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1.

O PATRIMÓNIO
1.1. Noção e classificação

Toda empresa ou unidade económica para exercer a sua actividade necessita de um certo
conjunto de valores, ou seja, de máquinas, edifícios, mercadorias, dinheiro, ferramentas e
outros, e tudo isso, constitui o património.
No desenvolvimento das suas actividades, a empresa estabelece relações que originarão num
conjunto de direitos e de obrigações. Assim, aparecerão dívidas a receber (créditos da empresa
ou débitos de terceiros) que representam valores pertencentes à empresa; e, dívidas a pagar
(débitos da empresa ou créditos de terceiros) que representam valores pertencentes aos terceiros
e que a empresa se obriga a pagar. Tanto as dívidas a receber, como as dívidas a pagar, são
valores integrantes do património.
Contudo, o património é o conjunto de bens1, direitos2 e obrigações3 que pertencem a uma
entidade num dado momento.
BENS - (Edifícios; equipamentos; maquinas; viaturas, Dinheiro, Produtos, mercadorias,
etc.).
DIREITOS - (Depósitos a ordem, Clientes (o que tem a receber);
OBRIGAÇÕES - (Fornecedores, Estado-impostos a pagar, créditos Bancários).
1.1.1. Classificação do Património
Dependendo de quem pertence, o património de uma unidade económica, pode ser:
Património individual – se a unidade de económica pertencer a um individua.
Património Social – se for de pertença social ou da sociedade.
Património da Nação ou Nacional – inclui o património público e o património

privado (dos cidadãos);


1.2. Massas patrimoniais
Constituem a elementos patrimoniais que podem ser reunidos em grupos que
desempenham a mesma função económica ou financeira, constituindo verdadeiras
massas patrimoniais.

1.2.1. Massas Patrimoniais Gerais

1
Bens são qualquer coisa que possa satisfazer uma necessidade humana e seja susceptível de avaliação económica.
2
Os direitos são representados por contas a receber, dívidas a receber, títulos a receber, depósitos em contas bancárias (direito
de saque), títulos de crédito etc.
3
As obrigações são as dívidas que a empresa tem com outra organização ou pessoa física, e podem ser representadas pelas contas
a pagar, fornecedores, de matéria-prima, impostos a pagar, financiamentos, empréstimos etc.
O Activo, o Passivo, e a Situação Líquida ou Capital Próprio, chamam-se Massas
Patrimoniais Gerais.
1. Activo são valores positivos, que são bens e direitos, que representam objectivos e
resultado das acções da entidade e que se designa.
2. Passivo - de conjunto de valores a pagar, constituído pelas obrigações.
3. Valor do património ou situação liquida – é a diferença entre o activo e passivo.
Activo Passivo
Bens e Obrigações
Direitos Situação líquida
3.2.2. Massas Parciais ou Classes Patrimoniais
As massas patrimoniais do Activo e do Passivo, podem ainda subdividir em subgrupos,
formando massas patrimoniais parciais, de acordo com a função específica que
desempenham na entidade:

a) Classe 1 - dos Meios Financeiros - (do Activo)


Constituída por meios monetários da empresa e créditos que detém relativamente a
terceiros. Ex: dinheiro em cofre, depósitos bancários, aplicações de tesouraria de c.
prazo e de disponibilidade imediata.

b) Classe 2 - Inventários e activos biológicos - (do Activo)


Integra todos os meios que são objecto de actividade da empresa. Esta classe permite
identificar o ramo de actividade da empresa; Ex: mercadorias ou Matérias-Primas.
c) Classe 3 - Investimentos de capital (do Activo)
Integra todos bens da propriedade da empresa, adquiridos para pertencerem a empresa
ao longo do período não destinados a venda nem serem transformados, uteis a empresa
e se depreciem com o tempo ou pelo uso; integra os que estejam em regime de locação
financeira, os encargos plurianuais, os investimentos em curso e as mobilizações
financeiras. Ex: Mobiliários, máquinas, construções, etc.
d) Classe 4 - Contas a receber, contas a pagar, acréscimos e diferimentos (do Activo e
Passivo)
Inclui as dívidas de clientes representadas por títulos ainda não vencidos, e todas as
obrigações da empresa relativamente a terceiros. A satisfação das obrigações pela
empresa pode ser: a curto Prazo, a médio e longo prazo.

e) Classe 5 -Capital Próprio – (do passivo)


Inclui o valor inicial do património (capital), Lucros retidos nos anos anteriores
(reservas e resultados transitados) e o lucro ou prejuízo do exercício, entre outros.
RESUMO
Activo Passivo
 Meios Financeiros  Contas a pagar (Créditos a curto, médio e longo
 Inventários e activos biológicos prazo)
 Investimentos de capital Situação líquida
 Contas a receber (Créditos a curto,  Capital
médio e longo prazo)  Inicial
 Retida
 Adquirida no Exercício
1.2.1.1. Estrutura patrimonial
Estrutura económica corresponde a parte do Activo ou da Aplicação dos recursos de uma
empresa. Estrutura financeira representa o Passivo e situação líquida e demonstra onde é que
a empresa foi buscar recursos para fazer as suas aplicações, isto é, mostra a origem dos
fundos que podem ter sido gerados internamente (Sit. Liquida) ou solicitados ao exterior
(passivo ou capital alheio).

