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INÊS 249
Um grande abraço
Foto: Viviane Pelissari
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SUMÁRIO INÊS 249
40
Capa: Débora Vivan (Yoga Dham)
46
Foto: Manoel Carvalho
Cabelo e maquiagem: Anderson Longo
Produção: Marcia Asnis
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24
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INÊS 249
Fotos: Manoel Carvalho/ Produção: Márcia Asnis/ Cabelo e maquiagem: Anderson Longo/ Roupas: Ujji
ASHTANGA
Po r Pa t r í c i a R i b e i r o
Sincronia
PERFEITA
COM ÊNFASE NO TRABALHO RESPIRATÓRIO
E NA SINTONIA COM OS MOVIMENTOS,
A A SHTANGA VINYASA É UMA DAS
MODALIDADES MAIS INTENSAS DA IOGA
u
felicidade física, mental e
espiritual e nossas mentes
serão inundadas pelo
verdadeiro eu”,
Sri K. Pattabhi Jois
Uma perfeita integração entre pranayamas e ásanas é o que prega a ashtanga vinyasa yoga, uma
modalidade que trabalha a sincronia entre respiração e posturas e exige vigor físico do praticante.
Criado em 1930 pelo renomado iogue Krishnamacharya, a ashtanga foi divulgada pelo seu discípulo,
Sri Pattabhi Jois, que hoje tem 90 anos, e é o fundador do Ashtanga Yoga Research Institute, em
Mysore, na Índia.
A palavra vinyasa significa combinação, ou seja, a junção do movimento com a respiração. Este estilo
é composto por seis séries fixas de ásanas, que a medida que o aluno vai evoluindo, vão tornando-se mais
difíceis. O movimento e a respiração se dão pela ujjayi pranayama, uma técnica respiratória em que o
praticante contrai a glote, tornando a respiração mais lenta e melhorando a concentração.
A primeira série é uma sequência de posturas específicas interconectadas pela respiração. “O prati-
cante tem que repetir a série, memorizar e melhorar a performance, passando para as séries seguintes de
acordo com o seu desempenho físico e psicológico”, explica Camila Reitz, do Yogashala, de Florianópo-
lis. Ela ressalta que é preciso muito esforço e dedicação para praticar asthanga. Segundo a professora, a
maioria fica, pelo menos, dois anos na primeira série para poder passar para as seguintes.
Há dois tipos de aula que podem ser desenvolvidos. O estilo mysore, que leva o nome da cidade
onde foi criado, e a aula guiada. No primeiro, o praticante é conduzido pelo seu próprio ritmo de
respiração e recebe instruções individuais. No Brasil, a maioria das escolas dá a série de aula de guiada
da ashtanga, em que todos fazem os movimentos juntos. A principal diferença entre a hatha ioga é
que, na asthanga vinyasa há a sincronia total entre a respiração e o movimento. Além disso, as séries
de posturas não são alteradas, pois são praticadas numa ordem definida. As aulas são intensas e di-
nâmicas, o corpo fica aquecido e transpira-se muito. A duração varia entre 50 minutos e 2 horas.
O professor Bruno Bartulitch, do Asthanga Yoga Estúdio, de São Paulo, enfatiza que, embora haja
dos sentidos
Dharana: concentração
Dhyana: meditação
Samadhi: êxtase ou meditação profunda
benefícios para o corpo, isto não deve ser o principal objetivo do praticante. “Emocionalmente, ele
aprende a conhecer seus limites, ganha sensatez, equilíbrio emocional, coragem, disciplina e aprende a
silenciar a mente”, afirma. Na parte física, a ashtanga melhora a consciência corporal, o sistema respi-
ratório, a coordenação motora; aumenta a força e a resistência, dá flexibilidade e alinhamento postural,
além de melhorar a concentração, o sono e regularizar o intestino e a circulação sanguínea.
Ele afirma que a popularidade da ioga acabou distorcendo os principais preceitos éticos. “O ob-
jetivo deve ser o autoconhecimento e utiliza-se o corpo como ferramente para essa transcendência.
Com este trabalho, também atinge-se uma boa forma física. Mas quem está apenas buscando o
lado estético, se afasta da real meta da ioga e corre o risco de permanecer preso ao paradigma da
competição”, esclarece.
A professora Cathia Karin Heuser, do Ashtanga Yoga Studio, de Porto Alegre, acredita que a maior
dificuldade dos iniciantes é a de conciliar a respiração ao movimento do corpo. Porém, nas aulas seguin-
tes, eles já conseguem coordenar os dois. “A primeira preocupação é o com corpo, mas depois o prati-
cante vai sentindo a respiração mais regular, os sentidos se voltam para o seu interior, ela não se distrai
mais e, por fim, a mente já fica mais centrada”, explica.
