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EPIDENDRUM
As curiosidades deste
RAIO-X gênero composto por
Conheça as orquidáceas milhares de espécies
encontradas nos principais nativas das américas
biomas do Brasil

Brassolaeliocattleya
Keowee ‘VI Galaxy’

Histórias dos
AFICIONADOS
por um grupo
de orquídeas

Aprenda a fazer
COMPOSTAGEM
e prepare adubo
orgânico em casa
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editorial 100% gratuita - Clube de Revistas

O Brasil é o terceiro país do mundo em


número de espécies da família Orchidaceae.
Para conhecer melhor essa diversidade, pre-
paramos uma reportagem que mostra as ca-
racterísticas dos principais biomas nacionais
e as orquidáceas encontradas neles.
Com tanta riqueza natural, parece im-
possível escolher apenas um gênero ou es-
pécie como favorito. Porém, não é o que ocor-
re com alguns colecionadores. Nas próximas
páginas, confira as histórias de aficionados
por um determinado grupo destas plantas e
veja como teve início esta paixão.
Na seção Cultivo, conheça o amplo gê-
nero Epidendrum, com cerca de 1.100 repre-
sentantes, sendo a maioria epífita e nativa das
Américas. Também não deixe de conferir o pas-
so a passo que detalha como produzir adubo
orgânico por meio da compostagem.

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índice 100% gratuita - Clube de Revistas


10 HISTÓRIA O apreço de Joaquim Barreto Carneiro Filho
pelas orquídeas naturais Diretores

14 PASSO A PASSO
Luiz Fernando Cyrillo

Renato Sawaia Sáfadi


Compostagem: convertendo lixo
em adubo orgânico FALE CONOSCO

16 CULTIVO A beleza e diversidade


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dos Epidendrum
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22 ORQUÍDEAS POR BIOMA


As espécies mais representativas de
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26 COLEÇÕES ESPECÍFICAS
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um determinado grupo de orquidáceas IMPRESSO NO BRASIL.

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22 Pano Bichos, Bonecos de Feltro, Capitonê, Cupcake, E.V.A., Feltro, Fuxico, Fuxico com Feltro,

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Especial Quartos, Construir Especial Salas, Construir Rústicas, Decoração de Interiores Varandas

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16
Cozinhas, Guia de Modelos de Piscinas e Piscinas & Churrasqueiras. DECORAÇÃO DE FESTAS:

24 Decoração de Festas Infantis, Guia de Decoração de Festa de Casamento e Guia de Decoração

de Natal. GASTRONOMIA E CULINÁRIA: Cake Design, Cake Design Cupcakes, Coleção Delícias

da Cozinha, Culinária Fácil Bolos, Guia da Cerveja, Guia de Decoração de Festas Infantis Bolos,

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38 GUIA DE ORQUÍDEAS
SAGISMO: Coleção Cultivo de Orquídeas, Como Cultivar Orquídeas, Guia Como Cultivar Orquídeas

para Iniciantes, Guia da Jardinagem, Guia de Orquídeas, Guia Sítio & Cia - Horta & Pomar, Jardins

49 CONTATOS
em Pequenos Espaços e Paisagismo & Jardinagem. PROJETO E CONSTRUÇÃO: Casas de 50

a 90 m², Construção do Começo ao Fim, Guia Construir Drywall, Guia Construir Economize Água,

Guia Construir Iluminação, Guia Construir Portas e Janelas de PVC, Guia Construir Reforma, Guia

50 ARTIGO Por Marilda Almeida da Silva


de Projetos para Construir, Manual da Piscina, Melhores Projetos e Projetos de 100 a 200 m².

SAÚDE: Coleção Guia Saúde Hoje e Sempre e Saúde Hoje e Sempre.


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Guardião das
orquídeas naturais
Texto Renata Putinatti
Fotos Daniel Mansur

A proximidade com a natureza durante os primeiros anos por caminhos distintos e se encontravam no fim da tarde. Ha-
de vida estimulou de forma espontânea o interesse do or- via muita comemoração quando alguém achava um exemplar
quidófilo Joaquim Barreto Carneiro Filho, de Belo Horizon- diferenciado e que se destacava pela forma ou cor.
te, MG, pelas flores de modo geral. Nascido em 1952 em Já bastante envolvido com as orquídeas, ingressou na So-
Itaúna, no interior do estado mineiro, passou a infância brin- ciedade Orquidófila de Belo Horizonte (SOBH), em 1974, quan-
cando no quintal da casa onde morava e que fazia divisa do a entidade comemorava 25 anos de atividades. Seu objeti-
com o rio São João. Nas suas margens havia uma pequena vo era adquirir conhecimento e fazer amizades, pois existiam
mata ciliar, onde uma exuberante touceira de bromélia Bil- poucos orquidários comerciais no Brasil. Além disso, as plantas
lbergia floria regularmente todo ano, deixando-o extasiado consideradas boas eram “trancadas a sete chaves” e, para ga-
com tamanha beleza. nhar um único corte delas, era preciso criar um vínculo afetivo
O despertar da paixão pelo mundo da orquidofilia aconte- com o cultivador.
ceu em 1972, quando foi visitar uma tia materna em Ipatinga, A SOBH costumava organizar quatro exposições anuais,
MG, e ganhou um corte de Cattleya warneri. Pouco tempo de- mas a que se destacava era a comemorativa da fundação, rea-
pois, juntamente com três amigos, formou um grupo que gosta- lizada em agosto para coincidir com a floração de Dendro-
va de cultivar flores e era principiante no trato com orquídeas. bium, gênero amplamente difundido e de fácil cultivo na região.
“Naquela época, na região de Itaúna, bastava se afastar uma “Como o evento aconteceria no final de semana, na sexta-feira
légua (6 km) da zona urbana para encontrar habitats de or- fui para Belo Horizonte, deixei alguns vasos para serem julga-
quidáceas. Em determinados locais, eram vistos verdadeiros san- dos e voltei a Itaúna. No domingo, ao retornar para apanhá-
tuários tal a profusão de gêneros e espécies que ocorriam em los, tive a enorme surpresa de que um deles ganhou um prêmio
uma limitada área geográfica”, recorda-se. de primeiro lugar e ainda foi eleito o melhor da exposição pe-
Segundo Carneiro Filho, geralmente as C. walkeriana rei- los votos dos expositores. Neófito que era, fui saber a razão.
navam absolutas no alto das árvores. E também tinham as va- O orquidófilo Amorim Silveira me explicou que o Dendobrium
riedades que vegetavam sobre afloramentos rochosos forman- Nobile que expus era de uma variedade desconhecida até en-
do enormes tapetes, em diferentes graus de umidade e ilumi- tão, porque apresentava um sopro róseo nas pétalas, além de
nação. “Ali já observávamos que o desenvolvimento de cada ser muito bem armado”, comenta.
planta variava em função do ambiente natural.” Este prêmio repercutiu intensamente em sua pequena cida-
O quarteto escolhia a época de floração das espécies para de, o que felizmente acabou agregando vários novos membros
visitar a mata. Para isso, dividiam-se em duplas, que seguiam ao grupo dos apaixonados por orquídeas.

10 \ Como Cultivar Orquídeas


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“Muitas das minhas


orquídeas são as matrizes
dos cruzamentos que fazem
sucesso, por isso, tenho
um enorme cuidado e
carinho por elas”

TALENTO RECONHECIDO rentes, em todos os casos com a C. bicolor sendo o cavalo.


