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DIREITO ADMINISTRATIVO
AUTARQUIAS LOCAIS
Grupo: 5
Licenciatura: Direito
Ano: 2º ano
Período: Diurno
Docente
DIREITO ADMINISTRATIVO
AUTARQUIAS LOCAIS
Grupo: 5
Licenciatura: Direito
Integrantes do grupo
1. Francisca Simão Gonga
2. Gideão Marcelo
3. Gisela da Costa dos Santos
4. Graciete Ana José Inácio
5. Helly Fernandes Manuel Kambovo
6. Hermenegilda Vamwetavati Popyieko
7. Idualdina Lourdes Rúben
8. Imaculada Wossimbo
9. Inês Cardoso
EPÍGRAFE
(Óscar Wilde)
III
DEDICATÓRIA
IV
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus pela força e coragem, por nos ter ajudado e protegido a cada dia e
dirigido para o caminho da sabedoria até o dia de hoje.
Às nossas famílias por estarem sempre presentes nos mostrando o caminho certo para o
cumprimento deste dever e nunca nos faltar o amor e a paz.
V
RESUMO
VI
ÍNDICE
EPÍGRAFE...............................................................................................................................III
DEDICATÓRIA.......................................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS...............................................................................................................V
RESUMO..................................................................................................................................VI
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA........................................................................................2
OBJECTIVOS DO ESTUDO.....................................................................................................2
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO.................................................................................................3
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.................................................................................................4
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS.................................................................................................4
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA..............................................5
1. PODER LOCAL................................................................................................................6
1.1. DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA..............................................................7
1.2. INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PODER LOCAL EM ANGOLA.................................8
1.3. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO PODER LOCAL AUTÁRQUICO....................9
1.3.1. O Princípio do Estado de Direito Democrático.................................................................9
1.3.2. Princípio da Autonomia Local CRA...............................................................................10
1.3.3. Princípio da Participação.................................................................................................10
1.3.4. Princípio da Descentralização Administrativa................................................................11
1.3.5. Princípio da Desconcentração Administrativa................................................................11
1.3.6. Princípio da Subsidiariedade...........................................................................................12
1.3.7. Princípio do Gradualismo................................................................................................12
CAPÍTULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO...............................................14
2.1. MODO DE INVESTIGAÇÃO..........................................................................................15
2.2. HIPÓTESE.........................................................................................................................15
2.3. VARIÁVEIS DO ESTUDO..............................................................................................15
2.4. OBJECTO DE ESTUDO...................................................................................................16
2.5. INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO........................................................................16
2.6. PROCESSAMENTO E TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO......................................16
CONCLUSÃO..........................................................................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................18
VII
INTRODUÇÃO
1
Feijó, C. (2012). A coexistência Normativa entre o Estado e as autoridades tradicionais na Ordem Jurídica
Plural Angolana. Coimbra: Edições Almedina.
1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
Hoje em dia, parece estar na moda falar de Poder Local, por conseguinte da
Administração Local. Mas se repararmos, falamos sempre mais da parte financeira, sem se
dar importância ao capital humano e se existem condições para serem criadas as autarquias.
A CRA de 2010, prevê que a implementação das autarquias locais passa pelo princípio
do gradualismo. Logo foi no âmbito desta questão que constatamos a existência de um
problema.
Por via de razões políticas, judiciais e materiais, foi definido que o surgimento das
autarquias locais não deveria ocorrer simultaneamente em todo território nacional, admitindo-
se mesmo certo grau de experimentação no faseamento desta nova forma de auto-
administração.
Diante desta realidade formulámos a seguinte pergunta de partida: que relevância tem
o poder local na descentralização administrativa do Estado em Angola?
OBJECTIVOS DO ESTUDO
Objectivo geral
Objectivos específicos
2
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
Este tema enquadra-se na recente e reavaliada discussão que a ciência política
contemporânea enfrenta em contexto africano num quadro global em que o Estado pós-
colonial admite transferir algumas das suas competências para outros níveis de organização
territorial ou funcional como forma de diminuir a incidência da centralização do poder
persistente e integrar as localidades nos processos de decisão. A governação local surge como
a construção institucional em que essa transferência de competências do centro para a
periferia ganha vida, dependendo do grau de autonomia, e permite a construção de um espaço
integrador de diversos atores (público ou privado, formal ou informal) com autonomia e
liberdade de interacção na base do pluralismo e de acomodação das diversidades internas.
Espera-se que esse trabalho possa contribuir para discussão acerca das autarquias locais
em Angola, podendo assim, contribuir para a percepção de quanto pode ser benéfico para o
desenvolvimento social, cultural e económico do país, a inserção de atores locais na escolha
de políticas públicas.
3
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O presente trabalho limita-se, do ponto de vista espacial, ao território angolano do ponto
de vista teórico enquadra-se na Constituição da República de Angola (CRA, 2010),
constituído por um conjunto de normas que visam regular o exercício do poder local.
Do ponto de vista temporal, limita-se ao período decorrente de 2023, por ser um período
actual e abrangente.
