Discovery Publicações - Dossiê Máfia - Fev24

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As organizações criminosas
mais famosas do mundo
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Sumário
Origem e surgimento da máfia............................................... 9
A máfia Albanesa ..................................................................... 15
A máfia Chinesa - Tríade........................................................ 19
A máfia colombiana ................................................................ 23
A máfia italiana ........................................................................ 29
A máfia Japonesa ..................................................................... 37
A máfia mexicana .................................................................... 43
A máfia russa............................................................................ 49
A máfia sérvia .......................................................................... 55
Os gangsteres mais famosos ................................................... 61
Os melhores filmes sobre as máfias ....................................... 71
Referências ............................................................................... 80
Introdução
No Dossiê Máfia você encontrará várias curiosidades e informa-

ções sobre as maiores, e mais poderosas, organizações criminosas
do mundo. Em destaque, temos a máfia Italiana com suas facções,
como a Cosa Nostra - que nasceu na Sicília - A Camorra, de Ná-
poles e a Ndrangheta, da Calábria; a máfia Russa, uma das mais
conhecidas internacionalmente pelo seu comando mundial em
tráfico de armas, venda de pedras preciosas e cassinos; a máfia
Japonesa, que possui grande influência política dentro e fora de
seu país; e as organizações chinesa, sérvia, colombiana, mexicana
e albanesa, todas com suas peculiaridades, diferentes estruturas
e atuantes nos mais diversos negócios ilícitos, como prostituição,
jogos, lavagem de dinheiro, extorsão, corrupção e tráfico de dro-
gas, órgãos e pessoas.
Além disso, o livro traz perfis dos maiores gangsteres da histó-
ria, como Pablo Escobar, o chefe da máfia na Colômbia; Alphonse
Gabriel Capone, conhecido mundialmente como Al Capone, da
Itália; Meyer Lansky, considerado um dos mais famosos gângs-
teres russo-americano; Frank Lucas, um dos maiores traficantes
de drogas norte-americanos, que operava no Harlem, durante o
final da década de 60; e Carlo Gambino, que comandou uma das
maiores famílias criminosas nos Estados Unidos.
O dossiê também destaca as principais produções cinematográfi-
cas que abordam o tema: máfia, com personagens inspirados em
gangsteres da vida real. Entre os filmes mais famosos estão: O Po-
deroso Chefão, de Francis Ford Coppola; Pulp Fiction - Tempo
de Violência, de Quentin Tarantino com John Travolta, Samuel L.
Jackson, Uma Thurman e Bruce Willis; Operação França, de Wil-
liam Friedkin; entre outros sucessos que conquistaram a crítica e
o público, relatando, com veracidade, as atividades dos grupos cri-
minosos e a violência praticada pelos membros das gangues que
espalham medo e violência em diversos países pelo mundo todo.
Dossiê Máfia
Origem e
surgimento
da máfia
A palavra “máfia” foi tirada do adjetivo siciliano mafiusu, que tem

suas raízes no árabe mahyas, que significa “alarde agressivo, jac-
tância” ou marfud, que significa “rejeitado”. Traduzido livremente,
significa: bravo. Segundo o etnógrafo siciliano Giuseppe Pitrè, a
associação da palavra com a sociedade criminosa foi feita em 1863
com a peça “I mafiusi di la Vicaria” (O Belo Povo da Vicaria) de
Giuseppe Rizzotto e Gaetano Mosca, que retratava as gangues cri-
minosas na prisão de Palermo.
Distribuição 100%Origem
gratuita - Clube de Revistas
e surgimento da máfia
Apesar de as palavras máfia e mafius não serem mencionadas na

peça, elas foram usadas no título para chamar atenção do públi-
co. Consequentemente, a palavra “máfia” foi criada na ficção e,
inspirada pela realidade, passou a ser utilizada para descrever os
grupos de crimes organizados.
Existem inúmeras histórias sobre o surgimento das máfias, mas a
primeira aparição legítima da palavra foi em 1865, quando o chefe
da polícia de Palermo mencionou, em um relatório, o crescente
poder da organização criminosa. No entanto, essas organizações
têm suas raízes bem mais remotas, quando, no século XIX, a di-
nastia Borboun tentara restringir o poder dos barões e impor a
noção de autoridade central na Sicília.
A ausência de uma verdadeira reforma agrária, que mudaria o
fato de as partilhas sempre favorecerem o patrimônio dos gran-
10 des proprietários, acabou criando um clima de tensões políticas
e sociais, gerando sucessivos tumultos e revoluções nos anos de
1820, 1837 e 1848. E, por isso, estudos mostram que os bandidos
passaram a formar os pilares das famílias mafiosas que seguiam as
atividades ilegais.
Porém, a Máfia não foi apenas uma evolução do banditismo, mas
o desenvolvimento do mecanismo criado pelos Borboun que
abriram mão do monopólio do estatal e terceirizaram sua autori-
dade, assim como os barões e os grandes proprietários que tam-
bém preferiam fazer justiça com as próprias mãos. Nesse sistema,
a administração da ordem pública se tornou precária e instável,
desencadeando o surgimento da honorável sociedade.
A máfia se legitimou definitivamente, em 1862, quando Giuseppe
Garibald conquistou a ilha, tirando-lhe das mãos dos Bourbon,
Dossiê Máfia
trazendo uma nova esperança para a população que, no entan-

to, logo foi perdida ao perceber que a revolução de 1860 lhe foi
retirada ao se instaurar o serviço militar obrigatório. Isso gerou
a separação entre o governo e a população, levando milhares de
desertores a se rebelarem na Sicília.
Em 1880, houve mais um passo para a legitimação dos organiza-
ções violentas com a parceria entre o crime e os políticos. Após
a instauração da democracia e o hábito dos governos em delegar
poderes às classes políticas locais, a Máfia se tornou poderosa e
capaz de sobreviver por séculos. Espalhou-se pelo mundo che-
gando, primeiramente, à América do norte, quando milhões de
imigrantes italianos, que eram, em sua maioria, camponeses de-
senraizados expulsos de suas terras, reuniram-se nos bairros mais
pobres das principais cidades, como Boston, Nova York e Filadél-
fia onde buscavam recriar o seu país dentro da América. 11
Desta forma, a comunidade imigrante impôs o sistema de clãs que
havia há séculos na Sicília, mas passou por grandes transforma-
ções, uma vez que os imigrantes italianos tiveram que enfrentar
seus predecessores irlandeses, alemães e judeus que já ocupavam
os melhores lugares no novo país. E a única maneira para comba-
tê-los era a violência.
Como os italianos eram mais influentes que seus compatriotas,
impuseram-se sobre os demais, oferecendo-lhes trabalhos e em-
préstimos que permitiam a realização de atividades ilícitas, como
jogatina, tráfico de drogas e comércio de bebidas. Até o ano de
1910, a Máfia americana limitava-se aos imigrantes sicilianos, co-
nhecidos como “Mão Negra”, grupo formado por várias famílias
que recorriam à extorsão e intimidação, onde as lutas internas
eram resolvidas com assassinatos e execução.
Dossiê Máfia
No início do século, os negócios ilícitos começaram a ganhar for-

ça e a se infiltrar em setores sem dono. Em 1904, Mont Tennes
Mont Tennes ficou conhecido como o rei do jogo em Chicago,
com vários saloons na cidade, enquanto Big Jim Colosimo, tam-
bém em Chicago, fazia fortuna com a prostituição.
No período entre-guerras, temos a década de 1920 dominada pela
América conservadora, quando foi imposta a Lei Volstead com
a proibição da venda e transporte de bebidas no território dos
Estados Unidos. Com isso, abriu-se a porta para a ilegalidade da
qual os mafiosos se aproveitaram para implantar a distribuição
em pontos cruciais das principais capitais do país. Grande parte
das bebidas vinha do Canadá, onde se constituíram grupos rivais
e gangues dirigidas por gangsteres, muitos deles se tornaram fa-
mosos, como John Torrio e Al Capone.
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Dossiê Máfia
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Dossiê Máfia
A máfia
Albanesa
Na Albânia há diversos grupos criminosos que atuam na Europa,

Estados Unidos, Ásia e Oriente Médio. A máfia Albanesa está en-
volvida em diversos ramos de atividades, como tráfico de pessoas,
armas, drogas e órgãos e, segundo relatórios do WikiLeaks, a or-
ganização também possui ligações com políticos e outras famílias
do mundo criminal. Na Itália, por exemplo, os mafiosos albaneses,
A máfia albanesa
juntamente com as máfias italianas, enviam mulheres e drogas ao

sul do país, além de se aliarem aos grupos extremistas dos países
árabes com o objetivo de traficar armas de destruição em massa.
Os clãs albaneses são conhecidos por suas violentas vinganças
que espalham o medo por todo o país. Os princípios da orga-
nização são baseados em um código de honra conhecido como
Canon, que significa: “palavra dada, palavra cumprida”. O ter-
mo, surgido no século XV, conhecido por “Bajrak”, era utilizado
pelas famílias da região. A máfia usava o código para legitimar
uma execução ou vingança.
No país, o crime organizado tem duas ramificações: a máfia al-
banesa, com sede em Tirana, e a máfia cossovar, com sede em
Pristina. As duas são responsáveis pelos principais conflitos entre
Kosovo e Albânia.
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O grupo albanês atua nos Estados Unidos com lavagem de dinhei-
ro e sob o comando de Zef Mustafa, um dos mais notórios che-
fões norte-americanos. Além disso, o grupo age com o tráfico de
drogas no território que compreende desde a Suécia até a Bélgica.
Entre as autoridades do bando estão os mafiosos Naser Xhelili,
conhecido como “Conexão Albanesa” pelas autoridades suecas, e
Kapllan Murati, chamado de “Rei da Fuga” - um dos nomes mais
infames da Bélgica. A máfia albanesa também gerencia a prosti-
tuição pela Europa e aliou-se as organizações italianas no controle
do comércio de heroína e maconha.
Já máfia cossovar também possui conexões internacionais, mas
atua, principalmente, no comércio ilegal de armas. Na década de
90, chegou a unir-se ao grupo Apúlia, do Sul da Itália, que mais
tarde foi chamado de Sacra Corona Kosovara.
Dossiê Máfia
A máfia albanesa
Entre os anos de 2008 e 2010, o primeiro-ministro de Kosovo,