Em 1979, um orquidófilo localizou um santuário de orquí- “Nelas o bulbo é bem maior e mais forte, assim como a haste
deas na Cachoeira das Borboletas, situada próxima a Itaúna, floral, que ainda possuía várias flores”, esclarece.
onde foram encontradas espécies de Cattleya, Brassavola, Sta- Em junho de 1980, um fato inesperado foi definitivo para
nhopea, Sophronitis, Oncidium, Encyclia, Campylocentrum, começar a nortear sua coleção: recebeu de presente um corte
Polystachia, Vanilla e Schomburgkia. de C. walkeriana suave com cinco bulbos. “Fiquei encantado,
Dias depois, durante uma visita, Carneiro Filho teve a de- pois a flor era muito bonita e diferente.”
cepção de perceber que alguém retirou tudo o que existia por Na exposição da SOBH realizada em maio do ano se-
lá. De uma enorme touceira de C. bicolor que vegetava em uma guinte, ele a apresentou florida e novamente ganhou a pri-
árvore de ingá, restaram apenas alguns seedlings, que foram meira colocação. “Dei o nome de minha falecida esposa Mei-
coletados por ele. “As amostras levadas ao meu orquidário de- re ao cultivar que, por sinal, até hoje é bastante procurado
moraram para se desenvolver e o seedling sobrevivente apre- e premiado, revelando-se uma excelente matriz para melho-
sentou uma flor diferente de tudo o que eu conhecia. Fotogra- ramentos genéticos, bem como com uma incomum variação
fei-a e apresentei a dois botânicos que concluíram ser uma no- cromática”, revela.
va espécie ainda não estudada. Após fazer as pranchas e des- Atualmente morando em Belo Horizonte, seu orquidário é
crições, foi devidamente registada como C. joaquiniana X por composto por mais de mil exemplares, a maioria deles repre-
Francisco Miranda, que atribuiu meu nome a ela”, orgulha-se. sentada por C. walkeriana. Porém, também constam varieda-
Trata-se de uma planta de porte reduzido, bulbos pequenos des de C. warneri e C. labiata, que foi ganhando e trocando
e finos, que conta com apenas uma flor por haste, além de ter ao longo de sua trajetória na orquidofilia. “Entre estas três es-
cultivo dificílimo. Posteriormente, na mesma região, verificou-se pécies, tenho cerca de 200 naturais, todas renomadas e com
quatro vezes a ocorrência de C. joaquiniana X em locais dife- histórias de destaque no passado. Muitas são as matrizes dos

12 \ Como Cultivar Orquídeas


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cruzamentos que fazem sucesso, por isso, tenho um enorme cui- TRADICIONALISMO
dado e carinho por elas. É um banco genético que deve ser pre- Em quase 40 anos de dedicação às orquídeas, Carneiro Filho
servado, em meu modesto entendimento”, entusiasma-se. ressalta a evolução desta atividade. “Antes era muito fechada.
Nas árvores do jardim da casa onde reside, ele está rein- Boas plantas eram inacessíveis para a maioria dos orquidófilos e
troduzindo as plantas de cultivo difícil e as mais raras, princi- conseguidas apenas com trocas ou como presente. Hoje, com os
palmente as que têm deficiência de pigmentação. “As varieda- laboratórios de reprodução, os orquidários comerciais e as inú-
des alba, semi-alba e suave, quando localizadas e levadas a meras exposições é possível adquirir material de cultivo e mudas
orquidários, quase sempre acabam morrendo, já que o local é de diferentes espécies a um preço razoável”, compara.
diferente de onde estavam adaptadas. Nesta reintrodução, a Para ele, o crescimento do setor é visivelmente notado, já que
recuperação é extraordinária. Com o auxílio de adubação ba- as flores estão cada vez mais destacadas, bem armadas e em pro-
lanceada, verifico que apresentam rapidamente uma floração fusão. “Sinceramente, prefiro as plantas naturais. Acho interessante
exuberante”, descreve. a variação do colorido e das formas. As que vão surgindo dos me-
A paixão pela C. walkeriana foi tão arrebatadora que, em lhoramentos estão acompanhando tendências da moda e perdendo
1999, em conjunto com amigos, fundou a Associação da Cat- o padrão. A vantagem comercial fala mais alto.”
tleya walkeriana (ACW). “Fiquei muito honrado pela escolha Mesmo dando prioridade aos exemplares puros, o orquidófi-
de meu nome para ser o primeiro presidente.” lo comenta que já fez algumas experiências em melhoramentos
Para ele, também é motivo de orgulho ter sido um dos pri- genéticos usando suas matrizes, alcançando resultados satisfató-
meiros associados da Coordenadoria das Associações Orqui- rios e gratificantes. “Procuro não distanciá-las do padrão, porque
dófilas do Brasil (Caob) e ainda possuir todos os boletins da en- assim posso continuar contribuindo com a preservação das espé-
tidade encadernados, em especial, os três primeiros que foram cies naturais. Como não disponho de tempo nem espaço, sempre
impressos em preto e branco. realizo em escala bem reduzida”, conclui.

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passo a passo

Shu
tter
sto
ck

Completo
e natural
Texto Fernanda Oliveira
Fotos Tatiana Villa

O uso de composto orgânico como adu- de apresentar altos níveis de toxicidade).


bo é uma forma de aliar o cultivo de or- O profissional explica ainda que a A T E N Ç Ã O
quídeas à preservação ambiental, já que mescla de materiais molhados e secos –
a compostagem nada mais é do que a re- respectivamente, ricos em nitrogênio (N)
ciclagem de material orgânico, o que re- e carbono (C) – promove uma deteriora- O que pode ser usado na com-
duz a quantidade de lixo produzido. ção mais rápida e sem emissão de odo- postagem: cinzas, penas, lixo do-
Segundo Adalberto de Souza Junior, res desagradáveis. méstico, aparas de grama, rocha
engenheiro agrônomo e professor da Fa- Sendo assim, se a composteira pro- moída, conchas, feno ou palha,
culdade Cantareira, de São Paulo, SP, pa- duzir chorume ou somente odores desa- podas de arbustos, folhas, resí-
ra realizar este procedimento, deve-se uti- gradáveis, é sinal de que o processo de duos de couro, jornais, acículas
lizar os chamados materiais molhados, decomposição está acelerado, sendo re- (espécie de espinho curvo e fle-
caso de cascas de frutas e verduras, talos comendado adicionar mais resíduos ricos xível) de pinheiro, serragem, al-
de hortaliças, borra de café e restos de em C. Mas, caso esteja demorando para gas-marinhas e ervas daninhas.
comida. Este último deve ser empregado formar o produto final, a solução é o acrés- O que não pode ser emprega-
em pouca quantidade devido ao sal e à cimo de materiais molhados. do na compostagem: carvão mineral
gordura usados na preparação, que, pos- “O uso do composto orgânico é a me- e vegetal, papel colorido, plantas
teriormente, podem prejudicar as plantas. lhor e mais completa maneira de adubar, doentes, resíduos não biodegra-
Também é preciso acrescentar os re- pois possui todos os nutrientes necessários dáveis, fezes de animais de esti-
síduos denominados secos, por exemplo, para o bom desenvolvimento das orquí- mação, lodo de esgoto e produtos
folhas secas, serragem e papel (de prefe- deas”, destaca Souza Junior, que mostra, químicos tóxicos.
rência, os não coloridos, pois a tinta po- passo a passo, como produzi-lo em casa.

