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GRUPO 1 – RACISMO NO BRASIL

TEXTO I
Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto de TEXTO IV
manifestações culturais do Brasil que sofreram algum grau
de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil
colônia até a atualidade. A cultura da África chegou ao
Brasil, em sua maior parte, trazida pela escravidão africana
na época do tráfico transatlântico de escravos. Traços fortes
da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados
aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a
religião, a culinária, o folclore e as festividades populares.

Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_afro-


brasileira> Acesso em: 11 jan. 2016
TEXTO II
Anos de escravidão, lutas por liberdade e ainda hoje a
população negra sofre com o preconceito e a falta de
respeito por suas tradições. (…). A destruição de terreiros,
ofensas, invasões e manifestação de ódio e intolerância
mostram o retrocesso de parte da sociedade brasileira que
teima em contestar a diversidade cultural de um país
formado da intensa mistura de etnias. (…) ”Toda riqueza
cultural das tradições afro-brasileiras não é mostrada
porque não temos espaço na mídia para exibir o que os
povos de terreiro têm de melhor”, pontua Pontes. O
militante e iniciado no Candomblé ressalta também o infeliz
Disponível em: <http://www.juniao.com.br/> Acesso em 15
hábito dos meios de comunicação brasileiros de reproduzir
jan. 2016
imagens ruins que não condizem com o que de fato
TEXTO V
acontece dentro dos terreiros. Mais do que isso, nas poucas
Há uma máxima que diz que todo brasileiro tem o pezinho
vezes em que o debate relacionado ao universo cultural
na África. Mas alguns têm bem mais do que isso. “Têm o pé,
afro-brasileiro chega à grande mídia, o que se vê são
a perna, a alma, o coração. Um estudo mostrou que, numa
produções carregadas de estereótipos, e o povo negro sendo
determinada época, havia aqui um europeu para cada
alvo de piadas e desrespeito. (…) “Para mudar essa
africano. Isso mostra que também fomos colonizados por
realidade, temos que combater a raiz da intolerância, que
eles, tanto que vemos a presença muito forte da África na
para mim é o racismo. Historicamente, a sociedade negou a
nossa culinária, na nossa música, no nosso vocabulário e até
cultura, religião e identidade do negro para negar a sua
na nossa cor”, ressalta o jornalista Carlos Alberto Jr., diretor
humanidade e justificar até mesmo a escravidão”, alerta
de um projeto que tenta detectar as origens africanas de
Marina Duarte de Souza, jornalista e produtora cultural.
150 brasileiros.
Disponível
Disponível
em: <http://negrobelchior.cartacapital.com.br/sobre-
em: <http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/cinema/2015/
preconceito-e-intolerancia-religiosa/> Acesso em 11 jan.
08/09 /noticia_cinema,170467/serie-documental-submete-
2016
150-brasileiros-a-testes-de-dna-para-descobri.shtm> Acesso
TEXTO III
em: 11 jan. 2016
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estima
que 93 milhões de pessoas se autodeclaram brancas, o que
representa total de 46,1% da população. Segundo a Pnad
2013 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), 45%
dos brasileiros se declaram pardos, e 8,1% da população se
diz preta.

