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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

AS FUNÇÕES E OS PODERES DO ESTADO

Nome da estudante: Maria De Fátima Henriques Morgado

Docente: Atija António Pereira

Curso: Gestão de Recursos Humanos

Disciplina: Introdução ao Estudo de Direito

Ano de frequência: 1º ano

1º Semestre

Maputo, Agosto de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO

CENTRO DE ENSINO À DISTÂNCIA

AS FUNÇÕES E OS PODERES DO ESTADO

Nome da estudante: Maria De Fátima Henriques Morgado

Trabalho Individual submetida à


ISGECOF, na Faculdade de
Administração e Gestão como
requisito parcial para avaliação da
cadeira de Introdução ao Estudo de
Direito, no curso de Licenciatura
em Gestão de Recursos Humanos,
leccionado pelo docente: Atija
António Pereira

Maputo, Agosto de 2022


Índice
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

Noções introdutórias ..................................................................................................... 2

Estado ........................................................................................................................... 2

Elementos constitutivos do Estado ................................................................................ 2

Poder político soberano ................................................................................................. 2

Um povo ....................................................................................................................... 2

Um território ................................................................................................................. 3

Funções do Estado ........................................................................................................ 3

Os Poderes do Estado .................................................................................................... 4

Função legislativa ......................................................................................................... 5

Função jurisdicional ...................................................................................................... 5

Função administrativa ................................................................................................... 5

CONCLUSÃO .............................................................................................................. 7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 8


INTRODUÇÃO
O presente trabalho propomo-nos discutir sobre “as Funções e os Poderes do Estado”,
circunscreve-se na cadeira de Introdução ao Estudo de Direito que constitui um
instrumento fundamental para os estudos da disciplina supracitada, enquanto ciência
jurídica e também na sistematização de normas e leis em vigor em um determinado
território. Sendo assim, dedica-se a estudar regras e processos que surgem e se
estabelecem como limites para as relações sociais. Direito também pode ser entendido
como sinônimo de honradez e integridade.

No que tange ao tema atenente, para melhor compreensão deste tema iremos abordar os
aspectos relevantes, tais como: conceito de estado, elementos constitutivos do
Estado, funções, e os seus poderes.

Como material fundamental para o efeito do trabalho, foram usadas obras disponíveis
na biblioteca da Faculdade e como fontes auxiliares, as diferentes plataformas digitais
que também oferecem um vasto conhecimento sobre as funções e os poderes do Estado.
Por outro lado, optou-se pela pesquisa bibliográfica. Do ponto de vista estrutural, o
trabalho apresenta se seguinte estrutura:

 Capa, introdução;
 Desenvolvimento onde encontrar-se-á abordagens referentes ao tema;
 Conclusão onde é abordado o resumo ou a síntese no que se refere do assunto
tratado;
 Referência bibliográfica onde está contido as obras usadas na elaboração do
trabalho.

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Noções introdutórias
Ao buscarmos o conceito de Estado percebemos que existem divergências entre as
correntes teóricas. Assim optamos pelas definições se seguem para fins do nosso estudo,
o que não impede que você pesquise outras formulações nas indicações bibliográficas.

Estado
Na óptica de Dallari (1991), “Estado é o espaço maior de ordenamento político, onde se
busca a racionalidade (sempre inatingível) do sistema capitalista, por meio de um
conjunto, relativamente diversificado, de instituições” (p. 54).

Para Marx e Engels (1998), “o Estado é a ordem jurídica e política que regula um
sistema de dominação: do homem pelo homem, segundo Weber, de uma classe por
outra. O Estado é o lugar institucionalizado para tratar da gestão e da vida em
sociedade. Constitui-se num poder central, supremo e soberano em sua trajetória
histórica”.

Ao observarmos estas definições percebemos o Estado enquanto organização. Como um


conjunto de instituições encarregadas do monopólio do uso da violência.

Elementos constitutivos do Estado


De acordo com Dallari (1991), também há a ideia de que o Estado ao agregar as
diversas organizações se define como uma estrutura política e organizacional formada
pelos seguintes elementos:

Poder político soberano


É o exercício do poder do Estado, internamente e externamente. O Estado, dessa forma,
deverá ter ampla liberdade para controlar seus recursos, decidir os rumos políticos,
econômicos e sociais internamente e não depender de nenhum outro Estado ou órgão
internacional. A essa autodeterminação do Estado dá-se o nome de soberania;

Um povo
Entende-se pela reunião de indivíduos num determinado local, submetidos a um poder
central. O Estado vai controlar essas pessoas, visando, através do Direito, o bem
comum. A população pode ser classificada como nação, quando os indivíduos que

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habitam o mesmo território possuem como elementos comuns a cultura, língua, a
religião e sentem que há, entre eles, uma identidade; ou como povo, quando há reunião
de indivíduos num território e que apesar de se submeterem ao poder de um Estado,
possuem nacionalidades, cultura, etnias e religiões diferentes;

Um território
Espaço geográfico onde reside determinada população. É limite de atuação dos poderes
do Estado. Vale dizer que não poderá haver dois Estados exercendo seu poder num
único território, e os indivíduos que se encontram num determinado território estão
obrigados a se submeterem.

