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2024
Segunda edição
Revisão: Edson Liberti
e Fábio Caldeira

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Dedico este livro a você que
ainda não sabe nomear
o que tem dentro de si.
A você que tem
uma inquietude constante,
a total sensação de que o seu lugar
definitivamente não é onde você está.
E que possui a total convicção
de que você é muito maior
e tem mais virtudes
do que aparenta ter.

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“Que é o homem, e para que serve?
Que mal ou que bem pode ele fazer?”
(Eclesiático 18: 7)

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Apresentação

Sobre o Autor
Leo Liberti, em 2023, se tornou um dos maiores diretores de
videoclipe do Brasil e do mundo. Trabalhando para os maiores nomes da
música e também da publicidade, conquistou diversos prêmios, como
Leões de Cannes, Clios, Grammy e outros.
Porém, mesmo tendo fundado uma renomada produtora, seu foco
nunca foi o audiovisual. Desde muito cedo, à procura de respostas
espirituais, Leo embarcou num processo de busca através da Teosofia,
dos Ensinamentos Ancestrais Egípcios, do Hinduísmo, do Budismo,
das práticas de Gurdjieff e do Cristianismo Esotérico.
Passando por processos iniciáticos, aprendeu de modo prático-
reflexivo a encontrar o seu Eu superior e entrar em harmonia com uma
força inteligente abundante, capaz de fornecer inúmeras oportunidades e
promover realizações em todos os âmbitos da vida.
Sucesso e reconhecimento foram somente consequências de algo
muito maior. Porém, como ele mesmo sempre diz: “só podemos propagar
um conhecimento depois de termos colocado tudo à prova”.

Da falta de fé ao encontro do Sagrado;


Da escassez à abundância;
Da falta de perspectiva ao Propósito de vida.

Chegou a hora de compartilhar algo transformador!

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1. O Despertar

Muito se fala sobre propósito, intuição, espírito, iluminação, etc. E


toda vez que pensamos nisso, a primeira coisa que surge na mente é a
certeza de que esse caminho é totalmente inacessível para uma pessoa,
assim denominada, “comum”. Quando ouvimos a palavra “iluminação” ou
“espiritualidade”, também emerge a imagem de pessoas conformadas, que
falam baixo, andam devagar, “aparentemente calmas”, e que passam férias
no Tibete!
Creio que essa postura estereotipada está mais para falta de
nutrientes (vitaminas, sais minerais, etc.) do que para o encontro do
Sagrado. Uma vez que cada ser humano é único e possui características
singulares maravilhosas, o Sagrado pode se manifestar de diversas formas,
pois somos todos tons derivados de uma única Luz.
A ideia deste livro é trazer de forma simples, prática e direta, um
tipo de conhecimento milenar que está presente em todo o Universo. Ele
não contém qualquer dogma religioso ou possui um caráter doutrinário.
De forma diametralmente oposta, todos os conceitos aqui escritos visam
fornecer ferramentas para o encontro do Propósito de vida de cada um.
No entanto, tudo isso não teria sentido se eu mesmo não tivesse
experienciado e colocado à prova o que aprendi no decorrer dos anos ao
redor do mundo, seja em processos iniciáticos, estudos, mensagens
intuídas, ou através do estudo de textos e filosofias sagradas, tanto
ocidentais como orientais.
Por não ser um livro de cunho religioso ou voltado à uma filosofia
específica, me abstenho de citar as origens exatas.
Essencialmente, afirmo que tudo aqui exposto é fruto de uma
experiência prático-reflexiva, traduzida de forma direta, sem rodeios,
para que todas as pessoas tenham acesso a conhecimentos milenares
capazes de transformar a vida em todas as áreas e elevar a consciência,
sem a necessidade de intermediários. O maior mestre do ser humano é ele
mesmo! E, da mesma forma, na outra extremidade, o maior obstáculo
também é ele mesmo!
Convém salientar que isso não anula a sua fé numa determinada
religião. Na verdade, todos os conhecimentos que visam a evolução
pessoal, o encontro do Propósito de vida e culminam no respeito e no
amor, são complementares. O que quero dizer, é que as instituições foram
feitas pelos homens e, portanto, são falhas. Logo, fique sempre atento!
Se pararmos para observar o mundo, não haverá um dia sequer em
nossas vidas em que não aconteça um verdadeiro milagre. Estamos tão
perdidos em pensamentos e preocupações, que não percebemos o Sagrado

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ao nosso lado e também dentro de nós. Realmente, é muito difícil - diria
quase impossível - pensar no Sagrado com boletos vencidos e falta de
sono! É bem dolorido perceber que nossos sonhos quase nunca se
realizam, e que aparentemente, todas as coisas “boas” e oportunidades só
acontecem com terceiros. Sim, eu sei exatamente como você se sente.
Mas vamos começar fazendo uma comparação do Macrocosmo com
o Microcosmo. Todos os dias, trilhões de reações físico-químicas
acontecem em nosso organismo sem que tenhamos consciência, agindo de
forma silenciosa, não necessitando de aplausos, sempre lutando pela nossa
existência. Veja só que coisa intrigante: esses processos de natureza física
e inconscientes lutam pela manifestação da sua consciência, esteja você
ciente disso ou não! E o que seria a consciência? Bom, esse é talvez o
tema mais intrincado com o qual se deparam até hoje a Filosofia e a
Ciência.
Da mesma maneira, o Universo inteiro realiza o mesmo movimento
para a manutenção dos planetas, das estrelas, dos sóis, etc. Perceba que há
uma equivalência de ação entre o mundo externo (Macrocosmo) e o
mundo interno (Microcosmo).
O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em
cima é como o que está em baixo, para realizar os milagres de uma
única coisa.
Esse princípio da correspondência, diz respeito aos padrões
Sagrados presentes em tudo. Estamos imersos em uma sintonia perfeita,
harmônica, regida por algo que podemos chamar de Deus, o Grande
“Programador”, “Designer do Universo”, “Unidade”, enfim, a
terminologia é o que menos importa. E essa Unidade está em total
harmonia com o Nosso Eu Superior, algo totalmente diferente do nosso
Ego.
O “Eu”, não é o seu nome; não é a sua ocupação. É uma espécie de
consciência. Com o intuito de exemplificar uma ideia, pode-se dizer que
somos “pensamentos de Deus com vida própria”. E por mais que isso
possa parecer dissociado do nosso quotidiano atribulado e sofrido, tenha a
plena certeza de que tudo está interligado. Sim, todas as ações e
acontecimentos possuem uma particular conexão com nossos
pensamentos, emoções e intuições. Os avanços da Ciência e da Física
modernas começaram, ainda que de forma tímida, a demonstrar isso. Não
é incrível saber que somos seres que vivem em comunhão com essas Leis?
E que somos capazes de “pensar sobre” e cocriar com Elas?
Mas você pode estar nesse exato momento se questionando: “Ok,
muito interessante tudo isso, mas como eu vou conseguir encontrar meu
Propósito e o Sagrado num metrô lotado às seis da tarde, atrasado,
querendo chegar logo na creche do meu filho, cheio de preocupações e

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com pessoas me empurrando contra as portas de entrada, muitas vezes
com o trem em movimento?”. Realmente é muito difícil mesmo! Mas, e se
eu te disser que diante desse “caos” existe algo Divino? E que nesse
turbilhão de “desordem e sofrimento” estão escondidas mensagens
importantes, isto é, grandes pistas para encontrarmos nosso real
caminho: o nosso Propósito de vida?
No entanto, o encontro do Propósito de Vida (assim como o
encontro do Sagrado) é essencialmente prático-reflexivo. E o que isso
quer dizer? Que algo escrito, por si só não tem valor transformador. O real
conhecimento e a verdadeira mudança estão na ação! Ninguém muda
de vida sem agir. Ninguém encontra seu Propósito trancado em casa só
adquirindo conhecimentos sem colocá-los em prática; ninguém encontra
Deus fechado num quarto, porque na grande maioria das vezes ele se
apresenta no embate do nosso quotidiano externo.
Em resumo: primeiro você vive, pratica, coloca em prova tudo,
absolutamente tudo e depois reflete! Só assim haverá mudança, caso
contrário, tudo não passará de elucubração ou especulação. Portanto,
todas as coisas aqui descritas só farão sentido e irão transcender a teoria
se você realmente colocá-las em prática!
O que quero dizer, é que em todas as situações da vida é possível
“viver o Divino”, porque seu Propósito deixa um rastro em absolutamente
todos os locais, diante de todas as circunstâncias do Universo, sejam
elas prazerosas ou doloridas.
A velha máxima (e muitas vezes dita sem profundidade): “Existe um
Plano Divino para você”, é totalmente verdadeira!
Também achamos que o Divino é algo destacado do nosso Ser. Na
verdade, somos induzidos a acreditar que quanto mais distante de nós e
mais inacessível, mais Sagrado ele se torna. Nos implantam a ideia de que
quanto mais misterioso e mais enigmático é o processo, mais “espiritual”
ele será. Desta forma, estamos sempre à espera de mágicas, explosões de
luzes, rituais teatrais, enfim, um grande circo! E queremos que o processo
seja rápido, sem uma grande mudança interior...
Ainda, acreditamos que Deus está nas instituições, e que todo o
conhecimento Sagrado está nas mãos de mestres, gurus, sacerdotes,
pastores, padres, bispos; enfim, das autoridades em geral. Pontuo aqui,
que há muita gente e instituições sérias que realmente promovem
encontros essenciais para passar esse conhecimento. Mas, precisamos ficar
sempre atentos e seletivos, porque do mesmo modo que há pessoas que
querem ajudar, algumas querem somente “se ajudar”.
Pois muitos são os que virão em meu nome [...] e
desencaminharão muitas pessoas. (Mateus, 24:5).

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De outra maneira, você é capaz de imaginar o caos que se provocaria
se soubéssemos que todo o poder e conhecimento milenar, enfim, que
Deus, está dentro e não fora de nós? As pessoas deixariam de ser
controladas, passariam a ser mais autônomas, autossuficientes. E será que
isso é realmente interessante para um sistema que precisa de seres cada
vez mais adormecidos, dependentes e inseguros? Por mais que uma
instituição te ajude no direcionamento, o Sagrado está dentro de você e
em tudo a seu redor!
O reino de Deus está dentro de ti e a tua volta; não em palácios de
pedra ou madeiras. Rache uma lasca de madeira e Eu estarei lá;
Levante uma pedra e Me encontrarás.
O Divino está em tudo! Podemos encontrá-lo e transcender nossa
pequena visão de Universo em todos os aspectos da vida. Precisamos
apenas “entender” o que é tudo isso, qual o modus operandi e deixar essa
essência fluir em nós. Há uma corrente Universal que populariza e
enaltece o pensamento banal, criando cada vez mais barreiras para o nosso
encontro do Propósito vida e do Sagrado.
Somos levados cada vez mais a nos conformarmos com nossas
vidas, nossas condições precárias; a nos sentimos inferiores, impotentes. A
esperança se esvai a cada barreira que encontramos (e não são poucas, não
é mesmo?). Passamos a viver de forma apática numa inércia repleta de
condicionamentos destrutivos. Começamos a nos consolar em vícios, atos
que nos dão prazeres momentâneos. A festa do final de semana vira a
única alternativa.
O termo “sextou”, acompanhado de uma forte sensação de alívio, é
uma espécie de respiro diante de uma vida triste, podada e repleta de
desilusões. Como fuga, muitas vezes projetamos nossa vida na dos heróis
e heroínas do cinema, num processo constante de “despersonalização”.
Ficamos horas a fio nos comparando com pessoas das mídias sociais e
passamos a nos achar “feios” e “sem sucesso”, nutrindo todos os
predicados negativos que orbitam nossos pensamentos, sensações e
emoções.
E se eu te disser que até hoje você “viveu uma vida” que não é
realmente a sua? Que você foi pego numa gigantesca armadilha?
A boa notícia, é que por mais impossível que isso possa parecer, essa
armadilha pode ser quebrada!
E para começar a destruir essa grande ilusão que não te permite ser
quem você realmente é, e desenvolver seus potenciais gigantescos que
estão sufocados dentro de você, segue uma pergunta aparentemente
simples:
Você está acordado? E, caso você responda “sim”: Você está

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consciente?
Essas duas perguntas talvez sejam um pouco mais complicadas de
serem respondidas do que você pensa. Quando digo “acordado”, não estou
falando do usual processo de vigília, mas sim, se você tem total
consciência de todas as suas ações, pensamentos, emoções e sensações!
Indo um pouco mais além: você tem noção de tudo o que te motivou a
chegar onde está agora? E você sabe também tudo o que de certa forma te
impediu de chegar onde você gostaria de estar?
Nesse momento, você pode estar pensando que os acontecimentos
na sua vida até hoje foram frutos do meio social no qual foi criado:
condições financeiras, educação (pais e escola), filmes que assistiu,
noticiários que acompanhou diariamente, livros que leu, influência dos
amigos e colegas, o acesso constante à internet, a força da publicidade, a
religião que seguiu, desilusões amorosas, experiências diárias – boas ou
más - no trabalho, etc.
E esteja convicto de que você tem razão! Acrescente-se a isso, o
que se encontra no seu DNA. Essas características dominantes possuem
manifestações, tanto positivas quanto negativas, que podem auxiliar ou
impedir que você encontre o seu "Ser”. Porém, acrescento que há fatores
maiores enraizados em nosso “Eu” (tanto físicos como espirituais), que
não nos deixaram caminhar como deveríamos.
O que quero saber de você agora é: Vamos despertar?
Há luz no interior do homem de luz e ele ilumina o mundo inteiro.
Se ele não brilha, ele é escuridão.

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2. Teoria da Escultura

O que seria uma escultura? Talvez uma rocha lapidada. Porém, você
já parou para pensar que para fazer uma escultura você precisa tirar dela
tudo o que “não é escultura”? Esse princípio é totalmente aplicável a
nós. O que é você? Quem é você? Primeiramente é importante saber o que
não é você, quem não é você!
Como já citei, crescemos repetindo padrões que aprendemos,
reproduzimos histórias e raramente nos questionamos sobre elas. Odiamos
nossos pais pelas posturas autoritárias e destrutivas, mas não percebemos
que fazemos igual e ainda passamos isso adiante para nossos filhos,
reproduzindo suas expectativas e fracassos. Acreditamos com todo nosso
Ser nas ofensas de pessoas que nos prejudicaram e ouvimos com todas as
nossas forças os “bullyings” que sofremos.
Tudo isso (e outros inúmeros fatores) define exatamente o que não é
escultura em nós. Nós fomos esculpidos por outras pessoas; deixamos
elas nos moldarem e até hoje não nos demos conta disso! É como se
tivéssemos diversos “Eus falsos” atuando e se sobrepondo ao
VERDADEIRO EU.
Ou seja, você – ainda - não é a sua escultura. Mas cada um veio
nesse mundo para ser o que foi predestinado a ser! Temos um Propósito
que precisa ser encontrado e trabalhado.
Creio que nunca nos conscientizamos de que somos uma espécie de
instrumento musical desafinado, condicionado, sem ter a noção da
quantidade de notas e melodias que podemos criar. Ficamos sempre à
deriva (ou mercê?) de processos tanto internos quanto externos, diante de
uma mente perturbada e desorganizada. Executamos uma “música” que
não é nossa, sem saber o que nos levou - e leva - a fazer isso. Então, me
responda: como é possível deixar o “Grande músico do Universo”
(Deus) manifestar Sua música em você, se ainda está vivendo de forma
inconsciente?
Mas qual a finalidade disso tudo? Pode-se dizer de forma
absurdamente simplificada que se trata da Evolução. Sim, todos nós
estamos aqui para evoluir e, ao mesmo tempo, contribuir para a evolução
(espiritual) do próximo.

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3. Talentos Escondidos

Você já imaginou se Mozart tivesse crescido em pleno século XXI,


num local onde a música clássica não fosse valorizada? Se simplesmente
ele não tivesse tido a chance de ter um violino ou um piano? Será que ele
teria sido um dos maiores músicos de todos os tempos? E ainda, quantos
“Mozarts” escondidos existem por aí?
De modo análogo, em relação ao nosso Ser e ao encontro dos nossos
talentos, geralmente, não crescemos num terreno fértil que nos ajuda a
encontrar nosso Propósito de vida e o Sagrado. Muito pelo contrário,
somos cada vez mais conduzidos a nos distanciarmos de nós mesmos. E o
pior, desde crianças somos educados a aniquilarmos nossos dons e
processos intuitivos. Crescemos sem saber o que efetivamente somos e o
que gostamos. O fato é que, além quase sempre nos comportarmos como
meros “repetidores”, nos tornamos em nossos próprios carrascos.
Aprendemos a silenciar nossa Voz Interior toda vez que ela aparece, ou
seja, somos constantemente induzidos a fechar os olhos todas as vezes que
Deus fala no nosso íntimo.
E aí vai uma outra pergunta: Você já parou para pensar nisso pelo
menos uma vez na vida?
Se a resposta for não, você pelo menos já refletiu sobre as reações
que teve diante de algumas situações específicas? Ou melhor, no que te
motivou a reagir e pensar de determinada forma?
Aprofundando um pouco mais: Você tem consciência de cada ação,
reação, pensamento, emoção, sensação e desejo que tem em todos os
instantes da sua vida? E para finalizar: Você tem a capacidade de
direcionar a sua atenção e a sua vontade para não ser dominado por
fatores externos e/ou condicionamentos internos?
Ufa! É muita coisa junta ao mesmo tempo, não é? E o que isso tem a
ver com o seu Propósito de vida? É simples: se você não tem consciência
do que te guiou até agora; se não tem a menor noção de “qual estrada”
percorreu até hoje, como quer encontrar seu real caminho de vida?
Estar consciente de si mesmo e dos fatores externos são as premissas
para o despertar! É instantâneo! Por mais que o caminho do
aperfeiçoamento seja longo, o despertar acontece no exato momento em
que você “se conscientiza de que até hoje não estava consciente”. E que
você É essa consciência, plenamente capacitada para moldar a sua vida.

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Quem procura, não cesse de procurar até achar; e, quando achar,
será estupefato; e, quando estupefato, ficará maravilhado – e então terá
domínio sobre o Universo.
Eis a primeira chave do processo rumo ao encontro do seu Propósito
de vida. A busca inicial é o encontro do verdadeiro EU, seu Espírito (e
aqui, também, a terminologia não é o mais importante). O que realmente
importa, é que você entenda que só saberá onde o seu EU está e o que
ELE É, quando identificar dentro de si tudo o que ELE não é.

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4. A Primeira Ferramenta para o Despertar

Nosso Espírito está interligado a uma fonte inesgotável de


criatividade, que precisa de um canal para poder se “manifestar”. Esse
canal somos nós, e a fonte de criatividade é Deus. Nosso corpo possui
centros energéticos muito precisos e com poderes gigantescos de canalizar
e traduzir essa energia Divina. E como sabemos, cada indivíduo traz algo
único e especial que precisa ser comunicado ao mundo. Mas como
começar esse processo de manifestação e transformação?
A máxima, "conhece-te a ti mesmo", traz em si uma profunda
sabedoria, pois nela se encontra a observação, a chave mestra da
transformação! Observação que, por sua vez, está diretamente ligada ao
fato de estarmos ou não “acordados”. Para que fique claro, quando me
refiro à observação, trato da consciência do Ser capaz de analisar o que se
pensa, sente e, também, os processos externos que o rodeiam.
Essa chave de transformação pode ser subdividida em observação e
auto-observação1. Duas ferramentas sagradas, com reverberações tão
grandiosas na vida, que podem ser consideradas divisoras de águas, pois
são diretamente ligadas ao Deus Verbo, ou seja, o Divino que age!
Somos seres capazes de ter "a consciência que temos consciência",
ou para facilitar a compreensão: temos consciência de que existimos!
Indo além, somos aptos a pensar, e ao mesmo tempo observar o que
estamos pensando. E para isso você precisa estar atento, uma vez que a
atenção é uma das maiores forças do ser humano. É ELA que irá te
auxiliar no processo de despertar, e quanto mais forte for sua capacidade
de direcioná-la, seja para algo externo ou para todos os processos internos,
maior será sua capacidade de permanecer “acordado”.
E sempre tenha em mente que o Propósito não é um fim, mas um
meio. Logo, aproveite o trajeto!

