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PA R A C O M E Ç A R A C U R T I R : F E R M E N TA Ç Ã O D E V E G E TA I S © 2 0 2 0 - C a r o l i n a D i n i
Ilustração de D U A L B U Q U E R Q U E
Revisão de A N A T A V A R E S T O L E D O 1
CAROLINA DINI
PA R A C O M E Ç A R A C U R T I R : F E R M E N TA Ç Ã O D E V E G E TA I S © 2 0 2 0 - C a r o l i n a D i n i
Ilustração de D U A L B U Q U E R Q U E
Revisão de A N A T A V A R E S T O L E D O
ÍNDICE
NOTA DA CAROL 4
VAI COM CALMA, TÁ? 8
VEGETAIS FERMENTADOS NÃO OPERAM MILAGRES! 9
USO DE VEGETAIS SEM VENENO 11
MANTRA PARA TATUAR NA TESTA 12
PERGUNTAS FREQUENTES 14
PRAZER, LEVEDURA SELVAGEM! 17
RECEITAS 19
Chucrute ..... 20
Creme de castanha ..... 24
Calda base para picles ..... 26
Picles de jiló ..... 28
Picles de fitas de mamão verde ..... 30
Puba ..... 32
Hambúrguer de puba ..... 34
Panqueca de puba ..... 36
Tucupi manso ..... 38
Bolinho de fibra de mandioca ..... 44
Mingau de aveia fermentada ..... 46
Leite de aveia fermentada ..... 49
Creme de leite de aveia fermentada ..... 50
Nacos tostados de angu fermentado ..... 51
Vinagre de maçã ..... 56
Vegetais curtidos no vinagre de maçã ..... 59
Ervas na salmoura ..... 60
Manteiga de azeite de oliva com ervas na salmoura ..... 62
FAZEÇÃO COLETIVA DE FERMENTADOS 64
INSPIRAÇÕES E AGRADECIMENTOS 65
CONHEÇA NOSSO TRABALHO 67
REFERÊNCIAS 68
NOTA
DA CAROL
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A fermentação parecia um bicho de sete cabeças para mim, apesar de saber que
muitos alimentos presentes na minha vida, como pão, café, vinagre, azeitona, vi-
nho, chá, missô, molho de soja, kimchi, tucupi, kombucha, picles e chocolate, são
produtos fermentados ou produtos finais da fermentação.
Para desmistificar esse medo, ao longo dos últimos anos, estudei, experimentei,
participei de feituras coletivas de fermentados, frequentei cursos, troquei ideias
com pessoas que fermentam e, a partir desses estudos, fui percebendo que o medo
de fermentar a própria comida está presente no inconsciente coletivo de forma
bastante arraigada, e não é à toa: a indústria de alimentos vem fazendo um des-
serviço, principalmente dos anos quarenta, do século XX, para cá, ao nos impor
confiança apenas nos produtos industrializados cheios de substâncias químicas e
o mais higienizados possível: “99,99% livres de bactérias!”.
Fomos tão bem adestrados que a maior parte das pessoas perdeu a fé no próprio
olfato: muitas vezes sequer cheiramos um alimento antes de descartá-lo, pois in-
teriorizamos que, se o prazo de validade expirou ou uma camada de leveduras se
formou ali, não tem saída: está estragado. Acontece, minha gente, que muitas ve-
zes esse alimento está ótimo para o consumo! E é triste pensar que desconfiamos 4
NOTA DA CAROL
dos nossos sentidos, né? É como se parte do nosso instinto fosse simplesmente
tomado ou esquecido em algum canto.
Quando comecei a postar no Cebola na Manteiga (meu blogue, que você pode
conferir aqui) receitas para fermentar vegetais de forma anaeróbica, fiz uma en-
quete para perguntar aos meus leitores se eles sabiam distinguir um alimento
fermentado de um podre: a maior parte respondeu que não. Diante disso, resolvi
tentar esclarecer as dúvidas mais comuns que chegaram até a mim, nos últimos
anos, através deste e-book.
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Acredito que fermentando podemos colocar todo nosso amor nos vegetais através
da presença no processo, pois nesse fazer transferimos um aglomerado de seres
invisíveis que começam a formar uma rede naquele alimento escolhido a dedo
que, no futuro, pode impactar positivamente a saúde da nossa microbiota, res-
ponsável pela produção de 90% dos hormônios diretamente ligados à felicidade,
como a serotonina.
Num resumo poético, poderia dizer que fermentar vegetais é sobre prestar aten-
ção se o líquido está vertendo, sentir o barulho das borbulhas que vão se for-
mando na cozinha, os aromas e sabores que, depois de um, dois, três dias, uma
semana, meses a fio, a gente segue observando, cuidando, experimentando, come-
morando, criando relação, fazendo as pazes com o reino microscópico e voltando
a ocupar nossos instintos através dessa interação com os micro-organismos que
aos poucos estão se perdendo nesta sociedade de consumo tão ligada à indústria
alimentícia e farmacêutica.
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Então, que fermente para nós, além do alimento em si com seus prazeres em sa-
bores e cheiros, também uma ideia de cuidado e outra percepção do tempo.
1
MONTARANI, Massimo. Comida Como Cultura. São Paulo: Editora SENAC, p. 38.
PERCURSO
Carolina Dini
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resquícios do rio que nutriu a safra
Misturamos o tempero-rebuliço
com bolhas de ar que precipitam
sobem e perpassam
até encontrar limite
na colher de pau
que repousa bem no centro
do diâmetro da panela
aberta de pedra
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VAI COM
CALMA,TÁ?