1.2.1.2. Activo e passivo – conceitos e características.


Activo “é recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e do
qual se espera que fluam resultados para a entidade em benefícios económicos futuros.
Três Características Básicas do Activo
 Recurso controlado pela entidade: no sentido da entidade poder dispor dos rendimentos
resultantes do elemento ou da contribuição do mesmo para os resultados da entidade;
 Resultado de acontecimentos passados: a expectativa de transacções a realizar ou de
compromissos futuros a confirmar, não se traduz num activo;
 Fluir benefícios económicos futuros: “são o potencial de contribuir, directa ou
indirectamente, para o fluxo de caixa e equivalentes de caixa para a entidade”.
Passivo - “uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passados, da
liquidação da qual se espera que resulte um ex-fluxo de recursos da entidade incorporando
benefícios económicos”.
Três características essenciais, a saber:
 Obrigação presente: “dever para agir ou executar de certa maneira”; “uma obrigação surge
somente quando o activo é entregue ou a entidade entra num acordo irrevogável para
adquirir o activo”;
 Resultado de acontecimentos passados;
 Resulte num ex-fluxo de recursos: a fim de cumprir uma obrigação presente, a entidade
deverá de dispor de recursos incorporando benefícios económicos.

Exercícios: Património da Empresa Muchangas, apresentava os seguintes elementos, em


25/03/2018.
Massas
Elementos patrimoniais
Descrição Valor Patrimoniais Gerais
Bem Direito Obrigação Activo Passivo
Dívidas a pagar 30 000,00 x 30000
Dívidas a Receber 80 000,00 x 80 000,00
Edifícios 280 000,00 x 280
000,00
Empréstimos Bancários 70 000,00 x 70
000,00
Numerário em Caixa 20 000,00 x 20
000,00
Viaturas 120 000,00 x 120
000,00
Total 500,000 100,000

Pede-se:
a) Coloque X na convenientemente a coluna dos elementos patrimoniais;
b) Coloque na coluna correspondente o valor dos activos e passivos;
c) Calcule total do Activo, Passivo e património bruto e o valor do
património líquido.

1 – Do quadro abaixo, classifique os elementos patrimoniais abaixo em:


Coluna A – (B) Bens, (D) Direitos ou (O) Obrigações Exigíveis;
Coluna B – Activo ou Passivo Exigível
Nas colunas Activo e do Passivo, escreva os valores correspondentes e os seus
totais.
2 – Elabore a Figura Patrimonial a partir dos valores dos elementos patrimoniais;
3 – Identifique como ficou a Equação Patrimonial (Positiva, Negativa ou Nula)
ELEMENTO A B Activo Passivo Valor
Aluguéis a Pagar O P 1.000,00 1.000,00
Bancos Conta Movimento (saldo) B A 15.000,00 15.000,00
Biblioteca B A 5.000,00 5.000,00
Computadores B A 3.000,00 3.000,00
Dinheiro B A 5.000,00 5.000,00
Títulos a Receber D A 4.000,00 4.000,00
Empréstimos Bancários O P 10.000,00 10.000,00
Estoque de Mercadorias B A 5.000,00 5.000,00
Ferramentas B A 2.000,00 2.000,00
Imóveis B A 8.000,00 8.000,00
Impostos a Pagar O P 3.000,00 3.000,00
Notas Promissórias a Receber D A 5.000,00 5.000,00
Prateleiras B A 3.000,00 3.000,00
Telefone a Pagar O P 500,00 500,00
Terrenos B A 20.000,00 20.000,00
Veículos B A 5.000,00 5.000,00
Total 80,000,00 14,500,00

Exercícios de auto-avaliação.
1) O que é Património?
2) Qual é a representação gráfica do Património?
3) O que é Património Líquido?
4) Quais as situações que pode apresentar o Património Líquido?
5) Conceitue – Activo:
6) Como são dispostas as contas do activo ou qual o critério de classificação das contas
do Activo?
7) Conceitue – Passivo:
8) Em qual ordem são classificadas as obrigações no passivo?
9) Considere os elementos seguintes.
Elementos patrimoniais Massas Patrimoniais Gerais
Descrição Valor
Bem Direito Obrigação Activo Passivo
Dinheiro 5.000 X 5.000
Duplicar a Receber 3.000 X 3.000
Títulos a Pagar 8.000 X 8.000
Impostos a Pagar 500 X 500
Máquinas 10.000 X 10.000
Letras a Receber 2.000 X 2.000
Veículos 25.000 X 25.000
Total 45,000,00 8,500,00
PARTIMONIO BRUTO = 45,000,00
SL= 45,000,00-8,500,00= 36,500,00
Pede-se:
a) Coloque X na convenientemente a coluna dos elementos patrimoniais;
b) Coloque na coluna correspondente o valor dos activos e passivos;
c) Calcule total do Activo, Passivo e património bruto e o valor do património
líquido.
10) Considere o património da empresa Sotrix, Lda. com sede em Maputo, que comercializa
divisórias amovíveis em alumínio. A empresa constituiu-se por escritura pública em 5 de
Setembro do ano passado. Em 30 de Setembro, o património da empresa era constituído
pelos seguintes valores:
(2) (3) (4)
(1)
B D O A P Activo Passivo
Um terreno com 20.000 m2. 3.800.000 X A 3.800.000
Dívida à Socimetal, SARL ………… 450.000 X P 450.000
Dívida ao Estado …………………… 150.000 xxxx X P 150.000
100 Painéis de revestimento de alumínio 1.700.000 X A 1.700.000
200 Placas de isolamento térmico-acústico 300.000 X A 300.000
50 Armários incorporáveis em divisórias 500.000 X A 500.000
Depósito a Ordem no Banco BIM 65.000 X A 65.000
1000 Cantoneiras perfuradas 200.000 X A 200.000
Letra a receber do cliente F. Costa, Lda. 180.000 X A 180.000
Mobiliário diverso para escritório 900.000 X A 900.000
Numerário em cofre 15.000 X A 15.000
Empréstimo do BIM, a 8 anos 5.400.000 X P 5.400.000
Um camião, FT 21-12 1.800.000 X A 1.800.000
Crédito do cliente Abel Fonseca 220.000 X A 220.000
Letra a pagar à Socimetal, SARL 15.000 X P 15.000
Total 9.500.000 6.195.000
Património bruto 15.695.000 Situação Líquida 3.305.000

