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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Bacharelado em Ciência Política


Bacharelado em Relações Internacionais

Material de disciplina
Videoaulas 1 a 6, com prof. Karla Knihs
GOMES, Eduardo Biacchi; MONTENEGRO; Juliana Ferreira. Introdução aos estudos de Direito Internacional.
Curitiba: Intersaberes, 2016.
Videoaulas 1 a 6
Rotas de Aprendizagem 1 a 6

Neste breve resumo, destacamos a importancia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao
contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteudo programatico da sua disciplina
nesta fase e lhe proporcionarao maior fixaçao de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema
avaliativo adotado pelo Grupo Úninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de
Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compoem o referencial teorico que
ira embasar o seu aprendizado. Útilize-os da melhor maneira possível.

Bons estudos!

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Sumário

Tema: Sociedade Internacional ........................................................................................................................................ 4


Tema: Direito Internacional.............................................................................................................................................. 5
Tema: Direito Internacional contemporaneo .................................................................................................................. 5
Tema: Sujeitos de Direito Internacional: Estados ........................................................................................................... 6
Tema: Reconhecimento de Estado ................................................................................................................................... 7
Tema: Sujeitos de Direito Internacional? Organizaçoes Internacionais ........................................................................ 7
Tema: Sujeitos de Direito Internacional: indivíduo ........................................................................................................ 9
Tema: Fontes de Direito Internacional ............................................................................................................................ 9
Tema: Fontes do Direito Internacional: Costume.......................................................................................................... 10
Tema: Fontes do Direito Internacional: Tratados ......................................................................................................... 11
Tema: Fontes do Direito Internacional: decisoes das Organizaçoes Internacionais .................................................. 13
Tema: Relaçao entre Direito Interno e Direito Internacional ....................................................................................... 13
Tema: Autodeterminaçao dos Povos .............................................................................................................................. 15
Tema: Nacionalidade ....................................................................................................................................................... 15
Tema: Condiçao do Estrangeiro ..................................................................................................................................... 16

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Tema: Sociedade Internacional

A sociedade internacional e universal, paritaria, aberta e descentralizada. Úniversal, pois,


abrange todos os sujeitos de direito internacional. Paritaria pois pressupoe uma igualdade
formal (igualdade jurídica) entre seus membros. Aberta por conta de nao existir um numero
fixo de membros da sociedade internacional, podendo contar com um maior ou menor numero
de atores internacionais. Por fim, e descentralizada por conta de nao haver na sociedade
internacional um poder soberano central, ou seja, nao ha um Poder Executivo, Legislativo ou
mesmo Judiciario na esfera internacional. Desta forma, “(...) podemos afirmar que existe uma
sociedade internacional porque existem relaçoes contínuas entre as diversas coletividades, que
sao formadas por homens que apresentam como características a sociabilidade, que tambem se
manifesta no mundo internacional. A sociabilidade nao existe apenas dentro das fronteiras de
um Estado, mas ultrapassa tais limites.” (MELLO, C.D.A. Curso de direito internacional
público. 12. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p. 48).

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O Realismo e talvez uma das teorias mais conhecidas das Relaçoes Internacionais, com
surgimento em oposiçao ao Idealismo. Possui como grandes autores desde Tucídides, na Grecia
Antiga, e Maquiavel, para atingir seu apice nas liçoes de Edward Carr e Hans Morgenthau. O
Realismo nao esquece que o Direito e a Política nao podem ser vistas de forma apartada, mas
peca por reduzir o Direito Internacional a um mero sistema de forças. Para vertente do
Realismo, o Direito Internacional serve aos interesses dos Estados, mormente os Estados com
maior poder. De forma geral, entretanto, os realistas vislumbram o Direito Internacional com
certo ceticismo, sendo que as normas que regem a sociedade internacional seriam normas, em
verdade, voltadas com o intuito de sobrevivencia dos Estados e manutençao do equilíbrio de
poder.

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Se antes a sociedade internacional se preocupava precipuamente com a questao da ordem


internacional, atualmente percebe-se que ela possui variados desafios, cada vez maiores tanto
quantitativamente quanto qualitativamente, o que pode ser explicitado pela globalizaçao e pela
interdependencia. Atualmente, os Estados, por si so, nao sao capazes de sobreviver com
autonomia plena dentro de uma conjuntura e de um cenario globalizatorio, como se
convencionou antes, na Paz de Westfalia (1648), que trouxe juridicamente a conceituaçao de
soberania como algo absoluto. Assim, atualmente a questao da soberania vem sendo repensada
e ate mesmo negada por muitos, bem como os Estados nao sao mais os unicos atores e sujeitos
de Direito Internacional Publico.

