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me/BRASILREVISTAS
O livro dos

MortoS
VivoS Priscila Gorzoni

Diretores
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Fábio Kataoka t.me/BRASILREVISTAS
Nilson Festa

Administração Geral
Andreza de Oliveira Pereira
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Robson Oliveira

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eletrônico ou impresso, inclusive fotocópias sem prévia autorização e consentimento da editora.

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sumário
CAPÍTULO 1
OS MORTOS VIVOS..................................................................5
CAPÍTULO 2
VAMPIRO (VURCULAC, WAMPYR)..........................................8
CAPÍTULO 3
ZUMBI..............................................................................36
CAPÍTULO 4
VICTOR
Entre FRANKSTEIN............................................................50
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CAPÍTULO 5
OUTROS MORTOS VIVOS.....................................................52
CAPÍTULO 6
FILMOGRAFIA................................................................70
CAPÍTULO 7
DIRETORES FAMOSOS..........................................................75
CAPÍTULO 8
MONTROS FAMOSOS DO REINADO
DOS MORTOS VIVOS............................................................77
CAPÍTULO 9
LITERATURA: OS MORTOS VIVOS........................................78

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O CHARME
DOS MORTOS VIVOS
Eles gostam de andar em trapos, roupa rasgada, rosto pálido,
não são vivos e nem mortos, estão entre essas duas situações e por
isso são tão assustadores.
Embora o cinema os coloque em um segundo plano, os Mortos
vivos que incorporam os zumbis, vampiros, múmias, ghouls nunca
deixaram de figurar nos filmes, histórias em quadrinhos, livros de
terror, seriados e até em músicas de famosos.
O fato é que o folclore sobre os mortos vivos é imenso e está
presente em quase todas as culturas. Na verdade os mitos e lendas
sobre esses seres em transição escondem o nosso receio e o mis-
térios do que acontece conosco após a morte. Esses seres sempre
Entre emànosso
trazem Canalassustadores
tona cenários no Telegram:como t.me/BRASILREVISTAS
cemitérios e catacumbas.
Assim, como seus personagens principais, elas também fazem parte
do nosso imaginário fantástico e do terror.
Terror esse que nos acompanha desde a origem da humanidade.
Desde pequenos somos assombrados por monstros, o palhaço que
se revolta cria vida e pode nos atacar durante a noite, ou mesmo
a bruxa que entra pela janela do quarto para nos assombrar. Faz
parte desse rol do terror os mortos vivos.
Os monstros ganharam um foco especial a partir do século XIX
com a literatura de terror. Escritores estadunidense Stephen King
(1947 ), norte-americano H. P. Lovercraft (1890-1937), e prin-
cipalmente, estadunidense Edgar Allan Poe (1809-1849) dariam
novo status, linguagem e roupagem mais moderna aos monstros
e seus climas assustadores. Os dráculas e os Franksteins também
ganharam destaque e caras diferentes no cinema e nos livros. Um
dos méritos da fama dos Vampiros cabe a Bram Stocker (1847-
1912), que publicou o primeiro romance sobre Drácula em 1897,

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que mais tarde se tornará filme. Mas bem antes de ganhar fama,
as lendas de vampiros já corriam pela Grécia e Bálcãs (região que
engloba Albânia, Bósnia, Herzegovina, Bulgária, Grécia, República
da Macedônia, Croácia, Romênia e Eslovênia).
Entre os mortos vivos o mais famoso é o Zumbi, que está sem-
pre em segundo plano nos filmes de terror, mas em seu destaque
garantido. O Zumbi ganha a atenção do público norte-americano
no fim dos anos 20. Ele tem sua origem na África. Sua trajetória
ao estrelato é bem mais tímida do que os seus companheiros Vam-
piros e Frankenstein.
Independente de suas trajetórias o fato é que esses personagens
fazem parte do nosso imaginário popular e fantástico. Por isso es-
tamos agora falando deles.
Priscila Gorzoni

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Capitulo 1
Os mortos vivos

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M
ortos vivos são personagens míticos e fabulosos que não
estão nem vivos e nem mortos. O exemplo mais comum
deles é o zumbi, que são mortos que não tiveram descanso
e voltaram à vida em um tipo de transe. Os zumbis possuem a pele
apodrecida e usam roupas esfarrapadas, possuem um cheiro forte
e horrível.
Esses monstros ou criaturas assustadoras pedem partes do corpo,
como os dentes ou os dedos e perambulam sem rumo, geralmente
a procura de vingança. Para serem mortos definitivamente devem
levar um tiro na cabeça.
Além dos zumbis, temos no rol dos mortos vivos os vampiros,
múmias, entre outros.
O que diferencia um zumbi de um espírito, é que o primeiro
vagueia pelo mundo no mesmo corpo que habitava quando vivo.

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Os mortos vivos

Para Alex Irvine em Supernatural: o livro dos monstros, espíritos,


demônios e ghouls da editora Gryphus, caso o espírito seja muito
mau, é possível que ele consiga reconstituir seu corpo usando ec-
toplasma, mas apenas um zumbo pode reanimar a peça original.
O folclore sobre os mortos vivos é abundante. Existem inclusive
relatos de viajantes e historiadores sobre o assunto. No século XII
o viajante inglês William de Newburgh, relata em seu diário de
campo como alguns cadáveres saem de seus caixões e da impossibi-
lidade de matá-lo até com um machado. Newburgh descreve com
detalhes a aparição de um zumbi.
Outro caso de zumbis que tornou-se famoso em 1951 acon-
teceu no norte da Alemanha, onde os zumbis são chamados de
nachzehrer. Esse fato ficou conhecido como: O caso do sapateiro
da Silésia. Tudo começa com uma família tentando esconder um
suicídio. Mas a verdade é revelada, quando o cadáver sai do tú-
muloem
Entre e aterroriza
nosso Canalos cidadãos de Breslau
no Telegram: por oito meses. Depois
t.me/BRASILREVISTAS
de muito susto, os moradores resolvem abrir o caixão do morto
e quase morrem de susto também, o sapateiro morto está com a
aparência de vivo. Apesar dos oito meses, o corpo nem apresenta
sinal de decomposição ou cheiro ruim. Então, eles decidiram co-
locar o corpo do sapateiro em um outro caixão que seria vigiado
o tempo todo. A última solução foi decepar a cabeça do morto,
desmembrar suas mãos, pés, suas costas foram abertas, seu coração
removido. Tudo foi queimado em uma pira funerária composta de
sete braços de madeira e de muitos anéis de piche. Mas para que
ninguém recolhesse as cinzas ou os ossos e os usasse para bruxaria,
os guardas foram instruídos a não deixar ninguém se aproximar. Na
manhã seguinte, o fogo já havia consumido a pilha de madeira e as
cinzas colocadas em um saco e água corrente. E assim, parece que
a paz voltou a reinar.
O sapateiro foi um dos primeiros a figurarem como zumbis, dele
vários outros personagens surgiram, embora com nomes diferentes.
De uma cultura para outra, os mortos vivos podem receber nomes

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diferentes, mas possuem as mesmas características ou comporta-


mentos. Muitas pessoas usam a palavra ghoul pra designar Zumbi.
Qualquer monstro que não são demônios (alguns até são cha-
mado de demônios, como o ghoul, mas não são os demônios tra-
dicionais), nem espíritos, circulam pelo mundo em seus próprios
corpos, o mesmo que possuíam quando eram pessoas comuns, são
mortos vivos.
Na ciência, o termo morto vivo não é utilizado. Essa expressão
faz parte da superstição e da mitologia. Por outro lado, em termos
científicos uma pessoa que é revivida de morte clínica é lembrada
como viva, uma vez que suas funções biológicas associadas à vida
foram restauradas. A capacidade de matéria morta se comporta
como se estivesse viva. As representações ficcionais do morto vivo
não é reconhecida pela ciência e qualquer trabalho místico está
fora de seu escopo.

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Capitulo 2
vampiro(Vurculac, wampyr)

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S
egundo o livro De onde vêm as palavras: origens e curiosi-
dades da língua portuguesa, de Deonísio da Silva, da edito-
ra Novo Século, a palavra vampiro vem do alemão wampir,
vindo do sérvio ou do eslavônio upir, sanguessuga. Vampiros famo-
sos ostentam nomes das localidades onde surgiram, consagrados no
cinema e na literatura, de que são exemplos Düsseldorf e a Tran-
silvânia, e entre nós o clássico O Vampiro de Curitiba, do escritor
paranaense Dalton Trevisan, já levado ao teatro e ao cinema. Os

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americanos filmaram Entrevista com o Vampiro de Anne Rice,
com Tom Cruise no papel principal.
O primeiro uso da palavra vampiro em inglês aconteceu por
volta de 1734, em As viagens de três cavalheiros ingleses, o qual
só é conhecido hoje como parte do volume quatro de Harleian
Miscellany. Isso aconteceu mais ou menos na mesma época das pri-
meiras grandes histórias de vampiros na Europa continental, sendo
a mais famosa delas uma narrativa póstuma das atividades de Peter
Plogojowits, publicado em 1725. Nesse período, outro vampiro
chamado Arnold Paole, estava causando problemas em sua cidade
natal, chamada Medvegia, na Sérvia. Cinco anos após a morte de
Paole, Medvegia foi subiamente invadida, o que resultou em 17
mortes em menos de três meses. O imperador da Áustria, Carlos
VI, declarou que uma investigação fosse feita. O resultado da apu-
ração, chamou-se Visum et Repertum e foi assinada por muitos
Entre em nosso
militares, Canal
incluindo um no Telegram:
cirurgião t.me/BRASILREVISTAS
de campo temporário.
Mas esse não foi o inicio dos problemas da Europa com os
vampiros. Desde o século XVI que vários governos já distribuíram
recompensas para aqueles que caçassem e matassem vampiros e
lobisomens.

O vampiro nem sempre foi um morcego gigante e voador,


como costuma mostrar o cinema. Diz a crença popular que
muitos suicidas se tornaram vampiros. J. Gordon Melton,
afirma que o conceito de mortos que voltam para atacar pes-
soas e se alimentar de seu sangue encontrou maior expressão
na Europa Cristã. No século XII, o historiador inglês William
de Newburgh já relatava casos de mortos que voltavam para
aterrorizar e matar durante a noite. Eles eram chamados de
sanguisugas.

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vampiro

A fama
Juntamente com o monstro de Frankenstein, o vampiro tor-
nou-se o ser sobrenatural mais conhecido no mundo inteiro,
como o resultado de várias décadas de filmes de terror, influen-
ciando a imaginação e graças às pesquisas do escritor irlandês
Stocker. Antes dele, a lenda era confusa, mas Stocker aperfei-
çoou-a, deu ao personagem uma definição e adicionou Drácula
à lista do terror clássico.
O nome de seu vampiro foi tomado de um nobre dos Bálcãs,
no século 15, cujas sádicas crueldades justificavam a denomi-
nação: dracul, em romeno, quer dizer diabo. É surpreendente
verificar que essa lenda é relativamente nova e que, antes, só
existia em lugares isolados. Isso porque lendas anteriores ofere-
ciam muitas histórias de demônios sugadores de sangue.
Já em Odisséia havia espíritos consumidores de sangue. Os
Entrehebreus,
em nosso Canal
árabes no Telegram:
e romanos t.me/BRASILREVISTAS
tinham histórias de entes sobrenatu-
rais que bebiam sangue: mas nenhum deles parece apresentar
qualquer relação com o vampiro, com as características hoje
conhecidas.
A palavra vampiro provém de vários termos do Leste euro-
peu, inclusive vampir, da língua magiar. A lenda, embora apa-
recendo somente no século 16, no século seguinte já conseguia
atingir regiões tão longínquas como a Grécia. Os religiosos a
notar a rápida evolução dessas histórias nos Bálcãs, e seus supe-
riores mencionaram uma nova ofensa do demônio.

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Definição: O vampiro é tradicionalmente definido como
um corpo reanimado que se ergue do túmulo à noite para su-
gar o sangue de pessoas vivas. Ele muitas vezes se disfarça de
morcego durante suas perambulações noturnas. As pessoas
mordidas por vampiros tornam-se um ao morrerem; algumas
vezes, dependendo da origem da lenda, elas se transformam
imediatamente.
O que os que acreditam nele dizem: Vampiros existem;
são criaturas sobrenaturais que se alimentam de sangue, vul-
neráveis à luz do sol, cruzes e alho, e dormem em caixões
durante o dia.
O que os céticos dizem: Vampiros não existem. Há como
nos mostrar no decorrer da história, pessoas que sofrem de
uma rara doença genética chamada porfiria, o que as torna
sensíveis à luz e lhes causa uma anemia crônica e grave, que
Entremuitas tentam
em nosso tratarno
Canal bebendo sangue.
Telegram: Com o passar dos sé-
t.me/BRASILREVISTAS
culos, essas pessoas foram sendo mitificadas, até virarem o
ícone atual do vampiro chupador de sangue que vemos nos
filmes e nos romances. As descrições dos corpos exumados
de supostos vampiros podem ser explicadas como um pro-
cesso normal de decomposição. Se um corpo exibia sinais
de haver tentado escapar do caixão, o mais provável é que
fosse de uma pobre alma enterrada cedo demais, enquanto a
pessoa ainda estava viva.
Qualidade das provas: Fraca.
Probabilidade de o fenômeno ser paranormal: Baixa.
No século XVI, a condessa Elizabeth Bathory bebia sangue
humano e banhava-se com ele. Ela acreditava que o sangue
das virgens possuía poderes curativos e, por anos, obrigou
seus criados a capturarem jovens puras das cidades vizinhas
para que pudessem usá-las a seu bel-prazer. Muitas vezes,
Elizabeth torturava essas pobres vitimas antes de tirar-lhes

11
vampiro

o sangue, deliciando-se ao aplicar dores às suas vitimas, presas no


calabouço de seu castelo.
Um século antes, Vlad, o Empalador, o conde Drácula, come-
teu atos igualmente repulsivos e era também conhecido por be-
ber sangue. Durante um evento particularmente abominável, Vlad
mandou desmembrar e empalar milhares de pessoas enquanto se
banqueteava, parando de vez em quando para mergulhar o pão no
sangue dos moribundos.
A lenda de Vlad, o Empalador, foi a principal fonte de inspi-
ração de Bram Stoker ao escrever seu clássico romance Drácula,
embora digam que Stoker também estudou a lenda de Elizabeth
Bathory para mais informações.
Nos dias atuais, os romancistas Stephen King e Anne Rice fize-
ram grandes contribuições à percepção moderna do vampiro. Em a
hora do vampiro, King criou o repulsivo Kurt Barlow, um vampiro
imortal que decide abrir uma loja em Jerusalém. Em O Vampiro
Entre emRice
LeStat, nossonosCanal no oTelegram:
apresenta t.me/BRASILREVISTAS
sedutor LeStat.
A lenda do vampiro, com todas as suas facetas de horror e fic-
ção cientifica. Ela é um dos mitos mais duradouros e cultuados da
história da humanidade. A metamorfose das histórias de pessoas
como Bathory ou Vlad em contos de paixão e poderes sobrenatu-
rais mostra a necessidade do mito na vida humana.
Fonte: Os 100 maiores mistérios do mundo: a mais completa
lista sobre coisas estranhas e inexplicáveis, de Stephen J. Spignesi,
Editora Difel, RJ, 2004.