De cabeça para
BAIXO
PRATIQUE AS POSTURAS INVERTIDAS E GANHE
EQUILÍBRIO, SEGURANÇA E LONGEVIDADE
Fotos: Manoel Carvalho/ Produção: Márcia Asnis/ Cabelo e maquiagem: Anderson Longo/ Roupas: Ujji
caso”, afirma Cláudio Duarte, coordenador do Instituto Não pratique de estômago cheio. Espere duas horas
Yóga Clássico, de São Paulo. Com o devido acompanha- depois da refeição para iniciar a série. Se ingeriu
somente líquidos, aguarde uma hora e esvazie a
mento médico, o professor pode propor alternativas.
bexiga antes dos exercícios;
O ideal é que os exercícios sejam praticados, pelo
Evite usar jóias, perfume ou maquiagem quando
menos, duas vezes por semana, porém nem toda aula
praticar. Também procure fazer as posturas distante de
tem uma série de posturas invertidas. Os resultados objetos ou móveis e usar roupas confortáveis;
aparecem com o tempo. No entanto, como ressaltam Antes de realizar a série, deite-se de costas sobre
os especialistas, o objetivo é a prática regular. “Ioga não um tapete ou um cobertor, com os braços e as pernas
é ginástica, nem competição”, esclarece Caetano. separados ao longo do corpo e com os olhos fechados.
Normalmente, depois das posturas invertidas Permaneça relaxando por 20 minutos, respirando pelas
sobre os ombros, o iogue faz exercícios compen- narinas e espreguiçando-se ao final. Com o apoio das
satórios, pois a coluna permanece curvada duran- mãos, fique em pé e faça alongamentos, esticando os
te a prática. A mais comum é a postura do peixe braços, as pernas e o tronco. Faça suaves giros com o
(masyásana), porém outras podem ser trabalhadas, corpo, leve as mãos e os braços ao longo da cabeça,
como a do arco (dhanurásana) e a da criança (balásana). tente alcançar os pés com as mãos ou o mais próximo
disso. Faça círculos com a cintura nos sentidos
Duarte aconselha que a prática das invertidas seja feita
horário e anti-horário. Realize estes exercícios por
com cautela, evitando a execução sob tensão ou com
10 a 20 minutos;
rigidez. “Não force demais. Caso não consiga fazer um
A série mostrada a seguir poderá ser experimentada
determinado ásana, tente outro dia”, recomenda. duas vezes por semana, porém as práticas preparatórias
Os exercícios podem ser praticados sobre um mat, deverão ser realizadas, se possível, todos os dias;
um tapete convencional ou sobre um cobertor dobrado. Depois dos exercícios, finalize com a postura da
O importante é que seja uma superfície plana e não fria. criança (balásana). Sente-se sobre os calcanhares, afaste
O tempo de permanência em cada postura, geralmen- os joelhos, incline o tronco até tocar a testa no chão e
te, vai de um a três minutos. Alguns professores orien- estique os braços. Permaneça assim por alguns minutos
tam os alunos a fazerem alguns ásanas usando a parede até relaxar completamente.
como apoio, mas o mais importante é manter a respira-
ção correta, só pelas narinas, e muita concentração. Consultoria: professor de hatha ioga Cláudio Duarte, do
Instituto Yóga Clássico
Pratique
em casa
A professora Alessandra Salles do Instituto Yóga Clássico mostra uma série de
posturas invertidas. Só faça estes ásanas depois de seguir as recomendações do
quadro da página anterior. Permaneça de um a três minutos em cada postura.
EKAPADA TCHAKRASANA
(POSTURA DO EQUILÍBRIO EM UM SÓ PÉ)
Deite-se de costas e leve as
mãos para trás dos ombros,
apoiando-as abertas no chão.
Dobre as pernas e apóie os pés
no chão. Concentre-se, respire
profundamente pelas narinas e
levante o corpo, elevando mãos
e os pés. Tire um dos pés do
chão e eleve a perna ao alto.
Depois, execute o exercício
do outro lado.
Benefícios: desenvolve a
concentração e a memória;
equilibra os sistemas emocional
e nervoso; fortalece e alonga
Fotos: Manoel Carvalho/ Produção: Márcia Asnis/ Cabelo e maquiagem: Anderson Longo/ Roupas: Água de Coco
a coluna e a medula espinhal;
aumenta a flexibilidade dos
braços e das pernas.
HALÁSANA
(POSTURA DO ARADO)
Saia diretamente da postura anterior.
Devagar, apóie as mãos no quadril e
desça as pernas esticadas em direção
à cabeça até que os pés toquem o
solo. Mantenha sempre a respiração
pelas narinas de forma
suave e profunda.
GUPTASANA
(POSTURA DA CABEÇA ESCONDIDA)
Partindo da postura anterior, segure o
quadril com as mãos e dobre os joelhos,
levando-os em direção da cabeça. Tente
aproximar os joelhos dos ombros de
modo que a cabeça fique escondida
entre as pernas.
ARDA-SHIRSHASANA
(POUSO SOBRE A CABEÇA)
Sente-se no solo sobre as coxas e,
devagar, leve o tronco até o chão.
Coloque os braços e as mãos à frente
da cabeça e junte as mãos, sem
entrelaçar os dedos. Em seguida,
levante o corpo devagar, desdobrando
os joelhos de forma que apenas os pés
e os braços fiquem sobre o solo. Com
um leve impulso, dobre os joelhos, tire
os pés do solo e levante as pernas em
direção à cabeça. Mantenha-se nesta
posição até ter total segurança para
estender as pernas para cima, ao longo
do corpo.