Disponível
em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2
014/09/18/ibge-n-de-auto declarados-pretos-e-pardos- GRUPO 2 – SEXISMO NO BRASIL
sobe-e-negros-sao-45-no-pais.htm> Acesso em 11 jan. 2016
Diana Corti Pulga, 17 anos A figura da mulher teve diversas formas e significados ao
longo da história. Entretanto, tanto as fortes mães alemãs da
3º ano do Ensino Médio, Colégio Scalabrini, Guaporé era nazista quanto as frágeis damas da "Belle Époque"
serviram para suprir uma necessidade que não lhes
O sexo frágil fortalecido
pertencia. A mulher de hoje passa por um processo de
Na sociedade atual, vivemos cercados pela tecnologia que transformação de valores no qual decide o que deseja
avança cada vez mais no mercado mundial. Com esse representar, de acordo com suas próprias necessidades.
desenvolvimento, mais profissões vêm surgindo para
O papel feminino foi, por um longo período de tempo,
preencher a imensa demanda de trabalho. Entretanto, há
determinado pelas necessidades da sociedade em que vivia
um detalhe na história da humanidade que permanece
a mulher. O regime de Hitler precisava de donas de casa
quase imutável: a posição da mulher na sociedade. Houve
capazes de manter viva a unidade da família enquanto os
revolução, evolução e reivindicação; e mesmo assim há
maridos lutavam na guerra, assim como a sociedade
áreas em que mulheres são tratadas com inferioridade.
francesa precisava de mulheres que soubessem refletir em
Houve tempos em que a divisão entre sexos era clara: lugar sua fragilidade e firmeza, toda a cultura e elegância da
de mulher era em casa, sem exceções. Retrocedendo ainda França, desviando a atenção do governo corrupto da época.
mais na história, sua função era unicamente a de Sempre existiram, porém, mulheres que não se submetiam a
reprodução. Mesmo do ponto de vista religioso, a mulher é esses moldes. Essas aumentaram em número e espalharam
julgada inferior: seja ao cometer o pecado primordial na suas ideias de liberdade individual e igualdade. Hoje, cada
Bíblia Cristã ou, em alguns momentos, em outras religiões. A mãe e cada filha têm a oportunidade de escolher o que quer
sociedade moderna pode camuflar essa diferenciação, mas representar e que papel quer desempenhar em seu
isso não significa que ela não exista: fantasiada de contexto. Resta, contudo, que não apenas haja a
programas de televisão, em que mulheres são vulgarizadas; oportunidade de escolha, mas que se saiba que ela existe.
disfarçada de patrão interesseiro, que minimiza o trabalho
A Amélia que representa o estado de mudança em que a
feminino; ou mesmo dentro de casa, onde muitas sofrem
sociedade feminina se encontra é da música
abusos de esposos e pais. De várias maneiras quase
"Desconstruindo Amélia", de Pitty. Os versos "E eis que de
invisíveis, a desigualdade bate à nossa porta.
repente ela resolve então mudar" e "disfarça e segue em
Em um recente artigo a respeito da libertação da mulher frente" mostram, respectivamente, o entendimento
(tendo como base o romance "Cinquenta tons de cinza"), a repentino de sua condição seguida de revolta e a hesitação
revista Época discorreu sobre o comportamento da mulher em expor totalmente essa nova compreensão. Outras
moderna, colocando que a excessiva liberdade feminina está mulheres, porém, só terão essa compreensão de Amélia se
extinguindo o romantismo do mundo atual. Entretanto, se a ela abandonar a hesitação e divulgar suas ideias para que o
mulher não tivesse conquistado sua independência, o que maior número possível de pessoas também possa se
seria feito dela nos dias de hoje? Se, mesmo com a transformar.
"liberdade" feminina, a igualdade não foi plenamente
Vencido o tempo de submissão, o momento agora é de
alcançada, como conseguiríamos chegar a ela caso mulheres
mudança e mobilização. Para que cada representante
ainda fossem tratadas como "boas moças", seres submissos?
feminina decida o que quer representar, as convicções das
Portanto, apesar da aparente libertação da mulher na mulheres que lutaram pelos seus direitos em tempo de
sociedade atual, ainda há muito espaço a ser conquistado. repressão devem ser transmitidas intensamente. Somente
Mesmo que na teoria e na lei sejamos todos iguais, tendo os assim, a figura feminina se desvinculará da imagem de Pitty
mesmos direitos, não é isso o que acontece no cotidiano ou de Mário Lago, mas se vinculará com à de outra Amélia,
feminino. Devemos aprender a evoluir corretamente, personagem de uma canção que ainda será escrita.
abandonando de vez os costumes do passado para que
Juliana de Oliveira Ramires, 28 anos
possamos, enfim, chegar à igualdade completa. Afinal, se
não nos tratarmos como iguais estaremos regredindo à Pré- Ensino Médio concluído no Colégio Estadual Júlio de