Todo dia quando acordo, vou direto para Por isso mesmo, já sabendo que a calma no
a cozinha beber água. Enquanto respiro aprendizado é importante, sugiro que você
profundamente para encarar um dia de comece a fermentar fazendo no máximo duas
trabalho, dou uma espiada nos meus po- receitas de cada vez, para observar os pro-
tes. Como estou sempre de pé às sete da cessos e interagir com os seus potes. Caso
manhã e nesse horário o barulho do caos contrário, possivelmente não irá conseguir
urbano ainda não atravessou as paredes da criar uma relação gostosa com sua comida e
casa, muitas vezes consigo ouvir as bolhas ainda corre o risco de contaminar tudo.
típicas da fermentação, especialmente se
naquela semana eu tiver me dedicado a A ideia é que o tempo de espera não seja
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novas receitas. visto como um obstáculo, e sim um aliado
importante nesta aprendizagem.
Enquanto passo um chá ou um café, costu-
mo abrir os potes novos, apertar o conteúdo,
se for preciso, e eventualmente experimen-
tar uma coisa ou outra.
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VEGETAIS FERMENTADOS
NÃO OPERAM MILAGRES!
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tratamento, tá?
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e a ter mais disposição no dia a dia. É claro te não vai encontrar um manual que te diga
que não consumo vegetais fermentados to- qual a quantidade ideal de ingestão por dia:
dos os dias, pois presto bastante atenção nas somente você vai saber dizer com o tempo e,
minhas vontades, e nem sempre sinto esse se preciso, com a ajuda de nutricionistas.
apetite. Por outro lado, quando estou boro-
coxô, por exemplo, percebo que uma sopinha Observe seu corpo e faça dele um laborató-
finalizada com uma colherada de cenoura rio, jamais se esquecendo de fazer exames
com gengibre fermentados cai muito bem. rotineiros, viu?
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USO DE VEGETAIS
SEM VENENO
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aumentam a distância entre os pequenos
produtores e nós, consumidores, fortalece-
mos a economia da nossa cidade.
Quando li A Arte da Fermentação, do mestre dos fermentados Sandor Katz, quase tatuei esse
mantra na testa:
“PICAR-SALGAR-COMPRIMIR-ESPERAR”
2
Vou explicar, com minhas palavras, como lido com cada uma das etapas que compõem esse
passo a passo ensinado pelo Sandor:
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PICAR
Brinque com os cortes dos vegetais sempre que possível. Se num dia você fez um picles de
rabanete laminado ou um mamão verde em fitas, por exemplo, na próxima vez que for para a
cozinha experimente cortes em tiras ou fermente o vegetal inteiro.
SALGAR
O sal entra na fermentação para acentuar o sabor dos vegetais e também ajuda a soltar a
água, além de ser mais um elemento a favor da conservação. Mas nada impede que você
queira temperar seus potes de vegetais fermentados apenas com especiarias, tá?
12
2
Katz, Sandor Ellix. A Arte da Fermentação: explore os conceitos e processos essenciais da fermentação pratica-
dos ao redor do mundo. Tradução de Cristina Yamagami. 1ª ed. São Paulo: Tapioca, 2014, p. 147 e ss.
MANTRA PARA TATUAR NA TESTA
COMPRIMIR
A depender da receita, se você não apertar seus vegetais com uma colher no fundo do pote,
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quando o gás carbônico se formar, ele vai empurrar os vegetais em direção à tampa e isso
aumenta o risco do vidro romper. Portanto, o ideal é sempre guardar os vegetais no pote,
comprimindo-os no fundo do recipiente o máximo que puder (o uso das mãos ou do cabo
de uma colher de pau também é bem-vindo). Existem potes fermentadores de cerâmica no
estilo coreano que já são equipados com pesinhos próprios para isso, mas recomendo que
você comece usando potes de vidro comuns.
ESPERAR
O tempo é fator necessário na fermentação, como você já percebeu até aqui. Com 2 dias, a
gente já obtém ervas fermentadas com acidez marcante, mas o mesmo não acontece quan-
do se trata de uma receita de picles: é por isso que fermentar exercita a paciência!
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PERGUNTAS
FREQUENTES
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“Quais são os utensílios necessá-
rios para a fermentação?”
Pode sim! Adoro cominho no chucrute, Num pote de vidro hermético e higienizado,
pimenta rosa no picles de fitas de mamão de preferência com tampa de plástico (as
verde, coentro em grãos no picles de nabo, tampas de metal podem enferrujar com
grãos inteiros de pimenta do reino ou se- o tempo). Costumo levar os potes à água
mentes de mostarda nas ervas fermentadas. fervente e depois borrifo álcool e deixo
Mas não pare por aí: esteja à vontade para secando com a boca virada para baixo num
usar o que tiver em mãos! pano de prato limpo, antes de usá-los.
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“Ficou salgado demais, e agora?” “Já pode comer um fermentado
de um dia para o outro?”
Bons cozinheiros sabem da importância de
experimentar a comida antes de considerá-la No começo, para aquietar a ansiedade e se
pronta. No caso dos fermentados, é sempre acostumar com o sabor da fermentação, é
bom conferir o gosto antes de empotar. Se interessante ir experimentando sempre que
tiver ficado salgado demais, é só consertar possível para acompanhar o desenvolvimen-
adicionando outro vegetal (como cenoura to das bactérias e leveduras. Cheire, expe-
ralada, por exemplo, que é adocicada). rimente, sinta. Mas tome sempre o cuidado
de usar uma colher limpa e seca para iscar
antes de tirar um bocadinho e fechar imedia-
tamente, evitando que outros micro-organis-
mos sejam depositados ali.
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PERGUNTAS FREQUENTES
“Meu fermentado não borbulhou. “Mas como vou saber se meus vege-
Deu errado?” tais estão fermentados ou podres?”