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Se antes a sociedade internacional se preocupava precipuamente com a questao da ordem


internacional, atualmente percebe-se que ela possui variados desafios, cada vez maiores tanto
quantitativamente quanto qualitativamente, o que pode ser explicitado pela globalizaçao e pela
interdependencia.
A capacidade de autonomia do Estado esta comprometida por novos tipos de desafios e
problemas que os Estados nao podem mais resolver por conta propria. A globalizaçao e a
interdependencia ajudam a aumentar tais desafios. A autoridade para resolve-los e cada vez
mais partilhada entre o nível local, nacional, regional e global.

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Tema: Direito Internacional

Desde os primordios da humanidade, quando entao viu-se a necessidade de agrupamentos e de


se ter uma vida em sociedade, pode-se encontrar o Direito Internacional Publico. Contudo, tal
ramo do Direito nao e o mesmo de antigamente, nao comportando os mesmos conceitos de
antes. E um Direito, pois, em constante transformaçao. Neste sentido, merecem ser destacados
os pressupostos de existencia do Direito Internacional, que sao: (1) pluralidade de Estados
soberanos; (2) comercio internacional; (3) princípios jurídicos coincidentes.

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Apesar de se encontrar as raízes do Direito Internacional desde o início da humanidade, a ideia


de Direito Internacional fica premente a partir 1648, quando na Paz de Vestfalia. Pouco
conhecemos sobre a historia do Direito Internacional oriental, em países e culturas tao diversas
quanto a ocidental. Muitos críticos das Relaçoes Internacionais afirmam que ate os dias atuais
o Direito e uma expressao do mundo ocidental e, principalmente, um produto dos Estados
desenvolvidos. Neste sentido, alguns autores chegam a afirmar que o Direito Internacional
classico pode ser considerado um direito cristao, europeu e ocidental. Isto porque a historia do
Direito Internacional, como conhecemos, ve-se que tal ramo jurídico tem suas raízes no direito
cristao e europeu. Tanto assim que se cunhou a partir de acontecimentos marcantes ocorridos
no ambito europeu, como a Paz de Vestfalia (1648), ocorrida na Europa e que traz a ideia de
Estados soberanos.

Tema: Direito Internacional contemporâneo

“Existem eventos que so se transformam em datas historicas tempos depois, quando, em


retrospectiva, atribui-se a eles uma importancia crucial para os rumos tomados pela Historia.
Mas ha tambem alguns fatos que ja nascem com a marca da mudança, tao evidente e a sua
importancia para os caminhos percorridos depois. Nem e preciso algum afastamento para
concluir que tal evento sera, para sempre, um divisor de aguas da Historia – um acontecimento
que, seja qual for a forma como venha a ser narrado o passado, jamais deixara de estar presente
na linha do tempo como um ponto de inflexao, de mudança de rumo. Este e, precisamente, o
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caso do 11 de setembro de 2001. Naquele final de inverno nos Estados Únidos, os norte-
americanos e o mundo viveram um dia que para sempre sera lembrado como historico – e
tambem como tragico”.
(AMORIM, Vitor. 11 de setembro de 2001: O maior atentado terrorista de todos os tempos. ÚOL
Educaçao, Pesquisa Escolar. Disponível em:
<http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/11-de-setembro-de-2001-o-maior-
atentado-terrorista-de-todos-os-tempos.htm>. Acesso em: 20 jul 2016).
Apos a ocorrencia dos atentados, os Estados Únidos iniciaram uma guerra ao terror,
considerando como inimigos, todos aqueles países que potencialmente fossem contra a
“democracia” norte-americana, o que legitimou intervençoes militares e invasoes norte-
americanas e trouxe ao Direito Internacional a existencia de novos valores. O episodio do 11 de
setembro e a atuaçao dos Estados Únidos trouxe a noçao de guerra preventiva, o que nao seria
permitido pelo Direito Internacional. As normas quanto ao uso da força tiveram que passar por
modificaçoes, bem como houve novas visoes por parte do Conselho de Segurança da ONÚ.

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Tema: Sujeitos de Direito Internacional: Estados

“Na formaçao da sociedade internacional, o primeiro elemento a tomar assento na condiçao de


sujeito de Direito Internacional foi o Estado, sendo que ate o início do seculo XX ele era tido
como o unico sujeito absoluto do direito das gentes, concepçao que foi ficando de lado desde a
eclosao da Primeira Guerra Mundial, quando começam a surgir no cenario internacional as
chamadas Organizaçoes Internacionais Intergovernamentais, e tambem quando os proprios
indivíduos começam a participar diretamente de alguns domínios internacionais ate entao
reservados exclusivamente aos Estados. De qualquer sorte, os Estados ainda sao os sujeitos
classicos (originarios) do ordenamento jurídico internacional. (...). Pode-se ainda dizer que os
Estados sao sujeitos "privilegiados" do direito das gentes, na medida em que tem a seu favor o
poder de decidir em aceitar ou nao certa norma jurídica internacional (v.g., quando ratificam ou
denunciam um tratado) e a competencia contenciosa da maioria dos tribunais internacionais
existentes”. (MAZZÚOLI, V.O. Curso de direito internacional público. 9. ed. Sao Paulo: Revista
dos Tribunais, 2015, p. 481).
Segundo a doutrina classica do Direito Internacional Publico, os tres elementos consitutivos do
Estado sao: (1) territorio, consistente na base física e espacial do Estado; (2) povo, como o
conjunto de nacionais pertencentes ao Estado e (3) governo, como sendo o responsavel pela
organizaçao da ordem interna e de seu povo.

