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UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE

Faculdade de Gestão de Contabilidade

Cadeira de Economia pública 3º ano

FUNÇÕES DO ESTADO

Discente:

Julieta Anabela Lucas

Docente:

Abdurrenn Chale Maurício

Nampula, Março de 2022


UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE

Faculdade de Gestão de Contabilidade

Cadeira de Economia pública 3º ano

Nampula, Março de 2022

FUNÇÕES DO ESTADO

Discente:

Julieta Anabela Lucas

Docente:

Abdurrenn Chale Maurício


ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO...............................................................................................................................4

1.1. Objectivos.................................................................................................................................4

1.1.1. Geral..................................................................................................................................4

1.1.2. Específicos........................................................................................................................4

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................................5

2.1. Generalidade.............................................................................................................................5

2.1.1. O Estado............................................................................................................................5

2.1.2. Formação do Estado..........................................................................................................5

2.2. Definição de Nação..................................................................................................................6

2.3. Elementos construtivos do Estado............................................................................................7

i. O Povo......................................................................................................................................7

ii. Território...................................................................................................................................7

iii. Poder Político soberano........................................................................................................7

2.4. Fins do Estado..........................................................................................................................8

2.5. Funções do Estado................................................................................................................8

2.5.1. Função legislativa..............................................................................................................8

2.5.2. Função executiva...............................................................................................................9

2.5.3. Função judicial..................................................................................................................9

III. CONCLUSÃO...........................................................................................................................11

IV. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA..............................................................................................12


I. INTRODUÇÃO
Em muitos países do mundo questiona-se a função e o tamanho do Estado quando os mesmos
atravessam momentos de crise económica, social ou política. A forma do Estado como conhecemos
hoje não é mais a mesma de tempos atrás, porque em cada período da história ele se reconfigura para
atender às necessidades vigentes. Também, os modelos adoptados se diferenciam entre as nações, de
acordo com o seu contexto histórico peculiar. Hodiernamente, parece ser consensual a necessidade de
existência do Estado (Luz et al, 2017).

Moçambique passou a consagrar um regime político guiado por ideais democráticos onde todos os
cidadãos são chamados a participar activa e permanentemente na vida política do país, traduzindo
assim um direito e dever dos cidadãos à participação para a ampliar e consolidar a democracia em
todos os níveis da sociedade (Hermínio et al , 2003).

O regime democrático implica a consagração da supremacia da lei a quem todos devem obediência à
lei, devendo os Poderes Políticos, em nome da comunidade política, prosseguir os fins a que o Estado
se propõe realizar. Ora, para que efectivamente o cidadão exerça o seu papel, primeiro como membro
da Comunidade, e depois, como destinatário do exercício dos poderes políticos e dos fins do Estado,
passa necessariamente por um processo a que chamamos de “controle social” do poder político ou seja
a execução das funções pelo estado, portanto o pressente trabalho debruçar a sobre a função do estado.

I.1. Objectivos
I.1.1. Geral

Estudar as funções do estado

I.1.2. Específicos
 Definir o estado;
 Identificar os Elementos construtivos do estado;
 Descrever as funções do Estado.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
II.1. Generalidade
II.1.1. O Estado

A Sociedade humana, desde os primórdios, procurou organizar-se de uma forma diferenciada, mas
com o objectivo último de realizar eficazmente e de uma maneira concertada as necessidades da
colectividade (Hermínio et al , 2003). Modernamente, os povos estão mais avançados no seu modo
organizacional, proclamando Estados independentes, institucionalizam um poder, poder político,
como instrumento orgânico de regulamentação e realização das aspirações colectivas. O Estado,
portanto, consubstancia o modelo de organização mais avançado da sociedade humana e é resultado
de um longo processo de aprendizagem do homem com vista ao aperfeiçoamento da sua vida em
sociedade (Martins & silva, 2011).

O conceito de Estado surgiu do conceito antigo de cidade, da polis grega e da ciuitas romana. No
século XVI o termo Estado passou a ser usado com o significado moderno de força, poder e direito,
sendo um dos temas tratados pela literatura científica (Passaes et al, 2010).