Nem todo vegetal fermentado forma bolhas. As células das nossas bocas se renovam e
Além disso, fermentados são complexos: são plenamente capazes de se adaptar aos
dependem do clima, calor, dos micro-organis- sabores, por mais estranhos que pareçam
mos da sua casa e do cuidado que dedica- num primeiro momento. À medida que
mos a eles. Se alguém fizer um chucrute no vamos cheirando, provando e sentindo o
verão do Pará, provavelmente vai borbulhar sabor dos vegetais fermentados, o paladar
de um dia para o outro. Se um chucrute vai se acostumando à acidez e assim nossa
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idêntico for feito em Santa Catarina durante intuição vai se aflorando. Não podemos nos
o inverno, certamente terá pouca atividade esquecer de que somos bichos com narizes
após doze horas. Então, não precisa sentir espertos e não há livro que supere nosso ol-
insegurança quando as bolhas não surgirem. fato: só ele será capaz de definir a diferença
É claro que existe a possibilidade do vegetal de um vegetal fermentado que está ótimo
estar “passado” demais ou conter tanto agro- ou podre. De toda forma, é bem importante
tóxico a ponto de não fermentar, mas isso se atentar ao aspecto físico, conforme expli-
nunca aconteceu comigo, por exemplo. co no tópico adiante.
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PRAZER,
LEVEDURA SELVAGEM!
As leveduras são os seres vivos que me- O restante pode ser consumido sem
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tabolizam açúcares, transformando-os em qualquer medo. O problema surge apenas
álcool e outros produtos da fermentação. Ou quando o “bolor” ganha outras cores, como
seja, elas são a alma dos fermentados. Por verde, rosa, vermelho, azul, e por aí vai. Nes-
isso, quando alguma levedura surgir pela te caso, o melhor remédio é descartar tudo e
primeira vez, faça as pazes com ela, sinta o começar novamente.
cheiro e observe suas formações.
De todo modo, sinta o cheiro e depois pegue
Não se assuste se uma película branca, fina uma colher higienizada e retire essa película
e cheia de bolhas (ou não) se formar! Essa com cuidado. Caso precise de mais seguran-
camada se constitui de leveduras muito ça nesse começo, pode tirar uma parte do
comuns no processo fermentativo. A quan- vegetal e descartar. Só não vale jogar tudo
tidade de sal adicionada por você, a queda fora, hein?!
brusca da temperatura e o ambiente da sua
cozinha influem nessa formação, que par- Recomendo que você pesquise imagens das
ticularmente acho incrivelmente bonita. Se leveduras chamadas Saccharomyces cere-
isso acontecer, basta retirar delicadamente visiae e Kahm para observar duas das bele-
essa película com a ajuda de uma colher e, zuras que pertencem ao reino fúngico, cuja
se for o caso, fazer uma raspagem e descar- formação é comum nos vegetais fermenta-
tar uma parte do vegetal fermentado. dos, para já ir se acostumando com elas. 17
A PRÓPRIA VIDA
Carolina Dini
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em algum canto
que ninguém nunca verá
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RECEITAS
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CHUCRUTE
Chucrute, como já contei antes, é uma receita praticada no mundo todo que consiste em
nada mais do que repolho prensado, sal e tempo. Levanta o gosto de qualquer receita xôxa
que esteja gritando por acidez. Coloco nos sanduíches, sopas, macarrão, feijão, arroz, sala-
da, e por aí vai.
A técnica dessa receita funciona para fermentar rabanete, cenouras, beterrabas etc.
Sônia Hirsch, no livro Amiga Cozinha, traz uma crônica sobre o repolho, chamada rei-polho,
onde fala:
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(...) custa pouco, dura muito na geladeira e existe em todos os lugares do
mundo. Ainda por cima, esfria a cabeça. Ficha técnica: limpa o sangue,
melhora a digestão, umedece o intestino e as vias respiratórias, embele-
za a pele. Ajuda a eliminar parasitas, tem vitaminas C, E, cálcio e iodo,
além de uma quantidade enorme de enxofre, o grande desintoxicante das
células. Em termos de fibra é perfeito para equilibrar uma refeição.3
Não se acanhe se quiser colocar especiarias junto com os outros ingredientes, viu?
Cominho e erva doce, por exemplo, caem muito bem aqui, pois são especiarias carminati-
vas, fazendo um belo trio com o repolho. Por outro lado, recomendo que seu primeiro teste
seja feito apenas com repolho e sal, para você entender o sabor do repolho fermentado e só
depois, da segunda experiência em diante, passe a adicionar outras camadas de sabores.
20
3
HIRSCH, Sônia. Amiga Cozinha: crônicas & receitas. Petrópolis: Correcotia, 2009, p. 83.
CHUCRUTE
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
1 repolho
(gosto de usar o roxo)
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2 cl. (sopa) de sal
Especiarias a gosto
(opcional)
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CHUCRUTE
INSTRUÇÕES
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1. 2.
Lave o repolho, despreze o talo (que pode Transfira as tiras para uma bacia, acrescen-
ser usado em outra receita) e corte tudo em te o sal e comece a amassar com as mãos
tiras finas. até o repolho ficar levemente macio e soltar
bastante água (não descarte essa água!).
22
CHUCRUTE
COMO ARMAZENAR O CHUCRUTE
Coloque todo o conteúdo num pote (inclusive Depois desses 4 dias você já pode vedar o
a água que soltou do vegetal), aperte bem de pote completamente e deixar mais 3 dias
modo que o líquido sobreponha o repolho. fora da geladeira e já está ótimo para o
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consumo. Quanto mais tempo o repolho
Certifique-se de deixar dois dedos de espaço fermentar, mais ácido se apresentará. Meus
entre o conteúdo e a tampa, permitindo potes de chucrute fermentam por pelo
que as bolhas de gás carbônico que irão se menos 3 meses antes do consumo, por isso
formar durante a fermentação subam sem faço uma grande quantidade de uma só vez,
pressionar a tampa, evitando assim que o para compensar o tempo de espera.
vidro se rompa.