História ao invés de evoluir rumo a um futuro igualitário e Castilhos
civilizado.
A extinção da Amélia
Henrique Santos de Souza, 17 anos
Recentes pesquisas sobre o mercado de trabalho brasileiro
3º ano do Ensino Médio, Colégio Sinodal, São Leopoldo apontam que o sexismo tão arraigado na machista cultura
brasileira mostra-se também presente nas organizações.
A Amélia que ainda está por vir
Apesar de mais bem qualificadas, as mulheres ainda
recebem remuneração inferior à dos homens, o que aponta
para duas questões sociais muito importantes: a reavaliação
da figura feminina contemporânea e a baixa valorização Mesmo não havendo ainda total igualdade entre os sexos
dessa mão de obra. aos olhos da sociedade, as mulheres conquistaram a
liberdade de igualar-se perante os homens, algo impossível
O papel da mulher ao longo da história foi se modificando à até então. Uma série de fatos levou as damas do mundo
medida que a sociedade flexibilizou sua estrutura e os moderno a não mais temerem, e sim a serem temidas. Um
patriarcais provedores do lar foram cedendo espaço a desses fatos, no Brasil, foi a crise do coronelismo a partir do
mulheres aguerridas que trabalham fora, educam filhos e Estado Novo. As funções de coordenar a casa e procriar logo
administram lares. Hoje essa realidade atinge seu ápice de perderam peso, e o patriarcalismo exacerbado teve sua
desenvolvimento: o público feminino tem se qualificado consequente ruína. Mesmo que, atualmente, muitas
cada vez mais e agrega ao papel de filha, esposa e mãe o mulheres ainda sejam dependentes financeiramente dos
papel de profissional bem-sucedida. São milhares de homens, elas têm o direito de impor-se, de ser respeitadas e
mulheres que assistiram a essa mudança no perfil social da ativas na sociedade. Guiam seus carros, têm suas próprias
mulher brasileira e que estão à frente de grandes cargos de vidas sociais independentes das amizades dos maridos bem
organizações do país, a exemplo do governo Dilma e de seus como o direito ao divórcio.
vários ministérios comandados por mulheres.
Além disso, as transformações do século passado permitiram
Há décadas as mulheres abandonaram a figura de "Amélias" a integração do mundo por meio da globalização e o livre
e tornaram-se personagens à frente da sociedade e das acesso à mídia, a qual vincula essas conquistas. Em outras
empresas, cabendo assim tratamento igualitário ao palavras, a necessidade de tornar-se livre foi levada a quase
propagado "sexo forte". A mão de obra feminina tende a ser todo mundo. As manifestações artísticas também
mais qualificada tanto pela disciplina estimulada desde a desempenharam papéis decisivos. Nomes como Anita
infância quanto pela necessidade de desmistificar o Malfatti e Leila Diniz fizeram questão de mostrar às
estereótipo de sexo frágil. Grande parte das empresas, brasileiras os seus protestos. A partir de então, até mesmo a
apesar de admitirem a existência de um excedente na indústria foi forçada a se adaptar à nova mentalidade
qualificação de mulheres em relação aos homens, ainda feminina. Até a década de 1940, eram raras as motocicletas
trazem em sua formação uma postura machista premiando com dois lugares, pois não era bem visto o uso de calças
com melhores salários os homens pela firmeza, pelo bom pelas mulheres, sem as quais era quase impossível andar de
poder de negociação, pela força, renegando a possibilidade moto. Quando os vestidos foram abandonados e o jeans,
de essas características estarem presentes nas mulheres, ícone na revolução jovem, foi adotado, o banco duplo sobre
que por vezes são mais persistentes, fortes e negociadoras duas rodas passou a ser essencial. Afinal, os homens sempre
apenas pela escolha de entrar no mercado de trabalho. desejaram a companhia das mulheres.
O Brasil é um país jovem e visivelmente feminino no que As conquistas feministas ao longo do tempo devem ser
tange à presença de mulheres em salas de aula, atuando em tomadas não como grandes feitos, mas como fortes
grandes empresas e chefiando famílias. A valorização dessas impulsos. As damas devem continuar a sua luta, pois o
"Amélias", "Marias", "Joanas" ou tantas outras não devido reconhecimento ainda não foi conquistado. Os
dependem de sexismos, mas sim da figura homens devem reconhecer o que há no sexo oposto: força
desenvolvimentista que esse novo perfil representa. É esse de mudar aquilo que durante séculos foi uma regra. Das
diferencial que nos levará ao avanço de um país igualitário Amélias de Mario Lago, hão de vir muitas Leilas. Como diria
ou ao retrocesso, porque a Amélia do memorável Mario Erasmo Carlos, os homens são dependentes e carentes da
Lago não passa de uma vaga lembrança e, ao contrário da força da mulher.
canção, não deixou saudades.