A vida
começa
aos 60
CONSCIÊNCIA CORPORAL,
SOCIALIZAÇÃO E MELHORIA
NA QUALIDADE DE VIDA SÃO
ALGUNS DOS BENEFÍCIOS
DA PRÁTICA DA IOGA NA
TERCEIRA IDADE
Fotos: Mônica Antunes/ Produção: Márcia Asnis/ Cabelo e maquiagem: Anderson Longo/ Roupas: Ujji
Faça em
casa
A professora Beatriz Esteves, do Espaço Shiva, preparou uma
série de exercícios para fazer em casa, que é indicada para pessoas
de todas as idades. Durante cada postura, observe o modo correto
de respiração. As práticas de hatha ioga são, geralmente, executa-
das de olhos fechados para aumentar a concentração. Mas, para
os iniciantes, é recomendado que permaneçam de olhos abertos e
observem a posição correta do corpo. Entre uma postura e outra,
faça sempre um pequeno relaxamento.
1
ENGATINHAR
Faça este exercício de engatinhar diariamente,
deixando a cabeça bem solta e o pescoço
relaxado.Ao dar o passo, gire lentamente a
cabeça para o lado contrário da mão que estiver
na frente.
2
BADRASANA
(POSTURA DA BORBOLETA)
Sente-se, flexionando os joelhos e unindo
as solas dos pés. Coloque as mãos
entrelaçadas sob os pés, deixe a coluna
ereta e a respiração livre. Relaxe bem as
pernas, para que os joelhos tentem tocar
o chão.
3
CHATUSPADASANA
(POSTURA DO GATO/ CAVALO)
Ajoelhe colocando as palmas das mãos
no chão. Os braços devem ficar em
linha reta com os ombros e os joelhos,
levemente separados. Inspire olhando
para a frente e, depois, para cima,
afundando a região lombar e relaxando
4
a parte de trás da cintura e da barriga.
Em seguida, expire abaixando a cabeça,
olhando para o umbigo e encurvando
bem as costas para o alto. Repita o
exercício diversas vezes, lentamente,
.
sentindo bem o trabalho suave
da coluna.
. Contra-indicações: se tiver
problemas na coluna cervical e
hipertireoidismo, não solte a cabeça
para trás.
4
UJJAYI
(RESPIRAÇÃO PARA REGULAR AS PRESSÕES
BAIXA E ALTA)
Sente-se confortavelmente com as pernas
cruzadas ou sobre os calcanhares. A coluna
deve ficar reta, com ombros e braços
5
VAKRASANA
(TORÇÃO DA COLUNA)
Sente-se com as pernas estendidas e as costas eretas. Dobre a
perna direita e apóie o pé no chão ao lado do joelho esquerdo.
Apóie a mão direita atrás, no meio das costas. Os dedos devem
estar unidos, apontados em direção contrária ao corpo. Coloque
o cotovelo esquerdo sobre o joelho direito, deixando que a mão
relaxados. Expire fazendo uma limpeza
tombe em direção à coxa. Inspire e expire torcendo lentamente a
pulmonar. Inspire lentamente, produzindo
coluna, os ombros e a cabeça para a direita. Permaneça respirando
um som suave vindo do fundo da garganta
naturalmente, procurando relaxar o pescoço e os ombros,
(na região da laringe, onde a boca e o nariz se
concentrando-se na torção da coluna. Desfaça a posição devagar e
comunicam). Expire bem devagar, emitindo
refaça o exercício do outro lado. Depois, deite-se com a barriga e
o mesmo som, porém mais audível. Este som
as palmas das mãos para cima e relaxe por alguns minutos.
é semelhante ao produzido por alguém que
está começando a dormir. Faça 10 respirações
lentas, concentrando-se na entrada e na saída
. Observação: esta torção da coluna deverá ser conseguida
por meio do relaxamento e não da força. Não faça nenhum
do ar no fundo da garganta.
movimento brusco. Não tenha pressa.
. Benefícios: indicado para problemas do . Benefícios: melhora a asma; dá flexibilidade à coluna;
coração e diabetes; estimula o funcionamento
elimina a rigidez das articulações dos ombros; massageia os
das glândulas situadas no pescoço; acalma o
órgãos abdominais, principalmente fígado, baço e rins; e ativa a
sistema nervoso; corrige a pressão baixa; e
circulação das pernas, beneficiando o nervo ciático.
regula a pressão alta.
6
PREPARAÇÃO PARA AS POSTURAS INVERSAS
Deite-se de costas com o quadril próximo à parede. Deixe as pernas unidas
e estendidas, com os calcanhares apoiados na parede, pescoço apoiado no
solo, ombros relaxados e os braços esticados ao longo do corpo. Permaneça
nesta posição por algumas respirações. Lentamente, vá caminhando na
parede, tirando os quadris e as costas do chão. Apóie as mãos sob os quadris
conservando os cotovelos no chão. Quando sentir-se confortável, tire a perna
direita da parede, levando o pé em direção à cabeça, permanecendo por
alguns segundos. Recoloque o pé na parede e, sempre lentamente, repita com
a outra perna. Deslize o pé para baixo, até a coluna ficar apoiada no chão.
Deite-se de costas com as pernas estendidas no chão, para que a circulação
volte ao normal.