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“(...) a ordem vestfaliana pautada nos princípios de autonomia e territorialidade - caracterizada
pela independencia política dos Estados e pela nao-intervençao nos assuntos domesticos uns
dos outros - foi, ao longo da Historia, constantemente comprometida em face da atraçao dos
Estados pela adesao a princípios alternativos que permitiriam a satisfaçao dos seus interesses,
bem como a consolidaçao das assimetrias de poder. Krasner (1996, p.150-151) destaca que,
como nao existe no sistema internacional uma autoridade suprema capaz de controlar ou de
impedir as açoes desses Estados, tais atores tiveram o incentivo e a oportunidade para violar
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princípios de autonomia e de independencia de açao de acordo com os seus interesses - muitas
vezes aderindo a princípios alternativos com o objetivo de maximizar seus ganhos e preservar
a estabilidade da ordem global - e seu poder”. (JESÚS, D. S. V. de. O baile do monstro: o mito da
paz de vestfalia na historia das relaçoes internacionais modernas. História, Sao Paulo, v. 29, n.
2, dez. 2010.).
Neste contexto, pode-se dizer que o Estado e o principal sujeito de Direito Internacional Publico,
por conta de uma serie de fatores: por exercer primazia em face dos “novos sujeitos”, alem de
exercer ampla atuaçao e possuir plena capacidade jurídica, sendo o principal detentor de
direitos e deveres na ordem internacional. No mais, vale lembrar que a figura do Estado esta
presente em toda historia de Direito Internacional Publico.

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Tema: Reconhecimento de Estado

Em 2008 o parlamento de Kosovo declarou unilateralmente sua independencia.


Internacionalmente, enquanto muitos Estados defenderam a possibilidade de tal declaraçao,
outros Estados, com medo de novas ocorrencias em regioes vizinhas, propugnaram
intensamente que Kosovo nao poderia ser considerado um Estado independente.
A independencia de Kosovo, em 2008, gerou uma serie de questionamentos por parte do Direito
Internacional, em especial no que se refere ao Reconhecimento de Estado. Isso porque o país
passou por uma declaraçao de independencia feita de forma unilateral, que foi aceita por certos
Estados (Estados Únidos, França, etc), mas negada por outros (como Espanha, Servia, Russia),
assim emitida ate por conta da possibilidade de abrir margem a criaçao de outros Estados O
caso chegou no ambito das Naçoes Únidas, eivado de muitas discussoes, como se Kosovo seria
mesmo um Estado ou nao e se poderia realizar um ato unilateral de independencia, etc. A Corte
Internacional de Justiça, entretanto, entendeu que a independencia unilateral, feita pelo
Parlamento de Kosovo, nao violou as normas internacionais.

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Tema: Sujeitos de Direito Internacional? Organizações Internacionais

“Indicado pela ONÚ (Organizaçao das Naçoes Únidas) como mediador entre os países arabes e
o Estado de Israel, criado quatro meses antes, em maio de 1948, o conde sueco Folke Bernadotte
e assassinado em 17 de setembro de 1948 por terroristas judeus em Jerusalem oeste.
Em fevereiro de 1945, Bernadotte, sobrinho do rei Gustavo V, havia conseguido libertar 30 mil
judeus dos campos de concentraçao alemaes.
O Conde Bernadotte era um diplomata sueco, fluente em seis idiomas, que ganhou
reconhecimento internacional mediante seu trabalho com o chefe da Cruz Vermelha sueca
durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 20 de maio de 1948, foi nomeado mediador pela Assembleia Geral da ONÚ e imediatamente
se viu diante da volatil situaçao no Oriente Medio.

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(...)”. (OPERAMÚNDI. 1948 - Conde sueco Folke Bernadotte e assassinado. Coluna Hoje na
Historia. Disponível em:
<http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/15257/hoje+na+historia+1948+-
+conde+sueco+folke+bernadotte+e+assassinado.shtml>. Acesso em: 21 jun 2016).
O caso Folke Bernadotte, decidido pela Corte Internacional de Justiça, refere-se a situaçao
ocorrida em 1948, quando entao um diplomata da Suecia, denominado de Folke Bernadotte,
estava a trabalho das Naçoes Únidas, para fins de mediar o conflito existente na regiao de Israel
e Palestina, e foi morto por israelenses. Questionou-se, entao, se haveria formas da ONÚ ter
danos reparados por Israel. A questao chegou a Corte Internacional de Justiça, que no caso
entendeu que a ONÚ teria personalidade jurídica de Direito Internacional, com capacidade para
os assuntos ligados as suas finalidade, bem como clarificou, em parecer consultivo, que a ONÚ
teria, sim, o direito de formular reclamaçoes internacionais para fins de reparaçao de danos.

