar de descentralização
política, administrativa, territorial e funcional.
Formosinho (2005 apud Esteves, 2009) considera que podemos apontar algumas
vantagens técnicas e políticas da centralização, entre elas: a garantia da unidade da
acção do Estado e da coordenação da actividade administrativa; a uniformização das
soluções adoptadas e a impessoalidade na tomada dessas decisões.
10
justificam a descentralização são, sobretudo, de carácter técnico podendo ser resumidas
numa maior adequação, rigor e celeridade das decisões.
11
resistências.
12
Apesar de tantas dificuldades que o processo de conquista territorial acarretou, o final
do século XIX seria marcado pela organização de uma administração colonial,
correspondente ao espaço e aos homens dominados.
De acordo com Professor António Egídio de Sousa Santos (2012 apud Jaime,
2015), o sistema administrativo tinha sido delimitado a partir do momento em que
tinham implementado as estruturas económicas. Apesar dos fracos recursos de que
dispunham as autoridades portuguesas, estas optaram por desenvolver a colónia, ainda
que a passos muito lentos. Este sistema baseado na descentralização, consistia em
substituir a administração militar, até então vigente que reforçava o processo de
conquista, por uma outra de caracter civil simbolizada pela divisão do território em
concelhos, circunscrições civis e capitanias-mores. Tudo isso só podia ser posto em
prática após ter assegurado uma dominação territorial efectiva. Mas até finais do
século XIX, Angola estava quase desocupada e a presença portuguesa era apenas
visível no litoral e com algumas incursões militares para o interior, a soberania
portuguesa reinava apenas em determinadas regiões do litoral não
chegando ao resto do território.
13
Já durante este período, Paiva Couceiro se esforçara por afirmar as oberania
portuguesa através de uma política de intervenção com o objectivo de reforçar a
autoridade no conjunto do território, permitido assim o desenvolvimento do comércio e
o estabelecimento de livre circulação. Traçou um plano de ocupação dependente das
vias de comunicação a fim de subordinar aos centros administrativos às linhas de acesso
existentes.
De acordo com Guedes (2003 apud Jaime, 2015), estas configurações
administrativas baseadas no controlo político-administrativo, tiveram expressão na
Constituição de 1838 e no Acto Adicional de 1852. Mas de maneira inconsequente,
nunca deram lugar a aplicação de qualquer forma ou fórmulas administrativas
descentralizadas ao Ultramar Português. Contudo o derrube da monarquia e a existência
de uma conjuntura internacional favorável, acabaria por levar Portugal a implementar
novas reformas no domínio administrativo.
14
Local
15
do Estado. A desconcentração pode ser absoluta ou relativa, quando o poder decisório
está reservado apenas ao superior hierárquico é absoluta e quando a decisão é
parcialmente entregue aos subalternos, a desconcentração é relativa.
Quando a desconcentração é feita directamente por uma emanação legal, está-se
perante a desconcentração originária, por outro lado, quando ela é feita por um órgão da
administração através de delegação de poderes, diz-se desconcentração derivada.
Como podemos explicar, os princípios de desconcentração e descentralização da
administração pública, na CRA constituem uma imposição ao legislador à
Administração Pública na concepção das suas estruturas e execução das suas decisões.
Uma lei que não respeita estes comandos será a partida inconstitucional. O princípio da
descentralização administrativa por exemplo, impõe que, as atribuições não essenciais à
pessoa colectiva Estado passem, de acordo com as necessidades, para as autarquias
locais.
A história dos Estados evidencia que os órgãos do Estado central tiveram que
fortalecer a sua capacidade burocrática e institucional ao nível descentralizado. Daí, em
16
particular no fim do último século, a descentralização ter recebido muita atenção na
17
teorização do “desenvolvimento”, nomeadamente colocando forte entusiasmo sobre os
grandes benefícios que a descentralização iria criar. Um governo descentralizado seria
mais próximo dos eleitores; mais responsável (accountable); mais eficaz na satisfação
dos interesses dos munícipes, prestando‐lhes melhores serviços, sejam pobres ou ricos.
Embora a implementação das autarquias já tenha sido prevista a partir da Lei
Constitucional de Setembro de1992, houve relativamente pouco debate em Angola
sobre a sua realização: Qual o desenho institucional? Qual o sistema eleitoral? Quais
atribuições, prerrogativas e competências iriam ter uma autarquia? Quais fontes de
rendimento iriam ser concedidas às autarquias? Como iria conviver e dividir tarefas e
autoridade com os representantes dos órgãos locais do Estado? Estas e outras perguntas
são muito pertinentes a ponderar e discutir para um país como Angola, porque as suas
respostas terão, com certeza consequências das mais variadas, até
mesmo no dia‐a‐dia do povo Angolano.