Hashim Thaçi, foi investido e descobriu-se que ele estava por trás
de uma grande rede de tráfico internacional de armas, drogas e
órgãos humanos. Apesar disso, sua carreira política não foi afe-
tada e Traçi permanece no governo, servindo como ministro de
Relações Exteriores e vice-primeiro-ministro.
Apesar de não ser tão famosa quanto às máfias italiana, russa ou ja-
ponesa, a máfia albanesa está entre as maiores e mais ricas organi-
zações criminosas do mundo. Com grande capacidade estratégica,
além de uma estrutura diversificada e complexa, os grupos da Al-
bânia têm se espalhado pelo mundo, feito vítimas e administrando
suas atividades ilegais de forma silenciosa, mas não pouco violenta.
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Dossiê Máfia
A máfia
Chinesa -
Tríade
A Tríade Chinesa é um dos mais poderosos grupos criminosos
do mundo, inclusive no Brasil, e movimenta milhões com falsifi-
cações e contrabando, além da execução de serviços ilícitos como
prostituição, extorsão, tráfico de drogas, espionagem e assassinato.
Os grupos surgiram no país no século XVI, mais especificamente
durante a guerra entre Hans e Manchus, quando o primeiro grupo
fundou a “Sociedade do céu e da Terra” com objetivo de expulsar e
combater os invasores Manchus, criadores da dinastia Qing.
A máfia chinesa - Tríade
Essas sociedades ganharam força e foram batizadas de Tríades

pelas autoridades inglesas, devido ao símbolo que eles usavam
e que indica as três forças primárias do universo, o céu, a terra
e o homem. As organizações se espalharam pela China, geran-
do pequenos grupos, como, por exemplo, a Sociedade das Três
Harmonias, que tinha como símbolo um triângulo, normalmen-
te acompanhado de fotos de Guan Yu, um dos guerreiros mais
temidos da antiga China.
Com a vitória do Partido Comunista Chinês, que assumiu o poder
na China em 1949, a lei tornou-se mais rigorosa e as organizações
criminais migraram para Hong Kong. Em um ano, já possuíam
em torno de 300 mil membros apenas na colônia. E nove gru-
pos dividiam o poder na cidade: Rung, Tung, Chuen, Wo Hop To,
14K, Luen, Shing, Sun Yee On e Wo Shing Wo. Cada uma dessas
20 organizações contava com bases de atividades próprias e um sis-
tema de hierarquia social.
Em 1956, o governo e a polícia fecharam o cerco apresentando
planos mais rigorosos e reduzindo as atividades ilegais promovi-
das pela máfia chinesa. Porém, desde a década de 80, as Tríades
mais poderosas em Hong Kong possuem alianças com magnatas
e até políticos.
Assim como todo organização, esses grupos têm funções e hie-
rarquias. E ainda sobrevivem punindo os seus seguidores, muitas
vezes, deixando-os a pão e água, além de realizar torturas, como
queimaduras severas e amputações de dedos das mãos e pés.
No caso da máfia chinesa ela é dividia em três níveis:
1 - “Cabeça de Dragão”, o grande chefe; “Mestres de Incenso”,
responsáveis pelo ritual de iniciação dos novatos; e os “Patru-
Dossiê Máfia
A máfia chinesa - Tríade
lheiros do Vento”, encarregados das pesquisas sobre a vida dos

novos integrantes.
2 - “Leque de Papel Branco”, que faz o controle financeiro; “San-
dália de Palha”, que organiza encontros secretos; e o “Bastão Ver-
melho”, mestre em artes marciais que cuida da defesa e do ataque.
3 – Construído pelos “Sze Kau Tsai”, membros mais comuns; “Cho
Hun”, os chefes locais; “Lanternas Azuis”, os calouros da máfia.
Atualmente as mais importantes tríades chinesas são:
Sun Yee On: um grupo com cerca de 60 mil membros que atua no
entorno Asiático e nos Estados Unidos, por meio da indústria do
cinema e investimentos em bares com lavagem de dinheiro. Outro
canal são os portos e aeroportos, pelos quais traficam entorpecen-
tes e seres humanos, em parceria com agentes público corruptos.
Sap Sze Wui: o grupo possui aproximadamente 20 mil aliados, 21
formado por 30 clãs que agem na Ásia, Austrália, Estados Unidos,
Canadá, Paraguai, Grã-Bretanha e nos Países Baixos com a práti-
ca de tráfico de pessoas e drogas, além de fraudes com cartões de
crédito e usura.
Ho Chi Tau: conhecido como Cartel Wo, o grupo é constituído
por 40 mil membros que atuam, principalmente, na China Con-
tinental, Estados Unidos e Canadá praticando os mesmos crimes
que as duas organizações citadas acima.
Tai Huen Tsai: considerado o único de grande porte na China
Continental, o grupo atua dentro da Austrália e Hong King, além
do Canadá, onde pratica tráfico de pessoas.
Dossiê Máfia
A máfia
colombiana
A máfia colombiana é formada pelos poderosos cartéis de drogas

e sua ascensão se divide em três momentos históricos. O primei-
ro deles é constituído pela chegada da planta marijuana à Costa
Atlântica e o surgimento dos chamados “capôs da marimba” - que
costumavam exibir relógios, colares e pulseiras de ouro para mos-
trar suas condições financeiras como novos ricos para todos. Es-
A máfia colombiana
ses capos começaram a criar grupos armados que passariam, mais

tarde, a ser conhecidos como “sicários”.
A segunda fase acontece na década de 1980, quando com a che-
gada da febre da cocaína deu início a produção e comércio da
folha da coca, que rendia lucros altíssimos. Desta forma, as má-
fias consolidaram-se rapidamente com a enorme imigração dos
colombianos para os Estados Unidos, resultando na criação do
grupo dos Medellín, que controlavam as atividades comandadas
por Pablo Escobar.
A terceira etapa baseia-se no negócio da papoula, uma planta que
também produz outros entorpecentes, como o ópio e a heroína.
A erva chegou à Colômbia por meio dos afegãos e paquistaneses,
eles entraram no país via Peru, Equador ou Bolívia e passaram a
ensinar aos cartéis de Cálli o cultivo da papoula.
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O aumento no consumo de cocaína, marihuana e outras drogas
impulsionaram a consolidação dos cartéis, que se organizavam
em grupos maiores e se espalharam pelo país. Durante as décadas
de 1990 e 2000, vários desses criminosos se infiltraram nas insti-
tuições do Estado e firmaram alianças com outros grupos fora da
lei, incluindo guerrilhas e paramilitares.
O tráfico de drogas influenciou também muitos conflitos entre
movimentos guerrilheiros, como as Forças Armadas Revolucio-
nárias da Colômbia (FARC) e o Exército de libertação Nacional
(ELN), além dos grupos paramilitares, como a Autodefesas Uni-
das da Colômbia (AUC) e as Águilas Negras.
As FARC eram o principal responsável pelos movimentos rela-
cionados ao cultivo e tráfico de entorpecentes, e a inclusão da
Dossiê Máfia
A máfia colombiana
guerrilha desencadeou uma série de problemas, principalmente,

com a implantação dos impostos revolucionários, o grupo ar-
mado chegou a cobrar 40 mil dólares, por mês, para o funciona-
mento de laboratórios.
Com a queda das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), em
2006, os grupos emergentes na Colômbia (BACRIM) recupera-
ram o controle de todas as atividades criminosas. A formação des-
ta organização resultou em centenas de vítimas e na instabilida-
de de diversos setores comerciais. Com isso, foram estabelecidas
alianças com outros grupos e gangues criminosas, como as FARC
- para o controle, principalmente, do cultivo e tráfico de drogas,
atividade muito rendável para essas organizações.
Com o aumento do tráfico de drogas e sua disseminação, os Esta-
dos Unidos e alguns países europeus têm realizado medidas para
combater os grupos ilegais. Um dos programas mais eficazes é o 25
“Plano Colômbia” que visa não apenas acabar com a exportação
ilegal, mas, também, eliminar os grupos armados e terroristas. Po-
rém, apesar desses programas, a Colômbia continua sendo líder
na produção mundial de cocaína com, aproximadamente, 70% da
distribuição total do mundo e 90% do processamento, segundo
fontes do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em 2004.
Os principais cartéis são:
Cartel de Medellín: uma rede de traficantes de drogas que sur-

giu na cidade de Medellín, de onde se origina seu nome. O grupo
fundado e dirigido pelo irmãos Ochoa Vázquez, Jorge Luis, Juan
Dossiê Máfia
A máfia colombiana
David e Fabio, juntamente com Pablo Escobar, atuou na Colôm-

bia, Bolívia, Peru, Honduras, Estados Unidos, Canadá e na Euro-
pa faturando cerca de 60 milhões de dólares.
O cartel era responsável pela maior parte das exportações de drogas
para o México, Porto Rico e Republica Dominicana, mas perdeu
força após a captura e morte de muitos dos seus líderes. No entanto,
alguns remanescentes continuam ativos no mundo das drogas.
Cartel de Cáli: localizado na região sul da Colômbia, era um

cartel de drogas chefiado pelos irmãos Gilberto e Miguel Rodrí-
guez Orejuela. Segundo estimativas, o grupo chegou a controlar
80% das exportações de cocaína do país, principalmente após o
enfraquecimento do Cartel de Medellín.
26
Cartel do Vale do Norte: esse grupo se expandiu em meados
dos anos 1990, devido à fragmentação dos cartéis de Medellín e
Cáli. O Vale do Norte é, hoje, uma das organização mais pode-
rosas a frente das atividades do tráfico de drogas. Há relatos que
os membros da gangue contrataram os serviços das Autodefensas
Unidas de Colômbia (AUC) para proteger as rotas do cartel e seus
laboratórios, além de seus membros e associados.
Cartel da Costa ou Cartel da Costa Norte: um quartel que

atuou no norte da Colômbia, entre 1980 e 2010, controlando prin-
cipalmente o fluxo ilegal do tráfico de drogas na área da Costa do
Caribe Colombiano, regiões da Colômbia e países vizinhos, além
da produção local.
Dossiê Máfia
A máfia colombiana
27
Dossiê Máfia
A máfia
italiana
Foi a máfia italiana quem deu origem às organizações criminosas

em todo o mundo. A máfia surgiu no sul da região italiana duran-
te a era medieval, e seus fundadores eram trabalhadores do campo
que arrendavam propriedades dos grandes senhores feudais, de-
sencadeando diversos roubos a saques a essas propriedades.
A máfia italiana
E, assim, a organização recém-nascida seguiu exercendo ascen-