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“As organizaçoes internacionais sao hoje parte central da política internacional e da vida social
em diferentes partes do mundo. A pratica profissional, a compreensao do mundo que nos cerca
e o exercício da cidadania exigem atençao ao tema.
Parte consideravel dos esforços da diplomacia de cada país se volta para a atuaçao dentro das
organizaçoes intergovernamentais. As forças armadas lidam com preparativos para operaçoes
de paz; em seu tratamento, podemos discernir normas internacionais sobre o uso de armas ou
o tratamento de prisioneiros de guerras geradas no ambito das organizaçoes internacionais.
Elas estao presentes em nosso cotidiano, em notícias que lemos e ouvimos sobre a participaçao
da ONÚ (Organizaçao das Naçoes Únidas) no processo de reconstruçao de Estados, sobre as
negociaçoes comerciais na Organizaçao Mundial do Comercio, (...)”. (HERZ, Monica et alii.
Organizações Internacionais: historia e praticas. 2ª ed., rev. e atual. – Sao Paulo: Elsevier,
2015, p. 09).
Sao as características principais de toda e qualquer organizaçao internacional: (1)
multilateralidade, pois derivam da vontade dos Estados; (2) permanencia, pois nao ha termo de
duraçao da organizaçao internacional intergovernamental; (3) institucionalizaçao, pois contam
com todo um aparato proprio.

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Atualmente ha de se considerar a importancia das organizaçoes internacionais ao Direito


Internacional, nao mais visto como um “Direito Estatal Externo”, como antes propugnaria Hegel.
Dotadas de variadas finalidades importantes, possuem a missao e o auxílio de enfrentar os
multiplos desafios da atualidade.
O que diferencia a personalidade jurídica das organizaçoes internacionais com a dos Estados e
que a personalidade jurídica das organizaçoes internacionais esta ligada aos objetivos e funçoes
descritos no ato constitutivo da organizaçao internacional. Alem disso, difere-se da
personalidade jurídica dos Estados pois as organizaçoes internacionais dependem deles para
existir, transformar-se ou extinguir-se. Ou seja, e uma personalidade jurídica dita derivada,
enquanto a personalidade jurídica do Estado e originaria.

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Tema: Sujeitos de Direito Internacional: indivíduo

Diferentemente do Direito Internacional tradicional (ou classico), atualmente o ramo do direito


que regula as relaçoes jurídicas existentes entre os sujeitos de direito internacional tem a tarefa
de cuidar e observar nao apenas os Estados, mas como tambem outros atores internacionais
dotados de personalidade jurídica. Para o Direito Internacional Publico contemporaneo, o ser
humano, enquanto indivíduo, pode ser sujeito de Direito Internacional. Isto porque dotado de
personalidade jurídica, ou seja, com aptidao para ser titular de direitos e de deveres. Contudo,
a capacidade e limitada e nao ampla como seria a dos Estados, o que faz com que o ser humano
seja apenas sujeito de direito internacional com relaçao a normas envolvendo direitos humanos.
A questao ainda e bastante debatida na doutrina, apesar de se reconhecer atualmente a
importancia dos seres humanos.

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Considerado um marco historico, o Tribunal de Nuremberg adveio em 1945, atraves do Acordo


de Londres, com o intuito maior de processar e de punir os maiores criminosos de guerra do
Eixo europeu, por conta do cometimento, durante a Segunda Guerra Mundial, de crimes contra
a paz, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
O Tribunal de Nuremberg e considerado como um marco importantíssimo dentro do Direito
Internacional Publico, uma vez que, desde entao, o indivíduo passou a ser considerado como
sujeito de direito internacional pelos defensores dos Direitos Humanos. Trata-se de um tribunal
constituído apos a 2ª Guerra Mundial, pelos aliados para julgar e punir os alemaes, sendo que
foi uma das unicas vezes em que a pessoa humana e levada a um tribunal internacional para
julgamento.

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Tema: Fontes de Direito Internacional

As fontes de Direito Internacional Publico sao os meios ou as formas pelas quais as normas do
DIP se manifestam. Ou seja, sao as referencias, os pontos norteadores, do Direito Internacional
Publico.
Segundo o Estatuto da Corte Internacional de Justiça, em seu artigo 38,
“A Corte, cuja funçao e decidir de acordo com o direito internacional as
controversias que lhe forem submetidas, aplicara:
a) as convençoes internacionais, quer gerais, quer especiais. que estabeleçam
regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma pratica geral aceita como
sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas Naçoes civilizadas;
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d) sob ressalva da disposiçao do art. 59, as decisoes judiciarias e a doutrina dos
publicistas mais qualificados das diferentes Naçoes, como meio auxiliar para a
determinaçao das regras de direito.
2. A presente disposiçao nao prejudicara a faculdade da Corte de decidir uma
questao ex aeque et bono, se as partes com isto concordarem”.