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Quem é ele
O vampiro é um cadáver ambulante, com poderes e funções.
Como cadáver apresenta-se com a palidez da morte e gelado. Al-
guns ainda o descrevem como macilento e magro. Quando está
alimentado de sangue, seus lábios se sobressaem em um vermelho
forte e seus olhos faíscam luz vermelha. Em outros pontos, ele lem-
bra o lobisomem, apresenta orelhas pontudas e pêlos nas mãos e
no corpo. Segundo a crença polonesa, sua língua é pontuda como
relho e, para os húngaros, possui apenas uma narina. Na Grécia,
o vampiro tem olhos azuis e qualquer pessoa diferente pode ser
tachada de vampiro. As lendas do Bálcãs (região que engloba Al-
bânia, Bósnia, Herzegovina, Bulgária, Grécia, República da Mace-
dônia, Croácia, Romênia e Eslovênia) dizem que sua cova é cheia
de buracos do tamanho de um dedo no solo onde ele consegue se
filtrar até a superfície. Seu cadáver tem os olhos abertos, as faces
coradas, os cabelos brilhantes, sangue nas veias, corpo bem nutri-
Entre
do, em nosso
caixão cheioCanal no Telegram:
de sangue t.me/BRASILREVISTAS
e dois pequenos sinais no pescoço.
O vampiro russo enquanto homem se revoltou contra a igreja
ou contra um feiticeiro, por isso tem o rosto vermelho. Os vam-
piros da Baviera (Alemanha) são considerados responsáveis para
epidemias, dormem com o olho esquerdo aberto e os dois polega-
res unidos. Já o vampiro da Moravia tinha o hábito de arrancar o
sudário e atacar nu as suas vítimas. O da Albânia usava sapatos de
salto alto e o do Brasil tem pés felpudos para não fazer barulho. Já
o chinês retira suas forças da luz da lua. O das montanhas rocho-
sas norte-americanas sugava o sangue do ouvido das vítimas pelo
nariz. E o vampiro mexicano se distingue pelo crânio descarnado.
Ele ainda possui capacidade de transformação e pode se tornar o
animal que desejar. Prefere com certeza se tornar uma coruja, gato
ou morcego. Também usa as técnicas de hipnotismo para sugar o
sangue de suas vítimas. Existem dois tipos de vampiros: os ativos e
os passivos. Os ativos são os mortos que voltam para sugar o san-
gue dos mortais. Os passivos são os mortais sugados, que depois de
mortos se transformam em vampiros ativos. Outro tipo de vampi-

13
vampiro

ro é o necrófago, considerado a espécie mais perigosa, pois come


as entranhas e o coração dos homens. A ideia de que não podem
ver o sol é fruto da imaginação criada pelo cinema, no entanto,
proteger-se com crucifixos, prata e alho é uma influência da igreja e
da tradição cristã. A lenda dos vampiros, mortos-vivos que saem à
noite de suas sepulturas para beber o sangue de suas vítimas nasceu
na Hungria no século XVIII. O monstro era designado por vários
nomes como Vurculac, wampyr e vampiro. Bem antes disso, as
mitologias hebraica grega e romana já faziam menção à existência
desses monstros. São duas as crenças que dão resplado a existên-
cia dos vampiros. A primeira seria que um espírito do mal pode
apoderar-se de um cadáver e usá-lo para seus propósitos cruéis. O
outro seria que uma alma excluída pelos crimes cometidos em vida
pode habitar o corpo e continuar em vida sob a forma de vampiro.
O mais incrível dessa época é que entre os anos 1730 e 1735
Entre em nosso
surgiram Canal de
vários relatos novampirismo.
Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Os vampiros tem o poder de se transformar em animais, espe-
cialmente as criaturas noturnas, cuja a existência é tradicionalmente
ligada à superstição.
Drácula tinha uma matilha de lobos sob controle para aterrorizar
os viajantes. Comumente as histórias associam lobos, lobisomens,
gatos, ratos, corujas e algumas vezes até moscas, como bichos de
estimação de Dácula. Ele podia comumente se transformar em
morcego.
No século 19, os europeus começaram a viajar para s Américas,
contando duas histórias sobre a estranha fauna animal e repetiam o
caso de um morcego que costumava se alimentar de sangue animal
ou humano. A ficção e o folclore se encarregaram de incluí-lo nos
poderes o vampiro. Outro deles é hipnotizar suas vitimas pra su-
gar-lhes o sangue: assim pode sempre voltar à mesma pessoa, que
somente se queixará de sombrios pesadelos e sensação de anemia.

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Mortos vivos
Todas essas mágicas e encantamentos parecem dar vantagens
aos vivos sobre os vampiros. Á noite, o único período em que es-
tão ativos, podem ser contidos e reprimidos com a cruz, o alho. Ms
os vampiros possuem outros poderes, aqueles que forem atacados
por eles se erguerão do túmulo de novo, como novos vampiros.
Para cada vampiro destruído, vários outros são criados.
Ainda assim, não é apenas essa a forma de recrutamento de
novos vampiros: nos Bálcãs, quem morre em pecado, sem a assis-
tência da igreja, retornará como vampiro. Nessa categoria estão
inseridos os suicidas, os excomungados e os malignos. Estão nesse
rol: os que cometeram perjuro, os amaldiçoados pelos pais e os
praticantes de magia negra.
Esses voltariam porque estariam condenados a vagar pela eter-
nidade, sem encontrar a paz. De acordo com as lendas gregas, um
homem assassinado, que não tenha sido redimido pela vingança,
será um vampiro. E o mesmo acontecerá com quem não tenha
Entre em nossocristão.
sepultamento Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Na Romênia, a lenda diz que aqueles que foram lobisomem em
vida, serão vampiros depois da morte. Os gregos dizem que quem
nasce no dia de natal corre o risco de se transformar em vampiro.

15
vampiro

Outra lenda romena, se um vampiro olhar para uma mulher grávi-


da, seu filho será vampiro, a menos que um padre o abençoe para
protegê-lo e eliminar o mal.
Toda a fascinação pela lenda dos vampiros, pode ser em parte
explicada: muitos escritores ligam a ideia da volta da cova, com o
fato comum de se cometer engano e enterrar um vivo por morto.
Esse fato ocorreu constantemente, e até em São Paulo, durante a
chamada gripe espanhola, na época da Primeira Guerra Mundial.
Muita gente apenas desmaiada era juntada aos cadáveres e deixada
nos cemitérios. Como eram muitos os mortos, não se dava conta
dos enterros. E pelo meio da noite, o doente, passado o esta-
do catalético, erguia-se para voltar para a casa. Nos séculos 16 e
17 muita gene morria de doenças desconhecidas, algumas pessoas
eram enterradas ainda vivas. E ao se reabrir a cova, o corpo estava
em posição mudada, ainda intato.

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Vampiros famosos de várias
partes do mundo
Vampiros eslavos:
O upir: considerado a base do folclore rural sobre vampiros da
Eslováquia e da República Tcheca. Upir é o cadáver reanimado e
apodrecido dos recém-falecidos. Ele é conhecido por ter dois cora-
ções e duas almas e chupar o sangue de suas vitimas, normalmente
as sufocando com um abraço de quebrar os ossos. Ele espalha a
doença e a morte e pode matar com o olhar.
O vampir búlgaro: Morto que levanta da tumba e volta à vida,
mantendo cada traço físico da sua antiga existência perfeito. Eles
habitam lugares onde não são conhecidos por sua vida anterior e
durante o dia exibem traços normais de humanos.
O ustrel: Um vampirinho perverso criado da alma de crianças
nascidas aos sábados, mas que morreram antes de serem batizadas.
Entre emdenosso
Ele sai Canal no
sua sepultura Telegram:
e drena o sanguet.me/BRASILREVISTAS
do gado.
O lampir da Bósnia: E conhecido principalmente por espalhar
epidemias. Levanta-se da tumba apenas para infectar as pessoas
com o seu cheiro horrível.
O uppyr russo: São decadentes restos reanimados de mortos
que se recusam a permanecer enterrados.
Vampiros romenos:
Strigoi: Existem dois tipos: strigoi mort e strigoi vii. Os dois tra-
mam contra aos vivos. Eles são os mais assustadores vampiros da
Romênia e retornam dos mortos para sugar todo o sangue da família.
Vampiros da Alemanha:
Nachtzeherer: Voltam dos mortos para mastigarem as extremi-
dades do próprio corpo e suas roupas. Os humanos que passarem
por eles terão uma imagem horrenda deles.
O alp: Entra nos pensamentos de vitimas adormecidas e cria
pesadelos, que resultam em histeria e convulsões.
O schrattl: Vampiro originado de um cadáver carcomido em
sua mortalha. Ele ataca primeiro a própria família e em seguida o
restante da comunidade. Espalha doenças.

17
vampiro

Woodwiver: Parecem fadas do bem, mas atacam caçadores e


lenhadores. Eles se ofendem com a exploração por isso matam os
invasores das matas.
As baobban sith: Sedutoras donzelas que podem tomar o corpo
de um corvo para se moverem livremente. Elas convidam viajantes
e caçadores para dançar e depois os matam.
A hag do País de Gales: É um demônio o sexo feminino que
pode se tornar uma jovem donzela, uma senhora respeitável ou
uma velha ressecada. A velha é a mais temida, que representa
morte iminente.
A gwarch rybyn: Mulher de idade avançada que pode ser vista
em encruzilhadas, ameaçando viajantes.
Vampiros latino americanos:
Camazotz: Ele é um semideus maia com corpo de homem e ca-
beça de um morcego, que simboliza a morte e o sacrifício.
Cihuateteo: Divindades que se originam d alma de mulheres que
morreram no parto e seus restos mortais vagam pela Terra para es-
palhar doença e raiva. Costumam sair a noite para atacar as pessoas.
EntreTlahuelpuchi:
em nosso Canal no chupadora
feiticeira Telegram:det.me/BRASILREVISTAS
sangue malvada.
Vampiros da Índia e Extremo Oriente:
Langsuyar e pontianak: Na Malásia, um par de vampiros pode
surgir do corpo de uma mãe que morre no parto. A mãe vira uma
Langsuyar e a criança reaparece como pontianak. Os dois voltam
dos mortos para se vingar dos vivos, com o hábito de raspar a bar-
riga de suas vitimas e sugar seus sangues.
Penanggala da Indonésia: Parteira que fez pacto com o demônio.
Ela é uma criatura normal durante o dia, mas à noite se torna uma
cabeça com uma cauda de vísceras e intestino saindo do pescoço.
Ela caça mulheres em trabalho de parto.
Rakshasas da Índia: São ogros com compleições humanas e lon-
gos caninos. Habitam cemitérios de onde saem à noite para atacar
bebês e mulheres grávidas.
Bhutas indianos: Espíritos loucos que foram assassinados de re-
pente. Eles habitam os crematórios e podem entrar no corpo de
cadáveres ou de pessoas vivas para se alimentar. São responsáveis
pela seca, má colheita, doenças e insanidade.
Vetala da Índia: Criatura demoníaca que possui o corpo dos vivos
e se satisfaz em provocar abortos e que as pessoas fiquem loucas.

18
Na literatura
No século 17, um escritor grego, Leone Allacci, separou o con-
ceito de vampiro de toda a demonologia cristã. Em 1746 o monge
francês Angustin Calmet publicou um tratado erudito sobre vam-
piros. No século 18, o tema atraiu o romantismo gótico: Goethe,
Byron, Gautier e Baudeliare escreveram versos sobre vampiros. E
ganhou o teatro: uma peça fez tremendo sucesso em Paris, em
1820, e dali por diante, ganhou inúmeros imitadores.
Alexandre Dumas escreveu uma peça sobre o mesmo tema e,
em 1925, foi levada à cena, em Londres, a teatralização do Drácu-
la, de Stoker. Em 1931 foi o cinema que tomou conta: Bela Lugosi
interpretou Conde Drácula. Em 1947 aparecera Varney the vmpi-
re, oitocentas páginas de terror, que tornou-se imediatamente um
best sellers: mas no fim do século surgiu uma publicação que levaria
o vampiro para o mundo, o clássico de Bram Stocker.
The Vamýre: Escrito em 1819 por John Polidori e foi publicado
Entre em nosso
na revista Canal
The New no Telegram:
Monthly. t.me/BRASILREVISTAS
O conto enfatiza o traiçoeiro chupa-
dor de sangue Lorde Ruthven.
Varney: o vampiro ou o banquete sangrento de Thomas Preskett
Prst, escrito em 1840.
Novela Carmilla do irlandês Joseph Sheridan Lê Fanu, publicada
em parte da coleção de contos In a glass darkly.
Mais tarde surgiria Anne Rice, uma escritora famosa por escre-
ver exclusivamente de vampiros. Foi Anne que criou um dos vam-
piros mais conhecidos Lestast. Rice tinha uma forma bem particular
de escrever sobre vampiros, suas tramas trazem sempre criaturas
mais romantizadas, como indivíduos que sofrem como qualquer
ser humano vivo, com dramas amorosos, defeitos e qualidades.
Diferentemente dos outros vampiros, os de Anne trazem conside-
ram um fardo a necessidade de sangue. Seu livro mais conhecido é
Entrevista com o vampiro, que fez sucesso no cinema com o ator
Tom Cruise. Segundo a autora, o livro foi escrito uma semana após
a morte de sua filha por leucemina.
No Brasil pouco se produziu em literatura de terror, o que fez

19
vampiro

foi em geral em blogs ou edi-


toras independentes. Mas en-
tre os monstros mais tratados,
os vampiros tem seu destaque.
O impulso maior desse gênero
literário aconteceu em 2001
com o lançamento de Os sete, o
primeiro romance vampírico de
André Vianco. No livro, Vian-
co conta a descoberta de uma
caravela portuguesa afundada
no litoral sul brasileiro, em que
mergulhadores se deparam com
uma caixa misteriosa com sete
corpos, entre eles o de um vam-
piro. Para Gonçalo Júnior em a
Enciclopédia dos monstros da
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Ediouro, o sucesso de Vianco
estimulou o surgimento de um mercado que em uma década de-
pois ainda é modesto. Um das editoras que possuem publicações
desse gênero é a Landy Editora, que tem em seu catalogo obras de
Martha Argel e Guilia Moon. Entre as publicações de Moon estão
A dama-morcega em 2006. A obra trás onze narrativas em que
aparecem personagens imaginários brasileiros ao lado de vampiros,
assombrações e outras criaturas fantásticas.
Mas não foi só na literatura que os vampiros fizeram sua apa-
rição, mas nos RPG (Role-Playing Game), descrito pelas enciclo-
pédias como um jogo de interpretação de personagens em que os
participantes tomam o lugar de diferentes criaturas ou seres em di-
versos mundos. Essas aventuras são ambientadas nos mais distintas
épocas e o terror não ficaria de fora. Dos vampiros, o jogo de RPG
mais famoso é Livro do Clã: Malkaviano. Nele os descendentes de
Malkav carregam suas maldições.
Nos quadrinhos os mortos vivos também tiveram espaço. Vários
títulos de quadrinhos brasileiros foram lançados pela editora Conti-

20
nental, Outubro e Taika a partir de 1959. Em 1967, José Siderke-
rkis fundou a Joaesse que modernizaria o gênero, ao criar a revista
Mirza: a mulher vampira, com argumentos de Luís Meri e dese-
nhos de Colonnese e Zalla. Em seguida vieram: O vampiro (967),
Coleção de Terror (1968) e As melhores histórias de fantasmas
(1969). Nos anos 70 a Gorrion se destacou com várias revistas
entre elas: Doutor Frankenstein, Sobrenatural, etc. Quatro anos
depois, a editora Bloch entraria no mercado comprando os direitos
de exclusividade dos quadrinhos Marvel e lançando: Clássicos de
Pavor, História fantásticas, A Múmia viva, A tumba de Drácula.
Em 1979, a editora abril publicaria Terror de Drácula, enquanto
novas editoras surgiam pelo Brasil, uma delas a D-Arte fundada por
Rodolfo Zalla passou a concentrar seus esforços para melhorar duas
revisas de terror brasileiras: Calafrio e Mestres do Terror.

Entre em nosso Canal


Vampiros no nocinema
Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Desde 1910, o francês Georges Méliés (1861-1938), um ilu-
sionista de sucesso, já havia contaminado diretores e estúdios de
todo o mundo, que apostaram nas mais diversas formas de fantasia
e emoções. De 1909 a 1915, vários longas do gênero fantástico
foram realizados, entre eles: Vampiros da costa (1909), A trilha
dos vampiros (1910), O dançarino-vampiro (1912).
O mais famoso e polêmico filme de monstro da década de 1910
se tornaria o filme Nosferatu, de F.W. Murnau (1888-1931). Ele
foi o primeiro a trazer o vampiro como protagonista. A família de
Bram Stoker processou o produtor o acusando de plágio do livro
Drácula. O vampiro como sinônimo de sangue seria reforçado nos
filmes do estilo a partir dos anos 50.
A cinematografia dos vampiros passou por várias fases, mas
sempre tinha o maior destaque dentro do gênero terror.
Entre os anos 1930 e 1940, coube aos estúdios americano
Universal Pictures produzir filmes de terror para as massas. Essas
produções consagrariam os dois mais famosos atores: Bori Karloff
(1887-1969) e Bela Lugosi (1882-1956).

21
vampiro

Alguns anos mais tarde, nos anos de 1950 a 1960 os filmes


de horror teriam ampla produção da companhia inglesa Hammer
Films, cujos os produtos de baixo orçamento se tornariam cult
nos quarenta anos seguintes. Uma de suas marcas foram clássicos
como Frankenstein e Drácula, que consagraram mundialmente Pe-
ter Cushing e Christopher Lee.
Na década de 90, o computador tornou-se um grande aliado
dos filmes de terror. As criaturas antigas e assustadoras foram atua-
lizadas e recriadas em 1994, como o filme Drácula de Francis Ford
Coppola. Dois anos depois, foi a vez de Frankenstein, de Kenneth
Branagh.
Na televisão o gênero terror passou a fazer parte de algumas
séries, ms de uma forma mais tímida. Eles foram incorporados a Tv
americana a partir da década de 1950. Na grade de horários, as
séries com Frankstein, vampiros e zumbis sempre passaram depois
das 23 horas. Em 1946, a Paramount lançou a série Cásper, que
tinhaem
Entre como personagem
nosso Canal noprincipal
Telegram:o fantasma Gasparzinho. Mais
t.me/BRASILREVISTAS
tarde, a Republic Picures produziu três séries fantásticas com um
caráter mais ideológico.
Até as telenovelas incorporaram o vampiro como um persona-
gem central. Pelo menos foi isso o que aconteceu na telenovela
brasileira O beijo do vampiro de 2002. A novela foi escrita por
Antônio Calmon e dirigida por Jorge Fernando e contava a história
de uma cidade do litoral carioca, que sofria a ameaça do vilão Vla-
dymir Polanski, mas conhecido como Vlad.