Mesmo se a Constituição de 2010, veio dar resposta a uma boa parte das
perguntas supra colocadas, e isto com apenas um debate público mínimo sobre o
assunto, ela determina um modelo específico, fechando a porta para o que deveria
constituir uma discussão pública significativa. Mais problemático ainda é o facto do
nível de detalhe constitucional tornar mais difícil fazer ajustes institucionais após a
implementação das autarquias. A constituição preludia, por isso, uma flexibilidade
institucional que poderse‐ ia provar valiosa caso a implementação e a prática
revelassem dificuldades. Recapitulamos aqui os principais parâmetros ditados pela
Constituição. A autarquia
Angolana terá uma assembleia composta por representantes dos cidadãos locais. Os
representantes são eleitos em eleições locais onde todos cidadãos locais podem votar.
Nessa mesma eleição ‐ livre, directa, secreta e periódica – também se vai eleger
um presidente da autarquia. O presidente eleger‐se‐á da mesma maneira (bastante
idiosincratica Angolana) que o Presidente da República é eleito, isto é, o cabeça da lista
mais votada para a Assembleia torna‐se presidente da autarquia. O “executivo” da
autarquia é o órgão colegial composto do seu líder, o presidente, e dos secretários por
ele nomeados que politicamente responsável perante a assembleia autárquica.
A Constituição Angolana de 2010 introduz, no seu artigo 242 nº 1, a seguinte
“disposição final”: ‘A institucionalização efectiva das autarquias locais obedece ao
princípio do gradualismo.’ Parece uma afirmação que pouco diz, além do óbvio que
não se pode fazer tudo de uma vez. Mas continua no nº 2:
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Os órgãos competentes do Estado determinam por lei a oportunidade da sua
criação, o alargamento gradual das suas atribuições, o doseamento da tutela de mérito
e a transitoriedade entre a administração local do Estado e as autarquias locais.
Finalmente, o artigo 54º garante que ‘[T] odo o cidadão, maior de dezoito anos,
tem o direito de votar e ser eleito para qualquer órgão electivo do Estado e do poder
local e de desempenhar os seus cargos ou mandatos, nos termos da Constituição e da
lei.’ A ênfase foi introduzida pelo autor para chamar atenção aos parágrafos que, ao
nosso ver, de forma legalo‐retórico – indicam o contrário ao princípio de gradualismo
19
geográfico na
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introdução das autarquias. Isto é, esses parágrafos sugerem que os “direitos autárquicos”
devem ser introduzidas ao mesmo tempo para todos os cidadãos.
O gradualismo não deve servir como uma “desculpa” para adiar a clareza sobre o
modelo a adoptar, respondendo‐se se vão ou não as zonas rurais serem incluídos nas
autarquias num futuro previsível? Vão andar na direcção da integração e assimilação
ou vão se separar administrativamente sob liderança dos sobas – assim emulando o
período colonial?
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quadros nos serviços públicos, densidade populacional, escolaridade e alfabetização –
cada autarquia receberia uma dotação financeira do Estado que corresponde às suas
capacidades e às competências a ela transferidas. Certas competências, como por
exemplo a embelezamento de espaços públicos, recolha de resíduos sólidos, bibliotecas,
construção de escolas primárias (não as despesas correntes), podem certamente ser
transferidas imediatamente para todos os Executivos Autárquicos. Outras competências
tipicamente de responsabilidade local – como a canalização de água, pavimentação de
vias principais, iluminação pública, policiamento local – são possivelmente fora do
alcance de muitas autarquias rurais, mas dentro da capacidade de gestão dos governos
locais das cidades maiores.
5. Tutela Admministrativa
Tutela ou controle das autarquias isto é, o poder de influir sobre elas com o
propósito de conformá-las ao cumprimento dos objetivos públicos em vista dos quais
foram criadas, harmonizando-as com a atuação administrativa global do Estado-Está
designado como supervisão ministerial. Todas as entidades da Administração indireta
encontram-se sujeitas á supervisão da Presidência da Republica ou do Ministério cuja
pasta esteja vinculada. Este ultima o desempenha auxiliado pelos órgãos superiores do
Ministério.
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São objetivos deste controlo ou “supervisão” assegurar o compromisso dos
objetivos fixados em seu ato de criação; harmonizar sua atuação com a politica e
programação do governo no correspondente setor de atividade, zelar pela obtenção de
eficiência administrativa e pelo asseguramento de sua autonomia administrativa,
operacional e financeira”.