dência sobre membros do governo - responsáveis pelas tomados
de decisão crucial, além de dominar os contrabandos de merca-
dorias e cigarros, bem como armas para se defenderem. Com a
pressão das autoridades, o grupo passa a subornar e compactuar
com integrantes da Justiça que fecham os olhos para os crimes.
Na Itália, diversas facções tornaram-se célebres, tanto na vida real
quanto nas telonas, tais como: Cosa Nostra, que nasceu na Sicília;
A Camorra, de Nápoles e a Ndrangheta, da Calábria.
A Cosa Nostra, maior grupo mafioso italiano, tem sua história di-
vidida em quatro momentos: o primeiro quando o rei de Nápoles
expediu um decreto para eliminar as forças populares, em 1812,
principalmente, a fim de reduzir o poder dentro da Sicília. Desta
forma, os senhores feudais contrataram segurança para resistirem
30 ao decreto. Esses homens criaram uma espécie de sociedade se-
creta que se denominava “Máfia”. Porém, ainda não se tratava de
um grupo mafioso estruturado.
Após a queda do reinado de Nápoles, surge uma segunda fase:
quando essas sociedades passaram a lutar contra as dinastias
espanholas e francesas. Com isso, a máfia deixou de ser uma
sociedade secreta e tornou-se um grupo de resistência aos in-
vasores, ganhando, assim, a simpatia da população. A partir de
então, a máfia passou a contar com mais de 100 mil camponeses
que se rebelaram contra Roma, criando uma base de lealdade
sanguínea e a cultura de obediência às regras da família. Neste
momento, a defesa da honra representava sobrevivência, e a luta
era, principalmente, contra os proprietários de terras – o que
termina com a derrota dos movimentos camponeses e o surgi-
mento do setor produtivo.
Dossiê Máfia
A máfia italiana
No entanto, todo esse processo resulta na miséria que abate todo

o sul do país, fazendo com que os mafiosos partam para outras
regiões em busca de melhores condições de vida. Esses criminosos
se reorganizam, como forma de autodefesa, realizando diversos
crimes. Em 1890, a máfia já era uma sociedade poderosa e agia in-
ternacionalmente com manobras financeiras e outras ações ilícitas.
Estruturada e financeiramente ativa, a organização firmou sua
sede na Silicia, local de onde controlavam todas as atividades.
E, assim, acontece a terceira fase, com a expansão de seus negócios
ilícitos para os Estados Unidos, onde, a princípio, os grupos eram
formados por parentes ou conhecidos. Durante a década de 1960,
os mafiosos inseriam-se, especialmente, no setor cível. Porém, no
início dos anos 1970, há uma transformação e a máfia passa de
empreendedora a financeira, considerada a quarta e última fase de
estruturação da família criminosa. 31
No início, a Cosa Nostra atua em grandes negócios de contraban-

do de cigarro e com corrupção em obras públicas, posteriormente,
seu principal negócio passa a ser o tráfico de entorpecentes, que
a fez faturar muito dinheiro. Entre 1940 e 1990, adquirem poder
junto a Roma, controlando até mesmo as eleições na Sicília.
A Cosa Nostra possui hierarquias e é extremamente organizada.
A Família é base de toda a organização, e ela controla um bairro
ou uma cidade inteira, constituída por homens de honra, “solda-
dos” agrupados em número de dez. Cada um dos grupos possui
um chefe chamado de “capodecina” e cada membro elege um Ca-
po-Família, que é auxiliado por um “Consigliere”.
Dossiê Máfia
A máfia italiana
A principal organização criminosa é conhecida também por exer-

cer forte domínio territorial, aqueles que pagam a máfia são pro-
tegidos e os que não pagam recebem ameaças e são violentamente
agredidos pelos membros da família. Além de possuir forte alia-
dos na política por meio de subornos e corrupção.
A Camorra é um grupo mafioso, nascido em Nápoles, em meados
do século XIX. Este grupo é considerado o único proveniente de
um meio urbano. A organização atua em diversos ramos do crime
e possui aproximadamente 110 famílias em suas operações, so-
mando mais de 7 mil colaboradores.
O grupo nasceu entre as quadrilhas da famosa “malavita” e, como
já dito, diferente das demais, que surgem em territórios rurais. A
Camorra é totalmente urbana e também se difere por não possuir
uma organização e uma linha hierárquica como a máfia siciliana.
32
A organização controla todo seu território bem de perto, por miro
de seus informantes junto às classes sócias mais pobres, atuando
em diversas atividades ilícitas, como jogo clandestino, fraude na
importação de carne, tráfico de drogas, contrabando de cigarros e
o monopólio da produção de cimento em Campânia.
Nos anos 60, houve uma tentativa de unir os clãs com o objetivo
de organizar melhor o contrabando de tabaco, porém a missão fa-
lhou. E em meados dos anos 70, Raffaele Cutolo criou uma Nova
Camorra Organizada. Entretanto, os inimigos de Cutolo, princi-
palmente os clãs comandados por Zaza, rei do contrabando de
cigarro norte-americano na Itália, entraram em guerra contra a
Nova Camorra e cada grupo passou a controlar seu território de
forma autônoma.
Dossiê Máfia
A máfia italiana
Em 2004, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro Giovanni Fal-

cone (IBGF), apontavam que a Camorra chegou a movimentar
500 mil euros, por dia, com mercado de drogas.
Ndrangheta, a mais poderosa máfia italiana, nasceu na Calábria e
atua dentro do estado, da maçonaria e, amplamente, na política.
Apesar de não ser tão famosa quanto a Cosa Nostra, possui um
sistema fortíssimo e impenetrável. Os membros da organização
são todos familiares. A estrutura formada pelo bando é baseada
em famílias de sangue (chamam ‘Ndrine’), o que torna a lealda-
de ainda mais forte e quase nenhum membro desiste ou trai. Há,
aproximadamente, seis mil integrantes que controlam todas as ro-
tas de drogas na América e da África.
Em 1992, após os massacres da Cosa Nostra, a máfia calabresa foi
quem salvou o crime organizado dentro da Itália, crescendo, des-
preocupadamente, enquanto o Estado fechava os olhos para suas 33
atividades. Até mesmo os assassinatos cometidos pela Ndrangheta
foram deixados de lado, em 1989, Ludovico Ligato, ex-presidente
das ferrovias do estado, foi morto em Reggio Calabria, e, em 1991,
Antonio Scopelliti, vice procurador geral da cassação, foi assassi-
nado e a culpa recaiu sore os sicilianos.
Apenas no ano de 2005, foi com a execução do vice-presidente
do Conselho Regional da Calábria, Francesco Fortugno, que a
Ndrangheta passou a ser considerada problemática. Outro grande
erro dos criminosos acorreu em agosto de 2007, quando aconte-
ceu o “massacre de Duisburg”, seis mortos calabrês em frente ao
restaurante “Da Bruno”.
A partir de então, o governo passou a notar a máfia calabresa e a
intervir em suas operações. Foram enviados a campo, pelo minis-
Dossiê Máfia
A máfia italiana
tério do interior, seus melhores homens, assim como as armas de

policiais e a guarda financeira. Os tribunais foram organizados,
e o Superior do Ministério Público chegou a convocar Giuseppe
Pignatone e Michele Prestipino - especialistas em investigação da
criminalidade organizada - a Sicília.
Atualmente, a Calábria pode ser comparada a Sicília dos anos se-
tenta, quando os chefes calabreses lutaram para não perder o po-
der e usaram de violência para garantir que as investigações não
fossem invasivas. A Ndrangheta se espalha como vírus por todo
mundo, além de sua força dentro da Calábria, onde tudo é contro-
lado por suas gangues, a máfia esta infiltrada em diversos países,
como Austrália, Espanha, Áustria, Canadá e Portugal.
Entre as atividades ilegais da Ndrangheta estão: tráfico de drogas,
descarte de resíduos ilegais, contrabando de armas, extorsão, usu-
34 ra, prostituição, falsificação e tráfico de seres humanos. A máfia
calabresa ainda pratica lavagem de dinheiro e crimes tradicionais,
como usura e extorsão.
Dossiê Máfia
A máfia italiana
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Dossiê Máfia
A máfia
Japonesa
Chamada de Yakuza, a máfia Japonesa é uma das maiores or-

ganizações criminosas do mundo e conta com mais de 100 mil
membros. Os yakuza são famosos pela sua conduta, organização
e códigos, conseguindo presença na mídia e grande atuação in-
ternacional. O nome vem da junção de Ya-Ku-Za - que significa
A máfia japonesa
8-9-3 - essa sequência numérica representa o pior tipo de mão em

um jogo de baralho típico japonês, similar ao Blackjack.
A gangue surgiu em meados do período Edo, entre 1603 e 1868,
derivando de dois grupos: os “tekiya” (mascates), aqueles que
vendiam bem roubados e eram considerados um dos mais baixos
grupos sociais de Edo; e os “bakuto”, aqueles que participavam de
jogos de azar.
Os “tekiya” passaram a formar organizações próprias, abriam bar-
racas durante os festivais xintoístas e assumiram algumas tarefas
administrativas relacionadas ao comércio. Com isso, os tekiya fo-
ram reconhecidos formalmente pelo Governo Edo, que concedeu
a os oyabun (líderes) um sobrenome e o direito de carregar uma
espada: a wakizashi - objeto de uso exclusivo das castas da nobre-
za e dos samurais.
38
Por sua vez, os Bakuto (jogadores) possuíam um nível social mui-
to mais baixo, até mesmo que o dos comerciantes, uma vez que
as apostas eram ilegais. Na época, surgiram nos templos abando-
nados na periferia de cidades, vilas por todo o Japão e em várias
casas de jogos de azar – em grande parte das quais operavam ne-
gócios de agiotagem para seus clientes.
Com a crise econômica e durante a predominância dos comér-
cios, os grupos de Yakuza se expandiram com a união de alguns
delinquentes que formaram grupos para extorquir consumidores
em mercados locais, ao vender bens falsos. Até hoje, os yakuka
incorporam rituais tekiya ou bakuto.
Durante a Segunda Guerra Mundial no Japão, a formação tra-
dicional da organização tekiya/bakuto se desfez, porém, após a
guerra, os yakuza se readaptaram, uma vez que surgiram em todas
Dossiê Máfia
A máfia japonesa
as esferas da sociedade e muitos já iniciavam como bandidos de

rua ou membros de gangues, ainda na escola.
E em meados do século 20, Yoshio Kodama uniu todas as fac-
ções, tornando-se o primeiro chefe absoluto da máfia. Extremista
de direita, ele desviou muito dinheiro para o Partido Democráti-
co Liberal Japonês, tendo sido considerado responsável pelo es-
cândalo envolvendo a companhia aeroespacial norte-americana
Lockheed - na qual teria subornado o primeiro-ministro Japonês,
Kakuei Tanaka, por meio do financiamento da Yakuza.
A máfia japonesa possui uma estrutura hierárquica conhecida
como: oyabun-kobun, em que o kobun (filho adotivo) deve sua
lealdade ao oyabun (pai adotivo). Os integrantes das gangues ya-
kuza largam suas famílias e transferem sua lealdade para o chefe.
Eles referem-se uns aos outros como membros da família – pais
e irmãos mais velhos ou novos. A yakuza é formada basicamen- 39
te por homens, mas há algumas mulheres que são chamadas de
“nee-san” (irmãs mais velhas).
Dentro da organização há um tipo de represália muito famosa, co-
nhecida entre eles como yubizume, ou seja, amputação do dedo.
Essa é uma forma de penitência ou pedido de desculpas. De acor-
do com estudiosos, essa tradição surgiu como forma de fazê-los
mais dependentes uns dos outros, já que precisariam de ajuda
para manusear a espada, por isso, também, o dedinho menor é
sempre o primeiro a ser cortado.
Mas há punições mais severas e até execuções.
A yakuza atua em todo o país com diversas atividades ilegais.
Alguns grupos como o Yamaguchi-gumi proíbem, oficialmente,
seus membros de se envolverem em tráfico de drogas, enquanto
Dossiê Máfia
A máfia japonesa
alguns sindicatos, como o Dojin-kai, são extremamente atuantes