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Ou, se preferir, análise e autoanálise

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5. As Forças Antagônicas

Tenha em mente que todo o caminho do “despertar” rumo ao seu


Propósito de vida acionará duas grandes forças, que como tudo no
Universo, são duais e totalmente antagônicas. Uma pode ser chamada de
SINCRONICIDADE ou GRAÇA (não importa a terminologia, uma vez
que existem diversas maneiras de se dizer a mesma coisa).
Em outras palavras, essa primeira força pode ser apresentada na
forma das coincidências inexplicáveis que acontecem quando você
começa a agir e a vibrar de uma determinada maneira. Ela irá colocar de
forma totalmente “ilógica” e “improvável”, pessoas no seu caminho para
te ajudar, orientar e trazer oportunidades. Ainda, te enviará sinais dos mais
variados tipos, mensagens, números repetidos, padrões, enfim, irá
interagir contigo de forma inexplicável, porém extremamente precisa.
No entanto, assim que você compreender que ela está presente na
sua vida, e começar a despertar a fim de encontrar o seu real caminho, seu
Propósito, o outro extremo da dualidade também irá aparecer. Mas não se
preocupe, porque tudo nessa vida é dual: Frio/Quente, Preto/Branco,
Positivo/Negativo, Movimento/Repouso, Noite/Dia, Triste/Alegre, etc...
Trata-se de uma força complementar para o equilíbrio do Universo,
que pode ser chamada de Bloqueio (mas que pode ser referida como
resistência, tentação, obstáculo, enfim, o que for mais condizente com as
suas crenças). O fato é que ela não medirá esforços para te deixar
estagnado (a) e adormecido (a). Também fará de tudo para te desanimar,
minar a sua fé e a autoconfiança. E ainda lutará com todas as forças para
que você não consiga interpretar os sinais da sincronicidade.
Tudo, absolutamente tudo, irá acontecer para você desistir do
encontro do Propósito. Caso você já tenha sentido essa vontade gigante
de mudar e as coisas começaram a se tornar difíceis, isto é, se você
realmente quis encontrar o seu caminho e tudo começou a dar errado,
fique feliz. Isso mesmo, feliz! Porque você realmente está no caminho
certo!
Se vos perguntarem: ‘De onde vindes’? Respondei: Viemos da luz,
do lugar onde a luz nasceu dela mesma, estabeleceu-se e tornou-se
manifesta por meio de suas imagens. Se vos perguntarem: ‘Vós sois
isto’? Digam: Nós somos seus filhos e somos os eleitos de Deus. Se vos
perguntarem: ‘Qual é o sinal de vosso Pai em vós’, digam a eles: É
movimento e repouso.

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6. Esforços

Antes de começarmos os exercícios para o encontro do Propósito, há


três esforços básicos que precisam ser levados em consideração, pois
servem como uma espécie de alicerce para as práticas, reflexões e,
consequentemente, para uma mudança profunda.
São eles: o esforço de cuidar do corpo físico, o esforço de querer
evoluir (se aperfeiçoar) e o esforço de buscar conhecimento/sabedoria.
A intensidade de cada um - e digo isso porque se trata de um
direcionamento da vontade, uma vez que os obstáculos com certeza irão
aparecer – irá variar de acordo com as características pessoais, essência,
capacidades naturais, talentos, dificuldades e interesses.
Esses esforços são importantes, uma vez que é necessário ser levado em
conta “o que fazer” depois de estar desperto.

6.1. Primeiro Esforço


Partindo do princípio que mesmo um indivíduo sendo “Espírito em
essência”, sem o corpo ele nada consegue fazer ou desenvolver. Assim, o
primeiro grande e fundamental esforço consiste em cuidar do seu corpo!
Não estou dizendo que você precisa se transformar num fisiculturista
ou um grande maratonista, mas tudo o que engloba a saúde corporal é,
sem dúvida, uma premissa. Todos nós sabemos o que faz bem para a
manutenção e preservação do nosso maior instrumento físico: alimentação
balanceada, prática de esportes, qualidade de sono, etc. Sem isso, a grande
maioria dos exercícios espirituais se tornará inútil, porque todos nossos
pensamentos, sensações e emoções estão conectados à saúde corpórea.
Às vezes, um grande obstáculo emocional que você está tentando
transpor, não passa de uma falta de vitamina ou um desequilíbrio
hormonal. Por isso, para começar sua jornada espiritual, tenha sempre em
mente que é necessário cuidar do seu corpo.
Eis um exemplo: consideremos que você necessite viajar 100 km,
mas tem um carro que está com problemas no volante, panes na parte
elétrica, óleo vencido há tempos, radiador vazando, e com pneus gastos.
Será possível fazer essa viagem de forma plena? Ou melhor, será que
compensa iniciar essa viagem? Por outro lado, ainda na analogia com o
carro, se na ânsia por melhora você decidir turbiná-lo, uma hora o motor
não aguentará e irá fundir. Este é um exemplo do extremo oposto, onde
em prol da ansiedade ou da vaidade, sucumbimos a procedimentos
destrutivos para atingirmos padrões (de destaque, de beleza, etc.) utópicos.
E isso é tão prejudicial quanto o sedentarismo. Logo, não existe
espiritualidade sem uma real atenção com a sua saúde corporal!

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6.2. Segundo Esforço
Não sabemos exatamente como acontece o nosso chamado para o
“despertar”, mas frequentemente ele surge através de dores, conflitos,
choques, traumas ou desilusões, ou até mesmo de um chamado Divino.
Geralmente quando nos sentimos felizes, confortáveis (e ainda
“dormindo” espiritualmente), permanecemos num estado de inércia
inconsciente vivendo de forma fútil, rasa, e muitas vezes repleta de vícios.
Até que vem a queda! E aí começamos a refletir sobre tudo: nossas ações,
o Mundo e as Leis que o regem e, sobretudo, passamos a nos observar.
Percebemos que os bens materiais são importantes como um meio
de subsistência na vida terrena, mas jamais poderão ser considerados um
fim! Portanto, assim que você sentir o primeiro “chamado espiritual” para
esse novo caminho - e saiba que isso não é uma “voz do além”, mas sim
uma vontade muito forte de mudar de vida ou de buscar autoconhecimento
- agarre essa oportunidade com toda força do seu Ser! “Entregue-se” de
forma sobrenatural, para não descartar a possibilidade de mudar!
Esse segundo esforço consiste exatamente em se desenvolver uma
constante e incansável vontade de aperfeiçoamento do seu espírito, o que
difere do temido "perfeccionismo", que vem acompanhado de culpas e
autoflagelações mentais. Não é nada disso! Você precisa fazer as pazes
consigo mesmo, e estar convicto de que erros e acertos fazem parte do
processo. Julgamentos seguidos de autopunições não passam de
expressões internas equivocadas, e que foram cristalizadas por anos de
punições de pais e da sociedade em geral. Portanto, a partir desse
momento, comece a ter orgulho de si mesmo pelo simples e grandioso fato
de ter consciência da necessidade de mudança.
Repare que, quando sentimos o despertar espiritual rumo ao
encontro do Divino, ou melhor, do Divino que habita em cada um de
nós, acendemos uma centelha inapagável pela busca de respostas. Este
esforço também requer uma espécie de compaixão e imparcialidade, para
que sejamos capazes de entender que em toda jornada sagrada há
sofrimento!
A força espiritual não irá te poupar de sofrer: Fato!
Qualquer coisa contrária a isso é utopia! Porém, o impulso Divino te
proverá de muita força e diversos alicerces para suportar. E acredite, é
justamente dentro da “casca” do sofrimento, que você irá começar a achar
as pistas do seu Propósito de vida, e também encontrará a substância capaz
de edificar a sua vida consciente.
Ressalto, ainda, a importância de saber que precisamos estabelecer
novos conceitos para o entendimento das forças antagônicas. Isso porque,
grande parte dos nossos condicionamentos não passam de pontos de vista

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distintos, e a maioria dos acontecimentos podem ser consideradas como
reverberações do Sagrado. Esse esforço também é seguido pelo
desenvolvimento da gloriosa humildade, da compaixão, do respeito e,
claro, do amor.

6.3. Terceiro Esforço


Esse esforço é basicamente o do estudo; da busca por sabedoria.
Calma! Não se trata do estudo formal que fomos obrigados a realizar no
decorrer de nossas vidas nas escolas tradicionais. Este é um estudo brando
e voluntário à busca por livros, apostilas, palestras, podcasts, grupos de
estudo, enfim, tudo o que irá te nutrir espiritualmente. Claro que o tema
central deve ser voltado para o que se relaciona com seu
autodesenvolvimento (as Leis Universais, a Criação, etc.), onde com
certeza a SINCRONICIDADE irá te ajudar no processo. Porém, é
importante pontuar que há muitos dogmas, crenças limitantes e
informações rasas em todos os lugares. Esteja atento, e muito atento
mesmo a isso!

Você se alimenta do que? Eu não estou falando de comida ou


bebida, mas sobre quais informações e impressões você ingere.

Isso é tão importante quanto a alimentação física. Você já se


questionou sobre quais são os alimentos que você ingere para a sua a
mente e Espírito? Pense nisso: como se encontra o físico e a saúde de
quem se constantemente se alimenta de “fast food”? Pois bem, para a
mente e para a alma não é diferente! Esse último Esforço é, de fato, o de
querer saber, ou seja, “nutrir” de maneira saudável a mente, e
consequentemente, a alma, na busca para todas as respostas que não
temos! É deixar de consumir o que é feito para te alienar, gastar seu tempo
e sua energia. Precisamos ter a postura de “professores de nós mesmos”.
(Entenda-se professores, não carrascos, ok!?).
E nosso primeiro grande aluno é o próprio ego, com duas
extremidades distintas: uma arrogante e a outra dócil, porém reprovadora.
Suas manifestações oscilam entre esses extremos: "Nossa, eu sou muito
f...!", ou, "Meu Deus, como eu sou um b...". O ego é a força antagônica
do nosso Eu; a projeção errada do que nós somos. Nele estão presentes as
piores características do ser humano: egoísmo, arrogância, vaidade, prazer
na maldade, incompreensão, julgamentos, ira, etc.
A humildade - e friso aqui que isso não significa “amor” pela

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pobreza, mas sim um conceito próximo da generosidade - é uma poderosa
maneira de lidar com o ego. Nunca devemos subestimar nossas
capacidades e as dos outros, ou ter medo de cometer erros. Não existe
acerto sem erro! Que isso vire um mantra na sua vida! Permita-se
experimentar!
Reconheça o que está diante de teus olhos, e o que está oculto a ti
será desvelado. Pois não há nada oculto que não venha ser manifestado.

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7. Os Centros de Força do Humano

A metáfora da charrete é ótima para entendermos o funcionamento


dos nossos centros de força. Composta pelo conjunto estrutura física
(madeiramento, rodas, engrenagens, etc.) e cavalo (animal de tração), é
necessário um condutor para direcioná-la, que por sua vez, tem ao seu
lado um patrão que quer chegar a um determinado local.
Com isso, podemos fazer a seguinte analogia: a parte física da
charrete é o nosso corpo, ao passo que a parte animal, o cavalo, equivale
ao nosso centro emocional, e o condutor, ao nosso plano mental. E o
patrão? Ele é o nosso “EU”, ou nosso “espírito”, como preferir. E para que
o patrão consiga chegar aonde tem vontade, é preciso que a charrete seja
conduzida até lá. Certo?
Agora, pense na estrutura física de uma charrete onde as rodas não
estão bem presas, o madeiramento apodrecendo, engrenagens emperrando,
e assentos semidestruídos. Lembre-se que, como já exposto, a sua saúde
física é fundamental para a manifestação do espírito.
Relativamente ao cavalo (emoções, sensações) imagine-o não
adestrado. Provavelmente ele vai para onde bem entender e quando quiser,
ou, se você estiver seguindo em direção a um determinado caminho e ele
sentir qualquer tipo de desânimo, pode empacar e ficar parado o tempo
que achar necessário. Por mais que o condutor ou o patrão insistam para
que ele continue caminhando, ele não se abala (Até porque ele não
entende a linguagem de ambos). Além disso, ele tem uma parte instintiva
muito forte. Suponha que esse animal, no meio de uma jornada, sinta
fome. Se ele não foi adestrado, simplesmente irá correr de forma
desembestada para o pasto. E ainda, se ele encontrar na trajetória uma
égua atraente? (Bom, você já pode imaginar, não é mesmo?). O grande
problema, é que descontrolado, o cavalo irá arrastar consigo a charrete
(corpo), o condutor (mente) e também o patrão (espírito).
Emoções desgovernadas são um perigo! O cavalo precisa ser
educado no decorrer do tempo.

20
E quanto ao condutor? Caso ele seja estudioso, coerente, ético, com
certeza irá conduzir o patrão pelo melhor caminho, com poucos riscos,
evitando estradas perigosas e esburacadas, e sem correr demais. Prudente,
trará consigo um mapa para se localizar, mantimentos necessários para
ambos (ele e seu patrão), além de analisar as condições climáticas. Assim
seguro, seguirá com cautela munido de conhecimentos que entendam e
atendam às necessidades do patrão. Mas e se ele for um “bêbado”, um
inconsequente?

Mas, e se for um condutor mal-educado, um profissional descuidado


que jamais realizou sequer uma simples manutenção na charrete, e sempre
cuidou mal do seu cavalo? Se ele for bruto, tolo, intransigente e até
mesmo um “sabichão”, incapaz de dar ouvidos ao seu patrão?
Como o Patrão (espírito) vai conseguir chegar ao seu DESTINO, se
ele se encontra em uma charrete precária (corpo) com um cavalo mal-
adestrado (emoções), comandada por um péssimo condutor (mente)?
Portanto, se você pretende encontrar o seu Propósito, seu caminho,
você precisa ter harmonia e comunicação entre esses seus três centros.
Somente assim, terá um canal para seu Espírito fluir.
Separa a terra do fogo, o subtil com o grosseiro, agindo com
prudência e com juízo. Ascende com a maior sagacidade da terra ao
céu, e une o poder de todas as coisas inferiores e superiores. Assim,
possuirás a luz de todo o mundo, e a obscuridade irá voar de perto de si.

21
8. O Fabuloso “Circuito da Percepção”

Todos os nossos processos mentais seguem um funcionamento, uma


engrenagem específica. E essa engrenagem irá converter impressões em
processos elétricos e, posteriormente em um tipo de matéria mais sutil,
muito semelhante à Luz. Na verdade, chamamos de Luz, porque é o mais
próximo que conseguimos na comparação no plano físico.
De maneira simplificada, o “circuito da percepção” pode ser assim
representado:

Quando, através dos sentidos, você percebe algo (bom ou ruim),


logo é gerada uma sensação específica. No mesmo momento, são
representados em sua mente uma imagem e um “subtexto”, ou seja, um

22
conceito (uma espécie de rótulo), que irão desencadear uma emoção
específica, em variadas intensidades.
Esse é o processo que gere toda a sua vida, cem por cento do seu dia,
tenha você ciência ou não. E toda vez que o realizarmos, nossas novas
impressões dialogarão com representações anteriores formadas em
outros momentos da nossa vida, e por sua vez ambas irão dialogar com
processos inconscientes muito potentes.
O grande problema é que, além de não termos consciência desses
novos processos, também não nos conscientizamos dos trilhões de
impressões que adquirimos no decorrer da vida. Ademais, nem sequer nos
foi permitido escolher! Simplesmente nos “contentamos em nos
alimentar” dos mais variados estímulos nocivos com os quais somos
bombardeados diariamente.
Sem notar, nos tornamos o famoso personagem do antigo jogo “Pac-
Man”, o “COME-COME”; porém, neste caso, “devorador” de impressões
danosas. E com isso, cada vez mais nos tornamos seres reativos
inconscientes, sem nos conscientizarmos de que temos a capacidade de
nos tornarmos seres seletivos conscientes.
Além disso, quando percebemos algo, transformamos a matéria
física em matéria sutil. Exemplo: quando olhamos um quadro que está
no exterior (de nós), ele é transformado numa matéria anímica e então
passa a viver dentro de nós. Essa “substância” é o alimento do Espírito,
pois sua composição a Ele se assemelha.

9. Conceito Intrínseco vs Conceito Atribuído

Tanto uma situação quanto uma “coisa” possuem dois tipos de


conceitos: o conceito intrínseco (ou preexistente) e o conceito atribuído.
Exemplo: imagine uma cadeira. Seu conceito preexistente é: serve
para sentar, geralmente tem 4 pernas, possui encosto, etc. Já o conceito
atribuído é muito mais complexo. E é justamente ele que baliza a nossa
vida diante do “circuito da percepção” descrito anteriormente.
Vamos supor que você estava sentado numa cadeira de plástico no
aniversário do seu filho. De repente, ela se quebrou e você caiu
violentamente, com a nítida impressão de ter fraturado a bacia. Criei aqui
um exemplo “extremo” e “catastrófico”, para deixar bem claro como
acontece. Naquele instante, sua percepção de “cadeira” promoveu uma
sensação específica (possivelmente uma grande dor, seguida de
preocupação e ansiedade). Também, gerou uma representação em forma de

23
imagem, talvez ligada a uma possível hospitalização, cirurgia, perda de dia
de trabalho.
A outra parte da representação (conceitual), produziu rótulos
(geralmente “catastróficos”), tais como: “me machuquei feio e não vou
conseguir mais voltar a andar normalmente”; “meu chefe vai me ‘matar’
pois ele depende de mim para comandar a empresa, e talvez por causa
disso irá me despedir”; “eu não devia ter sentado nessa maldita cadeira”;
“como vou conseguir pagar uma cirurgia tão cara como essa? Talvez tenha
que vender meu carro”, e assim por diante. Concomitantemente, em
frações de milésimos de segundo, surgem emoções correspondentes como
medo, raiva, tristeza, pânico, etc. O seu filho então começa a chorar e a
ambulância chega. As pessoas presentes na festa ficam tão ou mais
desesperadas que você; algumas até gritando (reações físicas diante de
percepções).
Tudo isso que está acontecendo, ou seja, esse “mar” de percepções
sensoriais e reações internas e externas, irá dialogar com outras impressões
já vividas, e que surgem automaticamente. Então, elas irão gerar mais
sensações, mais emoções, mais pensamentos... e aí, o Céu - ou o inferno -
será o limite!
Não podemos deixar de considerar que também entrará em cena a
sua imaginação, que é a capacidade maravilhosa do ser humano de “criar
coisas e situações” que, infelizmente, em 99% das vezes, é utilizada para
pensar somente catástrofes.
Bom, diante desse “caos cinematográfico”, vamos supor que tudo
não passou de um susto, e que os exames radiológicos mostraram que
nenhum osso foi fraturado.

Isso já não importa mais! O conceito que você criou sobre a cadeira
de plástico, é só seu. Trata-se de uma reação abstrata forma-emoção-
sensação-pensamento que irá compor seu Ser. No entanto, e se eu te
disser que tudo, absolutamente tudo na sua vida foi criado assim? E se eu
te disser ainda, que você é o criador do seu mundo interno que,
consequente e constantemente, dialoga com o seu mundo externo? E aí te
pergunto:
Como você quer ser Rei o Rainha do seu mundo, se você NUNCA
atuou na criação dele?
Você viveu até hoje em um filme, e nunca saiu dele. Sem saber, acabou
escolhendo inconscientemente - ou escolheram para você - um filme
específico, e todos os dias da sua vida você “dá o play”. Porém, o fato é
que você não é um personagem de um determinado filme: Você é o Ser
que escolhe qual filme irá assistir! Consegue compreender a diferença?