Pede-se:
1. Utilizando uma cruz ( X ) preencha convenientemente a coluna 2.
2. Na coluna 3, assinale com A os elementos patrimoniais activos e com P os passivos;
3. Coloque os valores correspondes na coluna (4), calcule o valor do activo passivo;
4. Calcule do património bruto e líquido;
1.3. Factos Patrimoniais
Todos acontecimentos que provocam qualquer variação na composição do património
de um a certa empresa, designam-se por Factos Patrimoniais.
O património de uma empresa não se mantém estático ao longo do tempo, está sujeito a
uma contínua transformação, pode ser motivada por duas espécies de acontecimentos:
Acontecimentos normais ou voluntários - que resultam das operações efectuadas,
voluntariamente pela empresa. Exemplo: operações correntes, como: compras,
pagamentos, vendas, saques, aceites, recebimentos e outros.

Acontecimentos extraordinários ou anormais - que são independentes das operações


efectuadas pela empresa. Ex: incêndios, roubos, quebra e outros.

Classificação dos Factos Patrimoniais


a) Qualitativos ou permutativo, quando provoca uma alteração na composição do
património, mas não no seu valor. Exemplo: compra de mercadorias, aquisição de um
edifício, um saque sobre um cliente, etc.

b) Quantitativos ou modificativo, quando implica, além da variação na composição do


património, uma alteração no valor do património (alteram a situação líquida da empresa).
Estão neste caso todas as operações que originem um lucro ou um prejuízo para a
empresa. Exemplo: venda de mercadorias a um valor superior ao de compra, roubo, etc.

Os factos patrimoniais quantitativos podem ser: positivos e negativos.


Factos patrimoniais quantitativos positivos – quando correspondem aos proveitos ou
aumentos do património.
Factos patrimoniais quantitativos negativos – quando correspondem aos custos ou
diminuição do património.

Activo Valor Passivo Valor


Numerário 50 000,00 Dívidas à Pagar 60 000,00
Depósito em Bancos 140 000,00 Empréstimos Bancários 40 000,00
Mercadorias 80 000,00 Total Passivo 100 000,00
Equipamentos 180 000,00 Situação Liquida: 350.000,00
Total Activo 450 000,00

O valor deste património será: Sit. Líquida = 450.000 – 100.000,00= 350.000,00

Considerem-se as seguintes duas operações:


i. Depósito no Banco ---------- 20.000,00
ii. Venda de mercadorias, a pronto pagamento, por 30.000,00, que lhe haviam custado
25.000,00
A primeira operação originou:
Saída de numerário no valor de 20.000,00 (caixa – 20.000,00); Entrada do mesmo valor nos
depósitos em bancos (depósitos e bancos +20.000,00)
O património após a primeira operação ficou assim constituído:
Activo Valor Passivo Valor
Numerário 30 000,00 Dívidas à Pagar 60 000,00
Depósito em Bancos 160 000,00 Empréstimos Bancários 40 000,00
Mercadorias 80 000,00 Total Passivo 100 000,00
Equipamentos 180 000,00 Situação liquida: 350.000,00
Total Activo 450 000,00

O valor deste património será:


Sit- Líquida = 450.000,00 – 100.000,00= 350.000,00
A segunda operação origina:
Entrada de numerário no montante de 30.000,00 (valor de venda);
Diminuição das mercadorias no valor de 25.000,00 (preço a que estavam em armazém as
mercadorias vendidas).
O património após esta operação apresenta-se da seguinte forma:
Activo valor Passivo Valor
Numerário 80.000,00 Dívidas a Pagar 60 000,00
Depósito em Bancos 140 000,00 Emprést. Bancários 40 000,00
Mercadorias 55 000,00 Total Passivo 100 000,00
Equipamentos 180 000,00 Situação Liquida: 355.000,00
Total Activo 455 000,00
Após esta última operação verifica-se uma alteração não só na composição do património, como
também no seu valor. O valor é agora de 355.000,00, ou seja, sofreu um acréscimo de 5.000,00,
que corresponde ao ganho obtido na venda das mercadorias. Temos, nesta operação, um facto
patrimonial modificativo.

Exercícios de aplicação
Faça análise dos seguintes factos patrimoniais:
1) Depósito no banco………..60.000,00
2) Compra de mercadorias a prazo de 30 dias ………40.000,00
3) Venda de mercadorias a pronto pagamento por 100.000,00; que haviam custado por
70.000,00.
4) Pagamento da renda do armazém em cheque……..15.000,00

1) Análise:
Diminuição na caixa (Activo) em 60.000,00
Aumento no banco (Activo) em 60.000,00
SL = A – P
SL = {-60.000,00+(+60.000,00)}-0,00=0,00
SL = 0,00
Trata-se do facto Patrimonial Permutativo (saiu dinheiro da caixa para o banco, não
havendo aumento e nem diminuição no valor do património).