no negócio. Outros yakuza são conhecidos por lidar com tráfico
humano, extorsão de dinheiro e até possuem laços com o mer-
cado imobiliário japonês e bancos, por meio do jiageya - que in-
duz os detentores de pequenas propriedades a vendê-las para que
companhias imobiliárias possam prosseguir com seus grandes
projetos arquitetônicos.
No entanto, há outro lado da máfia japonesa que a faz ganhar
ainda mais notoriedade: as ajudas enviadas aos sobreviventes em
grandes catástrofes. Após o Terremoto de Kobe, por exemplo, o
Yamaguchi-gumi mobilizou-se para fornecer serviços de socor-
ro - incluindo o uso de um helicóptero. Já em 2011, depois do
terremoto e tsunami em Tohoku, a Yakuza enviou dezenas de ca-
minhões de suprimentos para as áreas afetadas e recebeu os refu-
40 giados em seus escritórios.
Mas a máfia japonesa não se restringe a seu país de origem, a or-
ganização exerce suas atividades em todo o mundo. Nos Estados
unidos, mais especificamente no Havaí, a yakuza utiliza as ilhas
como uma estação intermediária entre o Japão e o continente
americano, traficando metanfetamina para dentro da América e
levando armas de fogo para o Japão. Na Califórnia, a yakuza fez
alianças com gangues locais – formadas por vietnamitas e corea-
nos, e até com a Tríade chinesa, direcionando turistas japoneses
para casas de jogos e bordeis. Além disso, na cidade de Los Ange-
les, os mafiosos encontraram o paraíso de mulheres bonitas, que,
em busca de fama e de dinheiro, acabam caindo na indústria por-
nográfica ou em esquemas de prostituição.
O governo japonês já instituiu diversos atos para eliminar a máfia,
reprimindo suas atividades. Em março de 1995, foi aprovado o
Dossiê Máfia
A máfia japonesa
Ato Pela Prevenção de Atividades Ilegais por Membros de Grupos

Criminosos, que tornou a extorsão tradicional muito mais difí-
cil. E, em 2009, liderada por Takaharu Ando, a polícia japonesa
começou a reprimir as gangues, ocasionando, em 2010, a prisão
do chefe do Kodo-kai. Além disso, a polícia também prendeu o
número três na hierarquia do Yamaguchi-gumi, Tadashi Irie.
Encorajadas pela lei, muitas empresas locais começaram a evitar
ou proibir atividades yakuza em suas comunidades. Porém, a falta
de proteção às testemunhas e de uma delação premiada, a polícia
saí sempre em desvantagem. Além disso, a parceria entre os mem-
bros da máfia e os partidos extremistas do país, que traz benefícios
para ambos os lados, facilita a corrupção e protege os envolvidos.
41
Dossiê Máfia
A máfia
mexicana
A máfia mexicana é uma das mais fortes e violentas gangues

atuantes nos Estados Unidos e no México, formada por grupo de
presos latinos das principais instituições carcerárias da Califórnia,
que possuem fortalezas dentro das prisões e nas comunidades no
sul do estado.
A máfia mexicana
O grupo organizado mexicano surgiu dentro da Deuel Profissio-

nal Institution, uma academia penal da Califórnia, comanda por
Luis Huero Buff Flores e que tinha como objetivo proteger os seus
membros de guardas e colegas de cela. Além disso, os membros
das gangues afirmaram que queriam mostrar reverência ao Maya,
mantendo a herança asteca.
Dentro do sistema prisional, Luiz Flores começou a recrutar
membros das gangues mais violentas para formar uma única or-
ganização com a finalidade de controlar todas as atividades do
mercado negro de Deuel. Um dos membros, cujo nome é Eme
Ramon “El Mundo” Mendoza, chegou a afirmar que: “o objetivo,
no início, era aterrorizar o sistema prisional e desfrutar de confor-
tos de prisão durante a passagem do tempo”. Na medida em que os
membros voltavam às ruas, passavam a ser treinados por mafiosos
44 que atuavam fora dos presídios, ensinando os jovens sobre as re-
gras de sobrevivência, por isso muitos dos inimigos eram mortos
a sangue frio.
Mas a expansão da máfia mexicana se dá, principalmente, por me-
didas tomadas pelo governo federal, com objetivo de acabar com
a organização que crescia dentro do Deuel. Na década de 50, o
presídio já era considerado um dos mais perigosos, na verdade, o
local se tornou uma escola de bandidos e os presos aproveitavam
o período que passavam lá para aprimorar suas habilidades cri-
minais. Em pouco tempo, Flores e seus aliados já controlavam as
atividades ilícitas do mercado negro que tomou conta da prisão.
Com isso, o governo transferiu os detentos mais problemáticos
para diversas instituições fora da Califórnia, mas esta decisão to-
mou um rumo muito diferente do que se esperava, a máfia mexi-
Dossiê Máfia
A máfia mexicana
cana passou a estabelecer suas atividades em diferentes locais em

todo território americano, inclusive, em detenções juvenis.
Neste processo, muitos presos acabaram em San Quentin e fir-
maram aliança com a Irmandade Ariana - gangue formada,
principalmente, por brancos, numa época em que a discrimi-
nação fazia com que brancos e negros criassem seus próprios
grupos dentro dos presídios. Tempos depois, o grupo já tinha
mais de 20 mil membros e atuavam em diversos ramos ilícitos,
como narcotráfico, extorsão, assassinatos de aluguel, prostitui-
ção e estupro carcerário.
As transferências ampliaram a presença da máfia, mas não foi
apenas isso que fortaleceu os grupos criminosos. Cerca de dez
anos após sua fundação, a organização enfrentou um grande de-
safio quando os grupos do Norte da Califórnia se sentiram abu-
sados pelos que agiam no sul. Eles estabeleceram uma nova gan- 45
gue chamada: “Nuestra Família”, com isso, irrompeu na divisão
dos dois grupos. Uma das guerras mais longas entre os dois lados
aconteceu no final dos anos de 1960 e acabou em um grande nú-
mero de execuções.
As atividades da máfia se expandiram ainda mais entre 1980 e
1990, quando a máfia estabeleceu uma gangue dominante em
todo o Sul, mais especificamente, em Los Angeles e San Diego, e,
para manter sua autoridade, passou a empregar mais violência.
Neste período, o número de assassinatos e execuções aumentou
drasticamente.
Hoje, a máfia possui mais de 30 mil membros, incluindo os encarce-
rados e tem como emblema uma mão de cor preta, além do próprio
símbolo nacional do México - uma águia e uma serpente em um
Dossiê Máfia
A máfia mexicana
círculo de fogo, sobre facas cruzadas. Os símbolos, normalmente,

são tatuados nas pessoas pertencentes à máfia, que usam também
como sinal o EME ou iniciais MF nos dedos e palmas das mãos.
A máfia mexicana também exige de seus membros alguns crité-
rios para que participem da organização, são eles:
1- Não podem ser homossexuais.
2- Não podem ser informantes de nenhum outro grupo, “Bufos”.
3- Precisam ser corajosas, pois os covardes acabam, por vezes,
sendo mortos.
4- Não pode lutar contra outro membro sem penalidade.
5- Não pode haver desrespeito entre eles e nem contra a família
do outro.
46 6- Os membros não podem roubar um do outro.

7- E um não deve se intrometer na tarefa dada a outro.
Dossiê Máfia
A máfia mexicana
47
Dossiê Máfia
A máfia
russa
A máfia russa surgiu por volta de 1700, com grupos de campo-

neses que se reuniam para cometer alguns crimes. Os delitos se
davam, praticamente, em roubar alimentos e dinheiro da reale-
za para distribui-los entre as gangues e os mais pobres. Apesar
de não ser uma instituição formal, conquistaram fama e respeito
dentro de uma sociedade desigual.
A máfia russa
O grupo ganhou maior força na era soviética, quando as autori-

dades fundaram campos de trabalho forçado, conhecidos como:
Gulags, para punir todos aqueles que eram considerados inimigos
do Estado. Dentro dos Gulags, surgiu uma elite criminal que, pos-
teriormente, formara a máfia russa moderna.
Naquele período, houve a invasão à União Soviética que estava
sob o comando de Stalin. Ele convocou os prisioneiros para que
lutassem no Exército Vermelho em troca de liberdade. No entan-
to, aqueles que se aliaram ao governo eram vistos como traidores
dentro da organização e foram chamados de “suka” (vadias, em
russo). Formou-se, então, um grupo autônomo, aliando aos ofi-
ciais que privilegiavam os heróis da guerra.
E como Estado não cumpriu com o acordo, enviando os que ser-
viram no exército de volta aos campos de trabalho, surgiu uma
50 rixa interna e a briga entre os dois grupos levou a Guerra Suka,
que durou de 1945 a 1953, resultando em milhares de prisionei-
ros mortos.
Já em 1953, com a morte de Joseph Stalin, o novo líder soviético,
Nikita Khrushchov, enviou os prisioneiros mais perigosos para
prisões comuns, dissolvendo os Gulags. Porém, a guerra conti-
nuou e, mais especificamente, na era de Leonid Ilitch Brejnev -
que liderou o país de 1964 a 1982, a regra de não se envolver com
o governo foi abolida e a corrupção deu mais liberdade para a
atuação da máfia dentro da política.
A máfia se estruturou nos anos de 1950, quando o serviço secreto
da União Soviética, a KGB, infiltrava seus informantes dentro dos
grupos mafiosos estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos
e do Reino Unido, com objetivo de frear as sabotagens e o acordo
entre as máfias.
Dossiê Máfia
A máfia russa
Com o passar dos anos, um dos principais grupos mafiosos,