24
E, além das coisas que vivemos (até então inconscientemente),
deixamos que se implantem em nosso íntimo, ideias, crenças e padrões
comportamentais (pensamentos e emoções) alheios, na maioria das sem
resistirmos.
Reitero aqui, que as histórias que ouvimos (e acreditamos), os filmes
que assistimos, os programas de TV que acompanhamos, os telejornais
catastróficos, as publicidades agressivas que invadem nossos dias, os
discursos dos nossos parentes, os traumas verbalizados dos amigos, as
crenças limitantes dos nossos colegas de trabalho (que jamais se
questionaram sobre), não passam de um conjunto inconsciente de
conceitos, que absorvemos e passamos a chamá-los de “MEU”.

Você realmente se conhece? Pode ter certeza que você é muito, mas
absolutamente muito maior do que imagina ser!

10. Sobre os Exercícios

Os exercícios propostos a seguir, têm por objetivo auxiliar no


encontro do seu Propósito de forma mais direta. Atuando como
verdadeiras “ferramentas” para a autodescoberta, esses exercícios de base
funcionam como uma espécie de “aquecimento” para todas as práticas
diárias, ou seja, o “start” para que uma grande maratona de autodescoberta
seja realizada.
A finalidade de todos eles, é a busca constante do desenvolvimento
da autoconsciência, a autodisciplina, e a conexão com níveis mais
profundos de consciência. Essas conexões irão trazer respostas sobre qual
é o nosso real caminho, o nosso Propósito de vida, e o que efetivamente
precisamos fazer. Acredite, assim que você começar a praticá-los,
prepare-se para ver o mundo como um local capaz de ser moldado a

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todo instante!

10.1. Exercício da Observação Externa


Procure um lugar sem muitos estímulos sonoros ou visuais. Não
importa se você está deitado, sentado ou de pé. Observe todo o ambiente a
seu redor. Use todos os seus sentidos! Repare nas formas, cores, tamanho
das coisas, sons, cheiros.
Rememore o “ Fabuloso Circuito da Percepção” (página xx)
Este é, primordialmente, o “material” que iremos utilizar para
moldar a nossa vida. Toda a percepção sensorial irá reagir com
pensamentos e um padrão de comportamento já estabelecido, cristalizados
durante anos.
A tarefa agora é observar esse processo! Só podemos mudar ou
trabalhar o que temos consciência, certo? Então, perceba o exterior, e
quais as sensações e pensamentos que esses estímulos te trazem. Repare
nos objetos, nos sons. Perceba esse circuito atuar dentro de você. É como
se pela primeira vez na vida, você estivesse abrindo o capô de um carro
para verificar o funcionamento do motor.

10.2. Exercício do Encontro do EU


Pegue uma foto antiga ou qualquer coisa que lhe traga uma
lembrança (não importa o caráter da recordação, se ela é boa ou ruim).
Observe atentamente a foto, e perceba as sensações e emoções que estão
surgindo em você. Em seguida, foque a atenção nos pensamentos que
surgirem (imagens e conceitos). Feche os olhos (para diminuir ainda mais
os estímulos externos), e perceba a posição na qual se encontra o seu
corpo. Respire fundo e devagar, e continue focado nos seus pensamentos.
Repare como eles fluem sem parar, gerando cada vez mais pensamentos,
mais sensações e mais emoções, as quais geram novos pensamentos,
novas posturas corporais e assim por diante. Limite-se somente a observá-
los; nada de julgamentos. Note que, pelo ato de observar todo o
processo, você se dissociou deles. É como se você saísse desse rio que
está te conduzindo. Agora, pense voluntariamente em alguma situação,
frase ou objeto específicos, e se surpreenda com a capacidade que você
desenvolveu de direcioná-los!
Torne a respirar fundo, e sinta que você é um Ser consciente da sua
existência; ou seja, você é uma Consciência que pensa, sente e se
emociona.
E aí vão alguns questionamentos que irão mudar a sua vida:
Se você é capaz de observar seus pensamentos, corpo e emoções;

26
Se entendeu que você não é os seus pensamentos, pois acabou de se
destacar deles (E você continua existindo mesmo distante deles,
certo?);
Então,
Quem (ou o que) você realmente É?

Parabéns, essa é a primeira chave sagrada para a


construção do seu mundo!
(Nesse instante, dezenas de pensamentos e questionamentos podem
aparecer, e se isso aconteceu, você está no caminho certo!)

Em suma, visando a expansão desse exercício durante a sua vida:


- Pratique diária e constantemente a atenção plena!
- Observe a cada instante seus pensamentos, emoções e ações. Mas
somente as observe, sem julgamento.
- Torne-se, inicialmente, um observador neutro. Imagine-se como
um observador externo que simplesmente registra o que está
acontecendo em sua mente e em seu corpo.

10.3. Exercício das Associações


Repare que, frequentemente, nos atemos a lembranças aleatórias, e
não sabemos exatamente o porquê desses pensamentos surgirem. Para ser
sincero, na maioria das vezes nem sabemos o que estamos pensando...
Seja como for, começamos a pensar em algo depois de um estímulo
interno ou externo, como algo que ouvimos de alguém, ou uma notícia que
vimos na TV, ou ainda, algum objeto que nos fez lembrar de determinada
situação, e assim por diante. A partir desse estímulo, vamos “associando,
associando, associando...” de forma vertiginosa e infinita, sem
compreender o gatilho inicial que desencadeou todo esse processo.
Para realizar esse exercício, primeiramente tenha consciência que
você está pensando em algo que surgiu de forma “involuntária”, e então,
como as faixas (músicas) de um disco de vinil, identifique qual
pensamento está “na agulha”. Volte “o disco” de forma associativa, até
que atingir o “ponto zero” (a “primeira faixa”) que desencadeou todas
essas associações.
Esse exercício é ótimo para percebermos como deixamos os
pensamentos fluírem sem qualquer controle; como embarcamos neles
sem consciência, vivendo histórias mentais (e consequentemente,
sensações, emoções e ações) provenientes de estímulos aleatórios da vida
quotidiana.

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O problema é que esse ciclo “descontrolado” gera um “campo
magnético” indesejado, e passamos o dia - e não raro até a vida - nele.
Portanto,
Seja dono dos seus pensamentos; apodere-se de si!

10.4. Exercício do Direcionamento da Atenção


Repare que, frequentemente, a atenção é uma força poderosíssima,
constituindo-se em uma das principais chaves para o desenvolvimento
espiritual
Encontre um local tranquilo, e sente-se confortavelmente em uma
cadeira ou no chão, com as costas eretas. Feche os olhos para ajudar na
concentração.
Comece inspirando profundamente pelo nariz contando até quatro, e
retenha o ar nos pulmões por aproximadamente quatro segundos. Depois
expire suavemente pela boca, também pelo mesmo tempo, até esvaziar
completamente os seus pulmões. Concentre-se na respiração e na
contagem. Repita o procedimento por cinco vezes.
Continue esse processo, porém alterando o tempo. Agora, inspire em
três segundos, retenha o ar por cinco segundos, e expire em nove
segundos. Repita o procedimento por cinco vezes.
Mantenha o seu centro mental focado na contagem, e sinta o ar
entrando e saindo dos seus pulmões. Agora, foque a sua atenção na
panturrilha ("batata da perna”) esquerda. Repare que depois de
aproximadamente trinta segundos, você terá a sensação de uma energia
concentrada reverberando nela. Então, direcione o seu foco (energia
direcionada) para o braço direito. Repita esse processo para várias partes
do seu corpo. Quando terminar, respire calma e profundamente.
Não se esqueça de agradecer ao Universo por viver em comunhão com
seus processos Sagrados.

10.5. Exercício da Motivação


Tente se recordar das coisas que te motivaram até hoje. Procure
esquecer um pouco a situação na qual você se encontra. Crie essa “pausa
no mundo” para realizar essa pesquisa interior. Esforce-se para lembrar de
tudo que te deu alegria. Desde a infância, adolescência, ou até mesmo na
fase adulta. Não importa que sejam coisas pequenas, pois tudo será
utilizado como pistas.
Agora, use a imaginação! O que você gostaria de estar fazendo neste
momento? Não vale se projetar andando num carro conversível,

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comprando em shopping, bebendo com amigos (as), ou caminhando na
praia. O que você está querendo é encontrar algo muito maior dentro de
você, ou seja, muito além dessas representações do Ego. É evidente que se
possa almejar viver esses prazeres; não há mal nenhum, desde que se
tenha consciência de que são provenientes do Ego. Mas, neste caso, o
exercício é voltado ao encontro da vontade do seu Eu superior, ou seja,
não se trata de um exercício de fuga ou visualização. Então, imagine-se
fazendo algo que realmente o motive, que te dê felicidade, e de
preferência, nada glamoroso. Alguma coisa com esforço consciente. (Essa
prática precisa ser interior; minimalista).
Repita esse exercício diariamente, até começar a encontrar pistas
importantes. Talvez você ainda nem tenha noção do seu Propósito, mas
essas impressões iniciais são fundamentais para o seu encontro.

11. Sofrimentos Conscientes

Somos seres que sofrem! Ponto! Não adianta acreditar no contrário,


pois nosso mundo é dual. O Cosmos se manifesta de diversas maneiras.
Ele tem infinitas realidades dentro de si e, nós, humanos, somos muito
superficiais para compreendermos de forma ampla, o “TODO” (Unidade),
nesse modo dualístico. Porém, a partir do momento em que nos
conscientizamos disso, passamos a entender que tudo na vida, assim como
o sofrimento, pode ser um caminho para a obtenção de diversas respostas,
rumo ao encontro do nosso Propósito.
Há muitas coisas escondidas nele, seja de qual natureza for. Quando
trazemos isso para a consciência e sabemos que temos que nos esforçar
para o encontro do nosso “Ser”, passamos a ver as coisas de outra forma.
Esse esforço, o consciente, é fundamental para o processo de evolução
espiritual.
Portanto, um passo vital para o desencadeamento de um processo
incrível de mudança interior - e exterior - é a aceitação de todos os

29
sofrimentos. Eles simplesmente são parte de toda a nossa existência. Pode
até parecer loucura num primeiro momento, mas você já pensou em dar
"boas vindas" aos seus sofrimentos e às coisas “ruins” que te acontecem?
Geralmente, eles são negligenciados ou simplesmente nomeados de
diversas formas. Sim, nós humanos adoramos julgar e rotular as coisas. O
fato é que o tão temido sofrimento nada mais é do que...
...uma parte da matéria sutil que compõe uma equação capaz de
produzir um dos materiais mais sagrados e essenciais para o
desenvolvimento do Espírito.
Não quero dizer com isso que devemos sofrer a ponto de nos
tornarmos masoquistas. Definitivamente não!
A questão é que o sofrimento mecânico, ou seja, o sofrimento que
não emergiu para a consciência, causa uma perda brutal de energia e nos
faz entrar em ciclos destrutivos. Precisamos entender os sofrimentos e
saber lidar com eles, porque são a “ponta do iceberg” dos sinais que a
vida está tentando nos mostrar (parte exterior), e dos sinais que nós
mesmos precisamos interpretar e mudar (parte interior).
Você já parou para analisar que o sofrimento é estritamente
pessoal? Quero dizer, às vezes você sofre muito por algo que para uma
outra pessoa não tem qualquer importância. Assim, agradeça se estiver
sofrendo, porque tudo não passa de um caminho muito profundo e sagrado
para que você encontre o seu Propósito; descubra o que realmente veio
fazer aqui neste Planeta, ou qual é a sua missão enquanto habitar aTerra.

Conhecemos formas normais de pensamento: lógicas, bem


específicas e, consequentemente, os "sentimentos normais" da
humanidade. Como já sabemos, a maioria dos nossos pais aprendeu assim
e nos transmitiu essa maneira rasa de pensar e agir (com raríssimas
exceções de pais despertos). A mídia, em geral, também faz o mesmo.
Logo, descobrir aquilo que nos causa dissabor e transformá-lo em um
sentimento prazeroso, constitui-se em uma quebra de paradigma.
É, no mínimo, libertador perceber que diversas sensações não
passam de costumes e pontos de vista distintos.
As pessoas em geral, principalmente as que estão “adormecidas”,
evitam tudo o que não lhes proporciona prazer. Desta maneira, jamais
alcançarão um nível de consciência elevado capaz de conduzi-las à novas
percepções, sensações e ações, e consequentemente, ao encontro
espiritual.
Quando me refiro ao “encontro espiritual”, quero dizer que o
simples fato de você não se identificar com um padrão desde há muito

30
tempo cristalizado na sua alma, já significa um encontro Sagrado. Do
outro lado da corda, está o que te motiva, o que te faz ter esperança, fé,
etc. E no mundo dual, para saber o que é o bom, também é preciso saber o
que é o ruim, e aceitá-lo.
Vale reiterar que esses conceitos são pessoais e intransferíveis.

12. Mas, afinal, o que é esse tal “Propósito”?

Uma coisa que devo enfatizar, é que o tão almejado Propósito de


Vida está muito mais relacionado à paz e satisfação pessoal, do que ao
conceito moderno de sucesso, sinônimo de ostentação.
Entenda que o Propósito maior não se resume em encontrar nossa
ocupação, que dele faz parte, mas não o define. Quando alguém te
pergunta “o que ou quem você é?”, geralmente respondemos algo
referente aos nossos cargos, sem nos darmos conta de que o nosso
Propósito maior é encontrar o Eu, a nossa essência; entender as Leis
Universais e vibrar em consonância com o Divino! Tudo o mais é
derivado desse encontro.
O trabalho realmente nos edifica, constituindo-se em uma espécie de
“bússola” que nos orienta no caminho do encontro com a nossa essência.
Ou um “termômetro” que indica a “temperatura” através da qual

31
avaliamos os “graus” de conhecimento dos nossos talentos e vocações e
lapidá-los, como uma grande parte do Propósito.
Para exemplificar, vamos supor que você esteja em um emprego
onde o “ódio é pouco” para definir o que sente quando acorda, e precisa
pegar aquele ônibus lotado, e nele perder algumas horas para ir trabalhar.
Como consequência, adquiriu hábitos sedentários, e para amainar sua
angústia, passou a fumar de maneira descontrolada. E, ainda, com a
sobrecarga de “prioridades”, a família passou a ocupar um segundo plano
em sua vida.
Imaginemos que depois de muito sofrimento, questionamentos,
mudanças internas, você conseguiu encontrar sua real vontade e o Cosmos
lhe deu tanto as ferramentas como as oportunidades (que você atraiu) para
montar o seu grande sonho: seu pequeno, porém aconchegante restaurante
de bairro. Desde criança, você gostava de ajudar sua avó na cozinha
quando ela fazia o almoço para a família aos domingos. Você adorava
fazer a “alquimia” dos alimentos, ver o sorriso das pessoas quando elas
eram bem servidas e alimentadas. A satisfação em ouvir o “hum, isso aqui
está uma delícia”, deixava sua alma plena. De fato, o que mais te deixava
satisfeito era saber que a sua “arte” de cozinhar reverberava no íntimo das
pessoas.
Aí, com esse atual e pequeno restaurante você se sente realizado. De
humor renovado, além de ter encontrado sua vocação, seus conceitos e
hábitos mudaram: começou a praticar esportes e deixou de fumar; sentiu a
necessidade de dedicar mais tempo para viver bem com a família; enfim
você passou a ter uma nova compreensão de mundo para buscar a
espiritualidade.
Agora, nesse novo empreendimento, você se sente realmente em paz
(o que não quer dizer que não tenha as preocupações do dia a dia para
resolver, como compras a fazer, contas a pagar, e até mesmo eventuais
sentimentos negativos). Você está vivendo o sucesso! No entanto, vamos
presumir que um “amigo” se aproxima, e tenta lhe convencer que isso é
muito pequeno para você. Por observar “de fora” a rotatividade e
fidelidade dos seus clientes, ele quer, de qualquer maneira, arrumar um
investidor para fazê-lo “crescer”. E aqui fica outro questionamento: o que
significa esse crescimento; ou melhor, o que é ser grande?
Bom, vamos admitir que você faça uma reunião com esse investidor,
e que ele consiga convencer o seu Ego de que você será capaz de criar uma
grande franquia, e com ela você terá muito dinheiro, poder e fama. Nos
dias atuais, este último conceito virou sinônimo de “ser conhecido
mundialmente”, ser “pop”, “ter milhares de seguidores”. E as pessoas estão
pagando qualquer preço por isso. Não preciso dizer que se trata de mais
uma expressão grotesca do Ego pois, na realidade, fama, por definição no

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dicionário, significa reputação, “medida” pela opinião pública através dos
seus atos, postura, valores, ética, generosidade, quanto amor você é
capaz de difundir e doar, etc.
Vamos dizer então, que você se associou a esse investidor e essa
franquia cresceu muito. Hoje você não tem um restaurante no qual
depositava seu amor e literalmente o vivia. A empresa agora conta com
dezenas de restaurantes espalhados por seu Estado, e você passa o tempo
todo “enjaulado” num escritório, fazendo contas e reuniões. Novamente,
como nos tempos daquele emprego “odioso” você voltou a fumar porque
fica o dia inteiro vendo só números; não pratica mais exercícios porque
sequer pode dormir; e o que é pior, a família voltou a ocupar o “honroso “
segundo plano em sua vida. Além do mais, você fica todos os dias quatro
horas (duas horas para ir e duas para voltar) no seu luxuoso carro
importado.
Para onde foi o seu Propósito?
Você não o cumpre mais. O amor pela “arte” de cozinhar, foi
sufocado dentro de você. Mais uma vez, a sua “escultura” ficou deformada
peça ação de outros fatores. Mais luxuosa, sem dúvida; porém,
remodelada de forma errada.
Quero deixar muito bem claro que não estou enfatizando o fato de
“ter pouco”, “ser pequeno”. O Cosmos é abundante e pode te oferecer uma
ampla riqueza material! Mas, para você ter a tão almejada prosperidade
financeira, precisa viver antes a sua riqueza espiritual! O que quero dizer
é: se você tem como Propósito (e talento) a “arte” de cozinhar, viva-a com
toda sua força, e tenha plena convicção de que a prosperidade irá chegar!
Tudo o que fizeres, fazei-o apaixonadamente, e tudo o mais vos será
dado por acréscimo.

Se uma pessoa tem o Propósito de vida de se tornar um grande


administrador de restaurantes, ele irá viver a “arte” de administrar, e não a
“arte” de cozinhar. Entendeu a diferença? E sabe qual o “termômetro” que
irá indicar tudo isso? A tal da felicidade!
Algumas pessoas têm como Propósito ganhar dinheiro. Bom, sinto
lhe dizer, mas além disso não ser um Propósito, será muito difícil você
ficar “rico”; e se ficar, sentirá um vazio tão grande, que tudo o que ganhou
será gasto para retornar ao ponto no qual você se encontra agora. Temos
que compreender que o dinheiro é uma energia, nada mais do que isso.
Ele é um passaporte para você realizar o que o seu Espírito clama.
O grande obstáculo é o Ego, pois ele faz você despender essa
energia para satisfazê-lo. Mas, acredite em mim, ele é insaciável!
Para terminar, você pode se questionar: “Ok, entendi que a ‘arte’ e

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os talentos pessoais estão relacionados ao nosso Propósito, mas como
isso me ajuda a evoluir espiritualmente, ou auxilia na evolução do
próximo?
A resposta é: te auxilia em 360 graus! Só o fato de você ter encontrado a
sua vocação, te faz viver a Vontade do seu Eu superior, ou seja, do Deus
que habita em você. Além da sua felicidade reverberar em todos e em
tudo, os seus atos passarão a ser sagrados. Todos temos talentos natos!
Voltando ao exemplo do restaurante: servir um belo prato de comida, com
um sorriso no rosto e uma palavra amiga para um cliente com fome, que
assim que sair dali continuará sua jornada de trabalho para sustentar a
família, isso é Divino!
Empregar pessoas é Divino! Chegar em casa cansado, porém, com a
alma transbordando e ouvir a sua esposa com amor e paciência, é Divino!
Poder fazer uma caminhada e cuidar do corpo que Deus te deu, é Divino!
Respirar é Divino! E ganhar todo o dinheiro que você merece para ter seu
conforto, também é Divino!
O Propósito é Divino!