2) Análise
Aumento de Mercadorias (Activo) em 40.000,00
Aumento de débito (Passivo) em 40.000,00
SL = A – P
SL = +40.000,00 - (+40.000,00) = 0,00
SL = 0,00
Trata-se do Facto Patrimonial Permutativo

3) Análise
Aumento de numerário (Activo) em 100.000,00
Diminuição de Mercadorias (Activo) em 70.000,00
SL = A – P
SL = {+100.000,00+(-70.000,00)} – 0,00 = +30.000,00
SL = +30.000,00
Houve uma variação positiva de 30.000,00. Logo, trata-se do Facto Patrimonial
Modificativo Positivo.
4) Análise
Diminuição de Bancos (Activo) em 15.000,00
Aumento de Custos (SL)
SL = A – P
SL -15.000,00 – 0,00 = - 15.000,00
SL = - 15.000,00
Houve uma variação negativa de 15.000,00. Logo, trata-se de um Facto Patrimonial
Modificativo Negativo.

Exercício nº 02
Admitamos que o património do comerciante Luís Frederico era constituído pelos seguintes
valores:
150.000,00 – 70.000,00 = 80.000,00.
sabendo-se que: A – P = SL

Faça análise dos seguintes factos patrimoniais:


1. Depósito no banco 12.000,00
2. Compra de quatro secretárias a prazo de 45 dias, no valor de 17.500,00
3. Pagamento da Factura da EDM por 7.250,00 em numerário
4. Venda de mercadorias a pronto pagamento por 115.000,00 (custo 90.000,00)
2. INVENTÁRIO E BALANÇO

O objectivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informações sobre a posição


financeira, o desempenho e as alterações na posição financeira de uma entidade e que seja útil a
um conjunto alargado de utilizadores para tomarem decisões económicas.

2.1. INVENTÁRIO
2.1.1. Noção e Fases de Inventário
Para que se conheça o património de uma organização, é necessário fazer-se o
levantamento de todos os bens que ela possui, por meio de registo feito em mapas,
tabelas, no qual figurarão todas as características dos mesmos, nomeadamente: as
quantidades, qualidades, referências, e as respectivas unidades monetárias. Este
levantamento, é feito através da contagem física, medições, etc. O documento
contabilístico que comporta a relação dos elementos patrimoniais, designa-se por
Inventário.

Inventário – é uma relação, referida a uma determinada data, de elementos patrimoniais


(bens, direitos e obrigações) da empresa, devidamente quantificados e valorizados.
O inventário não pode ser confundido com o património. Enquanto o património é o
conjunto dos bens, direitos e obrigações da empresa, o inventário seria o documento em
que esses bens, direitos e obrigações são inscritos, valorados e referidos a uma
determinada data.

O Inventário consiste numa relação (rol, lista) dos elementos patrimoniais com a
indicação do seu valor. Proceder o inventário consiste em analisar os elementos de um
dado património, descrevê-los e atribuir-lhes um valor.

No inventário devemos considerar três etapas a saber:


1ª. Identificação: em que se verifica quais os elementos patrimoniais existentes;
2ª. Descrição e Classificação: em que os elementos são descritos e repartidos pelas
classes a que dizem respeito;
3ª. Valorização: em que cada elemento é atribuído um valor.

2.1.2. Classificação de Inventário


1ª Classificação - Quanto à ordenação
Inventário simples ou corrido – quando os seus elementos se apresentam
indiscriminadamente, sem a menor preocupação de ordem ou selecção.
Inventário classificado ou selectivo – quando os elementos activos e passivos
aparecem separados e agrupados nas respectivas contas, obedecendo uma certa ordem.
2ª Classificação - Quanto ao conteúdo
Inventário Total ou geral – quando nele estão inscritos todos os elementos
patrimoniais da empresa, em determinado momento.
Inventário Parcial – quando apenas são listados determinados elementos do
património da empresa, (como de mercadorias, de títulos de créditos ou de imobilizados
apenas).
3ª Classificação - Quanto a apresentação
Inventário Analítico – quando além do titulo da conta, nele estão apresentados todos
os seus elementos integrantes, devidamente valorados.
Inventário Sintético – quando nele apenas surgem as contas integrantes com o
respectivo titulo e extensão.
4ª Classificação - Quanto ao momento de elaboração
Inventário Inicial – Elaborado no início de actividade económica ou no início de cada
exercício económico;
Inventário Final – Elaborado no final de cada exercício económico ou no acto de liquidação
da empresa;
Inventário Ordinário – Elaborado em períodos previamente definidos pelas unidades
económicas. Este faz parte de um conjunto de políticas definidas a prior pelas empresas e, pode
ser mensal, trimestral, semestral, etc...
Inventário Extraordinário – Elaborado quando se verifica uma situação anormal ou
extraordinária e, a empresa necessitar de avaliar os danos causados. A título de exemplo temos
os incêndios, roubos, inundações, entre outras instituições.