14 \ Como Cultivar Orquídeas


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VOCÊ VAI
PRECISAR DE
Cinco escorredores
de macarrão, cinco
pratos para apoiá-
los, faca, materiais
molhados (cascas de
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frutas e legumes, bor-
ra de café e comida)
e materiais secos (fo-
lhas secas, serragem
e papel)

PREPARO DOMÉSTICO tagem (seguindo os mesmos passos citados). Portanto, sem-


O profissional diz que a composteira deve ficar em local pre haverá um recipiente livre para receber sobras e outro
ventilado, coberto e resguardado de chuva e sol direto. Para com composto orgânico pronto para ser usado. “As cinco
iniciar, pique todos os restos de alimentos com a faca e, sepa- composteiras podem ser empilhadas, deixando a mais ‘ve-
radamente, rasgue o papel em pequenos pedaços. “Quanto me- lha’ por baixo”, completa.
nor o tamanho, mais rápida e homogênea será a decomposi- Assim que o escorredor estiver totalmente cheio, é necessá-
ção”, explica. rio verificar a umidade do material, espremendo um punhado
Misture as folhas secas, a serragem e o papel picado. Use- com as mãos. “Ele deve estar úmido, mas sem escorrer ‘caldo’.
os para fazer uma camada de 3 cm no fundo do escorredor de Se estiver seco, é preciso molhar um pouco”, ensina. Em caso
macarrão (1). Em seguida, em um prato à parte, junte todos os de perda ou excesso de água não haverá formação de com-
ingredientes molhados picados (2) e, depois, coloque-os no es- posto orgânico.
corredor sobre os materiais secos, fazendo uma segunda ca- Temperatura e aeração também devem ser mantidas em equi-
mada também de 3 cm (3). líbrio, então, é essencial revolver os resíduos. Para conferir se
Continue formando camadas alternando os materiais secos o procedimento foi bem-sucedido, após 50 dias, o material pre-
e molhados até atingir a borda do escorredor, sendo que a fi- cisa apresentar cheiro de terra (sem odor desagradável) e apa-
nalização deve ser com os resíduos secos por cima (4). Para evi- rência de borra de café (6).
tar sujeira caso tenha produção de chorume, é indicado colo- Uma boa dica é diluir um pouco do composto em um co-
car um prato embaixo do escorredor (5). po com água. Se dissolver aparentando tinta, está pronto e
Como a decomposição leva cerca de 50 dias, Souza adequado para nutrir as orquídeas. Basta aplicá-lo direta-
Junior recomenda montar cinco escorredores de compos- mente no substrato.

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Flores em
abundância
Texto Paula Andrade

Epi. Salmon Sunset

16 \ Como Cultivar Orquídeas


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O gênero Epidendrum conta com mais de 1.100 espécies, líneas (massa coesa de grãos de pólen e substância aderen-
que vegetam desde os Estados Unidos até a Argentina. A gran- te)”, relata Creuza Müller, orquidófila e proprietária do Or-
de maioria é epífita e seu nome vem justamente deste hábito, quidário da Mata, na capital paulista.
já que a denominação do grupo é uma derivação de duas pa- As flores também apresentam inúmeras diferenças no for-
lavras gregas que significam “sobre as árvores”. Entretanto, mato e no tamanho, mas geralmente se desenvolvem em uma
também há rupícolas e terrestres. espiga terminal. “Existem algumas com menos de 1 cm e ou-
Possui grande diversidade morfológica, abrangendo or- tras com até 5 cm de diâmetro, com uma variedade vasta
quídeas que apresentam pseudobulbos proeminentes, como o de cores. A durabilidade costuma ser grande, pois flores-
Epi. boothianum, outras com caules alongados do tipo cana, cem em cachos e abrem sequencialmente, ou seja, uma após
caso do Epi. anceps, e ainda aquelas com caules dilatados, a outra. Com isso, quanto maior o número de flores em um
por exemplo, o Epi. lindleyanum. cacho, mais prolongada será sua durabilidade”, conta Clo-
“As principais características que distinguem este gênero doaldo José Censi, orquidófilo e proprietário do Bella Or-
dos outros da subtribo Laeliinae são o rostelo (porção estéril chidea, de Jarinu, SP.
da coluna, que separa a antera da porção fértil do estigma) De acordo com Creuza, as floradas perduram entre dez e
fendido e o viscídio (substância viscosa e aderente existente 20 dias, mas as do Epi. parkinsonianum, Epi. porphyreum e
nas flores para coletar pólen) semilíquido produzido. Muitas Epi. stamfordianum duram mais de um mês. “Algumas são
espécies têm o labelo unido à coluna, um tubo nectário que bastante perfumadas, como acontece com o Epi. fragrans. O
penetra o pedicelo (haste que sustenta a flor, responsável pe- aroma agradável torna esta espécie do Agreste de Alagoas
la sustentação e condução da seiva) e usualmente quatro po- muito encontrada nos orquidários domésticos.”

Evelyn Müller
Hamilton Penna

Epi. radicans Thayeri ‘Yellow’

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Ela destaca como espécies mais disputadas pelo colorido in- Censi acrescenta que determinadas variedades do grupo
tenso e exuberância das inflorescências Epi. altissimum, Epi. são cruzadas com Cattleya, sendo chamados de Epicattleya.
amethystinum, Epi. ilense, Epi. nocturnum, Epi. raniferum, Epi. “Alguns dos mais famosos são Epc. Rene Marques (Epi. pseu-
revolutum e Epi. schomburgki. doepidendrum x C. Claesiana) e Epc. Siam Jade (Epc. Vien-
O gênero possui plantas florindo em todas as estações do na Woods x C. Penny Kuroda).”
ano, com maior incidência na Primavera. A proprietária do Or- Muito presentes nas coleções do País também é possível ci-
quidário da Mata aponta que no Brasil há mais de cem espécies, tar Epi. Plastic Doll (Epi. pseudoepidendrum x Epi. ilense) e
com uma gama variada de tonalidades, como verde, laranja, Epc. Voila Katherine (Epi. atropurpureum x C. bowringiana).
amarela, branca, rósea, vermelha e púrpura. “Muitos híbridos “O Epi. ellipticum participa da maioria dos cruzamentos”, re-
têm boa aceitação comercial devido às cores quentes e fortes.” vela Creuza.