DARMIKASANA
(POSTURA DA FOLHA DOBRADA)
Sente-se sobre os calcanhares
e flexione o tronco para frente,7
apoiando a testa no chão. Coloque
os braços no solo ao lado das pernas,
com os cotovelos apoiados no chão.
Se não conseguir sentar-se sobre
os calcanhares, apóie a testa sobre
as mãos fechadas e sobrepostas.
Permaneça com a respiração livre.
8
ARDHA BHUJANGASANA
(POSTURA DA ESFINGE OU MEIA
POSTURA DA COBRA)
Deite-se de bruços com as pernas unidas
e os peitos dos pés e a testa apoiados
no chão. Os cotovelos devem estar
próximos do corpo e as mãos, ao lado
da cabeça. Inspire elevando primeiro
a cabeça, depois os ombros, sem tirar
os cotovelos do chão, flexionando
levemente a coluna para trás. Expire e
permaneça na postura com a respiração
livre, procurando relaxar a região
lombar. Volte lentamente para a posição
inicial e relaxe, colocando a testa sobre
as mãos sobrepostas. Passe depois para
a postura da folha dobrada do exercício
anterior.
Spa da
alma
NA SERRA DA MANTIQUEIRA, O PONTO DE LUZ É O
PRIMEIRO HOTEL HOLÍSTICO DO BRASIL QUE OFERECE
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dois banhos de ervas, quatro sucos
18 apartamentos tem varanda enfeitada com flores, vista para as
clorofilados e custa R$ 518,26. Há
montanhas e decoração com mandalas e incensos. As instalações também os programas de revitalização
são simples, porém aconchegantes. Não há TV, nem telefone. Afi- de 4 e de 7 dias, que custam,
nal, o objetivo é silenciar a mente. respectivamente, R$ 1.157,20 e R$
Construído com tijolos aparentes e decorado com móveis rús- 1.746,63. Todos os preços são por pessoa,
com hospedagem em apartamento
ticos, plantas e mandalas, o hotel é ideal para quem gosta de sos-
duplo. Há ainda a opção de dia-clube,
sego e de ler, já que há uma pequena biblioteca com vários títulos
que conta com caminhada, atividades
e uma videoteca. Na área abaixo da casa principal, ficam a sala corporais, almoço e meditação (sem
de TV, a área de terapias, a piscina aquecida e a externa, o bar da hospedagem) e custa R$ 55. As terapias
piscina, a quadra de vôlei, a cancha de bocha, um teatro de arena individuais, como massagem, watsu,
O caminho para a
PAZ
INTERIOR
o
DISSEMINADA PELO LÍDER
ESPIRITUAL PARAMAHANSA
YOGANANDA, A KRIYA IOGA
PREGA A UNIÃO COM DEUS
POR MEIO DA MEDITAÇÃO
Fotos: divulgação
O sábio Patanjali escreveu no tratado “Yogasutra” sobre as oito partes que regem
a ioga, dando grande ênfase à meditação (dhyana) e ao êxtase ou integração (samadhi). A
esta disciplina, ele chamou de raja ioga – ioga real ou suprema. No século 20, o mestre
espiritual Paramahansa Yogananda publicou o livro “Autobiografia de um Iogue” (Edito-
ra Lótus do Saber) que disseminou para o Ocidente uma técnica de meditação raja ioga
chamada kriya ioga. O livro tornou-se best seller, foi traduzido para 18 idiomas (veja mais
na página 48) e Yogananda ficou conhecido como um dos maiores líderes espirituais do
mundo. Um dos seus méritos foi o de unificar os princípios das religiões cristã e hindu. No
altar dos seguidores de Yogananda, Cristo e Khrisna estão lado a lado.
Os ensinamentos de Yogananda conquistaram adeptos no mundo todo. Alguns dos se-
guidores mais famosos são o líder espiritual e político Mahatma Gandhi, o músico George
Harrison e o ator norte-americano Dennis Weaver.
De acordo com os trechos do livro “Autobiografia de um Iogue”, Yogananda explica
que “kriya ioga é um método simples, psicofisiológico, pelo o qual o sangue humano se
descarboniza e é recarregado com oxigênio. Os átomos do oxigênio são transmutados em
corrente vital para rejuvenescer o cérebro e os centros da coluna vertebral. Sustando a acu-
mulação de sangue venoso, o iogue pode diminuir ou evitar a regeneração de tecidos”.
O mestre Yogananda
Paramahansa Yogananda nasceu em 5 de janeiro de 1893, em Gorakhpur, na Índia. Sua família tinha
como guru Lahiri Mahasaya, que passou a técnica da kriya iog a para Sri Yukteswar, que mais tarde
tornou-se o mestre espiritual de Yogananda. Em julho de 1914, ele recebeu a iniciação na antiga ordem
dos swamis (monges). Dali em diante, ele adquiriu a responsabilidade de espalhar os ensinamentos
passados pelos mestres. Em 1917, ele abriu uma escola, em que incluía matérias como concentração e
meditação. Três anos depois, ele pisou pela primeira vez no Ocidente para uma conferência em Boston
sobre seus ensinamentos espirituais. Suas palestras eram recebidas com elogios e aprovação. No ano
de 1925, ele fundou a Self-Realization Fellowship para divulgar a técnica da kriya ioga e os seus ensina-
mentos. Com a publicação do livro Autobiografia de um Iogue, em 1946, sua popularidade aumentou
ainda mais. Yogananda faleceu em 1952 durante uma conferência, em Los Angeles, porém seu legado
continua por meio dos seus centros e suas obras.