Exemplo Prático 01
1. A Mercantil, Lda dedica-se ao comércio geral. No início do ano possuía os seguintes
elementos patrimoniais em 02 de Janeiro de 2014:
Dinheiro em caixa...................................................................100,00 Mts
Dívida do cliente.....................................................................250,00 Mts
Dívida a João António.............................................................500,00 Mts
Mercadorias diversas............................................................5.040,00 Mts
Depósito a ordem no Bim .......................................................300,00 Mts
Uma viatura..........................................................................3.400,00 Mts
Dívida a fornecedores...........................................................3.100,00 Mts
Mobiliário do escritório...........................................................870,00 Mts
Edifícios................................................................................8.500,00 Mts
Empréstimos obtidos.............................................................4.200,00 Mts

Pretende-se: Elaboração do inventário:


a) Simples
b) Analítico e
c) Sintético
Resolução
a) Simples
ACTIVO VALOR
Dinheiro em caixa 100.00
Dívida do cliente 250.00
Mercadorias diversas 5,040.00
Depósito a ordem no BIM 300.00
Uma viatura 3,400.00
Mobiliário do escritório 870.00
Edifícios 8,500.00
Total do Activo 18,460.00
PASSIVO VALOR
Dívida a João António 500.00
Dívida a fornecedores 3,100.00
Empréstimos obtidos 4,200.00
Total do Passivo 7,800.00

b) Inventário Analítico

Código Activo Valor Parcial Valor Global


3 Investimento de capital
3.2 Activos tangíveis
Edifícios 8,500.00
Mobiliário do escritório 870.00
Uma viatura 3,400.00 12,770.00
2 Inventário e activos biológicos
2.2 Mercadorias
Mercadorias diversas 5,040.00 5,040.00
Código Activo Valor Parcial Valor Global
4 Contas a receber, contas a pagar …
4.1 Clientes
Dívida do cliente 250.00 250.00
1 Meios financeiros
1.1 Caixa
Dinheiro em caixa 100.00
1.2 Bancos
Depósito a ordem no Bim 300.00 400.00
Total do Activo 18,460.00
Código Passivo Valor Parcial Valor Global
4 Contas a receber, contas a pagar …
4.2 Fornecedores
Dívida a fornecedores 3,100.00
4.3 Empréstimos obtidos
Empréstimos obtidos 4,200.00
4.6 Outros credores
Dívida a João António 500.00
Total do Passivo 7,800.00

c) Inventário Sintético
Código Activo Valor Global
3.2 Activos tangíveis 12,770.00
2.2 Mercadorias 5,040.00
4.1 Clientes 250.00
1.2 Bancos 300.00
1.1 Caixa 100.00
Total do Activo 18,460.00
Código Passivo Valor Global
4.2 Fornecedores 3,100.00
4.3 Empréstimos obtidos 4,200.00
4.6 Outros credores 500.00
Total do Passivo 7,800.00
2.2. BALANÇO

2.2.1. Noção de Balanço


O Balanço, apresenta a imagem da posição financeira da entidade em determinado
momento. Trata-se de um quadro (mapa) em que são descritas as rubricas, que
constituem a fotografia das diferentes contas nas quais entraram e saíram valores,
durante o período anterior à data da sua elaboração. O modelo do balanço, no plano de
conta “Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique”,
Aprovado pelo Decreto n.º 70/2009, de 22 de Dezembro, é o seguinte:

ACTIVOS Notas Período n Período n-1


Activos não correntes
Activos tangíveis
Activos tangíveis de investimento
Goodwill
Activos intangíveis
Activos biológicos
Investimentos em associadas
Outros activos financeiros
Activos por impostos diferidos
Activos não correntes detidos para venda
Activos correntes
Inventários
Activos biológicos
Clientes
Outros activos financeiros
Outros activos correntes
Caixa e bancos
Total dos activos
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVOS
Capital próprio
Capital social
Reservas
Resultados transitados
Outras componentes do capital próprio
Resultado líquido do período
Interesses minoritários
Total do capital próprio
Passivos não correntes
Provisões
Empréstimos obtidos
Outros passivos financeiros
Passivos por impostos diferidos
Outros passivos não correntes
Passivos correntes
Provisões
Fornecedores
Empréstimos obtidos
Outros passivos financeiros
Impostos a pagar
Outras contas a pagar
Total dos passivos
Total do capital próprio e dos passivos
Conforme acima, o balanço é composto pelo activo, pelo passivo e pelo capital
próprio. O activo e passivo, divididos em dois conjuntos de rubricas em função do
tempo de permanência na entidade, até serem convertidos em dinheiro, assim temos:

Activo não corrente, é composto por elementos que permanecem na entidade por um período
superior a um ano, após a data do balanço (no decurso normal do ciclo
operacional). São rubricas que evoluem, são renovadas muito
lentamente.

Activo corrente - composto por elementos que permanecem na entidade por um período
inferior a um ano, após a data do balanço (no decurso normal do ciclo
operacional). São rubricas que evoluem, são renovadas ou circulam
muito rapidamente.

O Capital Próprio – é a parte pertencente aos seus detentores (accionistas ou sócios) e não
exigem o pagamento antes da liquidação da entidade. São, por isso os
recursos mais estáveis (duradouros) de que a entidade dispõe.

O Passivo - é apresentado imediatamente a seguir ao capital próprio, e, também, tal


como activo, tem dois conjuntos de rubricas, em função do grau de
exigibilidade de cada rubrica.

Passivo não Corrente, que é composto por elementos com grau de exigibilidade superior a um
ano, após a data do balanço.

Passivo Corrente - que é composto por elementos com grau de exigibilidade inferior a um
ano, após a data do balanço.

No início do período, cada uma das contas do balanço apresenta os saldos do final do período
anterior:

A débito, os saldos devedores, e, a crédito, os saldos credores.