Se a acidez começar a te incomodar, vale
Deixe o chucrute descansar por 4 dias com guardar o pote na geladeira pra estancar o
a tampa semi aberta fora da geladeira e vá processo de fermentação.
apertando com uma colher limpa todos os
dias pela manhã, se for preciso, para manter No fim das contas, o prazo de validade é
a parte sólida sempre imersa na água. indeterminado, desde que o conteúdo fique
sempre imerso na água.
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CREME
DE CASTANHA
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
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1 xícara
de água filtrada
24
CREME DE CASTANHA
PRÉ-PREPARO
INSTRUÇÕES
1. 2.
Depois de passado o tempo de molho, es- Experimente e ajuste o sal, se necessário.
corra a água e junte as castanhas com os Também vale colocar mais um pouco de
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outros ingredientes no liquidificador. limão, se quiser. Quando decidir que está
pronto, transfira o creme para o pote.
Bata e, se preciso for, adicione mais água
bem aos pouquinhos para ajudar o liqui-
dificador a bater. A ideia é deixar o creme
grosso e homogêneo.
3.
Como vamos deixar esse creme fora da ge-
A calda para picles pode ser usada para conservar muitos vegetais,
dentre eles, nabos, rabanetes, cenouras, jilós, quiabos, pepinos,
mamão verde, beterraba ou vários ao mesmo tempo. Varie os cortes,
as cores e os temperos para criar, criar, criar!
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
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7 cl. (sopa) de 1 cl. (sopa) de sal
açúcar demerara
ou cristal
2 xícaras de
água filtrada
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Leve todos os ingredientes ao fogo, exceto
os vegetais, até formar uma calda homogê-
nea e está pronta para o uso.
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PICLES
DE JILÓ
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
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colocaremos dentro do pote
1 punhado de jilós
cortados em tiras finas que
caibam no recipiente
1 cebola cortada
em pétalas
Especiarias a gosto
(sugestões: pimenta rosa,
cominho ou semente de coentro)
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PICLES DE JILÓ
INSTRUÇÕES
1. 2.
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Coloque os vegetais dentro de um pote médio Certifique-se de deixar pelo menos 2 dedos
que vede bem, adicione a calda ainda quente, de espaço entre o conteúdo e a tampa e, em
em quantidade suficiente para deixar os ve- seguida, vede o pote.
getais submersos, evitando assim o contato
com o ar e a consequente oxidação. Deixe fora da geladeira por 7 dias e já pode
consumir a partir daí.
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PICLES DE FITAS
DE MAMÃO VERDE
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
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1 mamão verde grande
(o caipira é meu preferido!)
1. 3.
Leve a água, o sal, o açúcar e o vinagre à Raspe o mamão com o descascador de
panela em fogo médio até o açúcar dissol- alimentos para formar fitas e vá colocando
ver completamente. Se você tiver optado tudo numa bacia.
por utilizar especiarias, fique à vontade para
colocar agora. Desligue o fogo e reserve.
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2.
Abra o mamão, raspe as sementes com uma
colher e descarte. 4.
Quando terminar de fatiar, coloque o mamão
Corte o mamão em 4 partes, de forma longi- no pote e adicione a calda.
tudinal. Como vamos usar a casca também,
para dar um contraste bonito entre a cor
verde e branca, não precisa descascar.
Esse picles dura pelo menos 3 meses se você sempre cuidar para
manter imerso na calda. Se preferir, depois de uma semana em
temperatura ambiente, guarde na geladeira para estancar o processo
de fermentação, assim ele vai ficar menos ácido. 31
PUBA
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
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1kg de mandioca mansa 1 pote de vidro grande (1 litro)
higienizado, com tampa
e que vede bem
32
PUBA
INSTRUÇÕES
1. 3.
Tire a casca externa da mandioca (pode dei- É necessário certificar, antes de vedar o
xar a entrecasca, que é a parte roxa). pote, como você já pode imaginar até aqui
depois de ler as receitas anteriores, que
Rale a mandioca no ralo grosso. haja pelo menos 2 dedos de distância entre
o conteúdo e a tampa.
2. 4. PA R A C O M E Ç A R A C U R T I R : F E R M E N TA Ç Ã O D E V E G E TA I S © 2 0 2 0 - C a r o l i n a D i n i
Aperte bastante a mandioca no pote com as Deixe a mandioca fora da geladeira por
mãos, de modo que a água vai subir. 7 dias. Se for preciso, pode abrir o pote
e, com a ajuda de uma colher, empurrar a
Acaso a mandioca não solte água, é só mandioca para o fundo do pote novamente
adicionar água filtrada até cobrir a mandio- e está pronta a puba.
ca, evitando assim que a massa entre em
contato com o oxigênio.
33
HAMBÚRGUER
DE PUBA
V O C Ê VA I P R E C I S A R D E ( R E N D E 2 H A M B Ú R G U E R E S D E P U B A )
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(escorra o líquido espremendo a (ou pão velho triturado num
puba num coador) liquidificador)
34
HAMBÚRGUER DE PUBA
INSTRUÇÕES
1. 3.
Coloque a puba numa bacia e vá adicionan- Pré-aqueça uma frigideira, regue com uma
do farinha aos poucos e untando com um generosa quantidade de azeite e disponha
fio de azeite. A ideia é formar uma massa os hambúrgueres.
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umedecida que não esfarele. Se for preciso,
vá adicionando mais farinha ou mais azeite.
Salgue e coloque as especiarias que desejar.
2. 4.