13. A Secreta - e Sagrada - Fórmula da


Transubstanciação: A Alquimia da Alma

Há conhecimentos milenares no Universo de transmutação, e esse é


um deles. Essa fórmula, considerada sagrada, nos fornece a base
primordial para a aquisição do material sutil que aumenta nossa Luz
espiritual. Trata-se de uma fórmula capaz de criar os “tijolos” que irão
edificar a nossa estrutura sutil.
Ela é simples, porém, extremamente profunda. Existem dois
tipos de força no nosso universo: a Negação e a Afirmação, ambas
sagradas. A primeira é inerente a tudo, assim como a gravidade. Se algo
estiver em repouso, tenha a certeza de que a Negação estará sempre
operante. A Afirmação, por sua vez, é exatamente o contraponto dessa
fórmula, isto é, ela é a força capaz de criar o choque entre ambas, tendo
como resultado aquilo que podemos chamar de Transubstanciação.
Não se trata literalmente da transubstanciação de Cristo, mas algo
que caminha na mesma lógica. É exatamente aqui que começa a grande

34
iluminação do “Eu”, do “Ser”, pois essa “colisão” é capaz de originar uma
substância tão importante, que pode ser comparada à criação de uma Luz
no nosso campo astral, ou, mudando de terminologia, aumentar o nosso
campo magnético. Esse elemento possui uma atração específica, e é ele o
responsável por quase tudo o que captamos.
Com certeza você já ouviu dizer, “pense positivo”, ou “pessoas
positivas atraem coisas boas”. Trata-se, de certa forma, disso, mas friso
que só pensar positivo não é algo efetivo, uma vez que o pensamento é
apenas uma das diversas ferramentas do ser humano. Se você ficar
imaginando que irá ficar musculoso sem de fato ir para a academia,
certamente permanecerá com seu físico da mesma maneira. Além, é claro,
de se frustrar e criar processos ilógicos e destrutivos no seu campo mental.
Portanto, sim, é possível atrair tudo o que há de mais abundante no
mundo, mas para isso, é preciso estabelecer a rota, e trilhar o caminho
correto. E o segredo está no processo de transubstanciação. Para resumir: é
um treino diário que envolve todos os seus centros: físico, mental e
emocional.
A Negação, com polo negativo, se apresenta como uma força
universal complementar à Afirmação, e que reverbera de diversas
maneiras. No ser humano, ela surge através dos impulsos que nos levam a
executar os atos mais primitivos, mundanos, mesquinhos, perversos e
destrutivos. Trata-se da força que gera os piores sentimentos, pensamentos
e sensações. A notícia ruim é que, diferentemente da Afirmação, ela está a
todo instante na nossa vida quotidiana, fazendo parte das nossas ações
mecânicas, condicionamentos mais profundos, e exibe uma potência
enorme para não nos deixar mudar de comportamento (e
consequentemente, de vida). Esteja você acordado ou dormindo,
consciente ou inconsciente, ela sempre se fará presente.
A boa notícia é que a Afirmação é capaz de neutralizar essa força!
E uma notícia melhor ainda, é que na medida em que aplicamos essa
equação em nossas vidas, o resultado cria uma espécie de barreira capaz
de abrandar cada vez mais a Negação. Além disso, como já dito, quando
aplicamos essa fórmula quotidianamente, criamos um elemento
específico, isto é, uma “substância anímica” que irá ampliar o seu “corpo”
mais sutil.
Esse é o grande agente que atrai a abundância e a prosperidade.
Vamos pensar em tijolos, para simplificar. Toda vez que você
neutraliza a Negação (gerando a transubstanciação), você incorpora um
tijolo a mais na sua casa, e quanto maior for a sua construção, maior será o
seu magnetismo! Com um grande campo magnético positivo, você atrai
muito mais “coisas positivas”! Matematicamente isto lhe parece óbvio.
Não é mesmo?

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Pois ao que tem, mais lhe será dado, e terá em grande quantia; mas do
que nada tem, mesmo o que não tem lhe será tirado.
E o mais extraordinário disso é que enquanto o seu campo
magnético se mantiver forte e potente, você será capaz de atrair de forma
abundante tudo, em todos os campos da sua vida. As coisas passam a
“cair no seu colo”; as oportunidades aparecem; as pessoas o (a) procuram,
e o tão almejado dinheiro surge! E só para constar, este último é
consequência do processo, e não o fim!

13.1. Aplicação da Fórmula da Transubstanciação


Qual é o momento para aplicar essa fórmula?
Em todos os instantes da sua vida!
Durante o nosso dia-a-dia, vivemos situações que nos causam
sofrimento, e geralmente, todos os tipos de pensamentos destrutivos,
muitas vezes desencadeando emoções negativas, e novos pensamentos
destrutivos.
A base disso está na força da Negação, manifestada através de
diversas maneiras: o instinto (necessidades primárias de sobrevivência),
desejos (e não Vontade), predisposições, condicionamentos, padrões
copiados de forma inconsciente, forças vibratórias externas que chegam
em nós, além de elementos terrenos presentes em nossos centros (DNA),
que precisam do nosso esforço voluntário para a evolução do Ser.
Todos esses fatores nos afetam de forma brutal, ainda mais porque
eles estão ligados às necessidades do nosso Ego. Para alimentá-lo fazemos
coisas que não queremos, compramos o que não precisamos e,
consequentemente, sofremos mais do que o necessário. Mas ninguém quer
sofrer, certo? Claro que não, mas como sabemos que o sofrimento é
fundamental e inerente à condição evolutiva humana, vamos “usá-lo” da
melhor maneira possível.
Ele é tão importante quanto a morte. Essa frase pode parecer pesada
(e talvez realmente seja), mas você já parou para pensar que para existir
vida é preciso que exista a morte? Tudo na natureza funciona assim. Não
ocorre o desabrochar de uma flor, sem a morte de outro ser para que esse
fenômeno aconteça. Para vivermos, ingerimos algo sem vida, ou que irá
morrer dentro de nós, quer sejamos veganos ou não. Afinal, plantas
também são seres vivos!
Muita gente tem medo de pensar na morte, porque lembra-la
também é parte do despertar. Refletir sobre esse grande “agente
transformador” significa ter que lidar com todas as suas crenças, o que
pode te tira da zona de conforto e fazer com que você se preocupe em

36
buscar respostas sobre a vida, as Leis Universais, enfim, sobre si mesmo.
Te faz enxergar que tudo o que você pensou - e realizou - até hoje, foi
quase em sua totalidade pautado em uma superficialidade transitória, para
não te fazer enxergar a realidade do Espírito.
Voltando à Negação Sagrada e ao Ego, temos que ter ciência de que
ele é a “sujeira que turva a água da piscina”, e que faz um indivíduo não
enxergar o seu pé. Se limparmos a água, não será mais fácil saber onde
estamos e como somos? Isto posto, note que criamos uma personalidade
que não é a real expressão do nosso “Ser”. Trata-se de uma, dos milhares
de máscaras que usamos, porque ainda não encontramos quem realmente
somos. E qual a relação entre o Ego e a aplicação da fórmula da
transubstanciação?
O nosso ego está para à Negação Sagrada assim como o nosso Eu
está para a Afirmação Sagrada.
Quanto mais vivermos no nosso Ser, ou seja, “na pessoa que escolhe
o filme”, “no patrão que está na charrete”, maior será o nosso campo
magnético. Só assim seremos capazes de atrair tudo o que a nós está
predestinado. E como Deus, que está em tudo, inclusive em nós, é
abundante e infinito, teremos dádivas diárias. E o nosso destino virá no
pacote! Temos que ter total ciência de que além das coisas boas que
podemos viver, os “débitos que temos a pagar”, precisam efetivamente ser
saldados! E disso ninguém irá fugir. Mas, eles podem ser realmente muito
reduzidos com essa fórmula. E, como consequência, os créditos
aumentados!
Friso mais uma vez, e com o intuito de efetiva fixação: para aplicar a
fórmula da transmutação, é importante a premissa de que tanto a
observação como a auto-observação já sejam dois elementos
cristalizados no seu Ser. É de suma importância ter a consciência de que
você estava vivendo um sonho e acordou! Você saiu do “filme” e passou a
ser “a pessoa que escolhe o filme que quer assistir”.
Para permanecer nesse estado de consciência é preciso praticar,
praticar...e praticar!
E para que você não desanime, saiba que as coisas vão se
modificando, transformando numa espiral, quero dizer, nunca é em linha
reta e de forma uniforme. Isso se assemelha a um treino de musculação:
inicialmente você irá para academia e não verá resultados. Porém, num
determinado momento, ao se olhar no espelho, irá perceber que os seus
músculos cresceram e a sua força aumentou.
O treino da observação e da auto-observação funciona da mesma
forma.

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E saiba que quando você cristalizar isso no seu Ser, jamais irá
retornar para aquele estado comum de vigília. Você jamais será a mesma
pessoa; o mundo irá parecer uma espécie de “Lego” no qual você terá total
capacidade de moldá-lo como você quiser! Trata-se de um novo tipo de
pensamento, uma nova capacidade de percepção. Porém, quando digo
“como você quiser”, estou querendo dizer como o seu EU superior bem
entender! Essa vontade, é a vontade de Deus, isto é, a Grande Inteligência
Generosa do Universo que habita em nós. E você precisa respeitá-la.
]Por mais estranho que isso possa parecer, sim, Deus está em nós e
em tudo! Somos parte dele. Quando ouvimos isso, parece que outra
“pessoa” está decidindo por nós. Parece que jamais teremos vontade
própria ou livre arbítrio. Paradoxalmente, é o contrário, porque até hoje
vivemos de forma inconsciente à mercê da vontade do Ego. Essa vontade
de Deus, do nosso Eu, é nossa real vontade!
Se vossos guias vos disserem: ‘o reino está no Céu’, então as aves
vos precederam; se vos disserem que está no mar, então os peixes vos
precederam. Mas o reino está dentro de vós, e também fora de vós. Se
vos conhecerdes, sereis conhecidos e sabereis que é descendente de
Deus e que dele está em tudo. Mas, se não vos conhecerdes, vivereis em
pobreza, e vós mesmos sereis essa pobreza.
Para aplicar a fórmula, no exato momento em que você perceber
qualquer tipo de Negação Sagrada, a primeira coisa a ser feita é dirigir a
ela toda a sua atenção, aceitá-la (não fugir) e lhe dar as “boas vindas”
(friso aqui que é um sentido figurado, ok? Você não precisa literalmente
dar um “oi”). A Negação pode se transfigurar de diversas maneiras,
decorrente do aparecimento de um sofrimento pessoal quando uma ação
específica acontece. Como identificá-la? Nas coisas chamadas de
“negativas” na vida. Repare bem que ela vem em forma de emoção,
sensação e pensamentos (imagens, conceitos e palavras). Por exemplo: ela
pode se manifestar sob a forma de raiva em uma discussão; ira, depois de
uma fechada no trânsito; frustração depois de não ter conseguido algo;
“DRs” inflamadas com os(as) parceiros(as); preguiça, etc.
Através da observação, traga corajosamente isso para a sua
consciência. Tenha total convicção de que todas essas expressões são
manifestações dessa força Negativa. Passe a enxergá-las como ondas que
têm um tipo de vibração específica. Mantenha a sua presença de
Espírito, e coloque tudo em palavras mentais, ou seja, traga para o plano
mental essa manifestação invisível que reverbera no seu centro físico e
emocional O plano mental irá lutar contigo, pois ele sempre cria histórias
mentais, e imediatamente “materializa” motivos para discussões, ofensas,
etc.
Caso queira, atribua para essa sensação negativa uma forma

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específica, pois, na nossa mente, tudo o que criamos é convertido em
“forma- pensamento”. Se a sua intuição for aguçada, as formas
quotidianas virão sem esforço; caso contrário, use a sua imaginação.
Algumas pessoas, dependendo dos seus dons espirituais, são capazes de
“ver” essas formas, ou elas simplesmente aparecem no campo mental.
Outras pessoas intuem o conteúdo e o caráter do que está sendo emanado
dessa Negatividade.
É importantíssimo você ter a noção de que o Grande Maestro da
situação é você; quem está regendo todos esses centros nesse exato
momento é o seu “Eu”! Por mais que os centros lutem para fazer você
reagir da forma que está condicionado, não reaja. Por mais que eles
“coloquem” palavras na sua mente, não as exteriorize. Tente identificá-las,
e não se identificar com elas. Quando estamos nessa vibração também
atraímos sensações e pensamentos alheios, tanto os que captamos de
outras pessoas e ficaram em nossa órbita, como aqueles provenientes do
assim chamado “demônio”. Logo, para transubstanciar a Negação, temos
que lutar contra nossos condicionamentos, e também com as influências
externas conscientes e inteligentes.
Digo “inteligente”, porque esse tipo de poder (ou ser, se preferir
personificá-lo para um melhor entendimento, assim como os mitos) irá
fazer de tudo para você não evoluir. Ele irá criar todas as barreiras do
mundo para permanecermos no mesmo lugar. Além de mexer com o seu
interior, suas emoções, ele enviará pessoas com a “missão” de te deixar
estagnado. Não irá poupar esforços para alterar a sua autoconfiança, seu
foco, sua esperança. Conhece a máxima, “Para baixo todo Santo ajuda;
para cima a coisa toda muda”? A grande injustiça contida nessa frase, é
que não é o “Santo que ajuda”, mas sim o “diabo e seus aliados” que
literalmente te empurram.2 A verdade é que essa influência “demoníaca”
conhece seus pontos fracos mais do que você mesmo. Porém...
...você é dono de si mesmo, do seu destino e das suas ações. As
negações? só acontecem se você não tiver ciência dessa influência, dos
condicionamentos internos, e permitir sua atuação (canalizada através
de você).
Retornando à aplicação da fórmula, quando acontecer em sua vida
uma situação que desencadeou alguma reverberação da Negação Sagrada,
atente nesse exato instante para todo o seu condicionamento cristalizado,
e a sua vontade de reagir. Pare exatamente agora! Não reaja! Avalie todas
as sensações que estão surgindo; conscientize-se de todos os seus
pensamentos (imagens, conceitos e palavras), e atente para as emoções
que vão surgindo. Veja que as elas geram mais pensamentos, que criam
2
Empreguei o termo “diabo”, mas use a terminologia que achar mais condizente com as suas
crenças.

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mais sensações, aumentando a carga emocional, e assim por diante. Note
que se você estivesse inconsciente, já estaria entrando em um dos filmes
que criou previamente, e deu “play” várias vezes! Saiba que até reagir de
forma prejudicial é também uma “zona de conforto”.
Lembre-se: você é o SER que escolhe o filme e não a personagem.
E esta é exatamente a hora de reagir! Externamente? Não,
internamente! Para cada Negação Sagrada há uma afirmação. Concentre-
se no seu Eu, esse Ser que existe; se distancie de tudo isso que está
acontecendo, e num estado de presença gigantesco, faça tudo para
neutralizar o ocorrido, através da Afirmação Sagrada.
Por exemplo, se há uma discussão e o seu condicionamento é
sempre aumentá-la, pare a briga. Se você é a pessoa que “sabe de tudo” e
em uma conversa interrompe a fala de todos, ouça mais, e observe os seus
processos internos enquanto exercita as suas “orelhas”. Se você sabe que é
muito orgulhoso(a), e até tenta esconder isso de si mesmo, reconheça! Se
você tem o costume de sempre acreditar que não é capaz e perde dias
pensando e sentindo isso, mude esse padrão.
Pois bem, agora que você sabe que tudo não passa de um processo
dentro de você, destaque-se de si mesmo e troque esse filme. Respire
fundo e firmemente, e coloque todos os seus centros para te auxiliar. Tudo,
absolutamente tudo na sua vida a partir de hoje precisa estar na sua
“consciência”. Você é o patrão da charrete que vai guiar a sua mente, suas
emoções e o seu corpo. Se você em todos os momentos reagir da mesma
forma involuntária, o lado negativo da equação irá sempre crescer.
Se, no exato momento do que está acontecendo, você conseguir não
reagir, ou fazê-lo de forma antagônica à Negação, você irá realizar a
Transubstanciação. Não importa a situação que neutralizou, ou qual
sentimento você conseguiu identificar e alterar o seu modus operandi. O
fundamental é você saber que toda vez que a Afirmação se chocar com a
Negação, ela irá criar essa substância magnética capaz de se somar com
outros conjuntos de substâncias para romper um ciclo inteiro e
desencadear um processo gigante! Porém, essa substância junto com a
consciência do seu Eu, é exatamente o que você poderá chamar de SEU!
Esse é o seu único patrimônio REAL! Você só vai carregar na sua
“mochila astral”, após a morte, as virtudes que desenvolveu na Terra.
Partindo do princípio que o nosso corpo planetário nos foi
“emprestado pela natureza” sem qualquer esforço consciente, tudo o que
fizermos e construirmos de forma consciente, isto é, por mérito próprio,
será levado conosco após a Natureza pegá-lo de volta.
Conhece o que está ante os teus olhos – e o que te é oculto te será
revelado; porque nada é oculto que não seja manifestado. Quem

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descobrir os sentidos dessas palavras, não provará a morte.
Na medida em que através da Transubstanciação vamos
enchendo nosso Ser desse magnetismo (Luz), começamos a mudar os
pensamentos e estados vibratórios, e passamos a sentir felicidade sem um
motivo “aparente”. Nos tornamos capazes de encontrar soluções para os
problemas, e de atrair situações de abundância de forma inexplicável e
ilógica. Nos tornamos mais amorosos, mais generosos; enfim, começamos
a entender que todos estamos no mesmo “barco” aqui na terra.
E as coisas simplesmente começam a acontecer. De forma
inexplicável, pessoas da família das quais carregávamos “magoas”,
passam a ocupar outro lugar dentro de nós. Oportunidades começam a
surgir “a granel”; problemas financeiros perdem espaço para a
prosperidade, etc. E como “gratidão”, faça sempre a sua parte: aproveite e
se dedique ao máximo diante de todas as oportunidades que surgirem!
Execute tudo com o máximo do seu esforço e competência, pois a partir
do momento que você começou a acessar o canal infinito do Universo, é
uma incoerência (para não dizer tolice) jogar essa “energia” fora.
A partir de agora, comece a aceitar algumas situações como “testes
espirituais”. É lógico que tudo isso precisa de muito esforço, uma vez que
somos nós que movemos essa “roda universal.
Lembre-se também, que as coisas só sobem de patamar se formos
merecedores.
Depois de muito treino e com sua aura já repleta de LUZ, quando
surgir novamente a Negação, nosso poder de acessar a Afirmação estará
tão fortalecido que a negatividade “se sentirá” muito pequena!
É assim que a Luz ilumina as trevas, porque como geralmente reagimos de
forma inconsciente a tudo, despendendo muita energia, gerando sempre
mais Negatividade e, posteriormente, nos queixando disso (mais uma face
da Negatividade), o contrário também é verdadeiro, certo? Quando
começamos a mudar nossa formação anímica, passamos a utilizar não
somente o campo mental para o controle emocional, mas algo maior, que
consegue promover uma comunhão entre os centros físico, emocional e
mental.
Isso também ajuda a nos blindar espiritualmente de influências
externas. Quero enfatizar que assim me refiro a esse tipo de influência
porque não são nossas, mas elas reverberam no nosso interior. E o pior,
muitas vezes achamos que um pensamento ou sentimento “nos pertence”,
mas somente o canalizamos de forma inconsciente. Seja como for, o
produto positivo da fórmula da Transubstanciação nos ajuda a criar um
escudo pessoal.
Devo ainda destacar que, sempre depois de uma Transubstanciação,