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Podemos observar que cada vez mais ha tratados internacionais no ambito do Direito
Internacional Publico, sobre os mais diversos temas, em predileçao as normas costumeiras, por
conferir maior segurança as partes, alem de outros motivos. Úm exemplo claro dessa
codificaçao e a Convençao de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969, que, cuida, como o
nome diz, da materia dos tratados internacionais.
Falar em crescente codificaçao do direito internacional significa o tratamento sobre
determinado tema do Direito em uma mesma norma jurídica, como um tratado internacional.
Muito embora nao se possa falar, dentro do direito internacional publico de uma verdadeira
codificaçao, ou seja, nao ha um Codigo de Direito Internacional, esta codificaçao, regulaçao em
normas, vem cada vez mais sendo utilizada pelo direito internacional, sobretudo apos a
Segunda Guerra Mundial, quando entao avultada a importancia dos Tratados Internacionais
para resolver determinado tema.

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Tema: Fontes do Direito Internacional: Costume

Datados desde muito tempo, justamente para regrar as relaçoes entre os Estados soberanos, os
costumes foram considerados a fonte principal do Direito Internacional classico e, inclusive,
servem de base para inumeros julgados ate os dias atuais, em que o tratado internacional
passou a ser a fonte principal do Direito Internacional.
Para o costume ser caracterizado como norma, sao necessarios dois elementos, o objetivo e o
subjetivo ou psicologico. Ou seja, o costume como fonte de Direito Internacional significa a
pratica reiterada (elemento objetivo) de determinados atos, aceitos por todos da sociedade
como obrigatorios (elemento psicologico, subjetivo, tambem denominado de opinio juris). Sua
comprovaçao na esfera internacional pode-se fazer mediante qualquer prova admissível em
Direito.

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Os Tratados Internacionais apesar de sua importancia, nao sao as unicas fontes do Direito
Internacional. Outrossim, a propria ideia de uma codificaçao do Direito Internacional Publico
ainda nao se concretizou de forma completa.
Neste contexto, o direito internacional consuetudinario e aquele composto sobretudo por
normas que se constituem costumes, assim entendidos como praticas reiteradas (elemento
objetivo) de determinados atos, aceitos por todos da sociedade como obrigatorios (elemento
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psicologico, subjetivo, tambem denominado de opinio juris), isto e, como sendo um direito,
existindo independentemente de disposiçoes escritas em tratados internacionais.

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Tema: Fontes do Direito Internacional: Tratados

Considerando o papel fundamental e importancia crescente dos tratados na historia das


relaçoes internacionais advem a Convençao de Viena de 1969, com a missao maior de codificar
a materia dos tratados internacionais, advem a Convençao de Viena de 1969, delimitando
conceitos, harmonizando procedimentos e clarificando a necessidade contínua de cooperaçao
pacífica.
Conforme nos diz a Convençao de Viena sobre Direito dos Tratados, artigo 2, um tratado
internacional e um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional, quer conste de um instrumento unico, quer de dois ou mais instrumentos
conexos, qualquer que seja sua denominaçao específica.

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Para que um tratado tenha força legal e produza efeitos jurídicos em ambito internacional, deve
obedecer algumas condiçoes, ou seja, alguns requisitos. Sao as chamadas condiçoes de validade
dos Tratados Internacionais, que deverao ser necessariamente observadas pelas partes. Tais
requisitos, ou condiçoes, sao: (1) capacidade das partes contratante, ou seja, as partes deverao
ser sujeitos de direito internacional publico e poder assinar tratados internacionais; (2)
habilitaçao dos agentes signatarios, o que significa que quem assina o tratado devera ter
poderes para tanto; (3) objeto lícito e possível, ou seja, o objeto do tratado nao podera violar as
normas internacionais existentes; (4) consentimento mutuo, ou seja, as partes devem consentir
na realizaçao do tratado. E expressao da vontade, livre e desimpedida.

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“A Camara dos Deputados aprovou o Acordo de Paris por unanimidade na noite de terça-feira
(12). O texto valida, em territorio nacional, o pacto mundial firmado pelo Brasil e mais de 190
países no fim do ano passado, na capital francesa. O objetivo da medida e conter a mudança do
clima ao estabelecer metas para limitar o aumento da temperatura.
O texto segue, agora, para o Senado Federal. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho,
classificou como um avanço a ratificaçao do acordo. A aprovaçao na Camara decorre de esforço
da Frente Parlamentar Ambientalista e da sociedade civil por meio da campanha “Ratifica Ja!”,
lançada ha cerca de um mes.
“Frente ao historico brasileiro de demora na ratificaçao de acordos socioambientais, esse foi um
grande avanço e uma sinalizaçao de que o Congresso tambem esta sensível a questao da
mudança do clima”, avaliou o ministro na abertura da reuniao do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), nesta quarta-feira (13).