Um governo, através do qual se manifesta o poder soberano do Estado. Expressa - se


com ordenamento jurídico impositivo, isto é, conjunto das normas e leis.

Conforme Rodrigues (2010):

O Estado é permanente, é parte da sociedade, possui estrutura política e organizacional


que se sobrepõe à sociedade, ao tempo em que dela faz parte. A sociedade, por sua vez,
é a fonte real de poder do Estado, na medida em que estabelece os limites e as condições
para o exercício desse poder pelos governantes. É um conjunto das relações sociais de
conflito entre classes, grupos em defesa dos seus interesses particulares atuantes num
processo histórico (p. 41).

Modernamente o Estado é definido como um agrupamento de pessoas que coabitam um


mesmo território com limites definidos, organizado de maneira que apenas algumas
pessoas são designadas para controlar, direta ou indiretamente, uma série de atividades
do grupo, com base em valores reais ou socialmente reconhecidos e, quando necessário,
com base na força.

Funções do Estado
São dois os sentidos possíveis de função do Estado como tarefa ou incumbência,
correspondente a certa necessidade coletiva ou a certa zona da vida social; e como
atividade com características próprias, modo de o poder político se projetar em ação.

No primeiro sentido, Miranda (1992), a função traduz um determinado enlace entre a


sociedade e o Estado, assim como um princípio (ou uma tentativa) de legitimação do
exercício do poder. A crescente complexidade das funções assumidas pelo Estado - da
garantia da segurança perante o exterior e da paz civil à promoção do bem-estar e da

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justiça social - decorre do alargamento das necessidades humanas, das pretensões de
intervenção dos governantes e dos meios de que se podem dotar; mas é também uma
maneira de o Estado ou os governantes em concreto justificarem a sua existência ou a
sua permanência no poder (p. 85).

No segundo sentido, a função - agora não tanto algo de pensado quanto algo de
realizado - entronca nos atos e atividades que o Estado constantemente, repetida e
repetivelmente, vai desenvolvendo, de harmonia com as regras que o condicionam e
conformam; define-se através das estruturas e das formas desses atos e atividades: e
revela-se indissociável da pluralidade de processos, de sujeitos e de resultados de toda a
dinâmica jurídico-pública (Miranda,1992, p. 86).

Numa e noutra acepção, manifesta-se um elemento finalístico: diretamente, na função


como tarefa; indiretamente, na função como actividade.

O autor acima citado reforça que, a tarefa mais não é que um fim do Estado
concretizado em certa época histórica, em certa situação político-constitucional, em
certo regime ou Constituição material. Por seu turno, a função enquanto atividade (a
descobrir por via de urna análise espectral da obra do Estado, dos seus órgãos, agentes e
serviços) não vem a ser senão um meio para atingir esse fim, qualificado sob certo
aspecto; e se a tarefa implica a adstrição de um comportamento (positivo), também a
atividade não existe por si mesma.

Os Poderes do Estado
O objecto do nosso estudo é o poder que o homem exerce sobre o homem com fins
políticos. Em Rodrigues (2010), “poder é a probabilidade de um ator social (a
burocracia, por exemplo) levar a sua vontade adiante apesar das resistências que ela
enfrenta isto é, mesmo que esteja em oposição à vontade do outro”.

O Estado exerce o seu poder por meio da intervenção no ordenamento da sociedade, em


ações jurídicas, sociais e administrativas. A ação da Administração Pública possui
interface com o exercício do governo.

Para Athayde (2014), “o Estado tem por objetivo alcançar o interesse público, mediante
o uso de poderes conferidos pela ordem jurídica. Estas funções são divididas em
legislativa (ou normativa), a administrativa (ou executiva) e a jurisdicional”.

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Também existem actos, que não se enquadram em nenhuma delas, e que terminam por
compor a função política.

Função legislativa
É aquela função exercida pelo Poder Legislativo por meio da edição de normas gerais e
abstratas, que inovam na ordem jurídica e estão subordinadas diretamente à
constituição. Dela não fazem parte as medidas provisórias e as leis delegadas (Athayde,
2014, p. 14).

Esse Poder é exercido pela Assembleia da República, formado por deputados. O


Tribunal de contas também compõe esse órgão, ele auxilia a Assembleia na fiscalização
financeira, operacional, orçamentária, contábil e patrimonial da União e das entidades
da administração pública direta e indireta, quanto à legitimidade, legalidade e
economicidade.