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é necessária uma pausa para que esse produto gerado em todos os centros
seja aproveitado e “degustado”. Você provavelmente irá experimentar a
sensação de completude, satisfação e poder interior. Quanto mais essa
equação for colocada em prática, mais as faces da Positividade irão
aparecer, e mais fácil será lidar com a Negatividade do Universo, uma vez
que você tem material suficiente para neutralizar tudo em segundos, com o
mínimo de e esforço. Novamente, fazendo uma analogia ao exercício de
musculação, depois de treinar muito com um peso que antes era impossível
de levantar, hoje você o levanta com facilidade e pouco esforço.
Cumpre destacar que quando você estiver “Transubstanciando”, é
preciso também direcionar a sua atenção às novas associações que irão
surgir. Nunca se esqueça que a Negação tem diversas faces para tirar a sua
concentração, e te fazer “assistir novamente o seu repetitivo filme”.
Vejamos o seguinte exemplo. Suponhamos que você sente inveja de
uma determinada pessoa, ou porque ela possui algo que você tanto
desejava, ou ela se encontra numa determinada situação que você sempre
almejou, mas ainda não conseguiu. Se você de fato for capaz de
neutralizar essa sensação, perrceba que o Ego irá se manifestar como
uma última tentativa de retornar o seu Ser ao polo negativo. Nesse
momento ele irá despertar todos os seus traumas, todas as suas crenças
que te fazem se sentir pequeno, desvalorizado, etc. Atenção! Armadilhas!
Todas as vezes que estamos subindo de patamar, o Ego cria novas
armas. Ele é o maior soldado da Negação Sagrada, e o Eu superior é o
grande comandante da Afirmação. Foque nele!
Essas formas-pensamento sempre terão a necessidade de justificar
ou encobrir o que até então não era visto, e o seu intuito é fazer você
acreditar que a criação do CAOS, seguido de uma inércia infinita, é a
única saída.
Reitero que diante de toda Negação, seja ela qual for (e por mais que
no começo isso pareça quase impossível), é importante nos distanciarmos
e não permitir que a força da Negação se apresente numa ação/reação
condicionada.
Não seja veículo dela! Assuma o volante do seu carro!
Não embarque em associações de pensamentos cristalizados. Só se
distancie dos seus sentimentos, pensamentos e emoções se no começo for
difícil equilibrar a equação. Depois de um tempo, quando a sua vida
mudar em todos os sentidos, você verá, por exemplo, que a sua
preocupação não será mais lutar para não sentir inveja do próximo, mas
sim blindar-se da inveja alheia.
Os impulsos de reação estão cristalizados em nós há muito tempo, e
alterá-los demanda muito esforço. Por se tratar de uma espécie de “impulso

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elétrico”, deixe essa descarga passar pelo seu corpo. Só observe! A última
etapa é perceber que podemos conseguir a "não-expressão" da
Negatividade. Isso faz você se ligar ao Divino, e entrar em contato com
uma fonte inesgotável de Energia Superior. Se a Negatividade é inerente
aqui na Terra, a Positividade é plena nos “Céus”.
A energia que despendemos à toa diariamente é fundamental para
tudo, inclusive para a manutenção do nosso corpo. Fadigamos esse
“instrumento” e o adoecemos de forma cruel. Sem saber, promovemos o
aparecimento de problemas, doenças autoimunes, estados degenerativos,
etc. Assim, também a nossa saúde dependerá desse equilíbrio, ou melhor,
dessa Transubstanciação entre algo superior e outro inferior.
Sim, é matemático! Quanto mais nos identificamos de forma
inconsciente com o sofrimento, com a raiva, o ódio, a escassez e outros
pensamentos negativos (gerados automaticamente), mais efeitos danosos,
tanto fisiológicos como espirituais, surgirão. Ressalto que essas
manifestações possuem diversos graus, os quais todos os resultados
positivos dependerão do nosso esforço e prática diária. E a chave?
Observação e Auto-observação. Sempre é bom relembrar!
Toda a energia reconciliada irá gravitar rumo aos nossos centros
superiores, e a eles adicionará um novo revestimento essencial para o
crescimento do nosso SER.
Uma indicação do sucesso da Transubstanciação é um estado interno
neutro, caracterizado pela presença de um silêncio, uma calma em relação
aos imprevistos da vida. Uma “sensação de posse” de si mesmo e de
poder. de ser “dono de si”.

14. A autossabotagem e o Pensamento Hipnótico

Saiba que você não é o que a sua mente insiste em te dizer! Seria
bem melhor se ficássemos mais atentos às falsas vozes, que sempre estão
querendo nos dizer algo proveniente das nossas frustrações e traumas.
Mas é realmente inútil lutar contra as mesmas ou tentar silenciá-las, pois
elas fazem parte de processos hipnóticos, também derivados da Negação
Sagrada.
Umas das possibilidades para combater esses pensamentos
intrusivos consiste na criação de um espaço vazio, de um vácuo no
momento em que essas vozes mentais aparecerem e, então, direcionar a
atenção para outro local. Quanto mais positivo for o alvo, melhor. A
respiração e o "sentir" (parte sensorial, física) são grandes aliados. Outra
poderosa ferramenta são as preces, orações, frases, rezas, aforismos,

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mantras, etc. Essa repetição intencional, focada em algo dessa natureza é
muito eficaz! Tudo isso dissipa essa energia negativa enraizada em nós.
Porém, há uma espécie de implante mental, algo que, por mais que você
tente extirpar da mente, estará todo dia “martelando” na sua cabeça, como
um intruso que não quer ir embora de forma alguma.
Quem já começou a pensar em algo, e não conseguiu mais sair
daquele ciclo de pensamentos? Parece que estamos presos em um labirinto
eterno, seguido de sensações e emoções, sempre de cunho destrutivo,
claro! Passamos dias, meses, anos naquela situação, nesse potente ciclo
hipnótico. E o pior: parece que, quanto mais queremos que esse ciclo de
pensamentos se quebre e vá embora, mais ele permanece e se fortalece!
Nos tornamos verdadeiros “donos de pets” de pensamentos intrusivos.
Alimentamos diariamente nossas “crias”. E eles vão crescendo, mudando
de forma, ficando cada vez mais potentes e sagazes. Bom, eu te apresento
a sua grande e eterna companheira: a autossabotagem, uma das faces
mais famosas da Negação!
Esteja onde você estiver, ela estará ao seu lado! Num café da manhã
em família, no seu trabalho, num parque, ou mesmo nas suas férias. Até
antes, durante e depois dos momentos mais áureos da sua vida, ela estará
contigo! Isso mesmo! Você vai receber uma promoção no trabalho, e pá!
Lá está ela! Você tira férias, desliga o celular, vai para a piscina para
relaxar e sentir um pouco de paz e... surpresa!!! Ela irá aparecer
questionando se você é realmente merecedor daquilo ou, então, não te
deixará estar presente para viver aquele momento com plenitude - ela fará
de tudo para você focar o pensamento no passado ou no futuro. A
autossabotagem também vai incutir em você a aflição, o medo, a
ansiedade, a tristeza. Ainda, irá resgatar os seus traumas, seus
pensamentos destrutivos cristalizados.
A autossabotagem é muito esperta e competente o suficiente para te
bombardear de todas as formas, a ponto de você entrar nesse labirinto
alucinógeno e não viver mais a benção do momento presente! E ela é tão
maldosa, que é capaz de te fazer estragar o momento que você sempre
sonhou! Só para depois fazer você se arrepender e se culpar!
Ah, a culpa! Uma das armas que ela mais utiliza! (Para não dizer, a
preferida). Essa grande vilã só tem um plano: não permitir que você tenha
Paz e Fé! Porque é com isso que começamos a encontrar a nossa essência
e, consequentemente, o nosso Propósito. Para que fique bem claro, paz é
ação e não repouso. O conceito dessa palavra é sempre alvo de
interpretações erradas. Você pode ter paz, por exemplo, trabalhando ou até
mesmo correndo uma maratona.
De qualquer forma, a autossabotagem demonstra uma capacidade
impressionante de alterar a sua forma. É só você conseguir lidar com um

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determinado pensamento, que ela muda e passa a te afligir de outra
maneira. Você já reparou nisso, não é mesmo?
Preste atenção: ela não pode te ver evoluindo, crescendo na vida,
mudando de postura, vivendo algo feliz, prosperando, com saúde, etc.
Você a incomoda profundamente!
Bom, neste momento você deve estar aliviado em saber que não é
o(a) único(a) que vive esse tipo de situação. E, por outro lado, talvez você
esteja totalmente apavorado, porque aparentemente é um caso sem
solução!
A notícia ruim é que, infelizmente, ela é indestrutível, pois se
econstitui em uma máscara da Negação Sagrada. Não importa quantas
batalhas você vença, ela sempre irá “ressuscitar”, porque faz parte do
mundo Dual. Mas eu não disse que não há solução! Tem solução, sim! Eu
só disse que ela é indestrutível.
Portanto, a boa, ou melhor, a ótima notícia é que, diante dela, você
é um GIGANTE!
Sim, ela não suporta ver o seu tamanho e a sua capacidade
realizadora. Ela conhece todos os seus TALENTOS. A autossabotagem é
tão esperta e observadora, que sabe distinguir até quais são as suas
grandes capacidades, e que você ainda nem descobriu que tem! Ela
conhece a sua linda essência, e se desespera por saber em quem você pode
se tornar, e tudo o que pode realizar.
A autossabotagem também reconhece que pessoas realizadas e
despertas contribuem para a realização de outras pessoas, o que a deixa
aflita!
Ela sabe que, na medida em que você realiza o seu Propósito Divino,
ela corre o risco de ficar tão pequena, mas tão pequena que, mesmo sendo
indestrutível, não terá mais força de atuação.
Mas, como fazer para destruir a autossabotagem? Bem, tudo
começa com a identificação de que ela está lá. Através da consciência e
da autoconsciência devemos identificar quais são os processos
avassaladores que estão agindo dentro de nós. Emprego o termo
“avassaladores”, porque ela é muito maior do que as simples faces das
Negações que aparecem no nosso dia a dia.
A autossabotagem já se tornou num monstro interior de dimensões
tão imensas, programado e independente, que parece ter adquirido vida
própria!
Ela fornece aos nossos centros “gatilhos” condicionados e
cristalizados, que nos fazem acreditar que os nossos pensamentos são
convicções pessoais. Sentimos raiva, culpa, medo, falta de capacidade;

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enfim, criamos “milhares” de empecilhos para não mudar, para não agir.
Também há um modo de operação da autossabotagem, que é semelhante
ao que a Psicologia chama de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Ficamos pensando em uma situação desagradável, ou em alguma coisa
que nos impede de pensar e agir com clareza. Procuramos pelo nosso pior
medo, e o colocamos num pedestal. Todos os dias ele se apresenta com a
“fiel” intenção de tentar nos frear.
O fato é que a autossabotagem é tão inteligente, que ela vai te pegar
exatamente na sua maior fraqueza! Ela vai te “cutucar e infernizar”
naquele ponto exato que você acha impossível de conseguir lidar ou
alterar. Ela conhece todas as suas crenças limitantes, todas suas
associações mentais, todos seus bloqueios. Sim, convenhamos, trata-se de
é um adversário muuuiiiito forte!
Mas, como lutar contra um adversário tão poderoso e
indestrutível?
Bom, depois de identificar a “indesejável presença” da
autossabotagem - e isso é fundamental, porque é como ter a consciência
de que um bandido se encontra no interior da sua casa - você deve relaxar,
e simplesmente deixar que ela fique na sua casa.
A essa altura, creio que você deva estar pensando: “Mas como
assim? Você só pode estar louco”. Veja só, se ela é indestrutível e inerente
ao mundo dualístico, estará lá para sempre, e não adianta fazer força para
tentar extirpá-la. Não despenda sua energia com isso!
Mas você também pode se questionar: “Como é possível ter a consciência
de que um bandido está em minha casa, e não agir?”.
A diferença é que, diferentemente de um assaltante, a
autossabotagem, assim como as forças demoníacas, não têm capacidade
alguma de te afetar se você não permitir.

Ela não te rouba, fere ou te mata. Se consegue roubar toda a sua


energia e esperança, é porque você permite; porque você se identifica
com ela. A autossabotagem, por mais que seja uma eterna intrusa, ela é
“educadíssima”, e somente consegue te destruir, também se você
permitir! O seu talento para “jogar iscas” e te fisgar é incomparável, e ao
menor sinal de oscilação, ela entra, te hipnotiza e te destrói. Se você sentir
MEDO de algo, é por essa via que ela consegue entrar e crescer.
Se você tiver uma crença específica à qual você se prende, é sobre
ela que a autossabotagem irá “se precipitar”. E a insegurança? Esse é um
prato cheio para ela se divertir. Se alguém te magoou e isso te deixou
muito infeliz, ela não medirá esforços para “parar” o seu mundo, a fim de

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que você só se dedique a alimentar esse sentimento. Como? Com
pensamentos destrutivos, histórias mentais complexas e emoções
horríveis.
O fato é que não importa o que nos aflige, a autossabotagem sabe
exatamente tudo o que é capaz de nos deixar alucinados.
Então, assim que você se conscientizar da sua presença, use a
seguinte estratégia para desarmá-la e silenciá-la: convide-a para tomar um
café, ou seja, deixa-a saber que você tem total consciência de que ela
existe, e que você não sente nenhum tipo de medo ou receio. Se quiser, dê
um nome para ela.
Depois disso, respire fundo, ou seja, mude sua atenção para o corpo,
pois ele é um grande amigo aliado. Aqui o processo é quase igual ao da
Transubstanciação, porém, um pouco maior e mais forte. Sinta seus
braços, suas pernas, sua cabeça. Foque a sua atenção! Tenha consciência
de onde está situado o seu corpo no espaço. Sinta seus pés no chão, o ar
nos seus pulmões. Nesse momento repare que a autossabotagem irá
começar a se desesperar, enfatizando o pensamento que tanto te aflige.
Não tente de modo algum bloqueá-lo. Não tente NÃO PENSAR
nele, porque nesse caso, como já dito, o processo é um pouco diferente
da Transubstanciação convencional (mesmo sendo da mesma natureza).
Quanto mais você tentar controlar o pensamento hipnótico, mais ele
irá jogar frases e imagens na sua mente, tentando te fazer acreditar que
todos os pensamentos são criações suas! Se a autossabotagem notar que
está conseguindo te desestabilizar, ela irá criar mais palavras, sentenças,
sensações até o ponto de te fazer embarcar em “historinhas mentais
elaboradas”, ou seja, quando você menos perceber, já criou um roteiro de
filme inteiro na mente com trilha sonora e, claro, com final trágico.
Por isso, não foque nos pensamentos destrutivos que a
autossabotagem está te enviando. Por que? Se eu te disser agora: não
pense em uma maçã! Repare que você pensou na maçã. Compreendeu? E,
como te disse, a autossabotagem é tão esperta que ela conhece todos os
seus processos psíquicos e biológicos... E até espirituais.
Depois disso, passe a não ter mais medo do que você está pensando
ou sentindo. Lembre-se que ela irá sempre tentar te pegar no seu pior
pesadelo!
Agora a ideia não é se destacar do seu pensamento, mas NÃO
ACREDITAR no que ele está dizendo para você.
A autossabotagem já está percebendo que você não está mais
acreditando nas suas falácias, e vai querer te dominar pela emoção, ou
sensações. Analise atentamente e de forma imparcial o seu sentimento.

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Agora, somente respire e observe. Repito: Observe! Repare que
agora ela só consegue agir no invólucro (“casca”) do pensamento, porque
você descobriu que os pensamentos derivados da autossabotagerm são
ocos. Ou seja, eles não têm nenhuma intenção proveniente da sua
vontade. Nenhuma semente oca tem o dom de germinar. Fato!
Um dos maiores segredos da canalização do pensamento é: ele só
funciona quando existir intrinsicamente uma intenção (vontade), seguida
de um sentimento muito preciso.
E a autossabotagem não tem essa capacidade, porque você é o
AUTOR da sua intenção!
Tranquilize-se em saber que todos os pensamentos, provenientes da
autossabotagem não possuem reverberação no Universo. Lembre-se
sempre: eles não têm a sua intenção; A intenção do seu eu!
Mas veja só, que coisa boa! Só de você saber como ela age, perceba
que ela já perdeu 90% da força. Desta forma, como ela está mais fraca,
convide-a para tomar mais um café, mesmo ela querendo ficar “amuada
num cantinho”. Dê risada dela, “tire onda”.
Tente ver o seu ciclo de pensamentos de fora. Nesse momento você
já é capaz de se destacar dele!
Você irá perceber ainda que pode retornar, pouco a pouco, às
primeiras associações que geraram a criação do produto da
autossabotagem, isto é, ao ponto da sua vida que originou todo esse
processo. Se for preciso, escreva! Somente pelo fato de colocar isso de
forma organizada e direta, você irá perceber que muitas respostas irão
surgir, e irá descobrir que tudo não passa de padrões de pensamentos
cristalizados e repetidos inconscientemente. Trata-se de emanações da
Negatividade que você deixou entrar, por não ter consciência de que ela
existia.
Para terminar, faça um café triplo para a autossabotagem
(metaforicamente, claro), e diga que você tem mais coisas importantes para
fazer. Seja gentil, e diga-lhe que ela pode ficar saboreando o tempo que
quiser! Diga também que, infelizmente, você não pode mais despender o
seu tempo dando atenção para as suas “bobagens”. E, com toda convicção
do mundo, diga que se ela continuar te importunando, ela será ignorada,
não por falta de educação, mas porque você realmente...
...tem muita coisa maravilhosa para realizar, e um ENORME
propósito para viver!

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Exercício da positividade
Esse exercício é um “potencializador” da Transubstanciação e um
catalisador de crenças. Assim, para tudo, absolutamente tudo o que
acontecer na sua vida a partir de hoje, tente encontrar “o lado bom”. Por
pior que seja, por menor que seja, não importa, descubra algo bom nisso!
Se, muitas vezes não somos capazes de enxergar coisas positivas até nas
coisas boas da vida, imagine nas “negativas”. Portanto, esforce-se para
achar pérolas no CAOS!
Creia que isso te fará entender, pouco a pouco, Verdades Universais
Sagradas.