Hamilton Penna
Evelyn Müller

Epi. stamfordianum ‘Pink’ Epi. stamfordianum alba

18 \ Como Cultivar Orquídeas


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Evelyn Müller

Evelyn Müller
Epicattleya Atrowalker Epi. amblostomoides

Edu Castello

Epi. fulgens

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Evelyn Müller
Epi. radicans Cosmos Dream ‘Colour Red’

CUIDADOS Censi afirma que a receita para uma boa floração é a com-
Com representantes espalhados em habitats bastante dis- binação de adubação correta e luminosidade abundante. “No
tintos, desde florestas úmidas ao Cerrado, é essencial se infor- geral, as plantas deste gênero não apresentam dificuldades de
mar sobre as preferências da espécie adquirida. Mas, em ge- cultivo quando contam com substrato e ambiente adequados.
ral, apreciam luminosidade em torno de 50% e temperaturas Mas algumas espécies são mais exigentes, como o Epi. ron-
que variam de 10 a 35ºC. doniense. Endêmico do Estado de Rondônia, não suporta tem-
“A umidade do ar precisa estar entre 50 e 80%. Isto po- peraturas muito baixas.”
de ser oferecido em casa, colocando as plantas em bande- O replantio deve ser feito quando o substrato estiver velho,
jas com pedregulhos e água ou areia úmida. Como a gran- caracterizado por cor escura e cheiro desagradável, ou quan-
de maioria não apresenta período de repouso, é necessá- do suas raízes se aglomerarem no vaso. “O melhor momento
rio manter o substrato permanentemente umedecido, mas de fazer este procedimento é depois da floração, trocando o
sem o acúmulo de água”, ensina a especialista do Orqui- substrato e fornecendo uma boa drenagem com pedrisco ou iso-
dário da Mata. por”, indica a proprietária do Orquidário da Mata.
A escolha do substrato também varia. De acordo com Creu-
za, as epífitas preferem os mais aerados, por exemplo, a mis- ALERTA
tura de fibra de coco, carvão, casca de pinus e esfagno. “Às Acontece dos Epidendrum serem vitimados por doenças fúngi-
rupícolas, pode-se acrescentar bastante pedrisco. Enquanto o cas e manchas bacterianas ou ainda sofrerem ataques de cochoni-
ideal para as terrestres é usar materiais que retenham umida- lhas, que podem ser combatidas com um inseticida doméstico.
de, pois na natureza vivem em solos ricos em húmus e mate- “Para prevenir problemas, é melhor utilizar substratos es-
rial orgânico.” terilizados por tratamento térmico (solarização) ou químico.
Quanto à adubação, ela recomenda a aplicação de um fer- Além disso, deve-se cultivar os exemplares em locais ventila-
tilizante orgânico ou biológico, como o bokashi, a cada três me- dos, evitando o acúmulo de umidade e as baixas temperatu-
ses. “Também utilizo semanalmente um adubo com substâncias ras. Também é preciso ter cuidado com a aglomeração de
orgânicas vivas e nutrientes minerais e um fertilizante foliar. Al- plantas, que acabam favorecendo a disseminação de pató-
terno o NPK 20-20-20 com o 6-15-36.” genos”, aconselha Creuza.

20 \ Como Cultivar Orquídeas


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Tatiana Villa

Epi. stamfordianum

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orquídeas 100%
por gratuita
bioma - Clube de Revistas

Floradas de Nor Texto Paula Andrade Fotos [1] Divulgação/Sergio Ostetto, [2] Evelyn Müller, [3] Hamilton Penna, [4] Samuel Alexandre, [5] Shutterstock e [6] Tatiana Villa

Caatinga
Cattleya labiata semi-alba Cattleya labiata tipo

[2] [2]

Cattleya labiata rubra Cattleya amethystoglossa

[6] [6] [5]

O Brasil é o terceiro país do mundo com maior número de es- tas vivem à sombra de arbustos próximos a beirada de rios,
pécies de orquídeas. Com um território de mais de 8 milhões de como Epidendrum ciliare, Catasetum purum, Ctsm. barba-
km², apresenta grande diversidade de paisagens naturais. E são tum, Oeceoclades maculata e Oncidium cebolleta. “Na Caa-
justamente nestes biomas (ecossistemas com aspectos semelhantes tinga, por falta de umidade, não são muito encontradas. Na
de clima, solo, relevo, regime de chuvas e latitude) que as mais de região Nordeste, aparecem mais no litoral, como a Cattleya
2 mil orquidáceas nativas vegetam. A fim de divulgá-las melhor e, granulosa e a C. amethystoglossa, e nas serras e chapadas,
assim, contribuir com sua preservação, Como Cultivar Orquídeas caso da C. labiata. Estas três são plantas de fácil cultivo e
mostra algumas representativas de Caatinga, Cerrado, Floresta muito presentes em coleções”, explica Luciano Henrique Ra-
Amazônica, Mata Atlântica e Pantanal. Vale a pena conhecer! malho, diretor técnico do OrquidaRio – Orquidófilos Associa-
dos do Rio de Janeiro, da capital fluminense.
CAATINGA “A C. labiata é considerada a Rainha do Nordeste, sendo
Com clima semi-árido, temperaturas elevadas e chuvas ir- muito usada para cruzamentos devido às flores belas e grandes
regulares e escassas, a Caatinga abrange aproximadamente com perfume maravilhoso”, completa Elza Kawagoe, orquidó-
10% do território nacional. Arvoretas, arbustos e cactáceas fila e relações públicas da Associação Orquidófila de São Pau-
predominam na paisagem, que conta com solo pedregoso e lo (Aosp), da capital paulista.
compacto. Em razão destas características, o bioma que en- Thelyschista ghillanyi e C. tenuis são duas típicas da Caa-
globa os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do tinga, que constam na Lista Oficial das Espécies da Flora Bra-
Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e nor- sileira Ameaçadas de Extinção elaborada pela Fundação Bio-
te de Minas Gerais, possui poucas espécies de orquídeas. Es- diversitas sob encomenda do Ministério do Meio Ambiente.

22 \ Como Cultivar Orquídeas


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te a Sul do País CERRADO


O Cerrado é o segundo maior bioma em extensão, cobrindo
quase 25% do País. O solo é arenoso e possui alta taxa de alumí-
nio, ao passo que sua vegetação é composta por arbustos e árvo-
res, no geral, baixas com troncos retorcidos de casca grossa. Esti-
ma-se que o espaço entre os estados de Goiás, Minas Gerais, Ma-
to Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins abrigue de 500 a 600
espécies de orquídeas. “Os gêneros Cyrtopodium e Habenaria
são muito significativos nesta área, com cerca de 30 e cem espé-
cies presentes, respectivamente. São tipicamente terrestres, mas os
Cyrtopodium também contam com representantes rupícolas”, in-
forma Luiz Menini Neto, doutor em botânica pela Escola Nacional
de Botânica Tropical do Rio de Janeiro, de Juiz de Fora, MG.
No entanto, de acordo com Sergio Ostetto, orquidófilo e
proprietário do Ostetto Orquídeas, a orquidácea que mais se
destaca é a C. nobilior. “É a ’Rainha do Cerrado’, sendo mui-
to procurada por colecionadores do mundo inteiro pela beleza
floresta amazôniCa e resistência. Exala um odor agradável e duradouro e seu ha-
Cerrado bitat engloba todo o bioma e ecossistemas afins, inclusive o Pan-
Caatinga tanal, vegetando nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato
mata atlântiCa Grosso, Goiás, Tocantins, sudoeste da Bahia, sul do Maranhão,
pantanal leste de Rondônia, Bolívia e Paraguai, em regiões sujeitas a lon-
pampas gos períodos de estiagem e alta luminosidade. A floração ocor-
re principalmente em julho e agosto.”
O diretor técnico do OrquidaRio também destaca a C. wal-
[5]