Vinícius de Medeiros Gehling, 17 anos

3º ano do Ensino Médio, Colégio Contemporâneo, Camaquã

De Amélia a Leila Diniz

O século XX foi marcado por inúmeras transformações


sociais e culturais, podendo ser chamado de século da
liberdade. A luta por ser livre desmantelou um sistema
conservador, uma sociedade patriarcal e uma juventude
oprimida. Em meio ao turbilhão de conquistas, a mulher
decidiu não mais ser comandada pelo homem, conquistando
não só a sua independência, como também o seu merecido
respeito. Mas tudo isso apenas foi possível a partir do
momento em que as mulheres deixaram de ouvir e os GRUPO 3 – AS COMPLEXIDADES DO COMBATE A
homens passaram a escutar. HOMOFOBIA NO BRASIL
Homofobia mata uma pessoa a cada 25 horas: Norte tem o amigo de Gabriel, caiu de uma escadaria ao tentar correr do
maior índice agressor e ficou bastante machucado. Ele chegou a fazer
uma postagem no Twitter. "Na hora que aconteceu, aquilo
Foram mortas, em 2016, 343 pessoas lésbicas, gays, não estava sendo real para mim. A ficha realmente só caiu
bissexuais, travestis e transsexuais (LGBT) no Brasil — um quando cheguei em casa, conversei com meus familiares,
recorde levantado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) nos 37 chorei e desabafei. Mas ainda fica aquela angústia, sabe? Foi
anos em que compila anualmente o número de vítimas fatais difícil dormir tranquilamente essa noite e sei que vai ser
da homofobia. Isto que significa que, aproximadamente a assim por um tempo", desabafou Gabriel. Os jovens
cada 25 horas, pelo menos uma pessoa com estas registraram um Boletim de Ocorrência (B.O) online pela
orientações sexuais é assassinada no país, conforme agressão. "Felizmente tenho apoio de muitas pessoas que
adiantou a coluna de Ancelmo Gois. E o GGB alerta: a falta estão do meu lado e é isso que me faz continuar de cabeça
de registros ainda é um grave problema no Brasil, que ainda erguida pra lutar e resistir a esse tipo de coisa absurda que
carece de registros centralizados e oficiais do tipo, portanto infelizmente ainda acontece hoje em dia", ressaltou.
a realidade possivelmente é muito mais dramática. Em 2000,
foram registrados 130 homicídios; e em 2010, 260. Uma Fonte:
outra virada na tendência nos últimos anos ocorre a nível http://www.folhape.com.br/noticias/noticias/cotidiano/201
regional: o Norte vem liderando o número de assassinatos 7/02/20/NWS,18643,70,449,NOTICIAS,2190-NAO-PAREC IA-
por habitantes, tirando a triste liderança de décadas da REAL-DIZ-JOVEM-VITIMA-HOMOFOBIA-OLINDA.aspx
região Nordeste. Em 2016, foram computados 3,02
homicídios a cada um milhão de habitantes no Norte,
seguido pelo Centro-Oeste (2,56), Nordeste (1,94), Sul (1,24)
e Sudeste (1,19). Em números absolutos a nível estadual,
estão na frente São Paulo (49 assassinatos), Bahia (32), Rio
de Janeiro (30) e Amazonas (28).

Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade/homofobia-
mata-uma-pessoa-cada-25-horas-norte-tem-maior-indice-
20819002#ix zz4qOdTjsvX