formados pelos agentes policiais, conhecido como “siloviki”, se
aproveitou do poder e aliou-se aos remanescentes dos Gulags.
Isso criou uma filial dentro do território soviético, em que pra-
ticavam contrabando, assaltos e controlavam grandes negócios
ilícitos, como tráficos de armas, venda de pedras preciosas e cas-
sinos. Além disso, executavam influentes criminosos, como po-
líticos e banqueiros. A própria filha de Brejnev, Galina Brejnev,
foi presa por contrabando e prostituição e considerada uma das
líderes da máfia.
O crime organizado se expandiu em meio à crise política e eco-
nômica do país, em 1988, com a abertura em várias esferas eco-
nômicas e privatizações de diversos setores. Em 1993, o governo
distribuiu à população cheques no valor de mil rublos, visando
à compra de estatais para incentivar o sistema privado. Porém, 51
os cidadãos, pouco acostumados com capitalismo e ansiosos para
se livrarem da pobreza, vendiam os cheques a preço bem menor.
Com isso, houve a falência do plano de cheques e o crescimen-
to da desigualdade social. Enquanto uma camada enriquecia, a
grande massa ficava mais pobre. Os mais privilegiados ficaram
conhecidos como oligarcas, que adquiriram enorme riqueza e sig-
nificativa influência política.
Assim, a máfia russa tinha facilidade para driblar o poder bélico
e o sistemas de leis, abrindo espaço para suas operações e transa-
ções obscuras. A corrupção era tanta, que os criminosos rende-
ram até mesmo o presidente, Boris Leltsin, que era manipulado
pelas organizações, submetendo-se a favores em troca de apoio ao
cargo e benefícios. Nesta época, era difícil encontrar alguém que
não realizasse algum trabalho para a máfia. Apenas com a pos-
Dossiê Máfia
A máfia russa
se do presidente Vladimir Putin, em 2000, os grupos criminosos

sofreram uma queda brusca, uma vez que esse presidente tornou
possível a estatização de diversos setores controlados pela máfia e
ainda manteve o poder judiciário reprimido, conseguindo conter
a poderosa organização.
Acusada de eliminar magnatas e agentes corruptos da polícia,
principalmente judeus, a máfia russa perdeu muitos contatos in-
ternos, ocasionando uma transferência de suas atividades para o
estrangeiro, mais especificamente para a Grã- Bretanha. Por isso,
2007 é tido como a ano da ruína da máfia, porém o país ainda é as-
sombrado por organizações criminosas e, segundo relatos, seriam
dirigidas pelo próprio presidente Putin.
A máfia russa também conseguiu se espalhar pelo mundo, entre
1970 e 1980, após a entrada dos imigrantes nos Estados Unidos,
52 que receberam inúmeros rejeitados pelo regime soviético e se ins-
talaram numa região ao sul do Brooklyn. Lá, sob a liderança do
mafioso Evsei Agron, ficaram conhecidos como Gangue das Bata-
tas - por substituírem o dinheiro nas maletas pelo alimento, a fim
de enganar o oponente em suas negociações.
Entre os principais grupos criminosos russos estão: a Tam-
bovskaia, de São Petersburgo; o Obtshak-Ühiskassa - aliado à
máfia da Finlândia; a Solntseyskava Bratva, com cerca de cinco
mil membros sob o comando de Sergei Mikhailov, que atua no
distrito de Solntsevo. E o Círculo dos Irmãos, uma gangue que
atua no Oriente Médio, América Latina e África - constituído por
pessoas de várias nacionalidades e tem como líder o mafioso Te-
muri Mirzoyev.
Dossiê Máfia
A máfia russa
53
Dossiê Máfia
A máfia
sérvia
O fundador da máfia servia foi Ljuba Zemunac. Durante os anos

1970 e 1980, sua gangue atuava na Alemanha e na Itália. A orga-
nização criminosa da Sérvia é formada por vários grupos com-
postos por pessoas de etnia servia, envolvidas, principalmente,
com contrabando, tráfico de armas, tráfico de drogas, esquemas
de proteção e jogo ilegal.
A máfia sérvia
Os grupos criminosos sérvios estão organizados na forma ho-

rizontal e os membros mais elevados não são, necessariamente,
coordenados por qualquer líder.
Após o assassinato de Zemunac, em 1986, por Goran Vuković
“Vrapčina” - seu rival assumiu o tráfico de drogas na Holanda,
contrabandeando a cocaína obtida por meio de contatos na Co-
lômbia. Despotovic se tornou um dos gangsteres mais podero-
sos, tendo assassinado vários rivais. Ele recebeu, em Amsterdã,
o nome de “Rei da Cocaína”. Mais tarde, passou a trabalhar para
“Duja” Bećirović, como um subchefe e foi viver na Bulgária até sua
prisão, em 2002.
Quando voltou para Sérvia, assumiu companhias pela força, por
meio do clã Surčin - um dos mais poderosos de Belgrado. Poste-
riormente, surge o gangster Željko Ražnatović “Arkan”, um ladrão
56 de banco da Europa Ocidental, que tinha condenações e manda-
dos na Bélgica, Holanda, Suécia, Alemanha, Áustria, Suíça e Itália.
Arkan, no entanto, conseguiu fugir de várias prisões, fazendo co-
nexões com criminosos da Iugoslávia, durante sua passagem por
lá. Ao retornar à Servia, na década de 1980, se envolveu com ne-
gócios ilegais e liderou um grupo de torcedores Ultras do Estrela
Vermelha de Belgrado, Delije Sever.
No entanto, a máfia servia expandiu-se mesmo em 1991, durante
a guerra entre croatas e bósnios, que disputavam territórios na
Croácia e Bósnia-Herzegovina. Isso tudo resultou em leis que tor-
naram a República Sérvia economicamente isolada. Mas a crise fi-
nanceira fez com que as organizações criminosas avançassem. Em
busca de melhor qualidade de vida e afoitos para ganhar dinheiro,
muitos ex-soldados e jovens voltaram-se para a criminalidade.
Dossiê Máfia
A máfia sérvia
Todos os soldados sérvios e montenegrinos que retornavam da

guerra, descobriam no crime a única forma de obter dinheiro. En-
tre os crimes mais comuns estão: assassinatos, sequestros, tráfico
de drogas e de cigarros, roubos, lavagem de dinheiro, extorsão e
produção de software ilegal.
Entre aqueles que mais lucraram depois de voltar dos campos de
batalha, estava Arkan, que fundou e liderou a Guarda Voluntária
Sérvia (Tigres de Arkan) - uma unidade paramilitar sérvia que
lutou durante as guerras iugoslavas. Todos os que se uniram aos
Tigres faturavam muito com os saques e roubos. Logo depois, Ar-
kan inaugurou o Partido da Unidade Sérvia, em 1993.
Assim como todas as outras grandes organizações criminais, a má-
fia Servia aliou-se aos políticos que garantiam proteção em troca
de favores. Até mesmo o presidente Sérvio, Slobodan Milošević,
foi apontado por participar ativamente das atividades dos grupos. 57
Durante o seu governo, os mafiosos lucraram com o contrabando
de cigarros, álcool e petróleo.
Com a saída de Milošević, o esquema de corrupção se manteve
com o presidente montenegrino, Milo Đukanović. Entre os mag-
natas da época, o empresário Stanko Subotić foi um dos que mais
se beneficiou. O patrimônio líquido de Subotić chegou a ser esti-
mado em € 650 milhões.
No ano 2000, Arkan foi assassinado por Dobrosav Gavrić, um
jovem membro da brigada móvel policial, desencadeando uma
guerra entre os diferentes clãs e os principais chefes foram mortos.
Em 25 de agosto do mesmo ano, o ex-presidente sérvio Ivan Stam-
bolić foi sequestrado e assassinado por membros do clã Zemun.
Dossiê Máfia
A máfia sérvia
Seus restos mortais só foram encontrados em Fruska Gora, em 28

de março de 2003.
A máfia sérvia chegou a ter mais dinheiro do que o próprio gover-
no, no início dos anos 2000. O grupo também possuía melhor ar-
mamento do que o exército sérvio, segundo o Ministro do Interior
sérvio, Dušan Mihajlović.
Ainda de acordo com o ministro, o governo de Slobodan Miloše-
vić abriu as portas para os criminosos que se fortaleceram com o
apoio do Estado.
Durante as guerras iugoslavas e com o assassinato do primeiro-
-ministro Zoran Đinđić, em 2003, as ligações entre a máfia e o go-
verno vieram à tona diante da corrupção desenfreada vista em to-
dos os setores, desde as patrulhas de fronteira ao poder judiciário.
58 Com a execução do primeiro-ministro sérvio Đinđić por ex-

-membros da Unidade de Operações Especiais (Boinas Verme-
lhas, anteriormente Tigres de Arkan), o governo lançou a “Opera-
ção Sablja” contra o crime organizado, que resultou em mais de 10
mil presos em centenas de centro comerciais de Nova Belgrado,
que eram frequentados por gangsteres.
Dossiê Máfia
A máfia sérvia
59
Dossiê Máfia
60
Os gangsteres
mais famosos
Pablo Escobar
Pablo Emilio Escobar Gaviria, conhecido
apenas por Pablo Escobar, nasceu na cida-
de de Rionegro, em Antióquia, era filho de
Abel de Jesus Escobar e da professora do
ensino fundamental Gaviria Hemilda.
Os gangsteres mais famosos
Ele começou seus estudos na área de Ciências Políticas, mas de-

sistiu por falta de dinheiro e passou a praticar pequenos roubos e
furtos. Aos 20 anos, já era um conhecido ladrão de carros e atuava
como guarda-costas. Faturou muito ao prestar serviços ao contra-
bandista Álvaro Prieto.
O colombiano ficou conhecido no mundo todo ao ingressar no
narcotráfico, tornando-se um dos homens mais ricos e poderosos
do mundo, nos anos 90, ao chefiar o Cartel de Medellín. O crimi-
noso ajudava a população carente da Colômbia e usava a ideologia
anti-imperialista para esconder suas atividades ilegais, conquis-
tando o apoio da maioria da população. Ele criou uma imagem
de bom cidadão ao tirar dos ricos para dar aos pobres, com isso o
povo o encobria e escondia das autoridades.
No ano de 1975, Escobar contrabandeava drogas para os Esta-
62 dos Unidos, realizando as viagens de ida e volta entre Colômbia e
Panamá. Ele conquistou notoriedade após o assassinato de Fábio
Restrepo, um revendedor que tentou matá-lo. Já nos anos de 1980,
a rede de distribuição de drogas comandado por ele ganhou re-
percussão internacional.
O Cartel de Medellín era um dos principais responsáveis pela che-
gada de cocaína nos Estados Unidos, México, Porto Rico e Re-
pública Dominicana. Além disso, o gângster foi responsável pela
morte de três políticos colombianos, que concorriam à presidên-
cia, ao explodir um avião da Avianca 203 e o prédio de segurança
pública da cidade de Bogotá, bem como pelas guerras sangrentas
contra o Cartel de Cali.
E após o assassinato de Luís Calos Galán, um candidato à presi-
dência, o criminoso fechou acordo com o governo para evitar sua
Dossiê Máfia
extradição para a América. Depois de um período, devido à pres-