Molde os hambúrgueres com as mãos. Ape- Quando estiverem dourados de ambos
nas tome cuidado para não esfarelar, pois os lados, com uma casquinha levemente
caso contrário irá desmanchar na hora em crocante (ou muito crocante, se você não se
que for grelhar. importar de dar uma torradinha neles, como
eu gosto de fazer), já pode servir.
35
PANQUECA
DE PUBA
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
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a puba num coador)
1 pitada de sal
36
PANQUECA DE PUBA
INSTRUÇÕES
1. 3.
Espalhe o azeite no fundo da frigideira Dentro de 5 minutos, abaixe o fogo e deixe
e vá colocando a puba com as mãos, aper- ali até dourar de ambos os lados e está
tando no fundo da frigideira até formar pronta sua panqueca.
um disco uniforme.
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2.
Ligue o fogo médio. Se quiser adicionar sal
e especiarias, essa é a hora. Eu prefiro sentir
o gosto da panqueca de puba pura.
DICA:
coma o hambúrguer ou a panqueca de puba
com a maionese de inhame do blogue:
37
TUCUPI
MANSO
Pensei muito antes de ensinar essa receita de tucupi feito com mandioca mansa, também
conhecida como aipim, cassava, macaxeira e tantos outros nomes, já que originalmente o
tucupi se faz com a mandioca brava. Até cheguei a perguntar para vários paraenses, que
conheci numa viagem gastronômica que fiz ao Pará em 2016, para investigar a cultura local,
se eu estaria cometendo uma afronta aos saberes amazônicos.
Alguns pesquisadores da cultura brasileira me sugeriram mudar o nome, sem deixar de fazer
menção ao molho original, para deixar bem claro que se trata de uma versão sem qualquer
pretensão de parecer melhor que a indígena.
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Também fiz uma enquete nas redes sociais perguntando aos paraenses se estaria tudo bem
levar para frente esse ensinamento, e chegamos à conclusão de que é melhor fazer um tucu-
pi com a mandioca mansa, valorizando assim nossa cultura, do que insistir em só cozinhar
molhos franceses.
Além do mais, personalidades reconhecidas na cozinha, como a Neide Rigo, que tanto admiro, já
ensinam o tucupi com a mandioca mansa há anos e o gosto é dos deuses, então por que não?
Como se não bastasse, temos que considerar que o alho, hoje bastante presente nas gar-
rafadas de tucupi vendidas no Ver O Peso, o mercado mais antigo do Brasil, localizado em
Belém do Pará, foi trazido da Ásia para o Brasil, de modo que mesmo o tucupi feito com a
mandioca brava atualmente já não é idêntico aos produzidos em tempos passados ou, pelo
menos, não é originalmente produzido pelos próprios paraenses.
Dito isso, fica um convite: bora dedicar para aprender a fazer o que chamei de Tucupi Manso
sempre que pudermos, já que esse molho caldo riquíssimo, que você também pode chamar
de sucupi, molho de macaxeira, amarelinho ou amarelão, contém acidez única para cozinhar
arrozes, vegetais e outros pratos mil?!
38
TUCUPI MANSO
Caso fique com dúvidas durante o processo, você pode assistir vários vídeos no YouTube onde
os próprios paraenses ensinam essa receita com a mandioca mansa. Aliás, preciso dizer que
como esse e-book é direcionado às pessoas que estão começando a aprender mais sobre
fermentação, é um alívio o uso da mandioca mansa, pois a mandioca brava, quando não é ma-
nuseada da maneira correta, pode causar intoxicação por conta do ácido cianídrico (cianeto)
presente em sua composição. Melhor deixar a mandioca brava para quem sabe manusear, né?
Por fim, antes de ensinar a receita, quero citar aqui uma passagem da lenda Mani, que trasla-
dei do livro Abecedário de personagens do Folclore Brasileiro, de Januária Cristina Alves:
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Mani era o nome da menina de cujo corpo nasceu a mandioca. Sua histó-
ria é uma das mais famosas lendas indígenas do Brasil, muitos a conhe-
ceram apenas como “a lenda da mandioca”.
(...) Quando Mani nasceu, ela era uma menina de pele branca, como
nunca se tinha visto ali. Índios vinham de longe só para vê-la. A menina
começou a andar e falar precocemente, e ela trazia alegria àquele povo.
Porém, ao completar um ano, sua mãe encontrou-a morta na oca. Como
era tradição, a mãe enterrou a filha dentro de casa e todos os dias regava
o buraco em que ela estava com água e com suas lágrimas de tristeza.
Aos poucos, a mãe percebeu que algo extraordinário acontecia: uma
planta se formava sob o túmulo da menina… Um dia, uma fenda se abriu
e a mãe, cheia de esperança de encontrar filha viva embaixo da terra,
surpreendeu-se ao ver que ali havia uma planta com raízes profundas,
marrom por fora e bem branca por dentro. Ela observou que os pássaros
que comiam desse fruto ficaram embriagados, o que aumentou a curiosi-
dade de todos. A mãe deu para aquele fruto o nome de Mani-oca (“Casa
de Mani”), e os índios o comeram e passaram a fazer uso dele, como fari-
nha ou como bebida alcoólica, o cauim.4
39
4
ALVES, Januária Cristina. Abecedário de personagens do Folclore Brasileiro: suas histórias maravilhosas.
São Paulo: Ed. SESC, 2017, p. 232.
TUCUPI
MANSO
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E ( R E N D E C E R C A D E 5 0 0 M L )
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1 maço de chicória Pimenta de cheiro picada 4 dentes de alho
(coentro-do-pará, coentrão) ou (já fiz com pimenta picados
de coentro comum picado dedo de moça também)
(há quem use alfavaca e também
outras ervas cheirosas)
Pano
de prato
Coador limpo 40
TUCUPI MANSO
INSTRUCÕES
Parte 01:
extraindo o líquido da mandioca mansa
1. 2.