Homofobia nas escolas brasileiras

“Não parecia ser real” – Diz jovem vítima de homofobia em


Olinda

Um dia após ser agredido junto com amigos por ser gay,
durante prévia no Sítio Histórico de Olinda, Gabriel Melo, de
20 anos, disse que a dor e confusão psicológica são mais
forte do que a física. "O sentimento é de impotência e culpa
por não ter feito algo pra me defender e proteger meus
amigos na hora é enorme", revelou. Ele estava com outros
dois amigos na fila de um banheiro próximo à rua 13 de
Maio quando, ao presumir que dois deles teriam se beijado,
um homem, que aparentava estar embriagado, os empurrou GRUPO 4 – O aumento da criminalidade entre os jovens
e deu um tapa no rosto de um deles. Marcos Valdevino, brasileiros.
Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que os jovens
recebam escolarização e profissionalização durante a
internação, mas um relatório de 2013 do Conselho Nacional
do Ministério Público (CNMP) aponta que nem todas as
unidades de internação oferecem condições adequadas para
isso. 8) Segundo o estudo, no Sudeste, 82,9% das unidades
pesquisadas oferecem salas de aula adequadas para a
escolarização, mas nas demais regiões, esse índice varia de
72,% (no Norte) a 52% (Sul). 9) Quanto à profissionalização,
o mesmo relatório mostra que, enquanto no Sudeste 77,5%
das unidades contam com espaço adequado para a
formação dos adolescentes privados de liberdade, nas
demais regiões, o percentual cai a 40%, no Centro-Oeste;
30% no Nordeste, 37,5% no Norte e 35,6% no Sul. 10) O
jovem interno é reavaliado a cada seis meses por uma
equipe multidisciplinar, geralmente formada por psicólogo,
assistente social e educador social, que define um Plano
Individual de Atendimento (PIA) e determina se o jovem tem
ou não condições de voltar à sociedade. 11) Se for liberado,
no período de transição, o menor infrator pode ser colocado
em regime de semiliberdade ou de liberdade assistida. 12)
Nos regimes de semiliberdade ou liberdade, assistida o ECA
determina que os jovens permaneçam no sistema
socioeducativo. Mas segundo estudo do CNMP, 80% das
unidades do país não oferecem atendimento aos egressos da
internação. Fonte:
http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/03/entenda-como-
sao-punidos-os-infratores-menores-de-18-anos

Entenda como são punidos os infratores menores de 18 anos

Confira o que a lei brasileira determina atualmente:

1) Os jovens menores de 18 anos são considerados


“penalmente inimputáveis”, ou seja, não podem responder
criminalmente por seus atos infracionais. 2) Quando
cometem atos infracionais, os jovens são encaminhados à
Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, caso haja
uma na localidade, e não às delegacias de polícia. 3) Os pais
são comunicados e, dependendo da gravidade do ato, o
adolescente é liberado ou encaminhado a uma unidade de
internação. O jovem pode ficar até 45 dias em internação
provisória. 4) Geralmente, são internados jovens que
cometem atos como homicídio, tráfico de drogas ou são
reincidentes em crimes violentos. Atos menos graves podem
ser convertidos em advertência, reparação de danos e
prestação de serviços à comunidade. 5) Em até 45 dias, o
adolescente é julgado em uma vara da Infância e Juventude.
Comprovada a autoria do ato, o jovem sofre medidas
socioeducativas (privação da liberdade, semiliberdade ou
liberdade assistida). 6) A internação pode durar no máximo
três anos e não tem um prazo mínimo predeterminado. 7) O GRUPO 5 – INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO BRASIL
Trecho dos Parâmetros Curriculares Nacionais homossexuais, negros ou estrangeiros. Mas é melhor não
pagar para ver. Adeptos dos cultos afro-brasileiros não só
Os Parâmetros Curriculares Nacionais explicam que, com o denunciam como organizam sua legítima reação em
tema pluralidade cultural, “propõe-se uma concepção que passeatas contra a intolerância religiosa. Contam com o
busca explicitar a diversidade étnica e cultural que compõe a apoio na sociedade e de representantes de outros credos,
sociedade brasileira, compreender suas relações, marcadas com quem têm em comum a convicção de que o respeito à
por desigualdades socioeconômicas e apontar fé alheia é sagrado. Se a sociedade se mobiliza, mais
transformações necessárias, oferecendo elementos para a obrigações ainda tem o poder publico, que deve ficar atento
compreensão de que valorizar as diferenças étnicas e e ser ágil nas investigações. Caso a intolerância não seja
culturais não significa aderir aos valores do outro, mas punida exemplarmente, fiéis movidos pela absurda
respeitá-los como expressão da diversidade, respeito que é, presunção de superioridade poderão se sentir encorajados a
em si, devido a todo ser humano, por sua dignidade prosseguir, porque, afinal, estariam agindo “em nome de
intrínseca, sem qualquer discriminação. A afirmação da Deus". E é justamente assim que pensam radicais
diversidade é traço fundamental na construção de uma responsáveis por guerras milenares e terrorismo pelo
identidade nacional que se põe e repõe permanentemente, mundo afora.
tendo a ética como elemento definidor das relações sociais e
interpessoais” (Fonte: Jornal O globo, texto de 17/08/2014. Link para o
texto: http://oglobo.globo.com/opiniao/o-perigo-da-
Fonte: (PCN, v.10, 1997, p.19). intolerancia-religiosa-13622751 )
O perigo da intolerância religiosa