(pranayamas) diferentes dos que são ensinados na hatha. Os adeptos afirmam que, por
meio desta técnica, é possível entrar em contato com o ser divino que habita em cada um
e as pessoas chegam a um estado de consciência tão elevado, que podem perder a noção
de sensações do corpo.
Isto acontece porque as ondas cerebrais, em estado profundo de meditação, ficam
alteradas. As ondas alfa do cérebro, que são associadas a um estado de relaxamento físico
profundo e com a tranquilidade emocional, são produzidas deixando o praticante em um
estado mais equilibrado e harmonioso com seu corpo. A kriya ioga pode ser praticada
sentada em posição de lótus ou em uma cadeira. O importante é que a coluna esteja
ereta, a espinha tem que ficar desencostada da cadeira para que a energia vital possa fluir
livremente para cima e para baixo em torno dos seis centros espinhais (plexos medular,
cervical, dorsal, lombar, sacro e coccígeo).
Os integrantes do Self-Realization Fellowship promovem reuniões, encontros e re-
tiros onde eles meditam e também há cantos devocionais e leitura dos livros do mestre
Yogananda. A instituição vive de donativos, mas para adquirir as lições da kriya ioga é
necessário pagar US$ 5 para as 60 primeiras lições em português e, depois, US$ 30, com
o restante da série, disponível apenas em inglês, espanhol e alemão.
“Sinto-me
feliz”
a
PARA A ATRIZ CÁSSIA LINHARES,
ESSE É O RESULTADO IMEDIATO DA
PRÁTICA DA IOGA
Foto: divulgação
Aos 30 anos de idade e com 19 de carreira, que com seu professor, Edson Charles, no Shiva Shanka-
abrange teatro, propaganda, rádio e televisão, Cássia ra Centro de Yoga (na cidade do Rio de Janeiro). Ela
Linhares é pura disposição. Seu último papel foi na no- também é adepta de musculação e pilates e seu guru
vela global “Começar de Novo”, como Maria da Rocha, inspirador é Swami Devananda, somado ainda ao seu
e seu desafio “é sempre o de agora”, garante a atriz. professor de ioga, ao seu instrutor de meditação e ao seu
Praticante da modalidade hatha ioga há 6 anos e médico naturalista. E o professor Edson Charles dá al-
da linha ashtanga há 2, Cássia entrou nesse universo guns toques para quem quer começar: “quem se propõe
com a meditação. “Aprendi a meditar e o meu instrutor a praticar ioga deve entender que os benefícios vão além
aplicava ásanas”, conta. Uma técnica “puxou” a outra e do físico. Viver a filosofia da ioga é como recarregar a
os benefícios ampliam-se a cada dia. “Hoje, tenho dis- bateria, buscar a paz e a presença de espírito em todas as
posição para tudo, muito fôlego e paz interior. E mudei ações do cotidiano”. Ele destaca ainda que ioga requer
também meu estilo de vida por causa da ioga. Alimen- muita disciplina e que o começo, geralmente, não é fá-
tação, lazer, leitura... diversas áreas de interesse acabam cil. “É preciso mudar a alimentação, pois ela influencia
sendo alteradas. Acredito que, quando você aprende de muito na flexibilidade. E, assim, a ioga trabalha a mus-
verdade e com amor a filosofia da ioga, tudo muda em culatura, auxilia a circulação, aumenta a concentração e
sua vida”, reflete a atriz. equilibra o ser como um todo”, afirma o iogue.
O aprendizado da filosofia vai além das aulas e Cás- Uma grande sentença de Katha Upanishad, desta-
sia se preocupa também em ler sobre os temas afins. cada por Cássia, transmite os ideais de paz e tranqüili-
“Dois livros que mexeram comigo foram “O Valor dos dade buscados pela atriz. “O segredo da imortalidade
Valores”, do Swami Dayananda, e “O Poder do Pensa- é encontrado na purificação do coração, na meditação
mento pela Yoga”, do Swami Sivananda. e na realização da identidade do Eu interiormente e de
O treino começa cedo. Todas as segundas, quartas e Brahman exteriormente. Pois a imortalidade é simples-
sextas-feiras, das 7h às 9h, Cássia Linhares pratica ioga mente a união com Deus” .
sabores
Alquimia de
As especiarias
sempre fascinaram o Homem. Na Antigüidade, elas tinham os mais diversos usos para
disfarçar o mau cheiro da comida, quando ainda não existiam métodos de conservação
dos alimentos. Na Índia, sempre foram largamente utilizadas tanto na culinária, como na
beleza e na saúde. No Ocidente, em forma de condimentos e temperos, dão um toque
especial à mais singela das refeições, realçando o sabor e exalando um aroma caracterís-
tico.
O empresário Nelusko Linguanotto Neto, proprietário da Bombay Herbs & Species e
autor do livro “Ervas & Especiarias Com Suas Receitas” (Editora Boccato), conta a histó-
ria das especiarias e de seus usos desde os tempos remotos até os dias atuais. No século
12, a palavra “especiaria” foi usada para designar uma enorme variedade de produtos.