Cerrado keriana como outra “maravilha” do bioma, pelas flores belas e


grandes. “Mas, assim como algumas orquídeas do Cerrado, es-
tá bastante ameaçada por queimadas, coleta indevida e avan-
ço da agricultura”, ressalta.
Apesar de mais da metade da área do bioma já ter sido al-
terada pela ação do homem, é possível observar muitas orqui-
dáceas como Epistephium sclerophyllum, Sacoila lanceolata,
Habenaria lavrensis e Cyrt. hatschibachii. Ostetto cita ainda
a exuberância de Ctsm. vinaceum, Cyrt. saintlegerianum, En-
cyclia linearifolioides e Oncidium macropetalum (chamado de
“chuva-de-ouro do Cerrado”).
[2] [6]
Cattleya nobilior Cattleya walkeriana tipo
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FLORESTA AMAZÔNICA MATA ATLÂNTICA
A vegetação densa e bela da Floresta Amazônica recobre Distribuída ao longo da costa desde o Rio Grande do Sul até
quase completamente a região Norte do País. Como recebe chu- o Rio Grande do Norte, a Mata Atlântica apresenta alto índice plu-
vas contínuas e tem temperaturas e umidade elevadas, possui viométrico e temperaturas amenas durante todo o ano. Com uma
fauna e flora riquíssimas. Sobre as altas árvores existem trepa- incrível biodiversidade, abriga uma enorme gama de orquidáceas.
deiras, cipós e epífitas, e dentre estas últimas uma imensa va- “É neste bioma que se encontra a grande maioria das espécies
riedade de orquídeas. brasileiras em decorrência do ambiente favorável ao seu desen-
Estudiosos afirmam que há em torno de 1,5 mil espécies na volvimento. As mais expressivas do ponto de vista ornamental per-
Amazônia, mas que metade delas ainda não foi identificada. tencem às subtribos Oncidiinae (Miltonia, Aspasia, Gomesa e
Menini Neto esclarece que muitas espécies de Cattleya, Ency- os gêneros derivados de Oncidium, como Coppensia, Alati-
clia, Epidendrum, Oncidium e Maxillaria são endêmicas des- glossum, Baptistonia e Brasilidium), Maxillariinae, Bifrenariinae
te bioma. “Dentre as terrestres, pode-se citar Cyclopogon, Pe- e Laeliinae (Epidendrum, Cattleya, Laelia, Leptotes, Sophronitis
lexia e Prescottia. Mas as epífitas são as mais representativas, e Isabelia)”, revela Luiz Filipe Klein Varella, orquidófilo e pesqui-
com destaque para a subtribo Pleurothallidinae, com as cha- sador amador de orquídeas e bromélias, da capital gaúcha.
madas micro-orquídeas, como Acianthera, Anathallis, Dryadella, Ele acrescenta que também é imensurável a importância da
Masdevallia, Octomeria, Stelis etc. Atualmente sua importân- ampla ocorrência das micro-orquídeas, representadas, por exem-
cia entre os cultivadores está sendo ampliada, inclusive com gru- plo, pelas espécies das subtribos Pleurothallidinae e Ornitho-
pos de discussão na internet voltados para a troca de informa- cephalinae, bem como o grande número de orquídeas terres-
ções sobre taxonomia e cultivo.” tres que vegetam no interior das florestas remanescentes.
Ramalho enfatiza ainda a importância do gênero Catase- Muitas endêmicas da Mata Atlântica são cultivadas pelos
tum. “A Amazônia pode ser considerada o centro dispersor des- orquidófilos de todo o País, com ênfase naquelas das subtribos
te grupo, já que possui inúmeras espécies, com destaque para Oncidiinae, Maxillariinae e Laeliinae. As que chamam aten-
o Ctsm. pileatum.” ção pela extrema beleza e são bastante estimadas são C. leo-
C. violacea e C. eldorado também são duas orquídeas en- poldii, L. purpurata, C. warneri, C. guttata, C. schilleriana, L.
dêmicas muito desejadas pelos orquidófilos brasileiros, apesar pumila e Sophronitis coccinea.
de serem consideradas de difícil trato. Devido ao desmatamento
e avanço das fronteiras agrícolas, há espécies do bioma que
correm risco de extinção, caso da Galeandra curvifolia.

floresta amazônica

floresta amazônica
cerrado
caatinga
mata atlântica
pantanal
pampas
[5]
[3] [4] [4]
Cattleya eldorado tipo Cattleya eldorado suavissima Cattleya violacea alba

24 \ Como Cultivar Orquídeas


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O grande número de espécies, no entanto, é propor- PANTANAL
cional ao seu risco de desaparecimento. “A área tem sofri- Abrange os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e
do historicamente uma drástica redução desde o descobri- uma parte da Bolívia e do Paraguai. Trata-se de um bioma com-
mento do País, restando uma média de 10% do território plexo, porque conta com uma mescla de ecossistemas, com des-
original e em fragmentos descontínuos. A intensa e des- taque para o Cerrado. As chuvas se concentram de outubro a
controlada ocupação humana é o melhor exemplo: das maio- março e seus rios inundam periodicamente as extensas planícies,
res cidades do Brasil, dez estão localizadas dentro do que ao passo que as áreas mais altas se mantêm secas. A vegetação
era originalmente a Mata Atlântica. A flora orquidácea so- é muito diversa, com árvores de portes alto e médio entremeadas
fre com a perda e deterioração de arvoredos, nascentes e de arbustos e plantas rasteiras.
mananciais. Em consequência, o risco de extinção é per- De acordo com Ostetto, o Pantanal não é rico em orquídeas
manente para praticamente todas as espécies, embora isso epífitas. “As espécies encontradas também são vistas no Cerra-
ocorra em diferentes graus. Há inúmeras que não são mais do, mas o inverso não é correto. Há raros estudos sobre as or-
encontradas no habitat, ou achadas com extrema dificul- quidáceas terrestres e estas ainda são pouco cultivadas, embora
dade e em populações muito restritas.” muitas sejam belíssimas, como as representantes dos gêneros
De acordo com o especialista de Porto Alegre, a con- Cleiste e Cyrtopodium, além da Bletia catenulata.”
servação das nativas deste bioma está diretamente vincu- Ele declara ainda que a falta de informação sobre as espécies
lada à necessidade de frear a coleta indiscriminada e não deste bioma as deixa esquecidas. “No Pantanal, inclusive, ocorre
adquirir plantas vendidas irregularmente por colecionado- a Habenaria aricaense, que vegeta grande parte do tempo sub-
res, orquidários e mateiros. mersa pelas enchentes e, por isso, é dita ‘orquídea aquática’.”
Campylocentrum pernambucense, Ctsm. uncatum, C. Ostetto demonstra preocupação com a extinção das plantas
dormaniana, Pleurothallis gomesiiferreirae e Soph. tene- naturais desta área. “A legislação ambiental não facilita às enti-
brosa são apenas algumas das dezenas de endêmicas da dades, como associações orquidófilas, a coleta em regiões de des-
Mata Atlântica que constam na Lista Oficial das Espécies matamento e inundações para construção de hidrelétricas e rodo-
da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção. vias, por exemplo, fazendo com que os habitats e as espécies se-
jam destruídos. Outro problema é que muitas pessoas retiram as
orquídeas das matas e acabam por matá-las pela falta de conhe-
mata atlântica cimento no cultivo. Por outro lado, orquidófilos e orquidários co-
merciais continuam plantando e reproduzindo várias espécies, co-
laborando para que não desapareçam definitivamente.”

pantanal

[5] [5]
[2] [6] [1] [1]
Cattleya violacea alba Sophronitis coccinea Cohniella cebolleta Cyrtopodium paludicola

25
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coleções específicas

Paixão
exclusiva
Texto Renata Putinatti Fotos [1] Andrea Carlini, [2] Antonio Di Ciommo, [3] Divulgação,
[4] Evelyn Müller, [5] Gimenez, [6] Gui Morelli, [7] Hamilton Penna e [8] Samuel Alexandre