A tolerância religiosa no Brasil nunca foi pura e A intolerância religiosa


simplesmente uma medida imposta por decreto. É, antes
disso, um aspecto cultural. Por um lado, foi preciso incluir na (Por Dráuzio Varella)
Constituição artigo resguardando a liberdade de culto e
proteção contra a discriminação, porque tais garantias não Sou ateu e mereço o mesmo respeito que tenho pelos
seriam naturais; por outro, a convivência entre credos religiosos. A humanidade inteira segue uma religião ou crê
distintos foi facilitada pela formação do povo. A em algum ser ou fenômeno transcendental que dê sentido à
miscigenação e a intimidade entre a casa-grande e a senzala existência. Os que não sentem necessidade de teorias para
resultaram em mecanismos de acomodação, como o explicar a que viemos e para onde iremos são tão poucos
sincretismo que uniu religiões aparentemente tão diferentes que parecem extraterrestres. Dono de um cérebro com
quanto o catolicismo e o candomblé. Na Bahia, por exemplo, capacidade de processamento de dados incomparável na
eles se misturaram. No entanto, a tendência à convivência escala animal, ao que tudo indica só o homem faz
pacífica tem sido cada vez mais posta em xeque, e de uma conjecturas sobre o destino depois da morte. A possibilidade
forma que as autoridades não podem fazer vista grossa. A de que a última batida do coração decrete o fim do
série de reportagens publicada pelo GLOBO semana passada espetáculo é aterradora. Do medo e do inconformismo
mostra que os fiéis da umbanda e do candomblé — 600 mil gerado por ela, nasce a tendência a acreditar que somos
pelo Censo 2010 — foram vítimas de 22 das 53 denúncias de eternos, caso único entre os seres vivos. Todos os povos que
intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100, da deixaram registros manifestaram a crença de que
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, de janeiro a sobreviveriam à decomposição de seus corpos. Para atender
11 de julho deste ano. Além disso, um estudo da PUC-Rio esse desejo, o imaginário humano criou uma infinidade de
registrou que, num grupo de 840 terreiros, 430 foram alvo deuses e paraísos celestiais. Jamais faltaram, entretanto,
de discriminação, sendo 57% dos casos em locais públicos. mulheres e homens avessos à interferências mágicas em
Os ataques vão de manifestações de preconceito na escola e assuntos terrenos. Perseguidos e assassinados no passado,
no trabalho a ofensas pessoais, ameaças, danificação de para eles a vida eterna não faz sentido. Não se trata de
imagens e até a destruição de terreiros. A mãe de santo opção ideológica: o ateu não acredita simplesmente porque
Conceição de Lissá, em Duque de Caxias, viu seu terreiro ser não consegue. O mesmo mecanismo intelectual que leva
atacado oito vezes nos últimos oito anos. Em pelo menos um alguém a crer leva outro a desacreditar.
episódio, fanáticos usaram gasolina para atear fogo no www.projetoredacao.com.br Os religiosos que têm
quarto dos artigos usados nas cerimônias. Ou seja, além da dificuldade para entender como alguém pode discordar de
humilhação e do dano moral, a integridade física dos fiéis sua cosmovisão, devem pensar que eles também são ateus
está em risco. A intolerância, por si só, já é inaceitável. Seja quando confrontados com crenças alheias. Que sentido tem
contra orientação sexual, etnia ou crença. Trata-se de um para um protestante a reverência que o hindu faz diante da
comportamento criminoso que deve ser punido como estátua de uma vaca dourada? Ou a oração do muçulmano
manda a lei. www.projetoredacao.com.br Felizmente, não voltado para Meca? Ou o espírita que afirma ser a
chegamos aqui ao ponto de outros países em que grupos se
organizam para manifestar publicamente o ódio a
reencarnação de Alexandre, o Grande? Para hindus, A intolerância religiosa - desafio de um país democrático e
muçulmanos e espíritas esse cristão não seria ateu? Na laico
realidade, a religião do próximo não passa de um
amontoado de falsidades e superstições. Não é o que pensa (Por Michael Pereira de Lira)
o evangélico na encruzilhada, quando vê as velas e o galo
O tratamento legal contra a intolerância religiosa ainda está
preto? Ou o judeu quando encontra um católico ajoelhado
comparável às ações contra o assédio moral e o assédio
aos pés da virgem imaculada que teria dado à luz ao filho do
