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Principais famílias

Nome Descrição Símbolo


Yamaguchi-gumi (六代目山口 Criada em 1915 é a maior famí-
組) lia da Yakuza, tem mais de 40
mil membros e é dividida em
750 clãs. Seu Oyabun (líder) é
o Kenichi Shinoda.
Sumiyoshi-rengo (住吉会, às É a segunda maior família da
vezes chamado de Sumiyoshi- Yakuza, com mais de dez mil
kai (住吉会) membros divididos em 177
clãs. Seu Oyabun atual é o Shi-
geo Nishiguchi, Osomuya Ta-
naka. É inimiga de morte da Ya-
maguchi-gumi
Inagawa-kaï(稲川会) É a terceira maior família da
Yakuza, tem mais de 7 mil
membros e é dividida em 177
clãs. Seu Oyabun atual é o
Kakuji Inagawa. Foi a primeira
Yakuza a operar fora e dentro
do Japão
Towa Yuai Jigyo Kumiai (東亜友 É a quarta maior família da
愛事業組合), às vezes chama- Yakuza, tem mais de mil mem-
da de Towa-kai (東亜会) bros e é dividida em 6 clãs.
Seu Oyabun atual é o Satoru
Nomura. Foi a primeira Yakuza
japonesa a ser criada na Co-
reia.
Atividades atuais
Japão
A yakuza é considerada uma organização semi-legitimada. Por exemplo, imediatamente após
o Terremoto de Kobe, o Yamaguchi-gumi, cuja sede é em Kobe, mobilizou-se para fornecer servi-
ços de socorro (incluindo o uso de um helicóptero) e isto foi amplamente noticiado pela mídia co-
[9][10]
mo uma contradição com a resposta muito mais lenta do governo japonês. A yakuza repetiu
seu auxílio após o terremoto e tsunami em Tohoku, em 2011, com grupos abrindo seus escritórios
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para refugiados e enviando dezenas de caminhões com suprimentos para áreas afetadas. Por
esta razão, muitos yakuza consideram sua renda como uma espécie de coleta de imposto feudal.

... A yakuza tende a ser mais gentil que seus primos italianos. Em geral, eles não se envolvem
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com roubo, furto ou outros crimes de rua. — Jake Adelstein

Muitos sindicatos yakuza, com destaque para o Yamaguchi-gumi, oficialmente proíbem seus mem-
bros de se envolverem em tráfico de drogas, enquanto alguns sindicatos, como o Dojin-kai, envol-
vem-se bastante com isto.
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Alguns grupos yakuza são conhecidos por lidar com tráfico humano. As Filipinas, por exemplo,
são uma fonte de jovens mulheres. A yakuza convence meninas de vilas pobres a virem para o Ja-
pão, onde elas teriam empregos respeitáveis com bons salários. Ao invés disso, elas são forçadas
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a se tornarem prostitutas e strippers. Outra atividade da yakuza é trazer mulheres de outras et-
[15] [15]
nias/raças, especialmente do Leste europeu e Sudeste asiático, para o Japão com a isca de
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um futuro glamouroso, mas então forçando-as à prostituição.

Os becos e ruas de Shinjuku são um ponto de encontro moderno e popular da yakuza em Tóquio.
A yakuza envolve-se frequentemente em uma forma de extorsão unicamente japonesa, conhecida
como sokaiya. Ao invés de assediar pequenos negócios, a yakuza assedia reuniões de acionistas
de uma corporação maior. Eles simplesmente assustam os acionistas minoritários com a presença
de membros da yakuza, que obtêm o direito de comparecer à reunião ao comprar uma pequena
quantia de ações.
A yakuza também tem laços com o mercado imobiliário japonês e bancos, através do jiageya. Os
Jiageya especializam-se em induzir os detentores de pequenas propriedades a venderem sua pro-
priedade para que companhias imobiliárias possam prosseguir com seus grandes projetos arquite-
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tônicos. Muitas vezes culpa-se a bolha econômica do Japão da década de 1980 pela especula-
ção imobiliária por subsidiárias dos bancos. Após o colapso da bolha imobiliária japonesa, um ge-
rente de um grande banco em Nagóia foi assassinado, havendo muita especulação sobre as cone-
xões indiretas entre a indústria bancária a o submundo japonês.