A origem vem do nome latino “species”. Os povos antigos utilizavam sementes, ervas e
folhas para melhorar o sabor da carne e, depois, descobriram outras utilidades, como a
magia e a astrologia.
Na Índia, especiarias, como cardamomo, cúrcuma, gengibre e pimenta-do-reino,
são conhecidas e usadas há milhares de anos. A nutricionista Bianca Braune explica
que, na alimentação baseada na medicina ayurvédica, estes condimentos são utilizados
para estabelecer o equilíbrio entre corpo, mente e espírito e tratar as doenças.
Atualmente, o país cultiva várias especiarias, mas as principais são pimenta-do-
-reino, canela, cardamomo, cúrcuma, cominho, erva-doce e coentro. Assim, a Índia
tornou-se um dos principais exportadores do mundo.
Para os ocidentais, a comida indiana pode ser muito picante e condimentada. Mas
não é apenas por causa do gosto que os indianos capricham nos temperos. Indiana ra-
dicada no Brasil há 32 anos, a cantora e presidente do Instituto Cultural Índia-Brasil,
Meeta Ravindra, comenta: “Para o povo indiano, os condimentos tratam do funciona-
mento do corpo humano em seu aspecto holístico e servem para restabelecer a harmo-
nia. A tão condenada pimenta vermelha não é um simples condimento, é também um
forte remédio que provoca transpiração, um meio natural de resfriamento e limpeza
do corpo. No inverno, o gengibre é muito utilizado para aquecer o corpo”, explica.
O segredo da cozinha indiana está na garam massala, uma mistura de várias espe-
ciarias que é triturada e frita no ghee (manteiga clarificada). É uma pasta seca ou úmi-
da e pode ser usada para temperar pratos quentes, carnes ou verduras. “Cada família
indiana tem sua própria receita de garam massala. É uma tradição que passa de pai
para filho e também varia conforme a região”, explica Linguanotto. Os ingredientes
básicos são cominho moído, pimenta-preta moída, grãos de mostarda, coentro em
pó, curry e louro.
Outro condimento típico é o caril, que ficou conhecido como curry e disseminou-
-se para todo o mundo. Na verdade, é uma mistura de 25 especiarias diferentes que
não são, necessariamente, picantes.
Curry
Feno-grego Coentro
Cominho
Cúrcuma Também chamada de açafrão-da-terra, é corante, tem “adoçar” o corpo, preparando-o para o amor. O óleo é usado nos rituais
sabor amargo e dá coloração amarela à mostarda e ao curry. Na Índia, de cura.
queimava-se a planta para afastar os maus espíritos. O pó, misturado a Cominho Suas sementes podem ser utilizadas inteiras ou moídas. É
outros ingredientes, é usado para embelezar a mulher indiana. largamente usado nos pratos indianos. Geralmente, é frito na manteiga
Curry Também chamado de caril, é uma mistura de especiarias, semen- antes de ser moído. É um dos ingredientes básicos do garam massala.
tes e ervas, como gengibre, cúrcuma, pimenta-malagueta, coentro, canela, Acredita-se que, ao guardar as sementes de cominho junto às roupas do
pimenta-do-reino preta e cardamomo, entre outros, e é utilizado para tem- marido, a mulher evita que ele a traia.
perar vários pratos indianos, como peixe, frango, legumes, arroz e molhos. Coentro Muitas vezes, é confundido com a salsa, mas tem um aro-
Cardamomo É um dos principais ingredientes do curry, é usado ma diferente. Na Índia, pode ser usado em grãos ou moído e serve para
em pratos doces e salgados e possui um delicioso aroma. Para realçar o preparar os massalas. Há também o costume de beber a água em que
sabor, deve-se torrá-lo previamente. Depois das refeições, cravos e carda- o coentro ficou de molho para limpar as culpas. No Brasil, serve como
momo são mascados para purificar e perfumar o hálito. tempero de muitos pratos nordestinos.
Feno-grego Esta semente dá o aroma ao curry. Tostada e moída, Pimenta-do-reino Existe duas variedades, a branca e a negra, e
tempera legumes e chutneys e também é utilizada como adubo. Chamada ambas podem ser usadas em grãos ou moídas. Por causa da pimenta, os
de methi pelos indianos, há uma lenda que diz que a planta foi semea- europeus atravessaram os mares e enfrentaram vários perigos. Na Índia,
da por Shabari, a mulher mais velha do mundo. É costume usá-la para é amplamente usada na culinária e na medicina ayurvédica.
Beleza oriental
Ervas, plantas e especiarias também têm lugar de destaque na cultura indiana no que diz res-
peito à beleza feminina e à saúde. A mistura delicada de madeiras aromáticas, ervas e flores era
usada para criar exóticos perfumes e essências para incensos. O hábito de utilizar babosa, aloe vera,
camomila e alecrim para deixar os cabelos mais fortes e brilhantes também teve origem na Índia.
Vaidosas, as indianas usam a cúrcuma na pele como cosmético. Elas fazem uma pasta com fa-
rinha de grão-de-bico, o condimento e água e massageiam o rosto com esta mistura para retirar as
células mortas.
