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A autora

Juliana Junqueira é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás,


bacharel em Direito pela mesma Universidade e mestre em Comunicação pela
Universidade Federal de Goiás. Atualmente é gerente de Comunicação da Orquestra
Filarmônica de Goiás, consultora jurídica do escritório Fleury, Xavier, Junqueira
Advogados Associados e professora na Faculdade Araguaia. Foi repórter da TV Brasil
Central, afiliada da TV Cultura. Tem experiência em Comunicação e Legislação
Brasileira, e atua principalmente nos seguintes temas: Legislação do Jornalismo,
Comunicação e Cidadania, Teorias da Comunicação e Jornalismo, Assessoria de
Comunicação, Telejornalismo. Áreas de pesquisa: legislações aplicadas à regulação
da TV aberta brasileira, direito à Comunicação, conteúdo da televisão aberta no Brasil,
rotinas produtivas do telejornalismo, telejornalismo e novas mídias, legislação do
jornalismo.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

J95i Junqueira, Juliana


Instituições de direito / Juliana Junqueira – Goiânia:
NUTEC, 2016.
94 p. : il. - (Educação a distância Araguaia).

Possui bibliografia.

1. Direito. 2. Educação a distância – Direito. 3. Educação


superior. I. Faculdade Araguaia. II. Título.
ISBN : 978-85-98300-09-2
CDU:
340(07)

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marta Claudino de


Moraes CRB-1928

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FACULDADE ARAGUAIA - FARA
1ª Edição - 2016

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fim. Obra protegida pela Lei de Direitos Autorais

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 7
UNIDADE I - FUNDAMENTOS: O HOMEM E O DIREITO .................................................... 8
1. Introdução .......................................................................................................................... 8
2. Evolução da Sociedade, Cidadania e Direito ..................................................................... 9
3. As quatro gerações de direito .......................................................................................... 15
4. Os conceitos e a aplicabilidade da ética, moral e direito .................................................. 18
4.1 Ética............................................................................................................................... 19
4.2 A Moral e o Direito.......................................................................................................... 20
5. Resumo da Unidade ........................................................................................................ 23
6. Atividades ....................................................................................................................... 24
7. Material Complementar ................................................................................................. 25
8. Referências .................................................................................................................... 26

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APRESENTAÇÃO

Caro (a) aluno(a),

Seja bem-vindo à disciplina de Instituições de Direito. A partir de agora, vamos


estudar conceitos fundamentais para compreender a vida em sociedade. Cada
unidade traz conhecimentos necessários para a formação do indivíduo enquanto
cidadão e profissional. O objetivo dessa apostila, elaborada com muita pesquisa e
dedicação, é permitir que você utilize as informações adquiridas aqui em seu
cotidiano.
É importante que você leia com atenção todos os capítulos e realize as
atividades propostas no final de cada um deles. Também são indicados materiais,
como textos e vídeos, que auxiliam a entender mais profundamente os conceitos
apresentados.
Outro ponto de fundamental importância é a participação nos fóruns virtuais
propostos, que vão proporcionar um rico intercâmbio científico e cultural. A troca de
informações com seus colegas de curso e com o tutor também pode ser
enriquecedora.
Que comece a nossa jornada! Bons estudos!

Prof.ª. Ma. Juliana Junqueira

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UNIDADE I - FUNDAMENTOS: O HOMEM E O DIREITO

1. Introdução
Vivemos em sociedade, certo? Uma sociedade é formada por pessoas de
diversas raças, estilos, preferências, gostos musicais, culinários, de diferentes
profissões.
Este trecho da música “Ninguém = Ninguém”, da banda Engenheiros do Hawaii,
ressalta que nossa sociedade é formada por uma multiplicidade de personalidades:
“Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
(ninguém = ninguém)”.
Se ninguém é igual a ninguém, podemos dizer que somos diferentes uns dos
outros e essas diferenças, algumas vezes, podem gerar conflitos. Para que possamos
viver em uma sociedade harmônica, em que os interesses conflitantes não atrapalhem
o bem comum, necessitamos de regras.
O filósofo Thomas Hobbes, em sua obra O Leviatã, afirmou que o “homem é
lobo do homem”, ou seja, o homem tem um instinto animal que o leva a realizar
medidas extremas para sobreviver, isso inclui matar um de seus semelhantes.
Portanto, para Hobbes, o homem deve ser submetido a um conjunto de regras e
sanções para que consiga viver pacificamente em sociedade e deixe de utilizar a
violência como forma de solução de conflitos.
Desse modo, os homens renunciariam a liberdade do estado de natureza, ou
seja, a vida desregrada e se submeteriam a uma estrutura central que seria a
responsável por ditar as regras do convívio em sociedade. O pacto entre os indivíduos
resolveria de vez as divergências e permitiria à sociedade evoluir.
Tem-se que, para solucionar os conflitos que podem surgir entre os homens,
surge a figura do Estado, esse artifício humano capaz de sanar as desordens da
sociedade. O Estado tem como objetivo o bem comum e a preservação da vida.
Nesta primeira unidade, antes de adentrarmos ao estudo do que é Estado e
para que ele serve, iremos investigar alguns conceitos primordiais para a nossa
caminhada na disciplina de Instituições de Direito. Estes conceitos são necessários
para que possamos compreender como funciona a estrutura jurídica brasileira e qual
a importância da mesma para os mais variados profissionais.