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
a) Autarquias
b) Poder Local
De acordo com o artigo 213º da CRA (2010), «o Poder Local é um fenómeno do âmbito
do poder político, diz respeito à organização democrática do Estado ao nível local,
sedimentada pelo princípio da descentralização político-administrativa»3.
2
Feijó, C. & Paca, C. (2005). Direito Administrativo, Introdução e Organização Administrativa. Lisboa:
Lusíada.
3
Artigo nº 213º da Constituição da República de Angola (2010). Luanda: Imprensa Nacional.
4
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
5
1. PODER LOCAL
O poder local se encontra relacionado com a auto-determinação, e que ele deve ser
constituído por órgãos representativos das populações, e que o poder local se diferencia da
descentralização administrativa, por exemplo, o poder local não é operacionalizado por
qualquer descentralização territorial.
4
Feijó, C. & Paca, C. (2005). Direito Administrativo, Introdução e Organização Administrativa. Lisboa:
Lusíada. p. 43.
5
Centro Nacional de Aconselhamento (CNC). Boletim informativo, Descentralização Administrativa e
Autarquias Locais. Luanda: NCC, 2010.
6
CRA – Constituição da República de Angola, 2010.
6
1.1. DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
A descentralização administrativa é a transferência de poderes e recursos do governo
central para entidades territoriais (região/província, município, aldeia) e funcionais distintas
do Estado. Pode incidir sobre os aspectos «administrativo, político, financeiro, etc. A ideia do
poder local não é inteiramente nova, na medida em que ela foi consagrada nas constituições
de 1975 e 1992 definindo-se, ainda que de maneira pouco clara, os seus órgãos e alguns dos
seus princípios.
Para além disso, definiu os seus princípios estruturantes, pois que, «a República de
Angola é um Estado unitário que respeita na sua organização os princípios da autonomia
dos órgãos do poder local e da desconcentração e descentralização administrativas» (Artigo
8º da CRA, 2010).8
7
Artigo nº 213º da Constituição da República de Angola (2010). Luanda: Imprensa Nacional.
8
Artigo nº 8º, idem.
9
Artigo nº 1º , idem.
7
Essa questão é ilustrada particularmente em dois artigos da 199º e 200º da CRA (2010),
cuja reprodução textual do nº 2 do artigo 200º, estabelece claramente que «os cidadãos têm
direito de ser ouvidos pela administração pública nos processos administrativos susceptíveis
de afectarem os seus direitos e interesses legalmente protegidos».10
A reflexão alarga-se aos mais variados pilares do poder local, considerando que as
autarquias podem não adicionar muito ao desenvolvimento dos municípios e do país,
sobretudo quanto à qualidade de vida dos cidadãos, se não assentarem, entre outros, na
participação popular e no controle social e judicial da governação, que são dados por uma
sociedade civil orgânica e por instituições funcionais, adequadas à cultura e mais resistentes
ao vírus da corrupção e às tentativas de liquidação do espaço público.
10
Artigo nº 199º e 200º da Constituição da República de Angola (2010). Luanda: Imprensa Nacional.
11
Feijó, C. & Paca, C. (2005). Direito Administrativo, Introdução e Organização Administrativa. Lisboa:
Lusíada. p. 45.
8
Considera-se que é importante constatar que existem alguns elementos a ter em conta
neste conceito, designadamente: território, comunidade de residentes, interesse local,
personalidade jurídica, poderes públicos autónomos e representatividade democrática.
De acordo com o artigo 2.º, nº. 1 da CRA (2010) 13, A República de Angola é um Estado
democrático de direito que «tem como fundamentos a soberania popular, o primado da
constituição e da lei, a separação de poderes e interdependência de funções, a unidade
nacional, o pluralismo de expressão e de organização política e a democracia representativa
e participativa».
12
Alexandrino, J. M. (2010). Tratado de Direito Administrativo Especial, Vol. IV. Coimbra: Almedina. p.2.
13
Artigo nº artigo 2.º, nº. 1 da Constituição da República de Angola (2010). Luanda: Imprensa Nacional.
9
1.3.2. Princípio da Autonomia Local CRA
Nos termos do artigo 214, nº. 1 da CRA (2010) 14, «a organização democrática do
Estado a nível local estrutura-se com base no princípio da descentralização político-
administrativa, que compreende a existência de formas organizativas do poder local, nos
termos da presente Constituição».
Segundo, Sousa e Matos (2013, p. 153)15, «este princípio abarca dois subprincípios que
aparecem frequentemente autonomizados: o princípio da colaboração da administração
pública com os particulares e o princípio da participação dos particulares na formação das
decisões que lhes digam respeito».
Nestes termos, conforme Branca (2013, p. 72)16, «o Estado não é o único a prosseguir o
interesse público. Existiram outras pessoas colectivas públicas, distintas do Estado ex. as
Autarquias Locais, que prosseguem fins específicos dos cidadãos nela residentes».
14
Artigo 214, nº. 1 da Constituição da República de Angola. (2010). Luanda: Imprensa Nacional.
15
Sousa; M. R. de & Matos, A. S. de – Direito Administrativo Geral: Introdução e Princípios Fundamental. 1ª
ed., Lisboa: Dom Quixote, 2013. ISBN 972-20-2672-0. p. 153.