Existe uma brincadeira entre os colecionadores de orquídeas que, uma


vez picada pela mosca da orquidofilia, rapidamente a pessoa será conta-
giada e dificilmente encontrará a cura. Acontece que, em determinados ca-
sos, a mosca deve ter um “fluido” bastante particular, já que alguns orqui-
dófilos se apaixonam por uma espécie ou gênero, direcionando a coleção
e se tornando verdadeiros especialistas no assunto.
Como Cultivar Orquídeas ouviu depoimentos de quatro cultivadores
engajados na orquidofilia, mas com interesses bem específicos. Surpreenda-
se, a seguir, com as histórias de cada um deles.
[2]
[2] [2] [2]

FÃ DE Cattleya walkeriana mente iguais. Geralmente têm diferenças sutis, seja no brilho da
Assim como a maioria dos colecionadores iniciantes, nos pri- folha, no pseudobulbo etc. Segundo ele, é preciso vivência pa-
meiros anos de cultivo, Antonio Yoshio Sano, orquidófilo, de São ra notar essas minúcias.
Paulo, SP, tinha “um pouco de tudo” quando o assunto era orquí- O especialista afirma que a internet é uma ferramenta es-
dea: Oncidium, Laelia, Cattleya, entre outros. Como precisavam sencial para se manter atualizado sobre as novidades relacio-
de condições ambientais diferentes entre si, percebeu que deveria nadas às C. walkeriana e, principalmente, ficar sabendo so-
direcionar seu hobby, procurando alguma que o satisfizesse. bre boas matrizes. No entanto, para trocar conhecimento sobre
Foi assim que se encantou pela Cattleya walkeriana, ca- orquidofilia, participa de um grupo que, quinzenalmente, reú-
racterizada pelo porte pequeno e flores grandes, que apresen- ne-se para jantar e conversar informalmente. “São cerca de dez
tam uma vasta gama de tonalidades e um perfume inconfundí- pessoas que realmente gostam destas plantas e dispensam a
vel. Vinte e cinco anos após fazer esta escolha, seu orquidário vaidade, ou seja, não se preocupam em revelar seus segredos
conta com 400 vasos desta espécie, sendo que suas preferidas de cultivo ou passar informações aos outros. É ótimo porque en-
são as variedades tipo e semi-alba. sino muito e aprendo mais ainda”, confessa.
Reconhecido pela qualidade da coleção, Sano se diz um Em relação aos melhoramentos de suas C. walkeriana, re-
sortudo e que nunca precisou fazer loucuras para conseguir vela que já fez algumas experiências, inclusive, realizando in-
boas plantas. “Elas aparecem inesperadamente. Às vezes, tercâmbio com o Japão. “Hoje, o Brasil superou o Japão em re-
compro um seedling sem pretensão e nasce algo excepcional. lação à qualidade dos cruzamentos”, enfatiza, lembrando que
Fico surpreso”, comenta, ao acrescentar que o segredo é esco- diversos clones famosos e muito disputados são “importados”
lher mudas com aspectos diferenciados, pois nunca são total- dos nipônicos, como a C. walkeriana semi-alba Tokyo.

26 \ Como Cultivar Orquídeas


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[1]
[8]

[2]
[8]

[1]

A CATASETEIRA ciado, porém, com ótimo resultado: a semi-hidroponia em PET


Apolonia Grade, bióloga, de Alta Floresta, MT, sempre teve com o fruto da palmeira inajá como substrato e adubação fei-
um contato muito próximo com a natureza. Seu envolvimento com ta com adubo peletizado de liberação lenta”, relata, ao lem-
a orquidofilia aconteceu há cerca de 20 anos, quando, durante brar de sua persistência para assegurar condições ideais as suas
uma manhã, presenciou um vai-e-vem frenético de mamangavas orquídeas favoritas.
em torno de um exemplar de Catasetum. “Não sabia da prefe- Tanto esforço deu certo. Hoje, sua coleção apresenta mais
rência destas abelhas, nem de seu prestimoso serviço de polini- de 5 mil exemplares, com intensa participação de diversas es-
zação. Elas estavam em um Ctsm. osculatum maravilhoso, com pécies e híbridos de catasetíneas. No entanto, a bióloga e or-
flores verde-limão fluorescente e ósculo vermelho.” quidófila destaca o Ctsm. pileatum como o mais belo. “Nativo
Depois dessa experiência, Apolonia se apaixonou pelas or- da Colômbia, é capaz de arrancar suspiros até mesmo daque-
quídeas, em especial, pelos Catasetum. Tanto que se autointitula les que dizem que Catasetum não é orquídea”, brinca.
cataseteira. “Minha coleção preza por este gênero, pois é dife- Sua admiração não fica restrita apenas aos tratos culturais
rente ou até mesmo estranho se comparar, por exemplo, uma flor e ao encantamento pelas floradas. Apolonia investe no estudo
feminina de Catasetum a uma bela Cattleya labiata. Que atire a e na busca por informações sobre este grupo, tornando-se uma
primeira pedra o orquidófilo que nunca parou, surpreso, em fren- referência nacional quando o assunto é Catasetum.
te a uma haste deslumbrante de Ctsm. osculatum”, desafia. Também realiza cruzamentos em busca de exemplares ca-
Ela afirma que dar continuidade a esta paixão se mostrou da vez melhores, caso do Ctsm. Everana Grade. “Com as po-
uma tarefa árdua e inglória. Os primeiros exemplares, garim- líneas do Ctsm. Joao Stivalli de flores vinho, fecundei uma flor
pados com dificuldade, foram devorados por ratazanas ao co- feminina de Ctsm. macrocarpum e, depois de quatro anos, ob-
meçar a emitir brotos. Três anos depois deste episódio, uma no- tive uma safra que registrei com o nome da minha filha. Este hí-
va coleção se desenhava, quando as plantas passaram a de- brido tem uma variedade incrível de cores e formas, indo de al-
monstrar baixa adaptação aos vasos tradicionais. “Experimen- ba ao quase negro, com muita consistência e flores de tama-
tando outras formas de cultivo, cheguei a um modelo diferen- nhos variáveis”, revela.

27
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[5] [7]
[4] [4] [4]

UM AUTÊNTICO LABIATEIRO vei em uma área cedida pelo saudoso Peter Meyer-Pflug, em
Leonardo Freitas do Valle, orquidófilo, de Barueri, SP, “caiu seu sítio na Aldeia de Carapicuíba, região metropolitana de
na própria armadilha”. Ele queria presentear a esposa – na épo- São Paulo”, conta.
ca, noiva – com um vaso de flores e comprou um lindo exem- Neste período, realizava cruzamentos entre variedades
plar de orquídea com quatro ou cinco flores, que soube mais da espécie, criando cápsulas (por exemplo, C. labiata coe-
tarde se tratar de uma Cattleya labiata. “Foi aí que começou rulea Panelas x C. labiata coerulea Junior), mas não dis-
um amor que perdura até hoje”, descreve, mencionando que punha de condições e instalações para reproduzir ou fazer
gastou boa parte do salário para adquiri-la. germinar as sementes. “Por isso, sempre que possível, sem
Suas variedades favoritas são rubra, semi-alba e coe- qualquer interesse comercial, cedia as cápsulas para produ-
rulea. “É uma planta especial. A mais linda da rica flora or- tores”, completa.
quidácea brasileira”, faz questão de enfatizar. Para ele, a Mesmo distante do trato diário com as orquídeas, o espe-
espécie chama atenção por ser florífera, apresentar boa for- cialista procura se manter próximo delas, em especial das C.
ma, porte considerável, flores de grande durabilidade e per- labiata, por meio de artigos publicados em revistas e boletins
fume inebriante. do setor. Todo conhecimento adquirido é repassado a outros
Como atualmente Valle mora em apartamento, não possui colecionadores e orquidófilos através de apresentações. “Sem-
espaço para ter um orquidário. Driblando este problema e pa- pre me preocupei com o fato de poder oferecer informações
ra não ficar longe de sua paixão, fixou alguns exemplares nas sobre cultivo, ministrando palestras em congressos e exposi-
grevíleas-australianas do jardim do conjunto residencial onde ções. Ultimamente, tenho me dedicado a promover eventos des-
vive. “No passado, tive uma grande coleção em Jaboatão dos tinados à divulgação da orquidicultura, como a Mostra de Or-
Guararapes, PE, em parceria com o amigo Hélio Pedrosa. Che- quídeas de Alphaville e a Exposição de Orquídeas de Barue-
gamos a ter mais de 600 clones de C. labiata, em uma co- ri”, frisa, mostrando-se entusiasmado pelo engajamento com a
leção composta por cerca de 1.200 plantas. Depois, as culti- família Orchidaceae.