Os saldos devedores de cada uma das contas representam as rubricas do activo e os saldos
credores de cada uma das contas representam as rubricas do capital próprio e do passivo.

O Balanço, embora apresente uma situação estática – a fotografia de um momento – compara a


situação actual com a verificada no período anterior (numa coluna apropriada para o efeito).

O activo de uma empresa é constituído pelos bens e direitos de que a mesma é titular, e o
passivo, pelas obrigações que tem para com terceiros. A situação líquida resulta da diferença
entre o activo e o passivo, num dado momento.

Numa organização, se o activo é maior que o passivo, significa que os bens e direitos da
empresa são maiores que as suas obrigações. Se a empresa tivesse de encerrar, neste momento,
isto é, tivesse de vender todos os bens, cobrasse os seus direitos e pagasse todas as obrigações,
ainda ficava numa situação favorável, porque sendo:

A > P, teríamos A – P > 0


Como a situação líquida é precisamente igual a A – P, seguramente que, neste caso, a
mesma seria positiva. Quando isto acontece, diz-se que estamos perante uma Situação
Líquida Activa (SLA).

A = P + SLA
A=P
Quando A - P = 0
Nesta situação, diz-se que estamos perante uma Situação Liquida Nula.
A<P
A–P<0
A + SLP = P

Nesta situação, diz-se que estamos perante uma Situação Líquida Passiva.
Como para existir um balanço terá de haver sempre uma igualdade entre os dois
membros, fácil se torna deduzir uma equação que traduza tal igualdade, basta para tanto
somar os valores inscritos nos dois membros do balanço:
A + SLP = P +SLA.
A assim a equação obtida damos o nome de Equação Geral do Balanço.

A representação concreta do balanço deverá:


 Indicar especificamente o que a empresa se refere ou faz;
 Apresentar a data da sua elaboração, porque o seu património se encontre em
constante mutação, e ainda que seja uma representação estática do património,
dever-se-á indicar a que momento da vida da empresa se refere;
 Ter, sempre, uma igualdade entre dois membros.
 Representa o património em composição e em valor;
Contudo, O BALANÇO – é uma igualdade entre dois membros, referida a uma
determinada data e referente a uma dada empresa e que nos representa o seu
património, quer em composição quer em valor.

2.2.2. Apresentação do Balanço


Será que as rubricas componentes do activo, passivo e capital próprio poderão ser
inscritas no balanço sem ordenação, ou, pelo contrário, existirão determinados
princípios a observar na sua feitura. A contabilidade da empresa deve fornecer dados
claros, precisos e concisos. Estes requisitos serão conseguidos se as rubricas integrantes
do balanço apresentarem uma disposição lógica que permita aos interessados lê-los e
analisá-los com facilidade. As rubricas do balanço devem obedecer determinada ordem:

Três ordens de razões nos levam a concluir que há princípios básicos a observar e que
podem ser assim resumidos:
1. Os valores activos devem apresentar-se de cima para baixo, por ordem
crescente de liquidez (de menos liquido para mais liquido), devendo, portanto,
ser representados em primeiro lugar os que se destinam a permanecer na
empresa durante vários anos;
2. O valor do passivo e da situação líquida são agrupados de cima para baixo, por
ordem decrescente de prazos de exigibilidade, devendo, portanto, ser
representadas em primeiro lugar as entradas dos sócios para a sociedade;
3. A partir do momento em que a organização contabilística ficou sujeita a regras,
estabelecidas oficialmente nos chamados planos contabilísticos, é obrigatório,
num número cada vez maior de países, que os balanços das empresas sejam
elaborados de acordo com as estruturas neles fixadas.

2.2.2.1. Rubricas integrantes no activo.

Meios financeiros – classe 1


São agrupados elementos patrimoniais que apresentam mais liquidez, isto é, as
disponibilidades imediatas e as aplicações de tesouraria a curto prazo, tais como títulos de
créditos adquiridos para serem revendidos.
São contas integrantes desta rubrica: caixa, depósito a ordem, depósito a prazo, outros
depósitos bancários e títulos negociáveis.

Inventários e activos biológicos – classe 2


É o conjunto de bens que as empresas adquirem e que constituem objecto específico da sua
actividade. A classificação económica das empresas, dissemos que as comerciais compram
mercadorias para venda, enquanto as industriais adquirem materiais que transformam em
produtos acabados e subsidiariamente em subprodutos e resíduos.

Investimento de Capital - classe 3.


Incluímos todos os bens que apresentam como características fundamentais o facto de
permanecerem, durante bastante tempo, na empresa e serem indispensáveis à actividade
que esta desenvolve.
O seu grau de liquidez é bastante reduzido, pois, sendo bens indispensáveis ao
funcionamento da empresa, não faria sentido a sua venda em circunstâncias normais.

Contas a receber – classe 4


Representa aos valores de créditos da empresa sobre terceiros. Estes créditos podem
classificar-se em:
 Dividas de terceiros a curto prazo – quando tais dividas se vencem dentro do prazo
de um ano;
 Dívidas de terceiros a médio e longo prazo – quando o prazo de vencimento destas
dividas for superior a 1 ano.

2.2.2.2. Rubricas integrantes no capital próprio e passivo

Capital próprio -
Para a empresa poder iniciar a sua actividade, os seus sócios entram para a mesma com
determinados valores umas vezes só activos e passivos.
A diferença entre os valores activos e passivos, no inicio da actividade da empresa,
chamamos de capita inicial.