15. O Mundo Exterior: Um Eco de Nós Mesmos


Todos os acontecimentos da sua vida foram frutos de ações e
reações, esteja você consciente disso ou não. É a famosa Lei da Causa e
Efeito. Porém, em comunhão com essa Lei Universal, há também a Lei da
Vibração. Nada está parado no Universo e a ciência já sabe que essa
afirmação milenar é realmente operante, tanto no Cosmos quanto em nós.
Na verdade, como somos parte do Universo, tudo está interligado.
O fato de “experimentarmos a existência”, através de um EU que
pode transitar entre o mundo físico e o imaterial (pensamentos e outros
elementos sutis), nos faz compreender que somos seres multidimensionais.
Nossos pensamentos e o seu processamento não se restringem somente ao
âmbito psicológico.
E aqui fica um questionamento: onde termina o termo “psicológico”
e começa o rótulo “espiritual” ou vice-versa? Não importa a terminologia,
porque tudo faz parte de uma só “coisa”. Para compreendermos,
praticamente, o produto da Transubstanciação e a nossa mudança de

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comportamento, ideias e estilo de vida, precisamos também entender que as
coisas “boas e ruins” são atraídas em função da qualidade e do tamanho do
nosso campo magnético (fique à vontade se quiser usar outra terminologia)
Tudo possui relação direta com as nossas atitudes.
A Transubstanciação pode ser considerada a Alquimia da Alma.
Porém, agora é necessário saber COMO usar o “ouro” proveniente dessa
transformação.
Para exemplificar, vamos supor que, diante de muita dedicação e
esforço consciente você já consegue trabalhar de forma eficaz todas as
reverberações negativas provenientes da Negação Sagrada, e já fez crescer
significativamente a sua aura (magnetismo). Esse é um grande passo,
porque, consequentemente, você passou a ter poder de mudança e poder
de atração. Mas, o que vai fazer com isso é uma questão importante,
porque agora entra em ação a Lei do Eco. Lembra daquele ditado popular
“quanto mais poder, mais “responsabilidade”? Sim, isso é verídico!
Principalmente porque a Natureza, assim como os pais fazem com os
bebês, de certa forma nos protege quando não temos a capacidade - e nem
tampouco consciência - de lidarmos com o mundo afora.
Claro que, por você não ter sido consciente e ter repetido padrões
desde a infância, você não é “culpado”. Mas as Leis estão aí e não é porque
você não conhece a gravidade, que ela deixará de atuar sobre você.
Tudo, absolutamente tudo o que mostramos para o mundo ele
entende e nos manda de volta: é um eco!

Conhece a máxima de que “quem planta café colhe café, e quem


planta vento colhe tempestade”? Essa é a mais pura verdade.
Por isso, pense “mil vezes” antes de praticar o mal, mesmo se for
para reagir ao “mal” recebido de alguém. Para tanto, é preciso ser
duplamente forte e consciente. Primeiro para aceitar essa situação
desagradável, sem se prejudicar emocionalmente; depois, para não reagir.
Inteligências Universais estão observando o seu progresso. E
acredite: somos testados diariamente!
Retornando à atração, vamos supor que você começou a atrair uma
melhor condição financeira, porém, ainda mantém um comportamento
“mesquinho”, mostrando ao Universo que essa será a regra do seu “jogo da
vida”. Não se esqueça que o Cosmo ecoa diante daquilo que que você faz!
Note que eu disse o que você faz, e não o que você pensa! Claro que há
uma ligação entre ambos, e as formas-pensamento são de extrema
importância para as nossas ações; mas nesse caso, o que é “computado”
pelo Universo são os atos, e não somente os pensamentos soltos, sem

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intenção.
É exatamente por isso que “só pensar” não atraí nada. Deus é
verbo, é ação.
Por mais que você pense em algo incessantemente com o intuito de
atraí-lo, o máximo que você vai conseguir é aumentar a sua ansiedade e
frustração. E isso é um alívio, porque pensamentos podem ser uma faca de
dois gumes...
Portanto, não existe uma ação sem uma causa, e vice-versa. Por
exemplo, se você (sempre através de atitudes), mostrar para o Universo que
a escassez é a sua “regra”, o que você acha que ele vai entender? Oras, que
carestia é a regra do jogo! Simples e direto, não é mesmo? Mas você pode
se questionar: “Ora, eu estou na escassez mesmo, não tenho quase nada
nesta vida, como posso exibir outra coisa para o Cosmo”? Sim, isso pode
ser verdade! E é ótimo você dizer que está na escassez, ou seja, que você
não é a escassez. O fato é que, após despertar, encontrar o seu EU e iniciar
um trabalho constante de transubstanciação, você irá começar a mudar suas
condições de vida, seus pensamentos, emoções, etc. Porém, é que mesmo
com a mudança das suas condições, muitas vezes você não irá alterar as
suas crenças e posturas internas!
Convém lembrar que ninguém aqui está sugerindo que você precisa
mudar de religião. Quando me refiro à crença, procuro salientar que ela
está relacionada a todo um conjunto de condicionamentos, que ainda estão
cristalizados no seu Ser! Ou seja, mesmo que agora você conviva com a
abundância e com todo o poder adquirido; tenha novas perspectivas de vida
e capacidade para atrair coisas boas, é bem provável que você não se sinta
merecedor(a), e passe a criar medos irreais, e drenar toda essa energia.

Vejamos um outro exemplo de “conversa com o Cosmo.


Se você é uma pessoa acumuladora, desorganizada, mas já está
despertando, e o novo começou a aparecer na sua vida, tente mudar essa
postura! Se você tem muita coisa guardada e nunca se desfez porque acha
que um dia irá precisar delas, você está sinalizando para o Universo que o
novo, a renovação não será a sua realidade. Assim, as energias entram em
choque (a nova energia que você está criando, versus a energia das suas
ações).
Portanto, mesmo você atraindo o novo, se não mudar
completamente a sua vida”, esse “novo” só te dará um oi, e irá embora.
Resumindo: altere seus padrões vibratórios, suas crenças e, quando a
“coisa” chegar, aja imediatamente. Suponhamos que você não é capaz de
“mover uma palha” em benefício do outro. O Universo se utilizará dessa
regra para aplicá-la em sua vida! Com certeza essa resposta não virá das
pessoas que você ignorou, mas conscientize-se de que quando você precisar

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de alguém (ou de algo) você será ignorado!
Se você é aquele tipo de pessoa que não tem “jogo de cintura”; que
gosta de implicar com todos ao seu redor, e que julga sem qualquer pudor,
Qual é o “eco” que você quer receber? Como esperar que o Cosmo coloque
em seu caminho pessoas generosas e compreensíveis?
Você pode também dizer que conhece pessoas prósperas, que são
milionárias, mas extremamente muquiranas. Eu também conheço muita
gente assim; na verdade eu convivo com elas. E posso te assegurar que a
prosperidade financeira é somente uma pequena parte da Prosperidade e
do Sagrado. Me relaciono com pessoas que ganham milhões por dia, mas
não têm amor; não respeitam o próximo; não privam de amizades
verdadeiras, não têm filhos.
Conheço pessoas ricas que “não encontram tempo” sequer para
almoçar; que possuem diversas doenças, desde depressão até cânceres
incuráveis. Também, me relaciono com multimilionários que não acreditam
em Deus, e que acham que o tudo acaba depois da morte. Sim, são pessoas
amargas e desesperadas!
E não estou aqui fazendo “ode à pobreza”; muito pelo contrário:
Todos necessitam de recursos e abundância para viver! O que deve ser
enfatizado, é que sempre caímos na tentação de comparar prosperidade
com a riqueza material de pessoas milionárias.
Isso É REALMENTE Prosperidade plena? Cuidado com as
aparências!

16. Conheça e se aproprie dos arquétipos!


Os arquétipos são padrões universais que compõe nosso imaginário,
recorrentes de símbolos, personagens, temas e histórias, encontrados em
diversas culturas, mitologias e obras literárias apresentadas ao longo dos
milênios. Eles têm sido usados como linguagem simbólica para transmitir
significados profundos e universais, provenientes do “mundo das ideias”.
Além disso eles são considerados elementos básicos do inconsciente
coletivo, psicologicamente falando. Todos os arquétipos desempenham
papéis específicos, ajudando a estruturar narrativas e aprofundar nossa
compreensão de elementos complexos que existem aqui no planeta Terra.
De certa forma, eles são como “personificações” e “materializações” de
ideias profundas e de uma matéria mais sutil, de difícil compreensão. Eles
também são ferramentas poderosas, pois permitem que as pessoas se
identifiquem com um arquétipo específico que esteja atualmente vivendo.
Assim eles também nos ajudam a entender aspectos complicados tanto de
nós mesmos quanto dos outros. Embora todos eles tenham elementos

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universais, sua expressão pode variar em diferentes culturas. Por exemplo,
o arquétipo do herói pode assumir diversas formas, mas o conceito básico
de um indivíduo corajoso enfrentando desafios persiste. Identificar
arquétipos em uma história pessoal pode te ajudar a entender melhor suas
motivações, emoções, comportamentos, dificuldades e, de certo modo,
mapeia seus futuros passos. Temos dentro de nós todos os arquétipos,
aceitemos ou não. Logo, é fundamental cada um conhecer bem esses
símbolos que orbitam o imaginário para encontrar a própria essência, além
de ter noção de qual arquétipo está vivendo no presente. Somente assim,
teremos poder de escolha! Seguem abaixo alguns dos arquétipos mais
conhecidos:

O Herói

O arquétipo do herói representa a jornada do protagonista em busca


de um objetivo significativo. O herói enfrenta desafios, supera obstáculos e,
muitas vezes, luta contra um vilão (interior ou exterior) para alcançar a
vitória. Esta jornada é frequentemente uma metáfora para o crescimento
pessoal e transformação. Depois de sair da sua zona de conforto e aprender
algo novo, o herói, já transformado, retorna para compartilhar com os
outros o que aprendeu.

A Donzela em perigo

Esse arquétipo é de uma figura feminina que precisa ser resgatada ou


protegida. Representa alguém que se sente frágil, sem capacidade de agir.
É o arquétipo da fraqueza, da impossibilidade, de alguém que está
esperando que “façam por ele”. Ela simboliza a vulnerabilidade.

O Mago

Trata-se de um guia sábio que fornece conhecimento, orientação e


conselhos ao próximo. Além disso, ele caminha junto do herói, o
auxiliando em uma jornada específica. Ele representa a sabedoria, o
conhecimento prático e mágico. Geralmente ele é retratado como alguém
que possui um conhecimento profundo e esotérico uma vez que
compreende os segredos do Universo. O mago desempenha um papel
crucial no desenvolvimento da vida das pessoas. Ele é o intermediário,
aquele perfil que irá auxiliar o próximo a realizar seus objetivos.

O Vilão

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Bom, esse é famoso. O vilão é a força antagônica que cria o conflito,
seja na vida ou nas histórias. Ele representa o “mal” (todas as reverberações
da Negação Sagrada), o caos, a destruição, a oposição aos objetivos dos
outros. Porém é exatamente ele o agente que causa a mudança. Quando
estamos vivendo esse arquétipo carregamos muita carga negativa e uma
energia muito forte de de raiva, briga, fúria, inveja, egoísmo, etc.

O Tolo

O tolo é muitas vezes um personagem ingênuo ou excêntrico! Sabe


aquele “cara sem noção” que traz humor aos filmes? Eles podem nunca
estão conscientes das situações ao seu redor e, por vezes, agem de maneira
imprudente. O tolo também pode servir como um contraponto aos
personagens mais sérios. Ele quebra paradigmas, faz o absurdo, não pensa
de forma clara e é inconsequente.

A Mãe

Este arquétipo representa a figura materna, que é associada à


nutrição, ao apoio, ao carinho, ao amparo e ao conforto. Ele simboliza o
cuidado e a proteção. É o arquétipo do amor incondicional que não espera
nada em troca.

O General

Este arquétipo é muitas vezes associado à autoridade, inflexibilidade,


orientação e também proteção. De forma diferente do arquétipo materno,
essa proteção é mais física e menos emocional. Na verdade, quem só vive
nesse arquétipo acaba sufocando diversos tipos de emoções, sensações, e a
espontaneidade.

O Fora-da-lei (ou o rebelde)

Esse arquétipo, mesmo tendo esse nome, não tem a ver com
“crime”. Quem vive nesse arquétipo tem uma energia transgressora que
desafia as normas sociais e as autoridades em geral (pai, mãe, professores,
chefes, políticos, etc). O Fora-da-lei representa a liberdade e a rebeldia.
Muitas vezes luta contra um sistema corrupto ou injusto e quem consegue
canalizar esse arquétipo, de forma inteligente, realiza grandes mudanças no

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mundo. Logo, tudo depende do caráter e da índole de quem vive o
arquétipo!

O Amante

Esse arquétipo representa a paixão, o amor de casal. É muitas vezes


associado aos relacionamentos românticos e a busca por intimidade. O
amante também pode simbolizar a busca pelo desejo e por conexões
emocionais profundas com alguém. Porém, quem vive nesse arquétipo
pode cair na armadilha de sempre estar à procura de amores utópicos,
prazer físico exacerbado, e vivências variadas, sempre com muita
intensidade e curto período de duração.

O Louco

Trata-se de um arquétipo que representa a energia da travessura, da


subversão e também da criatividade. Ele desafia as normas não porque é
rebelde, mas porque se diverte com isso. Ele também pode ser um grande
agente de mudança. Sua diferença em relação ao “fora-da-lei” é que ele tem
um poder criativo muito grande e uma visão excêntrica. O louco pode
simplesmente ser taxado dessa maneira porque as pessoas não têm
capacidade de enxergar o que ele percebe.

O Inocente

Este arquétipo simboliza a pureza, a simplicidade e a busca pela


felicidade. Ele acredita em tudo, não tem muito senso crítico e se contenta
com pouco. Porém ele busca a harmonia e pode ser realmente muito
ingênuo mesmo! E ele acha tudo isso muito bonito.

O Burro-sábio

Esse arquétipo se refere àquelas pessoas que acreditam que sabem de


tudo. Elas sempre têm um conselho “genialmente tolo” para dar, além de
possuírem uma ideia de mundo totalmente pequena e equivocada. São
pessoas com baixa cultura e que não realizam quase nada, porém palpitam
em tudo. Elas acham que sabem como exatamente o outro deve viver. É

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basicamente a pessoa que quer ensinar seu amigo a ficar “milionário”, mas
sempre vive no cheque especial.

O “Levador” de vantagem

Esse arquétipo se refere àquelas pessoas que usam da sua astúcia


(ainda que pequena) para tirar proveito de tudo. Porém, não é algo que irá
mudar sua vida de forma considerável. São aqueles que, a todo instante,
buscam pequenas situações para sentirem que estão “ganhando”. Adoram
se apropriar de algo que não é deles, além de fazerem de tudo para
“ganhar” qualquer coisa material. Você conhece alguém que adora furar fila
ou nunca devolve algo emprestado?

O Coitado

Esse arquétipo se refere às pessoas que vivem de forma “feliz” na


escassez ou na desgraça. Geralmente é o arquétipo da pessoa que sofre e se
orgulha muito disso. Elas adoram contar suas histórias difíceis, amam
mostrar seus infortúnios, suas perdas, o quanto são pobres, humilhadas,
subjugadas. Quem vive nesse arquétipo adora se sentir rejeitado e
menosprezado para depois compartilhar essa experiência.

O Reclamão

Esse arquétipo é um dos mais conhecidos e vividos na atualidade. É o tipo


de pessoa que reclama de tudo, não importa o que aconteça! Se ela ganhar
na loteria, irá reclamar do peso dos “sacos de dinheiro” ou do “perigo de
ser rico”. Se ela não almoçar é porque não almoçou. Se almoçar, irá
reclamar da comida. E se estiver diante de um banquete irá reclamar que
comeu muito e ficou com sono. São pessoas que sempre estão com a cara
fechada e ficam furiosas quando observam a felicidade ao redor. Elas
odeiam pessoas que pensam de forma positiva.

O Guerreiro

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O Guerreiro é o arquétipo da coragem, da força e da determinação.
Ele busca objetivos com paixão e é muitas vezes associado a valores de
bravura e honra. De forma diferente do herói, o guerreiro é simplesmente o
gladiador! Ele não sai do seu mundo para realizar um grande feito. Ele,
simplesmente, é o lutador que trava batalhas com bravura e se orgulha
disso.

Aqui estão os arquétipos mais básicos que permeiam nosso


imaginário e cada um deles representa aspectos fundamentais da
experiência humana, podendo ser ativados (ou combatidos) em diferentes
momentos da vida.

Exercício do encontro do arquétipo


Primeiramente, recomendo que você estude profundamente diversos
arquétipos (inclusive de diferentes culturas). No entanto, para começar,
tente encontrar diante dos arquétipos citados, qual deles é o mais
condizente com a sua atual fase da vida. Seja sincero consigo mesmo! Você
pode estar vivendo dois ou mais arquétipos simultaneamente e isso é super
normal, porém tente encontrar o mais predominante. Depois disso,
converse com dois amigos de confiança e pergunte para eles qual o é
arquétipo que mais condiz com a sua personalidade. Essa visão externa,
vinda de pessoas éticas e leais, é super importante. Não precise tomar a
resposta como verdade absoluta, mas um outro olhar é fundamental para se
enxergar quando se está no olho do furacão.

Exercício da vivência do arquétipo


Assim como no exercício anterior, busque encontrar qual arquétipo
você está vivendo no atual momento da sua vida. Agora eleja um arquétipo
totalmente diferente e viva ele por um dia! Repare nas sensações,
pensamentos e emoções que irão surgir. Questione-se: eu sou capaz de
viver vários papéis? Quem ou o que escolhe vivê-los? Eu escolhi o papel
que estou vivendo ou foram as circunstâncias?

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Exercício da “não reclamação”
Aconteça o que acontecer passe um dia inteiro (e posteriormente a
maioria dos seus dias) sem reclamar e perceba o quanto isso (inicialmente)
é quase impossível, ainda mais se você estiver vivendo esse arquétipo há
muito tempo. Reclamamos quase sempre de coisas triviais. O ato de
reclamar é um hábito cristalizado em cada indivíduo, podendo ser
considerado um vício tão destrutivo quanto o cigarro e a bebida. Exagero?
Ambos alteram nosso comportamento, emoções e deterioram o corpo.
Ambos destroem nosso campo magnético e, consequentemente, só
atraímos coisas negativas. Basta, não?
Tente, nesse exercício, reparar no impulso da reclamação no exato
momento em que algo te desagradar. Preste atenção nos pensamentos,
emoções e sensações que surgem quando você tenta freiar essa impulso
condicionado. Você pode dizer: “Ah, mas como não reclamar disso?”.
Bom, você já reparou que algumas pessoas definitivamente não se
importam com coisas que, para você, são insuportáveis e vice-versa?
Repare também nas suas posturas corporais já condicionadas no ato de
reclamar, perceba suas “caretas”, as frases que surgem na mente, o ímpeto
de gerar discussão (e despender energia à toa). Há até uma piada que diz
que quem mais reclama tem vaga garantida no Céu, pois essas pessoas
falam mais “Ai Meu Deus” do que qualquer religioso.
Veja o quão viciado você está e quantas vezes por dia você reclama.
Ah, se serve de auxílio para você tentar mudar esse hábito, reclamar muito
libera muitos radicais livres responsáveis pelo envelhecimento precoce e
também dá rugas .
Quando vier o impulso de reclamar, simplesmente pare! Não se
identifique com seus pensamentos e suas emoções. Respire fundo, deixa
sua coluna ereta. Tenha ciência de que essa máscara (umas das diversas da
Negação Sagrada) irá querer te provar de qualquer forma que você
PRECISA reagir, que você precisa criar confusão. Ela quer que você se
afunde cada vez mais em ciclos viciosos destrutivos. Além disso este ato é
uma porta de entrada para forças externas demoníacas. Não acredita?
Quantas vezes você já iniciou discussões absurdas seguidas de desfechos
catastróficos pelo fato de reclamar em demasia? Valeu a pena?
Simplesmente não reclame e veja, pouco a pouco, seu mundo mudar, para
melhor, claro!

17. O Eneagrama

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O Eneagrama é um conhecimento milenar! Ele consiste num sistema
de tipologia de personalidade que apresenta nove tipos distintos, cada um
com características, motivações e padrões de comportamento específicos.
Ele, de certa forma, também retrata alguns arquétipos, porém de maneira
bem singular. Sua função é indicar padrões existentes no mundo a fim de
que sejam encontrados alguns traços pessoais para serem trabalhados.