O bindi, ponto pintado entre os dois olhos, também é feito com cúrcuma e cal cosmético. Se-
gundo o costume, as mulheres casadas são obrigadas a usar a pintura. Já as solteiras só a usam se
quiserem e as viúvas, até pouco tempo, eram proibidas de usá-la.
Adote estes
hábitos
Chá de gengibre
O chá de gengibre ajuda muito . 3 cravos-da-índia PARA GASES E INCHAÇO
na digestão, assim como aumenta . 1 litro de água Cozinhe os pratos sempre com ervas aro-
máticas, como louro, cardamomo e canela
a imunidade do corpo. Anote
esta receita: Preparo
PARA DIMINUIR
Misture tudo em um litro
A ACIDEZ
Ingredientes de água, ferva e deixe esfriar.
. 3 fatias de gengibre cru Beba o chá à vontade durante
Cozinhe utilizando ervas refrescantes,
. Canela em pó a gosto o dia.
como sementes de coentro, cominho e
erva-doce torrada.
Foto: Manoel Carvalho/ Produção: Marcia Asnis/ Maquiagem: Anderson Longo/ Lenço: Katmandu
INÊS 249
Namastê!
p
ENTENDA O QUE SIGNIFICA ESSA SAUDAÇÃO
Proveniente do sânscrito, namaste, é pronunciado assim, muitos o traduzem como “O Deus que há em
com a última sílaba tônica e o significado é algo como mim saúda o Deus que há em você”.
“saudar o outro prestando uma homenagem”. Apesar Carlos Eduardo Gonzales Barbosa, professor de
de ter essência profunda e de ser difundido como o “oi/ cultura indiana e de língua sânscrita no Instituto
olá” na Índia, o cumprimento abrange uma série de Narayana explica que a expressão namastê é prove-
detalhes que faz dele quase um pequeno ritual. niente do verbo sânscrito nam, que significa saudar,
Geralmente, os hindus cumprimentam seus mes- honrar ou homenagear. “É uma saudação formal com-
tres ou pessoas que lhe são íntimas com a saudação posta pelo substantivo namas, que significa ‘saudação’
“namastê” e a palavra acompanha o gesto de elevar as e pela forma abreviada do pronome donativo tê , que
duas mãos à altura do tórax, pressionando as palmas quer dizer ‘para ti’ ou ‘para você’”. De acordo com o
uma contra a outra, somado ainda a um movimento professor, o termo não é uma maneira popular de se
vertical com a cabeça. Isso porque se diz “namastê” de- cumprimentar. “Foi nas décadas de 1960 e 1970, com
licadamente curvado, em um singelo gesto que é prati- a explosão da contracultura, que nasceu a ‘onda’ orien-
camente um mantra e um mudra (posição da mão que talista e, com ela, o grande interresse pela Índia”.
é conhecida como anjali, da raiz anj, que significa “para Caso a tradição fosse seguida, o namastê seria acom-
adornar, honrar e comemorar”). As mãos prendidas panhado da entoação do om, o som universal que invoca
na união significam um cosmos aparentemente duplo, as forças dos chacras. E mais: “o sufixo te implica em
união de espírito e matéria. intimidade ou relação muito forte e próxima. Por isso,
Caso uma das mãos esteja ocupada, leva-se a mão não se diz namastê a um estranho, e sim, por exemplo,
direita ao peito, sobre o coração, uma vez que a mão di- om namah dhavate [saudação para o senhor]”, comple-
reita representa a natureza mais elevada ou o divino de menta o professor.
cada um (é a mão com a qual se come), enquanto que Já o ato do cumprimento é chamado de namaskarah
a mão esquerda representa o mais baixo ou o mundano (que significa “saudações”) e é usado por quase todos os
(é a mão com a qual se higieniza). indianos. “Quando os indianos usam namastê no dia-
A expressão “namastê” transformou-se em um íco- -a-dia, é porque foram educados de acordo com a cul-
ne, inclusive no Ocidente, entre os praticantes de ioga. tura ocidental ou não dominam suas tradições”, lembra
Patrícia Romano, professora de dança indiana, explica Carlos Eduardo.
um detalhe importante: “na filosofia hindu, todas as Uma curiosidade: na Índia, costuma-se comparar
pessoas são Deus [no singular mesmo]. A diferença é o namastê ao cumprimento ocidental de apertar as
que o hinduísmo é monoteísta, mas acredita que Deus mãos. Para eles, é infudado apertar as mãos de reis
tenha milhares de formas, por isso diz-se que cada um ou deuses e, portanto, de outros seres. Mesmo à dis-
tem um Deus dentro de si”. Assim, o namastê reco- tância, o namastê é compreendido e é uma saudação
nhece no outro aquilo que não há em mais ninguém e, de humildade.
a
a marca d
BASTANTE LIGADA À IOGA PELA FIGURA DE SHIVA, A PINTURA
– OU O ADESIVO – ENTRE AS SOBRANCELHAS É CERCADA DE
MITOS, LENDAS E HISTÓRIAS
A palavra deriva do termo sânscrito bindu que cola especial. São bastante populares e, assim, descar-
significa “ponto”, mas bindi é, na verdade, uma táveis”, explica ela.