são da opinião pública e das autoridades, Escobar foi encarcerado
em prisão luxuosa. Nesta mesma época, a extradição de cidadãos
colombianos foi proibida e uma nova constituição foi aprovada.
Porém, mesmo na prisão o mafioso continuava com suas ativida-
des ilegais e em 1992, ele fugiu da cadeia antes da transferência.
Mas a luta contra o traficante acabou quando uma equipe de es-
pecialistas colombianos em eletrônica, utilizando uma tecnologia
de rádio criada pelas autoridades americanas, encontrou Escobar
em um bairro de classe média de Medellín. Ele foi encurralado e
acabou alvejado durante um tiroteio.
Alphonse Capone
Alphonse Gabriel Capone, conhecido mun-
dialmente como Al Capone (Scarface), nas- 63
ceu em 17 de janeiro de 1899, em Nova
York e foi criado no Brooklyn. Filho dos
imigrantes italianos Gabriel e Teresa Capo-
ne, originários da aldeia de Castellmare di
Stabia, próxima a Nápoles, Al Capone teve uma infância comum,
ingressando na escola aos cinco anos de idade - parecia que teria
um futuro brilhante, porém, foi expulso do colégio quando agre-
diu uma professora e ali o rumo de sua vida mudou.
Logo passou a pertencer à Five Points Gang, gangue liderada por
Johnny Torrio. Já em 1909, foi para Chicago para trabalhar sob
as ordens de Big Jim Colosimo e, por recomendação de Torrio,
aos 18 anos começou trabalhar para um gângster durão chamado
Frank Yale. Na época, passou a fazer segurança do Bar Harvard
Inn, em Coney Island, cujo o dono era o próprio Frank.
Dossiê Máfia
Ali, Capone arrumou uma briga ao mexer com a irmã do dono,

com isso foi atacado por Frank com uma faca que lhe cortou o
rosto três vezes. Al Capone precisou receber, aproximadamente,
30 pontos para fechar os ferimentos. A partir disso, passou a ser
apelidado Scarface (“cara de cicatriz”). Depois do episódio, Frank
Galluccio e Al Capone foram repreendidos pelos chefões do crime
para que não perdessem suas vidas.
No início de 1918, Capone conheceu Mae Coughlin. Os dois se
casaram em 18 de dezembro do mesmo ano. Ainda no fim de
1919, ele, que havia se complicado com a polícia por causa de um
homicídio, se mudou para a cidade de Chicago, passando, de vez,
a trabalhar para Torrio.
A cidade possuía diversas outras organizações criminosas e Tor-
rio, que, por sua vez, trabalhava para um gângster das antigas,
64 conhecido como James “Big Jim” Colosimo, começou a ampliar
seus negócios. Torrio criou o Four Deuces (“Quatro Duques”),
um ambiente que seria considerado um modelo para atividades
de entretenimento, como cassinos, bordeis e salões de jogos.
Após o misterioso assassinato de Colosimo, crime que tem como
suspeitos: Frank Yale, Al Capone e o Johnny Torrio - o próprio
Torrio passou a comandar a quadrilha e confiou a Capone, duran-
te a década de 1920, a organização da direção do bando dedicado
à exploração da prostituição, do jogo ilegal e do tráfico de álcool.
No início de 1920, o contrabando de bebidas alcoólicas se tornou
um dos negócios mais lucrativos, principalmente após o Congres-
so Americano aprovar o Volstead Act, a Lei Seca, também conhe-
cida como “A Proibição”. Neste período, a Volstead fez com que
o preço do álcool subisse, gerando lucros absurdos para os cri-
Dossiê Máfia
minosos que transportavam a bebida por todas as fronteiras dos

Estados Unidos, por terra e mar.
Já 1925, com a aposentadoria de seu chefe, Capone passou a liderar
o grupo após matar vários de seus rivais. Um ano depois, ele já con-
trolava todas as quadrilhas da cidade, exceto a de Aiello e a de Bugs,
que logo foram eliminados durante enfrentamentos sangrentos. Com
isso o mafioso continuou enriquecendo por meio do tráfico de bebi-
das alcoólicas e da rede clandestina de salas de jogos.
Estima-se que a fortuna de Al Capone tenha chegado a 100 mi-
lhões de dólares. Depois de anos de perseguição policial e sem ne-
nhuma prova, somente em 1931, Capone foi preso por sonegação
e condenado a onze anos de prisão. Na ocasião, foi colocado em
uma detenção na cidade de Atlanta, em 1932. Dois anos depois foi
transferido para o centro penitenciário de Alcatraz.
65
Após oito anos de encarceramento ele conseguiu a liberdade
condicional, porém sua condição física e mental era deplorá-
vel, pois, durante esse período, havia adquirido sífilis. Capone
passou um período internado e voltou para sua casa, situada em
Miami Beach, onde permaneceu até o seu falecimento, no dia 25
de janeiro de 1947.
Meyer Lansky
Meyer Lansky nasceu em 4 de julho de
1902, em Miami e foi considerado um dos
mais famosos gângster russo-americano,
pois seus pais eram ativos do império Rus-
so. Lansky mudou-se para Nova York em
Dossiê Máfia
1911, e seu primeiro contato com a máfia se deu ainda na escola

ao se tornar amigo de Charles “Lucky” Luciano, um rapaz que
extorquia dinheiro dos outros alunos oferecendo-lhes proteção.
Porém Lansky se recusou a pagar e Lucky que, por sua vez, ficou
impressionada com a ousadia dele, com isso se iniciou seu envol-
vimento com o crime.
Durante os anos 30, ele se envolveu com muitos outros gângste-
res, até o dia em que Luciano fora preso deixando sua rede sob o
comando de Meyer que, juntamente com Bugsy Siegel, foi um dos
criadores do projeto Las Vegas, resultando na expansão da cidade
do jogo. Com a condenação de AL Capone em 1931, Lansky mo-
veu para bancos europeus grande parte do dinheiro arrecado com
os cassinos. Mais tarde, após várias reuniões com a máfia, Siegel
assume as operações em Las Vegas enquanto o gângster se dedica
66 ao projeto do sócio: o Flamingo hotel, um novo casino.
No entanto, devido ao aumento dos custos e atrasos de pagamen-
to, o Hotel se tornou um prejuízo e desencadeou a raiva da máfia
– que passou a pedir a morte de Siegel. Mas, apesar do alerta, ele
continuou a perder dinheiro. Depois de mais algumas reuniões e
o fracasso do Flamingo, que permanecia no vermelho, o sócio de
Lansky foi assassinado em Beverly Hills.
Já na década de 60, Lansky, que havia começado a investir fundos
de origem ilícita no negócio de hotéis, também estava envolvi-
do nos assuntos de drogas, contrabando, prostituição e extorsão.
Mas problemas com o imposto o forçaram a mudar-se para Israel,
onde permaneceu por três anos. Por fim, retornou para os EUA e
lá viveu até sua morte, no ano 1983, vítima de câncer de pulmão.
Dossiê Máfia
Frank Lucas
Frank Lucas nasceu em La Grange, em 9 de
setembro de 1930 e foi um traficante de dro-
gas norte-americano que operava no Harlem,
durante os finais da década de 60. Sua carreira
criminosa começou cedo, com pequenos deli-
tos para tentar sustentar a família. Ele chegou
a cumprir pena aos 12 anos por ter roubado uma loja. Aos 14, ele
já contrabandeava bebidas e, algum tempo, depois foi trabalhar em
uma empresa de tubulações. No entanto, ao se envolver com a filha
do patrão, e ser pego, matou o homem, cujo nome era Bill, com dois
tiros na cabeça e fugiu com 400 dólares.
Após este episódio, mudou-se para Nova Iorque, em 1946, onde
começou a trabalhar com Ellsworth “Bumpy” Johnson, conhecido
67
como o dono do Harlem. A partir dali, Lucas se tornou o braço di-
reito do mafioso. Mas com a morte de seu chefe, muitos trafican-
tes buscavam assumir os negócios no local, no entanto, Frank foi
quem passou a dominar a área e conquistou o respeito de todos.
Um dos fatores de sua ascensão foi sua ideia de ir ao Vietnã buscar
heroína, uma das mais puras do mundo. Ao chegar a América, a
droga foi apelidada de “Blue Magic” e era ‘batizada’, ou seja, mis-
turavam produtos químicos com a heroína que, ainda assim, era
considerada uma das melhores drogas nas ruas do Harlem.
Frank Lucas enriqueceu com a “Blue Magic”, sem nunca ter cha-
mado a atenção das autoridades ou da mídia. Sem falar que con-
tava com a ajuda do Exército dos Estados Unidos para conseguir a
heroína, já que um dos seus contatos era um primo que lutava na
Guerra do Vietnã.
Dossiê Máfia
O mafioso era conhecido pela violência, chegou a matar um trafi-

cante em frente a muitas pessoas. Apesar de sua simpatia, era um
homem frio e cruel. Somente no ano de 1975, o império de Frank
começou a cair. Neste ano, uma força tarefa formada por agentes
do “Group 22” da Narcóticos (DEA) e alguns policiais de Nova
York invadiram a casa do traficante. Na ocasião, ele foi condenado
a 70 anos de prisão, mas saiu em condicional em 1981, retornando
ao cárcere em 1984, quando negociou a troca de heroína por um
quilo de cocaína.
Em 1991, Frank retornou as ruas e, atualmente, auxilia sua filha
Francine em uma organização chamada Yellowbrickroads, que ajuda
crianças cujos pais estão presos. Além de Francine, Lucas teve mais
6 filhos e sua história é contada no filme American Gangster, que
estreou nos cinemas americanos em novembro de 2007.
68
Carlo Gambino
Carlo Gambino nasceu em 24 de agosto de
1902, considerado um dos maiores chefes
da máfia que mandava mais do que o pró-
prio prefeito. Apelidado de “Don Carlo”,
em 1921, aos 19 anos, foi para os Estados
Unidos como imigrante ilegal em um bar-
co de transporte. A guerra entre Joe e Salvatore Maranzano, dois
chefes das antigas que lutavam pelo poder, destruía as operações
da era da proibição e era responsável pelas confusões nas ruas -
controladas por criminosos irlandeses e judeus. Esses episódios
derramaram muito sangue e colocaram a máfia sob os holofotes,
com isso, Lucky Luciano e Young Turks decidiram colocar um fim
Dossiê Máfia
à guerra e criaram o Sindicato Nacional do Crime. Na ocasião,