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2. Evolução da Sociedade, Cidadania e Direito

A cidadania como compreendemos hoje não é a mesma da idade clássica


ou moderna. O sentido foi sendo construído ao longo dos anos por meio de vários
fatos históricos.
A palavra cidadania provém de cidadão, vocábulo utilizado nas sociedades
clássicas, Grécia e Roma, para designar o indivíduo que vivia em uma cidade, ou seja,
um grupo de pessoas que vivia, de forma organizada, em um território permanente
com o intuito de lucro. A concepção de cidade surge na Grécia, no período arcaico
(séculos VIII ao VI A.C.) com a desagregação dos genos, uma espécie de clã familiar,
cujos membros descendiam de um antepassado em comum. O crescimento
populacional, a falta de terras produtivas e, consequentemente, de alimentos, gerou
conflitos violentos no interior desta forma de organização social.
Desse modo, as famílias decidem dividir as terras conforme o grau de
parentesco: quanto mais próximo do patriarca, maior e melhor era a herança territorial.
Assim, surgem as primeiras cidades gregas, as chamadas polis:

Sociedade que se formou da reunião de várias aldeias constitui a


Cidade, que tem a faculdade de se bastar a si mesma, sendo
organizada não apenas para conservar a existência, mas também
para buscar o bem-estar. Esta sociedade, portanto, também está nos
desígnios da natureza, como todas as outras que são seus elementos.
Ora, a natureza de cada coisa é precisamente o seu fim.
(ARISTÓTELES, 1991, p.3/4)

Percebe-se o fim das sociedades nômades e a formação de territórios


permanentes. O fim das famílias patriarcais e a formação de cidades também ocorrem,
neste mesmo período, na sociedade romana.
Nestas duas sociedades clássicas, nem todos os indivíduos eram
considerados cidadãos. Na Grécia, esta condição era conferida apenas aos
frequentadores da Ágora, uma espécie de praça pública onde se reuniam os
considerados homens livres, ou seja, aristocratas que não possuíam a necessidade
de trabalhar para sobreviver. Na Ágora, o direito de comunicação era absoluto uma
vez que, por meio dele, os homens livres expressavam suas crenças e ideias para a
consecução do bem comum.

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O número de cidadãos era pequeno, pois esta condição excluía, além dos
trabalhadores (comerciantes, artesãos), as mulheres, os escravos e os estrangeiros.
Praticamente apenas os proprietários de terras eram livres para ter o direito de se
expressar e decidir sobre o governo. Presumia-se que os trabalhadores do comércio
e artesanato não possuíam capacidade de reflexão e comunicação por passar a maior
parte do tempo trabalhando, o que impedia dedicação à educação. As mulheres
também não pertenciam a este espaço de discussões, uma vez que sua função era
administrar a casa e cuidar dos filhos. Assim não poderiam participar da vida política
da cidade. Tem-se que o exercício do direito de comunicação era o requisito para ser
aceito na Ágora e, portanto, ser considerado cidadão.
O dicionário Houaiss traz a concepção de cidadania na Grécia antiga:
“Indivíduo que desfrutava do direito de participar da vida política da cidade, o que era
vetado à mulher, ao estrangeiro e ao escravo”. A cidadania grega era compreendida
apenas por direitos políticos identificados com a participação nas decisões sobre a
coletividade.
Portanto, o fato de ter nascido ou habitar uma dada cidade (polis) não
conferia necessariamente a uma pessoa a condição de cidadão, o que quer dizer que
nem todo citadino era cidadão. Assim desvincula-se a ideia de que cidadão é aquele
que nasce na cidade. Na Grécia, cidadão era aquele que se sentia pertencente a ela.
A cidadania estava ligada ao sentimento de pertença e participação em uma esfera
onde se discutia questões referentes à cidade.
Em Roma, a cidadania plena era mais abrangente do que na Grécia e
consistia no conjunto de direitos civis e políticos. Os direitos políticos permitiam a
participação na vida política, ou seja, votar e ser votado, já os direitos civis incluiriam
contrair matrimônio, realizar atos jurídicos e possuir terra. No entanto, assim como na
Grécia, essa condição era restrita apenas aos indivíduos nascidos e residentes no
território romano e seus descendentes. Os estrangeiros eram considerados bárbaros,
não tinham nenhum direito, o que os colocava à margem da sociedade.
Como podemos perceber, o significado da palavra cidadania na Idade
Antiga era extremamente restritivo. Além de situar apenas alguns indivíduos como
cidadãos, conferia a estes apenas direitos políticos e uma parcela de direitos civis. A
cidadania consistia no direito, conferido a uma parcela mínima da sociedade, de
participar de uma esfera pública onde eram discutidas questões referentes à cidade.