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A expectativa e que a votaçao no Senado Federal ocorra sem quaisquer objeçoes apos o recesso
parlamentar. Com a iminente aprovaçao do texto na Casa, o Brasil estara entre as primeiras e
principais potencias a ratificarem o Acordo de Paris”. (PORTAL BRASIL. Acordo de Paris é
aprovado na Câmara dos Deputados: O texto segue, agora, para o Senado Federal. O objetivo
da medida e conter a mudança do clima. Publicado em 13 jul 2016. Disponível em:
<http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2016/07/acordo-de-paris-e-aprovado-na-
camara-dos-deputados>. Acesso em: 20 jul 2016).
Da leitura da notícia, percebe-se a importancia da ratificaçao de um tratado para o direito
interno e o direito internacional. A ratificaçao e a aceitaçao, adesao, do Estado ao tratado
internacional. Consiste em ato no qual o Estado estabelece seu consentimento em obrigar-se
por um tratado. Úma vez que representa aceitaçao definitiva, e a partir da ratificaçao que as
partes estarao vinculadas juridicamente, em torno de importantes temas e resoluçao de
desafios. Por isso mesmo, com a ratificaçao de um Tratado Internacional o Estado nao pode
invocar as disposiçoes de seu direito interno como justificativa para seu descumprimento, sob
pena de ser responsabilizado internacionalmente.

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Úm tratado internacional possui tanto fases externas, comuns a todos os Estados, quanto fases
internas, a depender do tratamento jurídico conferido por parte do direito interno de cada
Estado sobre o tema. No Brasil, as fases internas sao a ratificaçao parlamentar, a promulgaçao e
a publicaçao.
A promulgaçao e a publicaçao sao fases internas que servem para incorporaçao do tratado
internacional dentro do direito domestico brasileiro, necessarias para conferir eficacia ao texto
internacional. Ou seja, a e uma etapa em que se comanda a execuçao do tratado internacional
dentro dos limites da jurisdiçao da competencia estatal, enquanto a publicaçao e a etapa em que
se reconhece a possibilidade de aplicaçao do tratado no ambito interno do Estado.

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Úm tratado internacional possui tanto fases externas, comuns a todos os Estados, quanto fases
internas, a depender do tratamento jurídico conferido por parte do direito interno de cada
Estado sobre o tema. No Brasil, as fases internas sao a ratificaçao parlamentar, a promulgaçao e
a publicaçao.
De forma geral, na formalizaçao de um tratado internacional participam sempre o Poder
Legislativo e o Poder Executivo. Mais especificamente no caso do Brasil, o Poder Legislativo
participa na fase do referendo parlamentar, quando entao cabe ao Poder Legislativo brasileiro
verificar a viabilidade de adesao a determinado tratado internacional assinado pelo Poder
Executivo.

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As fases de conclusao dos tratados sao, grosso modo, as seguintes: (1) negociaçao; (2)
assinatura; (3) referendo parlamentar; (4) ratificaçao; (5) promulgaçao; (6) publicaçao; (7)
deposito ou registro.
A respeito da ratificaçao, e a partir da ratificaçao que as partes estarao vinculadas
juridicamente, pois representa a aceitaçao definitiva. Ademais, a ratificaçao e necessaria para
que um tratado internacional possa vir a ser aplicado no direito interno, nao havendo como se
cogitar em ato internacional que obrigue internamente antes da ratificaçao.

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Os Tratados Internacionais apesar de sua importancia, nao sao as unicas fontes do Direito
Internacional. Neste contexto, ha que se destacar a importancia tambem das decisoes
internacionais.
O estudo jurídico e formado por um tripe geral, qual seja: normas (ou, no direito interno,
legislaçao), doutrina e jurisprudencia. Sao as referencias que formam o Direito Internacional
Publico, o qual nao existe apenas em virtude de tratados internacionais ou apenas em razao de
costumes. A doutrina, assim como a jurisprudencia, apesar de nao criarem normas, sao fontes
auxiliares importantes.

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Tema: Fontes do Direito Internacional: decisões das Organizações Internacionais

Atualmente ha de se considerar a importancia das organizaçoes internacionais ao Direito


Internacional, nao mais visto como um “Direito Estatal Externo”, como antes propugnaria Hegel.
Dotadas de variadas finalidades importantes, possuem a missao e o auxílio de enfrentar os
multiplos desafios da atualidade. As decisoes das organizaçoes internacionais como fontes de
Direito Internacional sao importantes, pois apesar de nao se encontrarem inseridas no art. 38
da Corte Internacional de Justiça, que traz exemplos de fontes do Direito Internacional, as
decisoes das organizaçoes internacionais servem de guia ao Direito Internacional Publico.
Assim, as decisoes das organizaçoes internacionais sao importantes, como fontes, pois
representam os meios e as formas pelas quais os organismos das referidas organizaçoes
internacionais se manifestam. Alem disso, normalmente as decisoes, que sao proferidas dentro
das organizaçoes internacionais, obrigam os seus destinatarios, a exemplo maior das
Resoluçoes do Conselho de Segurança da ONÚ.