A Yakuza muitas vezes participa de festivais locais, como o Sanja Matsuri, onde eles carregam
um santuário pelas ruas exibindo suas tatuagens elaboradas.
Sabe-se que a yakuza realiza grandes investimentos em empresas conhecidas e legítimas. Em
1989, Susumu Ishii, o oyabun do Inagawa-kai (um grupo bem conhecido da Yakuza) comprou
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ações da Tokyo Kyuko Electric Railway no valor de 255 milhões de dólares. A Comissão de Su-
pervisão de Valores Mobiliários do Japão tem conhecimento de mais de 50 empresas com laços
com o crime organizado, sendo que em março de 2008, a Bolsa de Valores de Osaka decidiu re-
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ver todas as empresas listadas e expulsar aquelas com laços com a yakuza.
Por uma questão de princípio, o roubo não é reconhecido como uma atividade legítima da yakuza.
Isto está em linha com a ideia de que as atividades deles são semiabertas; o roubo, por definição,
seria uma atividade covarde. Mais importante, tal ato seria considerado uma transgressão pela co-
munidade. Além disso, a yakuza não costuma conduzir a operação dos negócios ela própria. Ativi-
dades centrais, como o merchandising, agiotagem ou administração de casas de apostas são nor-
malmente gerenciadas por membros de fora da yakuza, que pagam taxas de proteção por suas
atividades.
Há muita evidência do envolvimento da yakuza em crimes internacionais. Há muitos membros ta-
tuados da yakuza presos em várias prisões da Ásia por crimes tais como tráfico de drogas e con-
trabando de armas. Em 1997, um membro da yakuza foi capturado traficando 4 quilos de heroí-
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na no Canadá.
Em 1999, Mickey Zaffarano, membro da família Bonanno da máfia ítalo-americana, falou sobre os
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lucros do comércio da pornografia que ambas as famílias poderiam ganhar.
Devido à sua história como uma organização feudal legítima e sua conexão com o sistema político
japonês através do uyoku (grupos políticos de extrema direita), a yakuza de algum modo faz parte
das instituições japonesas, com seis revistas de fãs relatando suas atividades. Um estudo desco-
briu que nove entre dez adultos com menos de 40 anos acreditam que a yakuza não deveria exis-
tir. Na década de 1980, na província de Fukuoka, uma guerra yakuza saiu fora do controle e civis
se feriram. Foi um grande conflito entre o Yamaguchi-gumi e o Dojin-kai, chamado de Guerra Ya-
ma-Michi. A polícia interveio e forçou os chefes dos dois lados declararem uma trégua em público.
Por muitas vezes, pessoas em cidades japonesas lançaram campanhas antiyakuza com resulta-
dos diversos. Em março de 1995, o governo japonês aprovou o Ato pela Prevenção de Atividades
Ilegais por Membros de Grupos Criminosos, que tornou a extorsão tradicional muito mais difícil.
Começando em 2009, liderado por Takaharu Ando, a polícia japonesa começou a reprimir as gan-
gues. Kiyoshi Takayama, chefe do Kodo-kai, foi preso no final de 2010. Em dezembro de 2010, a
polícia prendeu o número três na hierarquia do Yamaguchi-gumi, Tadashi Irie. De acordo com a
mídia, encorajados por leis antiyakuza mais duras, governos locais e empresas de construção co-
meçaram a evitar ou proibir atividades yakuza ou envolvimento em suas comunidades ou projetos
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de construção. A polícia estava em desvantagem, no entanto, pela falta de um equivalente
da delação premiada e proteção à testemunha que outros países têm. Leis foram aprovadas em
Osaka e Tóquio em 2010 e 2011 para tentar combater a influência yakuza ao tornar ilegal a qual-
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quer empresa realizar negócios com a Yakuza.
Ironicamente, Kobe, o lar do maior sindicato yakuza, o Yamaguchi-gumi, é uma das cidades mais
seguras do Japão, pois criminosos mais simples, tais como gangues de rua e trombadinhas, têm
medo de atrair a atenção da yakuza, então eles evitam atuar na cidade.

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