sexual no meio corporativo, quando as ações só eram
Senhor? Ou o politeísta, ao ouvir que não há milhares, mas
permitidas quando houvesse provas objetivas e
um único Deus? Quantas tragédias foram desencadeadas
testemunhais da ocorrência de tais assédios. Hoje, com
pela intolerância dos que não admitem princípios religiosos
relação aos assédios, há entendimentos e jurisprudência no
diferentes dos seus? Quantos acusados de hereges ou infiéis
tratamento de situações que, anteriormente vistas como
perderam a vida? O ateu desperta a ira dos fanáticos,
subjetivas, hoje são evidências consideráveis bastante
porque aceitá-lo como ser pensante obriga-os a questionar
objetivas. Exemplo: O assédio moral só era considerado
suas próprias convicções. Não é outra a razão que os fez
quando praticado pelo chefe imediato, que agia com
apropriar-se indevidamente das melhores qualidades
truculência e excessiva agressividade com o (a) subordinado
humanas e atribuir as demais às tentações do diabo.
(a), e ainda contava com algumas testemunhas. Hoje, é
Generosidade, solidariedade, compaixão e amor ao próximo
sabido que o assédio moral é praticado com "sutilezas", até
constituem reserva de mercado dos tementes a Deus,
mais cruéis que os ataques anteriormente feitos às claras.
embora em nome d’Ele sejam cometidas as piores
Com relação ao assédio sexual, da mesma forma. O que
atrocidades. Os pastores milagreiros da TV, que tomam
antes era qualificado apenas quando ocorria uma "cantada"
dinheiro dos pobres, são tolerados porque o fazem em
explícita e grosseira do chefe para com a secretária, hoje, as
nome de Cristo. O menino que explode com a bomba no
"sutilezas" são matérias de lides trabalhistas, por exemplo,
supermercado desperta admiração entre seus pares, porque
quando a questão são as vestimentas sensuais e impróprias
obedeceria aos desígnios do Profeta. Fossem ateus seriam
da "chefa" no ambiente de trabalho e o constrangimento
considerados mensageiros de satanás. Ajudamos um
dos subalternos. (Há outros locais mais apropriados para
estranho caído na rua, damos gorjetas em restaurantes nos
tanto exibicionismo). O mesmo raciocínio se deve considerar
quais nunca voltaremos e fazemos doações para crianças
em relação á intolerância religiosa. As sutilezas não estão
desconhecidas, não para agradar a Deus, mas porque
sendo consideradas. Alguém já conceituou com
cooperação mútua e altruísmo recíproco fazem parte do
propriedade: "A intolerância religiosa é um conjunto de
repertório comportamental não apenas do homem, mas de
ideologias e atitudes ofensivas a crenças e práticas religiosas
gorilas, hienas, leoas, formigas e muitos outros, como
ou mesmo a quem não segue uma religião. É um crime de
demonstraram os etologistas. O fervor religioso é uma arma
ódio que fere a liberdade e a dignidade humana." Diante
assustadora, sempre disposta a disparar contra os que
deste conceito amplo, poderemos, portanto, resumir como
pensam de modo diverso. Em vez de unir, ele divide a
liberdade religiosa: 1) O direito de ter uma religião e crer
sociedade — quando não semeia o ódio que leva às
num ser divino; 2) O direito de não ter uma religião e não
perseguições e aos massacres. Para o crente, os ateus são
crer em um ser divino; 3) O direito à neutralidade religiosa
desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas,
em espaços de uso comum (públicos).
incapazes de um gesto de compaixão, preconceito que
www.projetoredacao.com.br Vivemos num País rico em
explica por que tantos fingem crer no que julgam absurdo.
manifestações e crenças religiosas, e muitos que, por opção,
www.projetoredacao.com.br Fui educado para respeitar as
não professam nenhuma. Exemplificando: - A minha religião
crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a
é A, a sua religião é B e o nosso colega do lado não tem
religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições
nenhuma religião. Entretanto, este gigante País, de
existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne
dimensões continentais, Constitucionalmente Laico desde a
intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos,
primeira Constituição da República, ainda permite e tolera
leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores
que o 3º direito (interpretado à luz do conceito de
ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por
intolerância religiosa) apontado acima não seja respeitado,
suas ações, não pelas convicções que apregoam.
pois, apesar de estarmos no século XXI, vivemos ainda sob a
(Fonte: http://drauziovarella.com.br/drauzio/intolerancia- égide do Art. 5º da Constituição brasileira de 1824. No Brasil,
religiosa/) a Constituição outorgada de 1824 estabelecia a religião
católica como sendo a religião oficial do Império, que
perdurou até o início de 1890, com a chegada da República.
Em seu Art. 5º lia-se: “A Religião Catholica Apostolica
Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as
outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico,
ou particular em casas para isso destinadas, sem fórma
alguma exterior do Templo”. Conforme De Plácido e Silva:
"LAICO. Do latim laicus, é o mesmo que leigo, equivalendo
ao sentido de secular, em oposição do de bispo, ou natureza, mas, ainda imaturo no exercício da verdadeira
religioso." (SILVA, 1997, p. 45). O termo laico remete-nos, liberdade religiosa. Nossa pátria mãe gentil, ainda convive
obrigatoriamente, à ideia de neutralidade, indiferença. É com a intolerância religiosa sutil.
também o que se compreende nos ensinamentos de Celso
Ribeiro Bastos, onde "A liberdade de organização religiosa Fonte:
tem uma dimensão muito importante no seu http://michaellira.jusbrasil.com.br/artigos/112355291/a-
relacionamento com o Estado. Três modelos são possíveis: intolerancia-religiosadesafio-de-um-pais-democratico-e-
fusão, união e separação. O Brasil enquadra-se laico)
inequivocadamente neste último desde o advento da
República, com a edição do Decreto119-A, de 17 de janeiro
de 1890, que instaurou a separação entre a Igreja e o
Estado. O Estado brasileiro tornou-se desde então laico. (...)
Isto significa que ele se mantém indiferente às diversas
igrejas que podem livremente constituir-se (...)". (BASTOS,
1996, p. 178). A atual Constituição não repete tal disposição,
nem institui qualquer outra religião como sendo a oficial do
Estado. Ademais estabeleceu em seu artigo 19, I o seguinte:
“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas,
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou
manter com eles ou seus representantes relações de
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público.” Portanto, qualquer
discurso contra a intolerância religiosa que não tratar da
importância da neutralidade religiosa em nosso País, é
hipocrisia, pois, tanto a liberdade de opinião e a
inviolabilidade de consciência são asseguradas por nossa
Constituição. O Estado, laico como é, não deve estabelecer
preferências ou se manifestar por meio de seus órgãos.
www.projetoredacao.com.br Como bem afirma Dr. Roberto
Arriada Lorea "(...) O Brasil é um país laico e a liberdade de
crença da minoria, que não se vê representada por qualquer
símbolo religioso, deve ser igualmente respeitada pelo
Estado". (LOREA, O poder judiciário é laico. Folha de São
Paulo, São Paulo, 24 set. 2005. Tendências/Debates, p.03).
Portanto, ante a bandeira contra a intolerância religiosa, é
impossível aceitar que seja lícito que prédios públicos
ostentem quaisquer símbolos religiosos, por contrariar o
princípio da inviolabilidade de crença religiosa. O Estado
deve respeito ao ateísmo e quaisquer outras formas de
crença religiosa. O predomínio do Catolicismo no Brasil não
justifica tais símbolos e não "recria" uma "religião oficial",
resgatando o art. 5º da Constituição do Brasil Império. Evito,
neste momento de entrar no mérito de qualquer das outras
religiões praticadas em nosso País. Não advogo aqui qual ou
quais religiões o crucifixo representa. Entretanto, se tais
símbolos ofendem a liberdade de crença ou descrença de
uma única pessoa, já se torna matéria suficiente para
justificar a retirada destes objetos religiosos dos prédios
públicos ou até mesmo de empresas privadas, considerando
que seus frequentadores, empregados, usuários, clientes,
fornecedores, etc., não comungam da mesma crença ou
descrença. E tão pouco é lícito ao Estado, ou qualquer um de
seus poderes, autarquias ou assemelhados, usar erário
público para patrocinar esta ou aquela festa ou
manifestação religiosa, por estar estabelecendo
preferências. Vivemos num País democrático e gigante por

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