O Eneagrama também é utilizado contemporaneamente para a


compreensão e analise de aspectos psicológicos e emocionais da
personalidade (nesse caso “personalidade” pode ser entendida como
“máscaras” do ego que usamos para encobrir o nosso Eu). Também é
utilizado para cada um entender suas motivações e desafios. É importante
lembrar que o Eneagrama não classifica as pessoas de forma rígida e cada
pessoa pode estar mais propício a viver um padrão específico em
momentos diferentes da vida. Trata-se de uma ferramenta para a
autoconsciência e o crescimento pessoal! Certamente não é uma caixa na
qual as pessoas são encaixadas de forma definitiva.

Os 9 tipos do Eneagrama
Tipo 1 - O Perfeccionista

Motivação principal: Busca implacável pela perfeição e correção. Possui


tendência a ser crítico, autoexigente, responsável e preocupado com a
moralidade. Geralmente todos que vibram nessa egrégora estipulam altos
padrões para si mesmos e para os outros. Muitas vezes se esforçam para
alcançar a excelência em tudo o que fazem. São extremamente detalhistas e
metódicos em diversos aspectos sempre se esforçando para garantir que
tudo seja feito de acordo com os padrões já estabelecidos. No entanto, essa
busca incessante pela perfeição (junto da autocrítica constante) pode levar
quem vibra nesse arquétipo a experimentar níveis elevadíssimos de
ansiedade e desespero. Eles detestam imprevistos e tentam manter suas
emoções sob controle, muitas vezes reprimindo sentimentos de todos os
tipos. São pessoas rígidas em suas crenças e teimosas em suas opiniões.
Acreditam que têm a visão certa de tudo, se tornando inflexíveis até em
pequenos atos quotidianos. No entanto, podem se destacar como líderes
devido à sua ética, persistência, senso de justiça e capacidade de
organização.

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Tipo 2 - O Auxiliador (ou o prestativo)

Motivação principal: Busca pelo amor e aceitação dos outros. Tendência a


ser atencioso, generoso e preocupado em atender às necessidades de todos.
Geralmente as pessoas que possuem esse perfil no Eneagrama têm uma
forte vontade de cuidar e ajudar quem estiver precisando. São pessoas
generosas e empáticas que estão dispostas a “se doarem” seja de emocional
ou fisica. Porém, possuem dificuldade em estabelecer limites claros uma
vez que querem sempre agradar o próximo. Não sabem dizer “não” porque
têm medo da rejeição ou do abandono. Os relacionamentos e conexões
emocionais são de extrema importância para todos que vibram no “tipo 2”.
São pessoas que se dedicam de corpo e alma a relacionamentos familiares e
amizades profundas. Frequentemente realizam trabalhos voluntários e se
especializam em profissões que envolvem cuidados com o próximo.

Tipo 3 - O Realizador

Motivação principal: Busca pelo sucesso e reconhecimento. Pessoas com


esse tipo de personalidade são altamente motivadas e focadas em alcançar
metas e objetivos bem específicos. Extremamente competitivas e
preocupadas com a imagem e o sucesso pessoal, são muito ambiciosas e
trabalham duro para conseguir o que querem. Porém são muito adaptáveis,
flexíveis e podem se ajustar facilmente a diferentes situações e ambientes,
sempre visando alcançar seus próprios objetivos. Possuem habilidades
sociais excepcionais e podem ser carismáticos e persuasivos. Isso
realmente os ajuda em situações de liderança e na criação de sólidos
relacionamentos profissionais. Quem vibra nessa energia tem um profundo
medo do fracasso. Preocupam-se muito em manter o padrão alcançado e se
frustram quando suas metas não são realizadas, ou se o reconhecimento
pessoal não foi o esperado. Nessa busca incessante pelo sucesso, pessoas
do “tipo 3” podem se desconectar de suas próprias emoções e necessidades
emocionais pois, muitas vezes, colocam o foco na realização de tarefas e
objetivos externos em vez de explorar seu mundo interior.

Tipo 4 - O Romântico

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Motivação principal: Busca pela identidade e significado. Quem vibra
nesse padrão tende a ser introspectivo, melancólico, criativo e sensível,
além de ser emocionalmente sensível. Pessoas do “tipo 4” têm uma
profunda conexão com suas emoções e buscam entender e explorar seus
sentimentos mais profundos. Tendem a ser intensos em suas experiências
emocionais, sejam elas quais forem. Muitas vezes se sentem (e sabem) que
são únicos e diferentes dos outros. Eles valorizam sua individualidade,
geralmente possuem talentos artísticos e buscam expressar suas emoções e
perspectivas únicas através de formas criativas. Podem passar por fases
intensas de autodescoberta e lutam para definir sua identidade. As
perguntas que mais fazem pra si mesmos são: “Quem sou eu?” e “Qual é o
meu lugar no mundo?”. Geralmente têm uma forte tendência a se
concentrar no passado e a sentir nostalgia por tudo que já viveram. Eles
valorizam a honestidade emocional e buscam relacionamentos e
experiências que os permitam ser verdadeiros consigo mesmos.

Tipo 5 - O Observador

Motivação principal: Busca insaciável pelo conhecimento e compreensão


de tudo com forte tendência a ser reservado. É intelectual, analítico e pouco
sensível. Pessoas desse tipo adoram estudar, refletir, pesquisar, aprender
sobre os mais variados assuntos e preferem passar muito tempo sozinhos.
Por não se envolverem emocionalmente com nada e ninguém, podem
parecer indiferentes ou desapegados. Pessoas que vibram nesse número,
geralmente confiam mais na lógica do que na intuição. Talvez essa palavra
nem exista para ele. Para preservar a energia, evitam situações sociais
intensas e relacionamentos. Um dos grandes problemas é que sem perceber
podem se isolar demais gerando um sentimento de solidão exacerbado. São
pessoas que possuem muita dificuldade em se conectar emocionalmente
com os outros.

Tipo 6 - O Leal

Motivação principal: Busca pela segurança e orientação. Tendência a ser


ansioso, rígido e preocupado com ameaças potenciais. Pessoas desse tipo
têm necessidade de segurança e estabilidade. Tendem a ser cautelosos e
preocupados com o que pode dar errado e, por isso, projetam sempre os
problemas futuros no presente. Respeitam a lei de forma absoluta e

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valorizam muito a lealdade e o compromisso com os outros. Eles tendem a
ser fiéis a familiares e instituições. Porém, têm dificuldade em tomar
decisões independentes, precisando sempre de orientação e conselhos de
figuras de autoridade. São naturalmente céticos e questionadores, tendendo
a examinar qualquer informação cuidadosamente antes agir. Além disso,
valorizam a sensação de pertencimento a uma comunidade ou grupo.

Tipo 7 - O Entusiasta

Motivação principal: Busca por prazer, satisfação e novas experiências.


Tendência a ser extrovertido, otimista e sempre está em busca de variedade
e diversão. Pessoas desse tipo buscam experiências positivas e evitam
situações negativas ou dolorosas. Com uma personalidade alegre e
expansiva, são muitas vezes vistas como pessoas extrovertidas, cheias de
energia, porém superficiais e sem qualquer comprometimento. Com uma
sede insaciável por novas experiências e aventuras podem ficar inquietos
ou impacientes em situações monótonas e cansativas, buscando distrações
ou escapismos para não enfrentá-las. Quem vive o número 7 no Eneagrama
geralmente tem uma visão otimista da vida e tende a ver o lado positivo das
situações, mesmo em momentos difíceis. São também os famosos “fogo de
palha”, trocando rapidamente de objetivos, relacionamentos, empregos, etc.
Sempre ignorando problemas em vez de enfrentá-los, não se comprometem
com projetos ou qualquer coisa a longo prazo, pois temem que isso limite
sua liberdade.

Tipo 8 - O Desafiador (ou o Líder)

Motivação principal: Busca pelo controle e poder.Tendência a ser


assertivo, líder, protetor e confrontador. Pessoas com esse tipo de
personalidade tendem a ser autoconfiantes e focadas na ação. Eles têm uma
energia dominante e muitas vezes buscam controlar seu ambiente para
proteger a si mesmos e às pessoas que amam. Com uma presença forte, não
têm medo de tomar a iniciativa e enfrentar desafios. Pessoas do “tipo 8”
fazem o que os outros não fazem. São pioneiros e realizadores natos. Sabe
aquela velha frase “tudo que coloca a mão vira ouro”? Pessoas desse tipo
são assim! Jamais recuam diante do confronto ou da adversidade e estão
dispostos a enfrentar o que for necessário para alcançar seus objetivos.
Porém, tendem a se frustrar porque sempre esperam total integridade e

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autenticidade das pessoas. Eles têm uma forte aversão à injustiça e podem
se tornar defensores de pessoas ou grupos que consideram oprimidos ou
vulneráveis. Detestam figuras de autoridade e não suportam ser controlados
ou manipulados pelos outros. E, embora esse tipo busque parecer
invulnerável, gosta de atenção e afeto. São extremamente leais e protetores
com amigos e familiares.

Tipo 9 - O Pacificador

Motivação principal: Busca pela paz e harmonia.Tendência a ser calmo,


complacente e evitar conflitos, mas também pode ser passivo-agressivo.
Pessoas que vibram nesse tipo valorizam a estabilidade e o equilíbrio em
suas vidas, pois possuem uma natureza tolerante e compreensiva.
Geralmente evitam julgar e criticar, pois sempre conseguem enxergar os
diferentes pontos de vista e perspectivas. Podem ter muita dificuldade em
identificar e expressar suas próprias necessidades e desejos, muitas vezes se
adaptando às expectativas dos outros. Em situações de estresse, as pessoas
do “tipo 9” podem adiar tarefas ou decisões importantes, sempre evitando o
confronto ou a pressão. São os grandes “procrastinadores” do Eneagrama.
Também podem se desconectar de suas convicções, emoções ou
sentimentos para não magoar quem ama. Isso pode os conduzir à uma
profunda depressão. Cedendo às opiniões dos outros para manter a paz se
anulam constantemente, se tornando grandes candidatos à estagnação. No
entanto, podem ser bons mediadores e pacificadores em grupos ou relações
interpessoais.

Importante ressaltar que além dos nove tipos de personalidade


principais, o Eneagrama também considera as asas (os tipos adjacentes
que influenciam uma pessoa) e os níveis de desenvolvimento (que
indicam o quão saudável ou disfuncional um indivíduo está dentro de
seu tipo). A interação entre esses elementos torna o Eneagrama uma
ferramenta complexa viva e rica para o entendimento do ser humano.
Outro ponto importante é que esses números não possuem relação
direta com a Numerologia, a qual obedece uma outra lógica.

Exercício do encontro do seu tipo

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Tente encontrar diante dos tipos citados, qual deles é o mais
condizente com a sua personalidade. Seja sincero consigo mesmo!
Geralmente temos 3 números predominantes. Tente identificá-los! Agora,
diante deles, eleja um como principal. Depois disso, converse novamente
com dois amigos de confiança e pergunte para eles qual o tipo que que mais
condiz com a sua personalidade. Como já citei, essa visão externa vinda de
pessoas éticas e leais é super importante.

Exercício da vivência do arquétipo


Assim como no exercício anterior, busque encontrar qual é o seu
tipo predominante. Agora eleja um tipo totalmente diferente e viva ele por
um dia! Repare nas sensações, pensamentos emoções que irão surgir.
Questione-se: eu sou capaz de viver vários papéis? Quem ou o que escolhe
vivê-los? Eu escolhi o tipo que estou vivendo ou foram as circunstâncias?
Esse tipo faz parte da minha essência?

Exercício da auto-lembrança
Assim que você chegar em casa, tomar o seu banho, relaxar um
pouco, enfim, quando não tiver mais tarefas para fazer, lembre-se de tudo
o que viveu durando o dia. Pense tanto no que aconteceu quanto nas suas
reações. Caso você consiga, tente se lembrar também dos seus
pensamentos, sensações, emoções e posturas corporais durante vários
momentos do dia. Depois dessas recordações, volte para o “presente”.
Distancie-se dos seus pensamentos e sensações. Simplesmente esteja no
presente e respire. Torne-se um observador, ou seja, não embarque em
novos pensamentos.
Não justifique para si mesmo o que fez ou o que deixou de fazer. Só
permaneça nesse estado de presença e tente mantê-lo no próximo dia.

Exercício do “estar inteiro” na ação


Como cada pessoa possui um gosto específico, concentre-se
intensamente em uma tarefa. Faça esse exercício quando tiver um tempo

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livre. Não importa o que você irá fazer, mas foque naquilo como todo o
seu Ser. Esteja totalmente presente! Direcione, nesse momento, todos seus
pensamentos, emoções e sensações para a tarefa que estiver fazendo.
Embarque nela! Nesse momento, você não precisa observar os seus
atos, pensamentos, etc. Sua tarefa agora é viver o momento por
inteiro. Se você gosta de cozinhar, faça isso com todo o seu foco e amor.
Esqueça o celular, desligue a TV e o rádio. Se estiver ansioso e com
vontade de fazer “mil” coisas ao mesmo tempo, faça um esforço
consciente para permanecer concentrado na sua tarefa. Repare que
estamos tão “acelerados” no dia a dia que já não conseguimos mais
desacelerar para fazer uma coisa de cada vez. Não faça nada de forma
mecânica! Depois que terminar sua tarefa, tente verificar quais foram as
vezes que você perdeu o foco. O seu pensamento estava completamente na
sua ação ou você estava fazendo tudo mecanicamente e pensado em outras
coisas? Quais sensações surgiram no processo? E emoções? Foi prazeiroso
ou não?

Exercício da mudança de rota


Em um dia normal, diante das suas tarefas quotidianas, faça a
mesma coisa porém de forma diferente. Por exemplo, faça outro caminho
para ir ao trabalho, almoce em outro lugar, coma coisas diferentes, mude
sua hora de pausa, converse com pessoas que você não costuma conversar,
etc. Repare que é possível fazer a mesma coisa de outra forma. Esse
exercício, aparentemente simples, muda grandes processos internos, pois
começamos a quebrar nossos condicionamentos cristalizados. A sensação
do “novo” na mesma coisa possui segredos gigantescos.

Exercício do discurso antagônico


Eleja alguma ação para fazer e, no decorrer processo, fale
exatamente o que você não está fazendo. Por exemplo, se você for
desenhar, pegue a caneta e diga no exato momento que você está pegando
um garfo. Quando estiver desenhando uma flor, diga (e descreva) um
ventilador, por exemplo. Depois vá até a cozinha e faça um café. Quando
você sentir aquele cheiro delicioso de café quente, diga que detesta isso e
faça uma cara de “nojo”. É como se você estivesse atuando. Afinal, é isso
o que fazemos todo dia sem consciência, não? Pratique isso por diversos

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minutos até você sentir que a sua mente “deu um nó”.
Repare que é possível desconectar o discurso e o pensamento das
ações. Na verdade fazemos isso a todo instante. Deixamos o Ego falar
enquanto o Espírito (e até mesmo o “corpo”) quer outra coisa.
Depois de fazer esse exercício, faça a mesma coisa, porém falando
com a mais profunda verdade tudo o que estiver executando! As palavras
na vida foram ficando vazias no decorrer dos anos. Coloque significado e
intenção nelas novamente. Reconecte seus centros!
Exercício da observação do céu

Todos os dias, ao acordar, observe o céu, as nuvens, o sol, as cores...


Sinta o clima, a umidade do ar, etc. Enquanto estiver observando,
concentre-se nas suas emoções, sensações e pensamentos. Repare se você
acordou “ensolarado” ou “nublado”. Nós somos como o céu! A cada dia
estamos de uma maneira, mesmo porque há princípios físicos (terrenos)
agindo sobre o nosso corpo, pensamentos e emoções. Observe todos os
dias da sua vida o céu e suas variações. Lembre-se: o que está em cima é
como o que está embaixo para a realização de um só milagre!

Exercício da descrição
Entre num local e o descreva para si mesmo. Faça uma descrição
detalhada, porém do seu jeito. Agora peça para uma outra pessoa
descrevê-lo. Surpreenda-se! Você vai reparar que cada pessoa irá
descrevê-lo de acordo com suas vivências, cultura e interesses. Questione-
se: qual descrição é a correta? Se cada um tem uma percepção distinta das
coisas, qual é a única maneira de se estabelecer uma comunicação real?

Exercício da anti-procrastinação
Escolha algo na sua vida que você precisa fazer mas sempre
procrastina! Mesmo que seja uma tarefa pequena. Simplesmente, faça!
Essa ação irá gerar uma onda de energia capaz de mover outras coisas na
sua vida que até então estão paradas. Tudo está interligado! Comece
movendo o que está parado e veja o início de um processo de mudança
tanto interior como exterior em diversos âmbitos.

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Exercício do prazer
Esse exercício deve ser praticado principalmente pelas pessoas que
se privam de tudo. Se você não se sente merecedor, sente culpa em ter
prazer (seja ele qual for), tem medo da prosperidade, esse é exercício é pra
você! Faça algo que te dê prazer (claro, algo que respeite a ética e os bons
costumes). Faça! Só isso! E quando estiver realizando essa ação que te dá
alegria, agradeça ao Criador e ao mesmo tempo diga: eu mereço!

Exercício do não prazer


Esse exercício deve ser praticado essencialmente pelas pessoas só
vivem em função do prazer, seja ele qual for (sexo, compras compulsivas,
gula, vícios em geral, etc.). Selecione um prazer, geralmente aquele que
você se “perde nele”. Por um dia, apenas, não faça nada que irá lhe
proporcionar esse prazer! Sinta todas as reverberações dos seus centros
(emocional, mental, corporal). Veja todas as Negações que serão
desencadeadas. Repare que seu Ego irá criar armas para você não
conseguir realizar essa tarefa, pois ele quer o prazer a qualquer custo.
A ideia desse exercício não é te privar dos prazeres da vida terrena.
Porém, temos que adestrar nosso cavalo (centro emocional) e agir pela
VONTADE, não pelos desejos e paixões. Afinal: quem é mestre de quem?

Exercício do olhar profundo


À partir de hoje comece a falar com as pessoas olhando nos olhos.
Fale menos e olhe mais, ouça o que a pessoa tem a dizer e não
simplesmente formule frases condicionadas para retrucar o que ela está
dizendo. Ouça com atenção e, enquanto isso, continue olhando nos olhos
da pessoa.
Sempre que estiver olhando, use a observação e a auto-observação
para se destacar dos seus pensamentos e sensações, criando um “vácuo”.
Este, permite que a intuição se apresente para você. Além disso um novo
tipo de comunicação entre você e a pessoa será estabelecido.

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Exercício do hábito
Selecione um hábito pessoal que você realmente não gosta, não
importa sua natureza. E, a partir, de hoje busque maneiras de amenizá-lo
ou extirpá-lo. Sempre prestando atenção nas forças negativas (Negação)
que irão agir para que ele não saia de você. Repare nas armadilhas! Preste
atenção nos obstáculos que irão aparecer. Mas também foque no seu Eu,
na potência infinita de Deus que irá te auxiliar no processo!