convidaram Gambino para juntar-se a eles e acabar com ambos
os chefes. Carlo concordou e, após as mortes dos chefes, assumiu
como segundo chefe.
Carlo Gambino expandiu seus contrabandos por todo o país, nos
anos 1960, e foram criados pontos em Nova York, Chicago, Los
Angeles, Miami, Boston, São Francisco e Las Vegas. A família do
crime cresceu tanto que logo se tronou uma das maiores e mais
poderosas famílias nos EUA. Porém, Gambino era contra qual-
quer tipo de negociação envolvendo narcóticos e, certa vez, che-
gou a afirmar: “Heroína e cocaína são altamente lucráveis, mas
eram perigosas e poderiam atrair atenção. A punição por tráfico
de drogas é a morte”.
Em 1962, com o casamento do seu filho mais velho, Thomas Gam-
bino, com a filha do chefe da família criminosa Gagliano, Gaetano 69
Lucchese, a posição de líder de Gambino se fortaleceu. Lucchese o
incluiu nos tráficos nos aeroportos que já estavam sob seu coman-
do, especialmente o Aeroporto Internacional John F. Kennedy,
onde o gerenciamento e segurança eram controlados pelo próprio
Lucchese. Após a morte de seu chefe e a aposentadoria de Joe Bo-
nanno, Carlo passou a ser o chefe dos chefes.
Carlo Gambino comandou com braço de ferro e gerou para a má-
fia cerca de 500 milhões de dólares por ano, assentiu diversos ata-
ques combinados, sem nunca ter sido atacado por um rival. Em
1976 morreu de infarto em sua casa em Massapequa.
Dossiê Máfia
Os melhores
filmes sobre
as máfias
O Poderoso Chefão
Um dos clássicos do cinema que retrata bem
a realidade da máfia italiana, o filme “O po-
deroso Chefão” traz a história de Don Vito
Corleone (Marlon Brando), o chefe de uma
“família” de Nova York que comemora o ca-
samento de sua filha Connie (Talia Shire)
com Carlo (Gianni Russo).
Distribuição 100%Osgratuita - Clube de Revistas
melhores filmes sobre as máfias
Mas, enquanto a festa rola, muitos acontecimentos demonstram a

verdadeira face do mafioso que, em certo momento, encontra, em
seu escritório, Bonasera (Salvatore Corsitto) pedindo vingança
contra uma quadrilha que espancou sua filha que se negara a fa-
zer sexo com eles. Corleone discute, mas acaba sensibilizado pela
história e promete a Bonasera que os homens que maltrataram a
menina pagarão. No entanto, o chefão deixa claro que ele poderá
precisar do amigo para resolver alguma pendência e que ele lhe
ficará devendo este favor.
Na exterior da casa, onde acontece a festa, o terceiro filho de Vito
que retornou da 2ª Guerra Mundial, Michael (Al Pacino), um
capitão da marinha, muito condecorado, além de um rapaz edu-
cado, sensível e perceptivo, praticamente, passaria despercebido,
não fosse sua namorada da faculdade, Kay Adams (Diane Kea-
72 ton), que não tem descendência italiana, mas é quem ele ama.
Por outro lado, o cantor de balada apadrinhado pelo mafioso,
Johnny Fontane (Al Martino) leva a galera ao delírio. Corleone te-
ria patrocinado a carreira do jovem e ameaçado o dono da banda
a qual pertencia para que o cantor seguisse carreira solo. Agora,
em meio à festa, Johnny quer conversar com seu padrinho sobre
conseguir o papel principal em um filme, mas o chefe do estú-
dio Jack Woltz (John Marley) não quer contratá-lo. Em meio à
conversa, Vito promete que ajudará o jovem a conquistar o tão
sonhado papel.
Em outro momento, Corleone avisa seu filho adotivo Tom Hagen
(Robert Duvall), que trabalha como conselheiro, de que Carlo terá
um emprego, mas que os negócios não devem ser discutidos em
sua frente. O filme começa a empolgar quando os problemas mais
Dossiê Máfia
sérios começam a perturbar o chefão, já que seu rival Sollozzo (Al

Lettieri), um gângster que tem apoio de outra família, encabeça-
da por Phillip Tattaglia (Victor Rendina) e seu filho Bruno (Tony
Giorgio), reúne a cúpula para estabelecer um esquema de vendas
de narcóticos em Nova York, exigindo a permissão e proteção po-
lítica de Vito para agir. Mas Corleone não gosta da ideia, já que
está satisfeito com suas operações com jogo, mulheres e proteção.
Porém isso é só o começo de uma guerra entre gangues que termi-
na em um sangrento combate.
Pulp Fiction - Tempo de Violência

Pulp Fiction é um filme americano, de 1994,
escrito e dirigido por Quentin Tarantino,
que conta a histórias de três diferentes per-
73
sonagens que se cruzam. São dois assassinos
profissionais Vincent Vega (John Travolta)
e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) que
trabalham fazendo cobranças para Marsel-
lus Wallace (Ving Rhames), um poderoso gângster, enquanto o
pugilista Butch Coolidge (Bruce Willis) se encrenca ao vencer a
luta que ele foi pago para perder. O título do longa-metragem faz
uma referência às revistas Pulp, populares durante a metade do
século XX, caracterizadas pela sua violência gráfica.
Os elementos que formaram o roteiro de Pulp Fiction foram es-
critos em 1990, por Roger Avary. Logo depois, Avary e Tarantino
decidiram escrever um curta, mas logo desistiram. Então o filme
se tornou uma trilogia que se expandiu para o roteiro de longa-
-metragem. O roteiro, assim como na maioria dos demais traba-
Dossiê Máfia
lhos de Quentin Tarantino, é apresentado fora da ordem cronoló-

gica, além de possuir diálogos irônicos numa mistura de humor
e violência.
Indicado em sete categorias do Óscar, incluindo Melhor Filme e
Melhor Roteiro Original, no qual foi vencedor, Pulp Fiction foi
um grande sucesso de público e crítica. Além de ter impulsio-
nado as carreiras dos artistas que fizeram o filme, como o pro-
tagonista John Travolta que recebeu uma indicação ao Oscar de
Melhor Ator; Samuel L. Jackson indicado ao Oscar de melhor
ator coadjuvante; e Uma Thurman indicada ao Oscar de melhor
atriz coadjuvante.
Essa também foi a primeira produção da Miramax a receber apro-
vação após ter sido comprada pela Disney e custou oito milhões e
meio de dólares, tornando-se também o primeiro filme financia-
74 do inteiramente pelo estúdio. Como todos os atores receberam o
mesmo salário semanal, os custos foram baixos e o rendimento
bem alto, considerando que a Miramax arrecadou onze milhões
de dólares apenas com os direitos internacionais do filme.
Operação França
Operação França é um filme policial, di-
rigido por William Friedkin e estrelado
por Gene Hackman, que mostra uma
Nova Iorque corrupta e violenta. A histó-
ria gira em torno do detetive linha dura
Jimmy “Popeye” Doyle (Gene Hackman) e
seu parceiro Buddy “Cloudy” Russo (Roy
Dossiê Máfia
Scheider), que investigam um comerciante chamado Salvatore

“Sal” Boca (Tony Lo Bianco) que tem exibido gastos muito maio-
res do que poderia bancar.
No decorrer do filme, fica cada vez mais nítido o envolvimento de
Al com atividades ilegais e, neste processo, ele conta com a ajuda
de sua esposa, Angie Boca (Arlene Farber). Com isso, os policiais
descobrem que chegará ao país um grande carregamento de dro-
gas. Para acabarem com os planos dos criminosos, os detetives
se unem aos agentes federais Bill Mulderig (Bill Hickman) e Bill
Klein (Sonny Grosso). No entanto, este encontro trará muitas de-
savenças, já que “Popeye” e Mulderig possuem desentendimentos
relacionados a um acontecimento do passado, quando um erro de
Doyle ocasionou na morte de um parceiro.
Mais adiante, ao tentarem desmantelar uma rede de tráfico de
narcóticos, descobrem a Operação França, em que o chefe é Alain 75
Charnier (Fernando Rey) que escondeu 60 quilos de heroína den-
tro do carro de luxo de um ator famoso. Alain entra em contato
com Sal para organizar a venda da heroína, mas Doyle vigia Sal e
logo começa um jogo de gato e rato.
Uma das cenas mais clássicas de Operação França é a perseguição
de carro realizada em uma extensa ponte urbana, em que o diretor
consegue compor um cenário incrivelmente realista e verossímil.
A sequência do filme é tão empolgante quanto o primeiro, em
Operação França II o detetive “Popeye” mata acidentalmente um
colega policial e tenta encobrir o erro, mas tem como testemunha
outro parceiro.
Dossiê Máfia
Scarface
Scarface é um filme de Brian De Palma, es-
crito por Oliver Stone, lançado no ano de
1983. O longa-metragem conta a história
de Tony Montana (Al Pacino), um refugia-
do cubano que vai para Miami sem nada e
se torna um poderoso chefe da máfia.
Tony inicia sua vida no crime com peque-
nos trabalhos para o chefão do tráfico de drogas Frank Lopez (Ro-
bert Loggia) e, logo, consegue se destacar dentro da organização.
No decorrer da história, ele se apaixona pela esposa de seu chefe
Elvira Hanckoc (Michelle Pfeiffer). E, após quase ser morto pelo
chefe, Tony assassina o patrão e assume os negócios. Em pouco
tempo, Tony ganha fama, poder e dinheiro trabalhando ao lado
76
do barão da coca Alejandro Sosa, porém os problemas começam
devido ao seu vício em cocaína. Aos poucos ele se encontra em
um emaranhado de situações complicadas, como problemas com
sua irmã mais nova, além de muitas dívidas com o imposto de
renda que o fazem perder tudo.
Apesar das muitas críticas, principalmente de expatriados cuba-
nos que foram contra a representação dentro do filme de cubanos
como criminosos e traficantes de drogas, Scarface é considerado
um clássico dentro do gênero e um dos melhores roteiros sobre a
vida e as atividades ilegais dos gângsteres. Mas também está entre
um dos mais violentos com forte uso gráfico de drogas e de lin-
guagem pesada.
Entre as curiosidades de Scarface está o fato de ter sido censurado
em muitos países devido ao uso excessivo de palavrões. A palavra
Dossiê Máfia
“fuck”, por exemplo, teria sido usada 226 vezes, no total, sendo
que Tony Montana a pronuncia mais de 180 vezes. O filme foi
desenvolvido após Pacino ter assistido a versão de 1932 com o
mesmo nome, enquanto estava em Los Angeles. E, mais tarde, de-
cidiu produzir um remake do filme comunicando ao seu gerente,
o produtor Martin Bregman, que abraçou a ideia.
O Gângster
American Gangster ou O Gângster (título
no Brasil) é um filme de 2007 do gênero
policial e dirigido por Ridley Scott, que
retrata a vida do gângster Frank Lucas.
Ele é traficante de drogas norte-ameri-
cano que operava no Harlem, durante os
77
finais da década de 60. Frank começou no
crime cedo com pequenos delitos e, no ano de 1968, foi traba-
lhar para o mafioso Ellsworth “Bumpy” Johnson. Ele acaba assu-
mindo o comando na gangue depois que “Bumpy” morre de um
ataque cardíaco.
Com isso, o criminoso passa a controlar toda a região do Harlem,
enquanto em outro ponto da cidade, mais precisamente em Ne-
ward, o detetive Richie Roberts assume a liderança em uma força
tarefa para localizar os fornecedores da heroína conhecida como
“Blue Magic”, que ocasionou a morte por overdose de um parceiro
da corporação. A droga é comprada diretamente de produtores
na Tailândia e levada aos Estados Unidos por meio de ligações de
Frank com as tropas que retornam do Vietnã. Com o monopólio,
o mafioso consegue revender a heroína para a maioria dos chefes
Dossiê Máfia
das gangues nova-iorquinas, além de conseguir expandir seus ne-