Held (1991), definiu o Estado como a força a serviço do Direito e argumentou não haver Direito
Público sem limitação do poder de Estado

Modernamente o Estado é definido como um agrupamento de pessoas que coabitam um mesmo


território com limites definidos, organizado de maneira que apenas algumas pessoas são designadas
para controlar, directa ou indirectamente, uma série de actividades do grupo, com base em valores
reais ou socialmente reconhecidos e, quando necessário, com base na força (Passaes et al, 2010).

Na linguagem jurídica, o Estado é uma instituição, pessoa jurídica de Direito Público interno,
civilmente responsável por actos dos seus representantes que, nessa qualidade, causem danos a
terceiros, procedendo de modo contrário ao Direito ou faltando a dever prescrito por lei. (Martins &
silva, 2011).

II.1.2. Formação do Estado

O Instinto gregário do homem, desde cedo, veio impulsionar-lhe a procura de formas de


associativismo que lhe permitissem garantir a sua segurança física e realização de interesses
individuais e colectivos (Hermínio et al, 2003). O Estado trata-se de uma categoria política

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estruturante da organização do homem em relação (o homem social), portanto, a sua formação resulta
da vontade dos grupos humanos (Martins & silva, 2011).

Conhecem-se formas pacíficas e violentas nos processos de formação dos Estados. No plano da
Antropologia histórica, revelam-se processos mais importantes como:

 Conquista;
 Migração;
 Aglutinação por laços de sangue ou por laços económicos;
 Evolução pura para organizações cada vez mais complexas

Segundo Hermínio et al (2003), dos diferentes tipos de Estados oferecidos pela história, transparece
um quadro de características comuns, nomeadamente:

a) Complexidade de organização e actuação;


b) Institucionalização do poder;
c) A Coercibilidade;
d) Autonomização do Estado;
e) A Sedentariedade.
II.2. Definição de Nação

Por nação entende-se a mais vasta sociedade de pessoas, unidas por uma consciência e cultura
comuns. Embora esta sociedade de pessoas ocupe um mesmo território, levando seus membros a
terem uma identidade de interesses sobre a terra e o lugar, sua unidade vital é proveniente de um
sentimento profundo de sua história, de sua religião ou de sua cultura. Por isso, uma nação pode
existir como comunidade histórica e cultural, independente de autonomia política ou soberania estatal
(Passaes et al 2010).

O conceito de nação não pode ser confundido com o conceito de Estado enquanto este é a nação
politicamente organizada, aquela nada mais é do que um agrupamento humano unido por laços
culturais, históricos, linguísticos e religiosos ademais, um Estado pode ser formado por mais de uma
nação (Martins & silva, 2011).

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II.3. Elementos construtivos do Estado

O Estado deve ser visto como um corpo social politicamente formado, estruturado e localizado num
determinado espaço geográfico. É desta concepção que aponta três elementos para a formação de um
Estado independente, são nomeadamente:

i. O Povo

É a comunidade, colectividade de pessoas concretas que formam a nação e que se inspira por
sentimentos subjectivos de identidade, é o conjunto de pessoas que se unem para constituir o Estado,
estabelecendo com este um vínculo jurídico de carácter permanente, actuando na formação da
vontade do Estado e no exercício do poder soberano. Povo é, pois, o elemento humano do Estado e
como o Estado é uma sociedade se faz necessária a presença de pessoas, é dizer, não existe estado
sem povo (Luz et al, 2017).

Povo é a população do estado, considerada sob o aspecto puramente jurídico, é o grupo humano
encarado na sua integração numa ordem estatal determinada, é o conjunto de indivíduos sujeitos às
mesmas leis, são os súbditos, os cidadãos de um Estado. Nesse sentido, o elemento humano do
Estado é sempre um povo, ainda que formado por diversas raças, com interesses, ideais e aspirações
diferentes (Bresser, 2011).

ii. Território

Espaço terrestre delimitado por fronteiras dentro das quais o povo vive e se exerce a jurisdição do
poder instituído. é a base física do Estado à qual se impõe o limite de sua jurisdição. Não existe
Estado sem território, uma vez que este estabelece os limites físicos da acção da soberania do Estado.
O território é, em outras palavras, o elemento geográfico do Estado, isto é, a porção do globo terrestre
por ele ocupada, que determina o espaço da sua jurisdição (Luz et al, 2017).