Em mais de 75 anos, vários vampiros diferentes desfilaram


pelas telas do cinema. A partir da década de 80, o modelo se
diversificou bastante. Do vampiro másculo das primeiras déca-
das ao bissexual das décadas de 90. O vampiro não vinha só
para assustar, mas trazia a tona questões sociais e culturais de
determinada época.

22
T E§(  E&EI $(
2005- Batman Vs. Drácula.
2005- Drácula III.
2004- Drácula 3000.
2003- Just for Dracula.
2002-Dracula: ascension.
2000- Drácula 2000
1999-The road to Dracula.
1996-Drácula, morto mas feliz.
1992- Drácula de Bram Stoker.
1990-Drácula e os Mortos Vivos.
1988- Viúva Drácula.
1983-Drácula tan exarchia.
1982-Dracula rises from the coffin
1979- Amor à primeira mordida.
1979-Drácula de John Badham
Entre1977-Lady
em nossoDrácula,
Canal de
noFranz
Telegram:
Joseph t.me/BRASILREVISTAS
Gottieb.
1977-Zoltan, o cão de Drácula.
1974-Vampira de Clive Donner.
1973-Drácula de Andy Warhol.
1973-Drácula, o demônio das trevas.
1972-Drácula contra Frankenstein.
1972-Drácula AD 1972.
1972-A filha de Drácula.
1971-A condessa Drácula.
1970-O conde Drácula.
1969-Sangue de Drácula.
1966- Drácula, o príncipe das trevas.
1960-As noivas de Drácula.
1958-O retorno de Drácula.
1958-O vampiro da noite
1945-A casa de Drácula.
1943-O filho de Drácula.
Fonte: Enciclopédia dos monstros. Gonçalo Júnior, Ediouro.

23
vampiro

Os vampiros em produções brasileiras


O cinema nacional nunca teve tradição em filmes de ter-
ror. Porém dois diretores construíram uma filmografia bem
representativa nesse gênero, são eles: José Mojica Martins,
o Zé do Caixão e Ivan Cardoso. Dois dos filmes de Cardoso
trazem estranhas criaturas como vampiros e múmias. São
eles: O segredo das Múmias e As sete vampiras. Ambos fo-
ram roterizados por Rubens Francisco Lucchetti.

Drácula dos quadrinhos


Diferente do Drácula do cinema, o dos quadrinhos viveu mo-
mentos distintos nos gibis brasileiros e no exterior. Sua primeira
Entre em nosso
aparição CanalUnidos,
nos Estados no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
em revista própria, aconteceu em
1962, com a versão do filme de 1931 publicada pela Dell. Nos
mais de quarenta anos seguintes, cerca de noventa títulos levaram
o nome do famoso vampiro pelas editoras: Marvel, Apple, DC,
Warner Books, Millennium, Dark House, Warren, Eternity, New
English Library, Topps, Eerie, Slave Labor, Comax, Adventure
Comics, Silent, Devil, IDW Publishing, Drake Publishers, Manor
Books, Top Cow e Academic Industries Inc. Poucos autores se-
guiram a essência do romance de Stoker. A maioria pegou a ideia
central e criaram suas próprias tramas.
Além dos vampiros, várias vampiras ganharam destaque nos
HQ. Os americanos descobriram o potencial das vampiras desde
as primeiras revistas de terror. Já em 1950, mulheres bonitas e
sedutoras surpreendiam nas calada da noite quando se transfor-
mavam em vampiras. Foi nesse caminho que surgiu a Vampirella,
criada em 1969 por Tom Sutton.

24
O primeiro romance que possui vampiros e que prova-
velmente inspirou Bram Stoker foi Baital-Pachisi ou Vinte e
cinco contos de Baital, antiga lenda hindu escrita em sâns-
crito e considerada o germe que culminou nas Mil e uma
noites. Esse livro trata-se em síntese da história de um gigan-
tesco vampiro, que habitava e animava cadáveres.

Vampiros famosos
Drácula: Príncipe dos vampiros, mestre inconteste de todos
aqueles que escapam dos túmulos para sugar o sangue dos mortais.
A lenda de Drácula originou-se nos Cárpatos, região montanhosa
da Romênia, onde na Idade Média, um nobre chamado Vlad Dra-
cul destacou-se por sua crueldade nas guerras contra os turcos que
invadiram
Entre a região.
em nosso Dizia-se
Canal que Vlad Dracul
no Telegram: bebia o sangue de seus
t.me/BRASILREVISTAS
inimigos.
Boris: Vampiro famoso, pertencente a velha escola. Ele é ma-
gro, cadavérico e que respeitava as tradições.
Clarimonde: vampira sedutora e irresistível. Considerada tam-
bém uma das mais normais das mulheres vampiras porque só se
interessava pelos jovens do sexo oposto.
Harpe: Um dos vampiros mais célebres.
Leon: Vampiro pobre, vestido como um João ninguém, que em
nada se assemelha a seus pares clássicos: Boris, Drácula, Lestast e
Kostaki.
Lestast: Vampiro famoso de mais de 600 anos, descrito por
Anne Rice que lhe dedicou um livro chamado O vampiro Lestast.
É considerado o primeiro vampiro que se interessou pelo rock.
Kostaki: Considerado o mais elegante dos vampiros. Ele era o
príncipe Kostaski Brankovan e se vestia de veludos verde e cache-
mira vermelha.

25
vampiro

Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS


Cena do filme Drácula de Bram Stoker (1992)

Os vampiros no cinema e na literatura


Drácula, maior arquétipo dos vampiros, foi publicado em 1897
por Bram Stoker e se baseou na história de Vlad Basarab, nascido
em 1430, na Transilvânia, um príncipe da Valáquia (Romênia) de
1456 à 1468. O pai de Vlad era o príncipe Dracul. Vlad venceu
muitas batalhas contra os turcos e subjulgava seus inimigos e pri-
sioneiros de guerra de maneira muito violenta, o que lhe rendeu
o apelido de o empalador. Vald costumava espetar pelo ânus suas
vítimas em estacas e deixá-los pendurado. Mas antes, gostava de as-
sistir a lenta morte de seus inimigos, inclusive cortava-lhes as mãos
e os pés para ver o sangue escorrer e fervia suas cabeças. Apesar
de na Idade Média o vampiro ser visto como um morto-vivo que
se parecia com o lobisomem, Drácula era um aristocrata de classe
de forte simbolismo erótico. O feminino de Drácula era Camilla, a
mulher do vampiro criada pelo irlandês Sheridan Lê Fanu. Camilla

26
Retrato de Elizabeth Bathory

era uma personagem muito sedutora que foi inspirada na condessa


húngara Elizabeth Bathory, que freqüentava as cortes de Viena no
fim do século XVI. Para conservar sua beleza, tomava banho todas
as noites com sangue de uma virgem, que era sacrificada para isso.
A condessa também gostava de beber muito sangue e foi presa
pelo próprio primo no castelo de Csejth e posteriormente execu-
tada. Na literatura, no romantismo, poetas como Byron, Teóphile
Gautier e Novalis escreveram bastante sobre o vampirismo, mas
foi no cinema é que o vampirismo atingiu seu apogeu. Um de seus
ícones
Entre emfoinosso
Nosferatu
Canalemno1921, de Frederich
Telegram: W. Murnau. Ele pro-
t.me/BRASILREVISTAS
fetizou à ascensão do nazismo ao mostrar a invasão da Alemanha
por Drácula com seu ratos disseminadores da peste. Só em 1931,
conde Drácula surge pela primeira vez nas telas do cinema com
esse título, em um filme da Universal, dirigido por Tod Browning e
estrelado por Bela Lugosi. Esse autor se destacou e se especializou
tanto na representação de Drácula que acabou internado em um
hospício, acreditando ser um vampiro e tentava morder os pescoços
de todas as pessoas que se aproximavam dele. E o cinema imortali-
zou o vampiro no inconsciente coletivo, até viraram heróis em qua-
drinhos como o Batman e Vampirella. Tudo isso associado à uma
rara doença genética chamada de Protoporfíria Eritropoiética, que é
uma alteração dos pigmentos da pele decorrentes de uma produção
excessiva de protoporfirina. Essa doença causa sintomas como forte
plurido, edemas, fissuras hemorrágicas na pele após exposição da
luz solar e cor da pele extremamente pálida. Por isso as vitimas dessa
doença só saíam durante à noite. Ela acabou imortalizou à lenda do
Vampiro, inclusive o morcego como sua forma alada.
Fontes: Paulo Aníbal, biólogo e pesquisador.

27
vampiro

Da mitologia ao romance
No século seguinte a lenda conseguiu atingir regiões distantes
como a Grécia. Esse provavelmente foi um dos motivos que esti-
mulou o escritor irlandês Bram Stocker (1847-1912), que publi-
cou o primeiro romance sobre Drácula em 1897, a se envolver
com a história. Entretanto bem antes dele Lorde Byron e seu as-
sistente John Polidori britânico com ascendência italiana (1795-
1821) haviam criado o primeiro romance sobre vampiros, no con-
to Vampyre em 1819. Porém foi a partir do romance de Stocker
que o mundo tomou conhecimento de Drácula. Para se inspirar,
Bram Stocker se baseou na história do romeno Vlad Tepes (1431-
1476), conhecido como o empalador, pois costumava atravessar
estacas de madeira em suas vítimas. Vlad Tepes nasceu em 1430
e viveu até 1476, na Transilvânia, e assumiu o trono da Valáquia,
em 1448, após a morte de seu pai Vlad II. Antes, entrou para a
ordem do Dragão e passou a ter o nome de Draculya (filho do dra-
Entre
gão),em nosso Canal
organização criadano Telegram:
para combater t.me/BRASILREVISTAS
os invasores turcos. Até o
fim dos seus dias foi respeitado por seus súditos graças a esse feito.
Vlad foi considerado um dos homens mais sanguinários da história
chegando a ganhar de Átila o Huno. Diz-se que em dez anos Vlad
matou mais de 40 mil pessoas empaladas. Ninguém escapava de
suas crueldades, uma vez mandou pregar uma de suas chinelas no
crânio do embaixador turco.

Outros sanguinários reais


Além de Vlad, outra inspiração para o Drácula criado por Bram
foi a sangunária condessa húngara Elisabeth Bathory (1560-1614),
casada com o general Ferencz Nadasdy, que vivia no Castelo de
Csejthe nas montanhas dos Cárpatos (montanhas da Europa, nas
fronteiras da Eslováquia, Polônia, República Checa, Romênia e
Ucrânia). Durante as viagens do marido, ela costumava reunir-se
a um grupo de bruxos e sacrificar donzelas para se banhar em seu
sangue. A condessa e seus amigos acreditavam que esse sangue
conservaria sua beleza intacta eternamente. As moças eram amar-

28
radas, assassinadas e o sangue enchia a banheira da condessa. Antes
de Dracúla ser criado, as lendas sobre vampiros já existiam em vá-
rias partes do mundo. Na própria Odisseia já se falava em espíritos
que bebiam sangue. Os hebreus, os árabes e os romanos tinham
histórias de seres que bebiam sangue. Os antigos sugadores de san-
gue da Babilônia eram conhecidos como Ekimmu, um indivíduo
que por ter sido ruim em vida volta para devorar a carne e sugar
o sangue dos vivos. Segundo uma lenda judaica, a primeira mulher
da terra se tornou vampira. Ela era Lilith esposa original de Adão
e anterior a Eva. Após uma discussão, Lilith fugiu para o mar Ver-
melho e se juntou a outros demônios, e à noite atacava crianças e
homens sugando o sangue e devorando as carnes. O mais famoso e
primeiro registro escrito sobre vampiros é o do grego Filóstrato em
Vida de Apolônio de Tiana. Em outras culturas, o vampiro tam-
bém aparece. Na Índia ele é o baital, uma espécie de morcego que
possuía e reanimava os mortos. Na Grécia rural ele recebia o nome
de Vrykolakas
Entre em nosso eCanal
ainda no
era Telegram:
uma ameaçat.me/BRASILREVISTAS
no século XX. O termo
vampiro teve sua origem no Vampir do Leste europeu. Mas não foi
só aí que a lenda apareceu. Antes no século XVII, o escritor grego
Leone Allacci separou o conceito de vampiro do de demonolo-
gia cristã, pois era comum se confundirem. No ano de 1746, o
monge francês Angustin Calmet publicou um tratado erudito sobre
vampiros. E, mais tar-
de, no século XVIII, o
tema atraiu romacistas
famosos como o es-
critor alemão Goethe
(1749-1832), poeta
britânico Lord Byron
(1788-1824), e poe-
ta francês Charles Bau-
delaire (1821-1867).
Drácula se tornou imor-
tal em 1931 na pele do

29
vampiro

ator Bela Lugosi no cinema. Também não é fácil matar um vam-


piro. Segundo as lendas do século XVII, os clérigos diziam que o
cadáver de quem se tornou vampiro é ativado pelo demônio. Por-
tanto, conservá-lo na cova não é tão fácil. Para os participantes da
tribo Quiriguono da América do Sul, é preciso pregar o corpo com
estilete e madeira. Já nos contos eslavos, pregos de ferro o prende-
rão. Na Europa, as lendas sugerem que as vítimas de suicídio e os
criminosos executados devem ser enterrados em uma encruzilhada.
Em outros casos é preciso capturá-lo. Uma forma de encontrá-lo
é observar os buracos em sua cova ou o método húngaro: passar
sobre sua cova com um cavalo branco virgem que nunca tenha tro-
peçado. Se ele se recusar a pisar na cova é porque é de vampiro. Já
na Romênia há quem acredite que o melhor dia para capturar um
vampiro é no sábado, pois, segundo as lendas do local, é o único
dia que ele não abandona a sepultura. O método sugerido é der-
rubar água fervida em um buraco próximo da sepultura. Quando
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
capturado, o vampiro pode ser executado de várias formas: bala de
prata, bala de crucifixo derretido e bento pelo padre. Se ele estiver
inativo, a forma mais fácil é estacar seu coração com uma estaca
de madeira, mas é importante que seja de olmo ou espinheiro. Na
Albânia existe uma recomendação fundamental, que a estaca seja
benta e em forma de cruz. Mas atenção, apenas um golpe ou a ma-
gia não dará certo. O exército de vampiros nunca diminui, quem
for mordido por ele se torna um, quem morre excomungado ou
sem perdão da igreja segue o mesmo caminho. Também são candi-
datos a vampiros os amaldiçoados pelos pais e praticantes de magia
negra. Na Romênia, diz a lenda, que aqueles que foram lobisomens
em vida se tornam vampiros na morte. Para os gregos, quem nasce
no natal torna-se vampiro. E se um vampiro olhar para uma mulher
grávida, seu filho será vampiro a menos que um padre o benza. As
lendas e crendices parecem não ter fim.

30
O$ § E§
Na realidade, os vampiros, assim como os lobisomens, seriam
pessoas reais acometidas de doenças desconhecidas na época. Por
exemplo, vítimas de tuberculose eram consideradas mortos-vivos
devido sua palidez, roupas de cama e lençóis sujos de sangue. À
medida que a doença avançava, o doente ficava mais parecido
com um cadáver: ossos aparentes e palidez exagerada. Como essa
doença não era compreendida, era fonte de superstições e histórias
antigas. Outro indício para se compreender melhor o vampirismo
está no grande número de casamentos consanguíneos que aconte-
ciam na Idade Média. Desses casamentos nasceram muitos filhos
com uma doença rara conhecida como Erythropoietic protopor-
phyria (deficiência da enzima ferroquelatase, levando a altos níveis
de protoporfirina). Essa doença só foi diagnosticada no século XIX.
As pessoas acometidas não tinham vida longa, tinham olhos, lá-
bios em
Entre e dentes
nossoavermelhados e recuo do lábio
Canal no Telegram: superior, muitas vezes
t.me/BRASILREVISTAS
expostas ao sol sangravam devido a quantidade excessiva de por-
firina, substância que se compõe fisicamente os glóbulos sangíneos
vermelhos.

Nenhuma ligação com os morcegos


“O Brasil possui mais de cem espécies diferentes de morcegos,
sendo somente 3 espécies hematófagas , ou seja, se alimentam de
sangue, sendo o mais importante é o Desmodus rotundus , pois é
o transmissor da raiva no campo devido ao fato de sugar sangue de
mamíferos como os bois , cavalos,entre outros. Sua mordida é pra-
ticamente indolor e sua saliva possui uma substância anticoagulante
que não deixa “secar” o sangue nos pequenos orifícios deixados
pelos dois dentes pontiagudos e assim eles sugam/lambem o san-
gue. Então, bem diferente da lenda tradicional dos vampiros e da
forma de ataque dos chupa-cabras. Os morcegos são inocentes”,
fundamente Paulo Aníbal, biólogo.