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Tema: Relação entre Direito Interno e Direito Internacional

“se as relaçoes entre o Direito Internacional e o Direito interno sao reguladas por normas
jurídicas, tais normas sao internacionais ou internas? Caso ambos os ordenamentos disciplinem
de maneira diferente a mesma situaçao jurídica, qual deles deve prevalecer? Úm tratado
internacional ja ratificado se aplica imediatamente no ambito interno ou depende de outras

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condiçoes colocadas pelo Direito interno para essa aplicaçao?” (MAZZÚOLI, V.O. Curso de
direito internacional público. 9. ed. Sao Paulo: Revista dos Tribunais, 2015, p. 92).
As teorias que tratam sobre o assunto da relaçao entre Direito interno ao Estado e Direito
Internacional sao de um lado o monismo e, de outro lado, o dualismo, cada qual com suas
respostas para relaçao entre Direito Internacional e Direito Interno. O monismo acredita que o
Direito Internacional e o Direito interno sao dois ramos do Direito dentro de um so sistema
jurídico, de modo que o Direito Internacional se aplicaria diretamente na ordem jurídica dos
Estados, independentemente de qualquer "transformaçao". Ja o dualismo designa o direito
internacional e o direito interno como dois sistemas diferentes que nao se comunicam.

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Conforme os artigos 27 e 46 da Convençao de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969):


“Artigo 27
Direito Interno e Observancia de Tratados
Úma parte nao pode invocar as disposiçoes de seu direito interno para
justificar o inadimplemento de um tratado. Esta regra nao prejudica o artigo
46.
(...)
Artigo 46
Disposiçoes do Direito Interno sobre Competencia para Concluir Tratados
1. Úm Estado nao pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se
por um tratado foi expresso em violaçao de uma disposiçao de seu direito
interno sobre competencia para concluir tratados, a nao ser que essa violaçao
fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu direito interno de
importancia fundamental.
2. Úma violaçao e manifesta se for objetivamente evidente para qualquer
Estado que proceda, na materia, de conformidade com a pratica normal e de
boa fe. (...)”.
A respeito da relaçao entre tratados internacionais e o direito brasileiro, deve-se destacar que
ha diferença de tratamento entre os tratados internacionais tradicionais ou comuns dos
tratados que versem sobre materia de direitos humanos. Quanto aos tratados internacionais
comuns nao ha dispositivo claro na Constituiçao sobre sua hierarquia, sendo que atualmente
possuem força de lei infraconstitucional, segundo a jurisprudencia brasileira. Ja quanto aos
tratados de direitos humanos, duas sao as possibilidades: a primeira e de que o tratado
internacional de direitos humanos, se cumprir os ditames da Constituiçao Brasileira no art. 5º,
§3º, podera ser tratado como se fosse uma emenda constitucional, ou seja, teria força maxima,
constitucional. Ja se nao seguir o rito previsto no art. 5º, §3º tera força supralegal, ou seja, acima
da lei mas abaixo da Constituiçao. Quanto ao relacionamento entre tratados, vale lembrar do
disposto da Convençao de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969), conforme
contextualizaçao, e o princípio do pacta sunt servanda.

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Tema: Autodeterminação dos Povos

O Caso da independencia da Argelia, nos anos 60, foi emblematico ao Direito Internacional
Publico. Tanto assim que a questao da vontade popular argentina pela independencia foi
internacionalizada, sendo que em 1960 as Naçoes Únidas, em Assembleia Geral, chegou a
reconhecer o direito a autodeterminaçao do povo argelino. Assim, em 1962, por meio de
referendo popular, a Argelia finalmente torna-se independente. Este e exemplo dentre muitos
de novos valores do Direito Internacional contemporaneo. Em breves palavras, pode-se afirmar
que o direito a autodeterminaçao explica que o Estado tem o direito de definir suas políticas
interna e externa, sem a interferencia de outros, mas dentro dos limites do Direito Internacional
Publico.

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Tema: Nacionalidade

Os criterios para aquisiçao, manutençao e perda da nacionalidade sao temas de soberania


exclusiva dos Estados, notadamente porque sao eles que, atraves de seus ordenamentos
jurídicos, os estabelecem. No caso do Brasil, tais criterios sao encontrados pela Constituiçao de
1988, assim como e importante o Estatuto do Estrangeiro, que estabelecesse a condiçao jurídica
do estrangeiro no Brasil.
A lei ordinaria nao pode, portanto, estabelecer distinçao entre brasileiros natos e naturalizados.
Em conformidade com os ditames do art. 12, §2º da Constituiçao brasileira, e expressamente
previsto que “a lei nao podera estabelecer distinçao entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos nesta Constituiçao”.