O Passivo
As rubricas integrantes do passivo encontram-se dispostas por ordem decrescente de
prazos de exigibilidade, isto é, são registadas, em primeiro lugar, as obrigações da
empresa para com terceiros cuja data de liquidação se encontra mais afastada no tempo.
Contas a pagar – Classe 4
Nesta conta integra-se as principais rubricas que são “dividas a curto prazo”
- Fornecedores; - Estado e outros entes públicos; - Empréstimos obtidos; - Outros
credores
A principal conta integrante da rubrica “dívidas a médio e longo prazo” é empréstimo
obtido (quando o prazo que falta para o vencimento do empréstimo for superior de um
ano).

2.2.3. Classificação do Balanço

Quanto ao momento da sua elaboração


 Balanço inicial – que se elabora no inicio da actividade económica;
 Balanço final – que se elabora no fim de cada exercício económico;
 Balanço de liquidação - que se elabora quando a unidade deixa de exercer as
suas funções (extingue-se). Importa realçar que vários são os motivos que
levam a liquidação de empresa, a falência, a fusão e transformação.

Quanto à sua apresentação


Dispositivo Vertical, as rubricas componentes do balanço são colocadas umas a seguir
as outras, em sentido vertical, apresentando-se em primeiro lugar, o activo e depois o
capital próprio e passivo.
Disposição horizontal, no primeiro membro, inscrevemos o activo da empresa, e no
segundo membro, a situação líquida e o seu passivo.

Quanto à estrutura
Ao balanço que as suas contas não se encontram desdobradas, damos o nome de
balanço sintético, enquanto que, ao balanço cujas contas se encontram desdobradas, em
subcontas, se chama de balanço analítico.

Exemplo prático 01
A Sociedade Comercial Mphonesse, lda que se dedica ao comércio geral, sita na Av. da Suíssa,
cidade da Beira, em 05. Jan. 2009, apresentava os seguintes elementos patrimoniais
(Valores em MT):
1. Crédito sobre cliente Borges, por venda de mercadorias, c/vencimento em 10.000,00
05/07/2009
2. 100 Notas de 50 5.000,00
3. Factura da Boa Saúde, de assistência médica para 1º semestre de 2009 dos seus 100.182,00
trabalhadores
4. Diversos mobiliários de escritório 22.000,00
5. Débito a F. Comercial, por compra de mercadorias, a pagar em 05/04/2009 30.000,00
6. Depósito a ordem no Banco BOM 18.000,00
7. Cheques em caixa 6.000,00
8. 50 Sacos de arroz @ 500,00
9. Empréstimo contraído no banco Terra 13.000,00
10. Cheque no cofre, por depositar 17.000,00
11. Imposto em dívida ao estado 7.013,00
12. Depósito no banco Procrédito a levantar em 05/01/2010 21.000,00
13. Empréstimo concedido ao empregado Bentos 3.450,00
14. Camião Bedford 40.000,00
15. 7000 Kg de farinha de milho 25.000,00
16. Dívida a Mafuia Comercial 53.030,00
17. Dívida do cliente F. Sousa, a cobrar em 31/01/2009 1.525,00
18. 1000 Litros de óleo alimentar @31,25
Pede-se: a) Balanço Analítico b) Valor do património

Resolução - Balanço da Sociedade Comercial Nphonesse, Beira, 05 /01/2009 Valores em meticais


Fólio DESCRIÇÃO Valor Parcial Valor Total
ACTIVO
3 MEIOS IMOBILIZADOS
3.2 IMOBILIZAÇÕES CORPOREAS
Diversos mobiliários de escritório 22.000,00
Camião Bedford 40.000,00 62.000,00
2 MEIOS CIRC. MATERIAIS
2.2 MERCADORIAS
50 Sacos de arroz 25.000,00
300 Kg de Farinha de milho 25.000,00
1000 ltrs de Oleo alimentar 31.250,00 81.250,00
1 MEIOS CIRC. FINANCEIROS
1.6 OUTROS DEVEDORES
Empréstimo concedido ao Bentos 3.450,00
1.3 CLIENTES
Crédito sobre cliente Borges 10.000,00
Dívida do cliente F. Sousa 1.525,00 11.525,00
1.2 BANCOS
Depósito no banco Socremo 18.000,00
Depósito no banco Procrédito 21.000,00 39.000,00
1.1 CAIXA
50 notas de 100 5.000,00
Cheques no cofre 17.000,00
Cheques em caixa 6.000,00 28.000,00
TOTAL DO ACTIVO 225.225,00
CAPITAL PRÓPRIO + PASSIVO
5 CAPITAL E FUNDOS PRÓPRIOS
5.1 CAPITAL 22.000,00
4 CREDORES
4.6 OUTROS CREDORES
Factura da Clínica Avicena 100.182,00
4.4 CREDOR - ESTADO
Imposto em dívida ao estado 7.013,00
4.2 EMPRÉSTIMOS OBTIDOS
Empréstimos contraído no banco Terra 13.000,00
4.1 FORNECEDORES
Débito a F. Comercial 30.000,00
Dívida a Mafuia Comercial 53.030,00
TOTAL DE CAPITAL PRÓPRIO + PASSIVO 225.225,00