31
vampiro

Armas contra o vampiro


Alho: Ele é um artefato fundamental para afastar a maioria dos
vampiros. Desde a antiguidade o alho é tido como um poderoso
curador natural. Provavelmente vem daí a fama de que o alho pode
afastar os vampiros. Nas histórias do folclore e também em Drácula
de Stoker, a boca de um vampiro é recheada com alho após a sua
decapitação.
Sal e sementes: O sal é um elemento usado desde a antiguidade
contra o mundo sobrenatural. Ao longo da história tem sido usado
para preservar de alimentos até as múmias do Egito. Ele simboliza
a pureza. Em algumas lendas os mortos vivos não poderiam cru-
zar a linha feita de sal. Nas lendas se um vampiro encontrar grãos
espalhados é obrigado a contar um por um antes de entrar no
estabelecimento.
Cruzes e crucifixo: Ela ostenta a figura de Cristo, mas seu poder
Entre em nosso
depende Canal
da fé de quemnoo Telegram:
empunha. Nat.me/BRASILREVISTAS
crença tradicional o cru-
cifixo queima a pele do vampiro, além de roubas suas força vital.
Água benta: É um dos símbolos da vida, a água mantém seu
poder como mecanismo de limpeza espiritual e física. Dizem que
a água benta por ser abençoada queima a carne dos demônios da
mesma forma que o ácido faz com a dos humanos. Se respingada
sobre um caixão pode impedir o retorno do vampiro. Se aplicada
em portas e janelas pode impedir a sua entrada.
Hóstia eucarísticas: Símbolo religioso usado como proteção con-
tra os vampiros. Ela representa o corpo de Cristo e por isso pode
queimas a carne do vampiro.
Espelho: Não reflete a imagem do vampiro. Essa invenção veio
do romance do Bram, mas não se fala disso nas lendas antigas de
vampiros.

32
Há relatos bem recentes na Romênia de vampiros que
foram mortos. O coração e o fígado do vampiro foram
cremados, misturados com água e dados às vitimas. Dom
Augustine Calmet menciona que na Polônia, entre 1693 e
1694, houve uma praga de vampiros. Eles surgiam ao meio
dia ou à meia noite e sugavam o sangue dos vivos.

Como acabar com eles?


Segundo a tradição há muitas formas de combater os vampiros,
porém as velhas lendas não afirmam que o sol é maléficos a eles
isso é uma invenção dos filmes. Mas muitas coisas pode causar-lhes
danos, como a prata, alho e crucifixo. Esta última ideia é reforçada
pelo cristianismo, e resulta da crença de que, o vampiro é mais
uma manifestação do diabo.
EntreOutras histórias
em nosso antigas
Canal no são ainda mais
Telegram: explicitas, como as teo-
t.me/BRASILREVISTAS
rias de clérigos do século 17 sugerem que o cadáver transformado
em vampiro é ativado diretamente por um demônio e não pelo
espírito do próprio morto. Para conservar o vampiro na cova, úni-
co lugar onde pode descansar após as andanças noturnas, há vá-
rios métodos: os componentes da tribo quiriguono, da América do
Sul, dizem que é preciso pregar o corpo com estiletes de madeira.
Contos eslavos dizem que pregos de ferro na terra sobre o corpo,
magicamente o prenderão lá embaixo. Como a prata, o ferro tem
poderes mágicos.
Na Europa, as lendas ainda acrescentam métodos que são co-
muns ao trabalho de assegurar a paz a espíritos inquietos: os de
suicidas e criminosos executados. Eles os enterram sob água cor-
rente ou nas encruzilhadas. Por outra providência, conseguem o
mesmo efeito: trespassam com um estilete de madeira o coração
do cadáver.
Em regiões onde a crença em vampiros assumiu importância
maior que a nos espíritos, essas práticas são tidas como defesa
conta os sugadores de sangue humano. Mas, ainda há outros meios

33
vampiro

para destruir os vampiros: primeiro contudo, é preciso capturá-los.


Poucos vampiros eram tão gregários como Drácula, que convidava
muita gente para ir ao seu castelo, onde a verdade era revelada de
várias maneiras: sua ausência diurna, a falta de reflexo no espelho.
Se o vampiro aparecia em alguma região, os residentes iam exa-
minar as covas, no cemitério, para constatar irregularidades. E pro-
curavam especialmente os pequenos furos n terra, pelos quais o
vampiro poderia ter escapado.
Se não existirem sinais exteriores na cova, teriam que abri-la to-
das, para procurar o cadáver que não se decompusera. Ou utilizar
o velho método húngaro: um cavalo branco, que nunca tropeçara
era levado ao cemitério. Ele se recusava a pisar em uma cova de
vampiro.
Capturado o monstro pode ser facilmente destruído: ser atirado
com uma bala de prata, à noite. A bala ideal é a feita de um cruci-
fixo derretido, e bento por um padre.
Encontrado o vampiro inativo durante o dia, o método mais se-
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
guro é atravessar-lhe o coração com um espeto de madeira. As his-
tórias recomendam usar madeira sagrada, de olmo ou espinheiro.
Na Albânia, a lenda recomenda usar uma adaga benta, em forma
de cruz. E um só golpe deve ser dado ou a mágica falhará. Algumas
vezes a purificação posterior pelo fogo é recomendada.

Como se mata um vampiro?


A tática mais famosa é comum de matar um vampiro é cravar
uma estaca em seu coração. Essa ideia veio do folclore da ten-
dência que as pessoas tinham de arquitetar planos para lidar com
os mortos vivos e soluções para que eles não se levantassem da
sepultura. Em algumas tradições quando um corpo era enterrado,
enfiava nele uma estaca que o atravessava completamente até pren-
dê-lo ao chão. Era comum estaquear sua cabeça de forma a ficar
segura no chão, além de ser enterrado com o rosto para o chão
para que ele não cavasse para cima na tentativa de sair do túmulo.

34
Curiosamente, algumas lendas mencionam que uma estaca só pode
ser cravada no peito uma única vez. Se derem duas marteladas, o
morto vivo pode reanimar e voltar ao seu estado vampiresco.
Além da estaca, existe a exposição a luz, e essa segundo os fil-
mes pode matar o vampiro. No entanto vários vampiros são capa-
zes de se mover de dia. O vampiro da Bulgária é um deles. Ele se
muda várias vezes de um lugarejo a outro e tem vida normal de dia.
Outro fator citado como possível de matar um vampiro é o
fogo. Assim como a água, o fogo também tem o poder de purifi-
car, tanto que em algumas religiões os corpos são cremados. No
caso dos vampiros queimá-los sempre foi uma arma eficaz.
Várias crenças populares dizem que vampiros não atravessam
água corrente, por isso a água mesmo sem ser benta pode surtir
efeito sobre eles.
De todas, a arma mais fatal é a decapitação. No folclore, ca-
dáveres eram decapitados freqüentemente e em algumas vezes a
cabeça era queimada no fogo, outras retiradas e removidas com
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
partes do corpo.

Kit contra vampiros


- Uma caixa de madeira: fita de freixo ou
u espinheiro
espinhei e com
uma cruz na tampa.
- Estacas.
- Cruzes e crucifixo.
- Água benta.
- Fogo.
- Espelhos.
- Alho.
- Bíblia.
- Sementes de papoulas ou mostarda.
starda.

35
Capitulo 3
Zumbi

Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS

A
palavra zumbi vem do quimbundo nzumbi, duende. Designa
fantasma que segundo o sincretismo religioso de origem afri-
cana, vaga nas horas mortas da noite à procura do descanso
que ainda não teve. Zumbi ou cazumbi aplica-se também à alma de
animais domésticos como o cavalo e o boi.
Em algumas religiões da África ocidental, Nzambi também é um
dos nomes dado ao deus criador, um deus que presidia a criação
e depois se afastou para assistir ao desenrolar das coisas. Com a
expansão para as índias Ocidentais, a palavra passou a ser usada
pra descrever o típico zumbi haitiano, famoso na sabedoria vodu.
Zumbi é uma pessoa morta, mais precisamente um corpo sem
alma de um morto que foi trazido de volta à vida de forma artifi-
cial, geralmente por meio de magia. Sem o ingrediente da consci-
ência, os movimentos do zumbi não tem direção, são mecânicos e
robotizados. Por extensão, pessoas vivas que se comportam como
autômatos inconscientes são às vezes chamados de zumbis.

36
Com exceção do cinema, os zumbis mais conhecidos são as pes-
soas mortas que parecem ter sido trazidas à vida pelo mago do
vodu. Aparentemente sobrenatural, a zumbificação vodu tem uma
explicação lógica. Wade Davis, um etnobiólogo, estudou os zumbis
haitianos e descobriu que eram na verdade indivíduos aos quais
tinham sido administradas drogas que faziam com que parecessem
estr mortos. Depois, eram enterrados vivos. A vitima recebe um
forte veneno, ou através de uma ferida aberta, ou na comida. A
poção, geralmente em pó, contém vários produtos tóxicos animais
e vegetais, incluindo venenos naturais de origem animal ou vegetal
como bufotoxina e tetradotoxina, que induzem a um estado de
semimorte. O mago, mais tarde, usa outras substâncias para revi-
talizar a vitima.
A pessoa que recebeu a porção experimenta mal estar, tontura
e uma sensação de tinido que logo se transforma em entorpeci-
mento
Entre emtotal.
nossoEmCanal
seguida,
noháTelegram:
salvação em excesso, sudorese, dores
t.me/BRASILREVISTAS
de cabeça e fraqueza geral. A pressão sanguínea e a temperatura
do corpo caem, e o pulso torna-se fraco e acelerado. Seguem-se
diarréia e vômito. A vitima passa a sentir opressão respiratória até
que o corpo fica todo azulado. Ás vezes o corpo exibe fortes con-
trações musculares, após o que se torna paralisado, e a pessoa entre
em coma, parecendo morta.
O mago resgata a vitima da sepultura e a reaviva com uma po-
ção conhecida como pepino de zumbi. Desorientada, assustada e
abusada física e psicologicamente, a vítima reavivada recebe um
nome novo e torna-se de fato um escravo do feiticeiro. Os zumbis
são tradicionalmente postos para trabalhar na lavoura, embora se
afirme que alguns fazem outro tipo de trabalho. Precisam de pouca
nutrição. Diz-se, no entanto que não podem comer sal, o que ativa
sua capacidade de falar e aumenta o instinto que nos faz voltar para
o túmulo.
Há também uma tradição, que podemos chamar de zumbiismo
espiritual, na qual o mago capta as almas dos falecidos. Esse zumbi
astral, como seu equivalente físico está fadado a obedecer ao mago.

37
zumbi

Definição: O vodu é uma religião praticada no Caribe, especial-


mente no Haiti, um sincretismo de elementos rituais católicos cm
o animismo e a magia dos escravos daomeanos, em que um deus
supremo comanda um grande panteão de divindades guardiãs lo-
cais, ancestrais endeusados e santos, e se comunica com os crentes
por meio de sonhos, transes e possessões rituais. O zumbi é um
corpo reanimado por meio da prática do vodu, embora o corpo
seja o de uma pessoa viva drogada e paralisada, e na de alguém
verdadeiramente morto.
O que os crentes dizem: Os zumbis
são corpos sem alma reanimados por
meio de poderes sombrios dos rituais
de vodu.
O que os céticos dizem: Os zumbis
são pessoas vivas escravizadas a partir
da ingestão de drogas que as parali-
sam,em
Entre alucinam
nosso ou alteram
Canal seu estado t.me/BRASILREVISTAS
no Telegram:
mental.
Qualidades das provas existentes:
fracas.
Probabilidade de o fenômeno ser
paranormal: Fraca.

O mago bateu no lado da tigela de


barro e o pó marrom dentro dela as-
sentou. Era uma combinação de pei-
xe-bola, baiacu e certo tipo mortal de
sapo, e ele a despejou bem devagar
em um saquinho de couro, tomando
cuidado para que nem um grão caísse
sobre sua pele.
O mago enfiou o saquinho no bolso
do casaco e saiu de casa em seguida. A
caminhada até a casa do homem que
decidira transformar em zumbi levaria

388
15 minutos e ele desejava chegar lá antes que o sujeito saísse para
trabalhar no campo.
O sol ainda não havia surgido quando o mago chegou na casa de
Claude Jean. Ele olhou em volta para se assegurar de que ninguém
estava observando. Tirou então o saquinho do bolso, abaixou-se
com cuidado, despejou o pó no caminho que levava até a casa.
Em seguida escondeu-se atrás dos arbustos que ficavam em frente
e esperou.
Alguns minutos depois, Claude Jean saiu de casa em ruínas e
desceu o caminho que levava até a rua. Os pés descalços pisaram
sobre o pó espalhado pelo mago pelo menos umas quatro vezes.
O pó paralisante funcionou e Claude Jean caiu no chão. Rapida-
mente, o mago correu até o homem estendido, pegou-o, colocou-
-o sobre o ombro e afastou-se às presas, enquanto o sol nascente
começava a iluminar as moradias.
EntreAoemchegar
nossoemCanal
casa, ono
mago trancou Claude
Telegram: em um armário e o
t.me/BRASILREVISTAS
deixou ai até o cair da noite. Carregou-o então pra as profundezas
da floresta, onde um túmulo fora aberto, à espera de seu ocupante.
Colocou Claude Jean em um caixão de madeira e pregou a tampa.
Um dos pregos atravessou a madeira, ferindo uma das bochechas
de Jean. Ela sentiu a dor e o sangue, mas não podia gritar. Em
seguida, o mago depositou o caixão na cova e a cobriu com terra.
Claude Jean permaneceu paralisado e consciente por quatro dias
e noites antes que o mago decidisse desenterrá-lo. Tão logo abriu
a tampa do caixão, o mago pegou Claude pela garganta e o retirou
do túmulo. Espancou-o com os punhos, chicoteou-o por quase
uma hora e em seguida forçou-o a engolir um pedaço de planta
com poderosa propriedade alucinógena e psicotrópicas.
Levou apenas alguns minutos pra a planta surtir efeito e trans-
formar Claude Jean em um zumbi, que foi então rebatizado pelo
mago, ficando completamente sob seu controle.
Fonte: Os 100 maiores mistérios do mundo: a mais completa
lista sobre coisas estranhas e inexplicáveis, de Stephen J. Spignesi,
Editora Difel, RJ, 2004.

39
zumbi

No clássico filme em preto


e branco de 1968 A noite dos
Mortos Vivos, os mortos retor-
nam à vida após a Terra passar
pelo rabo de um cometa. Uma
vez reanimados, eles perdem a
consciência, tornando-se violen-
tos canibais. Esse foi um filme
de terror sobre como zumbis
reaanimados se comportariam.
Ao que parece, o fato de serem
trazidos de volta à vida os deixa-
va famintos por carne humana.
Essa é uma excelente trama
para um filme, mas é pura fan-
tasia. Como ilustrado na vinheta
de abertura,
Entre em nosso há Canal
seres considera-
no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
dos zumbis, mas na verdade é
que eles foram zumbificados por meio de drogas paralisantes que
alteram o estado mental, pelo trama de terem sido enterrados vivos
e devido á submissão que sucede graves e violentos abusos físicos.
A subseqüente administração de drogas psicotrópicas mantém os
pobres tolos nesse terrível estado, e são esses homens maltrapilhos
e cambaleantes os responsáveis pela lenda dos zumbis.
O poder da crença é forte. As pessoas de culturas do Terceiro
Mundo, subdesenvolvidas, que dão importância demais as supersti-
ções, são altamente suscetíveis ao controle da mente, isto é, se um
feiticeiro famoso pó praticar vodu cria um zumbi, elas vão acreditar
que ali ocorreu uma transformação sobrenatural.
A lenda dos zumbis é outro exemplo em que um mito difundido
e duradouro, oriundo de eventos e práticas horrivelmente reais, se
funde ao universo paranormal.
Fonte: Os 100 maiores mistérios do mundo: a mais completa
lista sobre coisas estranhas e inexplicáveis, de Stephen J. Spignesi,
Editora Difel, RJ, 2004.