18. Tirando a culpa das circunstâncias... e de


Deus, é claro!
Em 99% dos casos quando algo dá errado ficamos realmente bravos
conosco e também com Deus. Começamos a questionar, além da Sua
existência, Seus modos de criação e ação. Friso aqui que partimos de uma
teoria criacionista-evolutiva. Por mais que a teoria do Big Bang seja
válida, ela não anula a criação. Como assim? Vamos supor que essa
explosão inicial realmente tenha dado origem a diversos tipos de energia,
elementos químicos, matéria, pensamentos (matéria sutil), etc., tudo isso
acoplado à tendência “natural” de evolução. Além disso essa grande
“explosão cósmica” gerou seres conscientes dotados de uma habilidade
singular de raciocinar, compreender grandes ideias, intuir, criar,ter
consciência de si mesmo e do exterior... Além de terem um “algoritimo”

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interno que promove uma evolução infinita. Bom, tudo isso foi ao acaso?
Acreditar nisso é como achar que um dicionário repleto de significados
complexos e ordenados, nasceu sozinho depois de um saco de sopa de
letrinhas ter caído sem querer em cima de um caderno.
Deus não tem começo, nem meio nem fim. Ele existe em outro tipo de
“lógica” que a razão não consegue entender. Porém, Deus se manifestou
no mundo, por motivos particulares que jamais compreenderemos.
Por mais que exista evolução, por mais que a vida tenha nascido
“teoricamente” de choques e fusões entre elementos químicos em
condições específicas, fica o questionamento: “que força” criou esse
processo capaz de fazer essas células evoluirem? Quem criou os
elementos químicos? Quem programou o choque? Quem ou o que criou o
algoritmo de evolução infinita? Quem ou o que fez esse código fonte
complexo? Esse “brainstorm” é infinito e o fato é que nossa razão
humana só vai chegar até esse ponto: algo inteligente existe! Ele é! Deus
é! Pode chamá-lo de Designer, Arquiteto, Criador, Programador, não
importa. E, claro que todos esses termos personificam o Criador mas,
como disse, é até onde conseguimos exemplificar essa “INTELIGÊNCIA
E LUZ DO UNIVERSO”. Mas qual a finalidade da Criação? Por que
fomos criados? E de onde vem meu EU e minha consciência? Bom, esse é
realmente o limite da compreensão humana e talvez jamais alguém
consiga responder essa pergunta. Mas conseguimos trabalhar com o fato
de que algo maior existe e isso basta!
Mas vamos retomar ao fato de que, quando algo não sai exatamente
como queremos, atribuímos essa culpa ao Deus Criador. Também nos
questionamos o “porquê” dele ter criado esse mundo dual com movimento
e repouso, bem e mal, etc. E, muitas vezes, ficamos perplexos por ele ter
permitido a criação do assim intitulado “diabo” e outros seres
intermediários com forte influência no universo em geral.
O questionamento universal é: se Deus é totalmente bom, como ele
pode deixar coisas ruins acontecerem com pessoas boas? E se ele permite
isso, talvez ele não seja tão bom assim. Mas se Ele é bom e não é capaz de
anular o mal, talvez Ele não seja Onipotente. E se Ele não sabe que isso
acontece, provavelmente ele não é Onisciente nem Onipresente. O
segundo questionamento é que, se somos livres pra escolher, não
poderíamos ser castigados diante das nossas escolhas. Quero dizer: somos
livres desde que façamos as vontades de Deus? Sou livre desde que não eu
faça nada além do que está estipulado nas Leis do Universo? Isso seria
escravidão controlada, certo! Errado!
Partindo novamente do princípio hermético de que “o que está em
cima é igual ao que está embaixo para realizar os milagres de uma só
coisa”, vamos comparar Deus com um pai, ou melhor, com uma mãe

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(porque Deus é TUDO) e o ser humano, vamos associá-lo com seu filho.
Você quer o melhor para seu filho e fará de tudo para ele evoluir e
viver feliz, certo? No entanto, se você fizer tudo por ele e não deixá-lo
fazer nada, depois de um tempo ele irá se rebelar e dizer: “Mãe, me deixa!
Eu quero viver a minha vida!”. Então você deixa ele viver a vida dele, lhe
dando o livre arbítrio para fazer o que bem entender. Mas, mesmo
deixando-o agir como quiser, lhe diz: olha, meu filho, eu estarei sempre
aqui para o que precisar”. Bom, seu filho, imaturo, mas se achando muito
grande e inteligente, coloca um prego na tomada, mesmo você já tendo
dito que aquilo poderia machucá-lo. E, então, ele toma um choque. A
culpa é da mãe? Isso foi um castigo ou ele, por não ter entendido as Leis
da física, se prejudicou sozinho? E se ele tivesse pedido auxílio, você não
teria o ajudado? Além disso, vamos supor que você tem outro filho, irmão
dele. Ambos nasceram na mesma casa e receberam a mesma quantidade
de amor, alimentos e atenção. Ou seja, a mãe foi justa! Mas por causa de
ciúme ou algo do gênero, esse irmão fez uma maldade muito grande com
seu outro filho. A culpa é de quem? Da mãe? E se o seu filho, que você
tanto ama, crescer e decidir por livre e “espontânea vontade” empurrar
uma pessoa de uma ponte, a culpa é de quem? Novamente da mãe?
Deus está inocente nessa história! E as Leis do Karma antecedem a
manifestação de Deus.
Quantas vezes, sem que seu filho soubesse, você o ajudou? E pode
falar a verdade: às vezes ele nem ficou sabendo desse auxílio, não é
mesmo? Partindo desse princípio da equivalência, Deus age mais ou
menos dessa forma. Quantas vezes no dia pedimos para Deus nos guiar?
Esquecemos totalmente disso! Simplesmente acordamos nervosos,
estressados e saímos. Não temos consciência do corpo, dos pensamentos...
quem dirá de Deus! E Ele nos auxilia colocando pessoas no caminho para
nos ajudar, coloca “anjos” , “mentores” (ou como você quiser chamar)
para desviar uma rota, cria situações para unir pessoas com propósitos
semelhantes, nos livra de algo ruim, ou pelo menos ameniza. Há
hierarquias invisíveis no Universo. De todas as formas, estilos, níveis de
consciência, etc. Porém, não podemos jamais esquecer que somos donos
do nosso destino e friso novamente que estamos na Terra para evoluir
e auxiliar o próximo na sua evolução! Estamos aqui para deixar nosso
Eu maior se manifestar e realizar o nosso Propósito... e também para
aperfeiçoar nossas deficiências e retornar a outros planos mais sutis!
Somos todos peças de um grande “quebra cabeça”! Mas para isso
precisamos ser conscientes do nosso mundo interior, das nossas
deficiências, qualidades e das Leis do Universo. E, sim, da mesma forma
que temos “dinheiro no banco do Universo”, temos boletos a serem pagos,
acredite ou não. A boa notícia é que essas contas, diante da

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“transubstanciação” e das suas ações generosas passam a ter descontos
diários.

Exercício da ajuda ao próximo


Escolha um dia da sua vida para fazer tudo o que estiver ao seu
alcance para ajudar o próximo. Se a sincronicidade te auxiliar (e ela vai),
os pedidos de ajuda e oportunidade para fazer o “bem” irão chegar até
você. Faça! Não pense. Não questione. Só ajude!
Perceba com isso reflete no seu Espírito. Não se importe se a pessoa não
agradecer da forma que você gostaria. Seu trato é consigo mesmo e com
Deus. Se conseguir, faça esse exercício todos os dias da sua vida!

Como quereis que as pessoas vos tratem, assim fazei a elas da mesma
maneira. Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

19. Orai e Vigiai


Temos muita dúvida se rezar realmente funciona. Em tempos
difíceis a Fé perde espaço para a insegurança e a esperança se esvai. Mas
eu te pergunto: Você sabe rezar? Vamos começar pela pergunta básica:
Você sabe a diferença entre rezar e orar? A primeira consiste na repetição
de sentenças já escritas enquanto orar é dizer o que vem do fundo do Ser,
do seu Eu. E aqui está o grande problema: onde está esse tal "fundo do
meu Ser"? Está exatamente onde o Ego não está!
Quando o grande mestre disse Orai e Vigiai porque a carne é fraca, ele
mostrou com maestria que esse "combo" é o segredo da oração. A carne
simboliza todos nosso instintos, condicionamentos, pensamentos
inconscientes cristalizados, emoções negativas, enfim, toda Negação
Sagrada e suas reverberações. Muitos fatores externos são quase
impossíveis de serem alterados, porém podemos mudar como nós
reagimos a eles (Transubstanciação). Mas além disso, é fundamental
orar. Sim orar para pedir e, principalmente, para agradecer! Ora, de nada

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adianta orar de maneira "errada" e dizer que seus pedidos não são
atendidos. Mas você pode se questionar dizendo: “tudo o que vem do
coração é de Deus”! Sim, você está certo. Mas você sabe me dizer se o
que está “saindo daí de dentro” está realmente vindo do Espírito e do
fundo da alma? Quem está orando é você ou seus pensamentos
desordenados e condicionados? E quem está regendo esses pensamentos é
o seu Eu ou o seu Ego, grande parceiro do egoísmo?
Você está tentando entrar em contato com Deus ou toda essa “oração”não
passa de pensamentos automáticos provenientes de desejos implantados
ou condicionados?
Se sua oração for forte, você, logo no início, terá um sentimento
profundo de gratidão pelo seu dia, pela sua saúde, pelas oportunidades,
ainda que singelas, pelas pequenas alegrias quotidianas, pelo abraço dos
filhos, pelo pouco ou muito que tem na sua mesa. Você precisa ser
humilde e isso significa que mesmo diante de tudo, você sabe que sem
Deus você não é absolutamente nada! Porque você faz parte dele. É
simples e profundo. Achar que você não precisa de Deus, é como seu
coração achar que pode bater sozinho, sem o resto do seu corpo. É a
árvore seca que acredita que pode crescer sem ter as raízes fincadas na
terra. A real gratidão é o primeiro passo e esse ato precisa ser sincero.
Mesmo! Assim começa a abundância e a prosperidade em todas as áreas
da sua vida.
Além das pessoas orarem da mesma forma que fazem jogos nas
casas lotéricas, fazem isso de forma mecânica. Tem gente que reza porque
acredita que, se não rezar, pode ser castigado. Não estou dizendo aqui que
existe um modo correto de orar, mas posso afirmar que há um jeito de
“como não orar”! Comece então, orando para Deus dizendo: que minha
Vontade seja igual a Sua! Isso quer dizer que não devo ter vontade própria
ou que Ele só vai me atender se tivermos vontades iguais? E se eu te
contar um segredo milenar capaz de mudar sua concepção de vontade? A
sua real vontade é a Vontade de Deus porque Deus está dentro de você
e se manifesta na sua Vontade mais profunda (e não nos desejos
aleatórios). Esse "Deus" que está em nós é o nosso Eu superior que em
nós habita. Logo, tudo o que for para um bem maior, para o encontro do
seu Propósito, da sua essência, para a sua evolução espiritual, será
atendido. E tudo o que você pedir que for também para a evolução do
próximo, será duplamente atendido!
Mas faça a sua parte que Deus (ou a Força Onipresente Universal) faz a
Dela. Não queira entender "como" isso irá acontecer, é impossível!
Também não queira entender a mente de Deus. Um homem que foi
pintado num quadro consegue entender o que passa na cabeça do artista
que o criou? São realidades distintas, por mais que estejam

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interconectadas. Bom, ore diariamente e vigie suas atitudes. Deus é
verbo, ação, movimento! Não pare, não sucumba à preguiça ou aos
desânimos condicionados. Não ouça as forças demoníacas. Não ceda aos
obstáculos, à resistência! Ore em palavras, deixe o seu corpo físico ajudar
no processo. Na reza Universal "Pai nosso", quando é dito "Pai nosso que
estais no Céu", esse Céu está fora e dentro de nós, está em tudo. Ore com
fé para Deus te ajudar a encontrar o seu Propósito. E lute junto! De onde
menos você esperar irão aparecer as respostas, sinais e oportunidades. Mas
fique muito atento a isso! Você não precisa ser “medium” para se
comunicar com o Divino! Caso você não seja capaz de intuir com clareza
ou ter sonhos premonitórios, saiba que as mensagens também aparecem de
forma física. Claro que quanto maior for a sua compreensão dos símbolos
em geral, mais fácil você irá interpretar as mensagens. E, mesmo que você
não tenha um grande repertório, Deus te enviará os sinais condizentes com
seu nível de compreensão.
E saiba também que o Propósito está mais ligado à satisfação e à paz do
que qualquer outra coisa. Hoje em dia foi criada uma concepção de
sucesso e felicidade que é totalmente equivocada.
E pra finalizar, como já disse para um amigo: Não me importa sua religião
ou como você interpreta Deus. Mas ore! E se você é ateu, ore para
Nietzsche, mas ore! Claro que é uma piada, mas o fato é: ORE, VIGIE E
VIGIE-SE!

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20. A iniciação e a ressureição em vida
Os processos iniciáticos espirituais te fazem compreender duas coisas: a
primeira é que você é capaz de criar novas circunstâncias para a vida e a outra é que a
morte não existe. Claro que não se trata da morte física, condição mais do que certa
no mundo manifestado. Porém a idéia de continuidade está relacionada ao “Ser”, a
“Consciência” que continua, o “Eu” que faz parte da Unidade. Os termos “Alma”,
“Espírito”, “Eu”, são sempre alvos de confusões, uma vez que cada religião, filosofia
ou mitologia usa sua própria terminologia. No entanto, quero passar a idéia de que
existe uma “Consciência pessoal eterna”, um “Eu” que continua existindo mesmo
após a morte física. Claro que ela irá se manifestar de diversas maneiras e em planos
diferentes, cada vez mais repletos de “luz”, digamos assim.
Um dos grandes medos de todo iniciado, assim que descobre que existe o
retorno à Unidade, é que ele irá se fundir à Ela, perdendo toda a sua
“individualidade”. De certa forma ele pensa que será como uma gota de água se
fundindo no oceano. Esse é um pensamento equivocado e proveniente do ego. Quem
perde a individualidade é ele, o “serzinho” que acredita ser as roupas que veste, o
carro que tem, sua conta no banco, ou sua posição social. Ora, se retornar à Unidade é
expansão, seu Eu, da mesma forma, irá se ampliar também. Sem as limitações de um
vaso uma árvore cresce exponencialmente, certo? Se nós não temos mais os limites e
rótulos do ego, logo temos menos amarras, menos “divisões” e ficamos maiores, não?
Vamos tentar usar novamente o princípio da equivalência. Se você se comparar a si
mesmo, porém há 20 anos atrás, você consegue avaliar como está a sua consciência e
capacidade de compreensão de mundo (e de si mesmo) em relação às décadas
passadas? E para isso você morreu! Morreu gradativamente e ressuscitou de outra
maneira, ainda em vida! Experimentamos a “morte” em vida! O que você foi quando
criança (inclusive na forma) já não é mais. Percepções, capacidades, compreensão…
tudo mudou! E tudo irá mudar de novo!
O processo de iniciação é exatamente esse que ocorre lentamente na nossa vida,
porém mais rápido pelo fato de estarmos conscientes e dispostos a evoluir.
Na iniciação, percebemos tudo o que não somos (a escultura feita pelos outros) e que
efetivamente temos que limpar nossas sombras, a nossa parte inferior manifestada na
Terra. Pense em uma esfera e que nela há uma luz projetada. Ela é o intermediário
entre a luz e a sombra que foi projetada. Bom, se a libertarmos e a elevarmos, a
sombra some. Essa analogia pode ser feita com o nosso Eu (ou espírito), pois é ele o
intermediário entre o mundo Divino e o o mundo manifestado (manifestado por Deus
também).

Aquele que tem uma visão espiritual vê com a alma ou como espírito?' Jesus
respondeu e disse: "Não vê nem com a alma nem com o espírito, mas com a
consciência, que está entre ambos - assim é que tem a visão.

A iniciação consiste em ter consciência do EU e retirar os envoltórios negativos


que nos cercam. Quando é dito nos processos iniciáticos que precisamos romper o
vaso que nos limita, há um interpretação errada, pois muitas vezes acreditam que o
corpo precisa ser eliminado para o Espírito surgir. O fato é que o corpo, de maneira
oposta, precisa ser preservado e doutrinado. O que precisa ser eliminado são as
manifestações negativas que reverberam nos seus centros. Se você não estiver
consciente do seu “Eu” e morrer fisicamente, há a possibilidade de você continuar
inconsciente e reencarnar sem ter encontrado o seu Espírito em outras dimensões.
Aqui na Terra temos espaço e tempo para realizar esse encontro Sagrado.
Digo tudo isso porque algumas pessoas, por terem muita vontade de se livrar de
sentimentos destruidores e tristezas profundas, têm vontade de desencarnar,
acreditando que isso será libertador para o Espírito. Jamais, absolutamente, jamais
queira partir antes do seu tempo predestinado!Você se lembra que o primeiro esforço
para o encontro do Propósito de vida e do Sagrado é cuidar do corpo físico, isto é, do
seu templo mais sagrado? Se o corpo não fosse tão importante, nem encarnado você
estaria. O Universo não faz nada à toa! E acredite: caso você negligencie isso ou
decida abreviar seu tempo de vida terrena, o preço a ser pago é altíssimo! Nenhuma
palavra poderá descrever o desespero e a dor que você irá sentir. Você acha que irá
aliviar algum sofrimento deixando de viver? Jamais ouse!
Quando a alma estiver livre dos condicionamentos, dos elementos grosseiros
mundanos, ela voa, se torna pássaro! Você já reparou que, toda vez que você faz algo
de bom para o outro ou ou quando dá um passo adiante rumo ao chamado da sua
alma a sensação é essa: “Nossa me sinto leve!”?
Todos nós aqui temos Karmas a serem “resgatados”. Quanto mais estivermos
atentos àquilo que viemos fazer na Terra, mais perto ficaremos de Deus. Iremos
reencarnar até deixarmos a água do nosso “Ser” limpa e calma. Nós somos parte da
consciência de Deus.
Estamos numa era na qual, a cada dia, nos identificamos mais como o mundo
material ordinário e vivemos em função dos nossos instintos e desejos mais profanos.
Quanto mais nos limpamos dessas emanações da Negação, mais retornaremos (EM
VIDA) à nossa verdadeira dimensão. A alma ou o Eu, sem os entraves negativos do
corpo, é capaz de captar o espírito Divino. Deus se reflete em nós. Limpe o seu
templo e seja uma superfície reluzente. Isso é morra e ressuscite em vida! O
"despertar" para encontrar quem você realmente é e cumprir o seu destino
requer uma coragem para se desapegar de quem você imagina ser.

“O que me subjugava foi eliminado e o que me fazia voltar foi derrotado... Meu
desejo foi consumido e a ignorância morreu. Num mundo fui libertada de outro
mundo; num tipo fui libertada de um tipo celestial e também dos grilhões do
esquecimento, que são transitórios. Daqui em diante, alcançarei em silêncio o final
do tempo propício, do reino eterno”!

Quando, efetivamente, entendermos tudo isso passaremos a ter uma gratidão imensa
pelo Criador! Você já pensou que, se Deus não tivesse nos criado num ato de amor
onde estaríamos? No nada eterno? Questione-se! Na inconsciência absoluta, na não-
manifestação? Tudo o que você viveu até hoje não teria acontecido. E você sequer
teria consciência disso. Você sequer teria consciência de si mesmo. É estranhamente
maravilhoso saber que estamos nos abrindo para um novo tipo de consciência, não?
Evoluímos, já experienciamos como é ser um mineral, um vegetal, um animal. Hoje
temos consciência do “Eu”.

Seu Propósito maior é encontrar esse “Eu” esse “Ser” fascinante que você é, que
existe, que pensa, que entende, que sente, que pode mudar o exterior, que pode
se mudar, que pode criar, que pode agir, que pode amar, que pode perdoar, que
pode ser feliz, que pode encontrar o Divino e o Sagrado. E não quer dizer que
devemos perder nossa espontaneidade. Encontrar o Divino é encontrar a sua essência!
Algo único, só seu! E só você é capaz de dar um recado único para o mundo. E ele
está lá na sua essência. Se você não fazê-lo, irá faltar uma parte no Universo. Você
tem a responsabilidade de encontrar e viver o seu Destino! Saiba que Deus tem muito
orgulho da sua criação e de cada um de nós, com características e talentos singulares.

Mas para esse encontro, o iniciado passa por diversas provas. Você já despertou
para essa nova realidade! Você já colocou a chave na porta...

Há muitos muitos mundos, muitos corpos, muitas formas de existir!

Bom, esteja consciente de si, vire a chave, abra a porta da sua casa, tenha coragem,
olhe o mundo lá fora… E VAI VIVER O TEU PROPÓSITO!

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