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Os demais, que eram a maioria da população, permaneciam em uma esfera privada,
sem direito de opinar ou mesmo de serem representados, eram considerados uma
parcela sem consciência ou capacidade de pensamento. No dizer de Dalmo Dallari:

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a


possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu
povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida
social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade
dentro do grupo social. (DALLARI, 1998, p.2)

A cidadania era uma espécie de título nobre que diferenciava as camadas sociais
existentes naquela época. A queda do império romano, que marca o início da Idade
Média, provoca profundas alterações nas estruturas sociais e no modo de organização
da sociedade. Neste período, a Igreja figura como a instituição que regula as relações
entre cidade e estado.
Na época medieval, nota-se o desaparecimento das cidades que são
substituídas por feudos, territórios constituídos por um castelo fortificado (residência
do nobre e sua família), vila camponesa (residência dos servos), área de plantio e
igreja. Nestes locais, é marcante a relação de dominação entre senhores feudais e
servos. O poder na sociedade feudal era descentralizado, ou seja, era divido entre os
senhores feudais e de acordo com a extensão de suas terras.
Neste período, a possibilidade de mobilidade social era praticamente inexistente,
a sociedade era fortemente hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais,
cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos
dos camponeses. Os servos eram camponeses e pequenos artesãos, que tinham
como dever o pagamento de várias taxas e tributos aos senhores feudais.
Em razão desta clara relação de subordinação entre as classes sociais, diluiu-
se o princípio da cidadania. Havia o conformismo das classes subalternas devido à
ideia de sociedade estamental. As classes não se agrupavam para reivindicar
melhores condições de trabalho aos senhores e acabavam por obedecer às suas
ordens sem contestação. A cidadania neste período foi reduzida ao extremo, pois
assim como nas sociedades clássicas, o poder de participação política e social era
restrito apenas às camadas superiores.

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O homem medieval, ou era servo ou senhor; jamais cidadão. Os princípios de
cidadania e de nacionalidade dos gregos e romanos, nesta época, foram suspensos
e seriam retomados apenas com a formação dos estados modernos.
O apogeu do sistema feudal ocorre entre os séculos VIII e XI quando a
produção agrícola registra um aumento significativo e surge a necessidade de
comercialização dos produtos excedentes. Os senhores feudais abandonam a
agricultura de subsistência e passam a produzir alimentos para comercialização, o
que provoca o renascimento do comércio, o aumento da circulação monetária e o
restabelecimento das cidades. As Cruzadas também contribuem para a consolidação
das cidades, uma vez que os feudos deixam de serem locais isolados do mundo. Os
servos encontram no comércio o caminho para deixarem de depender dos senhores
feudais.
O restabelecimento das cidades fez com que a comercialização de artesanatos
ou mesmo dos produtos da agricultura se tornasse o caminho da prosperidade para
muitos camponeses que, com a decadência do feudalismo e consequente perda de
poder dos senhores feudais, deixam os feudos e buscam refúgio nas cidades. Este
grupo começa a se estabelecer como força econômica, ao transformar os frutos das
produções em lucro. A consolidação das cidades marca o início da Idade Moderna,
onde o poder volta a ser centralizado nas mãos de um rei. No entanto, uma clara
segmentação social continua a ser a marca desta nova sociedade, dividida e
organizada em clero, nobreza e povo.
Já no final da Idade Moderna, observa-se um sério questionamento das
distorções e privilégios que a nobreza e clero insistiam em manter sobre o povo. É aí
que começam a despontar figuras que marcariam a história da cidadania, como
Rousseau, Montesquieu, Diderot, Voltaire e outros. Esses pensadores passam a
defender um governo democrático, com ampla participação popular e fim de privilégios
de classe, e ideais de liberdade e igualdade como direitos fundamentais do homem,
além da tripartição de poder.
O renascimento das cidades provoca o desenvolvimento do capitalismo e o
início da luta pela consolidação da noção moderna de cidadania. A burguesia se
posiciona como classe econômica dominante, mas sem direito à participação política.
Apesar de serem detentores de direitos civis, os burgueses ainda não eram aceitos
na esfera pública, ou seja, não participavam da vida política da cidade que era restrita

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à nobreza e ao clero. Este fato culminou em uma série de movimentos com o objetivo
de estender a condição de cidadão a toda população, independente da classe social.
Como consequência do longo processo de movimentos sociais, ocorre a
promulgação de documentos como a declaração inglesa Bill of Rights, de 1698, e a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, feita na França, em 1789. A
positivação dos desejos da população permitiu que a cidadania deixasse de ser
apenas um título das classes dominantes e fosse estendida a toda a população.
Percebe-se então que todos aqueles que vivem em um território definido devem
possuir os mesmos direitos e deveres e que a luta por novos direitos deve ser
constante, já que, com a evolução da sociedade, surgem novas necessidades.
Na Idade Contemporânea, período atual da história ocidental que teve início
com a Revolução Francesa em 1789, o significado de cidadania é ampliado e
consolida-se o conceito de Direito. Os direitos também passam a ser classificados em
civis, políticos, sociais e difusos, como veremos no próximo ponto deste capítulo.
Tem-se que atualmente a cidadania represente o conjunto dos direitos e
deveres de um cidadão.
Para PINSKY (2003), ser cidadão é

“ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei:


é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da
sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e
políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais,
aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva:
o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma
velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos
e sociais, fruto de um longo processo histórico que levou a sociedade
ocidental a conquistar parte desses direitos.”1

O quadro abaixo exemplifica como este conceito foi sendo moldado ao longo
dos tempos:

QUADRO 1

1PINSKY, Jaime. História da Cidadania. Disponível em:


<http://www.espacoacademico.com.br/023/23res_pinsky.htm> Acesso em: 06 ago. 2016
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IDADE
IDADE MÉDIA
ANTIGA IDADE MODERNA IDADE CONTEMPORÂNEA

- Desaparecimento das
Grécia - Desenvolvimento de Consolidam-se os direitos civis
cidades e surgimento teorias que contribuíram (1ª geração), direitos políticos
dos feudos
Cidadãos: eram com a consolidação do (2ª geração), direitos sociais (3ª
considerados cidadãos Estado de Direito geração) e difusos (4ª geração).
- Diluição do princípio
apenas os homens com
de cidadania
mais de 21 anos, que
- Não
fossem há um poder
atenienses e
central que regule - Os filósofos iluministas
filhos de pais
direitos Em
e deveres. John Locke, Voltaire, Jean
atenienses. sua
Jacques Rousseau
maioria, aristocratas
- Relação de e
lançaram as bases para a
proprietários de terras.
subordinação entre as
percepção moderna da
classes sociais
Direitos: direito de relação entre Estado e
- A nobreza
propor e aprovarfeudal
leis. indivíduos ao conceber o
(senhores feudais, ser humano como um
cavaleiros,
Excluídos: condes,
comerciantes, indivíduo dotado de razão
duques, viscondes)
artesãos, mulheres, era e de direitos intrínsecos à
escravos e estrangeiros;e
detentora de terras
sua natureza (direitos
arrecadava impostos dos
estes não eram naturais) como o direito à
camponeses. Os servos
considerados cidadãos.e
eram camponeses vida, à liberdade e à
pequenos artesãos, que propriedade
Romatinham como dever o
pagamento de várias
Cidadãos:
taxas eapenas
tributos osaos
patrícios
senhores(descendentes
feudais. - Surge o Estado de
dos povos fundadores). Direito.
- O homem
Direitos: direitosmedieval, ou
era servo ou senhor;
políticos, que permitiam
jamais cidadão. Os
a participação
princípios de na cidadania
vida e
política e direitos
de nacionalidade civis,dos
quegregos
incluiriam contrairnesta
e romanos,
época, foram
matrimônio, suspensos e
realizar
atosseriam
jurídicosretomados
e possuirapenas
com a formação dos
terra.
estados modernos.
Excluídos: estrangeiros,
considerados bárbaros.

Fonte: elaborado pela autora

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3. As quatro gerações de direito

Antes de apresentarmos as quatro gerações de direito, é importante


analisarmos o significado da palavra direito como substantivo. De acordo com o
Dicionário Michaelis, direito pode significar:
1. Indivíduo que segue os bons costumes
2. O que é justo perante a lei
3. Prerrogativa legal, conferida a alguém, para exigir de outrem
algum procedimento
4. Privilégio de praticar ou não um determinado ato
5. Autorização legal para a realização de uma ação
6. Ciência das leis tribunais superiores, adaptando as normas às
relações dos homens em sociedade
7. Complexo de leis vigentes em um país
8. Conjunto de normas jurídicas que funcionam como referencial
de justiça
9. Curso de nível superior que gradua o profissional da lei
Sim, o substantivo em questão possui diversos significados, mas, para
compreendermos o que são as quatro gerações de direitos, chegaremos ao conceito
perfeito se unirmos os significados 3,4 e 5 trazidos pelo Michaelis.
Dessa forma, temos que direito é uma prerrogativa legal que o cidadão tem de
exigir de outrem algum procedimento e de praticar ou não determinado ato, ou seja,
direito é tudo aquilo, previsto em lei, que o cidadão necessita para uma vida digna em
sociedade. Na unidade IV, conheceremos quais são os direitos fundamentais que a
Constituição Brasileira confere ao cidadão.
Por hora, vamos compreender quais são as quatro gerações de direito e porque
elas são tão importantes para o indivíduo.
O responsável pela classificação das gerações de direito foi o sociólogo
britânico Thomas Humprey Marshall. Ele analisou a evolução da cidadania como o
desenvolvimento dos direitos civis, seguidos dos direitos políticos e dos direitos
sociais, nos séculos XVIII, XIX e XX, respectivamente. Introduziu o conceito de direitos
sociais, sustentando que a cidadania só é plena se é dotada de todos os três tipos de
direito e esta condição está ligada à classe social.
Marshall, em seu clássico estudo de 1949, divide a cidadania em três
dimensões, cada uma fundada em um princípio e uma base institucional distintos.
A primeira é a cidadania civil que tem como princípio básico a liberdade
individual e possui como direitos, por exemplo, a liberdade de ir e vir, liberdade de