16
Branca, R. (2013). O poder local e autarquias na constituição da república de Angola. Universidade
Agostinho Neto, Faculdade de Direito, Centro de Excelência em Políticas Públicas e Governação Local. p. 72.
10
De acordo com Branca, o Estado admite e reconhece a existência de outros entes
públicos com plena eficácia de satisfazer as necessidades da colectividade. A
descentralização, corresponde a qualquer transferência de atribuições da organização
administrativa do Estado, para outros organismos administrativos, sendo um simples
instrumento de desoneração do Estado e da repartição e especialização de tarefas entre a sua
administração directa e uma variedade de entes administrativos por ele criados encarregues da
realização de actividades administrativas.
De acordo com o artigo 213, nº. 1, da CRA (2010) 17, «o Estado na sua organização
administrativa deve respeitar o princípio da descentralização político-administrativa; é,
portanto, a CRA que obriga a institucionalização das autarquias locais, como forma de
organização política e administrativa do Estado)».
«Na Estruturação dos órgãos de uma pessoa colectiva, de deve existir uma repartição
de competências entre superiores hierárquicos e subalternos. A Administração é
desconcentrada quando, aos órgãos inferiores são conferidos poderes decisórios». (Feijó,
2012, p. 45)18
17
Artigo 213, nº. 1, da Constituição da República de Angola. (2010). Luanda: Imprensa Nacional.
18
Feijó, C. (2012). A Coexistência Normativa entre o Estado e as Autoridades Tradicionais na Ordem Jurídica
Plural Angolana. Dissertação de Doutoramento em Direito Público, na Faculdade de Direito de Universidade
Nova de Lisboa, Edições Almedina S.A. p. 45.
11
1.3.6. Princípio da Subsidiariedade
Segundo Alexandrino (2010, p. 8)19, «estabelece que qualquer ente público deve
satisfazer o interesse da colectividade desde que em melhor posição para o fazer; com este
princípio podemos diferenciar o que é de interesse nacional e o que é de interesse local».
Entretanto, este princípio possibilita ainda determinar o órgão que melhor poderá
solucionar um dado problema.
19
Alexandrino, J. M. (2010). Tratado de Direito Administrativo Especial, Vol. IV. Coimbra: Almedina. p.8.
20
Pestana, R. (2014). Constituição Portuguesa Anotada – Tomo III. Coimbra: Coimbra Editora.
21
Artigo 22º, da Constituição da República de Angola. (2010). Luanda: Imprensa Nacional.
22
Artigo 23º, Idem.
23
Artigo 52º, da Constituição da República de Angola. (2010). Luanda: Imprensa Nacional.
24
Artigo 52º, idem.
12
e) A necessidade promoção de desenvolvimento sustentado e harmonioso do país,
assegurando a justa repartição do rendimento nacional, a preservação do ambiente e a
qualidade de vida dos cidadãos (art. 91º nº 2 CRA).25
25
art. 91º nº 2, idem.
13
CAPÍTULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO
14
2.2. HIPÓTESE
A problemática levantada sobre as alterações verificadas na CRA, em relação ao poder
local cinge-se essencialmente na ordem sistemática, na elevação da dignidade constitucional
do poder local, na valorização das autarquias locais, na previsão expressa do município como
autarquias, apesar de admitir criação de autarquias supra-municipal, na elevação do princípio
da autonomia local a limite material do poder de revisão constitucional e na
institucionalização efectiva das autarquias locais obedecendo ao princípio do gradualismo.
Hipótese 1: O papel do Poder Local e a sua forma de actuação são importantes para a
concretização das políticas públicas.
Hipótese 2: A existência de um poder local activo e com protagonismo são
características positivas e inovadoras, reflectindo-se no tratamento dado a
determinados problemas, sem ter que esperar longamente pela resolução do Poder
Central.
15
que consistiu na interpretação dos instrumentos jurídicos que elencam os requisitos
indispensáveis para as Autarquias locais no contexto angolanos. Os instrumentos foram ainda
a bibliografia especializada que liga ao objecto de estudo da presente pesquisa, que são
Autarquias locais no contexto angolanos.
CONCLUSÃO
Em virtude dos factos narrados, concluiu-se que a presente pesquisa versou em síntese
a estrutura da organização administrativa do Estado angolano a luz da CRA de 2010, que veio
trazer um paradigma de governação diferente em relação ao que vigorava antes da entrada em
vigor da actual CRA. Para tal, foi necessário estudar e compreender a conceitualização da
Administração Pública, vista no sentido subjectivo, cuja finalidade é a satisfação, em nome da
16
colectividade, de necessidades colectivas. Foram analisados, também, os princípios que
conformam a organização e as actividades administrativas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
17
Branca, R. (2013). O poder local e autarquias na constituição da república de Angola.
Universidade Agostinho Neto, Faculdade de Direito, Centro de Excelência em Políticas
Públicas e Governação Local. p. 72.
Pestana, R. (2014). Constituição Portuguesa Anotada – Tomo III. Coimbra: Coimbra Editora.
18