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Organização e atividades

Estrutura

Hierarquia yakuza
Durante a formação da yakuza, eles adotaram a estrutura hierárquica japonesa tradicional de oya-
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bun-kobun onde kobun (子分; lit. filho adotivo) deve a sua lealdade ao oyabun (親分 lit. pai adoti-
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vo). Em um período posterior, o código de jingi (仁義 justiça e dever) foi desenvolvido com a leal-
dade e o respeito sendo um estilo de vida.
A relação oyabun-kobun é formalizada pelo compartilhamento cerimonial de saquê de um único
copo. Este ritual não é exclusivo da yakuza – ele é normalmente feito em casamentos tradicio-
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nais xintoístas japoneses e pode ter sido parte de relacionamentos de irmandade juramentada.
Durante o período da Segunda Guerra Mundial no Japão, a forma mais tradicional de organização
tekiya/bakuto caiu em desuso com a população inteira sendo mobilizada para participar do esforço
de guerra e a sociedade sendo controlada por um governo estritamente militar. No entanto, após a
guerra, os yakuza novamente se adaptaram.
O yakuza em potencial vem de todas as esferas da vida. Os contos mais românticos contam como
os yakuza aceitam os filhos que foram abandonados ou exilados por seus pais. Muitos yakuza ini-
ciam no ensino fundamental ou médio como bandidos de rua comuns ou membros de gangues bō-
sōzoku. Talvez devido ao nível sócio-econômico baixo, inúmeros membros da yakuza vêm de gru-
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pos étnicos coreanos ou Burakumin.
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Os grupos da yakuza são liderados por um oyabun ou kumichō (組長 cabeça de família) que dá
ordens aos seus subordinados, os kobun. A este respeito, a organização é uma variação do mode-
lo tradicional japonês senpai-kohai (novato-veterano). Membros das gangues yakuza cortam seus
laços familiares e transferem sua lealdade para o chefe de gangue. Eles referem-se uns aos ou-
tros como membros da famíla – pais e irmãos mais velhos ou novos. A yakuza é formada quase
que inteiramente por homens, havendo muito poucas mulheres envolvidas, que são chamadas de
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"nee-san" (姐 irmãs mais velhas). Quando o terceiro chefe do Yamaguchi-gumi Kazuo Ta-
oka morreu no começo da década de 1980, sua esposa (Fumikyo) assumiu como chefe do grupo,
ainda que por um curto período de tempo.
A yakuza possui uma estrutura organizacional complexa. Há um chefe geral do sindicato, o kumi-
cho, e diretamente abaixo dele estão os saiko komon (conselheiros senior) e so-honbucho (chefes
da sede). O segundo na linha de comando é o wakagashira, que governa algumas gangues em
uma região com a ajuda de um fuku-honbucho que também é ele próprio responsável por algumas
gangues. As próprias gangues regionais são governadas pelos seus chefes locais, os shateigashi-
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ra.
Cada conexão entre os membros é ranqueada por uma hierarquia de sakazuki (compartilhamento
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de sakê). O Kumicho está no topo e controla vários saikō-komon (最高顧問 conselheiros senior).
Os saikō-komon controlam seus próprios subordinados em diferentes áreas ou cidades. Outros es-
tão abaixo deles, incluindo subchefes, conselheiros, contadores e executores.
Aqueles que receberam sakê de um oyabun são parte da respectiva família e ranqueados em ter-
mos de irmão mais velho ou mais novo. No entanto, cada kobun, por sua vez, pode oferecer o
sakazuki como oyabun para seus subordinados para formar uma organização afiliada, que pode,
por sua vez, formar organizações de nível inferior. No Yamaguchi-gumi, que controla por volta de 2
500 negócios e 500 grupos yakuza, há organizações subsidiárias de quinto nível.
Rituais
Yubitsume, ou o corte do dedo de alguém, é uma forma de penitência ou pedido de desculpas.
Após uma primeira ofensa, o transgressor deve cortar a ponta de seu dedinho esquerdo e dar a
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parte cortada para seu chefe. Algumas vezes o subchefe pode fazer isso em penitência ao oya-
bun se ele quiser poupar um membro de sua própria gangue de sofrer mais retaliações.
Sua origem deriva a maneira tradicional de segurar uma espada japonesa. Os três dedos menores
de cada mão são usados para segurar a espada com força, com o polegar e o indicador levemen-
te soltos. A remoção dos dedos começando com o dedinho e indo até o indicador progressivamen-
te enfraquece a mão de um espadachim.
A ideia é que uma pessoa que não consegue segurar a espada firmemente necessita confiar mais
no grupo para ter proteção – reduzindo ações individualistas. Em anos mais recentes, dedos posti-
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ços foram desenvolvidos para disfarçar a aparência diferente.

Um exemplo antigo de tatuagens Irezumi, da década de 1870.


Muitos yakuza possuem o corpo cheio de tatuagens (incluindo órgãos genitais). Essas tatuagens,
conhecidas como irezumi no Japão, são frequentemente ainda feitos à mão, isto é, a tinta é inseri-
da abaixo da pele usando ferramentas manuais não elétricas com agulhas de bambu ou aço. O
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procedimento é caro, dolorido e pode demorar anos para se completar.
Quando membros da yakuza jogam cartas de Oicho-Kabu uns com os outros, eles normalmente
retiram suas camisetas ou abrem-nas e amarram-nas na cintura. Isto lhes permite exibir suas tatu-
agens aos outros. Este é um dos únicos momentos em que os membros da yakuza exibem suas
tatuagens aos outros, visto que eles costumam mantê-las escondidas em público com camisas de
manga comprida e gola alta. Quando novos membros se associam, eles frequentemente não são
forçados a remover suas calças para revelar qualquer tatuagem na parte inferior do corpo.

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