28 \ Como Cultivar Orquídeas


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[6] [6]

[6]

[6] [3]

PURPURATEIRO ASSUMIDO tiradas as futuras matrizes. Nesta reserva, existem cerca de 30


Durante pescarias e passeios por trilhas, Carlos Gomes, pro- mil L. purpurata. Quanto às matrizes já selecionadas, são em
prietário do Orquidário Carlos Gomes, de Florianópolis, SC, torno de mil”, contabiliza.
achava curioso ver tantas orquidáceas floridas, em especial a Gomes diz que já fez muitas loucuras pelas suas “queridi-
Laelia purpurata, que era diferente e de beleza extraordinária. nhas”, acrescentando que todas valeram a pena. Foram desde
“Quando visitei a primeira exposição, fiquei encantado com a viagens por milhares de quilômetros apenas para ver exposi-
variedade de flores e a diversidade de colorido da L. purpura- ções até pagar generosas quantias por um único vaso. “Anti-
ta. Logo iniciei uma coleção, montando em poucos anos um or- gamente, não era comum a comercialização de orquídeas e
quidário com centenas de plantas. Percebi que aqui em Floria- quando encontrava alguma de qualidade à venda, o valor era
nópolis, ela crescia, desenvolvia-se e florescia com muita facili- exorbitante. Comprei muitas a preços absurdos, mas graças a
dade, sendo uma das espécies mais cultivadas no estado. Não esses investimentos hoje existem excelentes matrizes”, enfatiza.
foi difícil me apaixonar por ela”, recorda. Nos 25 anos dedicados à orquidofilia, sobretudo às L. pur-
Embora tenha grande apreço por todas as variedades de L. purata, o especialista adquiriu um profundo conhecimento e pro-
purpurata, que são mais de 30, mantém um carinho especial cura disseminá-lo ministrando palestras, participando de listas
pelas “vermelhas”, representadas por rubra, flamea e sangui- de discussões e recebendo visitantes em seu orquidário. Tam-
nea. Para ele, o que chama atenção, além da beleza das flo- bém escreveu artigos sobre a classificação e julgamento da es-
radas, é o porte majestoso. “É altiva, com flores bem dispostas pécie. Para se manter atualizado, visita exposições e lê bastante
que formam um conjunto harmonioso”, argumenta. sobre o assunto.
Pouco tempo depois de despertar o interesse pela espécie, Gomes destaca que está na quarta geração de cruzamen-
percebeu que poderia aprimorar muito as plantas naturais fa- tos de L. purpurata e que os resultados obtidos estão sendo bem
zendo cruzamentos com os melhores exemplares que possuía, melhores do que poderia sonhar. “A qualidade está fantástica!
firmando-se como um grande expert no melhoramento de L. pur- O desafio agora é popularizar esta qualidade e produzir em
purata. “Tenho uma quantidade enorme de vasos, pois também escala. Para isso, estou investindo em estufas, laboratórios e no-
faço reprodução para comercialização. De todos os cruza- vas instalações”, fala orgulhoso como um pai fazendo planos
mentos, fico com uma parte para reserva técnica, de onde são para o futuro das filhas.

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guia de orquídeas

Brassolaeliocattleya Keowee ‘VI Galaxy’


Condições ideais: clima temperado, sombreamen-
to de 50% e rega constante, mantendo o substrato
levemente umedecido
Curiosidades: registrado em 1975, é resultado do
cruzamento Laeliocattleya Lorraine Shirai x Brassavola
nodosa. Ele apresenta características marcantes da
B. nodosa e possui flores grandes e perfumadas
Cultivo: Vico Orquídeas (Jundiaí/SP)

Hamilton Penna

38 \ Como Cultivar Orquídeas


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Bulbophyllum Kalimpong
Condições ideais: clima quente, meia-sombra
e bastante umidade
Curiosidades: registrado em 1977, resulta das
espécies Bulb. ornatissimum x Bulb. guttulatum
Cultivo: Carlos Del Porto (Associação Jundiaiense
de Orquidófilos/SP)
Hamilton Penna

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Laeliocattleya Hsinying Fantasy ‘Little Tiger’


Condições ideais: sombreamento de 50%, umidade do ar em torno
de 60%, boa ventilação e rega de duas a três vezes por semana
Curiosidades: híbrido resultante do cruzamento Lc. Peggy Huffman x
Lc. Hawaiian Fantasy registrado em 1998. Pode sustentar até quatro
flores por haste
Samuel Alexandre

Cultivo: Marco A. Gilbert (Associação Francana de Orquidófilos/SP)

40 \ Como Cultivar Orquídeas


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Arthrosia purpureoviolacea
Origem: Brasil
Condições ideais: ambientes sombreados,
úmidos e com temperaturas intermediárias
Curiosidade: floresce consecutivamente de
janeiro a maio
Cultivo: Dalton Holland Baptista
(Piracicaba/SP)
Evelyn Müller

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Vanda Rothschildiana
Condições ideais: boa luminosidade, rega re-
gular e temperaturas quentes ou amenas
Curiosidades: esta planta obtida do cruzamento
entre V. sanderiana e V. coerulea produz de oi-
to a 16 flores de coloração azulada por haste
Cultivo: Orquidário da Mata (São Paulo/SP)
Thiago Justo

42 \ Como Cultivar Orquídeas


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Cattleya Nobile’s Fa
Condições ideais: clima ameno ou quente,
meia-sombra e rega frequente no Verão,
porém reduzida durante o Inverno
Curiosidade: resulta do cruzamento
C. Irma Dulce x C. Fatima Barani
Cultivo: Orquidário Oriental (Mogi das
Cruzes/SP)

Gabriel Guimarães

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Sophronitis cernua var. amarela


Origem: Bolívia, Brasil e Paraguai
Condições ideais: sombreamento mediano
e boa umidade
Curiosidades: Soph. cernua é a espécie tipo
do gênero, descrita por Lindley em 1828
Cultivo: Bella Orchidea (Jarinu/SP)