iii. Poder Político soberano

Elemento determinante para os Estados independentes e que conduz a autodeterminação do povo para
a realização das suas aspirações colectivas. A soberania, na definição de, Bresser, (2011) é o poder
que não tem igual na ordem interna enquanto elemento essencial do Estado, o poder consiste na
possibilidade de o Estado obrigar os indivíduos a fazer ou não fazer alguma coisa segundo o seu

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objecto, que é o bem comum, o bem da colectividade, nos limites do seu território. Assim, o poder do
Estado não se subordina a qualquer outro tipo de poder social no âmbito da sua jurisdição territorial

O poder do Estado se faz presente através do governo, que é a autoridade suprema ou o órgão político
do Estado, dotado de poder soberano. O Estado, enquanto conjunto de pessoas politicamente
organizado e geograficamente limitado que possui o direito de usar o poder para prescrever os seus
valores, tem de contar com instrumentos através dos quais possa operar. O governo faz parte do rol
desses instrumentos e é constituído de pessoas e órgãos designados para executar os objectivos do
Estado, (Held, 1991).

II.4. Fins do Estado

Para que existe o Estado? Quais são as necessidades fundamentais de que a sociedade sente e se
propõe a satisfazer? Estas são algumas das perguntas que podem ser colocadas por quem reflecte o
fenómeno Estado. os três fins do Estado, são nomeadamente: a segurança, a justiça e o bem-estar da
comunidade (Ocampo, 2002).

II.5. Funções do Estado

A teoria da separação dos poderes do Estado, também conhecida como teoria das funções do Estado,
tem gerado divergências entre os estudiosos de direito público Não existe consenso quanto ao modo
de classificar as funções do Estado. Contudo, temos em consideração da maioria dos autores que
baseando-se na divisão tradicional dos poderes do Estado, segundo Montesquieu fazem corresponder
cada poder a uma função, considerando existir três funções do Estado: a função legislativa, executiva
e judicial. (Dallari, 1991).

II.5.1. Função legislativa

É aquela em que o poder se manifesta sob a forma de normas gerais e obrigatórias para todos os
habitantes, isto é, actos do Estado que se impõem a todos os que se encontram em determinadas
situações, é a função legislativa, ou o Poder Legislativo Assim como nos organismos vivos em que
cada função é desempenhada por um órgão, no Estado a função específica de fazer as leis é
desempenhada por um órgão peculiar, o órgão legislativo: é o Parlamento, Assembleia da república.
Esta denominação vária segundo as várias constituições. (Dallari, 1991).

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Para Bresser (2011), função legislativa estabelece normas que regem a sociedade cabe a ele criar
leis em cada uma das três esferas e fiscalizar e controlar os actos do Poder Executivo. O presidente
da República também pode legislar, seu principal instrumento é a medida provisória. Esse Poder é
exercido pelo Assembleia, que actua através do parlamento, composto por deputados, operacional,
orçamentária, contável e patrimonial da república e das entidades da administração pública directa e
indirecta, quanto à legitimidade, legalidade.

II.5.2. Função executiva

Estado não diz respeito à promulgação da lei que regula a vida social, mas sim aos actos singulares,
visando objectivos concretos, particulares, como a nomeação de funcionários, a execução de serviços
públicos, arrecadação de impostos a esta função estatal dá-se o nome de função executiva ou Poder
Executivo ou, ainda, função administrativa, e é desempenhado pelo órgão executivo, também
denominado Poder Executivo (Fanuck, 2010).

É responsável pela administração dos interesses públicos, sempre de acordo com as ordenações
legais. O executivo é distribuído no âmbito nacional, regional e municipal. No plano central é
exercido pelo Presidente da República, que é escolhido pelo povo, em eleições, já no nível
provincial o executivo é representado pelo governador, e auxiliado pelo Secretário do Estado. No
municipal quem o exerce é o autarca (Fanuck, 2010).