gócios com o controle de boates, cassinos e pontos de prostituição.
Apesar de sua enorme fortuna e de ter adquirido bens, como a
compra de uma luxuosa mansão para sua mãe, ele não ostenta e
passa despercebido pelas autoridades, usando roupas discretas e
agindo com modéstia. Porém, Lucas comete uma falha ao ir com
a esposa à “Luta do Século” entre Muhammad Ali e Joe Frazier,
onde também estava o detetive Richie Roberts.
O detetive repara no criminoso que está com um casaco luxuoso,
além de estar nos assentos mais privilegiados da arquibancada e,
então, passa a investigá-lo. Enquanto isso, Lucas se envolve em
uma disputa com chefão da família Lucchese, Dominic Cattano,
que exige o cancelamento de acordos, e com o corrupto Nick Tru-
po, que tenta o extorquir e chantageá-lo. Ele vê seu monopólio
78 ameaçado por um bandido local Nick Barns, que visa assumir o
controle de Harlem e com quem também passa a disputar o poder.
Mais tarde, os detetives presenciam o sobrinho de Frank atirar
em uma mulher, com isso a equipe identifica um carregamento de
drogas que chegará ao país em um dos últimos aviões de guerra,
descobrindo, assim, o produto dentro dos caixões dos soldados
mortos. Desta forma, a equipe consegue evidências de onde loca-
lizar as drogas em Neward e as instalações do mafioso.
Em meio à perseguição e luta pelo poder, o sobrinho de Lucas
é assassinado durante um tiroteio e sua casa é invadida por seu
rival Trupo, que mata seu cachorro para roubar dinheiro e dro-
gas. Lucas é preso depois que a equipe policial encontra todos os
pontos de drogas gerenciados pela sua família. Na delegacia, tem
a chance de reduzir sua pena, caso colabore com as investigações,
Dossiê Máfia
no entanto, ele piora sua situação ao tentar subornar Roberts. Por

fim, ele entrega todos os corruptos do Departamento de Polícia e
é condenado a 70 anos de prisão, conseguindo sua liberdade 15
anos depois.
O Gângster traz nos papéis principais os atores Denzel Washing-
ton, como Frank Lucas e Russel Crowe, como detetive Richie Ro-
berts, além de Cuba Jr., como Nicky Barnes. Com o objetivo de se
prepararem para os papéis, os atores tiveram contatos com os seus
homólogos da vida real. Washington aprendeu o sotaque sulista
de Frank Lucas, enquanto Crowe praticou a linguagem gestual de
Roberts por meio de filmagens antigas.
79
Dossiê Máfia
Referências
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https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1fia
http://historiaesaber.jimdo.com/m%C3%A1fia/
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1fia
http://en.wikipedia.org/wiki/Triad_(underground_society)
http://www.domtotal.com/direito/pagina/detalhe/27626/principais-mafias-orientais-triades-e-yakuz
http://www.megacurioso.com.br/guerras/43267-10-maiores-mafias-do-mundo.htm
http://www.domtotal.com/direito/pagina/detalhe/27626/principais-mafias-orientais-triades-e-yakuza
https://pt.wikipedia.org/wiki/Narcotr%C3%A1fico_na_Col%C3%B4mbia
http://classroom.orange.com/pt/mafia-do-narcotrafico-em-colombia.html
http://www.domtotal.com/direito//pagina/detalhe/27567/cosa-nostra-maior-mafia-italiana/print
http://www.tudodomundo.com.br/a-mafia-italiana/
http://www.infoescola.com/sociedade/mafia-italiana/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Camorra
http://www.infoescola.com/sociedade/camorra/
80
http://www.estilogangster.com.br/5-info-basicas-sobre-a-camorra-que-voce-presisa-conhecer/
https://pt.wikipedia.org/wiki/%27Ndrangheta
http://www.estilogangster.com.br/porque-a-ndrangheta-e-a-mais-poderosa-mafia-italiana/
http://www.fatosdesconhecidos.com.br/8-coisas-que-quase-ninguem-sabe-sobre-mafia-japonesa/
http://olimtec2014.blogspot.com.br/2014/04/mafia-mexicana.html
http://howwes.com/pt/pages/929338
http://omhso.blogspot.com.br/2014/12/serie-gangsters-4-mafia-russa.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1fia_russa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pablo_Escobar http://en.wikipedia.org/wiki/Pablo_Escobar
http://www.infoescola.com/biografias/pablo-escobar/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Al_Capone
http://www.museudeimagens.com.br/al-capone-biografia/
http://fuckyeahjoe.blogspot.com.br/2012/12/a-historia-frank-lucas.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Frank_Lucas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Meyer_Lansky
http://www.estilogangster.com.br/carlo-don-carlo-gambino/
https://pt.wikipedia.org/
https://www.adorocinema.com/
Dossiê Máfia
Dossiê
i
áfia
N
o Dossiê Máfia você encontrará várias curiosidades e informações sobre as maiores, e mais
poderosas, organizações criminosas do mundo. Em destaque, temos a máfia Italiana com suas
facções, como a Cosa Nostra - que nasceu na Sicília -, a Camorra, de Nápoles, e a Ndrangheta, da
Calábria; a máfia Russa, uma das mais conhecidas internacionalmente pelo seu comando mundial em
tráfico de armas, venda de pedras preciosas e cassinos; a máfia Japonesa, que possui grande influência
política dentro e fora de seu país; e as organizações chinesa, sérvia, colombiana, mexicana e albanesa,
todas com suas peculiaridades, diferentes estruturas e atuantes nos mais diversos negócios ilícitos,
como prostituição, jogos, lavagem de dinheiro, extorsão, corrupção e tráfico de drogas, órgãos e pessoas.

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No Dossiê Máfia você encontrará várias curiosidades e informa-

A palavra “máfia” foi tirada do adjetivo siciliano mafiusu, que tem

Apesar de as palavras máfia e mafius não serem mencionadas na

trazendo uma nova esperança para a população que, no entan-

No início do século, os negócios ilícitos começaram a ganhar for-

Na Albânia há diversos grupos criminosos que atuam na Europa,

juntamente com as máfias italianas, enviam mulheres e drogas ao

Entre os anos de 2008 e 2010, o primeiro-ministro de Kosovo,

Essas sociedades ganharam força e foram batizadas de Tríades

lheiros do Vento”, encarregados das pesquisas sobre a vida dos

A máfia colombiana é formada pelos poderosos cartéis de drogas

ses capos começaram a criar grupos armados que passariam, mais

guerrilha desencadeou uma série de problemas, principalmente,

Os principais cartéis são:

Cartel de Medellín: uma rede de traficantes de drogas que sur-

David e Fabio, juntamente com Pablo Escobar, atuou na Colôm-

Cartel de Cáli: localizado na região sul da Colômbia, era um

Cartel da Costa ou Cartel da Costa Norte: um quartel que

Foi a máfia italiana quem deu origem às organizações criminosas

E, assim, a organização recém-nascida seguiu exercendo ascen-

No entanto, todo esse processo resulta na miséria que abate todo

No início, a Cosa Nostra atua em grandes negócios de contraban-

A principal organização criminosa é conhecida também por exer-

Em 2004, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro Giovanni Fal-

tério do interior, seus melhores homens, assim como as armas de

Chamada de Yakuza, a máfia Japonesa é uma das maiores or-

8-9-3 - essa sequência numérica representa o pior tipo de mão em

as esferas da sociedade e muitos já iniciavam como bandidos de

alguns sindicatos, como o Dojin-kai, são extremamente atuantes

Ato Pela Prevenção de Atividades Ilegais por Membros de Grupos

A máfia mexicana é uma das mais fortes e violentas gangues

O grupo organizado mexicano surgiu dentro da Deuel Profissio-

cana passou a estabelecer suas atividades em diferentes locais em

círculo de fogo, sobre facas cruzadas. Os símbolos, normalmente,

46 6- Os membros não podem roubar um do outro.

A máfia russa surgiu por volta de 1700, com grupos de campo-

O grupo ganhou maior força na era soviética, quando as autori-

Com o passar dos anos, um dos principais grupos mafiosos,

se do presidente Vladimir Putin, em 2000, os grupos criminosos

O fundador da máfia servia foi Ljuba Zemunac. Durante os anos

Os grupos criminosos sérvios estão organizados na forma ho-

Todos os soldados sérvios e montenegrinos que retornavam da

Seus restos mortais só foram encontrados em Fruska Gora, em 28

58 Com a execução do primeiro-ministro sérvio Đinđić por ex-

Ele começou seus estudos na área de Ciências Políticas, mas de-

extradição para a América. Depois de um período, devido à pres-

Ali, Capone arrumou uma briga ao mexer com a irmã do dono,

minosos que transportavam a bebida por todas as fronteiras dos

1911, e seu primeiro contato com a máfia se deu ainda na escola

O mafioso era conhecido pela violência, chegou a matar um trafi-

à guerra e criaram o Sindicato Nacional do Crime. Na ocasião,

Mas, enquanto a festa rola, muitos acontecimentos demonstram a

sérios começam a perturbar o chefão, já que seu rival Sollozzo (Al

Pulp Fiction - Tempo de Violência

lhos de Quentin Tarantino, é apresentado fora da ordem cronoló-

Scheider), que investigam um comerciante chamado Salvatore

das gangues nova-iorquinas, além de conseguir expandir seus ne-

no entanto, ele piora sua situação ao tentar subornar Roberts. Por