Bata os ingredientes no liquidificador no Depois, coloque um pano de prato limpo
modo pulsar (seu liquidificador precisa estar repousado sobre a panela, para servir de
forte, viu? Se for preciso, divida os ingredien- segundo filtro.
tes em duas partes para evitar que a máquina
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se queime). Você também tem a opção de ra- Despeje a mandioca batida com a água em
lar a mandioca mansa e só depois bater com cima de um coador, de modo que caia por
água, o que vai facilitar o processo. cima do pano de prato. Quando sentir que
já tem conteúdo o suficiente (você vai ter
que repetir o processo outras vezes, até
que toda a massa que está no liquidificador
seja filtrada), faça uma trouxinha juntando
todas as bordas do pano com a mão, para
possibilitar que você o torça de modo que
o máximo de líquido possível escorra para
dentro da panela.
Guarde essa massa (fibra) que sobrou num pote limpo dentro da geladeira
(a seguir, veja a receita de Bolinho de Fibra de Mandioca, na página 44).
41
Parte 01:
TUCUPI MANSO extraindo o líquido da mandioca mansa
3. 4.
Deixe o líquido que está dentro da panela Transfira o líquido para outra panela e deixe
decantar por 5 horas. Passadas essas 5 descansar fora da geladeira por 24 horas
horas, um gesso duro vai se formar no fundo para fermentar.
da panela. Esse gesso nada mais é do que o
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carboidrato presente na mandioca, conhe-
cido como polvilho doce úmido, fécula de
mandioca, goma seca, amido de mandioca,
amido de tapioca e outros nomes.
42
5
Luis da Câmara Cascudo, em A História da Alimentação no Brasil, distingue a tapioca como essa massa fresca
seca ao sol, e o beiju como a goma seca assada no forno.
TUCUPI MANSO
INSTRUCÕES
Parte 02:
temperando e cozinhando o tucupi
1. 3.
Agora coe novamente esse líquido, deixan- Espere esfriar, descarte as partes sólidas e
do-o livre de resíduos. já pode envasar o tucupi numa garrafa de
vidro: prontinho!
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Guarde na geladeira e consuma preferencial-
mente nos próximos 30 dias.
2.
Leve à panela com o restante dos ingredien-
tes (pimenta, alho, sal e ervas) por 50 minutos
no fogo bem baixo. Ele vai reduzir bastante.
SUGESTÃO DE USO:
que tal fazer um arroz bem temperado com tucupi? Ou adicionar
algumas colheradas numa sopa ou creme? Dia desses, tostei rodelas
grossas de abobrinha e reservei. Depois, adicionei numa panela de barro
cebolas e tomates em rodelas, coloquei o tucupi mais leite de coco fresco,
uma boa dose de pimenta picante picadíssima e fui bem feliz.
43
BOLINHO DE FIBRA
DE MANDIOCA
Você pode fazer uma pesquisa rápida na internet para aprender a fazer bolos e tortas com a
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fibra da mandioca.
Outro dia, para obter um bolinho crocante, temperei essa fibra com sal, adicionei azeite de oliva
o suficiente para deixar a massa levemente gordurosa e amassei bastante. Depois, fui abrindo
a massa com a mão até obter discos. Coloquei na beirada de cada disco o recheio (no caso,
berinjelas e cebolas caramelizadas, picadas em cubos), depois moldei no formato de bolinho e
fritei. Ficou bastante sequinho e crocante, um deleite! Fez lembrar praia, sol e brisa do mar!
44
DE CASA
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Carolina Dini
Fuçar a geladeira
das pessoas
é uma experiência antropofágica
Alho batido
socado ou moído?
cenoura ralada
cebola “retada”
alegria encapsulada
Um restinho aqui
uma pasta ali
Tudo para encontrar
no canto à esquerda
a pimenta curtida
no tucupi
45
MINGAU
DE AVEIA FERMENTADA
F E R M E N TA N D O A AV E I A
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Deixe a aveia de molho 24 horas num pote
com água filtrada o suficiente para cobri-la
(adicione a água aos poucos, ela deve ficar
apenas um dedo acima da aveia).
46
MINGAU
DE AVEIA FERMENTADA
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E ( PA R A 2 P E S S OA S )
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ou qualquer outro leite vegetal
gorduroso (se não tiver, pode
usar 2 copos de água filtrada)
Especiarias a gosto
(gosto de usar canela
e pimenta do reino)
47
MINGAU DE AVEIA FERMENTADA
INSTRUÇÕES PARA FAZER O MINGAU
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Para ajustar a textura e sabor ao seu
paladar, vale adicionar mais leite de coco
ou mais água e também algo para adoçar,
como o melado de cana, se for o caso.
48
LEITE DE AVEIA
FERMENTADA
1. 2.
Bata 1 copo de aveia fermentada no liquidi- Depois, coe e está pronto o leite para ser
ficador com água filtrada, adicionando essa usado em tortas, bolos, mingaus salgados
água aos poucos até obter a textura desejada. ou engrossar molhos brancos.
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O resíduo que sobrar
no coador também pode entrar
na massa de pães e tortas.
49
CREME DE LEITE
DE AVEIA FERMENTADA
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
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INSTRUÇÕES
1. 2.
Bata no liquidificador por 5 minutos e está Quando aquecido, ele engrossa rapidamen-
pronto o creme de leite de aveia! te. Por isso, use para encorpar sopas, fazer
berinjela gratinada no forno ou lasanhas,
por exemplo.