II.5.3. Função judicial

Aparece quando ele dirime os dissídios surgidos entre os cidadãos por motivo da aplicação das leis,
quando julga e pune os infractores destas leis, quando, em resumo, ele declara o direito, aplica as leis
nos casos particulares, faz reinar a justiça nas relações sociais, assegura os direitos individuais. Esta é
a função judiciária, e o órgão respectivo é formado pelos tribunais e juízes, o Poder Judicial possui
duas tarefas principais, a primeira é a de controlo de constituição, ou seja, é a averiguação da
compatibilidade das normas com constituição da República, pois só assim serão válidas. A segunda
obrigação é justamente solucionar as controvérsias que podem surgir com a aplicação da lei.
(Dallari, 1991).

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Tal poder divide-se de três formas: quanto à matéria, que são chamados de órgãos de justiça comum
e de especial, quanto ao número de julgadores, que são classificados como órgãos singulares e
colectivo e a respeito do ponto de vista da províncias (Ocampo, 2002).

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III. CONCLUSÃO

Feito o presente trabalho de pesquisa constatou-se que:


Modernamente o Estado é definido como um agrupamento de pessoas que coabitam um mesmo
território com limites definidos, organizado de maneira que apenas algumas pessoas são designadas
para controlar, directa ou indirectamente, uma série de actividades do grupo, com base em valores
reais ou socialmente reconhecidos e, quando necessário, com base na força (Passaes et al, 2010).

Os Elementos construtivos do Estado e; O Povo que é a comunidade, colectividade de pessoas


concretas que formam a nação e que se inspira por sentimentos subjectivos de identidade, território
que é espaço terrestre delimitado por fronteiras dentro das quais o povo vive e se exerce a jurisdição
do poder instituído. é a base física do Estado, Poder Político soberano que é Elemento determinante
para os Estados independentes e que conduz a autodeterminação do povo para a realização das suas
aspirações colectivas.

Funções do Estado são: Função legislativas é aquela em que o poder se manifesta sob a forma de
normas gerais e obrigatórias para todos os habitantes, isto é, actos do Estado que se impõem a todos
os que se encontram em determinadas situações, Função executiva Estado não diz respeito à
promulgação da lei que regula a vida social, mas sim aos actos singulares, visando objectivos
concretos, particulares, como a nomeação de funcionários, a execução de serviços função judicial
aparece quando ele dirime os dissídios surgidos entre os cidadãos por motivo da aplicação das leis,
quando julga e pune os infractores destas leis, quando, em resumo, ele declara o direito, aplica as leis
nos casos particulares.

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IV. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

BRESSER, P. L. (2011). Uma escola de pensamento keynesiano-estruturalista no Brasil? Revista de


Economia Política.

DALLARI, D. D. (1991). Elementos de Teoria Geral do Estado. São Paulo.

FANUCK, L. C. (2010). O Estado, os Serviços Públicos e a Administração de Pessoal. Brasilia:


Advogada Sanitaristat Asses sora da Secretaria Nacional de Vigilância gilância Sanitária do
Ministério da saúde.

HELD, D. (1991). A democracia, o Estado-Nação e o sistema global. Lua Nova.

HERMÍNIO, T., ANTÓNIO, P., MATEUS, K., JOSÉ, N. C., & CARLOS, C. (2003). Controle
Social do Poder Político em Moçambique. Maputo: Konrad-Adenauer-Stiftung.

LUZ, R. D., LEITE, L. L., & CASTRO, F. R. (2017). O papel do estado na sociedade: breves
considerações e perspectivas acerca da intervenção estatal. Maranhao: universidade Federal de
Maranhao .

MARTINS, J. C., & SILVA, R. C. (2011). Da intervenção do Estado na economia In: Revista do
Curso de Direito da Faculdade de Humanidades e Direito.

OCAMPO, J. A. (2002). Globalização e desenvolvimento. Desenvolvimento e Globalização:


Perspectivas para as Nações. Artigo apresentado no Seminário Novos Rumos do Desenvolvimento
no Mundo do BNDES . Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

PASSAES, F. M., PASSAES, M. F., & LIME, M. E. (2010). Estado, governo e administração
pública. Don Domênico: Faculdade Don Domênico.

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