Função jurisdicional
Athayde (2014), afirma que, a função jurisdicional é atribuída exclusivamente ao Estado
para resolução de conflitos de interesses com força de coisa julgada. É exercida pelo
Poder Judiciário, pois, somente suas decisões tornam-se imutáveis (transitam em
julgado) depois de esgotados os recursos ou depois de ultrapassado o prazo para sua
interposição.

Trata-se de um sistema da jurisdição única, nele todas as matérias podem ser apreciadas,
pois é o único poder competente para decidi-las de modo definitivo.

Não só, possui duas tarefas principais, a primeira é a de controle de constitucionalidade,


ou seja, é a averiguação da compatibilidade das normas com a Constituição da
República, pois só assim serão válidas. A segunda obrigação é justamente solucionar as
controvérsias que podem surgir com a aplicação da lei.

Função administrativa
Athayde (2014), sustenta que:

É a função que o Estado exerce no interior de uma estrutura e regime hierárquico, e que
no sistema constitucional brasileiro se caracteriza pelo fato de serem desempenhados
por comportamentos infralegais ou, excepcionalmente, submissos todos ao controle da

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legalidade pelo Poder Judiciário. A função administrativa é a única passível de ser
exercida por particulares que recebem uma delegação para a prestação de serviços
públicos (p. 16).

Ela está presente em todos os poderes, sendo mais utilizada no Poder Executivo. As
funções do Estado permeiam a manutenção da ordem, da segurança interna e a garantia
da defesa externa, por isto mantém o aparato de segurança pública constituído por uma
força policial e militar pública.

Exerce o monopólio legítimo do uso da força ou da coerção organizada. A manutenção


da ordem pelo Estado exige regulamentação jurídica para aplicar as regras estabelecidas
para a solução de conflitos, a aplicação da justiça, a imposição de sanções. O Estado
estabelece o ordenamento jurídico a partir das relações com a sociedade. Também tem o
papel de estabelecer e cobrar tributos e administrar recursos.

Diante dos poderes do Estado, não se pode esquecer que o Poder do Estado é uno e
indivisível. Cada um desses órgãos, no exercício de suas funções, exercem suas
atividades de formas diferenciadas, o que não quer dizer que são independentes, mas
também não são subordinados entre si, ou seja, existe a independência orgânica, eles
devem trabalhar de forma harmônica, mas autônoma. O importante é destacar que cada
um desses Poderes necessita de liberdade, dentro dos limites, para agir.

Eles são, na realidade, controladores do Poder Público, que visam à proteção dos
cidadãos, coíbem certos abusos dos agentes administrativos e buscam o aumento da
eficiência do Estado, uma vez que cada órgão torna-se especialista em determinada
função.

Essa especialidade não separa os poderes absolutamente, pois todos legislam,


administram e julgam. O pensamento de que os órgãos possuem somente uma função
específica é errado, claro que a tarefa maior de cada um deles é diretamente
determinada, mas existem responsabilidades que se entrelaçam.

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CONCLUSÃO
Em gesto de conclusão os artigos e manuais que falam sobre as funções e os poderes do
Estado, permitiram concluirmos o seguinte:

O Estado é comunidade e poder juridicamente organizados, pois só o Direito permite


passar, na comunidade, da simples coexistência à coesão convencional e, no poder, do
facto à instituição. E nenhum Estado pode deixar de existir sob o Direito, fonte de
segurança e de justiça, e não sob a força ou a violência. Mas o Estado não se esgota no
Direito. É, sim, objeto do Direito, e apenas enquanto estruturalmente diverso do Direito
pode ser a ele submetido, por ele avaliado e por ele tornado legítimo.

Os três Poderes são responsáveis pela implantação do Estado em si, uma vez que eles
receberam finalidades específicas, que contribuíram para a formação de uma força
coletiva organizada, pois estavam designados a atender os anseios da sociedade. Tais
órgãos fazem parte da função social jurídica do Estado, mas não pode esquecer-se das
não jurídicas. Essas são separadas em técnicas e políticas. A primeira está relacionada
com a prestação de serviços e a produção de bens. A segunda diz respeito ao interesse
geral e a conservação da sociedade política.

Finalmente, para que possamos ter uma sociedade realmente organizada, tanto o poder
político, quanto o judiciário devem caminhar lado a lado, pois os dois residem na busca
pelo progresso social, que não está só relacionado ao bem-estar de poucos, mas sim da
evolução da coletividade através da correta aplicação dos poderes inerentes do Estado.
O objetivo principal deve ser a formação de uma sociedade equilibrada, em que os
princípios constitucionais realmente são seguidos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Athayde, E. (2014). Estado, Governo, Poder, Administração Pública e Política Pública.
São Paulo, Brasil: Campus Virtual.

Dallari, D, A. (1991). Elementos de Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva.

Marx, K; & Engels, F. (1998). Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Cortez.

Miranda, J. (1992). As Funções do Estado. Rio de Janeiro, Brasil: Coimbra Editora.

Rodrigues, M. A. (2010). Políticas Públicas. São Paulo, Brasil: PubliFolha.

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