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imprensa, pensamento e fé, o direito à propriedade e de concluir direitos válidos, e o
direito à justiça. No setor econômico, o direito civil básico era o direito a trabalhar, que
é positivado pelo direito consuetudinário. O autor afirma que a história dos direitos
civis é marcada pela aquisição gradativa de novos direitos. Desse modo, ser cidadão
é o mesmo que ser livre.
A segunda é a cidadania política, que tem como princípio básico o direito à
comunicação — ainda não reconhecido como tal — e que significa participar do
exercício do poder público tanto de forma direta, pelo governo, quanto indiretamente,
pelo voto. Marshall explica que é neste momento em que a cidadania deixa de ser
uma condição conferida a poucos e passa a ser uma obrigação do Estado para com
a sociedade.
Os direitos políticos são consolidados pela doação de velhos direitos, como o
direito ao voto, a novos setores da população. Antes deste “presente”, os indivíduos
não pertencentes à nobreza ou ao clero, apesar de terem liberdade para expressar
suas opiniões, não possuíam o direito de participar da esfera pública, ou seja, da vida
política da cidade. Desse modo, o exercício dos direitos civis era inviável, só se
tornando possível com o fim do monopólio dos direitos de segunda geração.
A terceira é a cidadania social, que tem como princípio básico a Justiça Social
e significa a participação na riqueza coletiva por meio do direito à educação, à saúde,
ao emprego, a um salário justo e à comunicação. Inicialmente, estes direitos eram
conferidos aos excluídos da sociedade, que não possuíam condições para se
sustentarem, e só passam a integrar o conceito de cidadania com o desenvolvimento
de políticas públicas que objetivaram garantir a todos o acesso aos direitos sociais.
Atualmente, o conceito de cidadania é composto por uma quarta dimensão de
direitos, os chamados direitos difusos ou de 4ª geração. Fatos históricos ocorridos
nos séculos XX e XXI como as duas guerras mundiais, bem como o acelerado
crescimento econômico de alguns países, trouxeram uma grande sensação de
insegurança à população que necessitava então de um instrumento para proteger
futuras lesões e garantir uma vida digna. Exigia-se a criação de mecanismos eficazes
que protegessem os direitos fundamentais do homem nos diversos Estados nacionais.
Para atender a esta demanda da sociedade universal, a Organização das
Nações Humanas publica, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos do Homem
que consolida os direitos difusos, que são aqueles que: “englobam o direito a um meio

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ambiente equilibrado, a uma saudável qualidade de vida, ao progresso, à paz, à
autodeterminação dos povos e a outros direitos difusos” (MORAES, 2005, p. 27).
Ou ainda, como ensina Comparato:

Chegou-se enfim ao reconhecimento de que à própria humanidade, como um


todo solidário, devem ter reconhecidos vários direitos: à preservação de sítios
e monumentos, considerados como integrantes do patrimônio mundial, à
comunhão nas riquezas minerais do subsolo marinho, à preservação do
equilíbrio ecológico do planeta e à punição de crimes contra a humanidade.
(COMPARATO, 2001, p. 56/57)

Os direitos de quarta geração seriam aqueles que garantem condições


necessárias de sobrevivência, tais como a vida permanente e saudável na Terra,
ambiente equilibrado, desenvolvimento sustentável, direitos bioéticos (restrições
éticas aos avanços tecnológicos). Esta nova geração de direitos abrange também a
participação direta na democracia e o direito ao acesso universal às novas tecnologias
(direitos virtuais).
Resumindo, estes direitos representam o direito de se conquistar direitos, ou
seja, reforçam a ideia de que o conceito de cidadania não é permanente; pelo
contrário, seu significado é ampliado com o passar dos tempos e, consequentemente,
com o surgimento de novos direitos.
Para que você não se esqueça da classificação destes direitos, segue abaixo
uma pequena revisão!

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QUADRO 2

1ª Geração: Direitos civis (liberdade de ir e vir, liberdade de imprensa, pensamento e fé,


direito à propriedade, direito de concluir contratos válidos e ainda direito à justiça).
Foram conquistados no século XVIII.

2ª Geração: Direitos políticos (direito de participar do exercício do poder político como


eleitor ou como eleito). Foram conquistados no século XX.

3ª Geração: Direitos sociais (direitos que asseguram uma participação igualitária dos
membros da sociedade nos padrões básicos de vida, como saúde, segurança, educação,
lazer, cultura, assistência). Foram conquistados posteriormente no século XX.