40
Haiti
Não é possível falar de zumbi sem citar o Haiti, aliás ninguém
consegue ficar lá por muito tempo sem ouvir falar desse mortos
vivos. Para os haitianos, o zumbis foram trazidos de volta a vida
por meio da magia. Muitas histórias sobre isso foram até publica-
das. Uma das primeiras foi contada em 1939 por Zora Hurston.
Ela publicou um relato sobre uma menina de uma família rica,
descoberta quatro anos depois da sua morte, trabalhando como
escrava em uma loja. A menina foi resgatada por freiras francesas
e colocada em um convento. Vinte anos depois, a mesma história
correria ainda no Haiti, com muitas outras alterações de detalhes.
Mas não foi apenas Zora quem escreveu sobre os zumbis, mais
tarde em 1950, o escritor Alfred Metraux, relatou o seguinte fato:
“Uma jovem mulher repelira bruscamente os avanços amorosos de
um houngan ou feiticeiro vodu que por vingança a enfeitiçou. De-
senterrou
Entre depoisCanal
em nosso da morte
no aparente,
Telegram: usando-a como zumbi até que
t.me/BRASILREVISTAS
um movimento católico anti-supersticioso o fez libertá-la”. Essas
histórias tem adquirido credibilidade há mais de cem anos, aparen-
temente por causa de seus minuciosos detalhes e pela atmosfera
supersticiosos.
Poucos desses relatos podem ser tomados literalmente. Muitos
tidos como zumbis, são na verdade, retratados como o caso que
conta Metraux. Seu comportamento, que na verdade é o de uma
moça com deficiência mental assustou os vizinhos que sem compre-
ender o problema a definiram como zumbi.
O engano é comum, pois zumbis apresentam algumas caracte-
rísticas dos comportamentos dos deficientes mentais. Um deles é
andar de cabeça baixa, fala anasalado, ou é mudo, tem olhos mor-
tiços, não responde quando a ele se dirige. Junto a tudo isso, tem
o prazer dos haitianos de contar casos sobrenaturais.
São tantos relatos que é difícil não acreditar em zumbis no Hai-
ti. Em 1959, um zumbi apareceu em um vilarejo, foi amarrado
e levado á policia. Até os policiais ficaram amedrontados, tanto

41
zumbi

que o deixaram na porta por várias horas. Alguém lhe deu água
salgada, pois é a melhor forma de curar zombificação. Com isso
o homem recobrou a voz e disse quem era. Sua tia foi buscá-lo e
atestou que havia o enterrado dias antes. O zumbi contou então
que tinha sido mantido como escravo pr um feiticeiro. Esse por sua
vez, assassinou o homem e foi preso. Mas, sua mulher fugiu para as
montanhas com os zumbis restantes.
Mas não pense que falar de zumbi é coisa das classes mais po-
bres. Os mais ricos e educados também fazem parte de relatos
de zumbis. Metraux conta a história de um monsieur, cujo carro
quebrou na frente da casa de um hougan. O bruxo o convidou
para entrar, convencendo-o que não se tratava de coincidência. Lá
dentro, o visitante viu um zumbi, era um velho amigo que morrera
seis meses antes e no enterro de quem tinha ido.
Mas nenhuma história de zumbis bate a de W. B. Seabrook, lê
conta que um houngan possui vários zumbis, de que sua esposa
tomava conta. Ela inadvertidamente, lhes deu bolachas salgadas e
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
os zumbis sairam do estado de transe. Reconhecendo-se mortos,
partiram pra o cemitério tentando eles próprios se enterrarem. Ms
co o esforço foram de decompondo, tornando-se putrefatos.
O maior perigo do zumbi liberto é que ele se vingará, física e
magicamente de seu senhor. E quem possui um zumbi deve tratá-lo
com brutalidade.
Para se transformar alguém em zumbi há dois modos: veneno
ou magia. Uma planta usada para o veneno tem frutos parecidos
com maçãs, que eram utilizados pelos escravos pra envenenar os
seus senhores antigamente. A maçã brava também pode ser usada.
Outra forma de preparar a beberagem mágica é utilizar três gotas
do liquido liberado por um cadáver, quando amarrado pelos pés.
Além desses modos, os houngans preparam uma série de bebidas
com pós e folhas que segundo dizem, também tem propriedades
farmacêuticas. O pó do tronco da pimenteira, afirmam, causa pos-
sessão: nos rituais, aplicado à vitima, pode fazê-la tornar-se zumbi,
com a alma escrava, restando-lhe apenas o corpo.
Os que se iniciam no vodu se submetem ao mesmo processo,
mas com providências acauteladoras. A alma é dissociada do cor-

42
po, preservada em um vasilhame especial, que chamam de pot de
tête, ou pote da cabeça. Ali fica protegida contra ações malignas,
enquanto o iniciado pode livremente submeter-se ao ritual. Ele
morre: sua alma por um ritual chamado dessounin, é recapturada
pelo espírito e aguardada a ressurreição. Dali por diante, ele será
um zumbi limpo, isto é, sua alma é cativa dos deuses e não dos
homens, ou dos feiticeiros.
O mesmo ritual é elaborado por quem deseja transformar um
moribundo em zumbi: sob seu travesseiro coloca-se uma game-
la com 21 sementes de pois congo e um barbante com 21 nós.
Quando ele morre, o barbante via uma aranha, que será colocada
em um quarto escuro. Para transformá-la no homem morto, bate-
-se três vezes à porta, conservando-se de costas. E depois, usa-se
um relho para dominar o zumbi. É o que se chama um vivi, pareci-
do com um gênio aprisionado em uma garrafa. Em resumo: trocar
a alma de um homem, enquanto vivo, pela de um animal, um
lagarto,
Entre borboleta
em nosso e galinha.
Canal O animal t.me/BRASILREVISTAS
no Telegram: com alma de homem não
morrerá, só desaparecerá.
Não dá para distinguir um vivi de um baka, o monstro invo-
cado pelos haitianos para lhes dar sorte, força a riqueza. Ambos
podem ser tratados com cuidado, se sua força se libertar destruirão
o senhor. Para invocá-los, o melhor lugar é o cemitério. Para trans-
formar uma pessoa morta há tempos em zumbi, basta atacar sua
tumba por três vezes, com varas da planta pois congo.
Para se livrar do perigo da zombificação é que os haitianos se
iniciam no vodu. Mas, mesmo assim, ainda há risco de atender
ao chamado do feiticeiro, quando se está no túmulo. Por isso em
muitos lugares do Haiti, enterram os mortos de boca para baixo,
e até com os lábios costurados. E uma faca entre as mãos para
a sua defesa. Há duas espécies de zumbis: um corpo sem alma e
uma alma sem corpo. Este último é confundido com aparições. A
palavra zumbi vem do termo zemi, da língua dos índios arawak,
que quer dizer deus ou espírito. E também deu origem ao barão
Samedi, deus dos mortos. O zumbi é, assim, um cadáver reavivado
por artes mágicas.

43
zumbi

Zumbi brasileiro
São assombrações, seres mortos-vivos escravizados que servem-
-se de mão-de-obra para os maus espíritos. No Brasil, o zumbi tam-
bém pode ser uma divindade, chefe tribal ou mesmo uma espécie
de saci. Para Mário Corso em Monstruário: inventário de entida-
des imaginárias e de mitos brasileiros da editora tomo, a força da
palavra zumbi com as crenças indígenas deu ao nosso zumbi um
aspecto e características
totalmente diferentes das
dos zumbis do Haiti. Em
algumas histórias ele apa-
rece como o saci, cheio
de malicia, arranjando
encrenca e tentando con-
seguir fumo. Em outras,
seu corpo cresce a pon-
Entre
to deemassustar
nossoosCanal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
outros.
Há quem diga que ele é o
esposo da Caipora e que
anda junto com ela. O
nosso zumbi pode aparecer em qualquer lugar, dos ermos aos mais
movimentados. Ninguém discorda de seus hábitos noturnos, em-
bora não mate e nem devore as pessoas, mas assusta e castiga. Usa-
-se a palavra zumbi para mencionar a condição de animais mortos
em circunstâncias estranhas, fazendo deles possíveis assombrações.

Desde que as lendas sobre os zumbis passaram a integrar o senso


comum no Haiti, as famílias dos recém-falecidos faziam o possível
para impedir que os corpos de seus entes queridos fossem reani-
mados. Se tivessem dinheiro, enterravam o corpo em uma tumba
apropriada, forte o bastante para impedir os intrusos. Se fossem
pobres, o corpo era confinado sob alvenaria pesada. Muitas vezes
a família deixaria um guarda ao lado do túmulo para garantir a se-
gurança até que o corpo começasse a se decompor.

44
Como matar um zumbi?
Tanto os zumbis como os outros mortos vivos, a forma de ma-
tá-los está nas lendas das várias culturas. Elas podem variar de um
lugar para o outro, mas o principio é sempre o mesmo. Você pode
ser aconselhado a arrancar o coração, encharcá-lo de vinho e co-
locá-lo de volta, espetar agulhas em seus pés, cortar a cabeça, as
mãos e os pés da coisa, antes de enterrar tudo em uma encruzilha-
da ou queimar o corpo e jogar as cinzas em água corrente. Relatos
famosos dando dicas de cortar a cabeça e colocá-las entre os pés
do zumbi são encontrados na saga de Grettir, da Islândia em 1913.
Assim como arrancar e queimar o coração do zumbi é ensinado
por William de Newburgh e relatado também na revista American
Anthropologist de 1896. Mas a técnica mais indicada e ensinada
universalmente é empalar o cadáver dentro do caixão e enfiar uma
estaca de madeira no coração do morto vivo. A madeira usada na
estaca
Entre emdeve
nossovir Canal
do espinheiro branco, do
no Telegram: carvalho ou do freixo.
t.me/BRASILREVISTAS
Alguns ciganos indicam a madeira da roseira.

Filmes: do Haiti os Estados Unidos


Poucos monstros de filmes de terror são tão malvistos quanto
os zumbis. Esses mortos vivos não apresentam complexidade, são
múmias com roupas casuais, sem vida amorosa, nada habilidosos e
nem heróicos. Enquanto seus irmãos: Vampiros, lobisomens e até
fantasmas ganham fama, os zumbis parecem bufões, que apenas
tiram nojo e risadas do público. No entanto apesar de tudo isso, os
zumbis tem sido presença constante nos filmes de terror desde os
anos 1930, com uma filmografia intensa que tem entre seus títu-
los: Zumbi branco, A Morta Viva, Vampiros de Alma, A noite dos
Mortos Vivos, Despertar dos mortos, Terror nas trevas, Pelo amor
e pela morte, Extermínio e Todo mundo quase morto.
Para Jamie Russell, em Zumbi: o livro dos mortos, da editora
Leya, talvez o zumbi não tenha alcançado o estrelato pela sua falta
de herança literária. Do outro lado, o zumbi é um monstro recente,

45
zumbi

do século XX cuja a primeira aparição aconteceu na publicação de


A ilha da Magia, o estudo divisor de águas sobre o Haiti, escrito
por William Seabrook em 1929.
O zumbi passou por várias transformações, desde que saiu do
Haiti, passou pelo Caribe e alcançou as industrias de cinema de
terror da América e da Europa. Ele ganhou a atenção do público
norte-americano no fm dos anos 1920. Exatamente no auge do
interesse geopolítico dos Estados Unidos pelo Haiti. O zumbi foi
apropriado pela cultura afro-caribenha para uma grande variedade
de fins.
Bem antes disso, em 1889, o zumbi fez a sua primeira aparição
no mundo anglo-saxão, nas páginas da Harper´s Magazine, em um
curto artigo de um jornalista e antropólogo amador Lafcadio He-
arn, intitulado The Country of the Comers-Back. Embora o termo
zumbi já tivesse sido registrado pela primeira vez no Oxford English
Dictionary
Entre em nossoem 1819.
CanalAnopalavra era freqüentemente
Telegram: ouvida entre
t.me/BRASILREVISTAS
os escravos do sul dos Estados Unidos na última metade do sécu-
lo XVIII. Hearn viajou para a ilha da
Martininca em 1887 a fim de estudar
os costumes e o folclore local e entre as
histórias que ouviu tomou conhecimen-
to das lendas dos corps cadáveres ou
mortos que caminham.
Mais tarde, em 1928 chegaria ao
Haiti o aventureiro norte americano
William Seabrooks, que faria estudos
mais profundos sobre as lendas dos
zumbis e até escreveria romances e ar-
tigos sobre o assunto. Seu romance foi
o primeiro escrito sobre zumbis, A Ilha
da Magia, lançado em 1929 se tornou
o livro de viagens mais vendido do ano.

46
O sucesso dos zumbis
Assim que o livro foi lançado, as indústrias cinematográficas que
já estavam envolvidas com as grandes produções de terror como
The Bat, The Monster e Drácula, vieram nos zumbis ótimos prota-
gonistas para as produções teatrais e de cinema. Foi dentro desse
cenário que se produziu pela teatral Zombie, de Kenneth Webb
em 1932. Apesar da peça ter sido um desastre de bilheteria, ela
foi um preparo para o primeiro filme de destaque sobre zumbis:
Zumbi Branco de Victor e Edward Halperin, em 1932.
Ao longo dos anos 1930, a característica predominante dos fil-
mes de zumbis era de orçamento baixo. Essa continuo sendo a linha
desses filmes até os anos 40. Foi nessa época que os filmes de zum-
bis saíram dos holofotes pra alcançar os estúdios de Hollywood. O
Castelo Sinistro foi a primeira exibição de um filme de zumbi pela
Paramount
Entre em nossoe contava
Canalem noseu elenco com
Telegram: atores como: Bob Hope,
t.me/BRASILREVISTAS
Paulette Goddard e Anthony Quinn. Outros filmes de zumbis vie-
ram até que Hollywood perdeu o interesse nesse monstro, que pas-
sou a fazer patê das filmografias da Grã-Bretanha em 1960. Junto
com o país de Gales, vieram os mexicanos, entre outros.
Mas o grande boom dos filmes de zumbis viria bem mais tar-
de, com o primeiro filme de George Romero em 1968, A Noite
dos Mortos Vivos. O filme teve um impacto visceral e colocou os
zumbis em lugar de destaque no rol dos personagens de terror. O
fiem teve tanto sucesso, que foi exibido anos seguidos e adquiriu a
classificação de um filme cult. Romero não só colocou em destaque
os zumbis, como deixou vários sucessores nessa arte. Nos anos 70,
um deles, o diretor espanhol Jorge Grau produziu Zumbi III e A
Revanche dos Mortos Vivos. Fugindo da Espanha fascista, Grau
conseguiu produzir um dos melhores filmes de zumbi dos anos 70.
Atualmente, os zumbis fazem suas aparições em quase todos o

47
zumbi

filmes de terror, na maioria das vezes como personagens secundá-


rios. Nos filmes onde os temas são zumbis e eles estão em primeiro
plano como Zumbilândia de 2009, rendeu apenas nos cinemas
americanos US$ 76 milhões.
No Brasil encontramos os zumbis em vários filmes, alguns deles
dirigidos pelo capixaba Rodrigo Aragão. Entre os filmes que apa-
recem os mortos vivos estão: Era dos Mortos (2007), A Capital
dos Mortos (2008), Porto dos Mortos (2010) e Zombio (1999).

A origem dos filmes de zumbis não é precisa. Antes de O zumbi,


o clássico estrelado por Boris Karloff, em 1973, com a direção de
T. Hayes Hunter, não foi encontrado registro de livro ou conto que
trate do tema. Provavelmente monstros como Frankstein foram
boas inspirações para os zumbis.

EntreCuriosidades:
em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
*Em 1935, Ed Wood, diretor do filme Plano 9 do espaço
sideral, recorreu a alienígenas para compor os seus zumbis.

*George Romero, na obra prima A noite dos mortos vivos


de 1968, escolheu um meteorito radioativo para justificati-
va para os mortos vagarem pela terra.

Outros lugares onde tem zumbis


Artes plásticas: A artista plástica japonesa Fumie Sasabuchi faz
colagens usando anúncios e revistas de moda. Ela aplica desenhos
de ossos expostos e órgãos humanos sobre as fotos de modelos
internacionais, dando-lhes uma aparência mórbida. Seus trabalhos
estão expostos nas Galerias Zink, em Munique e em Berlim.

48
Propaganda: Na propaganda dos desodorantes Rexona homens
comuns começam a agir como mortos vivos sempre que pensavam
em futebol. Em uma das cenas, eles correm como mortos vivos
atrás do jogador Robinho.
Pizzaria: A Hell Pizza é um fast food neozelandês, que promoveu
uma campanha interativa onde o entregador precisa atender a um
pedido em uma cidade infestada por zumbis. O internauta que der
uma solução ao problema ganhava um cupom de desconto.
Quadrinhos: A Marvel e a DC resolveram integrar em seu rol
de personagens os zumbis. Eles criaram a Marcel Zombie e a DC
lançou em 2009 a série A Noite Mais Densa.
Moda: A grife de calçados femininos Iron Fist lançou em 2010
a coleção limitada Zombie Stomper de Plataformas. Os sapatos
são multicoloridos, apresentam detalhes em dentes, caveiras, carne
humana e olhos.
Manifestações: Em 2001 durante o festival de filmes trash, sur-
Entre
giu em nosso Waks,
o Zombie Canalque no Telegram:
é uma espéciet.me/BRASILREVISTAS
de parada do orgulho
morto vivo.
Fonte: Zumbi: o livro dos mortos, Jamie Russell.

Histórias em
quadrinhos
Ao contrário do que se imagina,
os zumbis nas revistas em quadri-
nhos não vieram dos filmes de dire-
tores como George Romero e John
Gilling, consideradas as primeiras
produções do gênero no cinema.
Desde a era de ouro da EC Comi-
cs, entre 1950 e 1954 há seres
que voltam da morte e se arrastam
pela noite em busca de carne hu-
mana e sangue como alimentos. É
uma tradição própria dos comics.