VP = A - P  VP = 225.225,00 - 203.225,00 VP = 22.000,00

Exercício prático 02
Do património do comerciante Joaquim Valente, retalhista de confecções, retirámos as
seguintes informações reportadas a 31 de Dezembro do ano passado.
 Terreno para futuras construções …………………. 60.000.000
 Carrinha Ford …………………………………… …. 25.000.000
 Crédito à Cotac, Lda. ……………………………… 1.320.000
 25 Camisolas de lã “ Mohair” @ 40.000
 Armário metálico …………………………………… 1.000.000
 Débito à empresa de Confecções da Beira, SARL … 2.500.000
 50 Calças de ganga “ Lois” @ 60.000
 Dinheiro em cofre ………………………………….. 2.500.000
 Dívida do Cliente Campos & Sousa, Lda. ………… 180.000
 10 Impermeáveis “Tapa chuva” @ 50.000
 Dívida à Lander, SARL ……………………………. 1.500.000
 Depósito a Ordem no Banco Austral ……………….. 1.200.000
 Máquina de escrever “Royal” ……………………… 200.000
 10 quispos “ Anoraks”, @ 130.000
 250 Camisolas “Mimix” @ 40.000
 Depósito à ordem do B.C.M. ……………………… 1.800.000
 Quota na sociedade Turnac, Lda ………………….. 1.000.000
 Trespasse …………………………………………… 18.000.000
 Dívida à Segurança Social …………………………. 280.000
 Letra a pagar aos Grandes Armazéns, Lda. ……….. 1.110.000
 Dívida ao credor J. J. Gonçalves, Lda. ……………… 8.900.000
 Empréstimo do Banco Austral ……………………… 130.000.000
 Armazém situado na Rua Bagamoio n. 25 …….…… 50.000.000
 Letra a receber do cliente Dinis & Amparo ………… 500.000
 IVA a pagar ………………………………………… 120.000
 Dívida do Senhor Paulo Morais (não considerado cliente) 100.000

Pretende-se:
1. Elaboração do Inventário geral classificado no dispositivo vertical.
2. Balanço analítico do comerciante, no dispositivo horizontal.
2.3. Equação Fundamental do Balanço

ACTIVO = PASSIVO + PRÓPRIO OU SLA


Onde:
C. Próprio: significa capital próprio ou ainda, Fundos Próprios ou Capital Social.
S. L. A: Situação líquida Activa
O Activo - pode ser designado por Capital Total ou Financeiro, ou seja, é o
montante de valores utilizados pela empresa no desempenho da sua
actividade.
O Passivo é o Capital Alheio, ou seja, o conjunto de valores utilizados pela
empresa mas que não são de sua pertença. O Passivo representa os
valores sobre os quais incidem os direitos de terceiros.

A Situação Líquida é o Capital Próprio, ou seja, representa o montante de recursos


postos à disposição da empresa pelos seus proprietários. Especificamente representa
valores sobre os quais incidem os direitos do proprietário.
Como se sabe, devido ao uso ou gestao dos activos da empresa, sujeita-se a quebras de
valor, roubos, prejuízos acumulado, agravamento das obrigações da mesma, implicando
S. L. Passiva.

Logo a equação será:


Activo + S: L. Passiva = Passivo + S. L. Activa
Ou ainda
Activo = Passivo + S. L. Activa – S. L. Passiva
Esta equação constitui o centro de todo o trabalho contabilístico baseando-se nela o
princípio de partidas dobradas.

2.4. Quadro de variação patrimonial


Os grandes Armazéns de Serra, Lda., no inicio do exercício económico do ano passado,
apresentavam o seguinte balanço (em meticais).
Balanço inicial em 200..-01-01 (em meticais)
Activo Capital Próprio e
Passivo
Imobilizações Corpóreas Capital
1.400.000 2,000.000
Investimentos Fornecedores
Financeiros 200.000 250.000
Mercadorias Empréstimos Obtidos
1.800.000 1.500.000
Clientes Credor Estado
120.000 50.000
Outros Devedores Outros Credores
80.000 200.000
Bancos
340.000
Caixa
60.000
Total do activo Total do C. Próprio e
4.000.000 Passivo 4.000.000

Durante o ano, a empresa realizou, entre outras, as operações enumeradas a seguir:


1ª operação - Recebeu 40.000 Mts de um cliente
2ª operação – Depositou 80.000 Mts a ordem.
3ª operação – Recebeu 50.000 Mts, dívida de um empregado
4ª operação – Pagou 20.000 Mts de IVA ao Estado.
5ª operação – Pagou 10.000 Mts a um credor, com cheque.
6ª operação – Comprou uma máquina de escrever por 60.000 Mts, com cheque.
7ª operação – Comprou mercadorias, a prazo, por 200.000 Mts.
8ª operação – Amortizou 20% do empréstimo, com cheque.
9ª operação – Comprou a prazo, uma carrinha Ford por 1.500.000 Mts.
10ª operação – Vendeu, a prazo, metade das mercadorias por 1.200.000 Mts.
11ª operação – Vendeu por 140.000 Mts, uma quota de 100.000 Mts que detinha noutra
empresa.
12ª operação – Vendeu, a pronto pagamento, um quarto das mercadorias por 230.000
Mts.
13ª operação – Aumentou o capital em 500.000 Mts, com entrega de dinheiro pelos
sócios.
14ª operação – Aplicou o lucro obtido do seguinte modo:
50% para reservas;
50% para distribuição de lucros pelos sócios.

Pretende-se:
1. Apresente o Balanço da empresa após cada operação realizada;
2. Demonstre o quadro de variações das contas;
3. Elabore no final o Balanço Classificado

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