4ª Geração: Direitos Difusos (são demandas relacionadas a temas heterogêneos como por
exemplo: o respeito por etnias, pelos direitos da mulher, dos idosos, das crianças, dos
homosexuais, do meio ambiente e da humanidade como um todo. Direitos de grupos sociais, de
povos e de um meio ambiente saudável).

Fonte: elaborado pela autora

4. Os conceitos e a aplicabilidade da ética, moral e direito

Ao escutarmos a palavra ética, várias ideias se formam em nossa mente; afinal,


é um vocábulo que deve estar presente em nosso cotidiano já que garante o bom
convívio entre os cidadãos. Você já deve ter escutado sua mãe dizer: “Filho, sua vida
deve ser baseada em valores éticos”, ou um professor: “Alunos, em nossa profissão
precisamos ser éticos!”.
Enfim, em algum momento de sua vida, você já parou alguns instantes para
pensar em ética. Você sabe o que significa, mas, muitas vezes, é difícil explicá-la!
Não se preocupe! A partir de agora tentaremos descobrir o verdadeiro sentido
desta palavra tão comum e tão complicada.
Neste ponto do capítulo I, aprofundaremos os estudos relacionados aos
conceitos de ética e também traremos os conceitos referentes à moral, direito e

18
deontologia. O conhecimento do significado destes conceitos nos auxilia a tomar a
decisão certa diante de um desafio pessoal ou mesmo profissional.

4.1 Ética

A ética é sempre aplicada em nosso dia a dia, no trabalho, na escola, na


faculdade, na fila do ônibus, na família, etc. Ela está ligada diretamente ao caráter, à
liberdade humana. Teoricamente, é uma ciência que estuda os valores e virtudes do
homem, e estabelece um conjunto de regras, condutas e posturas a serem
observadas no convívio da sociedade, como afirma Valls:

Tradicionalmente ela [a ética] é entendida como um estudo ou uma


reflexão científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre
os costumes ou sobre as ações humanas. Mas chamamos de ética a
própria vida [...] A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes,
e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento (1994,
p. 7).

Para Reale (2002, p.35), toda norma ética expressa um juízo de valor, ao qual
se liga uma sanção, isto é, uma forma de garantir-se a conduta que, em função
daquele juízo, é declarada permitida, determinada ou proibida.
Um comportamento ético é necessário para a vida em sociedade. Práticas
éticas garantem o bem social. Para Mario Sérgio Cortella (2008), ética é o conjunto
de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida:
(1) quero?; (2) devo?; (3) posso?
Nem tudo que eu quero, posso; nem tudo que eu posso, devo; e nem tudo que
eu devo, quero.
Cortella cita algumas aplicações da ética em nosso cotidiano:

Tem a ver com fidelidade na sua relação de casamento, tem a ver com
a sua postura como motorista no trânsito; quando você pensa duas
vezes se atravessa um sinal vermelho ou não, se você ocupa uma
vaga quando vê à distância que alguém está dando sinal de que ele
vai querer entrar; quando você vai fazer a sua declaração de Imposto
de Renda; quando você vai corrigir provas de um aluno ou de um
orientando seu; quando você vai cochilar depois do almoço,
imaginando que tem uma pia de louça que talvez seja lavada por outra
pessoa, e como você sabe que ela lava mesmo, e que se você não
fizer o outro faz, você tem a grande questão ética que é: devo, posso,
quero? Por exemplo, quando se fala em bioética: podemos lidar com
clonagem? Podemos, sim. Devemos? Não sei. Queremos? Sim.
19
Clonagem terapêutica, reprodutiva? É uma escolha. Posso eu fazer
um transplante intervivos? Posso. Devo, quero? Tem coisa que eu
devo, mas não quero; aliás, a área de Saúde, de Ciência e Medicina é
recheada desses dilemas éticos. Tem muita coisa que você quer, mas
não pode; muita coisa que você deve, mas não quer.2

4.2 A Moral e o Direito

Devemos entender que a moral representa os valores individuais que são


construídos ao longo da vida de cada indivíduo, por isso os valores morais variam de
pessoas para pessoa, de região para região, de cultura para cultura, de geração para
geração.
A moral se difere da ética porque a
primeira representa um comportamento
individual, já a segunda se refere a um código
de conduta que é necessário para a vida em
sociedade. A ética, portanto, é compartilhada, já
a moral é individual.
Reale (2002, p.43) cita como exemplo
uma sociedade comercial que possui dois
sócios. Um deles se dedica de corpo e alma aos
objetivos da empresa, enquanto o outro não faz
nada, só vai a festas e passa a maior parte do
tempo trabalhando. No final do mês, os dois
Moral: inquilina que mora dentro de nós.
recebem os mesmos lucros. Isto é moral?
Depende de quem for responder. Se
considerarmos um indivíduo que tem uma base familiar sustentada nos valores do
trabalho árduo e honesto, a conduta do sócio “festeiro” será considerada imoral. Agora
supomos que esta pergunta fosse dirigida a alguém que também não trabalha, é
sustentado pela família e só quer saber de festas? Ele provavelmente não irá
considerar a conduta do sócio “festeiro” imoral. Por isso, podemos afirmar que a moral
é individual e varia de pessoa para pessoa.