Existem diversos tipos de controle. Pode ser preventivo, quando a autarquia para
a realização de certo ato, necessita de previa manifestação do controlado; ou pode ser
repressivo quando o controle não se faz necessário previamente para a manifestação do
ato, diferindo assim, substancialmente do controle preventivo.
Nota-se que o controle preventivo pode ser de legalidade (ou legitimidade)
quando a lei tiver habilitado o controlador a examinar o comportamento da autarquia em
acordo com os textos legais. Poderá este ser de mérito ,no caso do controlador analisar,
por força da lei, o comportamento autárquico sob o ponto de vista da conveniência e
oportunidade. Igualmente, ressalta a existência de um controlo extraordinário, não
necessariamente previsto por lei, que cabe á Administração Central e visa coibir
desmandos das autarquias. Exemplificando-se este controle através dos atos de
intervenção e de destituição dos entes autárquicos.
Entretanto, Gasparini, a respeito do controlo das autarquias, faz uma ressalva:
”Esses controles não velam nem inibem, por parte da autarquia, a proposita dura de
medidas judiciais contra os atos abusivos da Administração Pública a que pertence. A
autarquia é pessoa jurídica de direito público e como pessoa é sujeito de direitos e
obrigações. Pode, ademais, não se conformar com os atos de tutela, por entendê-las
ilegais, e tomar juízo, as medidas cabíveis com o fito de anulá-las”.
Segundo Amaral (2006: 880), TA “consiste no conjunto dos poderes de
intervenção de uma pessoa colectiva pública a gestão de outra pessoa colectiva, a fim de
assegurar a legalidade ou o mérito da sua actuação”.
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O fim da TA é assegurar, em nome da entidade tutelar, que a entidade tutelada
cumpra as leis em vigor e garantir que sejam adoptadas soluções convenientes e
oportunas para a prossecução do interesse público.
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verificação da legalidade, todavia, outra disposição do texto constitucional precisamente
no artigo 242.º n.º 2, faz menção ao «doseamento da tutela de mérito», o que nos leva a
depreender que a tutela poderá também alcançar o mérito dos actos administrativos
autárquicos.
No nosso entender, a primeira solução constitucional é a mais acertada, embora
deixe uma reserva de legalidade que pode levar a mudanças nesta decisão. Como
acabamos de afirmar, a CRA estabelece duas distintas modalidades de tutela
administrativa: a primeira que é a de fiscalização da conformidade legal dos actos
administrativos autárquicos pelo poder executivo e a segunda que vai mais além da
fiscalização da conformidade legal e recai na fiscalização do mérito dos actos
administrativos. A tipificação constitucional de tutela, não afasta a possibilidade de em
sede de regulamentação própria, o legislador ordinário vir a clarificar a tipologia de
tutela em função dos vários momentos em que o processo se encaminha de acordo com
o princípio do gradualismo. Assim, é de todo útil saber, numa perspectiva futura da
tutela administrativa, quem serão os órgãos incumbidos do exercício dos poderes
tutelares e sobre quem se exercerá os poderes tutelares e que tipo de tutela em razão do
estádio gradual da implementação da administração autónoma descentralizada.
Tendo em conta o fim e o conteúdo, numa primeira fase, a tutela deveria ser de
legalidade, inspectiva, integrativa a posterior. Excepcional e expressamente, de mérito,
substitutiva e integrativa à priori, para certos actos sobretudo, quando envolvam
despesas públicas. Finalmente, sancionatória e revogatória quando se trate de actos que
atentem gravemente o interesse nacional.
Os poderes tutelares do Governo sobre as autarquias locais devem competir aos
órgãos centrais, nomeadamente, Ministério das Finanças, órgão responsável pelas
autarquias locais (Ministério da Administração do Território) e ao órgão colegial do
Executivo (O Conselho de Ministros), sobretudo para o exercício da tutela
sancionatória, nomeadamente, a dissolução dos órgãos autárquicos quando atentem
gravemente por acção ou por omissão ilegais. Os poderes tutelares, também poderão ser
exercidos pelo representante da Administração Central no território da autarquia local
nomeado pelo titular do Poder Executivo.
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CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como próposito abordar sobre a temática das autarquias
locais e sua consagração no ordenamento jurídico angolano. Foi possível alcançar os
objectivos estabelecidos. As autarquias locais são um corolário do princípio da
descentralização administrativa e política. Sua relevância se estabelece no facto de que,
através das autarquias locais, as necessidades locais das populações são atendidas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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