49
49
Capitulo 4
victor frankstein

D
iferentemente da maioria dos monstros que estamos tra-
tando, o Frankstein foi criado, não se baseia em nenhu-
ma lenda ou cultura popular. É criação da escritora Mary
Shelley (já citada na apresentação) durante uma visita à casa de
campo do Lord Byron (já citado), irmão de seu futuro marido,
em 1816. Ela tinha en-
tão seus 18 anos quan-
do topou
Entre participar
em nosso Canaldeno Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
um concurso proposto
por Byron para escre-
ver contos e histórias
fantasmagóricas. Mary
sonhou com o mons-
tro e o publicou em
1818 com o nome O
Prometeu moderno.
Seu livro era baseado
em parte no cientista,
médico italiano Luigi
Galvani (1737-1798)
que acreditava poder
reanimar cadáveres por
meio da eletricidade. Em Frankstein, Mary conta a história de Vic-
tor Frankstein. Apesar da atmosfera de terror, o monstro é um ser
dotado de profunda inteligência, habilidade de falar e de se rela-
cionar. O enredo gira em torno da luta da criatura pela vida e sua

50
batalha contra o criador Victor. Ao final Frankstein desaparece na
nevasca. Em 1931, a obra foi transformada em filme pelo cinesta
britânico James Whale (1889-1957). Mas no cinema Frankstein
foi dotado de maldade e abandono e fisicamente parecido com um
homem de Neandertal e de caráter assassino.

No cinema e nos quadrinhos


Os americanos são tão fascinados por Frankstein, que desde
1945 existem revistas com o seu nome. Foram aproximadamente
trinta títulos. Algumas editoras inclusive chegaram a experimentar
novas revistas em diferentes épocas.
No cinema uma das primeiras produções sobre esse monstro
aconteceu em 1931 com o diretor americano James Whale. No
papel de Frankstein estava Boris Karloff. O personagem era mais
para dar risadas do que provocar medo e já havia aparecido em
um em
Entre curtanosso
de 1910 produzida
Canal pela companhia
no Telegram: de Thmas Edson.
t.me/BRASILREVISTAS
A maquiagem ficou perfeita e o ator o incorporou perfeitamente.
O mesmo diretor voltaria ao monstro quatro anos depois com A
noiva de Frankstein. Nos nove anos seguintes, Frankstein rendeu
mais quatro produções sob o comando de diretores variados. As-
sim como aconteceu com o Drácula, após um longo período de
esquecimento, Frankstein voltou às telas em 191957 com o filme
A maldição de Frankstein, com a direção de Terence Fischer.

Em 1910, o ator Charles Ogles (1865-1940) aceitou o


desafio de interpretar o maltrapilho Dr. Frankenstein. Esse
foi considerado o primeiro filme a ter um monstro como
protagonista, realizado pela companhia de Thomas Edson.
Ficou para J. Searle Dawley a direção do curta metragem de
dezesseis minutos, somente doze minutos chegariam preser-
vados ao século XXI.

51
Capitulo 5
outros
mortos vivos
Fantasmas
A palavra fantasma tem sua origem no grego phantasma, e signi-
fica aparição. Exatamente o que o é um fantasma: visível mas não
palpável, a materialização de um morto. A presença dos fantasmas
faz com
Entre que essas
em nosso casas
Canal nosejam chamadas
Telegram: de mal-assombradas. É
t.me/BRASILREVISTAS
possível que os fantasmas sejam uma decorrência da necessidade
das pessoas de acreditarem na existência após a morte.
Desde os tempos das cavernas já se enterravam os mortos com
alguma cerimônia, o que comprova a crença de vida após a morte.
Para estes, os mortos são vistos como protetores dos vivos, inter-
pondo seus poderes entre eles e os elementos malignos sobrenatu-
rais. Por outro lado, algumas culturas acreditam que os fantasmas
são espíritos malignos que aparecem para punir os vivos. Entre es-
sas culturas, estão alguns grupos das selvas da América do Sul. Para
esses grupos, os espíritos são vingativos e precisam ser acalmados.
Por isso colocam objetos de magia na casa do morto, acreditan-
do que isto manterá o morto à distância. Outra crença é que os
fantasmas não possuem senso de direção. Tanto que era costume
enterrar assassinos e feiticeiras em encruzilhadas para confundir os
fantasmas. As sociedades mais complexas conseguem fazer uma se-
paração entre o mundo dos vivos e o dos mortos, e acreditam que
o espírito quando parte desse mundo sonha com um lugar de paz
eterna. Os espíritos que vagam pelo mundo são os pecadores que

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ainda não conseguiram encontrar seu lugar de paz. Por isso muitos
acreditam que rezando pela alma ou dando um enterro cristão ao
morto, o estarão ajudando a encontrar seu caminho. Pelo menos
foi isso que fez Harry Prince, famoso caçador de fantasmas, ao
afirmar que era preciso “cuidar” do fantasma da reitoria de Borley.
Tais histórias demonstram que em algumas culturas existe a crença
em uma ligação entre corpo e alma. Os fantasmas que vagam pelo
mundo estão sendo punidos por terem sido maus na vida, por isso
precisam purgar durante a morte. Isso lhes dá a característica de
serem assustadores com os vivos. Antigamente, muitos fantasmas
eram associados aos demônios com chifres, atualmente, eles apre-
sentam formas humanas.

Como tudo começou


As imagens de fantasmas mais são raras antes do fim da Idade
Média. Foi exatamente entre os séculos XII e XV que surgiram
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
cinco tipos distintos de fantasmas. O primeiro era o tipo Lázaro,
no qual o fantasma é pintado como ressuscitado. No segundo, o
fantasma morto é descrito como vivo. No terceiro, aparece en-
volto em um sudário. No quarto, como um cadáver em avançada
decomposição. E, no último tipo, ele é invisível. As mais antigas
figurações de fantasmas poderiam retomar ao século XI, quando
começam a se multiplicar os textos com relatos dessas criaturas.
Um deles, datado de 1071, descrito por Gregório, o Grande, no
segundo livro de seus Diálogos relata que duas religiosas haviam
sido excomungadas antes de morrerem. Após isso acontecer, elas
foram sepultadas no terreno da igreja e todas as vezes que lhe de-
dicavam missas, suas amas as viam surgir das sepulturas e sairem
da igreja.

Fantasmas famosos
No entanto, as imagens de fantasmas tornam-se numerosas ape-
nas no século XIII por meio dos Milagres da Virgem, compostos
pelo Monge de Saint-Médard de Soissons, Gautier de Coincy, entre

53
outros mortos vivos

1218 e 1233. O fantasma de Anne


Boleyn mantém o recorde de visões.
Desde sua execução, em 1536, ela já
foi vista 30 mil vezes em 120 lugares.
Se você acredita ou não em fantas-
mas e espíritos, não há como negar
que basta dar uma olhada ao longo da
história para comprovar sua constante
presença. No primeiro século d.C. foi
relatada a presença de um fantasma
assombrando uma casa em Atenas,
Grécia, de propriedade de Plínio, o Jovem. De acordo com Plínio,
o fantasma balançava correntes e assumia a forma de um velho
com barba. O primeiro poltergeist foi registrado em 856 d.C. em
uma fazenda nas margens do rio Rhine, na Alemanha.
O espírito atormentava a família, atirando pedras, batendo nas
Entre em nosso
paredes Canalfogo.
e acendendo no Telegram:
Mesmo com t.me/BRASILREVISTAS
a visita de vários padres
com relíquias sagradas, o tal fantasma fazia com que os padres fos-
sem embora arrastando pedras. Visões de exércitos de espectros
após as batalhas da Guerra Civil Inglesa foram registradas por fon-
tes da época. Casos similares também aconteceram em Gettysburg,
The Somme e Gallipoli. A partir dos séculos XIX e XX, os relatos
de fantasmas aumentaram consideravelmente, e os vivos passaram
a criar mecanismos cada vez mais sofisticados para detectá-los. Um
dos casos mais conhecidos aconteceu com uma jovem inglesa que
estava vivendo na Índia, em 1917. Ela espantou-se ao ver o irmão,
um piloto da força aérea britânica, de pé em seu quarto. Somente
quando rapaz desapareceu percebeu que era uma visão.
Mais tarde, a jovem descobriu que no exato momento que viu
o irmão em seu quarto, o avião em que ele estava foi derrubado
sobre a França. Outros casos, como o do vigário de Bristol, do
século XIX, cujo espírito tinha o costume de sacudir as pessoas
enquanto elas dormiam. As piores histórias são sem dúvida a dos
fantasmas que flutuam, são transparentes ou aparecem sem cabeça.

54
Como o da mulher de Norfolk, Em Ânglia Oriental na Inglaterra,
que depois de morta aparecia para os outros com uma cavidade
negra no lugar dos olhos. Ou o caso de uma cabeça sem corpo que
expulsou de uma casa em Hamburgo, em 1953, vários residentes.
As aparições ilustram muitas vezes a forma como a pessoa morreu
ou o lugar onde acorreu a morte. Além dos fantasmas são comuns
as aparições de animais fantasmas, navios fantasmas como os The
Flying Dutchman e La Belle Rosalie, trens fantasmas e casas mal-as-
sombradas.

O trem-fantasma
O caso mais famoso de trens fantasmas é o seguinte: nos meses
de abril o trem que conduziu o cadáver do décimo sexto presidente
dos Estados Unidos Abraham Lincoln (1809- 1865) reaparece.
Manchas de sangue que nunca desaparecem e as luzes-fantasmas
que em
Entre voltam
nossoa funcionar
Canal nonaTelegram:
encruzilhadat.me/BRASILREVISTAS
de uma estrada de ferro
na Carolina do Norte. Di-
zem que isso acontece ali
porque a cabeça decapi-
tada de um chefe de trem
procura seu corpo no local
onde o perdeu. As fuma-
ças e os cheiros também
podem ser manifestações
fanstamagóricas. Em uma
cidade norte-americana, o
fantasma de uma jovem do
século XVII sempre apa-
rece com cheiro de carne
queimada, pois ela morreu na fogueira durante a inquisição. Os
outros casos são os chamados poltergeists, que não se materializam
em corpos mas fazem ruídos, jogam objetos, gemidos, sinos tocan-
do sem ninguém em volta. Há ainda os relatos de fantasmas que

55
outros mortos vivos

voltam ao mundo dos vivos para resolver alguma pendência. Um


fazendeiro norte-americano voltou para tirar dos dedos da esposa o
anel de casamento quando ela já havia casado novamente. Figuras
ancestrais também podem aparecer como é o caso do padre negro
que aparece para anunciar a morte de uma pessoa na família do
poeta romântico Lord Byron. As explicações para as aparições são
diversas, os psiquiatras tendem a dizer que são frutos de uma men-
te conturbada, outros, como o filósofo e psicológo estadunidense
William James procuram a explicação em percepções extra-senso-
riais ou telepatia. Alguns dizem se tratar de alucinações, outros do
ser astral que a pessoa possui, ou ainda que são projeções psíquicas.
Os últimos duzentos anos têm visto um aumento de interesse da
ciência pelo mundo espiritual. Não importa o quanto progredimos,
parece que sempre teremos interesse pelas histórias de fantasmas.

O cavaleiro sem cabeça


EntreAsem nosso Canal no
lendas e tradições dosTelegram:
homens ou t.me/BRASILREVISTAS
cavaleiros sem cabeça per-
dem-se no tempo. São histórias narradas desde a antiguidade e,
para alguns, o monstro moraria na Índia, para outros, no norte da
África. Nessas lendas era pensado como parte de uma comunidade
sem cabeça. Eles receberam o nome de Blênios, um povo real que
habitava o espaço entre o vale do Nilo
e o Mar Vermelho. Mas o estranho
é que esse povo tinha cabeça. “No
Brasil, eles habitariam o espaço entre
a Venezuela e a fronteira da Guiana
e recebiam o nome de Ewaipanomas.
Faziam parte de uma tribo indígena,
cuja característica é que faltava a to-
dos a cabeça”, relata Mário Corso,
autor de Monstruário: inventário de entidades imaginárias e de
mitos brasileiros. Os olhos ficavam no peito e o nariz e a boca um
pouco mais abaixo. É como se a cabeça ficasse no peito e todo o

56
resto descesse. Sabe-se pouco sobre eles, apenas que eram briguen-
tos e suas armas eram gigantes. Para os europeus medievais esses
seres eram tão fundamentais que ganharam nomes esquisitos como
Sternophtalmoi e Omophalmoi. Os primeiros tinham os olhos situ-
ados no peito e os segundos no ombro.
*Existem muitas interpretações sobre eles, uma delas diz que
era um povo simples e devoto, já que o coração era exatamente
o lugar dos olhos. Sobre sua origem pouco se sabe, mas supõe-se
que tenham nascido do imaginário português e que os receberam
dos índios.

Ghoul
São mortos vivos, cujo o termo ghoul remetia a ghul da época
medieval. Ele era um tipo de demônio oriental, que habitava ce-
mitérios e era filho de Iblis, uma figura semelhante ao satanás (que
inclusive ficou conhecido mais tarde como al-Shaitan). O Ghoul
Entre
podeem nosso Canal
significar tambémno um Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
tipo de metamorfo do deserto, que
costuma se disfarçar de hiena e distrair viajantes de seus caminhos
para depois comê-los. Aprecia muito criacinhas e é capaz de cavu-
car túmulos para comer cadáveres.

Shtriga
O folclore está cheio de histórias sobre criaturas que já foram
humanas, mas que partiram deste mundo por causa de alguma
magia ou fenômeno sobrenatural. O Wendigo é um deles, o lican-
tropo é outro e tenho também a Shtriga. Os antigos registros a
chamavam de Strix e a descreviam como uma criatura que, como
punição por ter praticado um ato de canibalismo, mais uma vez
como o Wendigo, ficou deformada e se transformou em um ser
voador noturno. Para Alex Irvine de Supernatural na Idade Média,
a Shtriga era descrita como uma bruxa ou um tipo de vampiro.
Mas ela faz parte da família dos zumbis, uma morta viva que vive
vagando pelo mundo em um corpo que já deveria ter morrido há

57
outros mortos vivos

muito tempo. Ela pode não estar totalmente morta, mas se alimen-
ta do spiritus vitae de suas vitimas, sugando-lhes as forças. É isso
que a mantém viva. Em geral, ataca crianças, aproveitando para
perseguir todos os irmãos e irmãs de uma mesma família antes de
passar para outra.
A Shtriga é vulnerável apenas quando está se alimentando ou se
for atingida por ferro consagrado.

Draugr ou Draug
Ele assombrava os túmulos dos vikings, mas também ressurgiu
dos mortos para causar a morte e destruição em vilas de coloni-
zadores. Na saga de Eyrbyggia, um draugr chamado Thorolf mata
tantas pessoas que todo o vale assombrado por ele é abandonado.
Draugr também são mencionados na saga de Laxdaella e na de
Grettir. Se estivesse assombrado o túmulo de um homem rico, o
Entre emprotegeria
Draugr nosso Canal no Telegram:
o tesouro t.me/BRASILREVISTAS
e caçaria qualquer um que ousasse rou-
bar algo da sepultura. Muito forte e pálido
como um morto, o Draugr também é capaz
de alterar seu tamanho e como se isso já
não fosse perigoso o suficiente, ele também
costuma ser imune a armas comuns opera-
das por homens comuns. Para Alex Irvine
de Supernatural em geral é necessário um
herói para despachar o monstros, que pode
facilmente matar sua vitima usando apenas
a força bruta, para depois sugar seu sangue
e comê-la. Algumas histórias dizem que Draugr sai do túmulo com
uma fumaça e só depois assume o formato humanóide. Os heróis
que aparecem nas sagas costumam enfrentar Draugr sem a ajuda
de armas, usando apenas de força para submetê-lo. Mas nem sem-
pre após a luta exaustiva, o herói mata o Draugr com um golpe de
espada.

58
A menos que o corpo do Draugr seja destruído de maneira
radical, é possível que ele retorne. Assim como alguns relatos de
zumbis, as sagas islandesas sugerem que a melhor maneira de se
livrar de um Draugr para sempre é decapitá-lo, queimá-lo e por fim
jogar suas cinzas no mar.
Alguns Draugr são capazes de abandonar seu local de descanso
eterno e visitar os vivos durante a noite. Essas visitas são terríveis,
levando à morte de um ou mais vivos envolvidos. Outros Draugr,
conhecido como haugbui, assombram apenas cemitérios e costu-
mam deixar os mortais em paz, a não ser que alguém viole seu
túmulo ou se aproxime demasiadamente.
O Draugr tem um primo conhecido como Draug, que está mais
ligado à vida marinha. Eles ficaram conhecidos por fazerem com
que marinheiros escorregassem perigosamente em pedras molhadas
quando aportavam, essa variedade é chamada de gleip, e mesmo
Entre
que em nosso ter
costumem Canal no Telegram:
a aparência humana,t.me/BRASILREVISTAS
há grandes diferenças. As
vezes a cabeça do Draug é feita de algas marinhas. Em outras oca-
siões, ele não possui cabeça.
Muitas vezes, os Draugs nadam acompanhando embarcações,
esperando por uma oportunidade de enganar os marinheiros e fa-
zê-los escorregar nas pedras. Algumas dizem que podem mudar de
forma e aparecer como algas marinhas ou pedras escorregadias. A
não ser que um marinheiro cuspa nessas pedras, pisar nelas pode
ser fatal. Outro uso maléfico da forma da pedra acontece quando
um marinheiro embarca com um Draug, sem saber que ele está di-
sarçado de pedra. Assim que o navio parte, o Draug vota à forma
original, causando um desequilíbrio de peso que acaba por virar o
barco.
Além de serem um problema, os Draug são maus agouros. Ver
ou ouvir um deles é sinal de que há uma tragédia à espreita.