maquiagem usada principalmente pelas mulhe- É importante destacar que o bindi é usado ape-
res para trazer bons presságios. A posição do bin- nas por mulheres hindus. Originalmente, cristãs, mu-
di, entre os olhos, é tida como sede da sabedoria çulmanas, parses e budistas não o usam. De acordo
latente, região que controla os diversos níveis com Silvana Duarte, bailarina e professora de dança
de concentração alcançados com a meditação e indiana no Prema Yoga e no Odissi, em São Paulo,
mais: tradicionalmente, o bindi é um símbolo de hoje existem diversos tipos de bindi. “Com o passar
casamento, como a aliança nas culturas judaico- do tempo, tornou-se mais um ornamento. Mesmo na
-cristã, e denota energia feminina, além de prote- Índia, muitas pessoas não conhecem seu significado e
ger a mulher que o usa e o marido dela. o usam apenas como enfeite. Podem ser encontrados
Meeta Ravindra, cantora indiana e presidente bindis das mais variadas formas, como gota, ramo, fo-
do Instituto Cultural Índia-Brasil Meeta Ravin- lha e pedra e há também diversas cores, empregadas
dra, em São Paulo, nasceu em Sevagram e está no para combinar com as roupas”, explica.
Brasil há 32 anos. Ela diz que seu objetivo no País Carlos Eduardo Gonzales Barbosa, professor de
é divulgar a cultura tradicional da Índia e, assim, cultura indiana e de língua sânscrita no Instituto Na-
detalha o uso do bindi. “Ele é um ornamento que rayana em São Paulo, explica o contexto histórico e
simboliza o casamento. As mulheres casadas são cultural do costume: “o ponto representa o mascu-
obrigadas a usar o vermelho, as jovens usam se lino da figura de Shiva e, antigamente, representava
quiserem e as viúvas eram proibidas de usar até o compromisso da mulher com a divindade, simbo-
pouco tempo atrás. Recentemente permitiu-se lizando a virgindade. No entanto, hoje, o uso se po-
que elas usem um bindi preto bastante pequeno, pularizou e o bindi é utilizado por muitas mulheres
apenas para que não estranhem ver seu rosto sem independentemente de estado civil”. Ainda de acordo
o enfeite após tanto tempo de uso”. ele, o bindi representa a força projetiva do espírito so-
De acordo com a cantora indiana, há cidades bre a matéria. “Quando você nasce, há uma força que
interioranas em que as mulheres não mostram o é a sua porção de participação do divino. Essa energia
rosto sem bindi. “Antigamente, ele era feito como entra no momento do nascimento astrológico em seu
uma pintura, com o pó avermelhado de kunkum corpo, como um raio, por um ponto no centro da tes-
e moldes circulares, às vezes o orifício de uma ta, entre as sobrancelhas, chamado vajra (que quer
moeda. Atualmente, quase todas as mulheres dizer “raio”). Essa força passa pela coluna e se aloja
usam os auto-adesivos, que são de camurça e têm em um bulbo que fica na base da coluna, na região
us
ue o
de proteger a mulher q
da mulher
ém
f emi nina, al
do períneo, e entra como se fosse um co- istãs, e denot a energia
meta ou uma serpente e se enrola em um
orifício imaginário. Essa é a energia que o
acompanha pelo resto da vida, é a energia
vital, e, se ela sair desse local, você morre.
Essa força é o símbolo da pureza e da coe-
rência da pessoa e, quando essa energia se
co-cr
Foto: Manoel Carvalho/ Produção Márcia Asnis/ Cabelo e maquiagem: Anderson Longo/ Lenço: Jaipur/ Bindi: Geeta
pureza não escapasse durante a infância ou
a puberdade. Após certa idade, cerca de 16
anos, a pessoa poderia se cuidar e buscar
essa ajuda por vontade própria, não por um
símbolo divino. “Como o casamento acon-
tecia geralmente por volta dos 12 anos, o
bindi ficou associado à virgindade”.
Chê, professora de filosofia indiana,
asam
mo como Deus”.
O bi
Fotos: Manoel Carvalho/ Produção: Marcia Asnis/ Cabelo e maquiagem: Anderson Longo/ Ambientação: Wharehouse/ Bata e saia: Katmandu / Bijuterias: Wharehouse/ próxima página - Vestidos e bijuterias: Katmandu/ Bata masculina e calça: Geeta
Oriente
Transcendência do
Ela: conjunto de túnica e calça e bindi Geeta Ele: conjunto de túnica e calça Geeta
Batas: Jaipur/ Fotos: Manoel Carvalho/ Produção: Márcia Asnis / Cabelo e maquiagem: Anderson Longo
Estilo
IOGUE
CONFIRA ALGUNS ITENS QUE FACILITAM A PRÁTICA DOS
1
7
Fotos: Mônica Antunes/ Produção: Márcia Asnis
8
Autobiografia de um Iogue, de
Paramahansa Yogananda
Nesta obra, Paramahansa Yogananda mostra porque é uma das mais im-
portantes figuras espirituais do século 20. Ele conta o seu treinamento e
suas experiências com santos e mestres iluminados da Índia, e explica
de maneira clara e científica as leis sutis e como os iogues atingem o au-
todomínio. Neste relato, o autor faz uma introdução, de modo profun-
do, sobre ciência e filosofia iogue. O livro é considerado um clássico da
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