44 \ Como Cultivar Orquídeas


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EMPRESAS Orquidário da Mata Clodoaldo José Censi
São Paulo/SP Orquidófilo
Associação de Orquidófilos de (11) 5542-7627/5092-5637 Jarinu/SP
Bragança Paulista e Região (Assob) www.orquidariodamata.com.br (11) 99969-8003
Bragança Paulista/SP
www.assob.org Orquidário Oriental Creuza Müller
Mogi das Cruzes/SP Orquidófila
Associação Francana (11) 4724-9226 São Paulo/SP
de Orquidófilos (AFO) www.orquidariooriental.com.br (11) 5542-7627/5092-5637
Franca/SP
ramles@terra.com.br Orquidário Maricaense Elza Kawagoe
Maricá/RJ Orquidófila
Associação Jundiaiense (21) 8682-0540 São Paulo/SP
www.orquidariomaricaense.com elzakawagoe@uol.com.br
de Orquidófilos
Jundiaí/SP
Orquidário Santa Bárbara João Ribeiro
ajorq@ajorq.com.br Diretor técnico da Assob
Santa Bárbara dʼOeste/SP
Bragança Paulista/SP
Associação Orquidófila (19) 3454-7328/9220-3499
joao.ribeiro11@live.com
de Guaíba (Assorg) www.orquidariosantabarbara.com
Guaíba/RS Joaquim Barreto Carneiro Filho
adelmocaldas@hotmail.com Ostetto Orquídeas Orquidófilo
Campo Grande/MS Belo Horizonte/MG
Associação Orquidófila (67) 3382-5342 jbcfilho@uol.com.br
de São Paulo (Aosp) www.ostetto.com.br
São Paulo/SP Leonardo Freitas do Valle
(11) 3207-5703 Vico Orquídeas Orquidófilo
www.aosp.com.br Jundiaí/SP Barueri/SP
(11) 4582-6347/99875-4975 lfvalle@ig.com.br
Bella Orchidea www.vicoorquideas.com.br
Jarinu/SP Lucia Morimoto
(11) 99969-8003 PROFISSIONAIS Presidente da Aosp
São Paulo/SP
Círculo de Orquidófilos Adalberto de Souza Junior contato@colibriorquideas.com
de Ijuí (COI) Engenheiro agrônomo e professor
Ijuí/RS da Faculdade Cantareira Luciano Henrique Ramalho
marildalmeidas@gmail.com São Paulo/SP Diretor técnico do OrquidaRio
floema@ocamponacidade.com.br Rio de Janeiro/RJ
Faculdade Cantareira mottaramalho@uol.com.br
São Paulo/SP Adelmo Caldas Pocharski
(11) 2790-5900 Diretor da Assorg Luiz Filipe Klein Varella
Guaíba/RS Orquidófilo
www.cantareira.br
adelmocaldas@hotmail.com Porto Alegre/RS
lvarella@via-rs.net
OrquidaRio – Orquidófilos Associados
do Rio de Janeiro Antonio Yoshio Sano
Luiz Menini Neto
Rio de Janeiro/RJ Orquidófilo
Doutor em botânica
(21) 2233-2314 São Paulo/SP
Juiz de Fora/MG
www.orquidario.org yosano@terra.com.br menini.neto@gmail.com
Orquidário Carlos Gomes Apolonia Grade Marilda Almeida da Silva
Florianópolis/SC Bióloga e orquidófila Presidente do COI
(48) 3238-9117/9131-1239 Alta Floresta/MT Ijuí/RS
www.orquidariocarlosgomes.com.br agrade@brturbo.com.br marildalmeidas@gmail.com

Orquidário Chácara Suíça Carlos Gomes Sergio Ostetto


Curitiba/PR Proprietário do Orquidário Carlos Gomes Proprietário do Ostetto Orquídeas
(41) 3335-8340 Florianópolis/SC Campo Grande/MS
www.orquidariochacarasuica.com.br (48) 3238-9117/9131-1239 (67) 3382-5342

49
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Círculo de
Orquidófilos
de Ijuí
*Por Marilda Almeida da Silva

de. Tudo isso despertou a grande simpatia da população de


maneira que a espécie passou a ser vista com maior interesse
pelos leigos e colecionadores.
A partir daí, o entusiasmo foi crescente e um grupo coeso
de voluntários tomou frente a diversas iniciativas relacionadas
às orquídeas. O objetivo era qualificar, divulgar e ampliar o cul-
tivo da flor símbolo da cidade. Dentre elas, pode-se destacar o
concurso anual criado pela diretoria do COI para eleger a Me-
lhor C. intermedia marginata, que sempre acontece em se-
tembro (época de sua floração).
Os membros da entidade também desenvolvem suas ações,
como as reuniões realizadas em alguns finais de semana para
o plantio de mudas em pontos estratégicos do município, por
exemplo, praças e parques. Assim, além de possibilitar a troca
de experiências, a confraternização e o embelezamento de Ijuí,
conscientizam as futuras gerações, mostrando a importância de
preservar a natureza.
Para somar forças, o círculo passou a integrar o chamado
Acervo pessoal

Polo Missões, entidade regional que reúne as agremiações or-


quidófilas da região gaúcha das Missões. Em constante conta-
Desde muito jovem, Waldomiro Wilm teve seu olhar e sua to, este grupo participa de diferentes atividades, como viagens
admiração voltados às orquídeas. Nesta época já acalentava de estudos e visitações a conhecidos orquidários no Rio Gran-
o sonho que, mais tarde, impôs-se: fundar uma agremiação que de do Sul e também em outros estados.
pudesse estimular o cultivo, o estudo, a preservação e a pro- Com total sintonia e apoio da Federação Gaúcha de Or-
pagação do amor por estas plantas. Até então, essas ações quidófilos, recentemente, o COI, que completou dez anos este
eram realizadas exclusivamente por ele em sua cidade: Ijuí, RS. ano, promoveu a 8ª Exposição Estadual e a 3ª Exposição Na-
Após superar diversas limitações, em 4 de junho de 2002, cional de Híbridos de Orquídeas que aconteceram paralela-
viu seu desejo realizado quando, liderando um pequeno grupo mente aos festejos de aniversário da cidade. Devido ao gran-
de pessoas com os mesmos interesses, fundou o Círculo de Or- de número de pessoas que os eventos atraem anualmente, o po-
quidófilos de Ijuí (COI). Felizmente já no ano seguinte seu es- der público municipal e a Associação Comercial de Ijuí, cada
forço resultou em uma grande alegria: na Exposição Nacional vez mais, têm se convencido de sua importância.
de Gramado, RS, um de seus exemplares foi o vencedor na ca- Ciente desta evolução, a diretoria da entidade tem se em-
tegoria Melhor Cattleya intermedia. Wilm estava representan- penhado em atualizar e renovar assuntos pertinentes às expec-
do o COI, que ainda “engatinhava”, com uma bela C. inter- tativas dos orquidófilos por meio não só de reuniões mensais,
media marginata. mas também de atividades e palestras apresentadas por res-
Situado no noroeste gaúcho, o município de Ijuí faz parte peitados nomes da orquidofilia do País. Dessa forma, o COI
de uma região que até o início do século 20 era coberta por procura qualificar e capacitar seu quadro de associados.
uma densa mata repleta de orquidáceas. Devido à riqueza da
flora local e à premiação citada, foi aprovada uma lei munici-
*Marilda Almeida da Silva é presidente do Círculo
pal proposta pelo então vereador e orquidófilo Nilo Leal, que de Orquidófilos de Ijuí, RS. Contatos: (55) 8127-7363 e
elegeu a C. intermedia marginata como flor símbolo da cida- marildalmeidas@gmail.com

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