59
outros mortos vivos

Vrykolakas
Há relatos desse morto vivo em 170 na Grécia. O termo Vryko-
lakas é de origem eslava, e assim como no Império Austríacos são
registrados casos documentados. Depois de sepultada Vrykolakas
volta para matar pessoas no cemitério ou causar problemas na casa
onde morava. As vezes aparece como humana, em outras ocasi-
ões como um tipo de lobisomem. Elas são pessoas que morreram
por doença contagiosa e não receberam sacramento, pois a família
ficou com medo o contagio. Quando vivo, ele pode ter sido uma
pessoa comum, mas ao retornar como vampiro, cometerá todas as
contravenções. Pode sugar a força das pessoas quando elas ainda
estão dormindo. As lendas sobre esse morto vivo se confundem
com as dos vampiros, provavelmente porque possuem característi-
cas em comum.

Entre
Muloem nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Era a forma mais conhecida de um morto vivo cigano. Ele ata-
cava durante a noite e voltava ao amanhecer para a sua sepultura.
Como a maior parte dos vampiros, ele era um ser etéreo. Pode
assumir várias formas animais e seus ataques dizimaram muitas fa-
mílias. Esse morto vivo pode gerar filhos e eles eram Vampiroic.

Sith de Baobhan
São os motos vivos celtas. Elas seduziam e sugavam o sangue de
homens nas montanhas da Escócia. Ela surgia como uma mulher
bonita, embora tivesse patas de gamo, encobertas por sua roupa,
ou às vezes na forma de um corvo. Uma lenda escocesa fala a
respeito de quatro caçadores, que acampam e começam a beber.
Assim que aparecem belas moças, de uma delas escorre o sangue
do canto da boca. Não deu outra, assim que amanhece, todos
estão mortos.

60
Vetala
Espíritos hostis que reanimam cadáveres, os seus próprios ou
os de outras pessoas para que possam zanzar por ai. Assombram
cemitérios e campos. Atacam em cemitérios e podem levar pes-
soas a loucura. Matam crianças, possivelmente para se alimenta-
rem. Como estão presos entre o mundo material e os dos mortos,
podem ser dissipados pó meio de ritos funerários. Como não são
demônios o exorcismo não funciona. Elas podem matar inclusive
os feiticeiros que as ativa.

Jiang Shi
Esse é um cadáver viajante e rea-
nimado da tradição chinesa. Eles ma-
tam criaturas vivas para se alimentar
de seu spiritus vitae (chi). Ele é cha-
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
mado também de fantasma que pula.
A única arma contra ele é alho e sal.
E os trovões são exterminadores natu-
rais dessas feras. Uma pessoa pode se
tornar esse morto vivo se tiver morte
súbita ou sepultamento inadequado.
Ele pode ser destruído pelo fogo, sal
e repelentes naturais. Os candidatos a mortos vivos chineses eram
os que tivessem vidas de privação, marginais e suicidas. Para os
chineses, o cadáver receber a luz solar poderia ser fator desencade-
ante do vampirismo. Pois o sol nutriria o cadáver da energia yang,
necessária para a reanimação do corpo.

Kappa
Assustadora criatura parecida com um macaco sem pelos, com
grandes olhos redondos e com membranas nos dedos das mãos e
dos pés. O Kappa pula de repente de seu esconderijo em canais e
lagoas para sugar o sangue de suas vitimas.

61
outros mortos vivos

Goules
São monstros árabes que atacam as pessoas, principalmente os
viajantes para lhes retirar o sangue. Lembram muito o hábito pre-
ferido dos vampiros. Os goules habitam as ruínas e lugares aban-
donados. Quando não encontram vítimas para devorar a carne e
sorver o sangue, â noite invadem os cemitérios e desenterram os
mortos para atacá-los.

Musso Koroni
Ela é adorada pela etnia Banbarra. Suas lendas contam que ela
teria plantado seu marido Pemba, mas ficou muito incomodada
com seus espinhos. Não haveria outro jeito a não ser abandoná-lo.
Depois disso passou a vagar pelo mundo distribuindo tristeza.

Granfaloon
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Criatura horrenda, se parece com uma bola suspensa, cuja a pele é
fomada por milhares de cadáveres. Entretanto muitos dizem o o verda-
deiro Granfaloon é um ser inteligente com vários tentáculos pegajosos.
Entretanto poucos sobreviveram para contar a sua história.

Alamoa
A Alamoa nos lembra as sereias, seduto-
ras e perigosas ao mesmo tempo. Ao con-
trário da aparência, a Alamoa é cruel, seu
objetivo é atrair os homens com sua beleza
e consumi-los. Após encantá-los transfor-
ma-se em uma caveira. Aí já é tarde, os
homens seduzidos já foram tragados pelas
águas que envolvem a Alamoa. Esse mons-
tro fêmea é nascido no arquipélago de Fer-
nando de Noronha, no Brasil e vive em uma das elevações rochosas
do lugar, um ponto chamado Pico. A Alamoa é uma espécie de

62
sereia, mas sem o rabo de peixe. Embora seja terrestre, vive nas ro-
chas. Ela também pode aparecer em forma de luzes, como se fosse
um ser de outro mundo, um extraterrestre. A moral de sua existên-
cia talvez esteja presente em um aviso, mulheres belas podem ser
perigosas e a sedução tem um preço alto. A Alamoa tem variantes
distribuídas em outras partes do Brasil como a dama de branco que
passeia pelas praias de Cananéia, no litoral sul de São Paulo. Ou
mesmo a mulher de branco que fica na porta do cemitério nas ma-
drugadas. Uma vez seguida, os homens que a acompanham nunca
mais são vistos.

Anhangá
A história desse monstro é uma mistura das visões indígena com
a europeia. Da primeira podemos traduzir para mau espírito. Ape-
sar de tudo, é o proteror da natureza, faz mal apenas aos caçadores
que em
Entre tentam dar Canal
nosso fim aos no
animais da floresta.
Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Contra eles sim, o anhangá direciona toda
a sua maldade. No entanto, diferentemente
da deusa Diana, anhangá não aceita barga-
nha, quem mata algum animal na floresta
terá o seu castigo. Ele nos lembra o curupi-
ra, embora seja um defensor radical das flo-
restas. De outro lado os indígenas sempre
tiveram grande temor deste monstro, pois
o identificam com o sobrenatural, o reino
das almas dos antepassados. Ele é incorpóreo, mas quando precisa
aparecer tem o formato de um veado avermelhado, com chifres,
cobertos por pêlos, olhar de fogo e uma cruz no meio da testa. O
simples fato de enxergá-lo já significa um mau presságio. Sua forma
de matar é cruel. Costuma brincar de gato e rato e quando o caça-
dor mata o que parece ser a presa, ele a transforma em um familiar
ou parente do caçador. Aliás, um bom castigo.

63
outros mortos vivos

Berrador
O berrador é um monstro sem forma. Apenas o fato de vê-lo já
é sinal de morte certa. Está mais para uma alma penada, um sem
forma que mostra apenas o som assustador. Vem daí o nome. Ele
solta urros e gritos sofredores que parecem vir do fundo da alma.
Sua história estaria ligada a uma alma penada que foi morta de
forma violenta ou por fez muitas maldades, então, volta à Terra
berrando seu sofrimento. Ele aparece
em várias partes do Brasil, entre elas
no Vale do Rio São Francisco, região
que circula o rio nos estados de Mi-
nas Gerais, Bahia e Pernambuco. Lá é
contada uma história de um vaqueiro
que provocou a ira do gritador por
ter caçado em uma sexta-feira. Ele
nunca mais voltou. No Rio Grande do Sul conta-se que havia um
Entre
rapazem nosso
muito Canal
cruel no Telegram:
com seus animais, um t.me/BRASILREVISTAS
dia a mãe com raiva soltou
o seu cavalo e ele ficou sem poder sair de casa. No outro dia, o
rapaz puniu a mãe, montando sobre ela e a esporeando. A mãe
com raiva o amaldiçou dizendo que ele gritaria e sofreria após a
morte como ela fez.
*Esse monstro é citado também na Europa só que lá ele recebe
os nomes de zorra de Odeloca ou zorra berradeira do Algrave.

Chibamba
Existem duas versões sobre essa assombração. Uma delas se-
ria originária dos indígenas e teria a forma humana, vestido com
roupas vegetais e outras folhas presas ao corpo. Dança de forma
estranha e emite roncos esquisitos. Uma outra versão seria que chi-
bamba tem sua origem na África, inclusive chibamba é uma palavra
africana e significa dança. Algumas lendas dizem que ele seria a
alma penada de um escravo morto em sofrimento. Sua função seria
pegar meninos que não se comportam bem. Sua presença é sentida
em várias cidades do sul de Minas Gerais e interior de São Paulo.

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Corpo seco
Uma assombração muito presente
no interior de Minas Gerais, São Paulo
e outras várias partes do Brasil. O cor-
po seco é um zumbi, um morto vivo,
um cadáver que ficou seco por que
nem a terra e os vermes o quiseram.
Várias são as histórias contadas sobre
a origem do corpo seco. Em uma delas
conta-se que existia um pescador mui-
to ruim e pecador. Ele não só judiava
dos familiares como havia matado a
mãe. Conclusão, quando morreu nem
a terra e seus vermes o aceitaram. Por
isso seu corpo ficou insepultado e aca-
Entre
bou em nossopelo
secando Canal no Telegram:
tempo. Ele é pior t.me/BRASILREVISTAS
do que uma alma penada, pois não
está nem vivo e nem morto, fora isso carrega o peso do seu corpo,
um esqueleto com cabelo e sem vida. Vaga pelas estradas notur-
nas sem destino e sem saber onde fica a sua morada. Esse mito foi
importado da Europa sem modificações e demonstra o medo que
temos de não ter paz após a morte.

Pisadera
É um fantasma em forma de mulher que vem sufocar os sonhos
de quem dorme. Durante a antiguidade essa assombração teve as
mais diversas formas e figuras, mas no Brasil adquiriu a aparência de
uma bruxa velha, feia, maltrapilha e com cabelos desgrenhados. O
nome pisadera deriva do espanhol pesadilla e do português pesade-
lo. Em algumas lendas de culturas indígenas brasileiras aparece uma
velha chamada Kerepiíua que tinha a mesma função de pisadera.

65
outros mortos vivos

Dama de branco
Essa assombração aparece como uma mulher vestida de bran-
co. Ela nos lembra um pouco a alamoa e outras mulheres bonitas
assombradas. Gosta de aparecer para os garimpeiros. Costuma ca-
minhar suavemente pelos casarões e estradas e, segundo as lendas,
esconde um tesouro. No Piauí, no entanto, ela ganha uma apa-
rência diferente, é uma mulher feia, que aparece de branco todas
as madrugadas em frente a igreja. Nessa versão ela é chamada de
num-si-pode.

A loira do cemitério
A lenda urbana da loira do cemitério existe em várias cidades
brasileiras. É uma típica asssombração urbana e nos lembra o fan-
tasma da dama de branco, a alamoa e as sereias sedutoras. Essa
mulher
Entre em ficava
nossonas portasno
Canal dos cemitérios.t.me/BRASILREVISTAS
Telegram: A lenda surgiu na década
de 1940 e se espalhou por vários lugares do país. Até hoje Ma-
ria Helena, 54 anos, se lembra da loira do
cemitério que seu marido disse ter visto a
noite nas portas do cemitério das Lágrimas.
O marido de Maria já morreu há alguns
anos, mas antes disso ele contou com de-
talhes como foi a aparição da loira assusta-
dora. “Ele me disse que ela era linda, toda
arrumada, mas que todos caiam do cavalo
quando se aproximavam.
Os homens que a viam queriam conhe-
cê-la, iam atrás e quando chegavam perto
ela se mostrava em forma de fantasma.
Uma vez ele foi ver, mas não conseguiu,
apenas avistou uma mulher bonita, loira caminhando na porta do
cemitério à noite. Quando chegou perto ela desapareceu”, con-
ta. Segundo Maria isso aconteceu muitas vezes com os colegas e
a lenda, embora muito antiga, sobreviveu até 1982. Essa lenda

66
ficou tão famosa que muitos também a avistaram vagando pelo
cemitério, de tal forma que na década de 1980 poucos casais se
aventuravam a ir para aqueles lados: “Quando os casais passavam
em frente ao cemitério, os outros falavam cuidado com a loira,
cuidado com a loira”, conta.

Dama de vermelho
Outra assombração do rol da alamoa, sereias e das damas de
branco, mas desta vez usa vestido vermelho. Essa dama urbana é
uma jovem bonita e loira que sempre sai à noite em busca de com-
panhia. No final da noite ela pede ao rapaz que a acompanhe até
sua casa e vai direto para o cemitério. Chegando lá, claro o rapaz
foge de medo. Uma outra variante da história é o caso do taxista
que pega uma bela mulher vestida de vermelho como passageira,
depois de muito conversar, de repente ele olha para trás e a moça
sumiu.
Entre emQuando pára o no
nosso Canal carro descobre que
Telegram: está na porta do cemi-
t.me/BRASILREVISTAS
tério. Em outra narrativa, ela dança durante a noite toda com um
rapaz, quando vai embora esquece o casaco na cadeira. O moço
já apaixonado resolve lhe devolver a roupa. Quando chega na casa
onde a deixou e toca a campanhia um senhor vem atender e lhe
explica que a moça era sua filha falecida há muitos anos. A lenda
da moça de vermelho é originária da Europa e baseada na mesma
da mulher de branco que fica à espreita todas as madrugadas na
porta do cemitério. E tem a mesma mensagem sobre o “outro
lado” da sedução.

Ankou
Esse monstro é originário do país de Gales e da Irlanda, ele é
o coletor de almas. É representado como um homem sombrio,
envolto em um manto, puxando uma carroça com negros cavalos.
Em alguns momentos ele pode estar em uma carruagem negra pu-
xada por cavalos negros. Quando chega a um lugar acontece uma

67
outros mortos vivos

rajada de vento. Ele costuma levar em sua carroça ou carruagem


um esqueleto como companheiro. Segundo as lendas dessa assom-
bração, antes de se tornar ankou, seria um cavaleiro muito rico que
durante uma caçada se deparou com a morte cavalgando em seu
cavalo negro. Os dois fizeram uma aposta e o rapaz perdeu tendo
que pagar a dívida com sua vida. Daí então passou a “pegar” a vida
dos outros que encontra pelo caminho.

Banshee
Ela é uma espécie de fantasma sonoro, anunciando a morte
próxima de alguém da família, com um grito aterrorizante ou um
gemido igualmente temível. Parece que as banshee são existem na
Escócia, Gales e Bretanha, e só é ouvida por aquele que têm san-
gue celta. Ela têm a violência dos machos. O ritmo e a altura de
seu lamento anunciam o tipo de morte da vítima. Quando baixo a
interpretação
Entre em nossoé Canal
de morte
notranquila.
Telegram:Quando dá um grito raivoso é
t.me/BRASILREVISTAS
porque a morte será violenta e horrorosa.

Broucolaque
Esse monstro é francês e costuma atrapalhar o sono das pessoas
e fazer quem dorme ter pesadelos noturnos. As broucolaques tam-
bém estão habituadas a sugar o sangue e devorar a carne dos vivos.

Loogaroo
Monstro feminino das ilhas caribenhas, em Granada, país cari-
benho e metade das Ilhas Granadinas. Baseada em uma criatura
mitológica francesa, ela é um tipo de lobisomem misturado aos
vudus africano. A loogaroo pode deixar a sua pele e se transformar
em chamas para assombrar as pessoas. Só após conseguir sangue
fresco volta a sua forma anterior.

68
Lâmias
É um ser vampirico dos mais antigos. Após a perda de seus pais,
Lâmia, uma bela mulher foi tomada de ódio absoluto e vingou-se
de toda a raça humana atacando crianças e sugando-lhes o sangue.

Nelapsi
É um predador de gados e seres humanos, que pode trazer a
peste ou dizimar civilizações. As pesquisas sobre esse morto vivo
foram feitas por Jan Mjartran em uma viagem ao campo em 1949
e os resultados foram publicados com o nome de Povery de Vam-
pirskev Zempline.

Obayifo
Morto vivo africano. Ele deixa o seu cor-
po para sugar o sangue das crianças. Eles
Entre em nossoincógnitos
permanecem Canal nona Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
comunidade.
Quando saem do corpo, fazem-no na forma
de uma bola de luz. No Haiti, na Luisiana
e na Jamaica, o vampirismo está ligado ao
vodu e as práticas mágicas africanas. Por meio de vários processos
iniciáticos uma pessoa pode se tornar um Obayifo

Lilith
Demônio feminino que aparece em várias culturas. Pode ser
imaginada como sugadora de sangue. Em alguns relatos teria sido a
primeira mulher de Adão, substituída por Eva.

Yokai
Esse monstro aparece no folclore japonês. Ele é um monstro
japonês que anda junto com outros três: Oni (ogro), Kitsune (ra-
posa) e Yuki-onna (mulher da neve). Ele é um espirito que assusta
as pessoas que atravessam determinados pontos da montanha.