2CORTELLA. Mario Sergio. A ética e a produção do conhecimento hoje. Disponível em:


<http://www.wellcom.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=266:a-etica-e-a-
producao-do-conhecimento-hoje-mario-sergio-cortella&catid=50:comunicacao-e-cultura&Itemid=161>.
Acesso em: 05 ago. 2016.
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A conduta moral é o mundo da conduta espontânea, ninguém pode ser
obrigado a agir moralmente. O indivíduo desempenha uma conduta moral porque
assim deseja, não porque foi coagido.
O advogado e jurista Miguel Reale (2002, p.44/45) cita um exemplo vivenciado
por ele que esclarece bem o conceito de moral. Ele conta que certa vez foi procurado
por um casal de idosos que afirmou não ter condições financeiras de sobrevivência,
mas que eles tinham um filho com alto poder aquisitivo que poderia ajudá-los. O filho
era proprietário de várias fábricas e estabelecimentos comerciais; no entanto, negava-
se a ajudar financeiramente os pais, o que por lei pode ser considerado crime pelo
Estatuto do Idoso e pelo Código Civil Brasileiro.
O Código Civil Brasileiro consagra o princípio da solidariedade econômica entre
cônjuges e parentes. Nesse sentido, os descendentes não podem faltar à assistência
devida aos pais e avós quando estes se encontrarem em dificuldades.
Diante da negativa do filho em auxiliar os pais, o advogado entrou com uma
Ação de Alimentos para obrigar o filho a prestar solidariedade ao casal de idosos. Na
justiça, ficou provado a necessidade econômica dos pais e o alto poder aquisitivo do
filho, por isso o juiz proferiu uma sentença que condenou o descendente a pagar uma
pensão alimentícia mensal.
Pergunta-se: O filho agiu moralmente ao pagar a pensão alimentícia mensal?
Resposta: Não, já que o filho fez isso coagido, por força da justiça, não por
vontade própria. Ele foi obrigado a ajudar os pais e não o fez por consciência própria.
Dessa forma, este filho só praticará um ato moral no dia em que se convencer de que
não está cumprindo uma obrigação, mas um ato que o enriquece espiritualmente.
Assim, a moral se distingue do direito. O cumprimento obrigatório de alguma
sentença ou lei satisfaz o mundo do direito e não da moral, o que distingue esses dois
campos, portanto, é a coercibilidade.
Portanto, podemos conceituar Direito como um conjunto de regras jurídicas que
visam o bem comum. Essas regras jurídicas se traduzem em direitos e deveres, ou
seja, existem regras que garantem aquilo que é necessário para que o homem viva
dignamente em sociedade, como educação, cultura, esporte, segurança e saúde e
aquelas que obrigam o indivíduo a fazer ou mesmo deixar de fazer alguma conduta
sobre pena de sanção.

21
Como, por exemplo, a lei diz que, se o indivíduo subtrair algo que não é seu,
ele será preso pelo crime de furto, podendo pegar até quatro anos de prisão.
Desse modo, o Direito estabelece normas que devem ser cumpridas para a
garantia da paz social e, caso essas normas sejam desrespeitadas, haverá algum tipo
de penalidade.
Direito significa tanto o ordenamento jurídico, ou seja, o sistema de normas ou
regras jurídicas que traça aos homens determinadas formas de comportamento e
confere a eles possibilidades de agir, como o tipo de ciência que o estuda. Para que
você não esqueça as diferenças entre ética, direito e moral, atente-se ao quadro
abaixo:

QUADRO 3
MORAL ÉTICA DIREITO

Modo pessoal de agir Modo social de agir Modo legal de agir

(é adquirida e formada ao (regras para o bom (é imposto ao cidadão,


longo da vida por convívio em sociedade) exige cumprimento e
experiências próprias) obediência)

Normas e regras pessoais Normas e regras sociais Normas e regras legais

(é guiada pela consciência) (é guiada pela cultura da (guiado pelas normas


sociedade) jurídicas)

Individual Coletiva Universal

(é o que fundamenta a (se constrói a partir de (as normas são


ética) comportamentos morais aplicadas a todos que
que se repetem) vivem no território
brasileiro)

Fonte: elaborado pela autora

5. Resumo da Unidade

Nesta unidade, você aprendeu que:


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 O sentido da palavra cidadania evolui com a evolução da própria sociedade.
Na sociedade clássica, apenas alguns indivíduos eram considerados cidadãos,
já na Idade Média esse conceito sequer existiu já que a sociedade se resumia
em senhores feudais e servos. Na Idade Moderna, com a reorganização das
cidades, a qualidade de cidadão volta a existir. Nesta época, apenas os reis,
nobres e membros da Igreja eram considerados cidadãos; no entanto,
movimentos como a Revolução Francesa fizeram com que os direitos fossem
estendidos a todos que residiam em um território definido, independente de
classe social, raça, cor ou crença.
 Atualmente, os direitos são classificados em quatro gerações. A primeira se
refere aos direitos civis. A segunda aos direitos políticos, a terceira, aos direitos
sociais e a quarta, aos direitos difusos. O sociólogo britânico Thomas Marshal
foi o responsável por classificar as três gerações de direitos e teóricos
contemporâneos como Fábio Comparato incluíram os direitos difusos como de
quarta geração.
 Aprendemos também que ética, moral e direito têm significados diferentes.
Enquanto a moral se refere aos valores individuais de uma pessoa, a ética
representa valores sociais, ou seja, aqueles que devem ser seguidos por uma
coletividade. A moral é adquirida ao longo da vida por meio da experiência
pessoal de cada um, já a ética é construída pela cultura de uma sociedade.
Podemos afirmar que comportamentos imorais ou antiéticos, muitas vezes, não
serão considerados ilegais, ou seja, quem agir contra os valores predominantes
em uma sociedade não será punido por lei, mas sim pela comunidade ou pela
própria consciência.
 O Direito, por sua vez, representa o conjunto de normas jurídicas que são
necessárias para a garantia do bem comum. Caso essas normas sejam
desrespeitadas, o indivíduo será penalizado.
 Pronto, revisamos! Você está a um passo da Unidade II! Para chegar até ela,
realize as atividades previstas a seguir!

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6. Atividades

1ª atividade – Construindo o conhecimento


Depois de ler este capítulo, é hora de refletir sobre o que aprendemos. No fórum de
discussões da plataforma Ead, você deve discutir com os outros alunos se concorda
ou não com os conceitos de ética, direito e moral aqui apresentados. Todas as
opiniões devem ser fundamentadas em autores estudados nesta unidade ou nos
indicados no campo Leituras Complementares. Você também deve citar exemplos
cotidianos de sua vida em que agiu de forma moral ou de forma ética. E por último,
responda: você consegue citar alguma situação em que seu comportamento foi moral
e ético ao mesmo tempo?

2ª atividade – Estudo Dirigido - Perguntas e Respostas


Responda as seguintes perguntas:
- Quem eram os cidadãos na Grécia e em Roma durante a Idade Clássica?
- Podemos afirmar que o princípio da cidadania estava presente na Idade Média? Por
quê?
- Explique o que são os direitos difusos. Em qual documento estes direitos foram
previstos pela primeira vez?
- De acordo com Miguel Reale, diferencie moral de direito.

3ª atividade – Reflexão
A tirinha abaixo é do argentino Quino, famoso pela criação da personagem Mafalda.
Ele também é o responsável pela criação do personagem Manolito que, na série de
histórias da brilhante Mafalda, é filho de um pequeno comerciante, dono de um
açougue, e cujas preocupações são sempre a expansão do seu negócio e o lucro
máximo. Com base no que foi estudado nesta unidade, faça um texto de, no mínimo,
15 linhas e responda: o que essa imagem representa para você?

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7. Material Complementar

Aqui você encontra alguns links que podem auxiliar na compreensão dos itens
desta unidade:

- O que é ética (Álvaro Valls) :


http://www.fara.edu.br/site/servicos/downloads/colecao/etica.pdf

- Qual a diferença entre ética e moral? (Gustavo Bernardo)


http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=68

- Ética, Gentileza e Cordialidade (Mario Sergio Cortella)


https://www.youtube.com/watch?v=GtcClwpYIOY

- As gerações dos direitos humanos e os desafios da efetividade (George Sarmento)


http://www.georgesarmento.com.br/wp-
content/uploads/2011/02/Gera%C3%A7%C3%B5es-dos-direitos-humanos-e-os-
desafios-de-sua-efetividade1.pdf

- O que é Direito? (Roberto Lyra Filho)


http://www.faculdadearaguaia.edu.br/site/servicos/downloads/colecao/direito.pdf

Obs.: Leia também os slides relativos à essa unidade.

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8. Referências

PESSANHA. Ética a Nicômaco; Poética - Aristóteles. Seleção de textos de José


Américo Motta. 4. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991.

COMPARATO, Fabio Konder. A afirmação histórica dos Direitos Humanos. São


Paulo: Saraiva, 2001.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro:


Ed. Objetiva, 2001.

CORTELLA. Mario Sergio. A ética e a produção do conhecimento hoje.


Disponível em:
<http://www.wellcom.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=266:a-
etica-e-a-producao-do-conhecimento-hoje-mario-sergio-
cortella&catid=50:comunicacao-e-cultura&Itemid=161>. Acesso em: 05 ago. 2016.

MICHAELIS. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em:


<http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php>. Acesso em: 08 ago.
2016.

MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2005.

REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva, 2002.

VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.

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