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Maria nasceu em 2016, no Rio de Janeiro. Seus pais, Kwan e Yang Mi sao da Coreia do Sul e
estavam passando as ferias no Brasil, que decidiram conhecer a turismo e para ver as
Olimpíadas.
Diante da situaçao acima exposta, Maria e considerada brasileira, pois conforme a Constituiçao
Brasileira todo aquele nascido no Brasil e brasileiro nato, ainda que possua pais estrangeiros.
No caso em tela, os pais nao estavam a serviço da Coreia do Sul (estavam a turismo), ao que
Maria sera considerada brasileira pelo criterio do jus solis.

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O conceito de nacionalidade constitui um dos elementos que identificam um povo a uma naçao,
sendo justamente o vínculo jurídico e político que une um povo a um Estado. No Brasil, a
Constituiçao da Republica Federativa de 1988 enuncia os modos de adquirir a nacionalidade
brasileira, originariamente ou, ainda, de forma secundaria.
A nacionalidade brasileira podera ser adquirida na forma originaria quando se obtem em
virtude do nascimento em solo brasileiro, conforme criterio do jus solis, ou, ainda, por meio de
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criterios de vínculos sanguíneos com o pai ou a mae (ou ambos). Tambem podera ser uma
nacionalidade secundaria ou adquirida, nos casos que resultem da escolha do indivíduo na
nacionalidade brasileira.

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Os criterios para aquisiçao, manutençao e perda da nacionalidade sao temas de soberania


exclusiva dos Estados, notadamente porque sao eles que, atraves de seus ordenamentos
jurídicos, os estabelecem. Alem disso, apesar de se guiar pelo criterio da igualdade e da
proibiçao de diferenciaçao entre brasileiro nato e naturalizado, a Constituiçao Brasileira
estabelece expressamente algumas situaçoes ligadas a sua soberania que sao destinadas
somente a brasileiros natos.
Segundo a Constituiçao brasileira, os cargos que somente brasileiros natos poderao exercer no
Brasil, segundo o que dispoe o art. 12 da Constituiçao (cargos privativos de brasileiros natos):
• presidente e vice-presidente da Republica;
• presidente da Camara dos Deputados;
• presidente do Senado Federal;
• ministro do Supremo Tribunal Federal;
• carreirista diplomatico;
• oficial das Forças Armadas;
• ministro de Estado da Defesa.
Os membros do Conselho da Republica, por força do art. 89, VII da Constituiçao Federal, tambem
devem ser brasileiros natos.

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Tema: Condição do Estrangeiro

O instituto jurídico do asilo, que nao se confunde com o refugio, e figura famosa na America
Latina e regulada tanto por meio do Direito Internacional Publico, a exemplo maior da
Convençao sobre Asilo Territorial, assinada em Caracas em 1954, como por meio do Estatuto
do Estrangeiro, que cuida da condiçao do asilado.
Com os mesmos pressupostos, natureza política dos delitos atribuídos ao fugitivo e a atualidade
da persecuçao (estado de urgencia), o asilo territorial e o asilo diplomatico encontram suas
disposiçoes nas Convençoes de Caracas sobre Asilo Territorial e Asilo Diplomatico, ambas
celebradas no ano de 1954. A concessao do asilo diplomatico e transitoria e provisoria, e se da
quando o Estado que concede o asilo permite a entrada da pessoa solicitante em sua embaixada,
consulado, navios de guerra, aeronaves ou acampamentos militares, sendo medida de carater
excepcional. Ja o asilo territorial O asilo territorial trata-se da condiçao atraves da qual o asilado
obtem a referida condiçao, dentro do Estado concessor do asilo.

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“Mafioso italiano casa e tem filhos no Brasil antes de virar informante:
Um dos mais importantes membros da máfia siciliana Cosa Nostra, Tommaso Buscetta foi preso
em 1972 pela polícia brasileira, quatro anos após ser condenado por duplo homicídio na Itália.
Extraditado, foi condenado por tráfico de entorpecentes, mas fugiu novamente para o Brasil, onde
casou e teve filhos. O italiano foi novamente preso em 1983.
Em 1985, foi extraditado pela Justiça Brasileira e, após uma tentativa de suicídio que fracassou,
decidiu se tornar informante, sendo o primeiro a quebrar o código de silêncio dos mafiosos. Ao juiz
Giovanni Falcone, Buscetta deu informações preciosas sobre a Cupola, formada pelos principais
membros da Cosa Nostra. Marcado para morrer - assim como Falcone, assassinado em um ataque
a bomba -, passou por diversas cirurgias plásticas e morreu em 2000, nos Estados Unidos”.
(TERRA. Extraditados pela Justiça Brasileira. Disponível em:
<http://www.terra.com.br/noticias/infograficos/extraditados/>. Acesso em: 22 jul 2016).
Extradiçao e a entrega, por um Estado a outro, e a pedido deste, de pessoa que em seu territorio
deva responder a processo penal ou cumprir pena, sendo o ato de extradiçao de natureza
jurídica, política e judicial.

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