50
NACOS TOSTADOS
DE ANGU FERMENTADO
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E ( R E N D E 1 TA B U L E I R O G R A N D E )
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4 dentes de alho picados
(de preferência, sem o miolo)
3 cl. (sopa) de
azeite extravirgem
(ou qualquer outro óleo vegetal)
Sal a gosto
*Há quem conheça a farinha de milho torrada como fubá, inclusive esse é o conceito trazido pela
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas, aqui em Minas Gerais, costumamos distinguir
a farinha de milho torrada do fubá, que é o milho triturado cru. De todo modo, essa receita funciona
muito bem tanto com fubá quanto com a farinha de milho. 51
NACOS TOSTADOS DE ANGU FERMENTADO
INSTRUÇÕES
Parte 01:
fermentando o fubá
1. 2.
Coloque as 3 xícaras de água filtrada e as 3 Tampe o pote e deixe fora da geladeira por
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xícaras de fubá num pote com capacidade 48 horas.
para 1 litro e mexa bem, até formar uma
espécie de mingau homogêneo. A mistura vai absorver a água, inchar
bastante e ganhar um cheiro bem azedo, e
isso não significa que estragou. A depender
da temperatura, você poderá observar a
formação de pequenas bolhas durante esse
processo de fermentação.
52
NACOS TOSTADOS DE ANGU FERMENTADO
INSTRUÇÕES
Parte 02:
cozinhando o angu
1. 2.
Coloque o ½ litro de água para ferver e Pré-aqueça uma panela alta, adicione o azei-
reserve (por garantia, se preferir, já ferva te e depois o alho e deixe fritar até dourar.
mais uma porção de água de uma vez, pois
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poderá precisar dela mais tarde). Acrescente o fubá fermentado e mexa
incessantemente. Adicione a água fervente
Enquanto isso, unte um tabuleiro com óleo aos poucos e continue mexendo de forma
vegetal e reserve. vigorosa até formar uma massa que em
determinado momento vai começar a se
soltar do fundo da panela. Se secar demais,
adicione mais água filtrada quente.
Opcional:
caso queira, nos minutos finais, incorpore
1 xícara de leite de coco fresco e mexa no-
vamente até engrossar, para obter um sabor
levemente adocicado.
53
Parte 02:
NACOS TOSTADOS DE ANGU FERMENTADO cozinhando o angu
3.
Agora transfira esse angu para o tabuleiro
Esse angu dura pelo menos
untado e, com a ajuda de uma colher, espa- 7 dias na geladeira. Sugiro que
lhe para formar uma superfície lisa. toste os cubos, como ensino a
seguir, como acompanhamento
Espere esfriar e guarde na geladeira até endure- para o seu almoço e até para
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uma cervejinha gelada.
cer (esse processo leva pelo menos 12 horas).
Parte 03:
tostando os nacos de angu
54
ANGU
Carolina Dini
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Carolina Dini
Essa receita foi cedida pelo Jonas Rossi, um amigo que a internet me deu de presente. Ape-
sar de não nos conhecermos pessoalmente, trocamos figurinhas sobre fermentação toda
semana, comemorando juntos cada bolha que surge nas novas experimentações.
Tudo aqui é bem simples de se adaptar: a ideia é usar 4 partes de maçãs para 1 parte de açúcar.
Como trago uma receita que rende 3 litros de vinagre, usei 1kg da fruta para 250g de açúcar.
Caso queira fazer uma quantidade menor, calcule a proporção, tá?
Já testei com açúcar cristal, demerara e mascavo. O melhor resultado, para mim, foi com o
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açúcar cristal, pois é mais barato e rende um vinagre clarinho.
Uso esse vinagre para limpar a casa, lavar roupas e também na comida.
56
VINAGRE DE MAÇÃ
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E
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e miolo (use maçãs já murchas e,
se não tiver em casa, compre as
já “passadas”, que possivelmente
seriam descartadas)
57
VINAGRE DE MAÇÃ
INSTRUÇÕES
1. 3.
Leve a água e o açúcar a uma panela Adicione as maçãs e tampe o pote.
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em fogo médio e vá mexendo até o açúcar
dissolver completamente. O vinagre vai demorar cerca de 15 dias
para ficar pronto.
58
VEGETAIS CURTIDOS
NO VINAGRE DE MAÇÃ
1. 3.
Fatie um punhado de rabanetes com um Deixe fora da geladeira (pote tampado)
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fatiador de vegetais ou corte finamente com e espere 7 dias para consumir. Dura por
uma faca afiada. tempo indeterminado, caso você tome
os devidos cuidados.
2.
Coloque os filetes de rabanete num pote e
cubra com o vinagre de maçã, deixando pelo
menos 2 dedos de distância entre o conteú-
do e a tampa. Se quiser, pode adicionar 2 cl.
(sopa) de açúcar cristal para obter um picles
menos ácido.
59
ERVAS
NA SALMOURA
O Sandor Ellix contou, no livro A Arte da Fermentação, que uma seguidora lhe narrou seu
hábito de fermentar ervas. A moça em questão não descreveu uma receita com medidas,
só disse que picotou ervas frescas e colocou num pote com salmoura.
Experimentei essa ideia com as ervinhas que planto pela casa afora e fiquei embasbacada
com os sabores delas depois de apenas 2 dias. Usei nirá, alho social, tomilho limão, alecrim,
sálvia e salsinha, tudo bem picotado com a ajuda de uma tesoura, mas você pode usar as
ervas que tiver em mãos. Minha experiência só não foi tão legal com o manjericão, que escu-
receu bem rápido e ficou com um gosto desagradável.
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Se preferir, pode fermentar apenas uma erva de cada vez.
Utilizo umas colheradas dessas ervas fermentadas para finalizar sopas ou colocar no meio
de cozidos e assados e até para temperar meu hambúrguer de puba (que você encontra a
receita na página 34).
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E :
1. 3.
Pique as ervas com uma tesoura ou faca e Deixe o pote tampado fora da geladeira por
coloque-as no pote. 2 dias. Se logo no primeiro dia você observar
que o pote formou muitas bolhas, é só abrir
e deixar o gás carbônico escapar.