69
§( ! §

Capitulo 6
§( ! §
Filmes de Mortos Vivos lançados no Brasil
O Alien Morto (1980-EUA)
Diretor: Fred Olen Ray.
Meteoritos transformam os vivos em zumbis nessa produção de
Buster Crabbe, que estreia como um delegado de cidade pequena
responsável por investigar os acontecimentos.
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
Aqui caiu um zumbi (1989-EUA)
Diretor: Dan Hoskins.
Um grupo de motoqueiras chega à cidade de
Zariah e descobre zumbis aterrorizantes.

Cacçadores dos Mortos-Vivos (1985-EUA)


Diretor: Samuel M. Sherman.
Um conto sobre um adolescente e um reporter
que descobrem estripulias zumbis em uma anti-
ga prisão e destroem os mortos vivos com uma
arma a laser feita em casa.

A casa do além (1981-Itália)


Diretor: Lucio Fulci.
O segundo filme da trilogia zumbi que tme Luci, uma nova iorqui-
na mudando-se para reformar um velho hotel. Ela não percebe que
o lugar é um portal para o inferno.

70
A casa do espanto (1985-EUA)
Diretor: Steve Miner.
Veternano do Vietnã, agora um escritor
William Kant muda-se para a casa assom-
brada da tia falecida e se vê perseguido por
fanasmas e restos zumbificados.

A cidade fantasma (1988-EUA)


Diretor: Richard Governor.
Esse é o único faroeste de zumbis. O delegado Langley está perse-
guindo um garota sequestrada quando dá de cara com uma cidade
fantasma governada por u zumbi fantasma chamado Devlin.

Contos
Entre em do alémCanal
nosso (1972-Reino Unidos) t.me/BRASILREVISTAS
no Telegram:
Diretor: Freddie Francis.
Um filme com vários contos de terror, entre eles os dos zumbis.
Em um deles, um homem volta dos mortos várias vezes porque sua
esposa continua errando os três desejos.

O despertar dos Mortos Vivos (1990-EUA)


Diretor: Tom Savini.
Tom assume a cadeira de diretor nesta refilmagem de A Noite dos
Mortos Vivos original. Brincando com mudanças radicais na poli-
tica que ocorreram desde 1968, é uma versão requintada da obra
de Gorge Romero.

Depsertar dos zumbis (1978- EUA-Itália)


Diretor: Geroge Romero.
Um grupo tenta sobreviver ao apocalipse zumbi escondendo-se em
um shopping center.

71
§( ! §

Epidemia de zumbis (1966- Reino Unido)


Diretor: John Gilling.
Aristocrata inglês assassina a população local inteira e ressucita seus
integrantes operários escravos de sua mina de chumbo.

O Esquife do Morto vivo (1960-Reino Unido)


Diretor: Sidney J. Furie.
O jovem Dr. Peter Blodd volta para casa, na Cornuália, depois de
um periodo em Viena, convencido de que pode reviver os mortos
por meio de um transplante de coração.

Fantasmas de marte (2001-EUA)


Diretor: John Carpenter.
O diretor leva o filme zumbi ao espaço
para algumas trabalhadas em Marte.
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
A ilha do terror (1957-EUA)
Diretor: Reginald Le Borg

O pesquisador interpretado por Boris


Karloff lidera a expedição a uma ilha ao
sul do Pacifico onde vários engenheiros
americanos desapareceram e o único so-
brevivente foi transformado em zumbi.

A lenda dos sete vampiros (1973-Reino Unido/Hong Kong)


Diretor: Roy Ward Baker.
Drácula vai para o Oriente e vive várias aventuras na tentativa de
sua captura.

Mansão mal assombrada (2003-EUA)


Diretor: Rob Minkoff.
Baseado em um brinquedo de parque temático, esse filme de terror
acompanha o corretor Jim Evers e sua família em uma viagem e
uma mansão assombrada.

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Mortos que matam (1964- EUA/Itália)
Diretor: Sidney Salkow.
Vicent Price é o único sobrevivente de uma praga virulenta que trans-
formou a população do planeta em monstros famitos por sangue.

Os Mortos Vivos (1981- EUA)


Diretor: Gary A. Sherman.
Caos zumbi em uma cidade norte americana, coloca o delegado
Dan Gillis para investir um dilúvio de assassi-
natos de turistas.

Uma noite alucinante 2 (1987-EUA)


Diretor: Sam Raimi, Scott Spiegel.
Seguencia alucinada de ataques zumbis e ou-
tros mortos vivos.
Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
A noite dos mortos vivos (1968-EUA)
Diretor: George A. Romero.
Avô de todos os filmes de zumbis moder-
nos. Um grupo de pessoas está trancada em
uma fazenda, sendo atacada por milhares de
zumbis.

Re-Animator- A hora dos mortos vivos (1985-EUA)


Diretor: Stuart Gordon.
Ao reanimar os mortos com a ajuda de um soro que brilha no escu-
ro, West vira estudante precoce da Faculdade de medicina. Quan-
do o composto sai do controle West passa a reanimar os mortos.

Todo mundo quase morto


(2004- Reino Unido/EUA/França)
Diretor: Edgar Wright.
Shaun, um vendedor de 29 anos vê sua vida virar um caos quando

73
§( ! §

sua namorada termina o relacionamento. Ele ganha uma sonda es-


pacial para transformar a população de Londres em Zumbi.

A vingança dos mortos vivos (1974-EUA)


Diretor: Paul Maslansky.
Depois que bandidos espancam seu noivo até a morte, Sugar Hill
invoca o deus vodu Baron Samedi paa ajudá-lo a obter vingança.
Ele aparece com alguns zumbis negros cobertos de teias de aranhas.

Zombio (1999-Brasil)
Diretor: Petter Baiestrof.
Uma bruxa revive um gupo de zumbis e man-
da-os atrás de alguns bobões desfortunados
nesta produção zumbi brasileira.

Zumbi branco (1932-EUA)


Diretor:
Entre Victor Halperin.
em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
O primeiro filme de zumbi ainda rende alguns
sustos. Dois jovens visitantes norte americanos
vão ao Haiti e viram vitimas do maligno feiti-
ceiro vodu de Bela Lugosi.

O zumbi (1933-Reino Unido)


Diretor: T. Hayes Hunter.
O retorno de Karloff à Grã-Bretanha. O ator interpreta um egip-
tologista moribundo que usa um amuleto para levantar do caixão.

74
Capitulo 7
diretores famosos

Entre em nosso Canal no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS

Wes Craven (1939-): Mestre do cinema do horror. Fez sucesso


com filmes: A hora do pesadelo (1984) e um dos filmes mais
marcantes sobre zumbis: A maldição dos Mortos Vivos (1987).

George A Romero (1940-): Esse é um dos diretores mais conheci-


dos no mundo do terror. Com seus zumbis ele reinventou o horror
e trouxe discussões sociais e culturais para esse gênero.

James Whale (1889-1957): Ele tem um extensa lista de filmes e


revolucionou esse gênero de filmes com três produções: Franks-
tein (1931), O homem invisível (1933) e A noiva de Frankstein
(1935).

75
diretores famosos

Terence Fischer (1904-1980): É o diretor que mais fez filmes de


monstros na história do cinema. Criou quase todos os filmes da
produtora inglesa Hammer Films, que substituiu o preto-e-bran-
co gótico pelo colorido. Sua primeira direção foi: A maldição de
Frankstein, Drácula e A Múmia.

Sam Raimi (1959-): O grande público associa o seu nome aos fil-
mes de Homem-aranha, mas bem antes ele já fazia história no gêne-
ro do fantástico com a obra prima: Darkman: vingança sem rosto.
Sua estréia aconteceu em 1983 com o filme A morte do demônio.
Atores monstros.

Boris Karloff (1887-1969): Grande artista da Universal a partir da


década de 1930. Seu nome verdadeiro era William Henry Pratt e
nasceu em Londres e se tornou uma lenda em Hollywood na pele
do monstro
Entre em nosso Frankstein.
Canal noDepois fez A Múmia
Telegram: (1932), O zumbi
t.me/BRASILREVISTAS
(1933).

Vicent Price (1911-1993): Seu nome completo era Vicent Leo-


nard Price Jr. Ele era americano e de família rica. Nas telas fez uma
série de filmes de terror, entre eles: A casa amaldiçoada (1958),
Mansão do terror (1961) e Castelo Assombrado (1963).

Bela Lugosi (1882-1956): Tornou-se um dos atores mais famosos


da Universal no gênero do terror nos anos de 1930. Mas sua vida
foi finalizada de forma trágica por causa de drogas. Seu mais famo-
so papel foi Drácula.

Christopher Lee (1922): Inglês de origem, esse ator mostrou gran-


de versatilidade ao incorporar o personagem Drácula. Além do fil-
me de Drácula de Bam Stoker, participou de filmes como A múmia
(1959) e a Maldição de Frankstein (1957).

76
Capitulo 8
monstros famosos de
reinado dos mortos vivos

Blood Bill: Matador do Vale da morte, do diretor Byron Werner,


que parece um zumbi.

Drake: É o Drácula que volta a vida para cmbater Blade, um caça-


dor de criaturas.

Nosfetaru I: Enredo conta a história do conde Orlock.

Entre em nosso
Nosferatu II: O Canal no Telegram:
conde Drácula t.me/BRASILREVISTAS
é interpretado por Klaus Kinski.

Piloto da noite: Espécie de vampiro do fime Voô noturno de 1997.

Shadowbuilder: Baseado na obra de Bram Stoker.

Sônambulos: Vampiros que saem à caça de jovens garotas.

77
Capitulo 9
literatura:
os mortos vivos

Supernatural : Livro dos monstros,


espíritos, demônios e ghouls
Autor: Alex Irvine
Tradução: Luiza Vilela
Ilustrações: Dan Panosial
Editora: Gryphus.
Páginas: 240 páginas

Esse livro é baseado na série de TV Supernatural (Sobrenatural),


que em
Entre vai nosso
ao ar no Brasilnonos
Canal canais Warner
Telegram: Channel e SBT, sem
t.me/BRASILREVISTAS
contar o fenômeno que faz na internet (entre blogs, redes sociais
e fóruns). O seriado conta a história dos irmãos Dean e Sam Win-
chester, que atravessam os Estados Unidos combatendo todo o
tipo de ameaças sobrenaturais, de demônios e fantasmas, a mutan-
tes, bruxas e vampiros. Mas como diferenciar cada um deles? É o
que mostra este guia.

Grandes Enigmas da Humanidade


Autor: Vários
Tradução: Luiz A. de Araújo e Marly N. Peres
Editora Larousse
Páginas: 360 páginas.

Em suas 360 páginas, ricamente ilustradas, Grandes Enigmas da Hu-


manidade aborda temas como a criação do universo, os mistérios bí-
blicos, a existência de vida fora da Terra, além de trazer a história de
criaturas misteriosas como Drácula e o monstro do loch Ness. Coletâ-
nea de textos de diversos autores, que desenvolvem, de forma clara e
objetiva, cada um dos 150 enigmas a ser desvendado.

78
Os 100 maiores mistérios do mundo
Autor: Stephen J. Spignesi
Editora: Difel.
Páginas: 526 páginas

O jornalista e escritor Stephen J. Spignesi, enciclopedista reco-


nhecido nos Estados Unidos e em nível internacional, se debruçou
sobre os fatos e assuntos que considera grandes enigmas da huma-
nidade e categorizou-os de acordo com os tópicos: definição; o
que os crentes dizem; o que os céticos dizem; qualidade das provas
existentes; probabilidade de o fenômeno ser paranormal. São mais
de 500 páginas sobre fascinantes enigmas como anjos e zumbis,
experiências de quase-morte, círculos em plantações, poltergeists,
auras e auréolas, as previsões de Nostradamus, possessão e exor-
cismo, o Experimento Filadélfia, reencarnação e regressão a vidas
Entre em nosso
passadas, Canal viagem
Stonehenge, no Telegram:
no tempo,t.me/BRASILREVISTAS
monstros lendários, cria-
turas mitológicas, entre outras questões insólitas.

Zumbi: o livro dos mortos


Autor: Jamie Russel
Editora: LeYa Cult e a Barba Negra.
Páginas: 464 páginas

São mais de 400 páginas, fartamente ilustradas, resultado de in-


tensa pesquisa sobre origens e representações desse personagem
de pouco prestígio e destaque, mas de presença marcante na cine-
matografia de terror. Jamie Russel, especialista em cinema, parte
da constatação que na extensa bibliografia sobre o gênero terror,
os zumbis mereceram pouca atenção. Enquanto lobisomens, vam-
piros e mesmo serial killers foram exaustivamente analisados, os
zumbis em geral são retratados como meros figurantes. “Zumbis
são a massa plebeia do cinema de terror, criaturas sem alma que
perambulam sem personalidade nem propósito”, reconhece o au-

79
literatura

tor. Para Russel, parte desse descaso deve-se à falta de “herança


literária”: enquanto as centenas de versões de Drácula descendem
do romance de Bram Stocker, outros tantos Frankensteins pos-
suem algum grau de parentesco com a obra de Mary Shelley – e
esses enredos encontram inspiração, muitas vezes, no folclore e
em antigas lendas populares. Já os zumbis são monstros modernos,
nascidos no século XX, cuja aparição no mundo anglo-saxônico
o autor situa no ano de 1929. Apesar da falta de glamour, eles
vieram para ficar. Mesmo antes de brilharem no videoclipe mais
famoso da história – o “Thriller” de Michael Jackson –, já haviam
conquistado um lugar na cultura pop, presentes em uma extensa
lista de filmes. Entre eles destacam-se títulos consagrados pelo pú-
blico e pela crítica especializada, como A Morta-Viva (I Walked
With a Zombie, 1943), Vampiros de Almas (Invasion of the Body
Snatchers, 1956), A Noite dos Mortos-vivos (Night of the Living
Dead, 1968) e Despertar dos Mortos (Dawn of the Dead, 1978),
paraem
Entre citarnosso
apenasCanal
alguns.no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS

BIBLIOGRAFIA: O vampiro antes de Drácula: Bram Stoker,


Monstros e monstruosidades na literatura, Edgar Allan Poe, Alexandre Dumas, H. G. Wells,
de Júlio Jeha e outros, editora UFMG, MG, organização de Martha Argel e Humberto
2007. Moura Neto, editora Aleph, SP, 2008.
Da fabricação de monstros, Júlio Jeha e O guia dos vampiros para mulheres, Barb
Lyslei Nascimento e outros, editora UFMG, Karg, Editora Gutemberg, MG, 2009.
MG, 2009. Vampiros: origens, lendas e mistérios, Marcos
De onde vêm as palavras: origens e Torrigo, Editora Matrix, SP, 2009.
curiosidades da língua portuguesa, Deonísio O guia de sobrevivência a zumbis: proteção
da Silva, editora novo século, SP, 2009. total contra os mortos-vivos, Max Brooks,
Enciclopédia da vida após a morte: Crenças, editora Rocco, RJ, 2004.
rituais, lendas e fenômenos extraordinários, Zumbi: o livro dos mortos, Jamie Russell,
James R. Lewis, MB Makron books, SP, 1997. editora Leya, SP, 2010.
Dicionário do mundo misterioso: esoterismo, Enciclopédia dos monstros. Gonçalo Júnior,
ocultismo, paranormalidade e ufologia, Ediouro, RJ, 2008.
Gilberto Schoereder, editora nova era, RJ, Pequeno e divertido dicionário de demônios,
2002. diabos, capetas, espíritos diabólicos e
Grandes Mistérios do sobrenatural: O personagens afins, editora marco zero, SP,
homem, o mito e a magia. 1989.
Os 100 maiores mistérios do mundo: a mais Monstruário: inventário de entidades
completa lista sobre coisas estranhas e imaginárias e de mitos brasileiros, Mário
inexplicáveis, de Stephen J. Spignesi, Editora Corso, editora tomo, RS, 2002.
Difel, RJ, 2004.

80
Os Mortos Vivos estão cada vez mais populares, mesmo
Entre em nosso Canalpapéis
com muitos no Telegram: t.me/BRASILREVISTAS
em segundo plano no cinema; os
zumbis, múmias, vampiros e ghouls ficam mais famosos a
cada aparição em livros, quadrinhos e seriados. Este livro
está recheado de histórias sobre a origem dos personagens
mais marcantes desse universo, com capítulos para todos
os tipos de Mortos Vivos, a filmografia, os diretores
famosos e toda a literatura acerca do tema. Para fã
nenhum botar defeito e se deliciar a cada página!
Sobre a autora: Priscila Gorzoni é jornalista, pesquisadora, historiadora e antropóloga. Formada
em jornalismo pela Universidade Metodista, com formação em Ciências Sociais pela USP e Direito
pelo Mackenzie, tem especialização em Fundamentos e Artes pelo Instituto de Artes da UNESP de
São Paulo e Mestre em história pela PUC de São Paulo. É autora do livro Abre as portas para os Santos
Reis da Editora Fundação Pró-Memória, Animais nas Batalhas pela Editora Matrix e Os Benzedores
que Benzem com as Mãos da Editora UCG. Faz parte da Associação Brasileira do Folclore e escreve para
várias revistas e jornais de distribuição nacional.

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