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2. 4.
Adicione o restante dos ingredientes Depois desses 2 dias, guarde na geladeira
e misture bem, certificando que vai sobrar para estancar o processo de fermentação.
um espaço entre o conteúdo e a tampa.
Depois de adotar uma dieta vegetariana estrita, passei a sentir uma falta danada de comer
manteiga. Aos poucos, fui percebendo que a saudade vinha mais do corte e da gordura que es-
corria vagarosamente ao entrar em contato com o pão, por exemplo, do que do laticínio em si.
Eis que resolvi congelar, nessas forminhas próprias para fazer gelo, ervas picadíssimas
cobertas com azeite. A aparência ficou idêntica à manteiga que comi a vida toda.
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Essa receita já é famosa no meu blogue, mas preciso contar que fica muito melhor com as
ervas fermentadas da receita anterior (página 60).
Se você tiver em casa azeite de dendê, óleo de coco, azeite de oliva ou qualquer outro óleo
vegetal (com exceção do óleo de canola, soja e girassol), sugiro que faça a manteiga preen-
chendo cada terço da fôrma de um jeito: o resultado ficará belíssimo, colorido!
VO C Ê VA I P R E C I S A R D E :
1. 2.
Distribua as ervas fermentadas na fôrma de Preencha os quadradinhos da fôrma com
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maneira equivalente. O ideal é não colocar azeite e em seguida leve ao congelador. Espe-
folhas demais, para não flutuar. re solidificar. Depois é só desenformar e usar!
63
FAZEÇÃO COLETIVA
DE FERMENTADOS
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Por isso, proponho uma atividade: que tal con-
vidar pessoas próximas para fazer as receitas
aqui presentes assim que for possível? Garan-
to que será um dia, no mínimo, memorável!
64
INSPIRAÇÕES
E AGRADECIMENTOS
BLOGUES
alimentoyconciencia.com
www.docelimao.com.br
www.wildfermentation.com
come-se.blogspot.com
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PESSOAS
Bela Gil, que indiretamente me introduziu, através do seu Canal da Bela, no YouTube, aos queijos
veganos fermentados, que foram pontapés para adentrar ao misterioso mundo da fermentação.
Daniel Melo, meu companheiro, produtor das melhores cervejas que conheço, que sempre
contribui com palpites agregadores, fabrica utensílios para fazer voar meus projetos e serve de
cobaia nas minhas experimentações culinárias fermentativas.
Du Albuquerque, ilustrador deste e-book, que trouxe muito do seu conhecimento sobre fer-
mentação para desenhar os processos aqui, tornando tudo mais compreensível e belíssimo!
Pedro Ratton, estudante de nutrição e professor de Kundalini Yoga, que conversa comigo
com muita frequência sobre os processos culinários e me convida para participar de fazeções
coletivas enriquecedoras.
65
INSPIRAÇÕES E AGRADECIMENTOS
Jonas Rossi, pesquisador do universo fermentado e leitor do meu blogue, que virou amigo
através das redes sociais. O nosso único assunto possível, tamanho o amor compartilhado
pela fermentação, é comemorar cada bolha que aparece nos nossos potes!
Juliana Gomes, jornalista, amiga e autora do blogue Comida Saudável Pra Todos e do podcast
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Jornal do Veneno, que sempre incentiva meus projetos e me inspira.
Kayoko Takeda, uma enfermeira que criou o canal Kayoko Takeda, no YouTube, para espalhar
a palavra das leveduras. Adoro o modo carinhoso como ela trata os alimentos, é um alento
assistir aos vídeos.
Neide Rigo, que nos ensinou a saudar a mandioca! Neide é a minha maior referência na cozi-
nha, admiro muito a trajetória dessa pesquisadora, professora e cozinheira.
Sandor Ellix Katz, considerados por muitos como “o rei da fermentação” – e não é para
menos, tantas vezes citado nesta publicação, que compartilha muito do seu trabalho no Insta-
gram, através da conta @sandorkraut.
Sônia Hirsch, jornalista, pesquisadora e cozinheira, que desde os anos setenta nos brinda
com publicações sobre fermentação e livros sobre alimentação, medicina natural e oriental.
Ela é minha preferida quando o assunto é cozinha intuitiva.
Vicente Monteiro, pesquisador da Caatinga, que tanto me encanta quando fala sobre fer-
mentação. Recomendo todas as entrevistas disponíveis na internet. 66
CONHEÇA
NOSSO TRABALHO
Sou grata pela compra coletiva deste e-book, que possibilita a criação de conteúdos gratui-
tos e independentes no meu blogue, Cebola na Manteiga, e redes sociais. Muito obrigada!
ONDE ENCONTRAR
AS MÃOS QUE
F E R M E N TA R A M
ESTE TRABALHO
A autora
PA R A C O M E Ç A R A C U R T I R : F E R M E N TA Ç Ã O D E V E G E TA I S © 2 0 2 0 - C a r o l i n a D i n i
CAROLINA DINI
Blogue: www.cebolanamanteiga.com
Twitter: @cebolamanteiga
IG: @cebolanamanteiga
contatocebolanamanteiga@gmail.com
O ilustrador
DU ALBUQUERQUE
IG: @comidailustrada
contato@dualbuquerque.com
A revisora
A N A TAVA R E S TO L E D O
IG: @anatravessia
revisa.prosa@gmail.com
67
REFERÊNCIAS
ENDERS, Julia. O Discreto Charme do Intestino: tudo sobre um órgão maravilhoso. Ilus-
trações de Jill Enders; tradução de Karina Jannini. 2ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins
Fernandes, 2017.
CASCUDO, Luis da Câmara. A História da Alimentação no Brasil. São Paulo: Cia. Ed. Nacio-
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